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Guias e Dicas
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mec09 elementosmaquinas, Notas de estudo de Mecatrônica

Elementos de Máquinas básico

Tipologia: Notas de estudo

2013
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Compartilhado em 29/06/2013

fernando-matoso-de-faria-11
fernando-matoso-de-faria-11 🇧🇷

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Baixe mec09 elementosmaquinas e outras Notas de estudo em PDF para Mecatrônica, somente na Docsity! Espírito Santo CPM - Programa de Certificação de Pessoal de Manutenção Mecânica Noções Básicas de Elementos de Máquinas Espírito Santo Noções Básicas de Elementos de Máquinas - Mecânica © SENAI - ES, 1996 Trabalho realizado em parceria SENAI / CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) Coordenação Geral Supervisão Elaboração Aprovação Editoração Francisco Lordes (SENAI) Marcos Drews Morgado Horta (CST) Alberto Farias Gavini Filho (SENAI) Rosalvo Marcos Trazzi (CST) Evandro Armini de Pauli (SENAI) Fernando Saulo Uliana (SENAI) José Geraldo de Carvalho (CST) José Ramon Martinez Pontes (CST) Tarcilio Deorce da Rocha (CST) Wenceslau de Oliveira (CST) Ricardo José da Silva (SENAI) SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial DAE - Divisão de Assistência às Empresas Departamento Regional do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053 - Vitória - ES. CEP 29045-401 - Caixa Postal 683 Telefone: (27) 3325-0255 Telefax: (27) 3227-9017 CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão AHD - Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos AV. Brigadeiro Eduardo Gomes, n° 930, Jardim Limoeiro - Serra - ES. CEP 29163-970 Telefone: (27) 3348-1333 Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 5 Em mecânica, ele é empregado para unir e manter juntas peças de máquinas, geralmente formando conjuntos com porcas e arruelas. Em geral, os parafusos são fabricados em aço de baixo e médio teor de carbono, por meio de forjamento ou usinagem. Os parafusos forjados são opacos e os usinados, brilhantes. As roscas podem ser cortadas ou laminadas. Aço de alta resistência à tração, aço-liga, aço inoxidável, latão e outros metais ou ligas não-ferrosas podem também ser usados na fabricação de parafusos. Em alguns casos, os parafusos são protegidos contra a corrosão por meio de galvanização ou cromagem. Dimensão dos parafusos As dimensões principais dos parafusos são: • diâmetro externo ou maior da rosca; • comprimento do corpo; • comprimento da rosca; • altura da cabeça; • distância do hexágono entre planos e arestas. O comprimento do parafuso refere-se ao comprimento do corpo. Carga dos parafusos A carga total que um parafuso suporta é a soma da tensão inicial, isto é, do aperto e da carga imposta pelas peças que estão sendo unidas. A carga inicial de aperto é controlada, estabelecendo-se o torque-limite de aperto. Nesses casos, empregam-se medidores de torque especiais (torquímetros). Tipos de parafusos Os parafusos podem ser: • sem porca • com porca • prisioneiro Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 6 Companhia Siderúrgica de Tubarão • Allen • de fundação farpado ou dentado • auto-atarraxante • para pequenas montagens • Parafuso sem porca Nos casos onde não há espaço para acomodar uma porca, esta pode ser substituída por um furo com rosca em uma das peças. A união dá-se através da passagem do parafuso por um furo passante na primeira peça e rosqueamento no furo com rosca da segunda peça. • Parafuso com porca Às vezes, a união entre as peças é feita com o auxílio de porcas e arruelas. Nesse caso, o parafuso com porca é chamado passante. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 7 • Parafuso prisioneiro O parafuso prisioneiro é empregado quando se necessita montar e desmontar parafuso sem porca a intervalos frequentes. Consiste numa barra de seção circular com roscas nas duas extremidades. Essas roscas podem ter sentido oposto. Para usar o parafuso prisioneiro, introduz-se uma das pontas no furo roscado da peça e, com auxílio de uma ferramenta especial, aperta-se essa peça. Em seguida aperta-se a segunda peça com uma porca e arruelas presas à extremidade livre do prisioneiro. Este permanece no lugar quando as peças são desmontadas. aplicação do prisioneiro • Parafuso Allen O parafuso Allen é fabricado com aço de alta resistência à tração e submetido a um tratamento térmico após a conformação. Possui um furo hexagonal de aperto na cabeça, que é geralmente cilíndrica e recartilhada. Para o aperto, utiliza- se uma chave especial: a chave Allen. Os parafusos Allen são utilizados sem porcas e suas cabeças são encaixadas num rebaixo na peça fixada, para melhor Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 10 Companhia Siderurgica de Tubarão hexagonais, sextavadas, quadradas ou redondas e servem para dar aperto nas uniões de peças ou, em alguns casos, para auxiliar na regulagem. Tipos de porcas São os seguintes os tipos de porcas: • castelo • cega (ou remate) • borboleta • contraporcas - Porca castelo A porca castelo é uma porca hexagonal com seis entalhes radiais, coincidentes dois a dois, que se alinham com um furo no parafuso, de modo que uma cupilha possa ser passada para travar a porca. - Porca cega (ou remate) Nesse tipo de porca, uma das extremidades do furo rosqueado é encoberta, ocultando a ponta do parafuso. A porca cega pode ser feita de aço ou latão, é geralmente cromada e possibilita um acabamento de boa aparência. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 11 - Contraporcas As porcas sujeitas a cargas de impacto e vibração apresentam tendência a afrouxar, o que pode causar danos às máquinas. Um dos meios de travar uma porca é através do aperto de outra porca contra a primeira. Por medida de economia utiliza-se uma porca mais fina, e para sua travação são necessárias duas chaves de boca. Veja figura a seguir. Arruelas São peças cilíndricas, de pouca espessura, com um furo no centro, pelo qual passa o corpo do parafuso. As arruelas servem basicamente para: • proteger a superfície das peças; • evitar deformações nas superfícies de contato; • evitar que a porca afrouxe; • suprimir folgas axiais (isto é, no sentido do eixo) na montagem das peças; • evitar desgaste da cabeça do parafuso ou da porca. - Porca borboleta A porca borboleta tem saliências parecidas com asas para proporcionar o aperto manual. Geralmente fabricada em aço ou latão, esse tipo de porca é empregado quando a montagem e a desmontagem das peças são necessárias e frequentes. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 12 Companhia Siderurgica de Tubarão A maioria das arruelas é fabricada em aço, mas o latão também é empregado; neste caso, são utilizadas com porcas e parafusos de latão. As arruelas de cobre, alumínio, fibra e couro são extensivamente usadas na vedação de fluidos. Tipos de arruelas Os três tipos de arruela mais usados são: • arruela lisa • arruela de pressão • arruela estrelada - Arruela lisa A arruela lisa (ou plana) geralmente é feita de aço e é usada sob uma porca para evitar danos à superfície e distribuir a força do aperto. As arruelas de qualidade inferior, mais baratas, são furadas a partir de chapas brutas, mas as de melhor qualidade são usinadas e têm a borda chanfrada como acabamento. - Arruela de pressão A arruela de pressão consiste em uma ou mais espiras de mola helicoidal, feita de aço de mola de seção retangular. Quando a porca é apertada, a arruela se comprime, gerando uma grande força de atrito entre a porca e a superfície. Essa força é auxiliada por pontas aguçadas na arruela que penetram nas superfícies, proporcionando uma travação positiva. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Depatamento Regional do Espírito Santo 15 É utilizada também quando há necessidade de uma ajustagem fina ou uma maior tensão inicial de aperto e, ainda, em chapas de pouca espessura e em tubos, por não diminuir sua secção. Parafusos com tais roscas são comumente feitos de aços-liga e tratados termicamente. Observação: Devem-se evitar roscas finas em materiais quebradiços. Rosca média (normal) Utilizada normalmente em construções mecânicas e em parafusos de modo geral, proporciona também uma boa tensão inicial de aperto, mas deve-se precaver quando do seu emprego em montagens sujeitas a vibrações, usando, por exemplo, arruelas de pressão. Rosca de transporte ou movimento Possui passo longo e por isso transforma o movimento giratório num deslocamento longitudinal bem maior que as anteriormente citadas. É empregada normalmente em máquinas (tornos, prensas, morsa, etc.) ou quando as montagens e desmontagens são frequentes. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 16 Companhia Siderúrgica de Tubarão O material do furo roscado deve ser diferente do aço para evitar a solda a frio (emgripamento). Também é desaconselhável sua montagem onde as vibrações e os choques são frequentes. Quando se deseja um grande deslocamento com filetes de pouca espessura, emprega-se a rosca múltipla, isto é, com dois filetes ou mais. Em alguns casos, quando o ângulo da hélice for maior que 45º o movimento longitudinal pode ser transformado em movimento giratório, como por exemplo o berbequim. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 17 Perfil da rosca (secção do filete) Triangular É o mais comum. Utilizado em parafusos e porcas de fixação, uniões e tubos. Trapezoidal Empregado em órgãos de comando das máquinas operatrizes (para transmissão de movimento suave e uniforme), fusos e prensas de estampar (balancins mecânicos). Redondo Emprego em parafusos de grandes diâmetros e que devem suportar grandes esforços, geralmente em componentes ferroviários. É empregado também em lâmpadas e fusíveis pela facilidade na estampagem. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 20 Companhia Siderúrgica de Tubarão Principais sistemas de roscas Rosca métrica de perfil triangular ISO - ABNT - NB97 d = nominal d1 = d - 1,2268 . P he = 0,61343 . P rre = 0,14434 . P D = d ÷ 2a D1 = d - 1,0825 . P h1 = 0,5413 . P rri = 0,063 . P d2 e D2 = d - 0,64953 . P A = 0,045 . P H = 0,86603 . P i = tg ∝ = P dπ . 1 Designação . M10 (normal) . M20 x 1,5 (passo fino) Rosca americana normal NC ISO - ABNT - NB97 P = 1” ÷ número de filetes por polegada H = 0,866p he = 0,6495p h = 0,6134p h1 = 0,54125p d1 = d - 2he d2 = d - he D = d + 0,2222he D1 = d - 1,7647 e1 = p/8 e2 = p/24 Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 21 Rosca americana fina - NC P = 1” ÷ número de filetes por polegada H = 0,866P he = 0,6495P h = 0,6134P h1 = 0,54125P d1 = d - 2he d2 = d - he D = d + 0,2222he D2 = d - 1,7647 e1 = p/8 e2 = p/24 Rosca whitworth normal (inglesa) P = 1” ÷ número de filetes por polegada H = 0,9605 . P h1 = 0,6403 . P d1 = d - 2 . h1 rre = rri = 0,1373 . P d2 = d1 + h1 Designação Normal: Indica-se somente pelo ∅ maior → 2” Fina: Diâmetro maior x passo → w84 x 1/16” _________________________________________________________________________________________________ __ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 25 Rosca Whitworth gás (BSP) - ABNT - NB202 ISO - R7 (continua) H = 0,960491 . P h = 0,640327 . P r = 0,137329 . P Rosca Whitworth gás (BSP) - ABNT - NB202 ISO - R7 (conclusão) H = 0,960237 . P h = 0,640327 . P r = 0,137278 . P Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 22 Companhia Siderúrgica de Tubarão Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 25 Rosca quadrada folga = 0,05h h = 0,5P a = 0,5P P(métrico) = 0,2D Designação: Quadrada ∅ maior x passo Exemplo: Quadrada 50 x 4 Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 26 Companhia Siderúrgica de Tubarão Engrenagens, Correias, Polias e Correntes Transmissão