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Guias e Dicas
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Contribuição teórico-prática na educação ambiental na formação de professores, Notas de estudo de Ciências da Educação

Formação de Professores

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 19/10/2016

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milton-jaire-pospichil-4 🇧🇷

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Baixe Contribuição teórico-prática na educação ambiental na formação de professores e outras Notas de estudo em PDF para Ciências da Educação, somente na Docsity! UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALEGRETE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO CONTRIBUIÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA NA ÁREA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL MILTON JAIRE CUNHA POSPICHIL ALEGRETE – RS 2004 MILTON JAIRE CUNHA POSPICHIL CONTRIBUIÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA NA ÁREA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Rosário do Sul, Janeiro de 2004 PAGE 83 DEDICATÓRIAS: Aos professores de Técnicas Agrícolas das Escolas Polivalentes; Às futuras professoras do Curso Normal do Instituto Menna Barreto e outros; Aos colegas que participaram da Pós-Graduação. PAGE 83 RESUMO A presente Monografia tem por finalidade “contribuir na Área de Educação Ambiental para a formação de Professores de Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental”. É seu objetivo oportunizar uma vivência das práticas agrícolas para os alunos do Ensino Médio - Curso Normal -, através da relação teórico-prática, propostas em atividades práticas, voltadas para a construção de uma nova postura pedagógica frente a questão ambiental. Tanto como abordagem ecológica como em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais, estas atividades foram organizadas de acordo com os objetivos do curso que as habilita de uma forma interdisciplinar e consciente de sua formação profissional e da jornada educador onde o conhecimento da nossa realidade fortalece cada vez mais o indivíduo como um todo. Para tanto, ser professor é ser um buscador de alternativas de adquirir conhecimentos e estes aplicados aos seus alunos, com certeza, advirão os frutos desta atividade. Neste Projeto, foram trabalhados os assuntos de aplicação direta às práticas agrícolas executadas numa horta, desde o preparo do solo, a semeadura, os cuidados com as plantas, até a hora da colheita, evidenciando-se, com certeza, os aspectos ecológicos de cultivo e de preservação do meio ambiente. Através de tarefas em sala de aula, vídeo, laboratório de Informática e principalmente áreas com hortas instaladas os alunos puderam vivenciar estas práticas que durante os pré-estágios a que são sujeitas, com as séries iniciais, puderam desenvolver práticas similares, ou seja, o plantio de mudas de flores, a valorização das áreas verdes e dos ambientes naturais da escola e da comunidade. Nesta concepção trabalhamos ainda as questões ambientais frente à Educação, formação de professor e a Cidadania. PAGE 83 INTRODUÇÃO A presente monografia busca contribuir na área de Educação Ambiental para a formação de Professores de Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental. A abordagem é efetuada a partir de noções de Educação Ambiental, sua concepção. A investigação utiliza a prática agrícola como pressuposto para o desenvolvimento das atividades proporcionadas, vivenciado através das tarefas mínimas executadas na instalação e manutenção de uma horta. As referências citadas ao longo do trabalho têm fundamental importância teórico como suporte pedagógico. Compõe-se o trabalho de quatro capítulos: no primeiro se abordam o ressignificado de Educação Ambiental. No segundo, reportando os fatos históricos da Educação Ambiental da consciência ecológica mundial e suas relações ao longo do tempo. O terceiro capítulo se ocupa da Educação Ambiental no contexto escolar, desde a sua importância na consolidação desta prática pedagógica, detendo-se ainda nas contribuições das teoria de Piaget e Vygotski. O último capítulo estuda a E. A. e o fazer pedagógico, trazendo uma síntese do Projeto Político Pedagógico da Escola, suas concepções de educação, de trabalho, de currículo, etc. Essa é a ênfase do trabalho propriamente dito. Uma busca incessante com vistas ao encontro do conhecimento projetado, na expectativa de alcançá-lo. Sem dúvida, o ponto de partida é a continuação do ensino da Educação Ambiental nas escolas como um novo modo de viver democrático e harmônico entre o homem e a natureza. Centra-se a Monografia, por fim, na prática pedagógica oportunizada através do projeto, buscando-se delinear uma contribuição prática, como proposta ao Curso Normal. SUMÁRIO Considerações iniciais ...................................................,,......................... 8 Introdução .......................................................................................................... 12 1. RESSIGNIFANDO O CONCEITO DE EDUCAÇAO AMBIENTAL... 13 PAGE 83 PAGE 83 PAGE 83 1 RESSIGNIFICANDO O CONCEITO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (...) onde se faz Educação seriamente, educadores e educandos porque comprometidos e porque conscientes, desenvolvem uma atitude de profundo respeito pelos homens e pela natureza (...). (GARCIA, 1993, p.35). PAGE 83 Ainda hoje, na América Latina, Oceania, África e Ásia, povos pré- letrados maravilham-se com os ciclos do nascimento e morte, expressando sua íntegra ao da Natureza através de rituais cuja principal característica é a vivência a participação de todos os membros da tribo nas cerimônias religiosas. A economia e a vida da tribo são cíclicas e repetitivas, como também o são a própria Natureza e o organismo humano. Complexos e elaborados sistemas explicativos introduzem entre os grupos humanos, animais, plantas e acidentes geográficos unidos ao homem por laços míticos de parentesco, propiciando a compreensão sobre estabilidade e o sentido dos fenômenos da Natureza. Isso ocorre, com as diversas tribos indígenas brasileiras que habitam o Parque Nacional do Xingu e que tem em comum nas suas tradições míticas, aspectos que explicam a origem e o domínio das forças naturais, bem como o papel desempenhado pelo herói lendário, que ensina aos homens civilizados, como se ambientar ao meio: Que seria do homem sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de grande solidão de espírito. Porque tudo o que sucede aos animais não tarda a suceder ao homem. Todas as coisas estão ligadas. - Carta do Cacique Seattle ao Presidente dos Estados Unidos. Ao buscar lucros com os excedentes e principalmente o poder sobre os outros homens é que o meio ambiente passou a ser desrespeitado, pois, enquanto a população humana era proporcionalmente pequena, as alterações ambientais provocadas por técnicas inadequadas de manejo tinham dimensão regional e, na maioria das vezes, provocavam danos irreversíveis. Enquanto, o crescimento populacional e a industrialização multiplicaram em muitas vezes o poder de ação humana. Como conseqüência, a grande maioria das interferências tem se mostrado extremamente danoso para a manutenção do equilíbrio ambiental e para a sobrevivência dos seres humanos. Dentre todos os avanços do homem, é imprescindível destacar o advento da Revolução Industrial na Inglaterra (1777) mais o conjunto de mudanças PAGE 83 sociais ocorridas na Europa marcando para sempre a trajetória do homem – devido a suas conseqüências. Esta mudança no modo de produção, que levou a sociedade mundial ao Capitalismo Industrial e hoje ao Industrial Financeiro, transformou as relações econômicas, sociais e principalmente o meio ambiente. Hoje, sabemos que a maioria dos problemas ambientais tem suas raízes em fatores sociais, econômicos, políticos, culturais e éticos. Os modelos de desenvolvimento econômico adotado pelos países ricos são causadoras de degradação ambiental. Tais modelos, nos países pobres, além da degradação ambiental causam desigualdades sociais e a miséria. O homem de hoje tem muitas razões para se orgulhar de suas conquistas em todas as áreas. Nunca, em tempo algum, se acumulou tanto saber em tão curto espaço de tempo, favorecendo a reformulação das Ciências e colocando nas mãos do homem um enorme poder. Em face do domínio crescente sobre o Universo, colocam-se inúmeras situações preocupantes – fome, violência, desagregação social, poluição, doenças – que aparecem como sintomas de uma grave enfermidade e conduzem a uma seria reflexão sobre a vida no planeta. Os problemas do meio ambiente deixam de ser preocupação só dos ecologistas e passam a preocupar os meios políticos econômicos e científicos, constituindo-se, inclusive, em pautas de “Reuniões Ministeriais”, de “Encontros de Países Ricos e Pobres” e de “Conferências Científicas”. Ainda assim, não se pode ser ingênuo a ponto de pensar que os problemas ambientais seriam equacionados apenas por medidas políticas. Eles precisam ser tratados como conseqüência que são de várias causas sociais, econômicas, científicas, filosóficas e educacionais. PAGE 83 As principais causas dos problemas do Meio Ambiente estão relacionados com questões sócio-político-econômicas e seus equacionamentos exigem o posicionamento da sociedade, através de novos valores, para que se possa garantir a continuidade e a qualidade de vida. A dinâmica dessas relações sugere a necessidade de novos valores como garantia para a continuidade e qualidade de vida, ainda que tais valores dependem do desenvolvimento de uma consciência crítica e de uma consciência ética e, conseqüentemente, de uma consciência ecológica. Nesse contexto faz-se necessário o entendimento de Meio Ambiente como uma questão cultural, pois, para uns, a maior parte dos problemas atuais pode ser resolvida pela