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Historia-do-Negro-Brasileiro - Clovis Moura -1992, Notas de estudo de História

história do negro brasileiro

Tipologia: Notas de estudo

2017
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Compartilhado em 21/06/2017

rodrigo-lemos-30
rodrigo-lemos-30 🇧🇷

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Baixe Historia-do-Negro-Brasileiro - Clovis Moura -1992 e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity! 5 É e career oro e Jormafista em São Paulo Clóvis Moura . Profeseor do Ensino Superior qu Direção Benjamin Abdala Junior Samira Youssef Campedeii Preparação de texto Sérgio Roberto Torres. Edição de arte (míolo) Milton Takega Divina Rocha Corte Composição!Diagramação em vídeo “Aristeu Escobar Capa Notmanha Antonio Ublrajara Domiencio i TER SIVERSMARO | mesov guorgos, Hi E em r 2 NOOs ag a i “mio POR A nossa cllização vem da costa c'áfrica, Bernsavo DE VasconcsLos ISBN 85 08 034520 88% Todos os diritos reservados : : Editora Ática S.A, — Rua Barão de Iguape, 10 i ei: (PABIO 2766922 — Cata Postal 656 ' End, Telegráfico “Bomlivro" — São Paulo ; propriedades, Muitos desses colonos, no entanto, protesta- Tãm Contra 6 limite estabelecido pelo rei, pois desejavam im- portar um número bem superior. Por outro lado, alguns historiadores acham que bem antes dessa data já haviam cn. trádo negros no Brasil. Afirmam mesmo que na nau Breroa, para aqui enviida em 1511 por Fernando de Noronha, já Se encontravam negros no seu bordo, Essa preseiiça, como vemos, confunde-se com a formação da Colônia e, depois, do Império, chegando até os nossos dias. A consolidação da economia colonial intensificou o áfico de africanos para o Brasil, especialmente para o Nordeste, onde um tipo de agroindústria se concentrou e floresceu com o cultivo da cana-de-açúcar O negro nessa fase é o grande povoador, aquele que chega em ondas sucessivas para preencher os vastos espa- ços geográficos desocupados. Enquanto o Reino vinha pa ta a aventura da colonização pensando em um breve regres- so, deixando. muitas vezes, a família em Portugal. o negro africano sabia que a sua viagem era definitiva o que as pos. sibilidades de voltar não existiam. O negro dinamiza demograficamente o Brasil O primeiro (o branco) ou se instálava no comércio, ou lutava para conseguir cartas de sesmaria, terras, final. mente para iniciar suas atividades na agricultura. E para & concessão de sesmarias exigia-se a posse de escravos. Um cronista da época dirá, por isto, que 0s escravos negros eram as mãos e os pés do Brasil. Com o deslocamento do eixo econômico da Colônia pa- 12 6 Nordeste, para lá também se concentra 0 fluxo demo- gráfico de negros vindos da África. Para avaliarmos o cres- cimento da Colônia com essa entrada permanente de africa- nos, basta dizer que em 1586 as estimativas davam uma população de cerca de 57000 habitantes — e deste total 25000 eram brancos, 18000 índios é 14000 negros. Segun- do cálculo de Santa Apolônia, em 1798, para uma popula são de 3250000-habitantes, havia um total de 1 582000 es. cravos, dos quais 221000 pardos é 361000 negros, sem contarmos os negros libertos, que ascendiam a 406000. Prosseguindo a chegada de africanos, aumentava o seu peso demográfico no total da população brasileira. Para q biênio 1817-818, as estimativas de Veloso de Oli- veira davam, para um total de 3817000 habitantes, a cifra de 1930000 escravos, dos quais 202000 pardos e 1361000 negros. Havia, também, uma população de ne. gros e pardos livres que chegava a 585000, No século XVIII, o qual, segundo o historiador Pandiá Calógeras. foi o de imaior importação de africanos, a média seria chegado a 55 000 entrados antialmente, Essa massa popu- lacionainegro-africana, embora concentrando-se especial menre na região nordestina, se espraiará, em maior ou menor quantidade, por todo O território nacional. Embora não tenhamos possibilidades de estabelecer o mero exato de africanos importados pelo tráfico, pode. vos fazer vários estimativas, Elas variam muito e há sem- pre uma tendência de se diminuir esse número, em parte porfalia de estatisticas e também porque muitos historiado res procuram Arunguear à nossa população. Essas discus- ses sobre o múmero de africanos entrados no Brasil se re- acenderam quando se procurou quantificar essa população africana cscrava.- e posteriormente a afro-brasileira, paca com isto estabelecer-sz q padrão do que se poderia chamar de homem brasileiro. A apuração da nossa realidade émica excluíria o bran co como representativo do nosso homem. Daí se procurar subestimar o negro no passado e a sua significação atual Essas estimativas variam desde a do historiador Rocha Pombo, que calcula em 10000000 6 número de negros atri- canos entrados, às de Renato Mendonça, que afitmon 1er sído de 4830000. Esse autor, que fez os seus.cálculos basc. i rem u ado em estatísticas aduanciras, não sabemos apoiados em que critérios, pois desde 1831 O tráfico era considerado ile- gal, elaborou 0 seguinte quadro: NÚMERO DE ESCRAVOS ENTRADOS NO BRASIL (avaliação feita baseada em estatísticas aduaneiras) Entradas | Totet | Totaida Periodo Região anuais | ênvo | importação século x | todo o Brasil — - 0000 século ma | Brasilholandes | 3000 | 8000 8000 Pará Goo Recife sod0 século xau | Peri dado | 25000 | 2500000 | Rio de Janeiro | "12000 século xx a dae i8ão) | Mio de Janeiro; 20000 | 50000 | 1500000 durante o E - - | — | asso Fonte: Menoonça. Renato. A influência africana no português do Brasis. São Paulo, Nacional, 1895, Esses dados, como se pode facilmente compreender, são inexatos e/ou incompletos. O problema do conrraban- do obviamente não foi computado como uma variável a ser considerada. Mas O certo é que quase 40% do.total de africanos retirados do Continente Negro durante à existên- cia do tráfico foram desembarcados no Brasil, Conforme dissemos, ele se distribuiu por todo o território nacional. “Em 1819, pelas estatísticas de Veloso de Oliveira, assim se distribuia à nossa população nacionalmente, segundo o ns tiros Sam tom 8 amazonas amo sm uso ae (ma sr ado sms x | | ão eis tintas cmo dê aa ei a Gon dos Cear dio dó aro 26 Aolandedonmo Olga OM Gute 15 Pata mê srs sem uia Pomanbuco mo Om anus má Figos Go o mes sa Gee EE ade snes ris Gr 8 Esso Sto do ao não do Modelo escore aeeo não ado 235 Sio Palo noso om imo 26 Patr em tom ie tê Same Cuatro ame em mem nã RoGase mta G6r mus GeN6o ca Nina Geno cata ssa amem ct Gis E dt Groeo dee Nemo qo q Fat Raves atu Intodução & anvanolgia brasieia Fio Ge Van, Casa do Estdanto de Br, 146 Presença nacional do negro Segundo fica demonstrado por estes dados que ceilerem à isibuição nacional da população negra, esta foi, ape- sar da sua condição dé inferioridade econômica e social, a grande povoadora do nosso território. E não apenas povo ou, mas criou pequenas comunidades rurais em todo o ter- sitório nacional através de quilombos, fundando núcleos po- pulacionais, muitos dos quais existem até hoje. Por ter sido a escravidão um faro de ordem nacional, a peescaça do negro, escravo ou livre; também se espalhou nacionalmente. Em 1872, quando a população negra escee va entrava já em declínio, os escravos constituíam 15,2% da população do país, nenhuma região tinha menos de 7% dê habitantes escravos e à taxa mais ália era de apenas, 19,5%», Podemos por esses dados ver, de um lado, a expres- são nacional da população negra escrava e, de outro, a pro- gressiva diminuição dessa população percentualmente em re lação ao século precedente. Convém salientar, porém, que nessa estatística não foi computada a população negra livre, O que aumentaria em muito esses percentuais. A Mas à certo é que 0 negro (quer escravo, quer livre) o-grande povoador do nosso território, empregando o [ sêu trabalho desde as charqueadas do- Rio Grande do Sul aos ervais do Paraná, engenhos e plantações do Nordeste pecuária na Paraíba, acividades extrativas na Região Ama | Zônica e na mineração de Goiás e Minas Gerais. Q.ngsro não apenas povoou, mas Ocupou os espaços sociais e econô *- micos que, através do seu trabalho, dinamizavam o Brasil A produção de uma economia colonial, e por isto dês. inada a um mercado externo cada vez maior, era fruto des- se trabalho nesro-escravo. E essa economia, que passa pe É la produção