Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Manual de Catalogação de Filmes, Manuais, Projetos, Pesquisas de Biblioteconomia

Manual de Catalogação de Filmes

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2015

Compartilhado em 14/02/2015

jose-paulo-dos-santos-6
jose-paulo-dos-santos-6 🇧🇷

4.7

(98)

108 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Manual de Catalogação de Filmes e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Biblioteconomia, somente na Docsity! DO sato ATA LOTA = CATALOGAÇÃO " DE FILMES E Dj o) et eo UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 — Cid. Universitária Reitor Prof. Dr. João Grandino Rodas Vice-Reitor Prof. Hélio Nogueira da Cruz ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES Diretor Prof. Dr. Mauro Wilton de Sousa Vice-Diretor Profº. Dra. Maria Dora Genis Mourão COMISSÃO DE BIBLIOTECA Mayra R. Gomes (presidente) Eduardo Herrique S. Monteiro Eduardo V. Morettin José Fernando Modesto da Silva Olga M. Mendonça Aline Laura Nascimento (Discente — Titular) SERVIÇO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO Diretora Técnica: Olga Maurício Mendonça Serviço de Aquisição e Difusão da Informação Chefia: Normanda Miranda Kiyotani Serviço de Tratamento da Informação Chefia: Marina Macambyra Coordenação e elaboração: Serviço de Tratamento da Informação Chefia: Marina Macambyra Macambyra, Marina M1t4m Manual de catalogação de filmes da Biblioteca da ECA / Marina Macambyra -- São Paulo : Serviço de Biblioteca e Documentação/ECA/USP, 2009. 68p. Bibliografia ISBN 978-85-7205-074-6 1. Representação descritiva 2. Filmes 1. Título. CDD 21.ed. — 025.3473 MANUAL DE CATALOGAÇÃO DE FILMES DA BIBLIOTECA DA ECA Este Manual foi elaborado com o objetivo de divulgar para o público interessado a experiência acumulada pela Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA/USP) no tratamento da informação em acervos de imagens em movimento. Sua origem é o manual interno da seção responsável pelo tratamento dos documentos audiovisuais da Biblioteca, cujas soluções aqui são apresentadas de forma a serem compreendidas por qualquer bibliotecário que esteja em busca de informações sobre o assunto. Foram eliminados os detalhes de caráter administrativo que só têm sentido na instituição de origem. Para enriquecer o trabalho com reflexões que ultrapassam a rotina local de trabalho, foram acrescentadas comparações da metodologia da ECA com padrões internacionais. O catálogo completo de filmes do acervo da ECA está disponível para consulta no site da Biblioteca, no endereço: http://eca.usp.br/biblioteca . SUMÁRIO 1 5 6 IMAGENS EM MOVIMENTO NA BIBLIOTECA DA ECA 1.1 Normas e padrões de descrição 1.2 FRBR A BASE DE DADOS CATEGORIAS DE INFORMAÇÃO 3.1 Títulos ..... 311 Título Original 3.1.2 Título nacional 3.2 País de Produção . 3.3 Data de Produção 3.4 Outras Datas 3.5 Direção .... 3.6 Outros tipos de autoria principal 3.7 Empresa produtora .... 3.8 Colaboração na produção 3.9 Produtora associada . 3.10 Idiomas 3.11 Versão . 3.12 Equipe realizadora 3.13 Intérpretes ..... 3.14 Obra em que o filme foi baseado 3.15 Descrição Física e outras informações do exemplai 3.16 Formato da tela (só para DVDs) . 3.17 Distribuição 3.18 Série .... 3.19 Eventos e Premiações 3.20 Notas 3.21 Extras do 3.22 Referência 3.23 Resumo 3.24 Assunto 3.24.1 Indexação de filmes de ficção 3.24.2 | Indexação de documentários e outros trabalhos não-ficcionais 3.25 Gênero e Forma 3.26 Informações de uso admi 3.26.1 Dados de aquisição . 3.26.2 Data de catalogação 3.26.3 Catalogador 3.26.4 Dados do negativo EXEMPLOS COMPLETOS ..................ii siim 48 FONTES DE INFORMAÇÃO ................ii sistemas 54 REFERÊNCIAS ............. iate 56 ANEXOS Anexo 1: Lista de países ..... Anexo 2: Termos da ficha técnica em n inglês efrancês Anexo 3: Exemplos comentados de Resumos Anexo 4: Lista de gêneros e formas .............. 1 IMAGENS EM MOVIMENTO NA BIBLIOTECA DA ECA O acervo de imagens em movimento da Biblioteca da ECA/USP é composto por diferentes tipos de documentos, entre os quais se destacam: filmes importantes do cinema nacional e internacional; produções dos alunos do Curso Superior de Audiovisual da ECA; teses e trabalhos de conclusão de curso; óperas e outros documentos musicais; filmes publicitários; trabalhos de videoarte; programas de televisão; documentários que abordam assuntos relacionados às áreas de estudo da Escola. A coleção cumpre a dupla função de depositária da produção da Escola e de apoio às atividades de ensino e pesquisa. A formação do acervo obedece a critérios relacionados à importância do documento no contexto da história do cinema ou da televisão mundial e às necessidades dos programas das diversas disciplinas que utilizam esse tipo de material. Critérios que envolvem, portanto, questões de qualidade e de utilidade prática. A coleção tem sua origem no material da própria Escola, que produz filmes desde 1968. Seu crescimento acelerou-se a partir do ano de 1987 quando a Biblioteca começou a comprar material audiovisual de forma sistemática, medida que tornou possível o desenvolvimento da coleção de vídeos destinada ao uso didático pelos cursos da Escola. A popularização do videocassete, tecnologia que facilitou o processo de captação de imagens, aumentou significativamente, no decorrer da década de 1990, a quantidade de trabalhos acadêmicos que chegavam à Biblioteca acompanhados por trechos de filmes ou filmes completos, registro de experiências, depoimentos e entrevistas com imagens etc. 1.1 Normas e padrões de descrição O tratamento da informação começou em 1981, ano em que a Filmoteca do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão tornou-se, de fato, um órgão ligado à Biblioteca e às práticas documentais. A necessidade de criar um catálogo de filmes que atendesse às necessidades do público principal do acervo, ou seja, profissionais, estudantes e pesquisadores de cinema, levou a uma decisão importante: desenvolver normas locais de catalogação. O Código Anglo-Americano de Catalogação - 2º edição (AACR2), padrão usado pela Biblioteca no tratamento de documentos textuais, não trazia respostas adequadas às questões específicas do tratamento de imagens em movimento, especialmente quando se considerava o perfil do público e a forma de utilização do acervo !. Filmes não são livros, e tratá-los como se o fossem não resolve o problema. Para a construção de um conjunto adequado de regras, foram analisados, inicialmente, os hábitos dos usuários e alguns exemplos de fichas de outros acervos de imagens em movimento. Esse estudo, realizado em conjunto com os alunos da disciplina Multimeios, da * Essa decisão seguiu uma tradição já estabelecida na Biblioteca da ECA com a organização dos acervos de partituras e gravações musicais, para os quais também foi desenvolvida uma metodologia específica. 2 ABASE DE DADOS O catálogo das imagens em movimento da Biblioteca da ECA é uma base de dados em CDS/ISIS, que recebeu o nome de CENA. Foi criada em 1994 e desde 2000 está disponível para consulta em nosso site, por questões de clareza rotulada com o título “Filmes e vídeos”. Cada Obra é cadastrada em um registro da base. A existência de mais de um item associado a cada Obra é registrada no campo Descrição Física, no qual são relacionados: quantidade de documentos, diferenças físicas e técnicas entre uma cópia e outra, os diversos números de localização eic. A base foi desenvolvida pela equipe da Biblioteca, a partir dos princípios já existentes. Sua estrutura não segue o formato MARC (Machine Readable Cataloging), mas foi realizado, em 1998, um estudo comparativo entre as duas estruturas, com vistas à possível migração dos registros da CENA para o Banco de Dados Bibliográficos da USP (Dédalus), o que ainda não ocorreu. O resultado desse estudo aponta para algumas discrepâncias, que podem ser apreciadas nas próximas páginas. As principais categorias da informação cadastradas nos campos da base de dados CENA são: Título Original Título Nacional País de Produção Data de produção Outras Datas Direção Outros tipos de autoria principal Empresa produtora Colaboração na produção Produtora associada Idiomas Versão Equipe realizadora: Produção; Produção executiva; Direção de produção; Roteiro; Argumento; Fotografia; Montagem; Edição; Som; Direção de produção; Desenho de produção; Figurinos; Cenografia; Animação; Música; Câmera; Efeitos especiais; Outros créditos; Assistentes; Segunda unidade; Técnicos Intérpretes Obra em que o filme foi baseado Descrição Física e outras informações do exemplar Formato de tela Distribuição Série Eventos e premiações Notas Extras do DVD Referência Resumo Assunto Gênero e forma 3 CATEGORIAS DE INFORMAÇÃO A seguir estão descritas cada uma das categorias de informação relacionadas no item anterior, tal como são registradas nos campos da base CENA. O nível de detalhamento das explicações varia de acordo com a complexidade do item, mas a maioria contém a definição do conteúdo do campo, explicações sobre a importância da informação na descrição do documento e regras formais de registro da informação. Sempre que possível, foi indicado o campo correspondente no MARC 21 Format for Bibliographic Data e a entidade dos FRBR da qual a informação é considerada atributo, com eventuais referências ao Resource Description and Access (RDA) 2. Os exemplos mostrados em cada item são resumidos, contendo o elemento descrito e mais um ou dois outros, apenas para tornar o exemplo compreensível. O item 4 traz exemplos completos, para que a ordem e a disposição dos elementos fiquem claras. Unicamente por razões de ordem prática foram utilizadas algumas indicações gráficas próprias do software CDS-ISIS, como o sinal “*” para indicar um subcampo, ou o sinal “%” para caracterizar “campo repetitivo”. 