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Monografia - Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias Empresas, Notas de estudo de Gestão de Recursos Humanos

Autor: Helldriver Rapper aka Sergio Alfredo Macore

Tipologia: Notas de estudo

2016
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Compartilhado em 15/04/2016

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Baixe Monografia - Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias Empresas e outras Notas de estudo em PDF para Gestão de Recursos Humanos, somente na Docsity! i Sérgio Alfredo Macore Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias Empresas: um estudo de caso na empresa Nova Base, Lda. - Nampula, 2014 – 2015 Licenciatura em Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira ii Universidade Pedagógica Nampula 2016 Sérgio Alfredo Macore Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias Empresas: um estudo de caso na empresa Nova Base, Lda. - Nampula, 2014 – 2015 Monografia Científica Apresentada a Escola de Contabilidade e Gestão, Delegação de Nampula para obtenção do grau académico de licenciatura em Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira. Supervisor: dr. Benedito Machado v 3.5. População em estudo e tamanho da amostra........................................................ 45 3.5.1. População em estudo ..................................................................................... 45 3.5.2. Tamanho da amostra...................................................................................... 45 3.6. Ferramentas da análise e softwares usados .......................................................... 45 CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .................................... 46 4.1. Introdução ............................................................................................................ 46 4.2. Localização geográfica do campo de estudo........................................................ 46 4.3. Caracterização da Empresa .................................................................................. 46 4.4. Apresentação de dados obtidos ............................................................................ 47 4.4.1. Pesquisa sobre controlo de stocks ................................................................. 48 CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO E SUGESTÕES ............................................................ 56 5.1. Conclusão............................................................................................................. 56 5.2. Sugestões.............................................................................................................. 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................... 58 APÊNDICE..................................................................................................................... 60 ANEXOS ........................................................................................................................ 63 vi LISTA DE TABELAS Tabela. 1. Hipóteses, Variáveis e Indicadores ............................................................... 17 Tabela. 2. Classificação da dificuldade na obtenção dos itens ...................................... 25 Tabela. 3. Técnica XYZ................................................................................................. 35 Tabela. 4. Exemplos de enfoques JIT para alguns problemas ....................................... 36 Tabela. 5. Movimento de stocks e cálculo do custo médio pelo método PEPS ............ 40 Tabela. 6. Movimento de stocks e cálculo médio pelo método UEPS .......................... 41 Tabela. 7. A Influência da Gestão de Stocks nos Índices Financeiros .......................... 42 vii LISTA DE FIGURAS Figura. 1. Curva ABC para classificação de stocks....................................................... 34 Figura. 2. Sistema de duas gavetas ................................................................................ 37 Figura. 3. Sistema de duas gavetas ................................................................................ 38 Figura. 5. Vista frontal do edifício da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula. . 45 Figura. 6. Organograma da empresa Nova Base, Lda. .................................................. 46 x C Consumo Diário D Procura anual S Custo de preparação da encomenda H Custo anual de posse ou armazenamento R Ponto da nova encomenda L Prazo de acomodamento DECLARAÇÃO Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, resulta da minha investigação e sob orientação do meu Supervisor. Esta é a primeira vez que submeto numa instituição Académica para obter o grau Académico de Licenciatura em Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira. Nampula, aos ______ de Março de 2016 Nome do Autor ______________________________________________ (Sérgio Alfredo Macore) Nome do Supervisor _____________________________________________ (dr. Benedito Machado) xi DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha mãe Dona Jacinta João Baptista. xii AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço à Deus por me dar o dom da vida e a capacidade de superar todas as dificuldades e barreiras encontradas. Aos meus parentes, amigos e colegas do curso que lutamos juntos durante todo o percurso sempre com o mesmo objectivo. Ao meu supervisor dr. Benedito Machado pela sua orientação e todos os docentes que contribuíram para que o meu objectivo fosse atingido. A todos que deram o seu contributo, respondendo os questionários. Meu muito obrigado! 