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Guias e Dicas
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Filosofia de educação, Notas de estudo de Atualidades

Introducao a filosofia da educacao-universidade pedagogica de Mocambique

Tipologia: Notas de estudo

2017
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Baixe Filosofia de educação e outras Notas de estudo em PDF para Atualidades, somente na Docsity! Resumido por : Manuel Luisinho Sampanha. Quimica .UPQuelimane SUMARIO DAS AULAS DE FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO Filosofia AULAS DA TUTORIA 1 Aula 1: Introdução a filosofia • A problemática da filosofia de educação • Filosofia É a ciência das causas supremas (finalidade, causa material, imaterial, a origem) do ente. • Ideologia O conjunto de ideias ou crenças empregadas por um grupo para persuadir e controlar de modo inconsciente o comportamento de pessoas tidas como simples. • Educação É atualização das potencialidades boas da pessoa em quanto pessoa. Aula 2: cont, • Filosofia de Educação E a ciência especulativamente pratica das causas supremas da educação. • Ciências de Educação (distinção, relação e influencias mútuas independência e complementaridade) A formação do Homem ideal na Grécia …Esparta teve educação severa para formar guerreiros, Atenas chegou ao estágio superior – destacava-se a formação intelectual… A sociedade grega, estratificada e sustentada por colônias, desenvolvida numa região geográfica que facilitava o comércio com o Oriente e o Ocidente, serviu de berço da cultura, da civilização e da educação ocidental (GADOTTI: 2001). Apesar da Grécia ser constituída por unidades políticas autônomas, as diferentes cidades têm em comum o idioma e a religião, além das similaridades nas instituições sociais e políticas. Com as transformações sociais e políticas, o advento das cidades-estado (pólis) e a divisão da sociedade em classes – com base na escravidão, desenvolveu-se o comércio. A ampla produção nas artes, literatura e filosofia delineou a herança cultural no mundo ocidental. Os gregos realizaram a síntese entre educação e cultura. Na política nasceu uma nova ordem - a democracia. No entanto, na democracia grega, cidadãos eram apenas os homens livres, não incluindo os escravos, as mulheres e as crianças. Os cidadãos se dedicavam às funções teóricas, políticas e de lazer, consideradas mais dignas. Os gregos tinham uma visão universal. As explicações predominantemente religiosas são substituídas pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de estabelecer uma leitura humana e não mais divina (ARANHA: 1998; p.41). Surgia, assim, a necessidade de formação, atingindo o nível mais avançado da educação na Antiguidade – a paideia , uma educação integral, que consistia na integração entre a cultura da sociedade e a criação individual de uma outra cultura numa influência recíproca, em seus amplos aspectos. “[...] A educação do homem integral consistia na formação do corpo pela ginástica, na da mente pela filosofia e pelas ciências, e na da moral e dos sentimentos pela música e pelas artes” (GADOTTI: 2001; p.30). Com o advento da pólis (cidades), começam a aparecer as primeiras escolas. Porém, somente no período clássico, sobretudo em Atenas, a instituição escolar foi estabelecida. Esta instituição atendia principalmente aos jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos comerciantes enriquecidos. A escola permanecia elitizada – o ideal de educação da época estava em consonância com os ideais e aspirações da sociedade. Para os gregos, a palavra escola – scholé – significa inicialmente ‘lugar do ócio’. “O ócio digno significa a disponibilidade de gozar o tempo livre, privilégio daqueles que não precisam se ocupar da própria subsistência” (ARANHA: 1998; p.50). A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia , pois, ao discutir os fins da paideia, esboçaram as primeiras linhas conscientes da ação pedagógica, influenciando por séculos a cultura ocidental. Questões como: o que é melhor ensinar? Como é melhor ensinar? Para que ensinar? enriquecem as reflexões filosóficas e marcam as tendências no mundo grego. Na história da educação grega, Luzuriaga distingue quatro períodos essenciais: A educação heróica, cavalheiresca, representada pelos poemas homéricos.2) A educação cívica, representada por Atenas e Esparta. A educação clássica, humanista, representada por Sócrates, watsap: 846225394 dentre eles