3.1 Títulos Um trabalho de cinema ou televisão pode ser apresentado ao público com diversos títulos: seu título original de produção; um título para distribuição em outro país; um título diferente dos anteriores para distribuição doméstica em vídeo, DVD, blu-ray ou qualquer outro suporte que venha a substituir os citados. Com frequência, mais de um título aparece ao mesmo tempo, havendo ainda a possibilidade de etiquetas e estojos comerciais apresentarem título diferente do que está nos créditos do documento. Necessários para a identificação da obra e para uma boa recuperação da informação são, no mínimo, dois: o título original, definido pela FIAF como o título usado no primeiro lançamento ou transmissão em seu país de origem, ou seja, o país da sede da empresa produtora que realizou O filme (FÉDÉRATION..., 1991, p. 193), e o título de distribuição comercial nos cinemas de outros países. Este segundo é o que chamamos, no Brasil, de título nacional. Nem sempre é a tradução literal ou aproximada do título original, mas um outro título, escolhido por razões comerciais ou culturais, como se pode notar nos exemplos abaixo. Título original: Título nacional: Giant Assim caminha a humanidade À bout de souffle Acossado Entre tinieblas Maus hábitos Blood simple Gosto de sangue East of Eden Vidas amargas São esses os títulos que têm efetiva importância para o pesquisador. As pessoas procuram pelo título que mais conhecem: normalmente, os títulos nacionais são mais conhecidos pelo 2 RDA é nova norma para descrição bibliográfica que deverá substituir o AACR2, construída a partir do modelo conceitual dos FRBR. público, mas há casos em que esses simplesmente não “pegam” — como O caçador de andróides, por exemplo, quase desconhecido título brasileiro do célebre Blade runner. Há também usuários que, em virtude de particularidades de sua formação, procuram preferencialmente pelos títulos originais: especialistas acostumados a leituras em outros idiomas, pessoas que passaram longos períodos no exterior, apreciadores de cinema que desprezam os títulos ruins que às vezes os filmes recebem no Brasil etc. É fundamental, portanto, que os dois títulos constem da descrição do material e sejam recuperáveis na pesquisa. Há casos em que pode ser difícil para um usuário que não seja particularmente informado em cinema reconhecer um filme sem um dos títulos. 3.1.1 Título Original (campo indexado) O título que o filme recebeu em seu país de produção pode ser considerado o título oficial da obra, aquele que a identifica de forma mais precisa. Belle de jour Citizen Kane Dona Flor e seus dois maridos La ley del deseo A fonte mais confiável para obtenção dessa informação são os créditos originais do filme. Os dados impressos nas etiquetas, capas e estojos nem sempre estão corretos, mesmo quando são fornecidos por uma distribuidora comercial. Entretanto, embora o título original quase sempre conste dos letreiros, há exceções. Em alguns casos, uma cópia lançada num país que não seja o de origem traz, nos créditos, um título diferente do original. Por esse motivo, é recomendável confirmar a informação por pesquisa em fontes fidedignas de informação º. Títulos de filmes e outros documentos de produção brasileira, tais como programas de televisão, teses etc. são registrados neste campo. Memórias do cárcere O ano em que meus pais saíram de férias O primo Basi Se um filme nacional apresentar um título para distribuição no exterior, em outro idioma que não seja português, registrá-lo precedido de um sinal de igual (=), de acordo com a noção de título equivalente do AACR2. Sem saída = No way out Se um filme estrangeiro apresentar, além do título original e do título nacional, outro título diferente, registrá-lo como título equivalente. Mr. Arkadin = Confidential report 3 O item Fontes de Informação contém algumas explicações sobre identificação de fontes confiáveis para localizar ou confirmar dados para descrição. como o de Ewald Filho (2002), são boas fontes de consulta. O site Internet Movie Database eventualmente também traz esse tipo de informação. Caso exista no acervo uma cópia de um filme estrangeiro lançada para distribuição num país que não seja nem o Brasil nem o país de origem, mesmo assim o título nacional será o título de distribuição no Brasil. iginal: À bout de souffle Título nacional: Acossado Título nos EUA: Breathless (não usar, mesmo que a cópia catalogada seja de distribuidora dos Estados Unidos) Alguns filmes recebem títulos diferentes para distribuição em cinema e em vídeo ou DVD. Nesses casos, deve ser adotado o título de distribuição em cinema, registrando-se o título usado no mercado de vídeo ou DVD no campo de Notas, marcado para recuperação na busca. Título original: The maltese falcon Título Nacional: Relíquia macabra Título em DVD: O falcão maltês Título Original: The belly of an architect Título Nacional: A barriga do arquiteto Título em vídeo: O sonho do arquiteto Para tratamento de subtítulos e de seriados, adotar o mesmo procedimento indicado para o Título Original (item 3.1.1). MARC 21: campos 245b (Acréscimos ao título) e 246 (Título equivalente) Para quem segue estritamente as regras do AACR2, a indicação do Título Nacional nesses campos só é possível se o mesmo constar do documento específico que está sendo analisado. E se a cópia analisada tiver os dois títulos — caso dos filmes estrangeiros distribuídos comercialmente no Brasil — a decisão sobre qual será o título principal e qual o equivalente fica prejudicada pela falta de precisão das regras, como exposto no item 3.1.1 (Título Original). FRBR: atributo da Expressão Uma cópia de um filme legendada em outro idioma é considerada como uma Expressão diferente do original sem legendas. Isso permite concluir que o Título Nacional — ou, a rigor, qualquer título para distribuição em país diferente do país de produção — é um atributo da Expressão. Esse título pode ou não ser o mesmo em diferentes Manifestações da mesma Expressão, visto que as distribuidoras eventualmente alteram os títulos dos filmes. 3.2 País de Produção (campo indexado) País ou países da(s) sede(s) da(s) empresa(s) produtora(s) do filme. Trata-se de uma informação de importância capital para a área de cinema. A produção cinematográfica de cada país, no todo ou em segmentos delimitados pela época ou gênero, é frequente objeto de estudo acadêmico ou foco de atenção do público interessado em cinema. Existem especialistas em cinema americano da década de 40, por exemplo, ou pessoas que gostam de comédias italianas e outros que não suportam filmes iranianos. O país de produção é, portanto, elemento importante para identificar o documento e ajudar o usuário no processo de seleção. Deve ser registrado em campo repetitivo da base de dados, porque pode haver mais de um país de produção. Deve ser utilizada uma lista padronizada de nomes de países, para assegurar consistência nessa informação. A Biblioteca da ECA utiliza uma versão reduzida da lista de países do Banco de Dados Bibliográficos da Universidade de São Paulo (Dédalus), disponível no Anexo 1. É importante lembrar que alguns países deixaram de existir, mas os filmes que produziram durante sua existência continuam em circulação. Isso quer dizer que os nomes desses países devem permanecer na lista normalizada de países que utilizamos. MARC 21: campos 257 e 260a (?) No campo 257 registra-se o país de produção para filmes de arquivo. Em princípio, é possível também incluir o país de produção, bem como empresa produtora e data de produção no campo 260, subcampos a, be c, respectivamente. A própria descrição do campo indica, explicitamente, “informação relativa à publicação, impressão, distribuição, lançamento ou produção de uma obra”. Com base nessa descrição o Dédalus admite essa forma de preenchimento do campo 260. Entretanto, as instruções do AACR? para a Área de Publicação, Distribuição etc. preconizam a indicação do Local de publicação (Cidade), Distribuidora e Data de distribuição do item que está sendo analisado. Por esse motivo, presumivelmente, é comum encontrar em bases de dados internacionais o campo 260 preenchido com os dados de distribuição doméstica (em vídeo ou DVD) do filme descrito, enquanto o país e a data de produção do original são relegados a um campo de notas, quando chegam a ser registrados. Esse procedimento, derivado da associação com os dados de publicação de livros, não é a melhor solução para filmes. Os dados de produção do original (país, empresa produtora e data de produção) são importantes para a descrição do documento e para sua identificação pelo usuário. Os dados de distribuição doméstica têm importância bastante reduzida. Apenas o nome da distribuidora tem certo interesse para o usuário bem informado, visto que a qualidade das cópias pode variar de acordo com a empresa. Local e data de distribuição são dados quase desprezíveis, tanto que raramente aparecem no documento. FRBR: atributo da Obra Embora no texto dos FRBR o país de produção não conste explicitamente como um atributo da obra, a análise de outros atributos parece autorizar essa conclusão. O atributo Outras características distintivas é definido como qualquer característica que diferencie uma obra de outra com o mesmo título. A zona de procedência de um auto de Natal é o exemplo citado para esse atributo. Contexto da obra também é um atributo, definido como o segmento histórico, social, intelectual, artístico ou outro no qual a obra original foi concebida, o que pode incluir o país de produção. (IFLA, 1997, p. 33-34). Essa conclusão é reforçada pelo estudo da Online Audiovisual Catalogers, que vincula o país de produção ao nível da Obra (McGRATH; BISKO, 2008, p. 4). 3.3 Data de Produção (campo indexado) Tão importante quanto o país de produção é a data em que o filme foi produzido, por caracterizar o contexto cultural que o gerou. É também um elemento fundamental para diferenciar um filme de outro, no caso de refilmagens ou de adaptações diferentes da mesma obra literária. A data de produção é a informação que mais imediatamente distingue, para o usuário, as diversas versões do filme King Kong, por exemplo. Nem sempre é um dado que consta dos créditos ou das demais fontes de informação que acompanham o documento - estojo, etiquetas, folhetos etc. — devendo ser estabelecida por meio de pesquisa. Como é campo de preenchimento obrigatório, se não for possível identificar com precisão o ano de produção, utilizar uma das seguintes convenções do AACRZ2: 1942 ou 1943 dúvida entre as duas datas 1938? ano provável entre 1910 e 1915 produzido em algum momento deste período ca. 1925 data aproximada 192- década conhecida 192-? década provável 1976 a 1977 período de produção abrangendo 2 anos 19-- século conhecido MARC 21: campos 008 e 260c O formato MARC admite que a data de produção seja registrada no campo 260c, mas, pelas razões explicadas no item anterior, isso muitas vezes não é feito. Considerando que a obra é uma criação intelectual e artística, entidade abstrata que se realiza na Expressão, o diretor e demais profissionais que concorrem para que a obra cinematográfica exista podem ser elementos da relação “realizado por”. Mas o diretor também pode ser o criador do filme, o indivíduo que concebeu a obra em sua mente, o responsável pelas principais decisões artísticas que definem o resultado final dessa obra. Há mesmo casos de filmes experimentais nos quais o diretor é o único responsável intelectual pela obra. A dificuldade está em definir qual é a relação mais adequada, posto que é uma decisão que depende, normalmente, de informações que não estão ao alcance do público ou do catalogador. Como saber qual foi, de fato, o papel do diretor na criação de um filme? Podemos confiar em informações veiculadas