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Guias e Dicas
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Doenças e Pragas do Feijoeiro: Identificação e Controle, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Informações sobre várias doenças e pragas que atacam a cultura do feijoeiro, incluindo suas causas, sintomas e controles. Além disso, fornece informações sobre as condições favoráveis à ocorrência dessas doenças e pragas, e os métodos de disseminação. O documento aborda doenças como antracnose, podridão radicular seca, mosaico comum e mosaico dourado, e pragas como a mosca branca. As informações são apresentadas em forma de texto e são acompanhadas de fotos.

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 09/08/2014

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Baixe Doenças e Pragas do Feijoeiro: Identificação e Controle e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! 8 ARQUIVO DO AGRÔNOMO Nº 7 - DEZEMBRO/94 1.3. Mancha angular – Isariopsis griseola (Foto 39) Este doença ocorre com maior intensidade na safra da seca. É favorecida por temperatura entre 18-25oC associada com perío- dos de alta umidade. Ocorre com maior freqüência durante o estádio de formação e maturação de vagens. Os sintomas desta doença podem ser observados no caule, folhas e vagens. Nas folhas verdadeiras, as lesões são angulares, delimitadas pelas nervuras de coloração pardo-acinzentada, visível na face inferior da folha. Nas hastes, as lesões podem ser alongadas e de cor castanho-escuro, sendo que nas vagens as lesões são quase circulares, de coloração castanho-avermelhado, com os bordos escuros. As vagens atacadas podem produzir sementes mal desenvolvidas ou totalmente enrugadas. A doença é transmitida pela semente. Controle: Rotação de culturas, época adequada de plantio, uso de sementes sadias e tratamento químico (Mancozeb, Maneb). 1.4. Oídio – Erysiphe polygoni (Fotos 40 e 41) Ocorre com maior intensidade em condições de seca e de temperaturas moderadas, podendo causar sérios danos à cultura se ocorrer antes da formação de vagens. Os sintomas se manifestam nas folhas, hastes e vagens. Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras na parte superior das folhas que logo tornam-se pulverulentas e brancas, podendo tomar toda a superfície foliar. As vagens afetadas também apresentam crescimento pulverulento e, dependendo da intensidade do ataque, pode causar deformações e queda de vagens. Controle: uso de cultivares resistentes, época adequada de plantio e tratamento químico (Chlorothalonil, Tiofanato metílico + Chlorothalonil). 1.5. Mancha de levedura – Nematospora corylli (Foto 42) Esta doença provoca deformações na semente, depreciando comercialmente os grãos de feijão. A mancha de levedura é observada somente nas sementes e se caracteriza por manchas li- sas, salientes, de coloração rosada. Geralmente é no centro da lesão, que tem contorno irregular e tamanho variável, onde se nota o sinal da picada do inseto vetor. O vetor do fungo é uma espécie de inseto sugador que se alimenta das vagens. Controle: aplicação de inseticidas fosforados no final do florescimento até o período de formação de vagens, quando é maior a incidência do inseto vetor. 1.6. Podridão radicular de Rhizoctonia – Rhizoctonia solani (Foto 43) Esta doença ocorre em todas as regiões produtoras e é favorecida por temperaturas entre 15 e 21oC e alta umidade do solo. Sua importância tem aumentado com a expansão da terceira época de plantio do feijão. Esta doença pode atacar as sementes, as quais apodrecem no solo antes ou durante a germinação. Quando a infec- ção ocorre no estádio de plântula, o fungo produz lesões necróti- cas, ocasionando um estrangulamento na base do caule que resulta em tombamento. O estrangulamento do caule e da raiz principal di- ficulta a translocação da seiva e reduz a absorção de água, tornando A cultura do feijoeiro, cultivada nas mais diversas regiões do país, apresenta um rendimento médio de 500 a 600 kg/ha, sendo que tem um potencial de produção de aproximadamente 3.000 kg/ha. Um dos principais fatores responsáveis pela sua baixa produtividade é a ocorrência de doenças que limitam a produção de feijão e reduzem a qualidade fisiológica, sanitária, nutricional e comercial do produto. A incidência, a intensidade dessas doenças e os prejuízos causados variam de acordo com a região, a época de plantio, o sistema de plantio, a variedade, a qualidade sanitária da semente e as condições climáticas. O conhecimento das doenças, dos danos que causam e da época e condições favoráveis à sua ocorrência são fundamentais para que medidas de controle sejam adotadas. 