15 CAPITULO 1: INTRODUÇÃO 1.1. Introdução O cenário em que as empresas estão vivenciando no momento tem uma característica de alta competitividade, devido ao alto grau de instabilidade vindo do exterior como as crises, sem contar com a grande competitividade das empresas locais onde a cada instante surgem um novo concorrente que entra para dividir a fatia de clientes que antes eram fiéis a uma empresa. Deste modo as empresas que pretendem permanecer no mercado estão focalizando em novas técnicas de controlo e na procura de funcionários especializados. Um controlo efectivo do stock só gera benefícios, como redução de perdas que leva a maximização dos lucros e um ganho capital. Assim a gestão eficaz de stock é cada vez mais fundamental nas organizações, tornando-se uma questão determinante no desempenho das empresas. Dai que aperfeiçoar o investimento em stocks, sua gestão e possuir um stock eficiente, influi no desempenho da produção e nas vendas. Em tempos de competitividade, as empresas travam uma verdadeira guerra pela busca e fidelização de clientes. Para tanto, são investidos muitos recursos da mesma, não apenas financeiro, mas de tempo. Dessa forma, a gestão de stocks, propiciando atendimento pontual aos clientes, no momento e quantidade desejada, é um diferencial competitivo, assumindo então características estratégicas. A gestão de stocks começa antes mesmo do produto estar finalizado. Toda empresa existe por que produz bens ou serviços visando suprir uma necessidade, obtendo dessa transacção um retorno financeiro. Para tanto, as empresas passam pelo modelo de produção: inputs1, transformação e outputs2. Entretanto, no processo produtivo podem ocorrer diversos factores que interrompam a produção (greve operacional, falta de matéria prima, por exemplo) justificando assim, um stock de produtos acabados, para que as vendas e as receitas da organização não 1 Input (entradas) -Trata-se do primeiro item a entrar no processo de transformação, geralmente uma matéria-prima ou um outro produto terminado que agora será transformado novamente. 2 Output (saídas) - versa-se do produto final depois de concluído o proces so de transformação, este por sua vez já pronto para ser fornecido ao consumidor. 16 sejam afectadas todas as vezes que problemas ocorram. Assim a presente pesquisa visa analisar uma série de acções que permitem o Gestor verificar se os stocks estão sendo bem utilizados, bem localizados em relações aos sectores que eles utilizam, bem manuseados e bem controlados do modo a contribuir no desempenho financeiro da empresa. 1.2. Objectivos do Estudo A presente pesquisa procura alcançar os objectivos traçados, isto é, geral e os específicos de modo que se materialize a questão acima colocada acerca da gestão de stock nas pequenas e medias empresas, em particular a empresa NOVA BASE LDA. 1.2.1. Objectivo Geral Assim a presente pesquisa tem como objectivo geral:  Demonstrar a contribuição da gestão de stocks no desempenho financeiro das pequenas e medias empresas, em particular a empresa Nova Base, Lda. 1.2.2. Objectivos Específicos  Descrever as principais funções da gestão de stocks;  Identificar o melhor nível de stock a ser usado pelas empresas;  Apresentar os modelos de gestão de stock que possam melhorar a empresas.  Avaliar os métodos usados no controlo de stocks;  Mostrar os principais custos associados a manutenção dos stocks. 1.3. Justificativa O mundo actual está ficando cada vez mais competitivo devido a globalização, com isto os negócios estão se tornando um campo de batalha, cujo objectivo é manter e conquistar mais clientes. Esta nova realidade está transformando as empresas em geral. Os clientes estão ficando cada vez mas selectivos e exigentes, acompanhando a evolução dos produtos e da tecnologia. Devido a isto as empresas estão se sentindo forçadas a competir e utilizar de tudo para reduzir despesas e custos sem perder a qualidade dos seus produtos. Dai que a gestão de stocks engloba o planeamento do stock e o seu controlo. O planeamento irá determinar antecipadamente a quantidade do stock a data de entrada e 17 saída e os pontos de pedido do material. O controlo consiste em registar os dados e comparar com o planeamento, apontando possíveis desvios. Destaca-se, ainda, o interesse do pesquisador na realização da presente pesquisa o que amplia a possibilidade de sua aplicação prática, sem contar no acréscimo de conhecimento e um melhor entendimento sobre o assunto. Trata-se, portanto, de um verdadeiro incremento de competência profissional para o autor. Desta forma pretende-se com a realização deste trabalho contribuir para que empresas possam atender aos seus anseios de redução de custos e maximizar os seus lucros na área dos stocks. Com este trabalho espera-se que as pequenas e médias empresas tenham uma visão mais aprofundada sobre a gestão de stock. 1.4. Definição do Problema A gestão das pequenas e médias empresas normalmente não dão prioridade o controlo de stocks e este nem sempre é realizado de forma eficiente, podendo levar os gestores a tomar decisões controversas. Pode-se dizer que devido à má gestão dos stocks, o caixa da empresa é atingido directamente, pois as compras não são feitas com bases técnicas, ou seja, pessoas que não tem qualificação para gerir os stocks. Neste caso, o gestor de stock tem como maior objectivo buscar métodos que o leve a melhorar o seu controlo de mercadorias. Com isso a principal questão que será levantada nesta pesquisa é: Até que ponto a Gestão de stock influencia no desempenho financeiro das empresas? 1.5. Hipóteses de Estudo Em menção ao problema em estudo, o autor propõe as seguintes hipóteses: H1: A utilização de ferramentas adequadas de planeamento e controlo dos Stocks, contribui na melhoria da gestão das pequenas e medias empresas. H2: O uso dos modelos eficazes de controlo de Stocks, influenciam significamente na redução dos níveis de ruptura dos mesmos. 20 CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Introdução Para melhor compreensão do tema proposto no trabalho, faz-se necessária a apresentação dos conceitos teóricos que envolvem a situação analisada. Neste capítulo, serão apresentadas abordagens de autores referentes ao estudo de gestão de stock, 2.2. STOCKS: CONCEITO E CARACTERISTICAS Stocks são mercadorias tanto acabadas quanto em processo de finalização que estão nas dependências da empresa. Conforme a definição do autor Slack (2009), stock pode ser definido como: Stock é definido aqui como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, o termo stock também é usado para descrever qualquer recurso transformador de capitais. (SLACK, 2009, p. 356). Segundo Slack (2009), stocks são quantidades armazenadas ou em processo de produção, que tem a finalidade de dar uma independência entre os processos da cadeia produtiva. Os stocks geralmente são usados como uma forma de se proteger contra a imprevisibilidade dos processos ou da demanda do mercado. O termo stock pode ter vários significados, visto tradicionalmente pode-se considerá-lo como representativo de matérias-primas, produtos semi-acabados, acabados, componentes para montagem, sobressalentes, materiais administrativos e suprimentos variados, ou então no stock pode configurar máquinas, equipamentos, ferramentas, recursos financeiros e até humanos, podendo ser de livros, imóveis, dinheiro em banco, cientistas, professores, etc. (SEGALL E VIANA, 1988, p.35). Quando se busca as características do stock deve-se levar em conta alguns factores que podem influenciar nas operações de uma determinada empresa, levando em consideração que cada produto deve ser armazenado de forma específica. As principais características segundo o autor Slack (2009) são: “Stock de segurança, stock de ciclo, stock de desacoplamento, stock de antecipação e stock no canal de distribuição” (SLACK, 2009, p. 358-360). 