pela crítica, pelos produtores ou pelo próprio diretor? De qualquer forma, a indicação de responsabilidade, da qual faz parte o nome do diretor, é um atributo da Manifestação. McGrath e Bisko (2008, p. 4) incluem o diretor e demais membros da equipe realizadora no nível da Obra. 3.6 Outros tipos de autoria principal (campo indexado) Indicar os nomes dos responsáveis por funções ligadas à noção de autoria, quando do mesmo nível de importância que o diretor, considerando a visão do usuário sobre a obra e o contexto institucional do acervo. Registrar a função exercida pelo autor no subcampo “a”, se houver a função. Para documentos de caráter predominantemente musical, como, um concerto, uma ópera ou um clipe, o compositor ou o intérprete da música pode ser entendido como autor, tanto ou mais do que o diretor. Título: Aída Direção: LARGE, Brian Autoria: VERDI, Giuseppe, 1813-1901, composição Situação semelhante ocorre nas telenovelas e séries de televisão, que têm um autor e um diretor. Título: Anos dourados Direção: TALMA, Roberto Autoria: BRAGA, Gilberto Título: Dona Beija Direção: ROSSANO, Herval Autoria: AGUIAR FILHO, Wilson Para um documento de caráter acadêmico depositado numa biblioteca universitária, é importante registrar o nome do orientador do trabalho, ao lado do autor propriamente dito. Título: Exilados do terror Direção: GABRIEL, Maria Regina Orientação: LEAL FILHO, Laurindo Título: A trilha sonora nos curtas-metragens de ficção realizados em São Paulo [...] Autoria: MENDES, Eduardo Santos Orientação: BALOGH, Anna Maria O campo também é usado para registrar nomes de pessoas claramente indicadas como autores nos créditos, mas que não tenham necessariamente exercido a função de diretor. Isso acontece com frequência em curtas-metragens experimentais, trabalhos de videoarte, palestras ou aulas gravadas, reportagens, registros de performances e outros. Título: The red tapes Autoria: ACCONCI, Victor, 1940- (Videoarte) Título: Século XX: uma análise precoce Autor: PINTO, Virgílio Noya (Aula Magna proferida pelo professor) Título: Yanomami: a luta pela demarcação Autoria: LIMA, Rui, reportagem MARC 21: 245c e 700 Ver observações do item 3.5 (Direção). FRBR: relação “Criado por”, relação “Realizado por”, atributo da Manifestação Cada um dos diferentes “tipos de autor” de imagens em movimento citados neste item precisa ser analisado à luz dos conceitos dos FRBR. O professor que apresenta sua palestra é o autor do conteúdo intelectual da mesma, portanto, elemento da relação “Criado por”; aquela palestra específica é também uma Expressão dessa Obra, sendo o professor que a apresenta também elemento da relação “Realizado por”. Já o autor da telenovela está na relação “Criado por”, enquanto o diretor da mesma pertence à relação “Realizado por”. 3.7 Empresa produtora (campo indexado) Empresa ou instituição responsável pela produção do filme, do ponto de vista técnico, financeiro e organizacional. É um elemento importante na descrição, sobretudo quando o nome da empresa produtora caracteriza para o público determinados aspectos estilísticos da obra, ou quando se torna um indicador de qualidade, tanto ou mais do que o diretor. A empresa produtora pode ser fundamental para estabelecer o grau de confiabilidade do documento, bem como para explicitar vínculos ideológicos. Companhia Cinematográfica Vera Cruz Atlântida Cinematográfica Universal Pictures Metro-Goldwyn-Mayer National Geographic Society Radiotelevisione Italiana (RAI) Ópera de Paris Smithsonian Institution Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo Rede Globo de Televisão MARC 21: 245c, 260b e 710 É possível registrar o nome da empresa ou empresas produtoras no campo 245c (Indicação de responsabilidade) e no campo em 260b, mas esse procedimento é um tanto redundante. A descrição de imagens em movimento envolve uma grande quantidade de informações, e a repetição delas em vários campos tornar o registro visualmente confuso para o usuário. Em geral, é suficiente usar apenas um desses campos, repetindo os nomes das empresas apenas no campo 710 (Autoria secundária institucional). FRBR: relação “Realizado por”, atributo da Manifestação 3.8 Colaboração na produção Empresa ou instituição que tenha colaborado na produção do filme. Para ser incluído neste campo, é necessário que o nome apareça nos créditos, precedido por expressões como “colaboração de”, “colaboração na produção” etc. Na Biblioteca da ECA essa informação é registrada apenas quando a empresa colaboradora for a Escola de Comunicações e Artes. MARC 21: 508 É suficiente registrar no campo 508 (Notas de créditos de produção) a empresa que colaborou na produção. FRBR: relação “Realizado por”, atributo da Manifestação 3.9 Produtora associada Na base CENA, é um campo utilizado apenas para os filmes produzidos pelo Curso de Audiovisual da ECA/USP. A produtora associada, geralmente, é uma empresa formada pelos 3.11 Versão Algumas obras audiovisuais são lançadas comercialmente em mais de uma versão. Isso acontece quando o diretor, por exemplo, descontente com as decisões finais tomadas à sua revelia, consegue posteriormente relançar a obra com as alterações que refletem sua visão artística. Outro exemplo são os cortes infligidos por órgãos de censura, que não raro desfiguram o trabalho original, ou os cortes ditados por decisões comerciais que buscam adequar o conteúdo à moralidade de diferentes públicos. Temos, ainda, filmes do período silencioso com variações importantes entre uma cópia e outra. Essas modificações, embora significativas, não são tão grandes que transformem o filme em outro. Tratam-se, geralmente, de alterações na montagem, acréscimo ou supressão de cenas, modificações na trilha sonora etc. Naturalmente, se o diretor ou o produtor resolver filmar tudo novamente, estaremos diante de uma refilmagem, de uma nova obra, ainda que a história contada seja basicamente a mesma. O dado “versão” deve estar explicitamente indicado na descrição, pois é importante que o usuário saiba o que vai ver. O catalogador deve escolher uma frase ou expressão que resuma da melhor forma possível qual versão que está sendo descrita. Blade runner Versão do diretor Blade runner Versão dos produtores Um cão andaluz Versão com trilha sonora escolhida pelo diretor Um cão andaluz Versão da TV Suíça, com trilha sonora composta especialmente, em 1982 Amazônia: de Galvez a Chico Mendes Versão compacta Uma rua chamada Triumpho Segunda versão Nem sempre é fácil, infelizmente, avaliar se estamos diante de uma versão específica de um filme ou não. A informação pode não estar presente no documento catalogado, o que torna perfeitamente possível que o catalogador, bem como o próprio usuário, sequer desconfie que possam existir duas ou mais versões daquele filme específico. Além disso, não há regras explícitas que definam que grau de modificação configura uma versão diferente. As normas da FIAF distinguem entre “versão com alterações maiores” e “variação com alterações menores”, alertando que cada arquivo deve criar suas próprias regras para diferenciar uma coisa da outra (FÉDÉRATION..., 1991, p. 43). Dois casos típicos despertam dúvidas que só podem ser resolvidas por meio de pesquisa na literatura especializada: 1) Filmes restaurados: a restauração apenas restituiu a qualidade original à imagem e ao som, ou foram acrescentadas algumas cenas, em função de indicações do diretor? 2) Diferenças na duração: tenho duas cópias do mesmo filme, 20 lançadas por distribuidoras distintas, com diferença de mais de cinco minutos na duração. Trata-se apenas de um erro de uma das distribuidoras? Foram usados métodos diferentes de cálculo da duração, incluindo ou não os créditos, por exemplo? Ou são versões diferentes? Na Biblioteca da ECA usamos o mesmo campo Versão da base de dados para indicar que o documento não foi editado, na suposição de que o autor possa vir a concluir o trabalho, gerando assim uma versão editada desse material bruto que está no acervo. Alex Vallauri: atelier MATUCK, Artur Não editado MARC 21: 250 FRBR: atributo da Expressão Uma versão de um filme é uma Expressão dessa obra cinematográfica específica. A diferenciação entre uma versão e outra está no atributo Outras características distintivas. 3.12 Equipe realizadora A equipe realizadora de qualquer produção audiovisual, especialmente daquelas de caráter comercial, pode conter dezenas de nomes e funções. A decisão sobre quantos e quais nomes incluir na descrição do documento é uma questão de política da instituição, e deve levar em conta os objetivos do acervo e as necessidades do usuário. Na Biblioteca da ECA, a pedido do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão, registramos a equipe dos filmes realizados pelos alunos desse Departamento da maneira mais exaustiva possível. São mencionados na descrição, sempre que possível, todos os nomes e respectivas funções. Para os demais trabalhos, procuramos registrar os integrantes mais importantes da equipe, ou aqueles que despertam mais interesse em nossos usuários. A base de dados tem 20 campos destinados à equipe realizadora, cada um para uma função específica — montagem, por exemplo - ou grupo de funções, tais como assistentes e técnicos. A lista de funções mais relevantes foi definida com base, principalmente, nas demandas dos usuários e na análise das fichas técnicas apresentadas em publicações especializadas, como revistas de cinema, dicionários e, mais recentemente, bases de dados internacionais. Não é uma lista fechada e imutável, podendo ser ampliada ou modificada sempre que for necessário. Como atendemos a um público especializado em cinema, a lista de nomes e funções é relativamente grande. Acervos de imagens em movimento com outro perfil, que contenham filmes técnicos para uma área específica do conhecimento, por exemplo, não precisam necessariamente registrar tantos nomes na descrição. Basta detectar quais são os interesses principais do público. 