por engrenagens As engrenagens, também chamadas rodas dentadas, são elementos básicos na transmissão de potência entre árvores. Elas permitem a redução ou aumento do momento torsor, com mínimas perdas de energia, e aumento ou redução de velocidades, sem perda nenhuma de energia, por não deslizarem. A mudança de velocidade e torção é feita na razão dos diâmetros primitivos. Aumentando a rotação, o momento torsor diminui e vice-versa. Assim, num par de engrenagens, a maior delas terá sempre rotação menor e transmitirá momento torsor maior. A engrenagem menor tem sempre rotação mais alta e momento torsor menor. O movimento dos dentes entre si processa-se de tal modo que no diâmetro primitivo não há deslizamento, havendo apenas aproximação e afastamento. Nas demais partes do flanco, existe ação de deslizamento e rolamento. Daí conclui-se que as velocidades periféricas (tangenciais) dos círculos primitivos de ambas as rodas são iguais (lei fundamental do dentado). Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 27 Elementos básicos das engrenagens • (De) Diâmetro externo É o diâmetro máximo da engrenagem De = m (z + 2). • (Di) Diâmetro interno É o diâmetro menor da engrenagem. • (Dp) Diâmetro primitivo É o diâmetro intermediário entre De e Di. Seu cálculo exato é Dp = De - 2m. • (C) Cabeça do dente É a parte do dente que fica entre Dp e De. • (f) Pé do dente É a parte do dente que fica entre Dp e Di. • (h) Altura do dente É a altura total do dente De Di− 2 ou h = 2,166 . m • (e) Espessura de dente É a distância entre os dois pontos extremos de um dente, medida à altura do Dp. • (V) Vão do dente É o espaço entre dois dentes consecutivos. Não é a mesma medida de e. • (P) Passo Medida que corresponde a distância entre dois dentes consecutivos, medida à altura do Dp. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 30 Companhia Siderurgica de Tubarão Geração de evolvente Imagine a cremalheira citada no item anterior como sendo uma ferramenta de corte que trabalha em plaina vertical, e que a cada golpe se desloca juntamente com a engrenagem a ser usinada (sempre mantendo a mesma distância do diâmetro primitivo). É por meio desse processo contínuo que é gerada, passo a passo, a evolvente. O ângulo de inclinação do perfil (ângulo de pressão α) sempre é indicado nas ferramentas e deve ser o mesmo para o par de engrenagens que trabalham juntas. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 31 Tipos de engrenagens Engrenagem cilíndrica de dentes retos Os dentes são dispostos paralelamente entre si e em relação ao eixo. É o tipo mais comum de engrenagem e o de mais baixo custo. É usada em transmissão que requer mudança de posição das engrenagens em serviço, pois é fácil de engatar. É mais empregada na transmissão de baixa rotação do que na de alta rotação, por causa do ruído que produz. Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais Os dentes são dispostos transversalmente em forma de hélice em relação ao eixo. É usada em transmissão fixa de rotações elevadas por ser silenciosa devido a seus dentes estarem em componente axial de força que deve ser compensada pelo mancal ou rolamento. Serve para transmissão de eixos paralelos entre si e também para eixos que formam um ângulo qualquer entre si (normalmente 60 ou 90º). Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST Companhia Siderurgica de Tubarão 32 Engrenagem cilíndrica com dentes internos É usada em transmissões planetárias e comandos finais de máquinas pesadas, permitindo uma economia de espaço e distribuição uniforme da força. As duas rodas do mesmo conjunto giram no mesmo sentido. Engrenagem cilíndrica com cremalheira A cremalheira pode ser considerada como uma coroa dentada com diâmetro primitivo infinitamente grande. É usada para transformar movimento giratório em longitudinal. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 35 árvores deve ser montada de modo que flutue no sentido axial. Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30 a 45º. Pode ser fabricada em peça única ou em duas metades unidas por parafusos ou solda. Neste último caso só é admissível o sentido de giro no qual as forças axiais são dirigidas uma contra a outra. Engrenagem cônica com dentes em espiral Empregada quando o par de rodas cônicas deve transmitir grandes potências e girar suavemente, pois com este formato de dentes consegue-se o engrenamento simultâneo de dois dentes. O pinhão pode estar deslocado até 1/8 do diâmetro primitivo da coroa. Isso acontece particularmente nos automóveis para ganhar espaço entre a carcaça e o solo. Parafuso sem-fim e engrenagem côncava (coroa) O parafuso sem-fim é uma engrenagem helicoidal com pequeno número (até 6) de dentes (filetes). Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 36 Companhia Siderúrgica de Tubarão O sem-fim e a coroa servem para transmissão entre dois eixos perpendiculares entre si. São usados quando se precisa obter grande redução de velocidade e consequente aumento de momento torsor. Quando o ângulo de inclinação (y) dos filetes for menor que 5º, o engrenamento é chamado de auto-retenção. Isto significa que o parafuso não pode ser acionado pela coroa. Nos engrenamentos sem-fim, como nas engrenagens helicoidais, aparecem forças axiais que devem ser absorvidas pelos mancais. Entre o sem-fim e a coroa produz-se um grande atrito de deslizamento. A fim de manter o desgaste e a geração de calor dentro dos limites, adequam-se os materiais do sem-fim (aço) e da coroa (ferro fundido ou bronze), devendo o conjunto funcionar em banho de óleo. Relação de transmissão ( i ) Para engrenagens em geral: i = Dp Dp Z Z 2 1 2 1 = Onde: Dp1 = diâmetro primitivo da roda motora Dp2 = diâmetro primitivo da roda movida Z1 = número de dentes da roda motora Z2 = número de dentes da roda movida Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 37 Transmissão