21 Stock de ciclo: Este tipo de stock aparece à medida que as empresas aumentam seu mix de produtos com objectivos de redução do custo unitário e redução da ociosidade dos equipamentos, mantendo sempre em produção. Assim Slack (2009, p. 358), salienta que “o stock de ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer simultaneamente todos os itens que produzem”. Stock de desacoplamento: Esse tipo de stock para Slack (2009) é o stock de materiais que estão esperando para ser transformados, com isto pode-se programar a velocidade de cada operação optimizando suas operações. Com isto o gestor pode desmembrar as operações e aplicar a velocidade necessária para seu processamento sem que prejudique a qualidade dos outros processos. Stock de antecipação: O stock de antecipação segundo Slack (2009), pode ser muito utilizado quando se tem uma variação muito grande de fornecimento de matérias-primas ou de produtos essenciais para o funcionamento da organização. Utiliza-se este tipo de stock no varejo quando em alguns períodos pré-definidos, como uma época do ano já conhecida que aumenta as vendas dos produtos oferecidos pela empresa, exemplo: natal, carnaval etc. Promoção de certos produtos, período de férias de fornecedores, etc. Com o stock de antecipação os gestores podem se prevenir dos imprevistos ligados à demanda, ou seja, evita um desabastecimento e o não atendimento das demandas previstas. Stock no canal de distribuição: Slack (2009), define stock no canal de distribuição como: stock no canal existem porque o material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda. Se uma loja de varejo encomendar itens de consignação de um de seus fornecedores, o fornecedor vai alocar stocks para a loja de varejo em seu próprio armazém embalá-lo, carregá-lo em seus próprios caminhões, transporta-lo para seu destino, e descarregá-lo no stock do varejista. (Slack, 2009, p. 281) portanto Slack (2009), diz que este tipo de stock ocorre quando não se pode locomover os produtos desejados pelas empresas rapidamente do fornecedor ao depósito. 2.2.1. A Importância dos Stocks Os stocks representam boa parte dos activos da empresa, em alguns casos podendo representar aproximadamente 46% dos activos totais. 22 Então, pode-se considerar que, “os stocks são recursos ociosos que possuem valor económico, os quais representam um investimento destinado a incrementar as actividades de produção e servir aos clientes” (VIANA, 2000, p.144). Hoje o relacionamento cliente/fornecedor é totalmente diferente de alguns anos atrás, quando cada um procurava tirar o máximo de proveito do outro, e, se não eram amigos, pelo menos a desconfiança era mútua. Actualmente o relacionamento é do tipo parceria, com elevada confiança, em que cliente e fornecedor se ajudam sempre na procura de soluções eficazes e que possam trazer mais benefícios aos consumidores finais, (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.171). Contudo, houve a necessidade de se estudar uma melhor forma para manter um stock de segurança. Para Ballou (1993), Um dos mais respeitados gurus da logística, afirmou que, em sistemas logísticos, os inventários são mantidos para:  Melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar demanda precisa de material disponível para concretizar vendas.  Economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é fabricado continuamente e em quantidades constantes.  Protecção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: um alto volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços dos fornecedores.  Protecção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: considera o problema que advém do sistema logístico quando tanto o comportamento de demanda dos clientes quanto o tempo de entrega dos fornecedores não são perfeitamente conhecidos, ou seja, para atender os clientes são necessários stocks de segurança.  Protecção contra contingências: proteger a empresa contra greves, incêndios, inundações, instabilidades políticas e outras variáveis exógenas que podem criar problemas. O risco diminuiria com a manutenção de stocks. Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objectivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura. 25 exemplo promoções, a chegada de um grande pedido para um determinado cliente, aumento da produção para manter o stock.  Demora no procedimento do pedido de compra: são um conjunto de falhas do sistema de gestão e controle do stock de materiais, falhas em gerar informações do almoxarifado relativas à área de compras, que podem incidir em atrasos excessivos no processo de pedidos. 2.2.5. Procedimentos da administração de materiais O objectivo da administração de materiais é agrupar os produtos de diversas origens e finalidades, a fim de que na hora de reabastecer a loja, possa ser feita com mais agilidade, e com controlo dos materiais referentes à demanda da empresa. Na administração de materiais, estão incluídos os sectores típicos da maioria das empresas, dos quais trataremos a seguir. 2.2.5.1. Cadastro O cadastro dos produtos é fundamental para uma empresa, pois é aqui se encontram todos os dados referentes a ele. Para Viana (2002) o cadastro de materiais é essencial para cadastrar os materiais necessários para a manutenção e o desenvolvimento da organização, no qual precisa ser completo, com todos os dados necessários para a identificação do produto, no qual os envolvidos na administração de materiais tenham facilidade na hora que trabalhar com os produtos. De acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2006) antigamente o processo de cadastro de produtos, era um sistema burocrático ou de baixa importância, com o passar dos anos, esse conceito foi mudando. Segundo Francischini e Gurgel (2002) para cada item do mix, precisa-se criar uma lista de fornecedores do mesmo, sendo que apenas devem-se comprar os produtos do fornecedor cadastrado na lista. Por outro lado, a empresa deve acompanhar a logística de fornecimento, sendo que a partir do momento que o produto é cadastrado, ele deve estar em vigor quando aprovado o cadastro do fornecedor. 