açuareirá, pela mineração, produtos tropicais ; € términa na fase do café, é feita pelo negro. No entanto, / esse fato não comribui em nada para que cle consiga um Í minimo dessa renda em proveito próprio. Pelo conrrário. | Toda essa produção é enviada para o exterior, e os senho- | ves de escravos ficam com todo O lucro da exportação e co «nerciálização Houve, de um lado, utná demanda mundial pelos pro duros aqui produzidos, mas, de curro, uma impossibilida. de estrutural de as produtores dessa riqueza participarem e se beneficiarem deia. Isto ócorreu durante todo o tempo em que perdurou o regime escravista, Após 1530, quendo se pode falar reat B mente em colonização, com engenhos montados em São Yi- sente, irerios encontrar um dinamismo crescente na produ- cão colonial brasileira. No século XI à nossa produção já era superior à América espanhola. Os cronistas quinhentis- tas mais representativos, como Fernão Cardim, Gabriel Soa- res de Souza e o padre Anchíera, avaliam a cifra de 300000 arrobas para a produção anual do açúcar brasileiro, o que daria uma rendá per capisa das mais altas do Brasil em to- dos os tempos. Ng outro século essa produção se duplica No entanto, como já dissemos, a grande população negra es- crava não participava da divisão dessa riqueza, sendo consi- derada igual aos animais e assim tratada. Deslocamento para as áreas de trabalho Se isto acontecen no pêríodo da produção açucareira. a mesma coisá iremos constatar no período da mineração. Minas Gerais desponta e consegue O seu apogeu até o últ- mo quartel do século XVIII, como uma nova e florescente etapa da exploração colonial, a mais importante, segundo as autoridades de Portugal. O negro é deslocado para preencher os vazios demográ fios dessa nova faixa de trabalho. Não leva apenas 0 seu srabalho, contudo, mas a sua cultura, ensinarido técnicas de metalurgia e mineração, aperfeiçoando métodos de tra. balho, extraindo O ouro, procurando diamantes para pro-. potcionar a riqueza dos contrazadores e da Coroa portugue- sa. O negro escravo em Minas Gerais, por questões partich- ares, sofre as mais violentas formas de controle'no trab; lho, é vigiado diariamente. Quando fugia, tinha toda uma milícia de capitães-do-mato para persegui-lo. Mesmo assim conseguia extrair do subsolo mineiro toda a riqueza que foi enviada para Portugal e se destinava ao pagamento da dívida que a metrópole havia contraído com a Inglaterra Segundo Aztur Ramos, a quem devemos o esquema acirrá Esta olassificação 6 evicertemente forçada e tem LT inteses. se meramente didático. Os Instrumentos de captuza comer. 4 ter-se faollmente em instrumentos ds suplício, como é fácil : gecuzirse. As correntes, as troncos, as algemas e machos visam princizalmente à contenção da escrava, para transpor. te ou para impedilhe a fugs. Mes esses instrumentos, provo- cando a imobilidade fo:gade, toram-se urr vercadeiso sua clo. Ainda mets: cualquer. um cos instrumentos de captira Ou de suplicic tem um aviltamento moral. * Os. dois instrumentos de suplizio mais usados exam o tronco é o pelourinho, onde eram aplicâdas as penas de açoi- 28, O pilmeiro poderemos colocar coma o símbolo da Justi- 'va privada, e 9 segundo como símbolo da Justiça pública. Mas, de qualquer forma, a disciplina de trabalho imposta ao escravo baseava-se na violência contra a sua pessoa. Ao escravo fugido encontrado em quilombo mandava-se ferrêr com Um F na isstã é Em caso de reincidência coria- , vami-Mé uma orelha. * O Jultiganidito do escravo eta na máforiá das vezes Esito na própria fazenda pelo seu senhor, havendo casos de negros enterrados vivos, jogados em cal- deirdes de água ou azeite fervendo, castrados, deformados, além dos castigos corriqueiros, como os aplicados com a palmatória, o agoite, o vira-mundo, os anjinhos (também aplicados pela capitão-do-mato quando q escravo captura- : do négâva-se a informar 9 nome do seu dono) é mititas ou- iras formas de se coagir O negligente ou rebeíde “Na divisãS Sótial do trabalho, noventa por cento ou mais dos escravos eram destinados às atividades da agroin- 4 Raios, Arrur, À acuizuração negra no Brosi. Rio de Jancito, Neciona!, 1942, p. TIO. O tema desse alvará encontra-se em: Moura, Clóvis, Quilombas; resis- “ência do escreviscto. São Paulo, Ática, 1988, p. 20. oi ntoreeraegernecemder aústria açucareira; atividades nas minas. ou fazendas de café. s Ôs quiros Eraim os clifimados escravos domésticos — “ESsês eltravos, assim distribuídos Hã Rorá dó irabalho, finda a faina coridiana, eram recolhidos às senzalas, onde se amontoavem sem nenhuma condição de higiene ou con- jorro, Os escravos que não eram do eiro e do engenho, da faiscação ou plantação de café, trabalhavam na casa do se- nhor como, mucamas, cozinheiras, socheiros, carregadores de Hteiras, transportadores de :igres, limpadores de estreba- rias, moleques de recado, doceiras, aimas-de leite, parteiras, “fia essa” população que vivia lteralmeme excluiga de qualquer direiro-político constituía a única fonte produ- tora de bens, sob a coerção extra-econômica que a sua con- dição de semovente permitia. Como vemos, 9 escravo era q, Irabalhador fundamental de uma economia que exigia mà tecnica múito complexa, pois nã Grá apenás uma có jomia extrativa, imas uma agroindústria cuja diversificação interna do trabalho era bem acentuada. i — Do eito para a senzala. Antoni assim descreve à sociedade asceavista na épo- ca dó Brasil-Colônia: Toda a escravatura (que nos malores engenhos passa o ná- mero de 150 a 200 peças contando es dos partidos) quer mantimentos & fárdas, medicamentos, enfermaria 4 enfer ro: e para Issa são necessárias roças de multas rril co- vas de mandioca. Querem os barcos, velemes, cabos, cordas & breu. Querem as forralhas cue por sete ou oito meses ar. dem de diz e «e noite, muita lenha; e para isto é mister dois. barcos velejados, para se buscar nos portos, indo um atrás do outro san. usrár, é muito dinheiro para a comprar, 08 gran- des matos, os muitos carros, é muitas juntas de boi para se z t Ê É à trazer, Querem: Os canaviais tarrsém suas barcas, = carros com dobradas squfpações de bois. Quecem enxeças staices. Querem as serrarias rachagos é serras, Que a mmoenda de cosa à basta de naus de le: sobressa'ente, e muitos quintais e ego e de ferro. Quer & carsintaria madeiras seletas e tor. tes pare esteios, viças aspas e rotas; é pelo menos os instrur mentos mais Jsuais, à saber: serras, trados, verrumas, com» passos, réguas, escopros, enxós, golvas, machados, mérte los, cenins e funtei:as, pregos e plalnas. Quer a fábrica ce eguca: faróis, * caldelras, tachas é bacias, e outros muitos instumentos” menares, todos de cobre. [..] São finsmerte necessários, além das serzalas cos asorevos e alba da mo. ratá do capelão, feitores, mestra, purcador, hanqueito e cai xeiro, uma capela decente com seus ornamentos, toda c ana relho do altar, e umas cadas para. o senho: de engenho tor sau quarto separado pare os hóspedes, que no Brasil, falto totelmente de estalagens, são cortinuos; e o edificio do en genho, forte é essaçoso, com as mais aíicinas, e a casa ce purgar, csixaria, alambique e outres cousas, que sor miúdes aqui se escusa esontálas e deles não se “elará. É Esse longo periodo é muito elucidarivo, pois mostra, muito bem; pelos instrumentos enumerados na primeira parte; como O negro escravo atuava em todos os níveis da divisão do trabalho, não apenas plantando e/ou colhendo cana, mas participando, das técnicas e profissões exigidas para à prosperidade. e o dinamismo dos engenhos. Na se- gunda parte, por outro lado, vemos o srande nr pessoas que se fenefciaam, aireta ou indiretamente, des- iadó dos fincionários Essalzadores, , padees, hóspedes e pa” zenies até especialmente o senhor de escravos. Neste mundo economicamente fechado, durante o Bra sil-Colônia somente quem trabalhava era 9 negro escravo. O fausto dessa ecâmôrmia, que permifiã as seiilióres finpor- tarem seda e vinhos da França e O seu comportamento de 5 Antoxt., André João. Op, cit, 2. 