por polias e correias Para transmitir potência de uma árvore à outra, alguns dos elementos mais antigos e mais usados são as correias e as polias. As transmissões por correias e polias apresentam as seguintes vantagens: • possuem baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevada resistência ao desgaste e funcionamento silencioso; • são flexíveis, elásticas e adequadas para grandes distâncias entre centros. Relação de transmissão ( i ) É a relação entre o número de voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os seus diâmetros. A velocidade periférica (V) é a mesma para as duas rodas. V1 = V2 ∴ πD1n1 = π D2n2 Onde: D1 = ∅ da polia menor D2 = ∅ da polia maior n1 = número de voltas por minuto (rpm) da polia menor n2 = rpm da polia maior Logo: V1 = V2 πD1n1 = πD2n2 D1n1 = D2n2 Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 40 Companhia Siderurgica de Tubarão Tensionador ou esticador Quando a relação de transmissão supera 6:1, é necessário aumentar o ângulo de abraçamento da polia menor. Para isso, usa-se o rolo tensionador ou esticador, acionado por mola ou por peso. A tensão da correia pode ser controlada também pelo deslocamento do motor sobre guias ou por sistema basculante. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 41 Materiais para correia plana • Couro de boi Recebe emendas, suporta bem os esforços e é bastante elásticas. • Material fibroso e sintéticos Não recebe emendas (correia sem-fim), própria para forças sem oscilações, para polia de pequeno diâmetro. Tem por material base o algodão, o pêlo de camelo, o viscose, o perlon e o nylon. • Material combinado, couro e sintéticos Essa correia possui a face interna feita de couro curtido ao cromo e a externa de material sintético (perlon). Essa combinação produz uma correia com excelente flexibilidade, capas de transmitir grandes potências. Transmissão por correia em V A correia em V é inteiriça (sem-fim) fabricada com secção transversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestida por lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para absorver as forças. O emprego da correia em V é preferível ao da correia plana e possui as seguintes características: • Praticamente não tem deslizamento. • Relação de transmissão até 10:1. • Permite uma boa proximidade entre eixos. O limite é dado por p = D + 3/2h (D = diâmetro da polia maior e h = altura da correia). • A pressão nos flancos, em consequência do efeito de cunha, triplica em relação à correia plana. • Partida com menor tensão prévia que a correia plana. • Menor carga sobre os mancais que a correia plana. • Elimina os ruídos e os choques, típicos da correia emendada com grampos. Secção de Tensão Cordonéis embutidos em Borracha Secção de Compressão Borracha Cobertura de Lonas Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 42 Companhia Siderurgica de Tubarão • Emprego de até doze correias numa mesma polia. Perfil e designação das correias em V A designação é feita por uma letra que representa o formato e por um número que é o perímetro médio da correia em polegada. Os perfis são normalizados e denominam-se formato A, B, C, D e E, suas dimensões são mostradas na figura a seguir. Para especificação de correias, pode-se encontrar, por aproximação, o número que vai ao lado da letra, medindo o comprimento externo da correia, diminuindo um dos valores abaixo e transformando o resultado em polegadas. Medidas em mm 25 32 42 60 72 Perfil A B C D E Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 45 Dm = De - 2x Onde: De = diâmetro da polia x = altura efetiva da correia h = altura da correia Transmissão por correia dentada A correia dentada em união com a roda dentada correspondente permitem uma transmissão de força sem deslizamento. As correias de qualidade têm no seu interior vários cordonéis helicoidais de aço ou de fibra de vidro que suportam a carga e impedem o alongamento. A força se transmite através dos flancos dos dentes e pode chegar a 400N/cm2.’ O perfil dos dentes pode ser trapezoidal ou semicircular, geralmente, são feitos com módulos 6 ou 10. As polias são fabricadas de metal sinterizado, metal leve ou ferro fundido em areia especial para precisão nas medidas em bom acabamento superficial. Para a especificação das polias e correias dentadas, deve-se mencionar o comprimento da correia ou o número de sulcos da polia, o passo dos dentes e a largura. A relação de transmissão (i) é dada por: número de sulcos da polia maior número de sulcos da polia menor i = Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 46 Companhia Siderurgica de Tubarão Procedimentos em manutenção com correias e polias A correia é importante para a máquina. Quando mal aplicada ou frouxa, provoca a perda de velocidade e de eficiência da máquina; quando esticada demais, há quebra dos eixos ou desgaste rápido dos mancais. As polias devem ter uma construção rigorosa quanto à concentricidade dos diâmetros externos e do furo, quanto à perpendicularidade entre as faces de apoio e os eixos dos flancos, e quanto ao balanceamento, para que não provoquem danos nos mancais e eixos. Os defeitos construtivos das polias também influem negativamente na posição de montagem do conjunto de transmissão. Influência dos defeitos das polias na posição de montagem do conjunto de transmissão Tipo de defeito da polia Repercussão do defeito sobre a posição de montagem Defeito de funcionamento da transmissão por correia furo com excesso de diâmetro à entrada montagem desalinhada superfície de contato abaulada (cubo) montagem desalinhada superfície de contato abaulada (eixo) montagem desalinhada oscilação da polia no seu movimento de rotação superfície de ajuste do eixo com o eixo oblíquo montagem desalinhada furo da polia com o eixo oblíquo montagem desalinhada Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 47 superfície de ajuste do eixo