a publicação da Lei das Doze Tábuas, de grande importância para a constituição do primeiro código escrito romano. Surge, então, uma nova aristocracia, não mais determinada pelo nascimento, mas pela riqueza. Posteriormente, ocorre o expansionismo militar, “[...] ampliando consideravelmente a escravidão, que se torna uma instituição importante na evolução da economia e das relações sociais na Roma Antiga”.Os prisioneiros de guerra, assim com os plebeus endividados, eram transformados em escravos, que trabalhavam, quando instruídos, na função de preceptores. Com o desenvolvimento do comércio, o enriquecimento de uma certa camada de plebeus e início da expansão romana tornam mais complexa a sociedade emergente, o que exige um novo modo de educar, sendo criadas escolas elementares particulares , nas quais se aprende a ler, a escrever e a contar, dos sete aos doze anos; a escola dos gramaticos, para jovens de doze a dezesseis anos, ampliando os conhecimentos literários – clássicos gregos, e os de geografia, geometria, aritmética e astronomia; e as escolas superiores – escolas de retórica, que preparavam para a vida pública, assembleias e tribunas, acentuando-se o valor jurídico-político desta sociedade. (ARANHA: 1998). Ainda de acordo com Aranha: Por volta dos séculos III e II a.C, as incursões militares e o comércio colocam os romanos em contato com os povos helênicos e o esplendor de sua cultura. Inúmeros professores gregos ensinam sua língua, dando início à formação bilíngue dos romanos (ARANHA: 1998; p.65). Segundo a tradição helênica, o homem livre deve ter uma educação encíclica, isto é, enciclopédica. Compreendendo a escola dos gramáticos e as escolas superiores. Diferentemente dos gramáticos, os retores, professores de retórica, são os professores mais bem pagos e respeitados. 3) Imperial, época do século I a.C ao século V da era cristã. Nesta época, há a expansão de Roma, tanto na cultura quanto na urbanização. No processo de expansão, os grandes latifúndios se desenvolvem e se especializam, e o escravismo continua sendo a base do processo econômico. O surgimento do cristianismo foi um fato marcante. Eles não se rendiam ao culto ao imperador, além de ter como adeptos principais os pobres e escravos. A educação nesta fase não é muito diferente da oferecida na fase anterior, a não ser por sua organização. A educação deixa de ser assunto particular, privado, para converter-se em educação pública. Crescente é a intervenção do Estado nos assuntos educacionais, devido ao crescimento da máquina burocrática para a administração do Império, estimulando a criação de escolas municipais em todo o Império. As escolas romanas foram veículos de universalização de sua cultura. Alguns benefícios foram concedidos aos professores do ensino médio e superior, um deles a isenção no pagamento de impostos; e para estudantes, de bolsas sob forma de ‘instituições alimentícias’. Inúmeras bibliotecas foram criadas e os romanos se apropriavam dos manuscritos nas regiões conquistadas. Continuavam florescendo o Museu de Alexandria, o Círculo de Pentágono e a Universidade de Atenas. O Império Romano, com uma máquina burocrática poderosa, necessitava de escolas que preparassem administradores. A educação romana era utilitarista e militarista, organizada pela disciplina e justiça. A orientação educacional se adequou ao modelo da elite dirigente. A cultura universalizada pode ser expressa na palavra humanitas – no sentido literal de humanidade e, mais propriamente, de educação, cultura de espírito – equivalente à paideia grega. Distingui-se desta, no entanto, por se tratar de uma cultura predominantemente humanística e, sobretudo, cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza o homem, em todos os tempos e lugares [...] se estende à formação do homem virtuoso, como ser moral, político e literário (ARANHA: 1998; p.62). A formação do homem de fé: imagem ideal da Europa medieval …ensino baseada no caráter religioso e não pedagógico, de preparação para a vida ultraterrena e para o batismo …A educação nada mais é que um meio para atingir o ideal da verdade e do bem, superando as tentações do pecado.. Mil anos é o período que perdurou a Idade Média, desde a queda do Império Romano (476) até a tomada de Constantinopla (1453), marco que determina o limite da influência da cultura greco- romana. Com a insegurança provocada pelas invasões bárbaras e a expansão mulçumana, há o despovoamento das