comunidade científica, pois confiam na capacidade da humanidade produzir novas soluções tecnológicas e econômicas a cada etapa, em resposta aos problemas que surgem, permanecendo basicamente no mesmo paradigma civilizatório dos últimos séculos. Para outros, a questão ambiental representa quase uma síntese dos impasses que o atual modelo de civilização acarreta, pois consideram o que se assiste no final do século XX, não só como crise ambiental, mas civilizatória, e que a superação dos problemas exigirá mudanças profundas na concepção de mundo, de natureza, de poder, de bem-estar, tendo por base novos valores. Faz parte dessa nova visão de mundo a percepção de que o ser humano não e o centro da natureza, e deveria se comportar não como seu dono mas, percebendo-se como parte dela, e resgatar a noção de sua sacralidade, respeitada e celebrada por diversas culturas tradicionais antigas e contemporâneas. É preciso encontrar uma outra forma de adquirir conhecimentos que possibilite enxergar o objeto de estudo com seus vínculos e também com o contexto físico, biológico, histórico, social e político, apontando para a superação dos problemas ambientais. A problemática ambiental exige mudanças de comportamentos, de discussão e construção de formas de pensar e agir na relação à natureza. Isso torna fundamental uma reflexão mais abrangente sobre o processo de aprendizagem daquilo que pode ser importante, mas que não se consegue PAGE 83 A partir destes pressupostos entende-se que questões relacionadas à Educação Ambiental, dão ênfase, as relações existentes entre os aspectos filosóficos, sociais, econômicos e culturais, já mencionados, que imprimem um caráter interdisciplinar a Educação. O próprio papel da escola, conceitos de currículo, formação de professor, inter-relações sociais, econômicas, políticas e filosóficas precisam ser consideradas na definição dos objetivos e metas desta, A Educação Ambiental deve promover uma tomada de consciência e uma compreensão da evolução do meio social e físico e sua totalidade, seus recursos naturais, artificiais, culturais e espirituais, junto ao uso e a conservação racional desses recursos par o desenvolvimento. (Conferência de Educadores Africanos, Membassa, Kenia, 1968, apud Mayha – Nunes, 1991,p.65). A construção coletiva origina-se da participação e a escola é o espaço ideal para o seu desenvolvimento. É onde o indivíduo pode se preparar para o exercício da cidadania, para a co-responsabilidade na tomada de decisões que afetam o coletivo para o engajamento na tarefa de construir uma sociedade comprometida pois: se a escola pretende estar em consonância com as demandas atuais da sociedade, é necessário, segundo os PCN, que trate de questões que interferem na vida diária dos alunos, contribuindo para a formação do cidadão participativo, plenamente reconhecido e consciente de seu papel na sociedade. A definição oficial da Educação Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente, diz mais ou menos a mesma coisa: Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os torna aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros. Ministério do Meio Ambiente. A Educação Ambiental deve pautar-se nos valores da solidariedade, da cooperação, do respeito e do compromisso com o coletivo, da participação e da responsabilidade. Estes, vinculando-se as finalidades da Educação Ambiental de: Ajudar a compreender claramente a existência e a importância da interdependência ecológica, social e política nas zonas urbanas e rurais. PAGE 83 Proporcionar para todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, as atitudes, o interesse ativo e as aptidões para proteger o meio ambiente. Apontar novas pautas de conduta aos indivíduos, aos grupos sociais e a sociedade em conjunto, de respeito ao meio ambiente. Assim, o desenvolvimento da Educação Ambiental, hoje, objetiva a uma nova concepção de sociedade, outro modo de vida, que depende de um novo homem, sujeito de uma nova educação, pois não se preocupa apenas do conhecimento sobre o meio ambiente, mas busca sobretudo uma mudança significativa de comportamento. PAGE 83 2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Ainda que suas raízes intelectuais sejam antigas, a Educação Ambiental, tal como se descreveu em Estocolmo, é um conceito relativamente novo, (...). (MAYNÉ-NUNES, 1991, in Revista de la Confederación Interamericana de Educación Católica, p.65). 2.1 Educação Ambiental: ontem e hoje O surgimento e desenvolvimento da Educação Ambiental, cuja origem data dos anos 60, nasceu na tomada de consciência de que a Revolução Industrial e o desenvolvimento tecnológico, ao lado dos benefícios gerados para a humanidade, provocaram uma série de conseqüências desastrosas, o que tornou urgente e necessária a sensibilização das populações quanto à responsabilidade de cada indivíduo. Em várias partes do mundo, a poluição causada pelas industrias estava destruindo os rios e tornando o ar das cidades muito carregado de gases venenosos e poeira tóxica. Além disso, o uso abusivo e incorreto de fertilizantes e biocidas (inseticidas, fungicidas, herbicidas...) estava envenenando as águas e os solos causando o desaparecimento de espécies de animais e vegetais. Em 1962, a jornalista Raquel Carson em seu livro “Primavera Silenciosa”, denunciava a ação destruidora do homem, em todo o mundo, degradando o ambiente. Em 1968, a Unesco realizou um estudo comparativo, respondido por 79 países, sobre o trabalho desenvolvido pelas escolas com relação ao meio ambiente. Nesse estudo, formularam-se proposições que depois seriam aceitas internacionalmente, entre elas: • a Educação Ambiental não deve se constituir numa disciplina; • por “ambiente” entende-se não apenas o entorno físico, mas também os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos inter-relacionados. (p.229). Mas, somente em 1972 a Organização dos Estados Unidos (ONU), após uma grande discussão internacional, promoveu a Conferencia da ONU sobre o PAGE 83 de colônias em regiões distantes, sobretudo na América, para exploração econômica através do domínio do território e imposição de uma cultura diferente. A nossa colonização foi sobretudo obra dos portugueses, dominando vasto território e suas populações, assumiram o controle e direção de tudo, aqui atuando em forma dominadora durante três séculos, deixando-nos como herdeiros daquilo que realizaram e que constitui o nosso passado colonial. O grande objetivo da Colonização Portuguesa no Brasil: explorar as riquezas naturais da terra recém descoberta, assim, (...) era do Brasil que saia a tinta que coloria os tecidos e servia para escrever; o açúcar e o cacau que a Europa consumia; o couro com que se fazia os calçados e o algodão com que os ingleses se vestiam; o ouro que adorna os palácios e igrejas; o tabaco e a aguardente para a África... (AQUINO, 1999, p.77). Dessa forma, o Brasil iniciou sua historia propriamente dita, num contexto de exploração ambiental onde a Mata Atlântica, que em 1500, cobria aproximadamente 12 % do território brasileiro, apresenta apenas 7% da sua extensão original, (IBGE 2000), espalhados ao longo da costa e algumas regiões do interior. A cultura da cana-de-açúcar provocou o esgotamento dos solos, devido a utilização sucessiva da mesma terra ao longo dos anos, assim como a prática da queimada como forma de limpeza dos canaviais e florestas, devastando-as juntamente com elas os animais. Subverteu o equilíbrio ecológico do Nordeste, legando para o futuro, uma terra àrida, incapacitada para as culturas de plantas alimentares, sujeita a ciclos de seca e fome até os dias de hoje. Infelizmente, no Brasil, a Educação Ambiental foi confundida apenas como Ecologia e iniciou-se de forma errada. Passados dez anos da Conferência de Tbilisi, a UNESCO e o PNUMA promoveram o Congresso Internacional sobre Educação e Formação Ambientais, em Moscou, Rússia (1987), quando foram analisadas as conquistas e dificuldades da Educação Ambiental em todo o mundo e traçadas as metas para o futuro. Naquele encontro o Brasil não teve muito a apresentar. PAGE 83 Então, somente dez anos após Tbilisi, o Ministério da Educação e Cultura – MEC – pronunciava-se sobre Educação Ambiental (Parecer do Conselho federal de Educação, 1987). Até então, produzia-se no Brasil, livros com temas de Ciências ou da Ecologia rotulados de Educação Ambiental. Os cursos de treinamento eram escassos e assim os professores tinham dificuldade de ter acesso às informações sobre Educação Ambiental. Neste Parecer, no documento final, Estratégia Internacional de ação em matéria de Educação e Formação Ambiental para o decênio de 90, ressalta-se a necessidade de atender, prioritariamente, à formação de recursos humanos, [salientado por mim], nas áreas formais e não formais da Educação Ambiental, e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino. Paralelamente, aceleram-se os fatores de globalização do sistema econômico. Os fatores globais adquirem maior importância na definição das políticas nacionais. Há uma redefinição do papel do Estado na economia nacional, uma crescente reorganização ou polarização da economia e uma paulatina marginalização de algumas regiões ou países, em relação à dinâmica do sistema econômico mundial. Os países que dependem dos produtos básicos são debilitados. Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em 1988, conquistamos um capítulo especial sobre o Meio Ambiente (Cap.VI), e um item específico sobre a Educação Ambiental (Art.225, item VI), que diz: Cabe ao Poder Público promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Porém, na prática, pouco se fez. O país continua sem uma política definida para a Educação Ambiental e a maioria dos professores, querendo desenvolver atividades de Educação PAGE 83 Ambiental, continuam sem receber materiais, treinamentos ou qualquer orientação para o assunto. Em 1990, uma nova proposta do MEC, através da Assessoria de Educação Ambiental, promoveu encontros nacionais e regionais, criando centros de Educação Ambiental, promovendo treinamentos e estabelecendo uma Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). Mesmo sendo praticada no Brasil desde a década de 50, de ser objeto de Conferências Internacionais desde 1975, e de fazer parte da Resolução do Conselho Federal de Educação, em 1987, a Educação Ambiental é, apenas agora, transformada em lei, devendo, em conseqüência disso, tornar-se prática e oficial por parte de todos os setores da sociedade. É o que diz a Lei nº 9795/99, que “(...) dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências”... sancionada pelo presidente da República, em 27 de abril de 1999, após quase cinco anos de debates e discussões. Esta lei reconhece, enfim, a Educação Ambiental como um componente urgente, essencial e permanente em todo processo educativo, formal e ou não formal. A responsabilidade, individual e coletiva, da sociedade na implementação e prática da Educação Ambiental já estava expressa no artigo 225, inciso VI, da Constituição Federal de 1988: “Cabe ao Poder Público promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. O caput do mesmo artigo constitucional incorpora o papel da sociedade para a manutenção do ambiente equilibrado: cabe ao “Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. A Lei que institui a Política Nacional de Educação Ambiental reflete este princípio constitucional quando envolve e chama a atenção de toda a sociedade para a sua responsabilidade e o seu comprometimento de promover a Educação Ambiental. A Política Nacional de Educação Ambiental, em seu artigo 1º, define Educação Ambiental da seguinte maneira: PAGE 83 obrigação legal colaborando assim com o importante processo de conscientização ambiental. Somente assim poderemos tentar melhorar a qualidade de vida de todos e, conseqüentemente, cumprirmos o disposto no art. 225 da nossa Constituição Federal de 1988, onde diz, em poucas palavras, que o meio ambiente sadio é um direito de todos. 2. Aspectos legais A Educação Ambiental foi a forma encontrada internacionalmente par promover mudanças de mentalidade, investindo na conscientização das pessoas para que adotem posturas, tanto de proteção a vida no planeta em geral, quanto de melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida das comunidades, uma vez que transformou-se em instrumento indispensável pelas sociedades contemporâneas para criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza. Assim, existem hoje, uma série de documentos com referência a Educação Ambiental. Resultantes de vários eventos internacionais promovidos pela UNESCO – Estocolmo em 1972, Belgrado em 1975 e Tbilisi em 1977, entre outros adotados pelo Brasil e pela maioria dos países membros da ONU. Entre os vários documentos existentes que norteiam a Educação Ambiental destacam-se: • CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO - Em 1972 realizou-se, a Conferência de Estocolmo, que contou com representantes de 113 países. Nesta conferência foi concebido o Plano de Ação Mundial, e, em particular, foram dadas diretrizes para um Programa Internacional de Educação Ambiental. Apesar da sua importância, esta conferência configurou-se mais como um ponto centralizado para identificar os problemas ambientais, do que um começo de ação para resolvê-los. • CARTA DE BELGRADO - Em 1975, a UNESCO, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em resposta à PAGE 83 recomendação 96 da Conferência de Estocolmo, cria o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA). • CONFERÊNCIA DE TBILISI – Em Outubro de 1977, em Tbilisi (URSS), acontece a Primeira Conferência Internacional em Educação Ambiental, que constitui o ponto culminante do Programa Internacional de Educação Ambiental. Nesta conferência, definiram-se objetivos e estratégias, a nível nacional e internacional. Postulou-se que a Educação Ambiental é um elemento essencial para uma educação formal e não formal, e que dela resultarão benefícios para a Humanidade. Chegou-se à conclusão que a educação deveria, simultaneamente, preocupar-se com a consciencialização, a transmissão de informação, o desenvolvimento de hábitos e a promoção de valores, bem como o estabelecimento de critérios e orientações para a resolução de problemas. Nesta perspectiva forma estabelecidas estratégias internacionais para ações no campo da educação e formação ambiental. • 1979 - Ecologia – uma proposta para o Ensino de 1º e 2º graus, de 1979, publicado pelo Departamento do Ensino Médio – MEC e a CETESB-SP. • Lei Nº 6938/81 - que estava voltada para a política nacional do meio ambiente. Foi a primeira conquista de grupos ambientalistas, porém a Educação Ambiental continuou restrita a questões ligadas à natureza (extinção de animais, poluição dos rios, devastação da natureza, etc.). Não se pode negar que esses temas são importantes, mas é preciso que se discutam, também, as questões sociais, econômicas e políticas do país. Dispõe sobre fins, mecanismos de formulação e aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente, consagra a Educação Ambiental e estende, no seu Artigo 2º, inciso X, a: Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. • Decreto Nº 88.351/83 - que regulamenta esta lei, estabelece que compete às diferentes esferas do Poder Público: orientar a educação, em todos os níveis, para a participação efetiva do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias complementem o estudo de ecologia. PAGE 83 • Parecer Nº 819/85 – MEC – reforça a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos, ao longo do processo de formação que se desenvolve no ensino de 1º e 2º graus, integrados a todas as áreas do conhecimento, de forma sistematizada e progressiva, possibilitando a formação da consciência ecológica do futuro cidadão. • Congresso Internacional sobre Educação Relativa ao Meio Ambiente, em Moscovo, promovido pela UNESCO, 1987. No documento final, Estratégia internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental para o decênio de 90, ressalta--se a necessidade de atender, prioritariamente, à formação de recursos humanos, nas áreas formais e não formais da Educação Ambiental, e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino. • Parecer do Conselho Federal de Educação Nº 226/87 - aprovado por unanimidade, considera a necessidade da inclusão da Educação Ambiental dentre os conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de 1º e 2º graus. Recomenda, ainda, a incorporação de temas ambientais da realidade local compatível com o desenvolvimento social e cognitivo dos alunos e a integração escola-comunidade como estratégia de aprendizagem. • Constituição da República Federativa do Brasil -1988 - Em termos propriamente dito, vemos que no Brasil o parágrafo 1º, VI, do art. 225 da Constituição Federal, determina ao Poder Público a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Mas, apesar desta previsão constitucional, bem como o fato de a Educação Ambiental já ser conhecida mundialmente como ciência educacional e também recomendada pela UNESCO e a Agenda 21, pouco era feito no Brasil para a sua implantação concreta no ensino. O que existia era fruto dos esforços de alguns abnegados professores e educadores, não havendo a atenção que merece o tema pelo Poder Público e as entidades particulares de ensino. PAGE 83 valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e de sua sustentabilidade. (art 1º). 3 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR A Educação Ambiental é um processo que consiste em reconhecer valores e explicar conceitos, com o objetivo de fomentar atitudes necessárias para compreender e apreciar as inter-relações entre o homem, sua cultura e seu meio biofísico. A Educação Ambiental aproveita também a tomada de decisões, e na própria na própria elaboração de um código de comportamento com respeito às questões relacionadas com a qualidade do meio ambiente. (Comissão de Educação de IUCN, Paris, 1970, apud – Maynes-Nunes, 1991, p.65). 1. A QUESTÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO PAGE 83 Ao se abordar a questão ambiental, lembra-se que tem cada vez menos sentido tratá-la de forma independente, tanto no plano político-social quanto reivindicativo. Não podemos aceitar ou estaremos correndo o risco de contradições explosivas, desenvolver dois conjuntos paralelos de medidas, um para responder as necessidades sociais (‘’salvar a humanidade’’) e outro para responder aos danos ecológicos (‘‘salvar o planeta’’). O objetivo atual é combinar estas duas exigências solidárias em um mesmo programa de ação que seja, de fato, coerente. Isto vale também para o planto teórico: a questão ambiental não deveria ser reduzida à ecologia, mas fazer parte dos questionamentos contemporâneos que impõem uma revisão geral das concepções ecológicas, hoje direcionadas para Educação Ambiental. O desenvolvimento econômico provocou, no passado, inúmeras crises ecológicas de dinâmica global, produzida pela humanidade. Sistemas de produção não-capitalistas (por exemplo, na União Soviética) tiveram conseqüências ecológicas desastrosas mas a crise contemporânea é incitada pela lógica essencial ao capitalismo (da “produção pela produção”). Esta foi a base dos desenvolvimentos econômicos posteriores a Segunda Guerra Mundial que conferiram às crises ecológicas localizadas uma nova dinâmica global (expansão e adensamento do mercado mundial como a petroquímica e a agroindústria, a explosão dos transportes, etc.). a globalização liberal em curso tende a agravar ainda mais esta questão. O custo humano da crise ecológica já é muito alto. Porém, são as próprias condições de existência humana na Terra que serão qualitativamente fragilizadas se uma mudança radical na produção não