21 Os campos são repetitivos, pois cada função pode ser executada por mais de um indivíduo. Nem todos os campos são indexados, mas esse procedimento também pode ser alterado a qualquer momento, sempre que a necessidade for detectada. Os dados são registrados sempre na forma NOME, Prenome. Alguns campos têm subcampos para inserção de funções, dessa forma: NOME, Prenome"afunção. Devido à grande quantidade de nomes, as entradas não são padronizadas, nem são inseridas datas de nascimento e morte. Os campos definidos atualmente estão relacionados a seguir, quando necessário com instruções básicas quanto à forma de coleta e registro. Para facilitar o entendimento dos créditos de filmes estrangeiros, o Anexo 2 traz uma tabela de funções com os termos correspondentes em inglês e francês. = Produção Registrar neste campo nomes de pessoas que constem dos créditos identificados com o termo produção, produtor, produzido por etc., e seus correspondentes em outras línguas. Nomes de instituições devem ser inseridos no campo Empresa Produtora (item 3.7). =» Direção de produção O campo só deve ser preenchido quando a designação nos créditos do filme for exatamente Direção de produção. Para evitar erros, termos como Gerência ou Coordenação, por exemplo, não devem ser interpretados como sinônimo de Direção. * | Produção executiva . Roteiro (campo indexado) * Argumento Registra-se o autor da idéia original a partir da qual surgiu o filme. Não se trata aqui do autor de um romance ou qualquer outra obra que tenha sido adaptada para o cinema, mas do autor de uma história original criada para ser filmada. = Fotografia (campo indexado) Registrar também nomes creditados como direção de fotografia, imagens ou cinematografia. = Montagem (campo indexado) =» Edição (campo indexado) Os termos “montagem” e “edição” são sinônimos. Entretanto, é mais frequente no Brasil o uso do termo “montagem” em trabalhos de cinema e “edição” para vídeo e televisão. Se não for 24 motivo, o autor dos figurinos de um filme terá mais importância numa escola de moda do que numa biblioteca de acervo não especializado. Os nomes incluídos na Indicação de responsabilidade, bem como outros nomes que se queira recuperar na pesquisa, devem ser repetidos no campo 700 (Entrada Secundária). As funções de cada indivíduo (montagem, fotografia etc.) são inseridas no subcampo 4, abreviadas. No campo 508 (Notas de créditos de produção) podem ser registradas funções de menor expressão, como continuidade, foto de cena, iluminação etc. FRBR: atributos da Expressão 3.13 Intérpretes (campo indexado) Intérpretes são os atores e outros profissionais que atuam em frente às câmeras, tais como bailarinos, cantores e instrumentistas. A figura do ator tende a despertar o interesse do público, que pode querer ver um determinado filme em função da presença de um intérprete específico. Sua importância como elemento identificador é tanta que, muitas vezes, as pessoas têm o nome do ator como única referência para localizar um filme ou diferenciá-lo de outro com o mesmo título ou assunto semelhante. Em geral não é preciso registrar todos os integrantes do elenco, mas apenas os atores principais e os atores importantes que estejam representando pequenos papéis. Descobrir quais são os “atores principais”, entretanto, nem sempre é simples. Alguns filmes apresentam os nomes dos atores nos letreiros em ordem alfabética, ou em ordem de aparição no filme. As informações dos encartes e estojos não ajudam muito, pois costumam destacar os nomes com maior potencial de atrair público, tenham ou não participação importante na obra. Nesses casos a decisão cabe ao catalogador, que pode se apoiar em resumos localizados em bases de dados de cinema ou nas informações da crítica especializada. Se o ator participar apenas da trilha sonora, como narrador ou dublador de personagens de filmes de animação, por exemplo, inserir após o seu nome a palavra “voz”, entre parênteses. BERGMAN, Ingrid (voz) MARC 21:511 e 700 Os intérpretes podem ser cadastrados no campo 511 (Notas de participação e performance) e, se necessário, no campo 700 (Entrada secundária). FRBR: atributo da Expressão 25 3.14 Obra em que o filme foi baseado (campo indexado) Campo usado para filmes baseados em obras literárias, peças teatrais, histórias em quadrinhos, óperas e qualquer outra obra criada anteriormente em outro meio. Sua utilidade é permitir que o usuário localize adaptações para o cinema das obras de um determinado autor, ou de uma obra específica. Baseado em: Ligações perigosas de LACLOS, Choderlos Se o filme tiver o mesmo título que a obra na qual foi baseado, inserir apenas o nome do autor. Vidas Secas Baseado em: RAMOS, Graciliano Registrar título e autor nos subcampos “a” e “b”, respectivamente. AaLigações perigosas"bLACLOS, Choderlos AbRAMOS, Graciliano MARC 21: 500 O formato não prevê campo específico para essa informação, que habitualmente é registrada no campo 500 (Notas Gerais). Esse recurso prejudica a busca pelo usuário, pois um campo de notas gerais, no qual são inseridos os mais variados tipos de informações, não se presta a uma recuperação precisa da informação. FRBR: Relação Obra-a-Obra Para os FRBR, estamos claramente tratando da relação entre uma obra e outra. Essa relação ocorre quando se reconhece a existência de duas obras, tendo cada uma delas o conteúdo intelectual ou artístico suficientemente diferente para serem consideradas obras distintas. Bem menos evidente, entretanto, é a diferença entre dois tipos de relação Obra- a-Obra propostos pelos FRBR: Adaptação e Transformação. As definições são praticamente iguais, e os exemplos não esclarecem muito, já que a relação entre a ópera Don Giovanni, de Mozart, e o filme Don Giovanni, de Joseph Losey, é citada como exemplo do tipo Adaptação, e a relação entre uma novela de Charles Dickens e sua dramatização é exemplo de Transformação (IFLA, 1997, p. 67-68). 3.15 Descrição Física e outras informações do exemplar A Descrição Física inclui dados relacionados às características do suporte material dos documentos. O campo é repetitivo, para permitir que várias cópias do mesmo documento sejam descritas no mesmo registro, cada uma delas em uma ocorrência do campo. Bye, bye Brasil Vídeo, 1 ex., VHS/NTSC, col., 105 min DVD NTSC, 1 ex., col., 105 min 26 Se houver duas ou mais cópias idênticas entre si, registrar na mesma ocorrência. Disaster movie Filme, 3 ex., 16 mm, som óptico, col., 30 min Cada uma das características físicas descritas é registrada num subcampo, alguns dos quais são indexados. = | Material (subcampo indexado) Identificar o meio físico que contém o documento catalogado, noção que inclui o suporte propriamente dito da informação e, implicitamente, a tecnologia necessária para sua reprodução. A terminologia na área é extremamente variável: temos siglas, marcas comerciais, termos em outros idiomas, nomes que caem em desuso tão rapidamente quanto o avanço tecnológico torna obsoletos alguns materiais. É bastante útil para o usuário, portanto, que a instituição adote uma lista padronizada de termos para designar cada tipo de material. Na Biblioteca da ECA usamos, no momento, a lista de termos relacionada no Quadro 1. Como a tecnologia do audiovisual evolui muito rapidamente, é bastante provável que, no momento em que publicamos este Manual, novos materiais já estejam chegando ao mercado. Lembramos, ainda, que é uma lista de materiais típicos de biblioteca, ou seja, de cópias finais destinadas à exibição e comercialização. No contexto dos arquivos de filmes a quantidade de materiais é muito maior, incluindo negativos, copiões, contratipos, bandas de ruído etc. Informações sobre esses tipos de material estão disponíveis no capítulo 5 das regras da FIAF e no Manual de catalogação de filmes da Cinemateca Brasileira, que elaborou um quadro bastante detalhado de caracterização de materiais fílmicos (MANUAL..., 2002, p. 13). Quadro 1: Lista de materiais do acervo de imagens em movimento da Biblioteca da ECA Filme Película cinematográfica em base de triacetato de celulose, destinada à projeção Vídeo Fita magnética em cassete, para uso em aparelhos de videocassete Videodisco | Ou LaserDisc. Primeiro disco óptico para armazenamento de imagens lançado comercialmente, hoje obsoleto CD-ROM Disco óptico que armazena diversos tipos dados (imagens, sons textos etc.) VCD Abreviatura de Vídeo CD. Disco óptico que armazena vídeos em formato MPEG-1 DVD Abreviatura de Digital Video Disc ou Digital Versatile Disc. Disco óptico que armazena imagens, sons e outros tipos de dados, com capacidade superior a do CD Blu-ray Disco que deve substituir o DVD como suporte para distribuição de filmes para uso doméstico * Quantidade de exemplares Registrar a quantidade de exemplares disponíveis de cada um dos materiais. Ex.: 1 filme, 2 vídeos, 1 DVD etc. 29 *» Idioma Subcampo que contém informação relativa a um exemplar específico. Não se trata de um dado de descrição física, mas por razões de ordem prática foi incluído no mesmo campo. Este subcampo deve ser preenchido quando houver mais de uma cópia do mesmo documento com legendas ou dublagens diferentes. A indicação do idioma original fica em seu campo específico (item 3.10 - Idiomas), enquanto os idiomas de legendas ou dublagem das várias cópias são informados neste subcampo. Cidadão Kane Idioma original: inglês Vídeo VHS, 2 ex., p&b, 120 min., leg. port., (VCO700 e VCO744 Vídeo VHS, 1 ex., p&b, 120 min., sem leg., (VC0044) DVD, 3 ex., p&b, 120 min., leg. port * | Número de tombo Da mesma forma que o item anterior, este é um dado que foi incluído neste campo por razões práticas, não sendo, evidentemente, parte da descrição física do documento. O subcampo deve ser preenchido para facilitar a identificação de exemplares que contém diferenças. No exemplo acima, o vídeo cujo número de tombo é VC0044 não é legendado, ao passo que o VC0700 e o VCO744 têm legendas em português. MARC 21: 300 e 538 O campo 300 (Descrição Física) tem subcampos para quase todos os dados necessários, mas existem alguns problemas. O campo indicado pelo MARC para registrar o sistema dos videocassetes é o 538 (Detalhes de sistema). Entretanto, nos exemplos do subcampo “a” (Extensão do item) do campo 300 aparece uma indicação de sistema, entre parênteses, seguida pela duração, também entre parênteses: $a videocassette of 1 (Beta) (30 min.): $bsd, col. ; $c1/2 in. $3(2 copies). Quanto ao padrão de cor dos vídeos e à região dos DVDs, não existem referências nem no campo 300, nem no 538. Portanto, dados técnicos tão importantes para o usuário dos documentos audiovisuais estão sendo ignorados ou tratados de forma improvisada no formato. Essas lacunas ficam evidentes quando analisamos os registros da base de dados Online Computer Library Center (OCLC), nos quais as três informações em questão — sistema, padrão de cor e região — aparecem ora no campo 300, ora no campo 538. FRBR: atributos da Manifestação Quase todas as informações da descrição física são consideradas atributos da Manifestação, exceto a duração, citada como atributo da Expressão, e as características do som, que não são mencionadas. Parece coerente, já que a Manifestação é a “materialização física da expressão de uma obra” (IFLA, 1997, 30 p. 20), mas alguns questionamentos podem ser feitos. Embora a cor, por exemplo, seja um elemento integrante de um objeto físico, é difícil imaginar que já não faça parte do conceito original da obra. Para Martha Yee as características de cor são atributos da Obra, e as características de som, aqui entendidas como ausência ou presença do mesmo, atributos da Expressão ou da Obra. A autora propõe uma regra prática para distinguir se um elemento está associado ao conteúdo (Obra ou Expressão) ou ao suporte (Manifestação): quando o suporte é trocado, por exemplo, um filme em 16 mm copiado para vídeo, tudo o que não muda está ligado ao conteúdo. Numa cópia em vídeo, o filme colorido continua sendo colorido (YEE, 2007, p. 120). 