cidades, culminando com o processo de ruralização. Uma nova ordem se estabelece sob a égide de suserania e vassalagem. O Rei tem o poder enfraquecido com a divisão dos territórios. No alto da pirâmide, estão a nobreza e o clero. A condição social dos homens é determinada pela sua relação com a terra, por isso a nobreza e o clero (proprietários de terra) têm poder e liberdade. Do outro lado, estão os servos, que são obrigados a prestar serviços para os detentores da terra. watsap: 846225394 O cristianismo surge, nesse contexto, como elemento agregador. Uma nova força espiritual se sucedeu à cultura antiga, preservando-a, mas submetendo-a a seu crivo ideológico – a igreja cristã. Com o aparecimento do cristianismo, muda o rumo da história ocidental. No que tange à educação, o significado do cristianismo historicamente, pode reduzir-se: a. Reconhecimento do valor do indivíduo como obra da divindade; b. Superação dos limites de nação e Estado e criação da consciência universal humana; c. Fundamentação das relações humanas no amor e na caridade; d. Igualdade essencial de todos os homens, seja qual for a posição econômica ou classe social; e. Valorização da vida emotiva e sentimental sobre a puramente intelectual; f. Consideração da família como a mais imediata comunidade pessoal e educativa; g. Desvalorização da vida terrena presente ante o além e, portanto, subordinação da educação à vida futura; h. Reconhecimento da igreja como órgão de fé cristã e, logo, como orientadora da educação (LUZURIAGA: 2001; p. 70). A educação cristã, desde os primeiros tempos, realizou-se direta e pessoalmente. Os educadores foram o próprio Jesus, os apóstolos, os evangelistas e os seus discípulos. É uma educação sem escolas, como foram as religiões em seus primeiros tempos: judaica, budista. Nesse contexto, surge pouco a pouco uma forma de ensino baseada no caráter religioso e não pedagógico, de preparação para a vida ultraterrena e para o batismo. Anuncia-se então a instrumentação catequista e a instrução fica por conta dos didáscalos . Posteriormente, surgem as escolas propriamente ditas, que tinham a seu cargo os sacerdotes. Assim, há a necessidade de contar com professores preparados para esse novo modelo de educação, no qual emergem as escolas de catequistas, a escola episcopal e a escola paroquial ou presbiterial. O horizonte dessas escolas era limitado – formação de eclesiásticos. A maioria da população ficava sem instrução. A minoria que conseguia ter acesso à educação era através dos mosteiros, únicos mantenedores da educação e da cultura: “[...] toda essa educação, como a anterior, continuava reservada a certa minoria; naquela, de eclesiásticos; nesta, de monges” (LUZURIAGA: 2001; p.73). Ao lado do clero, a nobreza realizava sua própria educação: seu ideal era o perfeito cavaleiro com formação musical e guerreira. As classes trabalhadoras nascentes não tinham senão a educação oral, transmitida de pai para filho. As mulheres, consideradas pecadoras pela Igreja, só difusão dos valores burgueses. A educação renascentista centrou-se na formação do homem burguês, não chegando às massas populares, “[...] Caracterizava-se pelo elitismo, pelo aristocratismo e pelo individualismo liberal. Atingia, principalmente, o clero, a nobreza e a burguesia nascente” (ARANHA: 1998; p.62). Para o povo sobrou apenas o ensino da religião cristã. Embora seja grande a produção intelectual na Renascença, ainda não há propriamente uma filosofia da educação como sistema de pensamento coerente e organizado [...]. O que há são muitos esboços sobre teoria da educação (ARANHA: 1998; p. 88). Os principais educadores renascentistas foram: 1. Vittorino da Feltre, na obra Casa de Gioconda , propunha uma educação individualizada, o autogoverno dos alunos – teria sido a primeira ‘escola nova’, a se desenvolver no século XIX; 2. Erasmo Desidério, natural de Rotterdam, na obra Elogio da loucura, de fundo satírico, investiu sobre o obscurantismo conservador da pseudo-religião e da cultura medieval; 3. Juan Luis Vives realizou sistemáticos estudos sobre educação, cujo principal trabalho é o Tratado de ensino, chamou a atenção dos cientistas para a ‘responsabilidade social’ da ciência, o reconhecimento do desenvolvimento infantil e os aspectos psicológicos no ensino, dentre outras questões; 4. François Rabelais representa a corrente enciclopédica da Renascença, em sua obra Gargantua e Pantagruel, transparecem suas ideias a respeito da