se operar. A problemática ambiental exige mudanças de comportamentos, de discussão e construção de formas de pensar e agir na relação com a Natureza. Este alerta ganha repercussão, pelo lado da chamada “globalização econômica”, temos a “globalização dos problemas ambientais”. PAGE 83 De maneira, o combate ecológico exige uma modificação do funcionamento das sociedades humanas, ou seja, uma transformação social que só é possível através da Educação dos homens. A complexidade da questão ambiental esta no caráter múltiplo de suas causas e nas profundas mudanças que são necessárias para minimizá-las. Daí a importância da Educação, cujos fundamentos, de múltiplas dimensões, constituem-se em poderosos recursos para serem utilizados no processo de mudança individual e coletiva. A Educação Ambiental, que hoje faz parte da Legislação Educacional Brasileira destacado como o “compromisso com a construção da cidadania” pelo Governo Federal – é apresentada nos PCNs como uma necessidade, pois: (...) a questão ambiental impõe às sociedades a busca de novas formas de pensar e agir, individual e coletivamente, de novos caminhos e modelos de produção de bens, para suprir necessidades humanas, e relações sociais que não perpetuem tantas desigualdades e exclusão social, e, ao mesmo tempo, que garantam a sustentabilidade ecológica. Isso implica um novo universo de valores no qual a educação tem um importante papel a desempenhar. (Comissão de Educação de IUCN, Paris, 1970, apud – Maynes-Nunes, 1991, p.180). A proposta do MEC para a prática da Educação Ambiental na escola, implementada pela Coordenação Geral de Educação Ambiental, é a inserção da temática ambiental nos currículos, aliada a adoção de uma nova postura – de práticas e atitudes – de toda comunidade escolar, que pode ser exercitada em projetos de Educação Ambiental articulados como o projeto educativo da escola. E os professores são os principais agentes da implantação da Educação Ambiental na escola. Por isso mesmo, é necessário oferecer-lhes formação para desenvolver a capacidade de compreender, refletir e ensinar os temas relacionados ao meio ambiente. O processo educacional entra neste contexto por fundamentar-se no respeito a vivencia e ao conhecimento como pré-requisito para a construção de saberes e de ações no ambiente, onde a Educação Ambiental é: o processo no qual o individuo assimila conceitos e interioriza atitudes, de modo a adquirir capacidades e comportamentos, que lhe permitam compreender e avaliar as relações de interdependência estabelecidas entre PAGE 83 ambiente através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade”. Através da Educação Ambiental é possível desenvolver um conjunto de valores fundamentais, necessários à formação da Cidadania e uma relação mais harmônica com o ambiente em geral. Então, como perspectiva educativa, a Educação Ambiental pode estar presente em todas as disciplinas quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades. A Educação Ambiental escolar deve enfatizar o estudo do meio ambiente onde vive o aluno, procurando levantar os principais problemas da comunidade, as contribuições da ciência, os conhecimentos necessários e as possibilidades concretas par a solução deles. Ainda, deve remeter os alunos à reflexão sobre os problemas que afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e do planeta, conforme direcionam os PCNs (p.189) – no entendimento de que “para que essas informações os sensibilizem e provoquem o início de um processo de mudança de comportamento é preciso que o aprendizado seja significativo”. A Educação Ambiental pode influir decisivamente par isso, quando forma cidadãos, conscientes dos seus direitos e deveres. Nesta perspectiva a Educação Ambiental é uma proposta de educação para refletir sobre as formas de relações entre as sociedades e a natureza, entre os diferentes grupos sociais, sobre a ética e o direito à vida em todos os aspectos. A Educação Ambiental se propõe, ainda, a dar condições aos educandos de se posicionarem e agirem em busca de caminhos mais justos e solidários para os desafios do processo de construção, ocupação e transformação do mundo natural, social, cultural e ético. O ensino para o meio ambiente deve contribuir principalmente par o exercício da cidadania, estimulando a ação transformadora, alem de buscar aprofundar os conhecimentos sobre as questões ambientais, as melhores tecnologias, estimular mudança de comportamento e a construção de novos valores PAGE 83 éticos menos antropocêntricos. É preciso ficar claro que a Educação Ambiental é fundamentalmente uma pedagogia de ação. Não basta se tornar mais consciente dos problemas ambientais, sem se tornar também mais ativo, crítico e participativo. Em outras palavras, o comportamento dos cidadãos em relação ao seu meio ambiente é indissociável do exercício da cidadania. 2.. O Aprender a Aprender na visão de Pedro Demo. A Educação Ambiental, permeia todas as áreas do currículo escolar e suas temáticas complexas necessitando da participação de todos os conhecimentos escolares, exigindo um trabalho conjunto dos conhecimentos significativos e ações participativas e responsáveis no meio em que vivem. Pois, para que exista educação é necessário que haja construção e participação. Para DEMO: Educação é o suporte essencial, porque, no lado formal, instrumenta a pessoa com a habilidade crucial de manejar a arma mais potente de combate que é o conhecimento e, no lado político, alimenta a cidadania. Sociedade educada é aquela composta de cidadãos críticos e criativos, capazes de indicar o rumo histórico, coletivamente pretendido, sobretudo desenvolver, maximamente, a oportunidade histórica disponível. DEMO, Educação e Qualidade. 3ª ed. Campinas, SP, Papirus, 1996. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). O conhecimento faz parte do dia-a-dia. A todo o momento estamos adquirindo novos conhecimentos. Isto não quer dizer que se esteja construindo esses conhecimentos. Significa que apenas estamos acumulando novos conhecimentos. A aquisição de novos conhecimentos, nem sempre está ligada a uma ação reflexiva sobre os mesmos. Para que a apropriação do conhecimento se dê, o sujeito precisa vivenciar situações que o coloquem em contato com o meio. E mais, precisa agir sobre o que se constitui o objeto de conhecimento para que se torne possível a sua inclusão num sistema de relações. PAGE 83 Neste sentido, o caminho da produção do conhecimento, preocupação essencial na modernidade, tem encontrado suporte em metodologias que se proponham a ultrapassar a reprodução, a repetição e a cópia dos meios acadêmicos. Para DEMO, O que marcaria a modernidade educativa séria a didática do aprender a aprender, ou do saber pensar, englobando, num todo só, a necessidade de apropriação do conhecimento disponível e seu manejo criativo e crítico. A primeira necessidade é da ordem dos insumos instrumentais, enquanto a segunda perfaz mais propriamente o desafio humano da qualidade. A competência que a escola deve consolidar e sempre renovar é aquela fundada na propriedade do conhecimento como instrumento mais eficaz da emancipação das pessoas e da sociedade. Neste contexto, mera transmissão é pouco, embora insumo seja indispensável. Em termos emancipatórios, competência jamais coincidiria com cópia, reprodução, imitação. Torna-se essencial construir atitude positiva construtiva, crítica e criativa, típica do aprender a aprender. (DEMO, 1992, p.25). A Metodologia proposta por Demo, enfatiza: (...) que o aluno precisa abandonar, definitivamente, a condição de objeto de aprendizagem. Sua função não é copiar e reproduzir, mais que ver muita coisa pela via da aula e sua cópia deve tomar temas e aprofundá-los exercitar aplicações do conhecimento, ensaiar deduções e induções, elaborar criativamente, argumentar com prioridade, pesquisar sistematicamente. Despertar interesse cientifico desafio primordial para o professor, a escola e o sistema como tal. (DEMO,1994, p.87). Nesta perspectiva, o professor passa a ter uma nova proposição metodológica de trabalho, pois se torna o articulador do processo pedagógico. Atua em parceria com os alunos, propõe atendimento diferenciado, freqüenta biblioteca junto com os estudantes, abre os laboratórios (historicamente chaveados no sistema escolar vigente, para não estragar...), torna a escola um espaço aberto para criação, provoca situações desafiadoras, instiga o aluno a buscar e a investigar novos caminhos, acolhe os estudantes que passam a freqüentar a escola também em horários alternativos, motiva a resolução nos meios acadêmicos reprodutivos. Os subsídios fortes para o desenvolvimento desta metodologia convergem com duas expectativas para o mundo moderno: Ao comentar que Aprender faz parte do aprender a aprender, DEMO afirma: O processo educativo se manifesta caracteristicamente na habilidade de refazer críticas e criativamente o conhecimento disponível, superando a condição de cópia meramente aprendida. Aprender é PAGE 83 mundo. É necessário destacar que esta compreensão é abstrata, cabendo ao professor buscar fundamentações. Para Piaget o pensamento se constrói através da ação. Desta forma, o desenvolvimento infantil se dá a partir das relações que as crianças estabelecem com o mundo. Ele considera que um dos principais objetivos da educação infantil deve ser o de ensinar a criança a observar os fatos, cuidadosamente, em especial, quando estes estão contrários aos previstos por ela. Observar, perguntar, interpretar, registrar os fatos, devem fazer parte das atividades nesta fase de desenvolvimento. Piaget também destaca outro aspecto fundamental que no desenvolvimento da habilidade de comunicação, pois não basta realizar ações, mas é preciso falar sobre elas, sistematizá-las, através da reconstituição por via narrativa de tais experiências, aprendendo a descrevê-las e