18, a verdadeiros nababos, tinha como único suporte o trabalho, da escravaria. que vivie sob às formas mais violentas de E Errorismo permanente, "ou. se rsbelava é fugia para as matas, organizando quilombos, onde reencontrava a sua condição humana - 3 A quilombagem como agente de mudança social Entendemos por guilombagem o movimento de rebel- ge permanente organizado e dirigido pelos próprios escra- Serificon durânte 6 escrávismio brasileiro er to- do o território macio al. Movimento de mudança sociat pro- vOvado; HE ford força de desgaste significativa ao sisre- ma escravista, solapou as suas bases em diversos níveis — econômico, social e militar — e influiu poderosamente pa- za que esse tipo de trabalho entrasse em crise e fosse subsri- tuído pelo trabalho livre. A sua dinâmica expressava a contradição. fundamental, E aquela que existia entre os escravos e os ja, em consegiiência di da época, Ts € Os intereints dat clas- o, poderá consolida. em todas as, da ciilombagem, embora outros tipos de manifestação de rebeliia também se apresentassem, como as guerrilhas e di- versas outras formas de protesto individuais ou coletivas Entendemos, portanto, por geortesem ama constelação organizacional o quilombo, So qual páriani Gu pá convergir e sé aliavaia as demais formido de rebelde “Jomgólãs, mas também porque esses negras urbanos conte-. vam Gomo aliádôs Os escravos refugiados nos diversos qui- lombog gásentes na periferia de Salvador. evalmenre de- verá ser incluído na quilombagem o bandoleitismo dos es- cravos fugidos, os quais em grupos ou isoladamente ataca- vam povoados e estradas, Desse bandoleirismo quifoiib5” Já, 05 exemplos mais destacados são 6s de João Mulungu, em Sergipe, e. Lucas da Feira, na Bahia, embóia inúmeros oliros tenham existido duratité à Escravidão em todo o ter.. xitório nacional. “ar quilgmbáSBmera, por isto, à manifestação mais im- portáite, quis Sipressava a contradição fundamenrel do regime Quilomãe co Palmar 2 - Qui ombos de O nea 11 - Qui ernbo do subúrbio de enganto Camarim 2 - Quilombo de Goiana 18 - Quilombo de Iguaraçu Fontes: diversas, eoorcenadas pelo autor. Especialmente: Mata, Josemir Camilo de. Quilomibes sm Perr ambuco; sécu lo XIX. Revista da Arquivo Sébitoo. Recife, 1978. n. 31, 32. Freças, Gi.Barto. Norelaste. Pia de Janeiro, José Olympio, 1937. PARaiaa , 1- Guitombo do Cumbe 2- Quiombo da serra de Capuaba. 3 - Quitombo de Gremame (Paratuba) à - Quiombo do Livramento Fonte: Posto, Valdice Merdença. Pareiba sm preto e breno, João Pessoa, s. ed. 1976. REGIÃO AMAZÔNICA 4 - Amapá Olapocua e Calçoene 2. Amapá: Mazagão E. Pará: Alenquer fio Curuéy &« Pará: Óbidos frio T:ombetas e Cuminá 5. Pará: Caiu Supim 6 - Alenbaça (hoje Tucurui), Cametá (rio Tc 7 « Pará: Mocajuba (litoral atlântica do Pará) 8 + Pará: Gurupi (atuzl divisa enire o Perá & o Maranhão! S - Marenhãe: Turiaçu fic Marecagumel “0 - Maranhão: Turiaçu érlo Turiaçu) “1 - Parê: Angias (laçoa Mocamao, ilha de Merajã; 42 - Margem do baixa Tacamirs: Quilombo ce Felia Merie. ararhe ntins) Fonte: Saes, Vicente. O negro no Parg. Ric de Jeneiro, FGWUERA, 1971 RIO DE JANEIRO 1- Guiiomba de Mantel Gorço 2 - Quitombos às marzens do rio Paralha 3- Quiiomhos na serra dos Órgãos à - Quitombos da região de Inhetma 5- Qul.ombos dos Carnpos de Goltacazes eee ” &- Quilombo do Labioa 7- Quilombe do marro do Desterro 8- Bastilhes de Campos lacilombos arganizados pelos abe. Ecionistas dac-eia cidade) Fontes: diversas, esordenadas selo attor RIO GRANDE DO SUL Quilombo do negro Lúcio d'+a dos Marinheiros) Quilombo do Arrcio Quilombo da serra dos Tapes Quilombo de Menus: Padeiro Quilombo do município de Ric Perco Quilombo nê serra do Distrize de Couto Quilombo no munleípla de Mentenegro (?, Note: & interrogação poste cepois do ouilombo do municipio ca Montenegro significa que às fontes informativas não sec corclusives quanto à sua existêneis; o quilombo ce Mani Padeiro é chamado, em algumas fontes, de Manuel Pedreiro Fonte: Massrar Fino, dos& Mário. O escravo no Rio de Su! Porto Alegre, Escola Superiorce TeologiaSzc Lourenço de Brindas/EDUCS, 1984. SANTA CATARINA Quilombo da Asagoa (Lagoa) Quilombo da Erseada do Brit Outros quilombos mensres " trabalho” ue devem ter dado musto Fonte: Piazza, Walter. O escravo numa economis minifunciá- ria, São Paulo, Resenha UalversitêrialUDESC. 1975. SÃO PAULO 1- Quilombos dos Campos de Araraquara 2 - Quilombo ds cachoeira do Tembau 3. Quilombos à margem do rio Tieté, no caminho de Guiatê à - Quilombo das cabeceiras do rio Corumatei 5 - Quilombo de Moji-Guaçu 6- Quilombas de Campinas 7 - Quilombo de Atibaia 8 - Quilombo de Santos 3 - Quilombo da Aldeis Pinheiros 10. Quilornbo de Jundiai 11 - Quitornbo de Itapetininça 12 - Quilombo da fazendo Monjolinho (São Gartos) 43 - Quilombo de Água Fila 14 « Qullorabo de Piracicaba 15 - Quilombo de Apial (de José de Oliveira) 16 - Quilombo do Sitio do Forte “7 - Quilombo do Canguçu 18 Quilombo co termo de Parnéiba 18- Quilornão sa Freguesia de Nazaré 20 - Quilombo de Sorocaba 21 - Quilomba do Gururu 22 - Quilombo do Pai Fetipe 28 Quilombo ds dabaçuara Fontes: diversas, coordenadas pele autor. SERGIPE Quilombo de Capela . Quilombo de Itabaiana - Quilombo de Divina Pastora. - Quilombo de Itaporanga « Quilombo do Rosário 8 - Quilombo do Engenho do Brejo 7 - Quilombo Ge Laranjeiras - 8- Quilombo de Vila Nov 9 - Quitombo de São Cristóvão 10 - Quilombo da Masoim 17 - Quilombo de Brsjo Grande 12- Quilornbo de Estância 18. Quilombo de Rosário 14 - Quilombo de Santa Luíza 15 - Quilombo de Socorro 18 - Quilembos do rlo Cotinguiba 17 - Quilombo do-lo Vaza Barris Fontes: Fiauerazoo, Ariosvaldo, O negro e a vialênoia da bran- co. Ria de Jeneiro, José Álvares, 1977. Moura, Clóvis. Aebe- fiões da senzais. 4, ed. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1858. Mor, Luis R. B. Pardos e pretos em Sergipe (1774-1851), Se. parate da Reviste do Instituto de Estudos Brasileiros, São * Paulo, 1876. Sampaio, Aluysio. Os quilombos do Gotinguibe, Seiva, Salvador, 6/1). 3 Essa pequená listagem bem demonstra como a quitom- bagem era um fenômeno nacional. Convém salientar que dênios ver Umá corrente migrarória quilombola para as fronteiras, especialmente rumo às dos países vizinhos, des- tacando-se, nesse sentido, a que demandava às goianas movimento migratório chegou a impressionar e preo- cupar &s autoridades e políticos, tendo Tavares Bastos a ele se referido como um elemento de fraqueza militar. Diz ele nesse sentido: O governo oriental ne úntime guerra (1864) axpedira errissá. rios pera sublevarem os escravos do Pio Grande. Na Cruz Al. te em Taquari é outros lugeres house par issa tentativas ce insurreição. Muscz e Aparício, cheies orientais, irvedindo aquela drevincia proclamaram que vinham car liberdade aos escravos. O último relatério do Ministério da Justiça atribui a manejos de alguns orientais as tentativas de Insurraição em Taim e Taques, Além disso, no témpo de gaz, & fuga Ge escravos pa. ta as territórios vizinhos é outros fatos promovem conílitos entre es eutoridedes e amarguraram algumas de nossas quessões internacionais, Ainda há pouco, eotlcia-se da Ner. te à fuça de ascravos do alto Amazanas pars o teritério do Pery 9 uma considerável evasãc de ouiros do Pará para o terrltário da Guiana Francesa ou para o terreno contesta do do Amapá.“ Como vemos, os escravos fugidos se acoitavam naque- les países onde não havia mais a escravidão, criando, em cansegiência, vários problemas diplomáticos. Por mdo is- to, à quilombagem — até hoje estudada como um elemen- to secundário, esporádico ou mesmo irrelevante durante a Xe Bastos, Tavares, Resposta à uma carta de Chameravos da Antistavery Sociers, Im: Castro, Edison. Aniologir do regro brasileiro. Porio re, Cloba, 1950, p. 29. a escravidão —, à medida que os cientistas sociais avancem 5 suas pesquisas, demonstra ter sido um elemento dos nas mais importantes no desgaste permanente, quer social, eco. nômico e milirar, no prozesso de substituir-se o trabalão es- cravo pelo assalariado. 