educação; 5. Michael de Montaigne critica o ensino livresco e o pedantismo dos falsos sábios, valoriza a educação integral do homem e enfatiza que a finalidade da educação é formar o gentil- homem, culto e polido. Na Renascença, há um grande interesse pela educação, especialmente, se comparado à Idade Média, principalmente pela proliferação de colégios e manuais para alunos e professores. “Educar torna-se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem” (ARANHA: 1998; p.90). Com o aparecimento dos colégios, surge uma nova imagem de infância e de família, há a preocupação de não misturar alunos de diversas idades numa mesma classe, mas separá-los de acordo com a idade. Essa postura começa a ser assumida a partir do século XVII, época em que está ocorrendo o Renascimento Científico. Os programas continuam a se basear nos clássicos trivium e quadrivium, como na Idade Média. Embora apresente o ideal de secularização do watsap: 846225394 humanismo renascentista, não há sua implantação da forma desejada, já que a maioria dos colégios fica por conta das ordens religiosas. O período da Renascença é marcado por contradições, típico das épocas de transição. A burguesia enriquecida aspira uma educação que permita formar o homem de negócios e ao mesmo tempo formar o homem culto, conhecedor das letras greco-latinas. Essa nova sociedade rejeita a estrutura medieval, mas mantém-se ainda fortemente hierarquizada, excluindo a grande massa popular dos propósitos educacionais, com exceção dos reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos. A formação do homem que se emancipa do passado: imagem-ideal do início da época moderna A pedagogia moderna: a pedagogia realista …defendia os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade”, contra os privilégios hereditários da nobreza, visando, assim, a ascensão dos burgueses que propõe a igualdade de direitos e oportunidades, fundamentados no liberalismo… a educação democrática… a escola deveria ser laica (não-religiosa) e livre (independente de privilégios de classe como ocorria com a aristocracia… A modernidade marca o abandono das explicações religiosas e busca a autonomia da razão. Descartes, o pai do racionalismo (da filosofia moderna), conhecido pelo pensamento: ‘penso, logo existo’ (cogito, ergo sum), inicia sua reflexão pela dúvida, ao analisar o processo pelo qual a razão atinge a verdade. Uma de suas obras chama-se o Discurso do método. De acordo com Gadotti (2001), a Idade Moderna compreende o período de 1453 a 1789, no qual predominou o regime absolutista, concentração do poder no clero e na nobreza. Esse regime findou com a Revolução Francesa, que defendia os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade”, contra os privilégios hereditários da nobreza, visando, assim, a ascensão dos burgueses que propõe a igualdade de direitos e oportunidades, fundamentados no liberalismo. A Revolução Francesa baseou-se também nas exigências populares de um sistema educacional. Antes da Revolução Francesa, muitas foram as revoluções que eclodiram no século XVIII e colaboraram para a queda do absolutismo, dentre elas: Revolução Industrial, Revolução Gloriosa e Revoluções Burguesas. O século XVIII é conhecido como o século das luzes, do Iluminismo e da Ilustração, pelo apego à racionalidade e à luta em favor das liberdades individuais. “[...] Nesse movimento, aparecem mescladas as ideias do sensualismo e do idealismo, do empirismo e do racionalismo de séculos anteriores” (LUZURIAGA: 2001, p.149). É o século da razão, anunciado desde o Renascimento. E a luz da razão dissiparia a grande sombra da qual estava coberta a terra, o homem agora queria conhecer e dominar a natureza. O Iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas e um de seus aspectos marcantes está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola laica e função do Estado [...] (ARANHA: 1998; p.120). Pela primeira vez, um Estado instituiu a obrigatoriedade escolar, a Prússia em 1717. Nunca se tinha discutido tanto a formação do cidadão através das escolas como no período da Revolução Francesa, em que se reivindicava uma educação laica, gratuita e para todos. A escola pública é filha da revolução burguesa. Tem início a ideia de unificação do ensino público, mas ainda é elitista, só os mais ‘capazes’ conseguem prosseguir até a universidade. 