3.16 Formato da tela (só para DVDs) Formato no qual a imagem do vídeo ou do DVD é apresentado no monitor: widescreen, widescreen anamórfico, widescreen letterbox, versão padrão, tela cheia etc. MARC 21: 500 A única possibilidade de registro dessa informação é o campo 500 (Notas gerais). FRBR: atributo da Manifestação 3.17 Distribuição Nome da distribuidora comercial do vídeo, DVD ou qualquer outro suporte destinado ao uso doméstico. Como a qualidade técnica do material varia de acordo com a empresa distribuidora, essa informação pode interessar ao usuário. Local e data de distribuição são registrados apenas em nome da uniformidade com o Banco de Dados Bibliográficos da USP, que usa o formato MARC, mas não são visíveis para o usuário. Além do pouco interesse, são dados que raramente constam dos documentos. MARC 21: 260 FRBR: atributo da Manifestação 3.18 Série (campo indexado) Registrar títulos de séries de documentos independentes agrupados em função de um determinado tema ou motivo. Trata-se aqui da mesma concepção de séries de livros. O 31 campo não deve ser usado para ficções seriadas formados por capítulos em sequência, como House ou CSI, nem para documentários apresentados em capítulos, como América, O teatro do mundo etc. Devem ser registradas séries como os dos exemplos abaixo: Encontro com o artista Panorama histórico brasileiro Cinemateca RC Collection Théâtre du Soleil MARC 21: 490 FRBR: atributo da Manifestação 3.19 Eventos e Premiações Festival ou mostra ou do qual o trabalho participou, em caso de premiação, categoria na qual foi premiado. Festival de Gramado, 1987; prêmio Direção Festival Internacional de Cinema da Bahia, 35; prêmio Melhor ator para Jailson dos Santos A premiação deve ser registrada no subcampo “a, dessa forma: Festival de Gramado, 1987"aDireção Este campo só é usado para filmes de produção da ECA/USP, documentos de produção acadêmica ou, ainda, em qualquer caso em que a pessoa premiada for um docente da Escola. Não é relevante, em princípio, registrar premiações recebidas por filmes comerciais. Alguns usuários podem ter interesse nesse tipo de informação, mas é improvável que uma biblioteca consiga acompanhar a carreira dos filmes de seu acervo em festivais e registrá-la em seu catálogo. É mais razoável orientar o usuário a consultar bases de dados especializadas em cinema na World Wide Web, como a Internet Movie Database e outras. MARC 21: 586 FRBR: atributo da Expressão Esse tipo de informação enquadra-se no atributo Resposta Crítica à Expressão. 3.20 Notas (campo indexado) Notas são informações complementares sobre o documento e esclarecimentos sobre informações registradas em outros campos da descrição. Apesar de ser um campo de precisam ser relacionados, a não ser que o público do acervo tenha interesse especial nesse tipo de documento. Índice de cenas é um recurso que praticamente todos os DVDs comerciais oferecem, sendo desnecessário mencionar sua presença e interessante registrar sua eventual ausência. MARC 21: 500 FRBR: Relações entre entidades do Grupo 1 O tratamento dos extras dos DVDs parece estar distribuído pelos vários tipos de relações entre as entidades do Grupo 1. Dependendo do conteúdo do extra, poderá ser uma relação Obra-a-Obra, uma relação Parte/Todo no nível da Manifestação e outras. Contudo, um DVD, essa Manifestação específica que contém uma ou várias expressões de uma determinada obra, juntamente com outras obras e partes de obras, não é analisada no texto dos FRBR. No capítulo que aborda as relações não há exemplos de extras de DVDs, embora seja possível fazer aproximações e deduções com base em outros exemplos. De qualquer forma, esse é um terreno que precisa ser explorado com certo cuidado. 3.22 Referência (campo indexado) Registrar autor, título e número de chamada de livros, teses ou trabalhos de conclusão de curso que acompanham ou são acompanhados por documentos audiovisuais. O filme de longa-metragem Tigipió, por exemplo, dirigido por Pedro Jorge de Castro, foi analisado na dissertação de mestrado do próprio Castro. Filme e dissertação foram encaminhados juntos ao acervo. No campo Referência da descrição do filme consta: Parte de: CASTRO, Pedro Jorge. Uma poética do cinema: Tigipió, tabu, paixão e crime. t791.430981 C355p MARC 21: Não foi localizado campo para essa informação. FRBR: Relações entre entidades do Grupo 1 Em geral, trata-se de uma relação entre duas Manifestações distintas. 3.23 Resumo O resumo deve ser elaborado pelo catalogador, preferencialmente após visualização completa e cuidadosa do documento. Resumos prontos fornecidos pelo diretor ou produtores, bem como os localizados em fontes de pesquisa podem ser aproveitados, desde que o conteúdo do documento seja conferido. Nesses casos, mencionar a fonte entre parêntesis. É preciso cuidado com os resumos das 35 capas dos DVDs ou vídeos, muitas vezes completamente equivocados, ou propositalmente distorcidos. Para filmes de ficção, basta um resumo que narre sucintamente o enredo, do começo ao fim, sem avaliações críticas. Documentários exigem resumos mais descritivos, com maior nível de detalhamento de imagens e assuntos tratados. Quem elabora um resumo de filme precisa ter consciência de que não está diante de um texto, mas de imagens em movimento e sons; está praticando, portanto, uma transposição de linguagens. Um resumo de filme não pode ser igual ao de um livro ou artigo de periódico. É fundamental estar atento aos aspectos específicos da linguagem audiovisual. A bibliografia sobre técnicas específicas para resumir imagens em movimento é muito reduzida. As regras de catalogação da FIAF trazem algumas orientações e exemplos; Lancaster (2004, p. 199-213) aborda alguns aspectos específicos da redação de obras de ficção em geral; Mattos (2003) faz algumas reflexões sobre técnicas de descrição plano a plano a partir de sua experiência profissional na Cinemateca Brasileira. Para Rosa Cordeiro e Tunico Amâncio da Universidade Federal Fluminense, sinopses elaboradas em unidades de informação podem seguir diretrizes da instituição responsável, e sugerem, para resumos de filmes de ficção, os seguintes elementos e ordem de apresentação: “apresentação e objetivo do personagem principal; conflito(s) descritos por meio dos fatos narrativos e personagens; fecho da trama. Quando possível, acentuaram-se o espaço e o tempo dos conflitos. Quanto à forma de apresentação da sinopse, recomenda-se que sua descrição deva ser iniciada por um substantivo e que se evitem os adjetivos” (CORDEIRO; AMÂNCIO, 2005, p. 93). Os princípios básicos listados a seguir surgiram da prática com resumos de filmes, testada em muitos anos do contato com o público. - Narrar os acontecimentos de forma sintética, do começo ao fim, preferindo sempre a descrição à interpretação; - Situar época e local da ação; - Caracterizar personagens: quem são, como são, o que fazem. - Descrever as imagens que são mostradas e os recursos técnicos e estilísticos utilizados para transmitir o conteúdo do filme: mencionar o uso de imagens de arquivo, fotografias, desenhos, recursos de animação, tomadas aéreas, efeitos especiais, entrevistas, depoimentos etc.; - Citar nomes de pessoas e locais que estejam identificados na tela; podem ser mencionados pessoas e locais reconhecidos pelo próprio catalogador, mas essa identificação deve ser feita com prudência; - Mencionar presença de fragmentos de outras obras dentro de um filme: trechos de filmes ou programas de TV, imagens de peças teatrais etc.; 36 - Não esquecer a dimensão sonora do filme, tão importante quanto as imagens: músicas, ruídos e vozes podem ser decisivos para a compreensão do sentido da obra; - Tomar cuidado com sons em “off”: ao citar um depoimento, observar se a imagem da pessoa que fala aparece na tela, ou se apenas ouvimos sua voz acompanhando outras imagens. - Otexto deve ser conciso, direto e sem frases de construção complicada. Evitar começar o resumo usando expressões desnecessárias como “O filme conta a história de ...”, “Filme que apresenta ...” etc. Cuidados: - Usar uma linguagem adequada ao filme que está sendo resumido. Uma escolha equivocada de palavras pode dar uma idéia totalmente errada do enredo, fazendo uma história trágica parecer uma comédia e vice-versa. - Se for necessário explicitar a ideologia do filme, fazê-lo de forma a deixar a conclusão ao leitor, sem rotular a obra. - Contar ou não o final? Seria impensável em sinopses elaboradas para divulgação comercial dos filmes, ou para exibição em festivais, cujo objetivo é despertar o interesse do público pelo filme. Mas se a finalidade da sinopse for dar informações precisas sobre o documento, para que o usuário decida se o documento será ou não útil aos seus propósitos, contar o final pode ser importante. Num acervo como o da ECA, organizado como apoio ao ensino e à pesquisa, onde o lazer não é o fim principal, contamos o final sempre que possível. A Internet Movie Database usa um recurso interessante: avisar o usuário que suas sinopses podem conter “spoilers”, ou seja, informações que podem estragar o prazer de quem pretende ver o filme. Apresentamos, no Anexo 3, alguns exemplos de resumos, com seus defeitos mais evidentes comentados. Naturalmente, os exemplos serão mais interessantes para quem conhecer os filmes em questão, já que só é possível saber se um resumo está bem feito depois de ver o filme, fato que todo espectador já deve ter constatado repetidas vezes. Quem nunca ficou decepcionado ao escolher um filme baseando-se nas sinopses publicadas na imprensa? MARC 21: 520 FRBR: Atributo da Expressão 3.24 Assunto (campo indexado) A Biblioteca da ECA usa o Vocabulário Controlado USP” como instrumento de controle vocabular na indexação de filmes. Essa decisão foi tomada com o objetivo de manter, em 7 O Vocabulário USP é uma lista de termos que inclui todas as áreas do conhecimento, elaborado para indexação dos documentos cadastrados no Bando de Dados Bibliográficos da USP. Disponível do 39 O local da ação deve estar bem caracterizado no filme, a ponto de ser reconhecível pelo espectador. Ao analisar o filme, o indexador deve ter em mente as seguintes questões: - O usuário vai encontrar no filme informações sobre o local? - Aparecem imagens do local no filme? - A cultura do local está presente nos cenários, nos figurinos ou no comportamento e nos costumes dos personagens? A ação do filme Gandhi transcorre na Índia; o personagem principal é uma