4 A variável cultural | nas onegro são apenas povoon o Brasi é deu-lhe pros | peridade econômico através do seu trabalho. Trouxe, ta! Í bém, as suas culturas que deram o ethos fundamental | cuia brasilia ; Vindos de várias partes da Ática, os negros escravos trouxeram as suas diversas marcizes culturais que aqui sobre viveram é serviram como patamares de resistência social «o regime que os oprimia é queria transformá-los apenas em máquinas de trabalho. Em todas as áreas de trabalho os atri. | incorporavam os seus modos de vida — a sua ceigião f i í * sob o controle do aparelho dominador. A exteriorização dEsgês traços culturais somente era permitida como de dominação social, isto é, enquanro os negros permane- cessem usanco-as como manifestações de uma classe domi a para aqui vieram tinham isto em comum: em anteparos de resistência do escravo na situação espe cial na quel 0s seus mêmbros se encontravam, Houve, p isto, uma Subsritilição de furição desses padrões culturais, especialmente das suas religiões. Q escravo resistia.com as punha, é as suas culrucas 5 deseo jpgram mo vélcilo ideológico de luta na socied: Após a escravidão, os BrUpOs negros que se organiza- ram como específicos, na sociedade de capitalismo dépen- deité que a fubstitido, tambêm dproveirarami os valores Isto não quer dizer que se conservassem puros, pois so- frem 4 influência aculfurativa (isto é, branqueadora) do aparelho ideológico dominante. É urna luta ideológico-cultu- tal que se trava em todos os níveis, air sog olhos. O exemplo das escolas de samba, especialmente no Rio de Taneiro — que perderam a sua especificidade de protesto simbólico espontâneo de antigamente para se institueionalizarem, assumindo propôrções de um colossalis- mo quentitativo e competitivo antipopular e subordinando- se à instituições ou grupos fihanciadátês quis às despersóna- lizam inteirá ou paicialmênte do seu papel iniciál —, sem. plífica o que estamos àlismando. “Mestity Quando a iemárica é eventualmente de protes- 10, cla está subordinada a uma concessão ideológica, impli- cita ou explícita, dos grupos que as dirigem, orientam e pa- trocinam. Por outro lado, a dinâmica interna desses grupos en- contra combustível ideológico para reagir e criar novos gru- pos que se articulam dentro de padrões afro-brasileiros in- dependentes e reiniciam à trajetória abandonada pelos gruz pos negros que se institucionalizarem. ransformaram- 5 O negro e sua participação política Qunssro. não apenes povoou e criou a riqueza nacio- nal, assim como transmitiu a sua cultura, más, também, participou da sua vida política. Em quase todos os movi- mentos sócio-políticos que te desenrolaram no Brasil durám- te a-sua trajetória social e histórica, houve & par a sontribuição do, negro escravo ou livre. Sem nos re mos aos quilombos, que tambér Consideramos movimen- “os políticos independentes, dos próprios escravos, em to- das ou quase todas as lutas que se tráxgram ou foram pro- jetadas eles estiveram presentes, quer na Colônia, quer no Império, aré chegarmos aos dias atuais. Nas Jutas pela expulsão dos holandeses, mas h la Independência é a sua consolidação, na Revolução Far: roupilhá/ Aôs motimentos radicais da plebe rebelde, como a Cabanágen, flo Pará, hó Mvimênto Cabario em Al&” gigas, ele esteve présente. Também ná Incoiifidênçia Mi Tê, Ná Inconfidência Baias, para lembrarmos mais alguns, a Fit preseliça é indoniêstável como elemento majoritário gu como participante menor. Após o fim da escravidão do Império, o negro se incórporaré àós movimentos da “o plebe, como em Carados, na comunidade do beato Lourenco, e, rtais destacadamente, na revolra dé João Cândido. Desde as primeiras lutas sociais no Brasil ue o negio ao deras participar, conseguiu ampliá-las e transformá-las em Íutas sócio-raciais. Isto é: colocou um componente no- vo, gbriu.o leque de participação é réivihidicações, porque uniu essas luras de explorados às reivindicações dá eiaia ne- sra; Que além de explorada Era discriminada racialmeate. As invasões holandesas e o negro Durante as invasões e o domínio holandês, os escravos e negros em geral tiveram ativa participação nas lutas restau- radotas. O seu comportamento não foi ui aje dSsúmirare uma posição radical dessas tas faeiram para as matas, a paiealá dé négros, éstiavos ou livres, aderiy ao movimento contra à permanência dos holandeses versas origen, muitos deles pertencente ãos Jenfúndiá-ios escravistas, Os, quais 6º Gpuniâm, por interesses econômi. cos, ag domínio baravo na colônia portuguese, Já na primeira invasão holandesa, ocorrida em Salve- dor, em 1624, os negros se comportaram bravamente dian- invasor, Nó Ínicio, os Holandeses que ocuparam a ci- gade também organizaram milizarmente sliram ficar a seu lado. Segundo depoimento de Johann; Gregor Aldengurgk, foram aiguns destinados a trabairar, e outros, armados de arcos; fleotas, velhas espacas espanholas, rodelas, siques e se. bres de abordagem, se organizarem numa compenhia de a negros, para capitão de qual *ai escolhido um dees próprios. enamado Francisco. *£ A essa tálica dos holandeses, recrutando negros evadi- dos, revidaram os portugueses com & máxima crueldade Estes organizaram, por seu tuo, os escravos de Salvador que não fugiram, para desempenherem “unções milrares na cidade sitiada, Nessa primeira invasão holandesa de Sal- vador (1624/1625), & iegro Párricinou das escáramucás quêr de uni lado; duéi do vuiro, ines hãé ievé úm projeto de emBricipaças próprio.” Nasennido invasão Tealizade no Recife, as negros tam- bém âmajam, dessa vez máis prólóngada e dindiicainente. Henrique Dias; tonfonnê já dissemos, colocou-se ao lado dos latifundiários de Pernambuco e do governo colonial português, Foi um guerreiro eficiente, Lutou nas batalhas das Tabocas, feriu-se várias vezes e conquistou títulos hono- ríficos do rei de Portugal, Por outro lado, Calabar deu inuú- meras vitórias &0s holandeses, cambém demonstrou um al- to espírito militar e grande capacidade de comando, tendo, em determinada fase da luta, feito virar os êxitos militares em favor dos batavos Ko entanto, Henrique Dias. após a exgulsão dos holan- deses, queixar-sa-ia 20 rei pela forma desrespeirosa e hum. Thante como ele e seus homens estevam sendo tratados pe- as autoridades jócais, Calabar, ao ser capturado pelós por: tugueses é brasileiros, é julgado E cosidenâdo à tmorte, não tendo os baravos feito nenhum esforço pará livrá-lo do gar- rorsiailo... Somente os negros de Palmares, que. escolheram a via. independente de litá, conseguiram auto-afirmar-se até 1695 Diurânte a ocupação holandesa, conforme vimos, os negros Sé porigram de três Toruras: 2 AtneNquRax, Iobana Grego. Retação dia conquisi e perca ca cidade te Salvaçor pelos holandeses em 1626-1625, São Paulo, Bresliensia Do- mumenta, 1963, p. 277 a) fugiram para as matas e organizaram: quilombos, sendo o mais famoso é aquele que mais durou a Re- pública de Palmares; b) participaram como soldados e guerrilheiros ao la- do das tropas luso-brasileiras; &) lutaram ao lado dos holandeses A esses três tipos de comportamento deverhos acrescen- tar o bendoleirismo quilombola, exemplificado nos bosch- negroes (cómo os Holandeses Chamavam os negros), que ata. cevam as estradas, “axendas « engenhos indistintamente, fu- gindo para as matas após cada surtida. Sempre querendo a mudança social Nas furas que se seguiram à ocupação holandesa ele es: tará presente, de fórmê violenta ou pacífica, pouco ou mui to significativa, mas sempre atudare,"—— No movimênto de Felipe dos Santos, ocorrido em la Rica (Minas Gerais), no ano de 1720, vemos notícias da participação de portugueses com os seus négras. No dia “23 de Junho de T726, seit mascarados, juntamente com muitos pretos armados, desceram do morro onde se encon- travam, invadindo e depredando casas. Em seguida inritma. ram o governador a não abrir mais novas casas de ão, símbolo do terrorismo do fisco naquela.época.. Também da Inconfidência, Mineira, embora não se possa chamar esse movimento de abolicionista, os escravos negros participaram. João Álvares Maciel, filho de um ca- pirão-mor de Vila Rica, ao depor nos autos de devassa, con- fessa que pão O númeo cedo ta ado ais mm gui do capitão-mor Unha as suas razões. Os escravos mineiros a àquela altura baviam fundado diversos quifombos em qua- se toda a área da capit; “anto Ísto é verdade que o re. cElo do Alho do capitão mor era endossado por Alvarenge” Peixoto, que não desejava radicalizar & Inconfidência ao ni — verde pREIapaçãO do escravo Como agente político dinâm So nos seus quadros, Por outro lado, O sargento Luis Vaz de Toledo propu nha que gs escravos participassem. to com os Inconfidentes, pois, para ele, “um negro com uma carta de alforria à resta se deixava mrorer”. Essa par | ticipação foi parcial e pouco significativa, pelo fato de que em Sabará, segundo depoimento de Brito Malheiro, “se pu- seram uns pasquins que diziam que tudo o que fosse ho- mem do Reino havia de morrer e que só ficaria algum ve. lho clérigo e que isto foi posto em nome dos quilomboles” Isto bem demonstra como os quilombolas estavam atentos aos fatos políticos que se desenrolavam na cidade. Na linha de frente Se na Inconfidência Mineira não podemos ver a ação prática dos negéos (mesmo porque foi um movimento sem prática política), na Inconfidência Baiana (Revolta dos Al faiates), de 1798, essa participação é bem mais visível e di rea. Ísto porque Baiana tinha. objetivos bes criminados na sociedade colonial da Bahia da Cpo: Um dos seus líderes | Mani Fáustino dos Sanrôs, ao ser perguntado sobre quais seriam os objetivos do levante, não teve dúvidas em afirmar que era para a escravidão: tras deseja lenta, regular legal. O governo não engana rirçuêm; 2 coração se lhe sengra ac ver longinaua ra época tão interessante, mas não a quer prapóatere. Pa. tistas: voseza srcpilasades ainda às “vais onucnartes co ideal de Justiça serão sagrâdes: o Governo gorá metas de dl minulr 6 mal, não o ferá cessa: pela força O, liberalismo escravista, que marcou como ideologia quase todos os movimentos de mudança social quer no Bra- si Colônia, quer no Império, ieclarava-se defensor da es. amomaticame p dir daria, Aliás, esta será uma constante do liberahimo escra- ASAS aproveitar-se da disposição dinâmica dos escravos no sentido de mudar O sisterna de produção vigente , pos- teriormente, descartá-los da composição da nova estrutura de poder, conservando a instituição escravista. Essa tática da classe senhorial de usar o négro como massa de manobra vem desde as lutas conira os holandeses e continuará posteriormente. Nas luras pela consolidação da independência o mesmo quadro se repetir. Parte de es- cravaria irá lutar. ou sob as ordens dos sens senhores ou por vontade. própria ao lado das fileiras independentistas. Mas, a Independência também não o libertou. Conquista-se a independência, conserva-se a escravidão. Conforme vimos, logo depois do grita de D. Pedro E artiéntaram-se os mecanismos políticos que irão organizar o novo tipo de Estado. Enquanto isto te verificava, havia necessidade de se organizarem núcléos patrióticos para con-- solidá-la militarmente. E O nepro foi mais uma vez mobili zado, Qs eserayos, no entanto, não aceitaram passivamente 1 ; o a situação de simples objetos mandados pelos seus senho- ES, E estagio para as maias, engrossando 6 confin- Resumindo pódeios dizer qe o elemento nego (es- cravo ou livre) tsve quarro formas. fundamentais de com. portamento: 1) aproveitou-se da confusão e fugi par as. maias debandando dos seus senhores. su E uetandosea ar E para ci 4) Jutou por Ea "obaência aos aos «eus EenBóresi e 4) participo ridades não tiveram dúvidas de reprimi-la com violência A defeca da propriedade escrava, da mesma forme como nos movimentos anteriores, apresentava-se como medida prioritária. ÍO Governo Provisório que ze instalara na pro- vincia procura dbaielar-se contra os prejuizos que essas fugas continuadas cepresentavam aos senhores é contra O perigo que slgnificavam à ordem social baixando es segui. 1y Que toda e qualquer pessoa que thvor em seu poder aigum escravo que por legitimo sítulo- lhe não sertança, o enire- gue ao seu verdaceiro serhor; e, ignorando cuem ele seja. vá logo recolher £ cadeiz mais wzinha. entregando-o 80 Juiz resogctiva; “sto no prezo de quinze dias depois da peslicação deste, abaixo das zenas estabelecidas côntra os tecaptores dos escravos elhiics, 2 Quezados os Juizes e Capitães-Mores fagar a mais axar <aindagação pera descobrirem tais escravos a fezê-los pren» der. Recolhicos que sejam 3 cadela, darão conte zela Se- cteteria deste Governo, remetenda uma lista circurstarcia- de, na qual se Seolarem os norres, nação e sinais cos so bréditos ascravos e a duem pertencem, sendo qua elas o contasse; outrossim declarem es «encimentos zue tiva. rem os Capitães-So-Mato ou quem 68 for prender, os queis sa deverão regular pela distância em cus forem presos com relação à morada dos referidos Capities-do-Mato, aa conformidade do seu reglmerto: a o dia em que fererr. s recolhidos à csdeia a fm de saberso o quenio tem ces- pendico o carcereiro em corredorias, o cue tudo se izz par blico pela folha que chegue à noxícle das seus donos. 3 Que todos os gropristários de Engenhos é Fazendas inca. guem se nas suas terras se acolhem alguns destes escra. vos e 25 farão prencer e remeter à oaceia izlntia; e não os podenda prender, por se recolrerem às matas, cêer 1o- go parte nos Capisães-Mores e Juízes, deolasando o lugar once ines constem que existem, '< 'oda Essa participação dó negro nos movimentos so- ciais e políicos resultou, sempre, em uma experiência frus- trade. Uma república de homens livres no Brasil escravista Uma exceção, no entanto, deve ser feita: a sua parti pação na República de Piratini. Em pleno regime escravis. ta, durante o Segundo Império, os eserávos viveram em. esdado dante, os apos de JE3E 6 1846, um momeneo do pilha e na proclamação da, pou o espaço geográfica dos atuais Estados ds Santa Cata- Progresso, 1957 E. * Apud AnanaL, Brás do, História dades e sacar, as nsdes tita, so o contrário da. r05 movimentos, à sud razão de sei nicaimente e não sendo Se tipo de atiidado, 08 seus DxomGRoreS dificuldages em alforriar os seus ser homens livres, tendo a éi joria se eligajado nas | Ho “pas di fartdpos, Far SAfar los Tai repubiGaRa: províncias insurgentes não receberam um con- tingente demográfico africano considerável em relação a ou. tras, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Ma- nhão e Babie, embora q seu coeficiente tenha sido bem maior do que se supõe. O tipo de economia pastoril e extra- tiva prescindia do escravo ou o usava em quantidade bem inferior à dos engenhos de açúcar do Nordeste ou na mine. ção. Por outro lado, os trabalhos agrícolas, especialmente da erva-mate, também não eram de natureza a exigir uma concemração de braços escravos como a que à economia dos engenhos ou a da imineração impunham. Além disso, devemos salientar que, nas regides fronteiriças, havia sem- pre o perigo de O escravo fugir para outros países, Daí não terem .as camadas dirigentes da República interesse em manter a escravidão. O Rio Grande do Sul tinha, na época, 100090 negros na sua população de 360000 habitantes. O escravo negro participou nesse episódio como afia- do Jivre, criem Feras de pero militar para 0 4d. gersário em rodas ás ão db ditina hora, Desde a tomada de Porto Alegre pelos farrapos, quando se inicia a revolta, o escravo negro estará presente, resgatando a sua liberdade com essas lutas, Todos os depoimEntós EO negro 1 Ea EpoCa Afinal úie O negro Toi » um aliado dos mais importantes da R: de Piratini Danic de Layianio: No ssange sobre à capital, er 20 de junho = em 30 ce junho [és 1835, é no cesco de Pelotas, em 1838, cue marcam os passos inicis's e impontantas das querras de dez aros, es es- ersvos neç-cs tiveram um lugar de primeiro plano. Os negros, escravas ou libertos, iam, daí par diante, to- nar es posições da saliente coragem e entusiasmo de lu-ar. Foram elas elemercos de colaboração, entraram com as primeiros insurtatos, estivezam so par dos segredos e das senhas revelucionárias e tomararr perte na prirraira axalar che que se jageu corta à Império. O major João Manuel de Lima assumiu o comando da 1º Legião de escravos que entrou na cidade ds Pelotes Os escravos tinham 132035 de sobra para corabatsr ao lado dos farrapos, O sentido antiescravisra dos seus líderes justifi. cavê plenamente esse engajamento. Berra Gone mingos de Almeida, minist MtErior da o. vei E SERA REPUBIG “espeivamiento ao obras que prenderem. negros soldado FEFTONpT 7 O Presidente da Renblis, peza sebvinck vels da humanidade, não consentindo quero Ie riograncer é se de quelquer cor que os acidentes da Nacureza os terham é imune é nãos gado o indigna, báriaco aviltante e afrentoso testamento que lhe pragara 6 infama Go verno Imperial, em represália so que lhe é provocado, Decre-a: ARIgo Única: desde o momenio $m que acuve: sido aoeltado um homem ce cora solto da República pelas zu- torigades do ras, o Goneral Cartend :a-Chaio do Ex É clte, ou Comandante das diversas divisões do mesmo, ti rará a soria aos oficisis de quaiques grau que sejem das! trogas Immnsriais nossos prisioneiros, e fará passar pelas 4 armas equele que & mesma sorte designar. : / randensê, Porco alegre, mExiano, Dante de, História di Pepiíbiica rio Globo, 1936, p. 14. «iodo a sa rmedida extrema de Bento Gonçalves bem: demons- tra o níve) de valorização dos negros combatentes por par- “e dos farroupilhas. Isto porque, como é evideme, q negro desempenho como soldado. Porém. farroupilha. Éim várias sranidades tiveram de provar a Air BRAVE Conforme o <estemumho de outros participan- tes dessas refregas. Rafael e Procópio, negros, participaram juntamente com Garibaldi, que aderiu aos jarroupilhas, dos combates que suas tropas travaram em Camaquã con- tea Frederico Moringue, das tropas imperiais. Muita da re sistência que foj oferecida aquele chefe legalisra ds disposição dos negros Que esevait xo Sé la O próprio Caribaldis-que-cão ativimênto participou ao fado das tropas de Bento Gonçalves criando, mesmo. a auréola de Heidi de Dois Mundos, nas suas memórias refo- re-se eloglosamente a esses combatentes Esse intermeçro de liberdade durou pouco, porém do ram ur am con eláusala na qu: ve EURO revolução” ont se instalar. emos, uma reptb] Nas demais províncias vemos uma economia es da. com uia população ilepra incorporando -se aos tipos Te sionais de exploração camp às téiilicres não 1É- fara investir na dinamização cadente O RESFo é, âssim, néquelas áreas, já analisamos antes, a uma econo- dessa economia d incorporado, Decomposição da sistema e comportamento senhorial Desta forma, na passagem de crise pai são do sistema escravista TEMOS Gas serfentes seonômicas À pomeira cra à do” depto e estagnada do Nordes mercadoria aínda através do trabalho, escravo, o que sra dh ijatconismo. Tudo isso levava a que se pensasse em oútro tipo de organização do trabalho. No Brasil, ao se pensar em novo tipo de organização do trabalho, por miecanismos ideofógicos elitistas, pensave- se, também, em outro tipo de trabalhador. E aqui se cru- 2arm os preconceitos racistas das nossas elites com os inte. las: MOURA, Clóvis, O Hegro; de Doi escravo sau cidadãs? | Fio de Janeiro, Conquista, 1977, passi. s resses x sercantis daqueles segmentos da barguesia nativa que se organizaram e investiram para explorar a empresa imigrantista. Essas caztes que co visreo fizeram com que, 4 parár de 1871, o mo iménia bo” Jicionista se. organizasse ém pequenos etupos de boêmios é intelectuais influenciados por idéias liberais mais radicais Nabuco, registrando o início de: By Escreve guram a crise estrutural do escia. Não há mtito se falz no Brasil em abolicionismo e Parido abolicionista. à téie de suprimir a escravidão, !ibariando as escravos existen-es, sucadau à idéia de suprimir a escra- visão, entregando-lhe a milhão a melo da homens de qua ela se achava de posse em 1877 é deixando. acabar com: eles, Foi na iegislatura de 1873/80 que, pela primeira vez, se viu dentro e fora do Partamento um grupo de homens faze: de emancipação dos escravos, não ca limitação do cativeiro És gerações atuais, a sua bandeira política, a condição pre rúiner dos saridos. à história das posições que à Esoravidão encontrara até então pode ser “esumida em poucas palavras. No perio- do anterior à Independência e nos primeiros anos subseqler- 188, Tcuve, na geração trabalhada pelas idéias liberais do co. mago do século, um certa desdsgossego de consclêrcia se- la necessidade em que ela se viu de realizar a eriancipação nacional, deixando grende parte da população em caúeeiro pessoal. Os acontecimentos políticos, porém, sesorerarr a azenção do povo, e, com a revolução de 7 ce aixil de 1881 comsgou o serlncio de excltação que durou até a Maiorida- de, Pol somente no Segunda Relnada que o prograssa dos costumes públicos tomou poesívl a primeira resistência sé ria à Escravidão, * Somente quando o escravismo entra. em crise estrutu- ral, crise que tem GIO co: inção do tráfico, comê: E epoca di Dic “de JSEO, secando o prémio Nabuco, é que e abelicionismo “E Naguce, Joamcim. Op. cit, p. 12 resenta uma proposta meti Como vemos, a dinâmica râdical interior à esse movimento comtrz a escravidão parti dos próprios escre vos, airavés da quilo nBager, Nestas circunstâncias o povo, especialmente os grupos residentes nas áreas urbánas, enchava 0 eseravos fugido. As leis contra esses aros não eram mais aplicadas. Em 1883, funda-se a Confederação Abolicionista, que atuará nacio- nelmenre. O.Clybe. Militar, em 1887, através do seu p dente, mostra as desvantagens de O Exércits sagar negros figidos- como queria governo-igaperial, Dixe.carta envia- da ao então ministro da Guerra Manue! Antônio da Forse- ca da Coste: 19º Ex. Pe fderechel co Exéccito Visconde da Gávea. Não 6 tanto sele voz da caridade, a humenidece, da jusiça, e da azão que a Gluse Mlitar. de que sou érgzo, dé esse passo Não é cento paia cadenção dos ostivos que, Foje, opor berrai. ras à forte corrente abolicionista é imstudência, hoje que se faz ouvi: à voz da lprera de Cristo, hoje que cs supremos ministros de Deus-19mem, de Deus a ceridade, afinel, falam & qué Fá mu'to deviam clasrar. Não é sento pela injustiça clamo:osa do marticinta ce cretado a cmens que buscam a liherdede sem combaies dem represálias; é pe 0 papel menos decoroso, menos S'ç ne que se quer car ao Exérclie O Exétaiio é sara a guerra Isal, ne defesa do Trore da Zátria, para outros afazeres que neceásitem força arma. de hé é polícia, aLe alistov-sé para esse sim, A V. Exê, pois, venho pedir que se clgre der andames. Jo ao requerimento junto que tenho É hos:a de passa; às mãos de V. Ex?, porquanto € ganiço — pegar regros fugidos — selo Exército, sê pare ur é “ácil e agradável, care sutros é repugnante e poce torranse improficuo; reste segundo caso, cuja verdade 6 0 rãe-curprirento de crdens, embora salves as aparências, há presuizos, verda da força merale in para a esp a O serviço — pega: negres lugldos — é congênsre, a tudo e poí tudo, ao astige — captura de reg:os novos — am que tambéra não “via curmprimeasa de crddens, serdo a cite ençe Única esse ce que artão <s ordens eram dacas no ser to de se “alher a diligércia, e o resutado c iase sempra esa 'o contrário, fazia-se a cesturs; hoja quer-se a captura, e o te- sultado será a “elha, Dinseá que nada :enos com isso; é um ergano, per. que soraos soldados 6 vemos as mesmas inconveniâncias sisciplinares é perseguições como 25 que se davam antica- mente, quer em relação aq não-cu“rsrimento de o:dem, quer sobre à ação comre 0 oficial cus fazia à castura desejada. V. Ex? tara paciência eceite o reque:imento, once aproveito a ocasião zara parentear a adesão e fcelidade ão nosso bom Imgeradar a à sue cirastia, que somerte sonos. co, com a Exérckia e Armada, pode e deve corar. De V. Ex? at amigo e camaraca iraito grato — Merechalde-Campo ra. ntel Decdore da Fonseca — Rio de Jareira, 25 de outubro de 1887, Como vemos, foi o Clube Militar, uma sociedade civi! de militares, quem FESTSON, 0 papal decapiio-degaiá. não o Exército como institu =>""Pôr ouiro lado, somando-se a esses fatóres, nã últi- ma fase da escravidão, a simples fuga passiva dos escravos já era suficiente pare desestebilizar o sistema ou condicio- mar psicologicamente os membros da classe senhorial e ou- tras camadas sociais em desenvolvimento, Xa fase do que ctiamamos escravismo tardio, a insegurança na compra de escravos e a pouce pouca a remrabilidade « de. seu au trabalho, rar sui Crie aa ue O nano seus pia eculação. Nesse sentido, escreve Vicente Licinio Cardoso: Er 1584. em plerc Zarlamsnra, uma cortissgo gravissime. de Andrade Figueira, traduzineo a abaio des fuges dos esc:a. vos err grances sragsas, bem diria o periço do ememento: “O contenlência à disciplina, conquarto ssa a “elta cometida de disc, sendo imoossivél srova posa Já perdeu & conitança na única indústria que alimerta anosse riqueza, a incúsira agricoia. Os capitais sô procuram ] j | il I | E É i emprego, em apólices, não amesganco segurança em cutre peste”, O papel da guilombagem, mesmo na fase do capitalis- rão tardio, quando er& apedas passiva, conseguia influi na apisação de cspius, poha adrome do eo srs & specu passara à procurar qutn E Evoráias e ERbros de inpetmeo. “Além dessas causas esteutusais, fatores externos levam o sistema esoravisra a um impasse cuja solução foi a Aboli- ção sem reformas. O dilema se apresentava diante dos a- zenâeicos: ou aceitavam a Abolição compromissada como é Trono queria, conservarido-lhes os privilégios, eu corre- riam o risco de ver à Abolição feita pelos próprios escra- vos, através de medidas radicais, como a divisão das terras senhoriais. A concordata foi feita. O problema da mão-ds otra já estave. praticamente zesolvido com a importação de milhares de imigcentos o ERG doc como sobra na periferia, a in aaa remaniputato end E ves da sonledade (8/o-UNISNIS Rara TO dependente é implantado, perfurando até hoje 1 CARDOSO, Visente Licínio. 