1. DOENÇAS FÚNGICAS 1.1. Antracnose – Colletotrichum lindemuthianum (Fo- tos 35, 36 e 37) É uma doença considerada de maior importância na cultura do feijoeiro e está distribuída em todas as regiões produtoras. Ocorre com maior severidade no sul do país, onde as condições climáticas são mais favoráveis, com temperaturas amenas (14oC a 20oC) e alta umidade relativa. As folhas afetadas apresentam lesões que ocorrem inicialmente na face inferior da folha, caracterizando- se por um enegrecimento das nervuras que se estende aos tecidos adjacentes. Nas hastes, vagens e sementes, as lesões são geralmente de coloração escura, arredondadas ou ovaladas, e deprimidas em relação à superfície do órgão. A semente infectada pode apresentar lesões levemente deprimidas, de cor marrom, bordos escuros, facil- mente observadas nas sementes de tegumento claro. Nas sementes de tegumento preto, as lesões são deprimidas, com bordos averme- lhados. O patógeno pode sobreviver em restos de culturas, sendo a semente infectada a principal fonte de disseminação da doença. Controle: uso de sementes sadias, cultivares resistentes, pulverizações com fungicidas recomendados à cultura (Chlo- rothalonil, Benomyl, Tiofanato metílico, Mancozeb) e tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan). 1.2. Ferrugem – Uromyces phaseoli (Foto 38) Esta doença ocorre em todas as regiões produtoras de feijão e se manifesta principalmente nas folhas do feijoeiro, sendo as hastes e as vagens pouco atingidas. Ocorre com intensidade variável, provocando desfolha prematura nas lavouras severamente atacadas. Em condições favoráveis, temperatura entre 20-27oC e alta umidade, intercalada por períodos de baixa precipitação e grande quantidade de orvalho, pode causar prejuízos de até 46%. Os sintomas característicos da doença se manifestam nas folhas como pequenos pontos cloróticos, evoluindo para pústulas salientes de cor esbranquiçada ou amarelada, que aparecem preferencial- mente na face inferior das folhas. Em poucos dias, surgem pequenas pústulas de cor ferrugem em ambas as superfícies das folhas, qua- se sempre rodeadas por um halo amarelo. Folhas severamente atacadas tornam-se amarelas, secam e caem. Controle: uso de cultivares resistentes, épocas adequadas de plantio e tratamento químico (Mancozeb, Oxycarboxin). DOENÇAS DO FEIJOEIRO E SEU CONTROLE ENCARTE DO INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS - Nº 68 - DEZEMBRO/94 9 a planta mais suscetível a períodos de estiagem. À medida que os tecidos da planta envelhecem, aumenta a resistência, desenvolven- do-se, nas raízes e na base do caule, cancros alongados no sentido longitudinal, de cor pardo-avermelhada e com bordos bem definidos. Pode infectar as vagens em contato com o solo, produzindo lesões deprimidas, de cor parda, bem delimitadas. A semente afetada se descolore e transporta o patógeno para novas áreas. Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan) e plantio em condições ideais para rápida germinação das sementes. 1.7. Mofo branco – Sclerotinia sclerotiorum (Foto 44) Ocorre principalmente em regiões de clima frio e úmido. Possui ampla faixa de hospedeiros e pode sobreviver por vários anos no solo, sendo favorecido por alta umidade relativa, baixa temperatura e pouca aeração. Os sintomas se manifestam nas has- tes, folhas e vagens, principalmente próximas do solo, iniciando- se como manchas aquosas que, sob condições favoráveis, crescem rapidamente, provocando uma podridão mole, e cobrem-se posterior- mente por uma densa massa de micélio branco, de aspecto cotonoso, na qual se formam os corpos duros e pretos, que são os esclerócios. Controle: rotação de culturas, uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan) e pulveri- zação com fungicidas (Tiofanato metílico + Chlorothalonil). 1.8. Murcha de Sclerotium – Sclerotium rolfsii (Foto 45) Ataca grande número de espécies vegetais, sendo comum a sua presença em solos cultivados. Condições de alta temperatura e umidade favorecem o desenvolvimento da doença. Os sintomas iniciais aparecem no colo, ao nível do solo, como manchas escuras, encharcadas, estendendo-se pela raiz principal e produzindo uma podridão freqüentemente recoberta por um micélio branco. Na parte aérea, as plantas apresentam amarelecimento e desfolha dos ramos superiores e uma murcha repentina que conduz à seca total. Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan), rotação de culturas e maior espa- çamento. 1.9. Podridão radicular seca – Fusarium solani (Foto 46) As condições favoráveis para esta doença são a alta com- pactação do solo e a alta umidade do solo, que diminuem a taxa de difusão de oxigênio, e a alta temperatura (22 a 32oC). A podridão ocasionada pelo fungo é caracterizada pela presença de lesões avermelhadas na raiz e na parte inferior do caule, de tamanho e margens indefinidos, tornando-se mais tarde pardo-escuras. Como conseqüência do progresso da infecção na raiz principal, as raízes laterais morrem e, em condições favoráveis,ocorre morte parcial ou total dos ramos. Além de ser transmitido pela semente, o patógeno pode sobreviver em restos de cultura. Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan) e rotação de culturas. 1.10. Murcha de Fusarium – Fusarium oxysporum (Foto 47) Esta doença se manifesta por perda de turgescência, ama- relecimento, seca e queda progressiva das folhas de baixo para cima, podendo afetar toda a planta ou somente parte dela. Cortando-se a haste das plantas afetadas observa-se uma descoloração interna do caule (escurecimento dos vasos). Sob condições de alta umidade as plantas severamente atacadas apre- sentam intensa esporulação do fungo nas hastes e ramos. O fungo é transmitido pela semente e sobrevive no solo por vários anos. Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan) e rotação de culturas. 1.11. Podridão cinzenta do caule – Macrophomina phaseolina (Foto 48) Ocorre com maior severidade nas regiões secas e quentes e em solos compactados. O patógeno é transmitido pela semente e pode sobreviver no solo e em restos de cultura por períodos prolongados. Quando as plântulas são infectadas no início do desenvolvimento apresentam lesões escuras, deprimidas, com mar- gens bem definidas, as quais podem rodear completamente o caule. Acima da lesão a plântula amarelece e murcha, e pode quebrar-se ao nível da mesma. Em plantas adultas, a doença progride mais lentamente, causando raquitismo, clorose e desfolhamento prema- turo, particularmente do lado onde se localiza a lesão. As vagens em contato com o solo contaminado são atacadas pelo fungo, infectando as sementes que normalmente não germinam, adquirem uma coloração negra e são totalmente destruídas pelo fungo. Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan), rotação de culturas e bom preparo do solo. 2. DOENÇAS BACTERIANAS 2.1. Crestamento bacteriano comum – Xanthomonas campestri (Fotos 49 e 50) Condições de alta temperatura e elevada umidade relativa favorecem o desenvolvimento da doença no campo. A doença é causada por uma bactéria que se manifesta em toda a parte aérea da planta. Nas folhas, as lesões inicialmente são visíveis na face inferior, onde são pequenas e encharcadas e, à medida que se desenvolvem, os tecidos tornam-se secos e quebradiços, circundados por um halo amarelo, facilmente observados na face superior das folhas. As lesões nos caules das plantas novas são deprimidas e iniciam-se sob a forma de manchas aquosas, que aumentam gradualmente de tamanho e tomam a aparência de riscos vermelhos que se estendem ao longo do caule, cuja superfície normalmente racha, podendo o exsudato bacteriano acumular-se na lesão. As lesões nas vagens inicialmente são encharcadas, circulares a irre- gulares, apresentando ou não exsudato bacteriano de cor amarela, e posteriormente tornam-se secas e avermelhadas. A infecção é normalmente observada na sutura das vagens. As sementes infec- tadas podem se apresentar descoloridas, enrugadas ou simples- mente não apresentar sintomas visíveis. O principal modo de disseminação da bactéria de uma área para a outra é através de sementes contaminadas e, dentro de uma plantação, através de respingos de chuva, implementos agrícolas e insetos. Plantas originárias de sementes infectadas podem desenvolver lesões que circundam o nó cotiledonar, provocando o seu enfraquecimento e a quebra do caule, que não suporta o peso das vagens. Controle: uso de variedades resistentes, sementes sadias, rotação de culturas e eliminação de restos culturais.
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