2001; GADOTTI, 2001; LUZURIAGA, 2001). Com o acentuado movimento pela liberdade individual, procurou-se libertar o pensamento da repressão exercida pelo sobrenatural, pelo obscurantismo religioso, nascem então as correntes de pensamento que fundamentam a pedagogia da ilustração: os enciclopedistas, o naturalismo e a pedagogia idealista. Apresentaremos de forma sucinta cada corrente de pensamento e seus respectivos representantes. Numa primeira fase, predominam as ideias intelectualistas e sensorialistas, representada pelos enciclopedistas Helvetius, Condillac, Voltaire, Diderot, D’Alembert e, apesar das divergências, também Rousseau. “Alguns deles possuem um viés aristocrático, isto é, acreditam na capacidade de bem usar a razão como atributo de uma elite intelectual” (ARANHA: 1998; p.121). A burguesia temia que a educação das massas provocasse o desequilíbrio na ordem que então se estabelecia. Diderot, organizador ativo da obra A enciclopédia, é um dos que defendem a educação democrática, aconselhando a universalização da instrução, já que, para ele, é mais difícil explorar um camponês que sabe ler do que um analfabeto. Numa segunda fase, predominam as ideias naturalistas de Jean Jacques Rousseau, o qual apesar de conviver com os enciclopedistas, tornando-se muito amigo de Diderot, diverge dos outros em muitos pontos. Dentre suas obras, destacam-se: Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens, Do contrato social e Emílio ou Da Educação (1762). “Costuma-se dizer que Rousseau provocou uma revolução copernicana na pedagogia [...] Rousseau centraliza os interesses watsap: 846225394 que naturalmente uma criança da classe média possui. Essas vantagens vão desde a conversação e livros em casa até as viagens de férias e uma diferente idiossincrasia; isto vale para as crianças que gozam disso, tanto na escola como fora dela. O estudante pobre geralmente ficará em desvantagem porquanto depende da escola para progredir ou aprender. Os pobres necessitam de verbas para poderem aprender, não para se certificarem, pelo tratamento, de suas pretensas deficiências desproporcionais. Durkheim dizia que o fato de se dividir a realidade social em dois campos foi a verdadeira essência da religião antiga. Há, dizia ele, religiões sem o sobrenatural e religiões sem deuses, mas nenhuma que não subdivida o mundo em coisas, tempos e pessoas que são sagrados e outros que, conseqüentemente, são profanos. A constatação de Durkheim pode ser aplicada à sociologia de educação, pois a escola é, também, numa perspectiva bem semelhante, absolutamente divisória. A simples existência da escolaridade obrigatória divide qualquersociedade em dois campos: certos períodos de tempo, processos, serviços e profissões são «acadêmicos» ou «pedagógicos», outros não. O poder de a escola dividir a realidade social não tem limites: a educação torna-se não-do-mundo e o mundo torna-se não-educativo. Sem dúvida, o processo educacional se beneficiará da desescolarização da sociedade, mesmo que esta exigência soe para muitos escolarizantes como traição ao iluminismo. Mas é o próprio iluminismo que está sendo extinguido nas escolas. Aula 6: A Democracia e a Educação -Paulo Freire: A crítica aos processos educativos diante da problemática brasileira Para Freire, As discriminações autoritárias da sociedade brasileira vêm proclamando que o analfabeto não sabe pensar, decidir e optar, portanto não lhe deveria ser reconhecido o direito de votar. Diz-se ainda que os eleitos por estes seriam também os incultos e igualmente "nocivos” à nação. Esquecem-se os que assim pensam de que os analfabetos” são analfabetos de escrita e não de oralidade, e que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, me reportando ao próprio Freire. Nossa tradição histórica, surgida do modo de produção escravista dos tempos coloniais, vem determinando que sejamos uma sociedade autoritária, elitista e discriminatória como venho afirmando em algumas notas desta obra de Freire. No Brasil Império votavam apenas os “homens bons”, isto é, os homens que possuíam bens. A primeira constituição republicana de 1891, por ter excluído os analfabetos (ao lado dos mendigos, mulheres e militares subalternos) de votarem, perpetuou dialeticamente a inexperiência democrática e no bojo desta a inexperiência de optar e eleger. A mulher votou e foi votada pela primeira vez entre nós no ano de 1933. Somente nas eleições de 1985 puderam os analfabetos votar, se assim o desejassem, mas não em caráter obrigatório como vem sendo para todos(as) maiores de 18 anos, alfabetizados(as), nascidos(as) no