excêntrica montagem excêntrica falta de movimento circular furo excêntrico da polia montagem excêntrica Transmissão por correntes Um ou vários eixos podem ser acionados através de corrente. A transmissão de potência é feita através do engrenamento entre os dentes da engrenagem e os elos da corrente; não ocorre o deslizamento. É necessário para o funcionamento desse conjunto de transmissão que as engrenagens estejam em um mesmo plano e os eixos paralelos entre si. roda motora roda movida Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 50 Companhia Siderurgica de Tubarão Corrente de dentes Nesse tipo de corrente há, sobre cada pino articulado, várias talas dispostas uma ao lado da outra, onde cada segunda tala pertence ao próximo elo da corrente. Dessa maneira, podem ser construídas correntes bem largas e muito resistentes. Além disso, mesmo com o desgaste, o passo fica, de elo a elo vizinho, igual, pois entre eles não há diferença. Esta corrente permite transmitir rotações superiores às permitidas nas correntes de rolos. É conhecida como corrente silenciosa (“silent chain”). Corrente de elos livres Esta é uma corrente especial usada para transportadores e, em alguns casos, pode ser usada em transmissões. Sua característica principal é a facilidade de retirar-se qualquer elo, sendo apenas necessário suspendê-lo. É conhecida por “link chain”. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do ESpírito Santo 51 Corrente comum Conhecida também por cadeia de elos, possui os elos formados de vergalhões redondos soldados, podendo ter um vergalhão transversal para esforço. É usada em talhas manuais, transportadores e em uma infinidade de aplicações. Corrente de blocos É uma corrente parecida com a corrente de rolos, mas, cada par de rolos, com seus elos, forma um sólido (bloco). É usada nos transportadores e os blocos formam base de apoio para os dispositivos usados para transporte. Fabricação das correntes As talas são estampadas de fitas de aço; os rolos e as buchas são repuxados de chapas de aço ou enrolados de fitas de aço; os pinos são cortados de arames de aço. As peças prontas são, separadamente, beneficiadas ou temperadas para aproximadamente 60 rockwell. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 52 Companhia Siderurgica de Tubarão Engrenagens para correntes As engrenagens para correntes têm como medidas principais o número de dentes (Z), o passo (p) e o diâmetro (d). O passo é igual à corda medida sobre o diâmetro primitivo desde o centro de um vão ao centro do vão consecutivo, porque a corrente se aplica sobre a roda em forma poligonal. Classificação dos rolamentos Quanto ao tipo de carga que suportam, os rolamentos podem ser: • Radiais - suportam cargas radiais e leves cargas axiais. • Axiais - não podem ser submetidos a cargas radiais. • Mistos - suportam tanto carga axial quanto radial. Tipos de rolamentos Rolamento fixo de uma carreira de esferas É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e pequenas cargas axiais e é apropriado para rotações mais elevadas. Sua capacidade de ajustagem angular é limitada, por conseguinte, é necessário um perfeito alinhamento entre o eixo e os furos da caixa. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espirito Santo 55 A seguir veja as vantagens e desvantagens que os rolamentos possuem em relação aos mancais de deslizamento. Vantagens • Menor atrito e aquecimento • Coeficiente de atrito de partida (estático) não superior ao de operação (dinâmico) • Pouca variação do coeficiente de atrito com carga e velocidade • Baixa exigência de lubrificação • Intercambialidade internacional • Mantém a forma de eixo • Pequeno aumento da folga durante a vida útil Desvantagens • Maior sensibilidade aos choques • Maiores custos de fabricação • Tolerância pequena para carcaça e alojamento do eixo • Não suporta cargas tão elevadas como os mancais de deslizamento • Ocupa maior espaço radial Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 56 Companhia Siderurgica de Tubarão Rolamento de contato angular de uma carreira de esferas Admite cargas axiais somente em um sentido, portanto, deve sempre ser montado contraposto a um outro rolamento que possa receber a carga axial no sentido contrário. Rolamento autocompensador de esferas É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel externo, o que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja, compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo. Rolamento de rolo cilíndrico É apropriado para cargas radiais elevadas e seus componentes são separáveis, o que facilita a montagem e desmontagem. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espirito Santo 57 Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos Seu emprego é particularmente indicado para construções em que se exige uma grande capacidade de suportar carga radial e a compensação de falhas de alinhamento. Rolamento autocompensador com duas carreiras de rolos É um rolamento para os mais pesados serviços. Os rolos são de grande diâmetro e comprimento. Devido ao alto grau de oscilação entre rolos e pistas, existe uma distribuição uniforme de carga. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 60 Companhia Siderurgica de Tubarão Rolamento de agulhas Possui uma secção transversal muito fina, em comparação com os rolamento de rolos comuns. É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado. Designação dos rolamentos Cada rolamento métrico padronizado tem uma designação básica específica que indica o tipo de rolamento e a correlação entre suas dimensões principais. Essas designações básicas compreendem 3, 4 ou 5 algarismos, ou uma combinação de letras e algarismos, que indicam o tipo de rolamento, as séries de dimensões e o diâmetro do furo, nesta ordem. Os símbolos para os tipos de rolamento e as séries de dimensões, junto com os possíveis sufixos indicando uma alteração na construção interna, designam uma série de rolamentos. A tabela mostra esquematicamente como o sistema de designação é constituído. Os algarismos entre parênteses, indicam que embora eles possam ser incluídos na designação básica, são omitidos por razões práticas. Como no caso do rolamento de duas carreiras de esferas de contato angular onde o zero é omitido. Convém salientar que, para a aquisição de um rolamento, é necessário conhecer apenas as seguintes dimensões: o diâmetro externo, o diâmetro interno e a largura ou altura. Com esses dados, consulta-se o catálogo do fabricante para obter a designação e informações como capacidade de carga, peso, etc. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espirito Santo 61 Tabela Tipos de rolamento (0) 1 2 3 4 5 6 7 N QU Séries mais comuns para cada tipo de rolamento (0)32 (0)33 1(1)0 1(0)2 (1)22 1(0)3 (1)23 112 239 230 240 231 241 222 232 213 223 292 293 294 329 320 330 331 302 322 332 303 313 323 4(2)2 4(2)3 511 512 532 513 533 514 534 522 542 523 524 544 618 619 16(0)0 6(0)0 630 16(0)1 (60)2 6(0)2 622 (60)3 6(0)3 623 6(0)4 7(0)2 7(0)3 NU10 N(0)2 NUP(0)2 NJ(0)2 NU(0)2 NUP22 NJ22 N(0)3 NUP(0)3 NJ(0)3 NU(0)3 NUP23 NJ23 NU23 NUP(0)4 NJ(0)4 NU(0)4 (0)2 (0)3 Mancais de deslizamento São conjuntos destinados a suportar as solicitações de peso e rotação de eixos e árvores. Os mancais estão submetidos ao atrito de deslizamento que é o principal fator a considerar para sua utilização. Classificação dos mancais Pelo sentido das forças que suportam, os mancais classificam- se em: axiais, radiais, mistos. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 62 Companhia Siderurgica de Tubarão Axiais Impedem o deslocamento na direção do eixo, isto é, absorvem esforços longitudinais. Radiais Impedem o deslocamento na direção do raio, isto é, absorvem esforços transversais. Mistos Tem, simultaneamente, os efeitos dos mancais axiais e radiais. Formas construtivas dos mancais Os mancais, em sua maioria, são constituídos por uma carcaça e uma bucha. A bucha pode ser dispensada em casos de pequena solicitação. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espirito Santo 65 Mancal a gás O gás (nitrogênio, ar comprimido, etc.) é introduzido no mancal e mantém o eixo suspenso no furo. Isso permite altas velocidades e baixo atrito. Empregado em turbinas para esmerilhamento e outros equipamentos de alta velocidade. Materiais para buchas Os materiais para buchas devem ter as seguintes propriedades: • baixo módulo de elasticidade, para facilitar a acomodação à forma do eixo; • baixa resistência ao cisalhamento, para facilitar o alisamento da superfície; • baixa soldabilidade ao aço, para evitar defeitos e cortes na superfície; • boa capacidade de absorver corpos estranhos, para efeito de limpar a película lubrificante; • resistência à compressão, à fadiga, à temperatura de trabalho e à corrosão; • boa condutibilidade térmica; • coeficiente de dilatação semelhante ao do aço. Os materiais mais usados são: bronze fosforoso, bronze ao chumbo, latão, ligas de alumínio, metal antifricção, ligas de cobre sinterizado com adição de chumbo ou estanho ou grafite em pó, materiais plásticos como o náilon e o politetrafluretileno (teflon). Os sinterizados são autolubrificantes por serem mergulhados em óleo quente após sua fabricação. Este processo faz com que o óleo fique retido na porosidade do material e com o calor do trabalho venha à superfície cumprir sua função. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 66 Companhia Siderúrgica de Tubarão Acoplamentos Introdução Acoplamento é um elemento de máquina que transmite momentos de rotação segundo os princípios da forma e do atrito. embreagem cônica embreagem radial Emprega-se o acoplamento quando se deseja transmitir um momento de rotação (movimento de rotação e forças) de um eixo motor a outro elemento de máquina situado coaxialmente a ele. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 67 Observação Os acoplamentos que operam por atrito são chamados de embreagem (fricção) ou freios. Princípio de atuação dos acoplamentos O momento de rotação (Md) é o produto da força (F) pela distância (L), sendo calculado pela fórmula: Md = F . L Para um mesmo momento de rotação a ser transmitido, a distância L é menor num acoplamento pela forma: do que num acoplamento por atrito, pois F precisa ser menor para uma transmissão de força por atrito. Classificação dos acoplamentos Os acoplamentos classificam-se em permanentes e comutáveis. Os permanentes atuam continuamente e dividem-se em rígidos e flexíveis. Os comutáveis atuam obedecendo a um comando. Torque dividido pelo tempo = Potência _________________________________________________________________________________________________ __ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 75 Acoplamento elástico de garras As garras, constituídas por tacos de borracha, encaixam-se nas aberturas do contradisco e transmitem o momento de rotação. Acoplamento perflex Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação de borracha apertada por anéis de pressão. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 70 Companhia Siderúrgica de Tubarão Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 71 Acoplamento elástico de fita de aço Consiste de dois cubos providos de flanges ranhuradas onde está montada uma grade elástica que liga os cubos. O conjunto está alojado em duas tampas providas de junta de encosto e de retentor elástico junto ao cubo. Todo o espaço entre os cubos e as tampas é preenchido com graxa. Acoplamento flexível oldham Permite a ligação de árvores com desalinhamento paralelo. Quando a peça central é montada, seus ressaltos se encaixam nos rasgos das peças conectadas às árvores. Acoplamento Falk Apesar de este acoplamento ser flexível, as árvores devem ser bem alinhadas no ato de sua instalação para que não provoquem vibrações excessivas em serviços. Acoplamento de dentes arqueados Os dentes possuem a forma ligeiramente curvada no sentido axial, o que permite até 3º de desalinhamento angular. O anel dentado (peça transmissora do movimento) possui duas carreiras de dentes que são separadas por uma saliência central. O formato desse acoplamento produz uma conexão flexível através da ação deslizante da peça central. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 72 Companhia Siderúrugica do Espírito Santo Junta Cardan A junta com articulação esférica, com ou sem árvore telescópica, é empregada para transmitir pequenos momentos de torção. A junta cardan e a junta com articulação esférica não conseguem dar à árvore comandada uma velocidade constante, igual à da árvore motriz. Junta de articulação É usada para transmissão de momentos de torção em casos de árvores que formarão ângulo fixo ou variável durante o movimento. A junta de articulação mais conhecida é a junta universal (ou junta cardan) empregada para transmitir grandes forças. Com apenas uma junta universal o ângulo entre as árvores não deve exceder a 15º. Para inclinações até 25º, usam-se duas juntas. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do ESpírito Samto 75 • Embreagem cônica Possui duas superfícies de fricção cônicas, uma das quais pode ser revestida com um material de alto coeficiente de atrito. A capacidade de torque de uma embreagem cônica é maior que a de uma embreagem de disco de mesmo diâmetro. Sua capacidade de torque aumenta com o decréscimo do ângulo entre o cone e o eixo. Esse ângulo não deve ser inferior a 8º para evitar o emperramento. • Embreagem centrífuga É utilizada quando o engate de uma árvore motora deve ocorrer progressivamente e a uma rotação predeterminada. Os pesos, por ação da força centrífuga, empurram as sapatas que, por sua vez, completam a transmissão do torque. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 76 Companhia Siderúrgica de Tubarão • Embreagem de disco para autoveículos Consiste em uma placa, revestida com asbesto em ambos os lados, presa entre duas placas de aço quando a embreagem está acionada. O disco de atrito é comprimido axialmente através do disco de compressão por meio das molas sobre o volante. Com o deslocamento do anel de grafite para a esquerda, o acoplamento é aliviado e a alavanca, que se apoia sobre a cantoneira, descomprime o disco através dos pinos. A ponta de árvore é centrada por uma bucha de deslizamento. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ Embreagem de disco para máquinas _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 77 A cobertura e o cubo têm rasgos para a adaptação das lamelas de aço temperadas. A compressão é feita pelo deslocamento da guia de engate, e as alavancas angulares comprimem, assim, o pacote de lamelas. A separação das lamelas é feita com o recuo da guia de engate por meio do molejo próprio das lamelas opostas e onduladas. O ajuste posterior da força de atrito é feito através da regulagem do cubo posterior de apoio. • Embreagem de escoras pequenas escoras estão situadas no interior do acoplamento fazendo a ligação entre as árvores. _________________________________________________________________________________________________ __ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 85 Os espaços entre as pás são preenchidos com óleo, que circula nas pás quando a árvore motora gira. A roda na árvore motora atua como uma bomba, e a roda na árvore movida atua como uma turbina, de forma que a potência é transmitida, havendo sempre uma perda de velocidade devido ao escorregamento. A embreagem hidráulica tem aplicação em caixas de transmissão automática em veículos. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 80 Companhia Siderúrgica de Tubarão Neste caso, as árvores, motora e movida, carregam impulsores com pás radiais. • Embreagem hidráulica Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 81 Elementos de Vedação Vedações São elementos destinados a proteger máquinas ou equipamentos contra a saída de líquidos e gases, e a entrada de sujeira ou pó. São genericamente conhecidas como juntas, retentores, gaxetas e guarnições. As partes a serem vedadas podem estar em repouso ou movimento. Uma vedação deve resistir a meios químicos, a calor, a pressão, a desgaste e a envelhecimento. Em função da solicitação as vedações são feitas em diversos formatos e diferentes materiais. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 82 Companhia Siderúrgica de Tubarão Tipos de vedação Junta de borracha em forma de aro e secção circular - quando apertada, ocupa o canal e mantém pressão constante. Junta de borracha em forma de aro e secção retangular. Junta metálica estriada com uma a cinco estrias - veda por compressão das estrias. O aperto irregular dos parafusos inutiliza-a. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 85 Anel de feltro, fibra ou tecido de amianto - é a forma mais simples e barata para reter lubrificantes. É usado para baixa velocidade. Vedação com carbono - um ou mais blocos de grafite são mantidos numa carcaça e acompanham com folga zero a superfície móvel, através de uma mola. Vedação por pacotes - um conjunto de guarnições, montadas uma ao lado da outra, forma o pacote. O princípio é a vedação de contato entre as superfícies. Muito usada para peças móveis. Pode ser fabricada de materiais não-metálicos tais como borracha e plásticos, ou de metais macios como cobre e alumínio, etc. Junta plástica ou veda junta - são produtos químicos em pasta usados em superfícies rústicas ou irregulares. Empregados, também, como auxiliares nas vedações com guarnições de papelão ou cortiça. Existem tipos que se enrigecem e são usados para alta pressão; e tipos semi-sectivos que mantêm a elasticidade para compensar a dilatação. A ordem de aperto dos parafusos tem de ser respeitada para uniformizar a massa. Vedação com gaxetas São conhecidos por gaxeta os elementos vedantes que permitem ajustes à medida que a eficácia da vedação vai diminuindo. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 86 Companhia Siderurgica de Tubarão Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 87 As gaxetas são fabricadas em forma de corda, para serem recortadas, ou em anéis já prontos para a montagem. corda em espiral corte dos anéis seguindo as linhas traçadas montagem axial dos anéis anel de corte único montagem radial dos anéis anéis com charneira montagem radial anéis bipartidos montagem radial Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 90 Companhia Siderúrgica de Tubarão • Evitar rugosidade acentuada da superfície deslizante; • Montar em esquadro não permitindo retorcimentos na vedação; • Usar manga auxiliar com o fim de evitar os rompimento dos lábios ou danos à parte externa; • Untar com graxa a superfície deslizante. Selo mecânico Selo mecânico é um vedador de precisão que utiliza princípios hidráulicos para reter os fluídos. A vedação exercida pelo selo mecânico se processa em dois momentos: a vedação principal e a secundária. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 91 Vantagens do selo mecânico 1. Reduz o atrito entre o eixo da bomba e o elemento de vedação; consequentemente, reduz a perda de potência da bomba. 2. Elimina o desgaste prematuro do eixo e da bucha. 3. a vazão ou fuga do produto em operação é mínima ou invisível. 4. Tem capacidade de absorver o jogo e a deflexão normais do eixo rotativo. 5. Reduz o tempo de manutenção. 6. Permite operar com segurança fluídos tóxicos, corrosivos ou inflamáveis. O selo mecânico é usado em equipamentos de grande importância como aqueles usados em refinarias (bombas de transporte), tratamento de água e esgoto (bombas de lama bruta), indústria da construção (bomba de submersão), indústria de bebidas (fabricação de cerveja), indústria têxtil (bombas de tintura), indústria química (bombas padronizadas), construção naval (bomba principal de refrigeração por água do mar), energia (bombas de climatação de caldeira), usinas termoelétricas e nucleares. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 92 Companhia Siderúrgica de Tubarão Sua aplicação é tão variada que a indústria teve de desenvolver selos mecânicos para trabalhos específicos entre os quais citam-se altas temperaturas, altas pressões, altas velocidades, trabalhos com fluídos corrosivos e trabalhos pesados. Os materiais empregados na fabricação dos componentes de um selo mecânico são: • Viton; • Teflon; • Buna Nitrílica; • Grafoil; • Kalrez; • Carvão. Materiais empregados nos selos mecânicos As experiências provam que uma vedação bem sucedida deve empregar carvão grafite em uma das peças na sede ou no anel de selagem. O carvão deve ser combinado com outros materiais, que, mais frequentemente, são: • ferro fundido • Ni resist; • stellite; • carboneto de tungstênio; • cerâmica. Usam-se materiais diferentes para sede e anel de selagem porque composições de mesmo material tendem a se unir molecularmente e criar atrito. Os materiais dos elementos de vedação secundária são: anéis e juntas: borracha teflon viton asbesto especial foles: borracha teflon hasteloy Funcionamento do selo mecânico A grande quantidade de calor gerada nas faces seladoras devido ao atrito entre as superfícies pode dar origem a falhas e desgastes do selo; para evitar que isso aconteça, faz-se circular um líquido adequado pela caixa de gaxeta, com a finalidade de penetrar por entre as faces seladoras e mantê-las afastadas uma da outra, isto é, substitui-se o atrito sólido pelo atrito fluído, em que o líquido tem a função de lubrificar e refrigerar o selo. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 95 • Trava por fechamento de forças - esta trava estabelece uma força de compressão entre as peças, o que aumenta o atrito e dificulta o afrouxamento da união mas não impede totalmente a soltura. Chaveta Chaveta é um corpo prismático que pode ter faces paralelas ou inclinadas, em função da grandeza do esforço e tipo de movimento que deve transmitir. É construída normalmente de aço. A união por chaveta é um tipo de união desmontável, que permite às árvores transmitirem seus movimentos a outros órgãos, tais como engrenagens e polias. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ CST 96 Companhia Siderurgica de Tubarão Classificação e características Chaveta de cunha (ABNT-PB-121) Empregada para unir elementos de máquinas que devem girar. Pode ser com cabeça ou sem cabeça, para facilitar sua montagem e desmontagem. Sua inclinação é de 1:100, o que permite um ajuste firme entre as partes. O princípio da transmissão é pela força de atrito entre as faces da chaveta e o fundo do rasgo dos elementos, devendo haver uma pequena folga nas laterais. Havendo folga entre os diâmetros da árvore e do elemento movido, a inclinação da chaveta provocará na montagem uma determinada excentricidade, não sendo portanto aconselhado o seu emprego em montagens precisas ou de alta rotação. Espírito Santo _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espirito Santo 97 A figura a seguir mostra o modo de sacar a chaveta com cabeça. Chaveta encaixada (DIN 141, 490 e 6883) É a chaveta mais comum e sua forma corresponde ao tipo mais simples de chaveta de cunha. Para facilitar seu emprego, o rasgo da árvore é sempre mais comprido que a chaveta. A mínimo = 2 . comprimento da chaveta Chaveta meia-cana (DIN 143 e 492) Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). Sua inclinação é de 1:100, com ou sem cabeça. Não é necessário rasgo na árvore, pois transmite o movimento por efeito do atrito, de forma que, quando o esforço no elemento conduzido é muito grande, a chaveta desliza sobre a árvore.
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