expressá-las. Tanto pra a sociabilização da criança como para seu desenvolvimento intelectual, é fundamental que ela trabalhe em grupo. Assim, a psicologia piagetiana propõe explicações sobre as características e mudanças ocorridas nas formas de pensamento, bem como sobre as razões e mecanismos que as promovem. Destaca-se na análise de SANTOMÉ: por definir que em cada etapa do desenvolvimento evolutivo de uma pessoa, o desenvolvimento da inteligência ocorre com base em determinadas operações cognitivas que condicionam as informações com as quais é possível entrar em contato e as operações que podem ser realizadas com elas. (SANTOMÉ, 1998, p.37). Já, as contribuições de Vygotski são mais decisivas no que se refere as propostas didáticas relacionadas às peculiaridades das maneiras das pessoas aprenderem, das suas características psicológicas. Em seu livro Psicologia Histórico- cultural, aparecem as significativas contribuições deste teórico-soviético que defendeu que a formação de uma conscientização do individuo a partir de compreensão do conhecimento construído. A perspectiva ambiental deve remeter os alunos a uma reflexão sobre condições humanas e aos problemas que afetam sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e do planeta. Para tanto, é preciso que o aprendizado seja significativo. PAGE 83 Lev S. Vygotski contribui com esta, uma vez que sua teoria histórica- cultural ressalta o papel decisivo desempenhado pelos adultos, pelo meio social e pela instrução na aprendizagem e desenvolvimentos humanos. Ressalta ainda a importância da mediação como idéia central para a compreensão do desenvolvimento humano. Para ele, o conhecimento é mediado através dos recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos disponíveis numa dada cultura. Ainda, é interessante destacar que: a) a Educação Ambiental ao ser denominada como um dos Temas Transversais dos PCNs, passa pelo compromisso de ser trabalhada pelos educadores com propostas de trabalho integrado, não constituindo uma matéria especificado currículo tradicional, podendo facilmente explorar; b) as contribuições da pedagogia piagetiana apontam claramente na aprendizagem da Educação Ambiental pois os conflitos cognitivos ou desequilíbrios são os motores das aprendizagens e que isto só acontece na medida em que estiver ligada aos interesses das pessoas; c) a psicologia Vygotskiana ressalta que as possibilidades de aprendizagem de cada pessoa mantêm estreita relação com o nível de desenvolvimento atingido. 1. O Professor e a Educação Ambiental O professor, enquanto sujeito-agente, integrando o coletivo dos educadores de sua escola, tem o papel fundamental na produção e gerenciamento das políticas e práticas curriculares. Deixa de ser um repassador de matrizes de conteúdos prontos, respostas pré-determinadas, para ser um estudioso e mobilizador da ação pedagógica construída na relação interativa com seus alunos, colegas professores e PAGE 83 comunidade. É ele o pedagogo da sala de aula, capaz do diálogo com a realidade interna de suas práticas e externa a elas enquanto campo de relações que produzem o conhecimento. É provocador para as descobertas e organizador de situações favoráveis ao ensinar e ao aprender. Para isso, precisa cuidar de sua competência teórico- metodológica, identificando e produzindo espaços para a ação coletora, para o debate das questões pedagógicas, para o estudo organizado. O professor já não pode se entender simplesmente como o professor da série ou da turma, mas como um educador responsável, atuando no currículo com visão ampla e total do que ali se coloca como proposta de educação. É impossível separar a atuação do professor de sua visão de educação e de sua perspectiva de vida. Não há neutralidade. A teoria de aprendizagem, que fundamenta sua ação, revela e explica sua crença de como o ser humano aprende, determinando o modelo pedagógico da sala de aula e, no conjunto, o da escola. A escola é um espaço que só pode existir através de uma autonomia consciente, que contemple uma proposta pedagógica qualificada, que atenda as demandas de aprendizagem de sua comunidade e da sociedade. O espírito, que mobiliza e dá vida à essa escola, é o professor aberto ao convívio, permeável às mudanças, evoluções e interações; é o professor o agente transformador, o auto da ruptura da relação de dominação professor/aluno; o professor que não é mais o “sujeito que ensina”, porque os alunos não são mais “os sujeitos que aprendem”. Ensinar/ aprender é uma ação continuada e compartilhada entre PAGE 83 magistério acaba bloqueando as motivações e representa, para a maioria dos professores, um desânimo para se engajar nos projetos de trabalho propostos. Neste contexto, é urgente que a escola, para exercer sua função social, precisa possibilitar o desenvolvimento dos bens culturais e sociais, considerando as expectativas e necessidades dos alunos, dos pais, dos membros da comunidade, e dos professores envolvidos diretamente no processo educativo. Nessa perspectiva, é essencial a vinculação da escola com as questões sociais e com os valores democráticos, para isso, é necessário que, no processo de ensino aprendizagem – na formação de professores – sejam trabalhados: a aprendizagem de metodologias capazes de priorizar a construção de estratégias de verificação e comprovação de hipóteses na construção do conhecimento, a construção de argumentos capazes de controlar os resultados deste processo, o desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a compreensão dos limites e alcance lógicos das explicações propostas. É necessário o comprometimento da escola em preparar professores das séries iniciais com competência intelectual e técnica, criatividade, consciência profissional e política com características pessoais que contribuam para sua formação. A formação de professores implica assim, na organização curricular da escola (Curso Normal) priorizando uma prática social que inter-relaciona as dimensões epistêmicas, metodológicas, culturais e organizativas da educação e que as redefine na atuação integrada no nível da pesquisa, da docência, das ações nos campos de desenvolvimento social e do exercício das competências profissionais. O desdobramento da estrutura curricular faz-se através das disciplinas específicas teórico-práticas, através da pesquisa e de ações de integração Escola-Comunidade, mediante projetos e atividades de extensão e atualização. Esta formação implica ainda o direcionamento de uma concepção de que o conhecimento se constrói na ação e na palavra dos homens que dão sentido as suas relações intersubjetivas e as suas objetivas sempre reconstruídas no mundo em que vive e que constituem para viver, projetando a educação como uma atividade prática em que vinculam as gerações ente si no intuito de darem sentido à práxis PAGE 83 coletiva em que aliem seus interesses cognitivos e expressivas a seus interesses emancipatórios de transformação social. Assim, a formar professores para trabalharem a Educação Ambiental exige das instituições de ensino toda uma compreensão de Educação que possibilite aos alunos a aquisição do saber (conhecimento significativo), do saber fazer, (agir na realidade com responsabilidade e exercer a tomada de decisões democráticas, reconhecendo a importância de sua participação na definição do futuro de sua comunidade, o que possibilita a prática da cidadania) e permite ao mesmo tempo, o trabalho coletivo, incentiva a elaboração de seu próprio ser, (cognitivo, efetivo e espiritual) e aprecia a importância dos processos do conviver com os outros, a partir do reconhecimento e da aceitação deste. A atuação de professor demanda competências diversas – como organizar os materiais no espaço da sala de aula, fazer planejamento, construir instrumentos de avaliação, corrigir trabalhos de alunos, dialogar com os familiares dos alunos, trabalhar coletivamente com seus pares – e que envolvem diferentes tipos de saberes. É importante deixar claro que a definição de competências profissionais de um professor serve em primeiro lugar para orientar a formação naquilo que ela deve promover – e não para estigmatizar negativa ou positivamente os professores. Na formação profissional, o desenvolvimento das competências se dá pela aprendizagem de conteúdos significativos, segundo uma metodologia que crie situações nas quais o sujeito que aprende coloca em uso seus diversos conhecimentos, realizando efetivamente as práticas que compõem seu exercício profissional; e pela reflexão sistemática e compartilhada, de preferência com parceiros mais experientes. RUBEM ALVES, nos remete a um questionamento de como formar educadores ao afirmar: “Não sei como preparar o Educador. Talvez que isso não seja nem necessário nem possível... É necessário acorda-los. Basta que o chamemos do seu sono por um ato de amor e coragem. E talvez, acordado, ele repetirá o milagre da instauração de novos mundos”. PAGE 83 4 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O FAZER PEDAGÓGICO Educador Ambiental. Um novo “tipo de professor”, especializado em Educação Ambiental, capaz de atuar a nível de formação inicial, a nível de capacitação de docentes já graduados em disciplinas tradicionais e na orientação comunitária. (HENNIG, Georg J. Metodologia do Ensino de Ciências – MEC- FAE, 1994, p,397). Estamos vivendo em uma sociedade que demanda muita agilidade, competitividade, eficiência, trabalho em grupo, ampliação e construção dos conhecimentos de forma criativa e a formação integral do homem em uma visão holística. Este paradigma implica na educação para a formação do homem e o despertar da consciência para uma cultura de harmonia e de paz, onde o aprendiz expressa um modo de ser e pensar conscientizando de sua responsabilidade em beneficiar o Universo com sua passagem. A Educação Ambiental entendida como um caminho para formação de