Brasil ou naturalizados(as). A partir das eleições de 1989 foi facultado aos jovens de ambos os sexos, maiores de 16 anos de idade, votarem se, evidentemente, alfabetizados. Freire fala da importância dos "programas”, como eram chamados mais comumente os conteúdos naquela época. Transcreverei aqui parte das “Conclusões e Recomendações” desde que essas, sendo a síntese de seu discurso total, condensam não só suas idéias mas também apontam soluções. Assim, a importância dos “conteúdos programáticos", que deveriam ser democraticamente escolhidos pelas partes interessadas no ato de alfabetizar, dentro de uma proposta mais ampla de educar eram: e – Que o programa desses cursos, sempre de acordo com a realidade local, regional e nacional, seja elaborado com a participação dos educandos, em alguns dos seus aspectos, pelo menos o que, flexíveis e plásticos se preocupam: 1) Com aspectos higiênicos, morais, religiosos, diversionais, econômicos da vida local. 2) Com aspectos que envolvam a vida regional e nacional, sobretudo no que tange ao desenvolvimento do país. watsap: 846225394 3) Com o desenvolvimento e a utilização da liderança democrática local. 4) Com a criação de novas atitudes frente à família, aos vizinhos, ao bairro, ao município, fundadas num espírito de solidariedade e compreensão. Assim, Freire, desde os anos 50 fazia uma relação dialética entre a alfabetização Aula 7: Em busca de um paradigma educacional africano Reformadores africanos: Blyden, Henry Carr e Nyerere - Ensino, aprendizagem, formação, instrução e treinamento AULAS DA TUTORIA 2 Aula 8.Em busca de um paradigma educacional africano -Educação para a sociedade em Julius Nyerere Nyerere comunga com algumas ideias com Blyden vendo a educação como um instrumento de reabilitação social e de crítica ao sistema de valores coloniais. Ele percebia a educação como um instrumento de reestruturação e reorganização social a partir da comunidade. A educação para Nyerere deveria ser organizada de acordo com os valores culturais e de acordo com os objectivos políticos. E a questão é até que ponto estas ideias influenciaram o debate por uma educação alternativa ao sistema colonial e ainda servem de referência hoje no debate da educação para o desenvolvimento. Para Nyerere, o sistema de educação colonial baseava-se na filosofia de liberdades individuais. Dai que a missão do Estado e do Governo é fundamentalmente a de proteger os interesses individuais, o que quer dizer que sob ponto de vista económico, o Estado deveria estimular e proteger a propriedade privada de meios de produção e favorecer o crescimento desta mesma propriedade. Nyerere propôs alguns princípios básicos, onde o primeiro dizia que não haveria exploração do homem pelo homem; segundo, os recursos seriam produzidos colectivamente e, por isso, distribuídos na base da justiça social; em terceiro lugar, a sociedade seria baseada em valores de igualdade e de respeito pela dignidade humana. Cada membro da sociedade contribuiria para o bem-estar da sua comunidade através do seu trabalho. las. Assim como imaginamos um cavalo ideal, perfeito, podemos imaginar um ideal de justiça e nos esforçarmos para alcançá-lo. Platão argumentou que os filósofos são os melhores líderes porque são sábios e têm menos probabilidade de se comportar irracionalmente. Ele acreditava que o Estado permaneceria estável e justo com filósofos no poder. Sua sociedade ideal é uma estrutura ordenada, onde as pessoas permanecem fixas em seus papéis. Todas são treinadas até o limite de sua habilidade, que garante sua posição na vida. Seria impróprio um agricultor governar o Estado ou um filósofo trabalhar a terra. Platão considerava mulheres e homens igualmente capazes de governar. Mas também achava que os homens tendem a fazer as coisas melhor. Entretanto, sua concepção sobre a igualdade entre homens e mulheres era revolucionária para seu tempo. Berkeley defendia o idealismo, a ideia de que tudo o que existe é mental. Isso parece improvável, mas é uma ideia derivada da maneira como percebemos as coisas. Um idealista pode argumentar o seguinte: » Tudo o que realmente sabemos sobre o mundo são sensações (cor, som, gosto, tato, a posição relativa das coisas). Não possuímos nenhuma outra maneira de perceber o mundo. Para nós, essas sensações traduzem o conceito de ”o mundo’ » Todas essas sensações são ”ideias”, fenômenos mentais (a cor vermelha só existe porque nossa mente percebe