figura histórica do país; elementos da cultura indiana aparecem no filme; há imagens de paisagens e monumentos reconhecíveis como indianos. O termo Índia deve, portanto, ser usado como indexador desse filme. Já o filme Eu sei que vou te amar, de Arnaldo Jabor, conta uma história que se passa no Brasil, mas dentro de uma casa, com dois personagens em cena; é uma história intimista, que poderia acontecer em qualquer lugar do mundo; o Brasil não aparece realmente no filme. Neste caso, o nome do país não deve ser usado como descritor. O local pode ser identificado de duas formas: pesquisa em fontes de referência e visualização do próprio filme. Às vezes, um letreiro inicial informa ao espectador época e local da ação. Se tal não ocorrer, a identificação do ambiente dependerá dos conhecimentos do indexador, que deverá procurar por monumentos e acidentes geográficos conhecidos (Pão de Açúcar, Estátua da Liberdade etc.); placas de rua e outros sinais, além da própria trilha sonora: narração e diálogos. Atenção ao nível de especificidade: num filme ambientado na França, um dos personagens faz uma viagem até a Inglaterra e aparecem rápidas imagens de Londres. O assunto será França; não é preciso mencionar Londres. Muitos filmes são rodados em países diferentes daquele em que a história se passa. O filme Brincando nos campos do senhor, por exemplo, narra uma história passada na Amazônia brasileira, mas, por razões técnicas, foi filmado no México. Nesses casos, se a substituição não for perceptível e não comprometer a caracterização do ambiente, deve indexado o local da ambientação, e não o local da filmagem (ou locação). Se, entretanto, a locação for diferente a ponto de ser facilmente "desmascarável" pelo espectador, nenhum nome de local deve ser registrado. O nome da locação será desprezado. 40 3.241.2 Época da ação Século no qual a história transcorre. Para filmes ambientados no século 20, acrescentar a década. Até 1909, considerar início do século 20. Século 18 Século 20 - Década de 30 Século 20 (início) Para indexação de época, valem aproximadamente as mesmas recomendações do item Local da ação. A época só deve ser indexada quando estiver bem caracterizada no filme. Se não for possível identificar a época por pesquisa em fontes de referência, é necessário visualizar o próprio filme. Se não houver, logo no início do filme, um letreiro que informe a época, será necessário identificar a época estudando as imagens. Observar: vestuário e penteados, especialmente das personagens femininas; carros e outros meios de transporte; placas de rua, jornais e outras indicações escritas; eventos históricos mencionados pelos personagens. 3.24.1.3 Eventos Fatos históricos conhecidos por um nome. Revolução Francesa Noite de São Bartolomeu Festas tradicionais. Natal (festa) Carnaval Festa do Divino 3.24.1.4 Nomes de pessoas Nomes de pessoas que são assuntos de filmes são inseridos num campo específico da base de dados, diferente do campo reservado aos assuntos tópicos. Porém, para não criar dificuldades para os usuários, na interface de busca essa distinção não acontece. Indexar nomes de personagens históricos reais ou de personagens fictícios amplamente conhecidos. BEETHOVEN, Ludwig van Zumbi dos Palmares CAPONE, AI Drácula Batman Saci Pererê Tarzan 4 3.24.1.5 Características dos personagens Indexar aspectos e características dos personagens principais do filme, tais como: - Profissão: jornalistas, médicos, professores, bibliotecários etc. - Atividade: militares, trabalhadores, assassinos, religiosos etc. - Gênero e orientação sexual: homens, mulheres, travestis, homossexuais etc. - Faixa etária: crianças, idosos, adolescentes etc - Natureza, condição, função: animais, anjos, fantasmas, deficientes físicos, pais, delinquentes etc. - Etnia: negros, índios etc. - Religão: judeus, muçulmanos etc. - Nacionalidade, apenas para indivíduos fora de seu país natal: japoneses no Brasil; árabes na Alemanha etc. Devem ser indexadas as características apenas dos personagens que tenham importância na trama e que apareçam por tempo suficiente. Não adianta destacar um personagem que apareça por cinco minutos ao longo de um filme de duas horas de duração. Ex.: o personagem principal pega um táxi e troca duas palavras com o motorista: não se deve indexar o filme com o termo motoristas. As características indexadas também devem ter importância e visibilidade na trama. Em 4 festa de Babette, por exemplo, a personagem é cozinheira; sua atividade profissional aparece no filme e tem importância na história. O termo cozinheiros é, portanto, um indexador válido para o filme. Já no filme Hiroshima, meu amor, um dos personagens é arquiteto, mas poderia ser um pintor ou um advogado, que não faria a menor diferença para a história. O personagem não aparece exercendo sua atividade profissional, nem esta tem qualquer relação com o tema do filme. Também não são todos os filmes com personagens femininos que devem ser indexados com o termo mulheres, mas apenas aqueles em que a condição feminina se fizer presente na trama. Usar os termos relativos à profissão e atividade no plural e na forma masculina. Não indexar: - Características psicológicas indicadas por adjetivos. Ex.: ciumentos, desajustados etc. - Personagens que não aparecem no filme, embora sejam mencionados pelos demais e tenham importância na trama. Embora os instrumentos de indexação usados em bibliotecas normalmente misturem gênero e assunto, os conceitos são, na realidade, diferentes. Basta pensar na diferença que existe entre uma comédia (gênero) e um filme sobre comédia (assunto). Um filme sobre policiais não é, necessariamente, um filme policial: pode ser uma comédia ambientada entre policiais, ou um drama sobre a vida conjugal de mulheres policiais. A confusão entre gênero e assunto não é sem fundamento. Como o tema é um dos elementos distintivos dos gêneros cinematográficos, muitas vezes é difícil precisar os limites entre uma noção e outra. Em nossa listagem há termos que não são propriamente indicativos de gênero, como animação (uma técnica de realização cinematográfica), adaptação (conceito ligado à elaboração do roteiro do filme), ou curta-metragem (relacionado à duração), mas que são termos que o usuário normalmente pesquisa, sem muita consciência de estar procurando um gênero ou outra coisa. Uma boa lista de gêneros, entretanto, não resolve o problema crucial: como identificar o gênero de um filme? Uma análise baseada em impressões pessoais pode levar a conclusões arbitrárias que talvez não façam o menor sentido para o pesquisador, como podemos facilmente constatar nas prateleiras das locadoras, onde um “clássico” é um filme antigo em preto e branco e “comédia” é qualquer coisa que não nos faça chorar de tristeza. Recorrer à pesquisa em obras de referência e literatura especializada é uma solução que não elimina o risco de interpretações forçadas, considerando que nem mesmo entre especialistas em cinema há consenso sobre a forma de determinar o gênero de um filme. Tudor (c1986, p. 4) considera muito difícil caracterizar um gênero de forma a englobar todos os filmes que dele fazem parte, excluir os que não fazem e permitir reconhecimento e classificação na prática. Para Larouche (1993, p. 205), é difícil definir com precisão os limites que separam os gêneros. Para Báchler (1995, p.41-42) gênero é uma noção múltipla e descontínua, logo instável e intangível. Entretanto, a pesquisa é um método que dá ao indexador bases mais sólidas para tomar decisões do que sua experiência pessoal, desde que se tomem os devidos cuidados na seleção das fontes. É possível enquadrar o mesmo documento em mais de uma forma ou gênero. Se um vídeo institucional, por exemplo, apresenta-se como se fosse um clipe, provavelmente será interessante recuperá-lo nas duas categorias. Um filme de ficção pode ser também uma comédia, um suspense ou um filme de terror. O indexador pode usar tantos termos quantos forem necessários para cobrir o aspecto gênero do documento analisado. Nem todo filme tem um gênero claramente identificável. Quando isso ocorrer, ou nos casos em que o indexador tem dúvidas quanto ao gênero, não é necessário registrar essa informação. Usar o termo Adaptação (Literatura) apenas quando se tratar de obra literária importante ou bastante conhecida. Para adaptações de obras de autores brasileiros, usar o termo indicativo 45 da forma literária adaptada (literatura, histórias em quadrinhos etc.) e o termo Autores brasileiros. Macunaíma Gêneros: Ficção; Adaptação (Literatura); Adaptação (Autores brasileiros); Comédia Considerar animação como um gênero à parte. Para os filmes de animação, não usar os termos ficção e documentário. MARC 21: 655 FRBR: Atributo da Obra ou da Expressão Enquanto atributo da Obra, a forma é a “classe a qual à Obra pertence” (novela, peça, poema, ensaio, biografia, sinfonia, concerto, sonata, mapa, desenho, pintura, fotografia etc.). Enquanto atributo da Expressão, a forma é definida como “meios pelos quais a Obra é realizada” (notação alfa-numérica, notação musical, palavra falada, som musical, imagem cartográfica, imagem fotográfica, escultura, dança, mímica etc.). Como não há explicações sobre como devemos entender os termos “classe” e “meios”, os exemplos deveriam esclarecer as diferenças entre forma da Obra e forma da Expressão, mas não o fazem. É difícil entender porque desenho e pintura são “classes” e escultura, dança e mímica são “meios”. Entretanto, fazendo a correlação com as formas literárias e musicais citadas como exemplos, é razoável admitir que a forma das imagens em documento seja um atributo da Obra. Seguindo a mesma linha de raciocínio, o gênero também pode ser considerado atributo da obra, embora não tenha sido localizada nenhuma informação sobre gêneros cinematográficos no texto dos FRBR. 3.26 Informações de uso administrativo Alguns campos da base de dados têm funções ligadas ao gerenciamento do acervo e não são, por esse motivo, visíveis para o usuário. 3.26.1 Dados de aquisição Campo repetitivo dividido em subcampos para as seguintes informações: - Número de tombo - Procedência: nome do doador ou do fornecedor - Data de entrada no acervo - Preço - Origem da verba - Nome de quem indicou e de quem avaliou. 46 Como são informações ligadas ao item, são abertas tantas ocorrências quantos forem os exemplares. VC1000: c. 2001 Vídeo"a12.01.1993"bR$25,00ACFAPESPAdind. Marcelo Andrade (aluno), aval. Prof. Eduardo Morettin%DVDO230: d. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo / USP4a20.5.2008 3.26.2 Data de catalogação Ano, mês e dia em que o documento foi registrado na base, em formato ISO. 20071009 5 9 de setembro de 2007 20071000 > setembro de 2007 (dia indeterminado) 3.26.3 Catalogador Iniciais do profissional que catalogou o documento. 