4 m ária do Bras. 2. ed. São Pacio, Nacioni!, 1938, 9, 155.6 “do mecanismos de barragem para O negro RE Todos BNAr 1 Em busca da cidadania : , Ser negro é os costumes cizeremauevaister decor. cuistar os direitos que a constituição te garantia já. TLrnea Bpow de. ciais da Abolição O dia J4 de maio foi festivo para grande parte dos es. Dr sa SRS Eae crávos que sajrani dás tenzatas. Durante a euforia predomi- mánie, SOpUSRFERA que Havia conquistado a liberdade « E À princesa Isabel passou a ser, para à fo da redEmena a capvaiTo OX cicesc TeRá à NA eqipáração sos demais cidada rn Houve uma parcela de negros que criou 0 isafelismo, pen. samento que reivindicava a defesa da princesa regente por acreditarem que ela fosse à personalidade que os redimira da escravidão nin ais dé Bonaáe Dessa. TT Tosê do Patrocínio foi o mais fervoroso adepto do isa. delismo, é procurou aliciar libertos para defender a'monar- quia ameaçada pela onda republicana que crescera ap: a Marinha de Guerra, pois comandavam, praticamente, a ar- mada e tirham os canhões das suas belonaves apontados para à capital de República. Depois de muitas reuniões políticas, nas quais entrou, entre outros, Rui Barbosa, que condenou os “abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo. levantarros a indignação dos nossos compatriotas”, foi aprovado um projero de anistia para os amotinados. Com isto, es mari Pheitos Gestora so bandeira vermelhas cos magros dos es A revolta Kuviadurado-cihco-dfas 'é Terinina” apar D à. Desaparasia, assumo não, da ghivar porma! de punição dis: ciplinar nã, Marinha de Guerra. do Brasil ce Fogão militares, aão-conformadas com à solução polfiêa enconTádE para” GH agardi--sérto comrá. Os marinheiros. João Cândido, sentir “a pEuN O rConive Geralda Bevsliç arm Rui Barbosa e Severino Vigira, qu ja em favor deles, mas sequer são recebidos. por esses dois olieos Tinem-se, agora, civis e militases para desadron “belos da Maiiiiha'de Guerra” porcetes atingidos. Fi spterverr. uni” deúreto pelo qual “amalquer-smarinhenio + sumariamente démitido. Ala que haveria uma outra sublevação. Finalmente, afirmam que à guamição da ilha das Cobras havia sc sublevado. Pre texto pata que a repressão se descncadeasse violentamente sabre 45 miarinHBiPas Ages: O prasideme Hermes dá FOM Sega necessitava de um prerexto para decretar 0 estado de sítio, a fim de sufocar os movimentos democráticos que organizevam. As oligarquias regionais tinham: interesse em um governo forte, Os poucos sublevados daquela ilha pre põem rendição incondicional, o que não é aceito. Segue-se uma verdadeira-chacincirArilha é bombandgada aLé Ser Ara”, sada, Estava restaurada a homeada Marinha, s João Os seus compenheiros de. ievoba-são..e “presos incomnnicáveis, £.n. governo--a-Mariaha sesolnora. “exterminar fisicamente os marinheiros, Exebana-as ao Uê-mem vio Satélite rumo no Amazor8E SE 66 mavijOs Que se encontravam em uma masmorra do Quartel do Exército e mais 31, que se encontravam no Quartel do 1º Regimento de Infantaria, são embarcados jua- .£o com assessinos, ladrões e marginais nará a “gados HAS SENar anmerontcas Os marinheiros, poréra, tinham, aesono é diferente dês der femais ee dos 1 Tão Cândido, que não embarca no Satélite, juntaniéi: EO args companttettos fora resormimos-acnitanhas- morra da ilhe das Cobras, onde viviam como arms Doe E tesolpidos a 16 morte nrematados sem juleamen- E omegte teme, Dessesúido, Canstantemente, mesre corop. vendedor no Enifeposto de Peixes da cidade do Rio de Janeiro, « EM “parente, Sem apotemadoria E te: Roma Ene AGO ql vB Tor chamado, , com méri-o, de Almirante Negro. Uma voz independente para o negro A revolta dos marinheiros de João Cândido Ieumina... * a, como vimos gu 1911 Quatro anos depois tem início, em, São Pavlo, uma relevante manifestação de [SERIaAdE Einica, das Tnáis IaipórántES para conhecermos a isajerdria dá He: o aro martura pet Cidagahia "Reterimo-hos à charada irop/ençã, Esta PangieeiaiTo Briineiro jornal int ” jula-se O Menelick é começa a circular em 1915. Fenôme- no dos Mais Sgniiicanivos para SE amaro cearamor - 9.8 5 JdEoIRia deite SCEmento MégrO Urbado, os jornais editados porn as, SE até rtS6S: quando ê feciadp.a Correip. aiEbano. Os negros paulistas, sentindo a necessidade de um mo- vimento de identidade émica, e enfrentando as barreiras de uma imprensa branca (Grende Imprense) impermeável aos anseios e reivindicações da comunidade, recorreram à solu- cão meis viáy e que esa fo a fundar uma impsenea altemnativa Menelick, que conseguiu grande prestigio na comunidade negra, difundindo aquilo que os seus redatores achavam mais interessante para a vida social e cukiural dos negros. pôs O primeiro, outros se sucederam na seguinte ordem: A ima é O Xauter, 1916; O Alfinete, 491 1919; 4 Liberdade, 1919; A Sentinela, 1920; O Kosmos, 1922: O Gerulino, 1923; O Clarim da Alvorada e Elite, 1924: Auriverde, O Patrocínio e O Progresso, 1928; Chiba- 1a, 1932; A Evolução é 4 Voz da Raça, 1933; O Clarim O Estímulo, A Raça é Tribuna Negra, 1935; A Alvorado, 1936; Sencala, 1946; Mundo Novo, 1950; O Nova Horizon te, 1954; Notícias de Ebano, 1957; O Mutirão, 1958; Hífen iger, 1960; Nosso Jornal, 1961; e Correio d'Ebano, 1963, Eése conjunto de periódicos que se sucedem durante quase cingijenta anos influirá significativamente na forma- são de uma ideologia émica do à, no SEU Comportamento. Concentiando o sei gaciario ne aGEiTEmEneos da Rita divlgande es O Bandeirante” Bra rende Nego, £ a Os seus sobreviventes, como José Correis Leite, Fran- tisco Luerécio & Aristides Berbose ainda rememo-am com nostalgia esse periodo. Esses jornais, mantidos pelos pró- prios grupos que os editavam é alguns membros da comuni- dade que se cotizavam para ajudá-los, construíram um fa- to único no Brasil. A obstinação desses grupos negros em manterem um espaço ideológico é informativo independe: te, bem como & sua consciência émica, dererminou a sua gontinvidade, embora intermitente. Por outro lado, estes * Jornais também gemifam de Veiculo orgenizacionsl dos ne- Er05, AS discussões que JE Sravam NAS Suas páginas, à coló- permanente de peciricos dar csnriiraa in acismo é à Violência RENENde” Ego Fonceelos,. oi Tudo, 1389 levou à que os negros de Sá “Paulo fundassem o maior moviméntã pOlnica pesso no Bra" sleica, Esses jornais, conforme já dissemos, não refletiam as áginas os grandes acontecimentos nacionais. Nada sa- demos, pela sua leitura, da Coluna Prestes, da revolução de 1930, do movimento de 1932 em São Paulo, da revolta comunista dé 1935 e de outros acontecimentos relevantes nesse período. Há, mesmo, uma certa cautela tática. pois neles também não se encontram notícias ou comentários so- bre o movimento sindícal, as lutas operárias, grexes é 2 par- ticipação dos negros nesses eventos. Também não se encon- tram críticas ao governo. É uma imprensa altamente setori- zada nas suas informações e dirigida a um público específico. “Os sgus dois jornais mais importantes. ) Clarim dr AL | xorada 2 À Vora Rafa pigEiosos para que o negro se auto idemificasãe na sua negrt. | sue, O a Toi p órgão di Pie à Brasis 2 : A Frente Negra Brasileira No bojo dessa movimentação ideológica da comunida- de negra panlistana, arrevês dos seus jorrais, surge a idéia de formação da Frente Negra Brasileira. Ela iré constituir. se em um movimento de E Tácion clógico) e maisalbim" fundada em 16 de setembro de 1931, sua seds central localiiáva-e Hã Flá LiSerdadé, ia TApIá pala. star Hamisstiosial fá bra bastaíite complexe, mui: to mais do que a quase inexistente dos jornais, Era dirigi. da por um Grande Conselho, constituído de 20"mémbros, silêciorianida-sã dentre les, o-Chese