coisas vermelhas). » Logo, as coisas são coleções de ideias que só existem quando são percebidas HEGEL desenvolveu um consistente sistema filosófico para explicar a realidade. Ele sustentou que o universo e tudo dentro dele está interligado. Disse que a realidade é o produto de uma mente cósmica. E uma ideia em movimento — e toda a história pode ser explicada pelo desenvolvimento dessa ideia. Para ele, a história só poderia ser entendida se cada era fosse vista como uma pequena peça de um enorme quebra-cabeça. Isso constitui uma visão radical da história. A visão tradicional é que a história resulta de mudanças nas circunstâncias materiais das pessoas. Por exemplo, uma nova tecnologia pode mudar a forma como as pessoas se comunicam ou fazem guerra. De acordo com Hegel, essas mudanças materiais na sociedade são os efeitos de watsap: 846225394 um profundo processo de mudança. Ele sustentou que esse processo profundo é “uma ideia que realiza a si mesma”. Hegel afirmou que essa ideia cósmica se desenvolve em padrões fixos, que ele chamou de “dialética”. Esse é um processo triplo: primeiro, um argumento, ou “tese”, é apresentado; surge então um argumento oposto, ou “antítese”; e, depois de muita luta, uma conclusão é alcançada, conhecida como “síntese”. Essa conclusão torna-se então a nova ‘tese”, e todo o processo recomeça, ad infinitum. Na opinião de Hegel, cada grande era da história do mundo começa como uma síntese de forças opostas à era precedente. Essas forças opostas (teses e antíteses) acabam destruindo o momento histórico, mas uma era nova e melhor se ergue das cinzas. Para Hegel, a história caminha para o conhecimento completo. O processo dialético terminará numa “síntese” final que revelará a mente de Deus. Os materialistas ( materialismo) Os materialistas têm uma visão completamente oposta à dos idealistas sobre a natureza da realidade. Os materialistas acreditam que tudo o que existe é matéria ou depende da matéria para existir O mundo real está fora de nós, não em nossa mente. ARISTÓTELES foi o primeiro grande crítico de Platão. Ele acreditava que Platão tinha invertido as coisas ao dizer que a “forma”, ou a ideia, de uma coisa é o que é mais real. Ele disse que as coisas materiais são a realidade e que sua forma é uma parte da realidade. Aristóteles sustentou que a realidade é feita de muitas coisas diferentes, que chamou de “substâncias”. Qualquer substância é uma fusão de “ideia disso” (de que é feito) e “ideia do que é”(sua forma ou o que é). Por exemplo, a “ideia disso” de uma cadeira de madeira é a madeira a partir da qual a cadeira foi feita. A madeira é modelada, ou recebe a forma do que é: uma cadeira. Aristóteles também criticou as formas de Platão porque não explicavam como as coisas mudam. Isso o levou a desenvolver sua própria teoria sobre a mudança. Ele concluiu que toda substância tem uma “potencialidade” inerente. Com isso, quis dizer que as coisas têm dentro delas o potencial de transformação. Por exemplo, a água tem o potencial de se transformar em gelo e também em vapor. Aristóteles também discordou de Platão quanto à ideia de que a alma é separada do corpo. Argumentou que todas as coisas vivas têm uma alma, que as anima e que as torna diferentes de substâncias como pedra ou água. O tipo de alma que alguma coisa possui corresponde ao que faz e ao que necessita. Os organismos mais inferiores, como as plantas, precisam apenas ser alimentados e se reproduzir. Os animais têm sentimentos, portanto há um aspecto sensível em suas almas. As pessoas são bem mais complicadas e sua alma tem muitas outras dimensões. Aristóteles afirmou que as coisas vivas são diferentes porque sua alma é feita de material diferente. Ele também julgou que as almas perecem quando as coisas vivas morrem. Entretanto, ele identificou um aspecto da alma humana capaz de sobreviver à morte. Esse aspecto é o pensamento ou a razão. Aristóteles não encontrou uma base física para os pensamentos que se impõem (ou “forma”) na mente. Assim como Sócrates, Aristóteles acreditava que as pessoas deveriam Se esforçar para ser boas. Ele desenvolveu um “teste de significados” para que as pessoas pudessem aperfeiçoar suas virtudes. Argumentou que a virtude real repousa na moderação, entre fazer demais alguma coisa e não fazê-la suficientemente. Por exemplo, ser corajoso é o meio-termo entre ser audacioso e ser covarde. Este “meio-termo de ouro” também se reflete nas opiniões de Aristóteles sobre