2.2.5.2. Compras Dias (1993), menciona que a função de compras é essencial no departamento de matérias, por ela ser responsável pelo suprimento de materiais, devendo assim ser 26 planeada para que sejam supridas a necessidade no momento certo e quantidade corre ta de acordo com o que foi citado no pedido e planear o armazenamento dos produtos comprados. Conforme Viana (2002) a actividade de compras tem por função, suprir as necessidades da empresa, de acordo com a demanda dos clientes, buscando sempre as melhores condições comerciais para a satisfação do cliente. Bowersox, Closs e Cooper (2006) citam que antigamente, a função principal do comprador, era de conseguir manter a empresa, com recursos de baixo custo, agregando valor maior e assim obtendo mais lucro. Gasnier (2010) exemplifica a classificação de aquisição 1 2 3, que diz respeito ao processo de compras dos itens em stock, fazendo assim a qualificação e confiabilidade dos fornecedores quanto ao prazo de entrega proposto no ato da compra. As classes 1, 2 e 3 são denominadas da seguinte forma: Tabela 2. Classificação da dificuldade na obtenção dos itens Classe Dificuldade 1 Complexa: tratam-se dos itens de obtenção muito difícil, pois envolvem diversos factores complicadores combinados; 2 Difícil: Envolve alguns poucos factores complicadores relacionados acima, tornando o processo de obtenção relativamente difícil 3 Fácil: Fornecimento, ágil, rápidos e pontuais, o item possui amplas alternativas a disposição no mercado fornecedor. Fonte: GASNIER (2010 p.43) Para Chiavenato (2005, p. 100): A área de compras tem por finalidade a aquisição de materiais, componentes e serviços para suprir às necessidades da empresa e do seu sistema de produção nas quantidades certas, nas especificações exactas e no tempo certo. 27 2.2.5.3. Recebimento A função do sector de recebimento de materiais é a de garantir que o produto entregue está de acordo com as especificações descritas na ordem de compra. Segundo Francischini e Gurgel (2002) é denominado recebimento de materiais a partir do momento que a empresa passa a ter responsabilidade pelo material comprado, após conferir todas as informações junto à ordem de compra da empresa. Após esse momento, a empresa não tem mais o direito de reclamar sobre possíveis danos, avarias sobre os produtos adquiridos. Para Martins e Laugeni (2003) os procedimentos para o recebimento de materiais são: verificar o pedido de compra, verificar os elementos fiscais constantes na nota fiscal de entrega, conferir unidades e preços, vistoriar as embalagens e por último verificar qualidade dos produtos adquiridos pela empresa. De acordo com Chiavenato (2005), o recebimento de materiais é responsável pelas características do produto, qualidade, preço e prazo, sendo de obrigação do sector de compras repassar estas informações ao sector de recebimento. Chiavenato ainda diz que conferias as informações, o sector recebe os produtos e armazena-os e com isso esta autorizando o sector de finanças pagar pelos produtos adquiridos. 2.2.5.4. Armazenamento Para Viana (2002) o armazenamento dos produtos pode ser simples ou complexa, dependendo da variação da armazenagem se da em função do tipo do produto, peso, volume, fragilidade, etc. De acordo com Martins e Laugeni (2003 p.445) o armazenamento de materiais é importante para reduzir o custo de fretes, reduzirem o custo de produção e melhor atendimento ao cliente. Os objectivos de um bom armazenamento são:  Permitir o sistema PEPS (primeiro ao entrar, primeiro ao sair);  Manter a qualidade dos materiais tomando o devido cuidado para que o armazenamento não altere as suas características;  Obter identificação clara dos materiais;  Controle sobre a quantidade armazenada; 30 Com as informações acima geradas correctamente, o gestor de stocks tem segurança para saber quando comprar novamente sem prejudicar a empresa. Com o tempo médio, o gestor poderá saber qual o tempo ideal par renovação de seu stock e dar maior atenção aos itens que tem maior giro e demanda. 2.2.5.7. Tempo de cobertura do stock (ponto de pedido e tempo de reposição) Segundo Martins e Alt (2001) a cobertura dos stocks é definida pela quantidade do stock dividido pela quantidade média da demanda, resultante em dias que o stock suprirá as necessidades. Desta forma, o autor mostra um modelo de cálculo para a cobertura do stock: Utilizando o exemplo de um período de 6 (seis) meses: 6meses x 30 dias/mês = 180dias Giro = 17,34 Unidades/dia Com o cálculo acima apurado, o gestor tem a quantidade em dias que terá produtos a venda, programando assim a compra ideal para o próximo período (tempo de entrega em dias do próximo pedido). 2.2.6. Gestão de Stocks Segundo Martins e Alt (quinta tiragem, 2003) ambos mestres em engenharia de Produção afirmam que a gestão de stocks constitui em acções que permitem o gestor analisar se os stocks estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e controlados. A gestão de stock busca garantir a máxima disponibilidade de produto, com o menor de stock possível. A gestão de stocks entende que quantidade de stock parada é capital parado. Ou seja, não esta tendo nenhum retorno do investimento efectuado e, por outro lado, este capital investido poderia estar suprindo a urgência de outro segmento da empresa, motivo pelo qual a gestão deve projectar níveis adequados, objectivando manter o equilíbrio entre stock e consumo. Os níveis devem ser actualizados periodicamente para evitar problemas provocados pelo crescimento do consumo ou vendas e alterações dos tempos de reposição. 31 2.2.6.1. Função da Gestão de Stock Uma má gestão no stock acarretaria em inúmeros prejuízos à empresa. Dentre eles elevação do cancelamento de pedidos, parada de produção por falta de matérias, falta de espaço para armazenamento, quantidades maiores de stock enquanto a produção permanece constante, e assim vai. Portanto, sua existência em meio ao planeamento do controle de stock torna-se essencial. A gestão age como protectora do aumento dos preços é quem incentiva as economias na produção e mais, é a gestão quem protege as empresas das incertezas na demanda e no tempo de reabastecimento do stock. (MARTINS e ALT, 2003) 2.2.6.2. Planeamento e controlo de stocks De acordo com Arnold (1999), nas técnicas de planeamento e controlo de material, a decisão de o que, quando e quanto comprar é tomado com base em modelos de stocks que, além de procurarem atender essas questões considerando, basicamente, o factor custo e o factor capital, minimizando um e maximizando o outro, utilizam previsões que supõem uma demanda do tipo contínuo, na qual os seus instantes são relativamente próximos e as suas variações razoavelmente pequenas, o seu enfoque, na gestão de stock convencional, como observa Arnold (1999), cada item é controlado individualmente e suas demandas são previstas com base em factores de aleatoriedade, o que ocorre, porém, na produção, são relações de dependência simples de demandas entre diversos materiais. Para Slack; Chambers; Johnston (2002), para melhor gestão de stocks, os gestores devem realizar duas tarefas: primeiramente, precisam discriminar todos os diferentes itens armazenados, de maneira que possam aplicar um grau de controlo em cada item, de acordo com sua importância e, posteriormente a esta distinção, necessitam realizar um investimento em um sistema de processamento de informação que tenha capacidade de gerir o controlo dos stocks. Para Francischini e Gurgel (2002 p.310), controlo, é definido como fluxo de informação que permite comparar o resultado real com o planeado. Esse fluxo pode ser visual ou oral. Recomenda-se que seja documentado, para que possa ser analisado, visualizado e recuperado quando necessário. 32 De acordo com Ching (2007 p.220), o controlo de stock exerce grande influência sobre a rentabilidade da empresa. Os stocks usam capital de uso potencial e tem o mesmo custo de capital de qualquer outro projecto de investimento. Viana (2002 p.448) enfatiza que, qualquer que seja o método, é fundamental a observância das rotinas em prática, a fim de evitar problemas de controlo, com consequências no inventário, que tragam prejuízos para a empresa. 2.2.6.3. Função do controlo de stock A função do controlo de stocks é a de controlar entradas e saídas de mercadorias, registando seus preços conforme a operação e no final verificar as informações registadas com o saldo físico disponível no stock. Dias (1993 p.399), diz que as funções para a organização do sector de controlo de stock são:  Determinar “o que” deve permanecer em stock, em números;  Determinar “quando” se devem reabastecer os stocks, em períodos;  Determinar “quanto” de stock é necessário para o período pré determinado;  Receber, armazenar e atender os produtos adquiridos de acordo com as necessidades;  Controlar os stocks em quantidades e valores e fornecer as informações sobre posição de stock;  Manter inventários periódicos para conferência das quantidades e avaliação do estado dos materiais, e  Identificar e retirar do stock os produtos antigos ou danificados. Assim, a função de do controlo de stock denomina-se o controlo sobre a posição dos produtos, a hora de comprar, a quantidade a ser comprado, o que realmente se possui no stock e todas as informações necessárias sobre os produtos armazenados. 2.2.6.4. Custos dos Stocks A gestão de stock incorre em dois tipos básicos de custo: custos de manutenção de stock e os custos associados à falta do mesmo. Este segundo tipo de custo é relacionado ao nível de serviço da empresa, sendo muitas vezes negligenciado pela mesma. Para Dias (1993 p.399); Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não 35 2.2.6.7.1. Classificação dos stocks segundo o valor de uso – Sistema ABC Nas organizações de hoje, existem várias ferramentas para fazer a medida dos custos e uma das mais usadas é o sistema de custeio ABC, que são os custos baseados em actividades. O método ABC é o mais utilizado, pois leva em consideração a sua abrangência em relação a determinado factor, separando os itens por classes de acordo com sua importância relativa. Para classificar os itens podem ser utilizados vários parâmetros, peso, volume ou número de movimentações, ou ainda por volume financeiro investido em stock. No entanto o mais utilizado é o emprego da demanda valorizada, ou seja, a quantidade do produto pelo seu custo unitário. Dias (1993, p.77), Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:  Classe A: grupo de itens importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração.  Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C.  Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. De acordo com a classificação ABC, os itens podem ser separados em classe A, que são os itens em pequenas quantidades, porém caros, e o contrário ocorre na classe C, onde grandes quantidades, mas, porém com custos menores e a classe B que seria o intermediário entre as duas classes. Figura. 1 - Curva ABC para classificação de stocks Fonte: (MOREIRA, 1996, p.463). 36 2.2.6.7.2. Classificação XYZ Itens são segmentados baseando-se no critério de criticidade e facilita as rotinas de planeamento, reposição e gestão de stocks. Tabela 3. Técnica XYZ Classe Designação X Ordinário: Item de baixa criticidade, cuja falta naturalmente compromete o atendimento de um usuário interno (serviço ou produção) ou externos (clientes finais), mas não implica em maiores consequências. Y Inter-cambiável: Apresenta razoável possibilidade de substituição com outros itens disponíveis em stock sem comprometer os processos críticos, caso seja necessário e em detrimento dos custos envolvidos. Z Vital: Item cuja falta acarreta consequências críticas, tais como interrupção dos processos da empresa, podendo comprometer a integridade de equipamentos ou segurança operacional. Para facilitar a memorização, optamos por denominar os itens mais críticos pela letra Z devido a sua posição no extremo oposto do alfabeto. Fonte: Prof. Fernando Augusto Silva Marins 2.2.6.7.3. Sistema Just-in-time (JIT) “O sistema jus in time é um método de produção com o objectivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufactura apenas quando forem necessários para que o custo de stock seja maior. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.127).” Segundo Viana (2000), É a produção na quantidade necessária, no momento necessário, para atender a variação de vendas com o mínimo de stocks em produtos acabados, em processos e em matéria-prima. Para Martins e Campos (2006), O sistema just-in-time3 é 3 Just in time (na hora certa” ou "momento certo) - é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. 37 um método de reprodução com objectivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufactura apenas quando forem necessários para que o custo de stock seja menor. Aborda-se geralmente o JIT, alguns de seus aspectos, como:  Melhoria contínua dos processos.  Eliminação de desperdícios.  Esforço contínuo na resolução de problemas.  Produção em stock.  