e tário, Havia, ajrda, um conselho Alia (Bnnádo, pelas. Cabos. ais da Capital.) Crigu-se, ainda, uma milícia frente-neerina, orgêniza- “são parâmilitar. Os seus componentes usavam camisas bran- cas e recebiâm higido tiatêrtiento; como se fossem soldados. Segunão ura dos seus fundadores — Francisco Lucrécio —, a Frente Negra foi fundada por ele e outros compantei- sos embnio de tm pós de “lumiliação:" Ainda segundo a o ao conrário. com o tempo, os membros da Frente Negra fo- ram sdquiindo * confiança não apenas da comunidade, tias de toda a sociedade paulistana. As próprias airocida- « respéltavam. Os seus membros possuía: uma carrei- “dE identidade. expedida pela entidade, «com, retratos de frente e de perfil. Quando as autoridades policiais encontra- vam um negro côm Esse documento, iespeitavaiino por- quiê sabiam que na Frente Negra só envravam pessoas-de Dam” Ajhda segundo depoimento de Frâncisco Lucrécio, conseguiram acabar com a discriminação racial que existia B na então Força Pública de São Paulo. Até aquela data os negros ão pódiam entrar na corporação. A Frente Negra mais de. 400 negros, tendo muitos detes feito car. tas, Por outro lado, impor aos seus membros. Isso iria se refletir na trajetó- sia da entidadde. Uma visão direitista levou muitos dos seus adeptos à p cas em relação ao integralis- mo e 40 nazismo. Paradoxalmente. 9 conceito de raça é manipulada pe- los frente-negrinos, que, no seu jornal 4 Voz da Raça, colo- gam como seu sfogen “Deus, Párria, Raças Familias, que” “depois foi modificado. Era um siogan decalcado diretamen- te do “Deus, Pátria e Família”, da Ação Inregralista. Ape- sar dessas contradições ideológicas, a Frente Negra se desen. volyeu rapidamente, criando múcicos em vários Estados do ções exigidas pelã Jusiça Eleitoral da época, e entrou com pedido nesse sentido em 1936. Sobre 0 assunto nom tones | cussão entre membros do Tribunal, que chegaram a alEgar Tê eles a Frente Nesta Brasileira. Houve um *rauma muito grande na comunidade que a acompanhava ou miltava nos seus quadros. Milhares de negros. sentiram-te desarvorados politicamente, Um : seus fundadores, Raul Jovino do Amaral, tenra conserv a énitidade, imudando-lhê o home para Uhido Negra Brast ” Apesar de tudo isto, à Assogiasão Cultural do Negro não tem mais o seu ethos inicia, tendo de fechar as suas portas “> Devemos salientar, tambéni, O funcionameato das esco- as de samba que serviam e server de veículos de organiza: cão cultural do nesro, centenas de pequenos clubes, reg: pos mantém o negro Und o Gado 2 Es Eee ERRA pre GEE Sua me dee tértm ports de Be ER Cuimeatmaa da saida dos militares do poder, fun- dem se ozzanizações mais estruturadas, que retomam à trá” “lição de uma posição de Tmrá Ethica e cultirar Essas orgás hizações asticulam-se E próihoveim érie de atividades culzurais, sociais e recreativas, t anão, posições abertas contra q preconceito racial” Xinificação dessas oreanizações deu-se, finalmente, a partir do dia 18 de junho de 1978, quando da realização de um ato públi- co de protesto nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo. Os fatos que determinaram a sua convocação foram. a morte do trabalhador negro. Rábson Silveira da Luz, no mês de maio, devido a torturas em uma delegacia de Guaie- nasés, Tiã capital de São Paúila; a expulsão, no mês.de maio, de quasro atle:as juvenis negros do Clube de Regatas Tietê; &, finalmente, o astasginato por um policial, no baicro pau- listeno da Lapa, d , Opérário negro. —— Durante esse aro Foi criado O Movimento Nigro Umif. Gixos ou com outras idades espalhados em. ndo 9, e A paris daí vátias. outras organizações. de. milizantes surgirem no, Brasi inteiro e atualmente reivindicam o fim” do jacismo e da exploração econt nica, social Ementa “Jo negro. Mas irá História flo aíncia está “vida, páia depois ser conrada. 8 Vocabulário crítico Ladino: nome dedo ao africano jé instruído na Engua por tuguesa, religião e serviços domésticos ou do campo. La- dino é corruptela de latino, equivalente a lctrado, culto, inteligente. Segundo Goncalves Viana, o termo foi origi- nariamente aplicado em Portugal e na Espanha ao mou- ro bilíngiie e, portanto, inteligente. Manumissão: ato de dar-se alforria ao escravo. Havia vá- rias meneiras de manurmitir. dependendo da vontade ou condições de cada caso particular. Mocarmau: escravo refugiado em quilombo, termo de possi- vel origem africana. O mesmo que quilombola. Pombeiros: indivíduos que compravêm escravos no interior da África para transportá-los e vendê-los no litoral. Alua- varm nas feiras de escravos a mando dos seus respectivos senhores. Acompanhados por outros escravos negras, sob suas ordens, rumavam para o “sertão” levando as mercadorias destinadas às permutas, tais como ferro, co- Tre, utensílios de cozinha, aguardeme, sal ele Serão: segundo Debret, em certas épocas, nas grandes ia Zendas de café ou de cana, o trabalho se prolongava até meia-noite; é 0 que se chama serão. Quando acontece, a por exemplo, caírem chuvas abundantes ou se verificarem borrascas, por ocasião da maruração do café, ocupam se todos as braços, alugando-se mesmo outros para fazo- tem serão. Tigre: barril de madeira de tamanho médio, que servia pa- 1a a coleta de excremento das casas locafizadas na região urbana no Brasil escravista. Como não existia esgoto, de. pois de cheias essas vasilhas cram dadas aos escravos pa- ra que eles procurassem um lugar distante para atirar os dejetos. Muitas vezes a sua madeira já estava podre eo conteúdo derramava-se pela cabeça e corpo do escra- vo que 6 conduzia. Trezena: castigo que consistia em vergastar o escravo consi- derado insubordinado durante treze dias seguidos, publi camente. Não havia limites para o número de vergasta- das em cada dia, embora a lei estabelecesse um máximo de cinquenta. Quando o castigo era aplicado em nove dias, chamava-se de novena. 9 Bibliografia comentada ANAIS DO ARQUIVO PUBLICO DA Bamla, Autos de devassa do levantamento e sedição intenzados na Bahia em 1758. Salvador, Imprensa Oficial da Bahia, 1959, v, 35-6. Contém a parte fundamental dos documentos originais do processo contra os implicados na chamada Inconfi. dência Baiana. À outra parte foi publicada pela Bibliote- «a Nacional nos seus anais, volumes 43-5 (1931). avo, Célia Maria Marizho de. Onda negra, medo bram- co. Rio de Janeiro. Par e Terra, 1987. Trabalho que aborda, asravés de mma posição renovado- 15, à problemática da transição do escravismo para.o tra- balho livre. Procura ver a problemática não como se tem feito usualmente, achando o trabalhador negro incapaz para o trabalho assalariado, mas mostrando os mecai mos econômicos e ideológicos que eriararr. essa imagem. Feszara, Miriam Nícolan. A imprensa negra paulista; 1915-1963. São Paulo, FFLCH/USP, 1986, Monografia sobre a imprensa negra que circulou nesse periodo, com levantamento da sua ideologia, da estrutura 8 das suas empresas e dos elementos que fizeram com que sie desaparecesse MoreL, Edrrar. A revolta da chibata. Rio de Tansiro, Graal, 1979, Livro escrito com amor, coragem e paixão, tornou-se in. dispensável para quera deseja conhecer a revolta dos ma- inheiros negros liderados por João Cândido. A paixão com que foi escrito não lhe tira a objetividade. Basea. do em farta documentação e pesquisas pessoais, o autor elaborou uma obra-documer-to gue recóloca no seu devi do jugar um dos acontecimentos históricos cos mais rele. ventes e caiuniados. Pesoição, Malheiro. A escravidão no Bresil. São Patlo, Cultura, 1944. Obra cléssica e insubstituível para quem desejar ter uma visão histórica do que Joi a escravição ind africa ne no Brasil. me abundante documerração de fontes primárias enriquece ainda mais à obra. SaLvapor, José Gonçalves. Os magnaras do tráfico negrei- so. São Paulo, Pioneira/USP, 1981 Obra analítica e precisa que mostra os mecanismos regu ladores do tráfico de escravos nas suas Civersas épocas, baseado em Cocumeatação de primeira ordem. Tisaonão, José Ramos. Os sons dos negros no Brasil. São Paulo, Art, 1988 Livro que aborda com grande senso anelítico « infivê cia do negro no surgimento da quase totalidade da nos sa música poputee. O autor procuca analisar es origens dessas manifestações, cesgatasdo es suas matrizes 3
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