indivíduos em questões essenciais para a qualidade de vida e para a construção da cidadania, tais como, solidariedade, saúde, ética, natureza, diversidade cultural e de idéias de responsabilidade está na escola. Hoje, a escola está buscando formar cidadãos, conforme as referências dos Parâmetros Curriculares, organizados pelo MEC (Ministério de Educação e Cultura), e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Nº 9.394/96 – da Educação Nacional, como indivíduos que olhem e vejam a realidade, que a compreendam e tenham PAGE 83 Assim, deve ser objetivo primordial da escola a produtividade e a eficiência, no que se refere a construção do conhecimento para poder melhorar a qualidade do ensino, priorizando as exigências individuais e sociais, o direito de todos a uma educação melhor e às exigências da sociedade. A escola que objetiva inovar, construir, transformar, deve realizar com eficácia a tarefa de planejar. Essa renovação da prática educativa somente acontece através de um planejamento crítico, consciente e participativo. Como LUCKESI afirma que: “uma escola para funcionar coerentemente, necessita do planejamento e da ação coletiva do corpo docente, juntamente com as outras instancias pedagógicas e administrativas” (LUCKESI, Cipriano Carlos. Prática Docente e Avaliação. Rio de Janeiro: ABT,1990, p.30). Ao definir o meu projeto de trabalho, após o contato com a Direção da Escola, coincidentemente, em anos anteriores, esta mesma direção já havia me questionado da possibilidade de se fazer um trabalho junto às alunas do Curso Normal, considerando, entre tantas razões, a necessidade delas terem uma consciência da nossa realidade social- econômica, e poucas são as que têm essa vivência das atividades agrícolas da nossa região. De imediato se partiu para a analise da Proposta Pedagógica da Escola de aplicação, conforme segue: A Proposta Pedagógica da Escola – Instituto Estadual de Educação Menna Barreto – chamado pela Comunidade Escolar de PPP – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – foi o resultado de um amplo processo coletivo mobilizador de toda a Comunidade Escolar, que propiciou a: integração dos segmentos da Comunidade Escolar, consolidou-se de forma solidária, fortalecendo a escola como espaço democrático e de discussão através da ação coletiva da PARTICIPAÇAO de pessoas que cada vez mais se constituem em sujeitos das transformações sociais. (PPP, p.06) Reflete a defesa de: Princípios éticos voltados para a busca de igualdade de condições PAGE 83 que propiciem acesso e permanência dos alunos na escola, com qualidade para todos – com gestão democrática através da participação de todos nas decisões/ações administrativo- pedagógicas e pela valorização do magistério – formação inicial – continuada com condições de trabalho e remuneração.(PPP, p.07). Ao destacar que: As concepções de homem, mundo, sociedade, democracia, educaçao, escola, autonomia, gestão, currículo, avaliação e outros indicam um referencial maior: transformar a sociedade, tornando-a cada vez mais democrática. (PPP, p.07). Organizar suas atividades, baseada na concepção de homem enquanto sujeito histórico, e na filosofia de que: A Escola fundamenta suas atividades nos princípios e diretrizes legais vigentes, na crença, no homem como ser individual, inteligente e incluso, capaz de descobrir, assumir sua realização pessoal e de atuar como elemento de uma sociedade em mudança, em busca de SER MAIS”. (Art. 2º - Regimento Escolar). Em seu diagnóstico, apresenta as preocupações de Comunidade ao questionar: AFINAL, QUE ESCOLA TEMOS, PARA QUE SERVE E PARA QUE ENSINO? (PPP, p.07). A Escola Menna Barreto, situa-se no centro de nossa cidade, oferecendo Educação Básica em três turnos de funcionamento: • Educação Infantil – Pré-escola, nível B (2 turmas- diurno); • Ensino Fundamental : • de 1ª a 8ª séries (19 turmas – diurno); • de 6ª a 8ª séries (05 turmas – noturno); • Ensino Médio: • Curso Normal (1ª a 4ª séries – 05 turmas – diurno); • De 1ª a 3ª séries (07 turmas – noturno). Apesar da posição central da Escola, que conta com 1650 alunos regularmente matriculados, aproximadamente, apresenta uma clientela heterogênea. • O corpo docente caracteriza-se com professores habilitados em áreas diversas, alguns apresentando especialização nas áreas específicas de titulação, em Educação, Psicopedagogia, um Psicólogo e um mestre em Química, com um regime de trabalho predominante de 40 horas semanais. • Os funcionários são em número de quinze, apenas dois apresentando titulação superior, com uma jornada de trabalho de 40 horas PAGE 83 semanais.( PPP, p.08). Quanto as taxas de evasão, reprovação e repetência, observa-se: • Grande número de evadidos no Ensino Noturno, especialmente nas primeiras séries do Ensino Médio; • No Ensino Médio – Curso Normal – a evasão acontece em todas as séries, provavelmente pela falta de perspectiva do Curso, em relação à Legislação vigente; • Tanto no Ensino Fundamental, quanto no Ensino Médio, o índice de reprovação é considerado relativamente baixo, embora no Ensino Noturno, o grande número de faltas constado prejudica o sucesso do aluno, levando-o a evasão e repetência; • Nas primeiras séries do Ensino Fundamental, verifica-se um número expressivo de crianças portadoras de deficiências, exigindo um trabalho diferenciado por parte da Escola. Com relação aos Colegiados em funcionamento na Escola, temos: Conselho Escolar, Associação de Pais e Mestres, Grêmio dos Professores, Grêmio dos Alunos e Estágio Supervisionado, cada um apresentando Estatuto próprio em consonância com o Regimento Escolar. Os projetos desenvolvidos na Escola objetivam um trabalho interdisciplinar buscando o desenvolvimento integral do aluno, respeitando suas individualidades, como por exemplo: Projeto Dança Estudante, Coral, Banda Musical, Karatê, Clube de Artes, Laboratório de Informática (com acesso à Internet), Projetos em Educação Física, Educação Artística e Ciências (Mostra Pedagógica), Clube de Língua Inglesa, Gincana Cultural Temática, Projetos Sociais (Natal Solidário) e outros. A escola prioriza reuniões freqüentes, com sessões de estudo, Palestras, Seminários e encontros de formação com a Comunidade Escolar. A Escola busca permanentemente uma educação comprometida com o resgate do ser humano, ao definir suas concepções, que são: • Concepção de Educação: PAGE 83 final de cada proposta de ensino. Trata-se de uma busca do entendimento das dificuldades, das potencialidades e dos avanços que o aluno pode vivenciar no seu modo ímpar de aprender. Movidos pelo compromisso de construir uma escola efetivamente democrática busca ainda: Avaliação constante da prática pedagógica, de forma dialógica, interdisciplinar e não excludente, por toda a comunidade escolar; desenvolvimento de práticas de avaliação da aprendizagem coerentes com um processo pedagógico democrático, participativo e dialógico. (PPP, p.33). Após análise das propostas norteadoras da Proposta Pedagógica da Escola Menna Barreto, que se refere a um conjunto de princípios que são priorizados. Observei que o planejamento é participativo pois as decisões são tomadas em consonância com a comunidade, que participa em todas as atividades propostas. Assim, a comunidade escolar vem promovendo mudanças significativas na sua estrutura organizacional buscando novas idéias, concepções de Educação, Currículo e Escola descentralizando o poder no estabelecimento das relações; a convivência com a comunidade escolar, através dos espaços democráticos – CONSELHO DE CLASSE PARTICIPATIVO, GRÊMIO ESTUDANTIL, GREMIO DOS PROFESSORES, ASSEMBLÉIA DOS PROFESSORES, CONSELHO ESCOLAR atuante – integrando ações conjuntas – grupos de trabalhos e projetos interdisciplinares e intersetoriais, na busca constante da integração que se encontra o nosso processo de construção, objetivando o resgate das relações humanas no convívio escolar. Conclui-se que é fundamental para o avanço do processo ensino- aprendizagem, de um estabelecimento de ensino, que a Proposta Pedagógica deste, organize suas atividades como processo de crescimento e de transformação social, como único caminho viável para conseguir a renovação profunda das estruturas e das relações na educação formal. O projeto da escola se destaca por procurar construir e reconstruir seu planejamento e, o faz, através de sua Comunidade Escolar, pelos constantes PAGE 83 questionamentos: • Como estamos caminhando? • Estamos no caminho certo? • Quais são os nossos indicadores, até o presente momento que nos mostram os resultados positivos ou negativos? • O que precisamos mudar? 