Manufactura de fluxo contínuo. O JIT é muito mais do que uma simples ferramenta de gestão, é um conjunto de técnicas de administração do stock e da produção, considerada uma derivação do sistema japonês “Kanban” (quantidade e momento da necessidade de reabastecimento), especificando quanto será retirado do stock do fornecedor. (CHING, 2001, p.136). Moura 2006, O objectivo do JIT é estreitar ainda mais o relacionamento entre vendedores e clientes, eliminando a necessidade de intermediários, na medida em que o vendedor assume responsabilidades dentro das instalações dos clientes, dispensando, desse modo, parte das funções de compras para o cliente e de vendas para o fornecedor. Tabela 4. Exemplos de enfoques JIT para alguns problemas Problemas Solução JIT Maquina não confiável Torna-la confiável Grandes tamanhos de lote Produzir necessidade do cliente e adoptar sistema de puxar a demanda Longos lead times4 de produção Melhorar a flexibilidade da produção e reduzir tempo de set up5 Qualidade insatisfatória Melhorar processos e trabalhar com fornecedores para garantir a qualidade assegurada Fonte. Adaptado HONG (2006, p. 39). 4 Lead times (tempo de aprovisionamento ) - é o tempo entre o momento de entrada do material até à sua saída do inventário. 5 Set up - é o tempo decorrido para a troca (ferramenta, programa, equipamento) de um processo em execução até a inicialização do próximo processo. 40 Os modelos de controlo de stock baseado em emissão directa são baseados na lógica do MRP (Manufacturing Resource Planning6) que incluem itens com demanda dependente e independente. 2.2.6.8.1. Controlo de stocks pelo MRP Para Gonçalves e Schwember (1979), o sistema de planeamento dos requerimentos é um tipo de gerência sistemática dos stocks baseados em um conjunto de procedimentos e regras de decisão projectadas para determinar as necessidades de stocks dos itens que compõem o produto em todos os níveis, a partir do produto final, com a finalidade de gerar ordens de acção para esses requerimentos. Mas, para Martins e Campos (2006), O Planeamento das necessidades de materiais é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto. Os principais pré-requisitos e suposições envolvidos no MRP são:  Existe um programa mestre de produção que contém a lista de materiais.  Todos os itens do stock têm uma identificação única.  Os registos dos stocks contêm os dados históricos de cada item.  Os prazos de entrega são conhecidos.  Existem informações para conhecer oportunamente os recebimentos e consumos de cada item.  Existe processamento independente dos itens em fabricação. O MRP apoia-se num pacote de software para cálculo das necessidades de materiais e de outros recursos, garantindo a sua disponibilidade no exacto momento em que são necessários, nem antes (o que eu significa desperdícios) e nem depois (atrasando o planeamento). (MOURA, 2006). As quantidades devem estar correctas nos momentos certos para que a programação das actividades seja no momento mais tarde possível, de modo a minimizar os stocks. Quando se deduz as necessidades brutas do stock já existente, têm-se as necessidades líquidas, a partir da qual são geradas as ordens de compra ou de produção. 6 Manufacturing Resource Planning MRP – Planeamento das necessidades de materiais 41 2.2.6.9. Analise e Níveis de Stocks 2.2.6.9.1. Método PEPS ou FIFO Conforme Pozo (2007) o sistema PEPS (Primeiro que entra, Primeiro a Sair): É baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de stocks é feito por ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá, e assim utilizamos seus valores na contabilização do stock. (POZO, 2007, p. 88) O autor Gonçalves (2007) contribui com Pozo (2007), sobre o método PEPS, ao utilizar este método deverá considerar a ordem em que o produto entrou no stock. A saída ira levar em conta o histórico das entradas. O autor Francischini (2002), contribui com os demais autores dando sua definição para o método PEPS: PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO (First In, First Out) é o método que da prioridade a ordem cronológica das entradas. Ou seja, sai o primeiro material que entrou no stock, com seu respectivo preço unitário. Neste caso, cada lote de compra é controlado separadamente. (FRANCISCHINI, 2002, p. 172) Exemplo 1. Exemplo de movimento de stock utilizando o método PEPS, “Numa empresa entraram em stock, no dia 6-5, 100 unidades, de peça, ao preço de 15,00 cada; no dia seguinte 7-5 entraram mais 150 unidades a 20,00 cada: no dia 8-5, saíram de stock 150 unidades”.(DIAS, 2006, p. 161) Tabela 5. Movimento de stocks e cálculo do custo médio pelo método PEPS Fonte. Adaptado Dias (2006, p. 161). 2.2.6.9.2. Método UEPS ou LIFO Para Pozo (2007), o método UEPS último que entra, primeiro que sai consiste na cronologia das saídas e entradas, levando em considerarão o último que entrou, que será 42 o primeiro a sair. Conforme Pozo (2007, p. 89) “é um procedimento muito utilizado em economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para definição de preços de venda e reflectindo custos mais próximos da realidade de mercado. Neste contexto o autor Gonçalves (2007), salienta que este método UEPS consiste ao inverso do método PEPS, as entradas e saídas deverão proceder de maneira que o último a entrar deverá ser o último a sair. Assim o autor Gonçalves (2007), ressalta que: As saídas são processadas conforme as quantidades de cada, reduzindo as quantidades de acordo com o histórico das entradas; porém, considerando sempre que as primeiras unidades a sair devem ser valorizadas com base na última entrada e, assim, sucessivamente. (GONÇALVES, 2007, p. 185) O autor Francischini (2002), contribui com a definição do método UEPS ou LIFO: UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO (Last In, First Out) inverte a ordem cronológica de entrada no stock. Ou seja, o último lote a entrar no stock que é o primeiro a ser considerado separadamente. (FRANCISCHINI, 2002, p. 172) Exemplo 2. O autor Dias (2006) exemplifica com um exemplo similar aos anteriores o funcionamento do método UEPS, “Em uma empresa entraram em stock, no dia 2 -3, 150 unidades de uma peça ao preço unitário de 15,00; no dia 3-3, entraram mais 100 unidades a 20,00 cada, e saíram do stock, no dia 5-3, 150 unidades” (DIAS, 2006, p. 162). Tabela 6. Movimento de stocks e cálculo médio pelo método UEPS Fonte. Adaptado Dias (2006, p. 162) 45 opiniões e ideias das individualidades escolhidas como amostra mediante uma série de perguntas elaboradas pelo autor de forma clara, coerente e concisa. Para o presente trabalho, foi elaborado um questionário dirigido a dez (10) individualidades dos quais responsáveis da logística e pessoal do armazém. (Vide apêndice). 3.5. População em estudo e tamanho da amostra 3.5.1. População em estudo No presente trabalho, o universo é de 17 trabalhadores, o que corresponde ao total de trabalhadores da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, distribuídos entre pessoal de escritório, postos de venda, distribuição e armazém, considerado pelo proponente do presente trabalho, como reunindo características pretendidas para a pesquisa. 3.5.2. Tamanho da amostra Para a efectivação deste trabalho utilizou-se uma amostra disponível e probabilística, pois, cada elemento do universo tem a mesma probabilidade de ser escolhido para pertencer a amostra. Dada a natureza do tema em estudo, a amostra cingiu-se aos gestores do departamento da logística e o pessoal do armazém. A amostra deste trabalho é constituída por 10 individualidades, sendo 2 responsáveis do departamento de logística e 8 trabalhadores afectos em armazéns, que se mostraram disponíveis. 3.6. Ferramentas da análise e softwares usados Como parte prática de colecta de dados, para o presente trabalho, a pesquisa teve como foco analisar a gestão de stock da empresa e com isso a colecta de dados ocorreu com visitas a organização, foi usada a observação direita participativa em que o proponente participou na colecta de dados observando directamente e questionário com alguns trabalhadores responsáveis pela administração de materiais da empresa e para análise dos dados colectados usou-se o método comparativo percentual. 46 CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS 4.1. Introdução Este capítulo faz referência ao cenário actual da empresa, descreve e analisa os procedimentos de controlo dos stocks adoptado pela mesma no seu departamento logístico e apresenta as sugestões de melhoria necessárias para alguns destes procedimentos. Com o intuito de almejar os objectivos gerais e específicos desta pesquisa, foi aplicado um questionário conforme apêndice A, direccionado ao pessoal do armazém da empresa. 4.2. Localização geográfica do campo de estudo A empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, está estabelecida na cidade de Nampula, na Rua da Unidade, nº 101. Figura 5. Vista frontal do edifício da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula. Fonte: adaptado pelo autor 4.3. Caracterização da Empresa A Nova Base, Lda. dedica-se ao comércio de equipamentos de higiene e segurança no trabalho, contando com a experiência e dedicação de mais de 15 anos neste ramo, 47 sempre com os olhos postos no futuro. Possui uma vasta gama de produtos e comercialização das melhores marcas do mercado, sempre a preços muito acessíveis. Desde Janeiro de 2009 as empresas que desempenham o serviço de manutenção de extintores estão obrigadas por lei a estarem certificadas com a norma de 2012. A Nova Base, Lda. possui todas as certificações oficiais para desempenhar o serviço de manutenção de extintores em pequena ou larga escala. Faz-se a manutenção de todos os tipos de extintores. Tem oficina certificada e todos os equipamentos necessários para esta tarefa, bem como pessoal especializado para a desempenhar. Também oferece formação de plano de evacuação de emergência e Manuseamento de Equipamentos de Combate a Incêndio, ministrada na empresa referida. A Nova Base, Lda. possui um grande stock e variedade de produtos na área dos equipamentos de segurança no trabalho: Calçado de trabalho, equipamento anti - queda, mascaras, óculos e capacetes, vestuário de trabalho, luvas, produtos de higiene, combate a incêndios, sinalizadores e outros. 4.4. Apresentação de dados obtidos Os dados apurados do questionário dirigido aos responsáveis e pessoal do armazém da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, estão organizados em categorias de acordo com a natureza das respostas que foram dadas pelos inqueridos e os resultados são apresentados em gráficos de acordo com o tipo de respostas, estes gráficos mostram o estado de prevalência do fenómeno do controlo dos stocks da empresa. Figura 6. Organograma da empresa Nova Base, Lda. Fonte: adaptado pelo autor Director Contabilista Area Tecnica Gestor de Stock Supervisores de Armazens Gestor de RH 50 possui o controlo de stock informatizado, mas ainda é utilizado o modelo de controlo manual visual, que está sujeito a erros no processo de gestão dos stocks. Com isso a empresa não trabalha de maneira eficiente e positiva com os softwares, gerando dois relatórios, um manual e um visual. Gráfico 5. Quantidade de pedidos de compra mensal Fonte: Elaborado pelo autor Dos trabalhadores inqueridos 3 que correspondem a 30% da amostra afirmam que a empresa efectua ate 10 pedidos de compra mensal, 2 que correspondem a 20% da amostra afirmam que a empresa efectua de 11 a 20 pedidos de compras mensal, 1 que corresponde a 10% afirma que a empresa efectua de 21 a 30 pedidos por mês e por sua volta os 4 que perfazem 40% sendo a maioria responderam que a empresa efectua mais de 30 pedidos por mês. Esta análise aponta para grande necessidade de implantação de um controlo de stock muito bem elaborado. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 Ate 10 pedidos de 11 a 20 pedidos de 21 a 30 pedidos mais de 30 pedidos 51 Gráfico 6. Critério usado para reabastecimento dos stocks Fonte: adaptado pelo autor Numa amostra de 10 trabalhadores inquiridos, apenas 3 que correspondem 30% da amostra afirmam que a empresa utiliza o critério de reabastecimento de stock em função do tempo, este sistema vai em função do período independentemente ter o stock ou não e os 7 trabalhadores que correspondem a 70% afirmam que a empresa utiliza o critério de reabastecimento de stock em função das quantidades. Pode-se notar que a empresa preocupa-se mais com aquisição de stock em função da quantidade fixa de encomenda, dai que o controlo de stock é com base na quantidade de stock que a empresa usa. Gráfico 7. Custos associados na manutenção dos stocks em armazém Fonte: adaptado pelo autor Dos 10 trabalhadores inqueridos, 2 que correspondem a 20% responderam que os custos associados na manutenção de stocks é o custo de posse, 1 que corresponde 10% da 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Em função do tempo Em função das quantidades 0 1 2 3 4 5 6 Custo de posse Custos de obsolescência Custos de depreciação Custo de encomenda Custo de ruptura de stock 52 amostra afirma que a empresa associa custo de depreciação na manutenção dos stocks, 5 que correspondem 50% da amostra, sendo assim a maioria afirmam que os custos associados na manutenção dos stocks da empresa é o custo de encomenda e por sua volta 2 que perfazem 20% afirmam que o custo de ruptura de stock é associado ao custos de manutenção dos stocks. Gráfico 8. Quantidade de stocks mensal necessária para atender as necessidades dos pedidos dos clientes Fonte: adaptado pelo autor Numa amostra de 10 trabalhadores, apenas 2 que perfazem 20% afirmam que a quantidade de stock necessária para atender as necessidades dos pedidos dos clientes é de 41 a 60 unidades por mês e por sua vez 8 que correspondem 80% sendo assim, a maioria afirmam que a empresa precisa de mais de 60 unidades mensais para atender as necessidades dos pedidos dos clientes. Dessa forma nota-se que a empresa apresenta um stock necessário para atender a demanda dos clientes. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ate 20 Unidades de 21 a 40 Unidades de 41 a 60 Unidades mais de 60 Unidades 55 custo comparado à concorrência, a qualidade, o desempenho de entrega e a flexibilidade. A empresa Nova Base, Lda. tem conhecimento do custo médio anual de seu sistema de stock e possui espaço suficiente para armazenamento da quantidade necessária de mercadorias. O lote económico de compra è calculado para a definição do tamanho do pedido, para esse cálculo é levado em consideração o custo de manter o stock e o custo de obter o stock, mas, no entanto não é utilizado o lote económico de compra para todos os materiais. 4.4.1.2. Processo de aquisição de mercadorias Departamento de aquisição coordena as contratações de serviços, materiais e equipamentos para a empresa Nova base, Lda. A empresa planeia a forma de aquisição de mercadorias e serviços conforme a necessidade, elaborando editais de licitação para a respectiva contratação. 4.4.1.3. Processo de armazenamento Toda mercadoria que ingressa na empresa é inspeccionada pelo departamento de qualidade o qual tem o papel de verificar se os bens foram entregues conforme as especificações. As inspecções são feitas na fábrica ou no recebimento. A partir da liberação pela inspecção as mercadorias são endereçadas para guarda, armazenamento e posterior distribuição. 56 CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO E SUGESTÕES 5.1. Conclusão Conforme foi proposto no objectivo geral desse trabalho a metodologia utilizada gerou informações que possibilitaram a chegar as seguintes conclusões: Foi constatado que a empresa em questão demanda mais de 60 unidades mensais para atender as necessidades dos pedidos dos clientes. Dessa forma nota-se que a empresa apresenta um stock necessário para atender a demanda dos clientes. Para uma gestão eficiente a empresa optou pelo critério de reabastecimento de stock em função das quantidades. Pode-se notar que a empresa preocupa-se mais com aquisição de stock em função da quantidade fixa de encomenda, dai que o controlo de stock é com base na quantidade de stock que a empresa utiliza. Contudo, foi constatado ainda que a empresa Nova Base, Lda. possui o controlo de stock informatizado, mas ainda é utilizado o modelo de controlo manual, que está sujeito a erros no processo de gestão dos stocks. Com isso a empresa não trabalha de maneira eficiente e positiva com o software. O modelo de controlo adequado dos stocks permite saber quais são as quantidades e a qualidade dos mesmos existentes, assim como o seu valor actual, permitindo minimizar as eventuais rupturas em armazém, garantindo a plena satisfação dos pedidos dos clientes. Conclui-se ainda que os custos associados na manutenção dos stocks da empresa é o custo de encomenda e por sua volta não menos importante o custo de ruptura, custo de posse, custo de depreciação e custo de obsolescência. 57 5.2. Sugestões Tendo se chegado as conclusões da pesquisa, sugere – se o seguinte:  Que se incremente de controlo de stock informatizado na sua totalidade do modo que a empresa possa estar de acordo com a sua estrutura, sempre pronto a oferecer seus produtos e serviço desejado pelo cliente, mantendo o mínimo de stock, vislumbrando um menor custo possível.  Que se adopte um sistema de informações eficiente e pessoas qualificadas para cuidar deste sector que é muito importante dentro da organização.  Que se faça aperfeiçoamento e domínio das ferramentas responsáveis pelo sistema de cálculos de perdas na movimentação de stock, bem como no controlo dos produtos que se encontram próximos do seu prazo de validade.  Que se fixe os limites de stock mínimo e máximo, já que este é um ponto importante na gestão da produção, como forma de evitar o excesso e as rupturas dos mesmos. 60 APÊNDICE 61 APÊNDICE – QUESTIONARIO: PESQUISA SOBRE CONTROLO DE STOCKS Cargo/Função: _____________________________________________________ Nível de escolaridade: Nível Básico do ensino geral ( ) Nível Médio do ensino geral ( ) Técnico Médio ( ) Superior ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Género: Masculino ( ) Feminino ( ) Quais são os tipos de stock de matérias vendidos na empresa? ( ) Stock de material de construção ( ) Stock de material eléctrico ( ) Stocks de material de higiene e segurança no trabalho ( ) Stocks de matérias perecíveis ( ) Outro. Qual? __________________________________________________ Qual é a principal forma de controlo de Stock realizado? ( ) Controlo manual visual ( ) Controlo informatizado ( ) Outro ( ) Nenhum Qual é a quantidade de pedidos de compras mensal? ( ) até 10 pedidos ( ) de 11 e 20 pedidos ( ) de 21 a 30 pedidos ( ) mais de 30 pedidos Qual o critério usado para reabastecimento dos stocks? ( ) Em função do tempo ( ) Em função das quantidades Quais são os custos associados na manutenção dos stocks em armazém? ( ) Custo de posse ( ) Custos de obsolescência ( ) Custos de depreciação ( ) Custo de encomenda 62 ( ) Custo de ruptura de stock Qual a quantidade de stocks mensal necessária para atender as necessidades dos pedidos dos clientes? ( ) ate 20 Unidades ( ) de 21 a 40 Unidades ( ) de 41 a 60 Unidades ( ) mais de 60 Unidades Qual o principal critério na escolha do fornecedor? ( ) Preço ( ) Qualidade do produto ( ) Prazo de entrega ( ) Confiança ( ) Outro. Qual? __________________________________________________ Qual a principal barreira encontrada por sua empresa para a gestão dos stocks? ( ) Dificuldade de entendimento ( ) Financeira ( ) Falta de software informático apropriado de gestão de stock ( ) Falta de pessoal qualificado em matéria de gestão de stock ( ) Outro. Qual? ___________________________________________ Como o Sr. (a) analisa a mudança em sua empresa com a implantação de um sistema informatizado? ( ) Melhoraria o processo de aquisição/compra de mercadorias ( ) Melhoraria e evitaria perdas (prazo de validade) ( ) Melhoraria o processo de controle de stock ( ) Não melhoraria ( ) Outro. Qual? ____________________________________________
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