3.26.4 Dados do negativo Campo usado apenas para os filmes dos quais a Escola de Comunicações e Artes possui negativo, ou seja, aqueles produzidos pela própria instituição. Dividido em 6 subcampos nos quais são registradas as seguintes informações: - Quantidade de rolos - Bitola - Metragem - Tipo de montagem (simples ou A&B) - Destino (depositado na Cinemateca Brasileira, perdido, em posse do diretor etc.) - Depositante (pessoa ou instituição que depositou o negativo na Cinemateca Brasileira). +a3 rolos*b16 mm"c130 mAdABAeCinemateca BrasileiraMECA O quadro 3 apresenta um resumo dos campos da base CENA e suas correspondências. 49 * Longa-metragem estrangeiro de ficção, com indicação de versão, cópias em suportes diferentes Localização: Título: Título nacional: Direção: País e data: Versão: Materiais: Formato da tela: Idioma original: Legenda: Produção: Prod. executiva: Roteiro: Baseado da obra de: Fotografia: Montagem: : ALPER, Bud Figurinos: Cenários: Música: Efeitos especiais: Intérpretes: Som Resumo: Assunto: Forma: Gênero: Extras do DVD: Distr. Em vídeo: VC1006; DVDO008 Blade Runner O caçador de andróides SCOTT, Ridley, 1939- Estados Unidos , 1982 Versão do diretor vídeo : 1 ex., VHS/NTSC, col., 116 min DVD : 1ex., NTSC, col. 117 min DVD em versão padrão (original formatado para se adaptar ao monitor) e versão widescreen. inglês português DEELEY, Michael; SCOTT, Ridley KELLY, Brian; FANCHER, Hampton FANCHER, Hampton; PEOPLES, David DICK, Philip K CRONENWETH, Jordan RAWLINGS, Terry KNODE, Charles; KAPLAN, Michael FANCHER, Hampton; PEOPLES, David Vangelis TRUMBULL, Douglas; YURICH, Richard; DRYER, David FORD, Harrison; HAUER, Rutger; YOUNG, Sean; OLMOS, Edward James; HANNAH, Daryl; WALSH, M Emmet; SANDERSON, William; JAMES, Brion; TURKEL, Joe CASSIDY, Joanna No ano de 2020, numa Los Angeles superpovoada, ex-policial é obrigado a descobrir e eliminar replicantes (cópias idênticas de seres humanos) que voltam à Terra para exigir vida mais longa a seu criador. Resumo: VideoBook. Los Angeles (Cidade / Estados unidos); Século 21; Futuro; Andróides Filme Ficção; Adaptação (Literatura); Ficção científica Bastidores da produção; Legendas em inglês, português e espanhol Warner Home Video 50 =» | Documentário brasileiro, parte de uma trilogia (os demais estão cadastrados em outros registros) Localização: Título: Direção: País: Produção: Materiais: Roteiro: Fotografia: Montagem: Música: Outros créditos: Intérpretes: Resumo: Descritores de assunto: Forma: Gênero: VC1313; XDVD0128 Imagens do inconsciente: Carlos Pertuis: a barca do sol HIRSZMAN, Leon, 1937-1987 Brasil, 1983 a 1985 Leon Hirszman Produções vídeo : 1 ex., VHS/NTSC, col., 70 min DVD: 1 ex., NTSC, col., 70 min HIRSZMAN, Leon SALDANHA, Luiz Carlos SALDANHA, Luiz Carlos LOBO, Edu texto: SILVEIRA, Nise da: narração: LACERDA, Wanda; GULLAR, Ferreira coordenação: SANZ, Sérgio curadoria: SALDANHA, Luiz Carlos; consultoria: MELO, Luiz C BARCELOS, Joel Carlos, paciente do Centro Psiquiátrico Pedro |I, no Engenho Novo (Rd), é um artista com acentuada dimensão mística, que foi internado após ter uma visão de caráter religioso. É autor de 21.300 obras de arte, cujos temas principais são mandalas, figuras geométricas, rituais, a sombra e a anima. Vários trabalhos são exibidos, acompanhados pela análise da relação dos seus temas com o inconsciente de artista. Não aparecem imagens de Carlos, falecido em 1977, mas alguns episódios de sua vida são reconstituídos, com o ator Joel Barcelos personificando o artista. Arte incomum; Artistas; Doença mental Filme Documentário 51 = | Curta-metragem de produção da ECA/USP, cópias em película e DVD Localização: Título: Direção: País: Produção: Materiais: Produção: Roteiro: Fotografia: Montagem: Som: Direção: Figurinos: Música: Assistentes: Outros créditos: Técnicos: Intérpretes: Resumo: Descritores de assunto: Forma: Gênero: Notas: Condições de uso: eca-0405; DVD1066; DVD1068 Santa chuva CRUZ, Rafael Salomão Brasil, 2007 ECA-USP filme : 1 ex., 35mm, som óptico, col., 15 min DVD : 2 ex., NTSC, col., 15 min VERDUGO, Marcos Vinicius VERDUGO, Marcos Vinicius; CRUZ, Rafael Salomão VIAN, Renato IANNI, Mariana Lanzara OTA, Fabiana C.; edição de som MORI, Erika MARTINS, Graciela; PEZO, Paulo ABBUD, Simão FRANCESCHET, Célio; direção (10.); LOPES, Mabel B. P. ; direção (20.): PUCOI, Paulo Emílio; produção; ALVES, José Eduardo; produção; OLIVEIRA, Thaisa câmera (10.): NARDI, Taís; câmera (20.); PASCHOAL, Marcella; câmera (30.) YUMI, Isabella; produção de arte e objetos (10.); PENKO, Lorena; produção de arte e objetos (20.) produção de arte: BLAS, Rafael continuidade: IANNI, Mariana Lanzana produção de set: AUGUSTO, Rodrigo vídeo assist: MEDEIROS, Dagu Silva still: KNOBEL, Juliana maquiagem: MARTINS, Graciela: maquiagem: PEZO, Paulo créditos: PAIUTTO, Renato técnica de som: OTA, Fabiana C. microfonista: RODISANSKI, Daniel chefe eletricista: WOYCZKOWSKI, Nelson Fênix eletricista: MELO, Antônio Pereira de maquinista: BARRETO, Emanoel S. (Manezinho) ; operador steadycam: PESTANA, Fábio ; coordenador de produção: FERREIRA, Paulo ; coordenador de operações. GIUDICE, Douglas PEREIRA, Teca; FORTTI, Rubens; ARAÚJO, João; CONCEIÇÃO, Paschoal da O menino Antônio mora com a avó num lugar muito seco, e nunca viu a chuva. Sua única companhia é a árvore falante do quintal. Ludibriado pelo Anhangá, que é o Diabo, entrega a ele os bonecos mágicos da avó, um a um. A avó morre e o garoto, com a ajuda da árvore, descobre uma forma de enganar o Anhangá e recuperar os bonecos. Finalmente começa a chover. Crianças Filme Ficção; Curta-metragem Roteiro vencedor do Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem 2006 DVD1068 empréstimo autorizado 5 FONTES DE INFORMAÇÃO O tratamento de imagens em movimento não é viável sem boas fontes de informação, sempre necessárias para completar dados que não constam do documento. Atualmente, as fontes mais utilizadas pela Biblioteca para esse tipo de trabalho são sites e bases de dados da World Wide Web, com destaque para as seguintes: Internet Movie Database - www.imdb.com Considerada a maior base de filmes da Web, traz grande quantidade de informações sobre cinema internacional, fichas técnicas extremamente detalhadas, informações sobre pessoas do mundo do cinema, fotos, fórum de discussão etc. Há possibilidade de busca por assunto, mas sem controle vocabular. Greatest Films - hitp:/filmsite.org Seleção de filmes importantes, com sinopses bastante detalhadas, contendo excertos de diálogos. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo - www.mostra.org/32/ Informações bem cuidadas sobre os filmes exibidos nas Mostras. Film Index International - www.usp.br/sibi Base desenvolvida pelo British Film Institute, indexa filmes de cerca de 170 países. Além de fichas técnicas detalhadas e corretas, traz referências bibliográficas selecionadas sobre cada filme. Acesso pelo site do Sistema de Bibliotecas da USP, nos computadores da Universidade. American Film Institute Catalog - www.usp.br/sibi Traz informações sobre filmes americanos produzidos entre 1893 e 1973. Mostra registros em formato MARC. Descritores normalizados de gênero e assunto. Acesso pelo site do Sistema de Bibliotecas da USP, nos computadores da Universidade. Cinemateca Brasileira - www.cinemateca.org.br Riquíssima fonte de informações sobre filmes brasileiros. Registros catalogados de acordo com as normas da FIAF, fichas técnicas extremamente detalhadas, descritores normalizados de gênero e assunto. Adoro Cinema Brasileiro - www.adorocinemabrasileiro.com.br/ Site interativo que traz artigos e notícias sobre cinema brasileiro, fichas técnicas e resumos de filmes, imagens etc. Portacurtas - www.portacurtas.com.br/index.asp Site interativo de curtas-metragens brasileiros. Alguns filmes podem ser assistidos online. 55 Curtagora - www.curtagora.com Dados sobre produção brasileira de curta e média-metragem. Contém 4000 entradas e permite visualização online de filmes e trailers. Festival Internacional de Curtas Metragens de S. Paulo - www.kinoforum.org/curtas/2003/ Filmes exibidos no festival. Além dessas fontes, é importante recorrer aos sites oficiais dos filmes, quando existem, e às bases de dados das cinematecas dos diversos países. Mas os recursos online não são os únicos aos quais se deve recorrer. Dicionários especializados, filmografias, catálogos impressos de festivais e revistas de cinema, sobretudo, são fontes importantes e não podem ser negligenciados. 56 6 REFERÊNCIAS ALTMANN, Rick. Emballage réutilisable: les produits génériques et le processus de recyclage. Iris, Paris, n. 20, p. 13-30, 1995. BÂCHLER, Odile. Une dynamique générative. Iris, Paris, n. 20, p. 41-48, 1995. CÓDIGO de Catalogação Anglo-Americano. 2. ed. rev. São Paulo: FEBAB: Imprensa Oficial, 2004. CORDEIRO, Rosa Inês de Novais; AMÂNCIO, Tunico. Análise e representação de filmes em unidades de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 1, p. 89-94, jan./abr. 2005. FÉDÉRATION INTERNATIONALE DES ARCHIVES DU FILM. The FIAF cataloguing rules for film archives. Múnchen: K.G. Saur, 1991. IFLA - INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS. Functional Requirements for Bibliographic Records: final report. Frankfurt, 1997. Disponível em: <http://www.ifla.org/VII/s1 3/frbr/frbr.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2008. LANCASTER, Frederick Wilfrid. Indexação e resumos: teoria e prática. 2. ed. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2004. LAROUCHE, Michel. La loi du genre. CinémAction, Condé-sur-Noireau, n. 68, p. 204-209, 1998. MANUAL de catalogação de filmes. São Paulo: Cinemateca Brasileira, 2002. MATTOS, José Francisco de Oliveira. A representação por palavras do conteúdo de imagens em movimento numa perspectiva documentária. 