2. RELATO DAS EXPERIÊNCIAS O ensino de Educação Ambiental, tem sido submetido a constantes questionamentos, desafios e permanentes mudanças. Estas transformações têm resultado de reflexões sobre o tipo de atividade, assim como o esforço de tentar utilizar resultados de pesquisas para a Construção do Conhecimento. As atividades práticas realizadas em Educação Ambiental constituíram- se em experimentação no verdadeiro sentido, pois aprofundamos nossa prática pedagógica em relação a oportunidade de vivenciarem as atividades desenvolvidas no setor primário de produção, especialmente numa horta, conhecimentos estes que se aplicam a todo e qualquer setor de cultivo: jardim, pomares ou mesmo em lavouras... Desenvolvemos a presente pesquisa junto às alunas da terceira série, turma A, com um total de vinte e sete, do Ensino Médio Curso Normal, ou seja, o antigo Magistério, do Instituto Estadual de Educação Menna Barreto, em São Gabriel, RS. PAGE 83 As alunas foram trabalhadas em um grande grupo, em sala de aula, utilizando-se o espaço cedido pela professora da Disciplina de Didática, da referida Escola, com atividades em sala de aula, no auditório da Escola, no Laboratório de Informática, na área de recreação, em visita à Instituição Lar das Meninas, onde se está desenvolvendo um projeto de construção de uma horta e a visitação a um produtor de hortaliças em escala comercial. Através de uma seqüência de momentos distintos, foi-lhes apresentado, inicialmente, sob forma de texto, um resumo mínimo de informações técnicas para se instalar uma horta, por menor que seja ou até as maiores, com terminologias próprias, seqüenciadas de forma didaticamente corretas, onde através do diálogo, da curiosidade ou mesmo na mais simples argumentação se descobria uma quantidade de informações, às vezes, com questionamentos profundos sobre o domínio de determinado cultivo, como foi o caso de uma aluna que queria aprender a fazer “bonzai” (técnica japonesa de cultivar árvores em miniatura). Através deste diálogo, descontraído, simples, sem aquela cobrança tradicional de que “vale nota”, as alunas se sentiram mais à vontade, digo, mais curiosas de como seriam as atividades. Como se trata de um grupo grande de pessoas, cada uma de uma procedência com vivência ou não destas atividades agrícolas, ao ponto de quem já está acostumada a lidar com ela, teve sua oportunidade de questionar dúvidas sobre determinado tipo de cultivo e quem nunca fez nada com relação às plantas parece que aceitou o desafio de aprender alguma coisa. Durante todo o período de aplicação do Projeto, que se desenvolveu durante os meses de Setembro até Dezembro de 2003, com períodos de uma hora aula ou até mesmo três horas por encontro, totalizando 25 horas aulas. Desde o primeiro encontro até o final, foi de uma simpatia entre professor e alunas, visto que a atividade proposta, de forma cordial e voltada para uma necessidade de conhecimento que, até então, elas não tiveram oportunidade de vivenciarem as atividades agrícolas, desde uma simples semeadura, o crescimento e finalmente a PAGE 83 qualquer planta, por exemplo, a irrigação, algumas plantas exigem mais água que outras ou alguns tratos culturais que são específicos para uma determinada planta, não sendo necessárias em outras como: tutoramento (apoio) para o tomate e ervilha, logo, a alface jamais necessitaria dela. Nesta oportunidade o Laboratório de Informática foi utilizado como forma virtual de se buscar informações sobre as atividades agrícolas, a partir de determinado assunto de interesse do grupo de alunos. Através do site www.google.com.br as alunas puderam vivenciar as inúmeras formas de se identificar, pesquisar, descobrir e conhecer, de forma confortável, a variedade de hortaliças, flores e tantas outras curiosidades que se apresentaram no momento. As dúvidas que porventura ficaram da aula anterior, tratos culturais, puderam ser exploradas nesta busca de vivenciar cada uma delas. Neste momento foi possível desenvolver uma excursão em visita à horta de propriedade do Sr. João Strider, localizado na periferia da cidade de São Gabriel, onde a família envolvida nesta atividade sustenta de forma ampla as necessidades das feiras e mercados da cidade com verduras, legumes. Tiveram oportunidade de acompanhar as atividades de beneficiamento das hortaliças após a colheita, ou seja, seleção, limpeza, classificação e acondicionamento e embalagem das hortaliças. Na lavoura, a limpeza dos canteiros, contra as plantas invasoras, inços, a irrigação por aspersão, as estufas onde as sementeiras estão sendo desenvolvidas, tiveram oportunidade de executarem tarefas como: monda, desbaste e irrigação. Outra vivência que as alunas pudera constatar foi a vida árdua que as pessoas levam nesta atividade de sol a sol, quando a necessidade de se fazer uma tarefa independe de estar muito calor ou não, porque neste dia estava muito quente e as pessoas, em atividades peculiares às necessidades das plantas, lá estavam trabalhando. Nesta semana, os grupos de práticas pedagógicas nas escolas de Ensino Fundamental, várias atividades foram executadas em sala de aula, conforme projetos elaborados pelas alunas que desta vez tiveram a culminância com o plantio de mudas de flores com as crianças das séries iniciais. O assessoramento aos projetos das alunas se estendeu durante a semana seguinte. PAGE 83 Finalizando todas as etapas de implantação do Projeto, os grupos de alunas fizeram um registro de como receberam estas informações, e de como se lhes possibilitaria a aplicar em oportunidades futuras, quer como ainda estagiárias ou mesmo em suas atividades como professoras no futuro. 2.1.. Cronograma da distribuição das aulas Resumidamente, através desta tabela é possível relatar as atividades desenvolvidas durante a aplicação do Projeto a que nos propomos, sendo todas às quintas feiras, no horário da Disciplina de Didática, gentilmente cedida e supervisionada pela professora catedrática, ???????????????? Dias e Hora/aulas Atividades desenvolvidas durante as aulas 18/09/2003 1 hora aula Apresentação pessoal, traçando os objetivos das atividades a que me propunha desenvolver como professor de Técnicas Agrícolas na Escola de Ensino Médio João Pedro Nunes, desde os anos 70. 25/09/2003 2 horas aulas Educação Ambiental. Ecologia. Agricultura. Tipos de agricultura. 02/10/2003 2 horas aulas Tipos de hortas. Instalação de uma horta. Ferramentas mínimas necessárias para desenvolver uma horta. Utensílios mínimos necessários. Insumos e matéria orgânica, compostagem. 09/10/2003 2 horas aulas Visitação ao Lar das Meninas, em São Gabriel, onde está sendo implantada uma horta. 16/10/2003 2 horas aulas Traçado dos canteiros. Semeadura e sementeiras. Canteiros definitivos para transplante. Cuidados com as sementeiras. PAGE 83 Cuidados para se transplantar mudas da sementeira. Fatores que determinam a germinação das sementes. 16/10/2003 2 horas aulas Apresentação de uma série de fitas de vídeo, enfocando a instalação de uma horta, desde o preparo, o plantio, os cuidados e colheita. Sistemas de estufas (cultivo protegido). 23/10/2003 2 horas aulas Principais tratos culturais executados numa horta, desde a semeadura até a hora da colheita. 30/10/2003 2 horas aulas Uso do Laboratório de Informática da Escola, com acesso livre à Internet, com tarefas de busca de informações sobre as hortaliças. 06/11/2003 3 horas aulas Excursão a uma horta comercial, do Sr. João Strider, Bairro Bomfim. 13/11/2003 2 horas aulas Elaboração de um relatório das atividades desenvolvidas no local da horta visitada. 21/11/2003 2 horas aulas Elaboração de um projeto vivencial para ser aplicado junto aos alunos das séries em que os grupos executam as práticas pedagógicas nas escolas: Escola Municipal Deodoro da Fonseca, Escola de Ensino Médio João Pedro Nunes (séries iniciai) e Instituto Estadual Menna Barreto. 27/11/2003 2 horas aulas Assessoramento na aplicação dos projetos sobre a viabilidade das práticas agrícolas de forma ecológica e racional junto às séries iniciais. 04/12/2003 1 horas aula Avaliação das atividades propostas durante a execução do projeto de contribuição para a formação dos professores de ensino das séries iniciais e encerramento das atividades em forma de confraternização geral. 4.3 Depoimentos dos grupos de alunas do Curso Normal PAGE 83 • As flores, gostaria de ter mais conhecimentos. 4. Considerando-se as oportunidades de ter conhecimentos além das disciplinas obrigatórias, o que realmente contribuiu como uma nova visão de ensino voltado para as atividades rurais da nossa região? • Sendo o RS um estado basicamente agrícola, as Secretarias de Educação deveriam incentivar a agricultura através de pequenos canteiros nos pátios das escolas. • Além da aquisição de conhecimentos é uma necessidade termos noções de agricultura, por nos localizarmos em uma região extremamente agrícola. • Contribuiu no sentido de que no futuro podemos trabalhar com nossos alunos sobre agricultura e usar esses conhecimentos adquiridos; • Contribui para o enriquecimento do conhecimento, proporcionando uma nova visão e oferecendo não só métodos como argumentos adicionais nas práticas pedagógicas. Levando em conta as necessidades de terem conhecimento sobre a agricultura • Sabemos que apesar dos séculos de mudanças, algo continua sempre igual, os homens continuam tirando do solo seu alimento, por isso, o conhecimento de agricultura nunca será ultrapassado, e sendo assim, é necessário seu ensino em sala de aula. • Tivemos um bom aproveitamento, pois muitas alunas ainda não haviam tido a oportunidade, então foi bem satisfatório, e esperamos seguir mais um tempo. • Contribuiu muito, porque nós nos dedicamos e procuramos nos aprofundar sobre os conhecimentos da agricultura e sabemos que ela é importante para nós. 5. Em que situações de sala de aula poderá ser aplicado estes conhecimentos? • Os conhecimentos sobre agricultura podem ser usados em sala de aula, onde o professor deverá plantar (em vasos) algumas sementes, com a ajuda dos alunos. Estes também deverão até que elas germinem e posteriormente para que cresçam saudáveis. • De maneira simples, mas não monótona e que desperte o interesse dos alunos. PAGE 83 • Em datas comemorativas como o Dia da Arvore, dia do Meio Ambiente, projetos referentes a agricultura; • Hora do lanche é a oportunidade em que os alunos levam frutas de merenda nos proporcionando momento para falar sobre sua origem, cultivo e consumo. • Esse conhecimento pode ser aplicado no sentido de incentivar o respeito a terra e as plantas, bem como aos recursos naturais. • Passando conteúdos de Ciências, podemos passar um pouco de conhecimento que nós tivemos e aprendemos ao visitar as plantações de verduras e legumes. • Passamos conteúdos de Ciências, podemos passar um pouco de conhecimentos que nós tivemos e aprendemos ao visitar as plantações de verduras e legumes. 6. Faça uma análise de como os conhecimentos adquiridos poderão ajudar a sua prática pedagógica. • Antes de termos participado deste Projeto, tínhamos apenas um conhecimento básico sobre agricultura, que foram aprofundados no decorrer das aulas de práticas agrícolas. Todas as técnicas mostradas eram novas e estas foram somadas ao nosso conhecimento. Em nossas práticas os conhecimentos adquiridos poderão nos ajudar a incentivar nossos alunos a terem vontade de cultivar seus próprios alimentos não deixando o trabalho monótono e sim despertando seu interesse. • Os conhecimentos adquiridos no decorrer das aulas de práticas agrícolas nos proporcionaram muitas vantagens que certamente vão nos favorecer na realização de nossas praticas pedagógicas, principalmente, nos trabalhos na área de Ciências, e na montagem de nossos projetos, onde também poderemos passar noções de agricultura, que é essencial por nos localizarmos em uma região extremamente agrícola. Podemos afirmar que assim como nós, nossos alunos vão demonstrar muito interesse e, depois, nos agradecer das lições aprendidas nas aulas. • Durante as aulas de Ciências e Mostra Pedagógica podemos aplicar todo o conhecimento e prática que nós adquirimos, como, por exemplo: a sementeira, o cultivo das plantas e a colheita. E que, em qualquer lugar podemos plantar hortaliças. Entusiasmando a criança desde cedo a plantar, participar de Feiras de Ciências relacionadas com as plantas. • Na hora do lanche é uma oportunidade em que os alunos levam frutas de merenda, nos proporcionando momentos para falar sobre sua origem, cultivo e consumo. Já na aula de Ciências existem conteúdos relacionados às plantas que dará oportunidades de explorar mais os PAGE 83 conteúdos até chegar às práticas agrícolas, usando também esses conhecimentos para as Mostras Pedagógicas. Em Educação Artística podemos fazer uma experiência, pegar um feijão, faze-lo brotar e a cada aula os alunos deverão desenhar a planta, acompanhando assim o seu desenvolvimento. • Os conhecimentos sobre agricultura podem ser usados em sala de aula, onde o professor deverá plantar (em vasos ou similares) algumas sementes, com a ajuda dos alunos. Estes também deverão cuidar até que elas germinem e posteriormente para que cresçam saudáveis. Através desse trabalho as crianças aprendem a plantar e a cuidar das plantas. Além disso, as crianças podem passar seus conhecimentos adiante, através de Projetos para Feiras de Ciências e palestras direcionadas a outras turmas onde elas também trabalharão sua auto-estima e desenvoltura para falar e ler. • No curso que estamos fazendo, nós temos que fazer projetos e integrar eles com o tema que iremos trabalhar, por exemplo: este ano quando trabalhei com a 1ª série, semestre passado, fiz um projeto sobre “Natureza”, neste projeto poderia ter trabalhado mais sobre os conhecimentos da agricultura, mas como não tinha muitos conhecimentos sobre o manejo eu apenas integrei o projeto e também levei os alunos para observar as arvores que a muito tempo foram plantadas na escola (Poli). Lá também existe um bom espaço para o plantio de mudas e lugar para as crianças desfrutarem da natureza. No ano que vem continuaremos a fazer mais projetos. Com os conhecimentos adquiridos teremos mais e melhores condições de usar esses conhecimentos em nossa prática pedagógica. Por isso, tudo que aprendemos terá um valor muito importante para todos nós. • No curso que estamos fazendo, nós temos que fazer projetos e integrar com o tema que vamos trabalhar, por exemplo, este ano trabalhamos com vários temas para educação infantil e primeira série, em alguns temas podemos ressaltar a Natureza e a vida na fazenda, nestes projetos poderíamos ter trabalhado mais sobre os conhecimentos de agricultura, como fazer experiências, como colocar as sementes para germinar e até mesmo, se tiver um espaço disponível, formar uma pequena horta para que os alunos possam acompanhar seu desenvolvimento, aprender a cuidar bem de uma planta e saber a época de cultivar cada espécie de planta. • O homem foi formado do pó do solo, tem suas raízes na terra, por isso, depende dela para viver. Portanto, ampliar os conhecimentos sobre a agricultura é algo profundamente enriquecedor. Alem do aprendizado em si, este conhecimento pode ser aplicado no sentido de incentivar o respeito para com a terra, às plantas, bem como o meio ambiente. PAGE 83 porcas, chaveamentos, engrenagens ou mesmo “pedaços de ferro torto” como é classificado por quem desconhece a utilidade do mesmo. Nas Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) não existe sequer interesse neste patrimônio existente em algumas escolas. Numa escola, área destinada ao pomar, hoje, dá lugar ao campo de futebol, local destinado à horta escolar, hoje é um belo estacionamento privativo dos carros com calçamento de pedra irregular. O que é mais decepcionante hoje, é que as disciplinas que ocupavam as oficinas como: Técnicas Domésticas, Técnicas Comerciais, Técnicas Agrícolas e Técnicas Industriais foram substituídas por disciplinas do Núcleo Comum, simplesmente deixando de existirem nas bases curriculares das escolas de Ensino Fundamental, uma pela necessidade de salas de aulas, outra pela inexistência de professores e mesmo desinteresses da parte do Governo em nomeação e mesmo na formação de professores para estas áreas. E agora? Aquilo que foi ecologicamente correto nos anos setenta e oitenta, poderá ser repetido, ressurgido das cinzas (como Fênix)? Prova há nas escolas estaduais denominadas de Polivalentes em todo o estado, quando o planejamento da escola previa, antecipadamente, a área de preservação, a formação e treinamento de professores especializados e na época, uma compensação salarial digna dos educadores, hoje fica os resultados para comprovarem o trabalho feito em termos de arborização, embora a parte de jardins e hortas não se perpetuam como as árvores, também tiveram sua história registrada na formação dos jovens que conviveram nas referidas décadas. Fica apenas uma esperança de que meus netos, ou antes, possam ter essa oportunidade de uma educação voltada para as práticas agrícolas, práticas industriais, práticas comerciais e dos afazeres domésticos, tão úteis para a vida. PAGE 83 CONCLUSÃO Ao término deste trabalho de pesquisa em que nos propomos desenvolver um projeto na área de Educação Ambiental, como “Contribuição Teórico-Prática para a Formação de Professores de Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental”, não cabem conclusões definitivas. O que apresentamos, como fecho deste trabalho, são algumas considerações finais onde deixamos expresso alguns entendimentos e, ainda, algumas expectativas para o futuro. O desejo de enfrentarmos, com alguma concretude, o desafio de contribuir no ensino de Educação Ambiental na direção de encontrarmos saídas possíveis para o redirecionamento do que vem sendo, de forma sistemática, apontado como problema em nossa área, nos levou a realização deste projeto. Alertamos, porém, que nossa preocupação foi a de oferecermos elementos aos alunos do Curso Normal, para que se possa ultrapassar a visão ingênua da realidade que tem permeado boa parte daqueles que se interessam pelo estudo da Educação Ambiental. O conhecimento sobre o meio ambiente, das causas de sua deterioração e principalmente das práticas de preservação do mesmo, sobre a nossa realidade sócio-econômica voltada quase que exclusivamente para a agricultura e pecuária, tornando-se um pré-requisito essencial na formação de professores que PAGE 83 pelo menos tenham conhecimento desta realidade e, se possível, uma convivência com essa realidade, coisa que atualmente é muito rara para quem vive na cidade, não tem idéia das necessidades mínimas de quem vive no interior do município, onde este professor estará atuando no inicio de carreira, ou seja, nas escolas pequenas do interior do município, porém, com conhecimento e determinação pode melhorar em muito as condições ao redor da escola, quer com áreas de sombra, ornamentais ou ainda de produção de frutas e hortaliças, estas por não serem perenes a cada seis meses se renovam totalmente. Através de oportunidades de práticas agrícolas que foram oferecidas às alunas, permitiu que algumas tivessem pela primeira vez a oportunidade de semear, plantar, tratar do cultivo de determinada hortaliça ou mesmo de colher alguma coisa, para outras que já tinham essa vivência descobriram novas técnicas de cultivo ou seja melhoraram seus conhecimentos sobre o assunto. Ficando a certeza de que no futuro lhes serão úteis para realização de atividades com os alunos das series iniciais possibilitando que não cometam erros numa atividade que desconheçam. Neste curto espaço de tempo não foram suficientes para resolver todas as questões e dúvidas, mas serviu como uma semente que poderá vir a germinar, desenvolver-se e produzir, ou seja, foi um começo de atividade que somente o aluno, ao devido tempo, utilizará os conhecimentos e experiências adquiridas em suas atividades futuras, tendo estas por estímulo. Vive a Educação Ambiental uma situação de primeira fase de um processo de integração entre o homem e a natureza. O segundo estágio – o prático – desenvolve-se em ritmo muito lento, apesar de já estabelecer como prioridade pelas autoridades governamentais e de educadores. Propunha-se, de certa forma, e alguns aspectos, as perspectivas para a fase de conscientização coletiva, a rigor, o objetivo deste trabalho. Na busca de sua importância, palco de movimentos de ambientalistas, no passado, quais sejam, ecologistas, ONGs, e educadores, entre outros, a Educação Ambiental chama as pessoas para uma luta que pertence a todos, reavivando esperanças e criando expectativas favoráveis à preservação da Natureza. PAGE 83 BIBLIOGRAFIAS REFENCIADAS e CONSULTADAS AQUINO, 1999, p.77. AQUINO, Rubem Leão de; MOURA, Maria Bernadete; AIETA, Luiza Siciliano. Fazendo a História: da Pré-história ao Mundo Feudal.,– Ed.Revisada – Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. AQUINO, Rubim Santos Leão de. 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