política. Diferentemente de Platão, que acreditava em uma elite de filósofos governantes, Aristóteles acreditava que um grupo intermediário forte deveria estar no comando, criando assim um equilíbrio entre a tirania e a democracia. A incansável pesquisa de Aristóteles sobre o mundo ao seu redor levou-o a desenvolver o primeiro sistema de lógica da filosofia ocidental. Ele quis transformar o argumento em uma ferramenta para verificar a verdade das coisas. A característica central do método de Aristóteles é o “silogismo”. Um exemplo simples é: Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto Sócrates é mortal. Isso mostra como duas colocações indiscutíveis podem produzir uma conclusão. MARX foi muito influenciado por Hegel. Entretanto, discordou dele quanto à sua posição de que a história é o resultado do desenvolvimento de uma ideia. Marx pensava que a história é um processo material. Ele argumentava que são as mudanças na maneira como as pessoas vivem que as levam a desenvolver novas ideias, e não o contrário. watsap: 846225394 nas escolas, seria o recurso de fundamental importância na luta dos trabalhadores por uma sociedade igualitária. Uma de suas grandes contribuições foi a de oferecer aos trabalhadores, informações que explicavam o funcionamento da sociedade capitalista a qual ele já havia investigado e compreendido. Entendiam que o contato com o processo de produção, o conhecimento das fases de construção de um produto, era importante aos indivíduos, pois este contato viria confirmar que é o homem, ser social que poderá criar, desenvolver e tranformar o mundo em que vive. As idéias de Marx e Engels, para o processo educativo era a “educação politécnica”, a relação entre trabalho e ensino, isto é, formação acadêmica juntamente com o trabalho produtivo. Assim então, seria composto o maior e mais seguro caminho para uma transformação social. Partindo dessa idéia de educação politécnica, criou-se três pontos importantes: 1- O ensino geral abrangeria literatura materna e estrangeira, línguas e ciências, com isso aumentaria o nível de conhecimento, o que possibilitaria aos trabalhadores uma ampla e crítica visão sobre essa sociedade. 2- As atividades físicas deveriam proteger a integridade e o desenvolvimento das crianças. 3- Os estudos tecnológicos ofereceriam o conhecimento científico, que permitiria ao estudante aprender o processo de produçaõ e manuseio de instrumentos de todas as áreas industriais. Para que esse sistema fosse estabelecido nas escolas, elas teriam de funcionar em tempo integral, porque esse funcionamento propiciaria ao aluno, no primeiro período o aprendizado pedagógico e no segundo período, aquisição do conhecimento do processo produtivo. Uma educação politécnica, de acordo com Marx e Engels, possibilitaria ao indivíduo um desenvolvimento pleno, a que deu o nome de “hominilateralidade” e não uma formação “unilinear”, ou seja, uma única formação. Especificaram que somente um ser humano pleno, com formação diversificada, poderia colocar um “fim” à alienação estabelecida no sistema capitalista. Afirmaram que o ensino deveria ser obrigatório, público, gratuito e universal, principalmente o ensino fundamental, o mesmo, não deveria ser oferecido pelo Estado, porém, o Estado forneceria recursos para a concretização da escola politécnica administrada pelos trabalhadores. Podemos perceber que as idéias de Marx e Engels influenciaram com certeza a educação dos dias atuais, relacionamos seus pensamentos com os pensamentos do educador Paulo Freire por exemplo, que defendia uma pedagogia da autonomia, e não aceitava desigualdades sociais. Constatamos que as idéias de Marx e Engels integram a “Constituição” e o “Estatuto da Criança e do Adolescente”, que reza a obrigatoriedade de uma educação pública e gratuita. watsap: 846225394 Referências: Illich, Ivan, 1926-Sociedade sem escolas: trad. de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, Vozes, 1985. MAGEE, Edgar Bryan. História da filosofia. Tradutor Marcos Bagno. São Paulo: Edições Loyola, 2013. 242p. THOMPSON, Mel. Filosofia: aprenda em uma semana, lembre por toda vida. São Paulo: Saraiva, 2014. 128p. WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens. Tradução: Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1999. 64p. LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 2001. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 1998.
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