2003. Dissertação - Escola de Comunicações e Artes da USP, São Paulo, 2003. MAXWELL, Robert L. FRBR: a guide for the perplexed. Chicago: American Library Association, 2008. McGRATH, Kelley; BISKO, Lynne. Identifying FRBR work-level data in MARC bibliographic records for manifestations of moving images. Code4Lib Journal, [s.1.], n. 5, p. 12-15, 2008. TUDOR, Andrew. Genre. In: GRANT, Barry Keith (Ed.). Film genre reader. Austin: University of Texas, c1986. p. 3-10. TURNER, Graeme. Cinema como prática social. São Paulo: Summus, 1997. YEE, Martha M. Moving image materials: genre terms. Washington, DC: Library of Congress, 1987. YEE, Martha M. FRBR and moving image materials: content (Work and Expression) versus carrier (Manifestation). Oakland: University of California, 2007. Disponível em: <http://repositories.cdlib.org/cgi/viewcontent.cgi?article=61 1 3&context=postprints>. Acesso em: 13 ago. 2009. Anexo 2: Termos da ficha técnica em inglês e francês 59 Português Francês Inglês Direção Réalisation Directed by Realização Mise-en-scêne Roteiro Scénario Screenplay Written by Screenwriter Baseado em D'aprês I'oeuvre de From the... by Montagem (cinema) Montage Edited by Edição (vídeo) Édition Film editing Fotografia Photographie Photography Direção de fotografia Direction de photographie Cinematography Cinematografia Images Prise de vues Cenário Décor Set designer Cenografia Figurino Costumes Costumes Som Son Sound Intérpretes Interprétation Cast Elenco Duração Durée Running time so Anexo 3: Exemplos comentados de Resumos Exemplo 1 - O bolo Filme de curta-metragem produzido pela ECA/USP, integrante do acervo da Biblioteca da ECA e disponível online na base de dados Porta-curtas. * Resumo da base Porta-curtas Um casal está fazendo Bodas de Ouro. Ela prepara o bolo, ele molda um pedaço de madeira. Os dois se xingam e se ofendem. Felicidade pode ser apenas você ter alguém a quem humilhar. Felicidade pode ser apenas você não estar sozinho. Comentários: Bodas de Ouro: porque usar uma expressão cujo significado muita gente pode não conhecer, quando o que se diz no filme é que eles estão completando 50 anos de casamento? Molda: verbo inadequado para a ação. O personagem está entalhando ou esculpindo madeira. Xingam e ofendem: o clima é mais de provocação que de ofensa. O verbo xingar também não é a melhor escolha. Felicidade pode ser apenas você ter alguém a quem humilhar: interpretação discutível do filme. * Resumo da Base CENA Um casal que está completando 50 anos de casamento conversa na cozinha de sua casa. Enquanto ela prepara um bolo, o marido faz uma escultura em madeira. Os dois trocam provocações e insultos, recordando o dia em que se casaram e antevendo a morte um do outro. Quando o bolo fica pronto, comem um pedaço, comentam que está bom e trocam um gesto de carinho. Exemplo 2 — Os incompreendidos Longa-metragem dirigido por François Truffaut, com elementos autobiográficos. * Resumo de programação do jornal Folha de São Paulo Filho de pais omissos e renegado na escola, garoto de 14 anos vaga por Paris e acaba vivendo aventuras. * Resumo da Base CENA Antoine Doinel é um garoto parisiense de 14 anos que sofre por não receber atenção de seus pais. Na escola, enfrenta o autoritarismo do professor. Em reação, ele começa a cabular as aulas, foge de casa e furta uma máquina de escrever. Vai parar num reformatório, e seus pais o abandonam definitivamente. 81 Comentário: Dois resumos sucintos que, obviamente, não dão conta de todo o conteúdo do filme. O resumo da programação de jornal, entretanto, é bastante ruim: além de excessivamente curto, tem erros factuais e termos mal escolhidos. O garoto não é propriamente um renegado e seus problemas vão bem mais além de vagar por Paris e viver aventuras. Aparentemente, essa sinopse foi redigida por alguém que não viu o filme. Exemplo 3 - Resumos pouco informativos elaborados pelo diretor do filme: Ave e Suspens são curta-metragens produzidos pela ECA/USP que, devido ao seu caráter experimental, são filmes difíceis de serem resumidos. Ave (dirigido por Paulo Sacramento) = Resumo do diretor: Faze o que tu queres, pois é tudo da lei. = Resumo da base CENA Num porão, um rapaz corta a cabeça de uma galinha. Recolhe o sangue cuidadosamente e o injeta em suas veias. O resultado é surpreendente. Comentário: O resumo feito pelo diretor do filme é um verso da canção Sociedade alternativa, de Raul Seixas. Embora, de certa forma, “combine” com o filme, não é nada informativo. Por esse motivo, optamos por elaborar um resumo mais convencional e descritivo, deixando apenas, excepcionalmente, de contar o final: o personagem começa a cacarejar. Suspens (dirigido por Carlos Adriano) * Resumo do diretor, adotado na base CENA: Procedimentos e posturas, deslocados & descolados de seu contexto em um outro des- encaixe. O suspense suspenso, em contínuo-inter-romper-se. E o vento levou o macguffin. Da eterna espera da chegada (ou da partida já ida) do trem de Lumiére à Estação da Luz ao fio da meada. Na trama de texturas e tessituras várias. uma perseguição em contraponto de nós, onde tudo se re-solve pela irresolução. Tudo aliás, é a ponta de um mistério. Comentá O resumo é quase incompreensível, mas o filme é bastante difícil de ser resumido. Por esse motivo, atendemos ao pedido expresso do diretor para usarmos o resumo elaborado por ele. Exemplo 4 — Árido movie Longa-metragem brasileiro, dirigido por Lírio Ferreira. As duas opções de resumo estão corretas, mas a segunda é mais informativa do que a primeira. = Resumo do catálogo do festival FestRio/2005: À noite sonhamos (biografia romanceada do compositor Chopin) Getúlio Vargas (documentário sobre o ex-presidente) CHANCHADA (G) Tipo de comédia musical de grande aceitação popular, produzida principalmente no Rio de Janeiro, na década de 50. O termo vem do italiano “cianciata”, que significa "discurso sem sentido" (ENCICLOPÉDIA..., 2000, p. 117). CINE-DOCUMENTAÇÃO (F) Registros de aulas, depoimentos, palestras, exposições, performances, happenings e eventos diversos feitos originalmente em cinema. Nesses trabalhos, o filme é apenas o meio usado para documentar um determinado acontecimento. COLETÂNEA (F) Reunião de documentos num mesmo suporte físico, organizada por um autor, produtor ou distribuidor em função de similaridades de conteúdo ou forma. Atenção: documentos gravados aleatoriamente na mesma fita, por razões de economia, não constituem uma coletânea. COMÉDIA (G) Filmes ficcionais realizados com o propósito de provocar o riso. Caracterizados pelo exagero nas situações, na linguagem, na ação e nos personagens (COMEDY..., c2009). CONCERTO (F) Registros de apresentações de música erudita, normalmente gravados ao vivo. CURTA-METRAGEM (G) Por razões de ordem prática, são considerados curtas-metragens os filmes de até 40 minutos de duração. DANÇA (F) Registros de apresentações de dança e balé, normalmente gravados ao vivo. DOCUMENTÁRIO (G) Filme ou vídeo que trabalha diretamente com fatos, pessoas e situações reais, tentando mostrar a realidade como ela é, e não uma versão ficcional da mesma (KONIGSBERG, 1989, p. 88). A arquitetura da destruição (filme sobre a estética nazista) Aera JK (sobre o govemo de Juscelino Kubitschek) Na rota dos orixás (sobre cultura afro-brasileira) EXPRESSIONISMO (G) Movimento do cinema alemão que teve início com o lançamento de O gabinete do Dr. Caligari, de Fritz Lang (1920). Buscava apresentar na tela a realidade física como uma projeção ou expressão do mundo subjetivo, geralmente de um personagem do filme, usando 65 recursos como cenários distorcidos, sombras dramáticas, cenários, maquiagem e figurinos não naturalistas, câmera subjetiva e atuação estilizada. (XONIGSBERG, 1989, p. 108-109). FICÇÃO (G) Obras que tratam de situações e personagens criados pela imaginação de um autor, inspiradas ou não na realidade. FICÇÃO CIENTÍFICA (G) Filmes ficcionais com temática centrada no avanço tecnológico, no desenvolvimento da ciência e no encontro com formas de vida alienígenas. As histórias têm, frequentemente, um caráter profético, antecipando o impacto das mudanças tecnológicas nas sociedades futuras (LIBRARY OF CONGRESS, 1998). FILM NOIR (G) Termo criado pela crítica francesa para designar uma série de filmes americanos produzidos na década de quarenta, ambientados num mundo urbano sombrio, violento e corrupto, com iluminação que enfatiza o contraste entre luz e sombras (KONIGSBERG, 1989, p. 122). São, geralmente, histórias de investigações criminais, com personagens neuróticos e a presença de um detetive particular (MONTVALON, 1987, p. 301). FILME (F) Qualquer tipo de obra cinematográfica acabada, documental ou ficcional, de curta ou longa metragem. FILME DE GÂNGSTER (G) Refere-se ao conjunto de filmes americanos produzidos na década de trinta nos quais o gângster urbano figurava como herói (SCHATZ, c1981, p. 81-82). MATERIAL DE TREINAMENTO (F) Aulas, cursos e outros documentos realizados com fins de instrução ou treinamento. Diferencia-se da simples documentação por ser feito com um propósito instrucional definido e específico. Peter Drucker: sua eficiência como executivo MATERIAL INSTITUICIONAL (F) Documentos realizados com a finalidade de apresentar e divulgar uma determinada empresa ou instituição. Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Videoclip Itaú Cultural MATERIAL JORNALÍSTICO (F) Reportagens, noticiários de televisão, cinejornais etc. MATERIAL PUBLICITÁRIO (F) Anúncios e filmes feitos com o propósito de vender ou divulgar determinado produto, para o cinema ou para a televisão. 66 MELODRAMA (G) Em sentido estrito, o termo refere-se às formas narrativas que combinam música e drama. De forma geral, aplica-se a romances ou peças teatrais populares nos quais um indivíduo virtuoso — geralmente uma mulher — é vitimizado por circunstâncias sociais repressivas e desiguais, particularmente as que envolvem casamento, profissão e família (SCHATZ, c1981, 221-222). MUSICAL (G) Obras ficcionais cuja estrutura e movimento são determinados por números musicais: canções e, geralmente, dança (LIBRARY OF CONGRESS, 1998). Cantando na chuva ÓPERA (F) Registros, realizados no palco, de apresentações de óperas. Adaptações de óperas para o cinema ou para a TV não se enquadram nesta categoria. Ex.: as gravações de óperas distribuídas pela Globo Vídeo, serão identificadas como ópera. Já o filme Don Giovanni, de Joseph Losey, será classificado como filme. PEÇA TEATRAL (F) Registro, editado ou não, da apresentação de uma peça teatral, gravada ou filmada no palco. PROGRAMA DE VARIEDADES (F) Programas da TV comercial que apresentam atrações de diversos tipos, como reportagens, números musicais, quadros cômicos etc. (LIBRARY OF CONGRESS, 1998). Fantástico SÉRIE (F) Trabalhos de ficção feitos para televisão (ou para distribuição em videocassete), em capítulos de conteúdo sequencial ou não. Podem ser séries de curta duração, com número fechado de episódios (como Agosto, Hilda Furacão etc.), ou seriados sem duração definida, como Jornada nas Estrelas, Arquivo X e outros. SURREALISMO (G) Os filmes vinculados ao movimento surrealista (França, anos vinte), anulam a distinção entre realidade interior e exterior, destroem expectativas de causa e efeito, enfatizam o acaso e o inesperado, expressam o irracional, o neurótico e o grotesco dos recessos da mente humana (KONIGSBERG, 1989, p. 364). SUSPENSE (G) Estado de incerteza e adiamento que provoca ansiedade em quem espera o desenlace de uma situação, parecendo prolongar o tempo e adiar o inevitável. Certos filmes exploram esse efeito para criar no espectador uma experiência de tensão e excitação (KONIGSBERG, 1989, p. 364-365). TELENOVELA (F) Compactos ou capítulos avulsos de novelas de televisão.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved