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Guias e Dicas
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Entendendo e Dominando o Linux - 5ed, Notas de estudo de Matemática

Exposição do Sistema Linux

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 13/01/2011

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joelliton-fernando-santos-oliveira- 🇧🇷

4.8

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Baixe Entendendo e Dominando o Linux - 5ed e outras Notas de estudo em PDF para Matemática, somente na Docsity! Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Quinta Edição Carlos E. Morimoto http://www.guiadohardware.net 1 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Prefácio Com a rápida expansão e evolução que estamos vendo, nunca é demais falar sobre o Linux. Este livro não tem como objetivo ser um guia altamente técnico, cheio de referências a scripts de configuração em Perl ou qualquer outra linguagem desconhecida muito menos um monte de RTFMs :-) Este é um Guia para quem está dando seus primeiros passos no Linux e deseja conhecer os recursos do sistema. Além dos processos de instalação e configuração, você conhecerá os principais aplicativos disponíveis, como configurar vídeo, som, impressora, rede e até mesmo os temíveis softmodems no Linux. Veremos ainda como interligar máquinas Linux e Windows em rede usando o Samba, como criar um poderoso servidor web com o Apache ou um servidor Proxy altamente configurável com o Squid. Você conhecerá ainda os vários serviços disponíveis no Linux, como configurar os principais arquivos de configuração, como acessar máquinas Linux remotamente via Telnet, SSH e VNC e ainda como configurar terminais leves e instalar o Linux em PCs antigos. O Linux é um mundo novo a ser explorado e espero que este livro possa ser um dos seus guias nesta jornada. 2 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net OpenOffice..............................................................................................................156 Fontes True Type............................................................................................157 Instalação do corretor pt_BR no OpenOffice...........................................................159 Outras opções ........................................................................................................159 Editores de Imagens...............................................................................................162 Browsers ................................................................................................................164 Netscape 6.x......................................................................................................164 Konqueror..........................................................................................................165 Galeon...............................................................................................................166 Mozilla ..............................................................................................................166 Dicas.............................................................................................................168 Instalando Plug-ins ........................................................................................169 Flash.............................................................................................................169 Java..............................................................................................................170 Real Player.....................................................................................................170 Acrobat Reader...............................................................................................170 Plugger..........................................................................................................171 Opera ...............................................................................................................171 Lynx..................................................................................................................171 Links.................................................................................................................172 Um Browser gráfico com apenas 220 KB ...............................................................172 Editores HTML.........................................................................................................174 Programação...........................................................................................................176 Palm........................................................................................................................176 Modelagem 3D e CAD..............................................................................................177 Corretor ortográfico................................................................................................178 DVD no Linux.....................................................................................................180 Tirando screenshots............................................................................................181 Comandos para chamar os aplicativos....................................................................183 Programas de modo texto....................................................................................185 Wine .......................................................................................................................190 M$ Office no Linux..............................................................................................192 Capítulo 3 - Parte 2: Jogos no Linux........................................................................................................195 Transgaming Wine..............................................................................................195 Instalando os drivers da nVidia.........................................................................196 Instalando os drivers da ATI.................................................................................202 Jogos comerciais portados ...................................................................................204 Jogos nativos.....................................................................................................206 Emuladores .......................................................................................................207 Como instalar Diablo II no Linux.............................................................................207 LanHouse rodando Linux?.......................................................................................210 Capítulo 4: Ferramentas de configuração e suporte a Hardware................................................215 Ferramentas do Mandrake ......................................................................................215 Mandrake Control Center.....................................................................................215 Configurando o Vídeo..........................................................................................216 Configurando a Impressora..................................................................................217 Gerenciando partições e unidades de rede..............................................................219 Configurando a Rede...........................................................................................221 5 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Compartilhar a conexão ......................................................................................223 Segurança.........................................................................................................224 Bastille Firewall..............................................................................................226 GuardDog......................................................................................................227 Gerenciador de Software .....................................................................................228 Serviços .................................................................................................................231 Chargen / Chargen-udp .................................................................................232 Cups-lpd ......................................................................................................232 CVS .............................................................................................................233 Daytime / Daytime-udp ..................................................................................233 Fam .............................................................................................................233 Imap ...........................................................................................................233 Imaps ...........................................................................................................234 Ipop2 ...........................................................................................................234 Ipop3 ...........................................................................................................234 Pop3s ...........................................................................................................234 Linuxconf-web ...............................................................................................234 Proftpd-xinetd ..............................................................................................234 Rsysc ...........................................................................................................234 Swat ...........................................................................................................235 Telnet ..........................................................................................................235 Time / Time-udp ............................................................................................235 Apmd ...........................................................................................................235 Atd ..............................................................................................................235 Bastille-firewall .............................................................................................235 Crond ..........................................................................................................236 Anacron .......................................................................................................237 Cups ...........................................................................................................237 Dhcpd ..........................................................................................................237 Gpm ............................................................................................................237 Harddrake ....................................................................................................237 Httpd ............................................................................................................237 Internet ........................................................................................................237 Ipchains e Iptables ........................................................................................238 Ipvsadm .......................................................................................................238 Keytable ......................................................................................................238 Kheader .......................................................................................................238 Kudzu ..........................................................................................................238 Linuxconf .....................................................................................................238 Medusa-init ..................................................................................................239 Named (Servidor de nomes) ...........................................................................239 Netfs ...........................................................................................................239 Network ........................................................................................................239 Nfs ..............................................................................................................239 Nfslock ........................................................................................................239 Numlock ......................................................................................................239 Portmap ........................................................................................................239 Proftpd ........................................................................................................240 Random .......................................................................................................240 Rawdevices ..................................................................................................240 Smb ............................................................................................................240 Sound .........................................................................................................240 Squid ...........................................................................................................240 SSHD ..........................................................................................................242 Syslog .........................................................................................................242 Usb .............................................................................................................242 6 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Webmin .......................................................................................................242 Xfs ..............................................................................................................242 Xinetd .........................................................................................................242 Configurando a Placa de Som..................................................................................243 Como configurar seu Softmodem no Linux..............................................................245 Modems com chipset Lucent e Agere.....................................................................246 Modems com chipset PC-Tel.................................................................................249 Modem off-board................................................................................................251 Modem onboard .................................................................................................252 Modems com chipset Motorola .............................................................................253 Apenas binários..................................................................................................254 Uma última dica.................................................................................................255 Se tudo mais falhar.............................................................................................255 Usando o hdparm....................................................................................................256 Como recompilar o Kernel.......................................................................................258 Conseguindo os fontes ........................................................................................258 Configurando......................................................................................................259 Compilando .......................................................................................................262 Instalando.........................................................................................................263 Configurando teclados especiais..............................................................................265 Configurando câmeras digitais no Linux..................................................................267 Capítulo 5: Como configurar um servidor Linux ........................................................................271 Usando o Samba......................................................................................................271 Configurando......................................................................................................272 Montando um servidor de CDs com o Linux ...........................................................280 Acessando compartilhamentos de máquinas Windows .............................................282 Komba..............................................................................................................282 Via linha de comando..........................................................................................284 Configurando manualmente.................................................................................288 De onde veio o Samba?.......................................................................................290 Compartilhamentos instáveis no W2K....................................................................291 Usando o NFS..........................................................................................................292 Configuração do Apache..........................................................................................295 Configuração básica .......................................................................................296 Virtual hosts...................................................................................................297 IP-Based .......................................................................................................298 Name-Based...................................................................................................299 Configurando quotas de disco...........................................................................300 Módulos.........................................................................................................302 Outros sistemas operacionais...........................................................................304 Hardware.......................................................................................................304 Squid.......................................................................................................................305 FTP .........................................................................................................................306 Capítulo 6: Linux em PCs antigos..............................................................................................308 A aventura de instalar o RedHat 7.2 num 486.........................................................308 A instalação.......................................................................................................308 7 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Como traduzir................................................................................................437 msgid e msgstr...............................................................................................438 fuzzy.............................................................................................................439 c-format........................................................................................................439 Checando.......................................................................................................439 Enviando a tradução........................................................................................439 Usando o kbabel.............................................................................................440 Lista PT_BR....................................................................................................440 Divisão de trabalho.........................................................................................440 Quando mandar o trabalho...............................................................................440 Finalizando.....................................................................................................440 Linux, embedded systems e a popularização da Informática.....................................441 Como clonar HDs e fazer backup sem precisar do Ghost...........................................443 Usando o dd...................................................................................................443 Salvando a imagem num arquivo......................................................................444 Usando o G4U................................................................................................445 Wine, Win4Lin, Bochs e VMWare.............................................................................448 Três sabores de Wine..........................................................................................449 O que já roda e o que não roda.............................................................................451 Win4Lin.............................................................................................................453 VMWare.............................................................................................................453 Bochs................................................................................................................454 10 Mitos sobre o Linux............................................................................................455 Resolvendo o problema de lentidão do KDE.............................................................460 Como instalar o KDE 3.0..........................................................................................462 Pirataria x custo. Que softwares usar em PCs novos? .............................................465 Por que o Linux está avançando na Ásia .................................................................468 Qual é mais seguro, Windows ou Linux? .................................................................469 Capítulo 11: Como usar um 486 como gateway doméstico..........................................................472 Montando o servidor............................................................................................473 Gerando o disquete.............................................................................................474 Mais configurações .............................................................................................476 Redirecionando portas.........................................................................................479 Configuração das estações...................................................................................480 Problemas..........................................................................................................480 Segunda opção, Freesco..........................................................................................484 Mandrake Security (Single Firewall)........................................................................488 Mais um Coyote.......................................................................................................495 Capítulo 12: Um pouco sobre segurança.....................................................................................501 Por quê justo eu?................................................................................................501 Como se proteger...........................................................................................502 Usando o Nessus ................................................................................................504 Usando o Ethereal ..............................................................................................508 10 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Apêndice A: Links.......................................................................................................................514 11 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Direitos autorais e condições de distribuição A partir desta segunda edição, este e-book passou a ser de livre distribuição. O objetivo é justamente poder ajudar de alguma forma quem está começando no Linux e retribuir à comunidade de código aberto a todos estes softwares extraordinários que hoje temos acesso. Assim como o Linux, este e-book está aqui para ser usado e distribuído :-) Envie cópias deste e-book para seus amigos, coloque-o para download em seu site, escreva para alguma revista sugerindo a inclusão no CD ou a indicação do link para download; enfim, ajude a fazer com que este trabalho chegue a quem quer aprender mais sobre o Linux. Também é permitida a reprodução de partes do livro em qualquer tipo de publicação, mesmo sem o conhecimento do autor, desde que seja citado o nome do autor e seja incluído um link para o http://www.guiadohardware.net em local visível. Você pode baixar gratuitamente novas versões deste e-book no http://www.guiadohardware.net mas como o arquivo é relativamente grande e temos problemas com o grande uso de banda do site, pedimos que se possível ajude na distribuição do arquivo, hospedando-o em seu site ou enviando-o por e-mail ao invés de simplesmente indicar o link. Se você tiver interesse em ajudar disponibilizando este arquivo para download, escreva para mim no morimoto@guiadohardware.net para que possa disponibilizar o link do seu mirror. Não deixe de escrever também caso você encontre qualquer tipo de erro no texto, para que possa corrigi-lo na próxima edição. Visite o Guia do Hardware para conhecer nossos outros trabalhos: http://www.guiadohardware.net/ Um grande abraço, Carlos E. Morimoto 12 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net maioria dos usuários no desktop, pois apesar de tudo ainda é mais fácil de utilizar que o Linux e conta com um número maior de aplicativos. Mas, por outro lado, o Linux apresenta vários pontos fortes. Em primeiro lugar vem a disponibilidade de aplicativos. Não estou falando aqui de quantidade, mas sim na facilidade de encontrar e utilizar os aplicativos desejados. O motivo é simples: a maioria dos aplicativos são gratuitos, você precisa apenas encontrar o aplicativo de que precisa e instalá-lo, sem se preocupar se ele é caro ou não, ou onde conseguir uma cópia "alternativa", onde achar um crack, etc. É só baixar do site do desenvolvedor e instalar, rápido, prático e honesto. O Linux também é muito forte na área de redes. Configurar um servidor FTP, acessar o desktop e rodar aplicativos remotamente, manter um servidor Web ou um newsgroup, são tarefas muito simples no Linux, já que basta ativar os softwares já incluídos nas distribuições. Em terceiro lugar, vem a segurança do sistema contra vírus, invasões e outros tipos de abuso, além da estabilidade geral e facilidade de reinstalar o sistema em qualquer emergência. Para quem mantém seus arquivos de usuários numa partição separada e faz backups de alguns arquivos de configuração, é possível reinstalar o sistema, com todos os aplicativos e configurações em meia hora, já que a maior parte dos aplicativos serão instalados junto com a distribuição e restaurar os backps dos arquivos de configuração é uma tarefa rápida. Isso sem considerar o principal atrativo, que é a possibilidade de fuçar, de realmente poder entender o sistema e adapta-lo às suas necessidades. Sempre existem novos desafios e novas coisas para aprender. E, sabemos que são justamente os usuários avançados e profissionais da área de informática que ajudam o "average Joe" (como os Americanos gostam tanto de dizer) quando ele tem problemas com o micro, são eles que são chamados para implantar soluções nas empresas ou para ministrar treinamentos. A massa acaba seguindo de uma forma ou de outra as tendências ditadas por eles (nós? :). Afinal, por que um usuário leigo usa o Word se não utiliza nem 10% dos recursos do aplicativo? Simplesmente por que alguém o ensinou a usar o Word e não outro aplicativo qualquer. Se o Linux tem hoje (final de 2002) entre 4 ou 6% dos usuários (dependendo de a quem você perguntar) e quem geralmente utiliza o Linux hoje são justamente os usuários avançados, significa que a coisa pode não estar tão feia assim :-) Além disso, já existem alguns projetos bastante concretos sobre o uso do Linux nos desktops. Em primeiro lugar, vem o KDE 3.x, que além do Koffice e outros aplicativos, está oferecendo algo que até agora não tínhamos no Linux, uma boa integração entre os programas, e uma interface comum em todos. Se você já tem alguma experiência com o uso do Linux, deve saber bem do que estou falando. Por serem baseados em bibliotecas diferentes (QT, GTK, Motif, etc.) os programas disponíveis no Linux frequêntemente possuem um visual completamente diferente entre sí, mesmo quando usados lado a lado. Botões, decorações das janelas, cores, funcionamento da área de transferência, tudo muda entre cada grupo de aplicativos. Experimente abrir o Konqueror (biblioteca QT), Netscape (biblioteca Motif), Gimp (GTK) e o Open Office (uma quarta biblioteca, própria) e veja que cada aplicativo parece ter saído de um sistema operacional diferente :-) 15 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Tantas diferenças tornam o uso do sistema bem mais desconfortável e até mesmo confuso para muitos usuários. Mas a situação mudou bastante com o KDE, pois por incluir um grande número de aplicativos, todos baseados na biblioteca Qt e conseqüentemente com um visual comum e funções consistentes, o KDE é muito mais confortável de usar. O Gnome segue o mesmo caminho, usando a biblioteca GTK. Ter programas que mantém a mesma característica visual, como no Windows e no Mac OS sem dúvida tornam o sistema mais fácil e confortável de usar, mas com a versão 3 o KDE está conseguindo chegar muito perto em termos de usabilidade e apelo visual: 16 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Outro problema comum encontrado no Linux são problemas com as próprias distribuições, coisas que não funcionam como deveriam. No Mandrake 8.2 por exemplo, ao tentar mapear um compartilhamento de rede usando o Mandrake Control Center, ele pede a senha do compartilhamento numa janela de terminal e não dentro da janela onde você está. Você não vê o que acontece no terminal, já que chamou o programa usando o atalho no iniciar, acha que o programa travou e acaba tendo que montar o compartilhamento via fstab, o que é muito mais complicado para um iniciante. É só um exemplo, outros pequenos problemas como este existem em todas as distribuições, o que novamente dificulta a configuração do sistema. Felizmente isto também está melhorando. Se compararmos o número de problemas com um, digamos, Conectiva 6 e um Red Hat 8.0, Mandrake 9.0 ou mesmo o Conectiva 8, veremos que estão conseguindo caminhar no caminho certo. Por sinal, o Slackware é uma das distribuições que se sai melhor neste aspecto: o sistema pode ser mais difícil de configurar, mas pelo menos tudo funciona como deveria ;-) Finalmente, temos o problema do suporte a hardware, basicamente aos Winmodems. O grande problema aqui é um grande impasse entre os fabricantes e os desenvolvedores do Kernel e das distribuições. Os fabricantes não distribuem drivers em código fonte, mas sim binários já compilados, que não são incluídos no Kernel (o que faria seu PC-Tel ser automaticamente detectado durante a instalação...) e nem nas distribuições, por não serem software livre. A bomba acaba sobrando para os usuários, que precisam instalar os drivers manualmente e resolver todos os problemas de compatibilidade que deveriam ser resolvidos pelas distribuições. O problema aqui é político. Algumas distribuições, como o Techlinux e o Demolinux, tomaram a iniciativa de passar a incluir os drivers nos pacotes. É por isso que mesmo dando boot pelo CD o Demolinux 3 consegue detectar vários Winmodems. Poderia ser assim em todas as distribuições e espero que realmente seja num futuro próximo. Afinal, mais de 80% dos usuários do mundo acessam via modem e não dá para esperar que todos comprem hardmodems ou passem a acessar via banda larga de uma hora para a outra. 17 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Capítulo 1: Instalando o Linux Chegou a hora de ir ao que realmente interessa. Se esta é a sua primeira vez no Linux, arrume se possível um segundo HD e desconecte o titular. Assim, você poderá instalar e testar tudo sem medo de danificar os arquivos do HD principal. Ter um segundo HD também vai ser útil para copiar seus arquivos caso você precise reparticionar o principal para instalar o Linux em dual boot. Hoje em dia, este problema de salvar os arquivos é bem menor pois quase todo mundo tem gravador de CDs, mas da primeira vez que tentei instalar o Linux precisei mesmo recorrer a um segundo HD, pois os gravadores ainda eram muito caros :-) Instalando A forma mais fácil de instalar qualquer distribuição Linux é dar boot diretamente através do CD-ROM. Para isso basta configurar a opção "boot sequence" no Setup com o valor "CD- ROM, C , A". Quando passar por alí, não deixe de a acessar também a seção "PnP/PCI Setup" e configurar a opção "PnP OS" (geralmente a primeira opção) com o valor "No". Isto obriga o BIOS a detectar e configurar os endereços a serem utilizados por todos os periféricos Plug-and-play e entregar o trabalho semi-pronto para o sistema operacional. Isto evita muitos problemas com a detecção dos periféricos não apenas no Linux, mas também em todas as versões do Windows. É um cuidado importante antes da instalação. Se por qualquer motivo não for possível dar boot através do CD, você pode instalar o sistema também através de um disquete de boot. Neste caso, as opções são instalar através do CD- ROM, instalar apartir do HD ou mesmo instalar via rede. Veremos isto com mais detalhes mais adiante, neste mesmo capítulo. O Linux oferece uma flexibilidade muito grande para a instalação. É possível até mesmo instalar num notebook que não tem nem CD-ROM nem placa rede usando um disquete e um cabo serial :-) Claro, quanto mais exotérico for o modo de instalação escolhido, mais complicado será o procedimento necessário. Por enquanto vamos ficar com a instalação via CD que é a mais usada. Além do Linux Mandrake, este capítulo cobre a instalação do Slackware e do Red Hat. Seja instalando o Mandrake, o Slackware, Red Hat, Conectiva, etc. os processos de instalação são basicamente os mesmos: dar boot, particionar o HD, escolher os pacotes que serão instalados, configurar o vídeo e a rede, definir a senha de root e configurar o gerenciador de boot. Antigamente estes passos costumavam ser um pouco complicados, mas nas distribuições atuais quase tudo é detectado automaticamente, fazendo com que na maior parte do tempo o usuário só precise clicar em "próximo", "próximo, "próximo"... :-) Um detalhe importante, que você deve verificar antes de iniciar a instalação é se os componentes do seu PC, principalmente a placa de vídeo e o modem são suportados. Você pode conferir a lista de hardware oficialmente suportado do Mandrake no: http://www.mandrakelinux.com/en/hardware.php3 20 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net A lista de compatibilidade do Red Hat pode ser encontrada em: http://www.redhat.com/support/hardware/ Você pode descobrir a marca e modelo dos dispositivos através do gerenciador de dispositivos do Windows. Lembre-se que como outras, a lista de hardware suportados não contém referências para todos os dispositivos. A menos que o dispositivo apareça explicitamente como não suportado, existe uma grande possibilidade dele funcionar. Experimente fazer uma busca no http://www.google.com.br (pode ser outro, mas o google é o melhor :-) por "Nome_da_distribuição Linux Modelo_da_placa" (Mandrake Linux Trident Blade), por exemplo). Esta dica serve não apenas para encontrar informações sobre periféricos, mas sobre qualquer problema ou dúvida que tenha sobre o Linux. Existe muita documentação sobre Linux, mas disponível de forma esparsa, um problema que os mecanismos de busca ajudam a resolver. O suporte a placas de vídeo no Linux melhorou dramaticamente no Linux de dois anos pra cá. Hoje em dia até mesmo placas onboard problemáticas, como as SiS 630 já são bem suportadas. Na categoria placa 3D a dianteira é das placas da nVidia, que vem fazendo um excelente trabalho de desenvolvimento de drivers para toda a sua linha de placas. Muitas vezes, os drivers for linux da nVidia trazem recursos que só estarão disponíveis nas versões for Windows meses depois. Além do desempenho 3D ser equivalente nas duas famílias, recursos adicionais como o Twin View (o suporte a dois monitores, encontrado em algumas placas GeForce) e mesmo os recursos de entrada e saída de vídeo de alguns modelos são suportados também na versão Linux. Claro que ainda existem modelos de placas problemáticas, cujos fabricantes não desenvolvem drivers, nem liberam as especificações para que a comunidade open source faça o trabalho. A líder da retranca até o momento é justamente a SiS, convém evitar os chipsets e placas de vídeo deste fabricante até que mudem de atitude. Algumas placas da SiS, como por exemplo as com chipset SiS 6136 são suportadas mas apresentam um desempenho muito ruim (não apenas em 3D, mas também na atualização de tela em 2D). A Creative é outro exemplo de fabricante que pouco colabora mas, apesar disso, todas as placas, tanto as SB ISA, quanto as SB Live e Audigy PCI são bem suportadas, graças aos esforços da comunidade. Nem o Mandrake, nem o Slackware, nem mesmo o Conectiva, Red Hat ou Debian incluem drivers para nenhum modelo de softmodem, mas a maioria dos Winmodems já são suportados pelo Linux, incluindo os com chipset PC-Tel e Lucent, que são provavelmente os mais comuns por aqui. Você encontrará instruções detalhadas de como instalar estes modems no capítulo 4 deste livro. É bem mais simples do que parece, basta identificar seu modem e instalar os drivers corretos. O único modelo de softmodem que não é e provavelmente nunca será suportado são os Winmodems da US Robotics, o problema neste caso não é a falta de vontade dos desenvolvedores, mas uma atitude extremamente hostil da US Robotics, que ameaça processar qualquer um que tente aplicar engenharia reversa (o primeiro passo para desenvolver um driver para qualquer hardware) em seus Winmodems, pois não querem correr o risco de que alguém descubra os segredos do algoritmo de compressão usado nestes modelos e divulgue a informação para outros fabricantes. Seja a preocupação legítima ou não, o fato é que um Winmodem da US Robotics é absolutamente inútil no Linux. Se você tem um, o jeito é vendê-lo para algum amigo que só use o Windows e comprar um modem de outro fabricante. Claro, que se você não quiser ter dor de cabeça a melhor opção é sempre comprar um hardmodem, que será fácil de configurar em qualquer sistema operacional que resolva utilizar. Um bom hardmodem não deixa de ser um excelente investimento, pois tomando o cuidado de 21 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net sempre desconectar a linha quando não estiver conectado, um modem de qualidade durará muitos anos, com chance de só precisar ser aposentado quando você já tiver uma conexão de banda larga. Tudo isto sem comentar que o trabalho de correção de erros é muito mais eficiente num hardmodem, o suficiente para melhorar bastante a velocidade de conexão em linhas ruidosas. Você vai provavelmente gastar 200 ou 250 reais, mas pelo menos gastará só uma vez. Se o seu micro tiver slots ISA, uma opção é comprar um hardmodem de 33.6 usado; apesar da velocidade ser um pouco mais baixa, eles são excelentes no trabalho de correção de erros e custam muito barato, em geral de 20 a 30 reais. Outra opção, caso você não consiga instalar o seu Winmodem é utilizar o Techlinux, uma distribuição Brasileira, baseada no Mandrake que oferece um utilitário que detecta automaticamente modems com chipsets PC-Tel e Motorola e inclui drivers para os Lucent. O Techlinux traz a maioria dos utilitários de configuração incluídos no Mandrake, as duas distribuições são realmente muito semelhantes. De qualquer forma, se optar por utilizá-lo, não deixe de ler o manual para conhecer suas particularidades da distribuição: http://www.techlinux.com.br/ As placas de rede sempre foram a categoria de periférico melhor suportado no Linux e o cenário não mudou. Qualquer distribuição Linux atual suporta um número de placas de rede maior que o do Windows 2000 ou XP, incluindo drivers para placas onboard. A chance da sua placa PCI não ser automaticamente detectada durante a instalação é mínima. Incrivelmente, até mesmo os disquetes de boot para instalação via rede são capazes de detectar as placas de rede automaticamente, um grande exemplo de engenharia de software. Isto é possível pois os drivers são muito pequenos, em geral menos de 12 KB cada um e podem ser incluídos diretamente no Kernel ou então compilados na forma de arquivos separados, os famosos módulos. O suporte a placas de som, gravadores de CD e até mesmo DVD também não é problema. Vários programas como o XMMS (áudio) e o Xine (vídeo) fazem um trabalho extremamente competente no suporte a multimídia. Para incluir suporte a vídeos em Divx;-) no Xine basta instalar o plug-in disponível no http://www.divx.com e para assistir DVDs protegidos, basta instalar o pacote libdvdcss, no http://www.videolan.org/libdvdcss/download.html Veremos isto com mais detalhes no capítulo 3, por enquanto vamos voltar a nos preocupar com a instalação do sistema em sí. Instalação do Mandrake A instalação do Mandrake Linux é bastante intuitiva, fazendo apenas perguntas básicas sobre a linguagem de instalação, layout do teclado, programas a serem instalados etc. Mesmo o particionamento do disco, que é um ponto crítico em outras distribuições é bastante simples no Mandrake, como veremos com detalhes mais adiante. Ao abrir o programa de instalação, você terá a opção de abrir o programa "default" de instalação, em modo gráfico (Enter) ou escolher entre os modos de baixa resolução (caso o seu monitor não suporte 800x600 a 56 Hz) ou instalar em modo texto, caso tenha problemas com o primeiro. 22 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net vários programas, armazenar seus arquivos pessoais etc. seria recomendável reservar um espaço maior, pelo menos 3 GB. Quanto mais espaço melhor. Outro detalhe importante é desfragmentar o disco através do Windows antes de iniciar a instalação. O DiskDrake é capaz de redimensionar a partição mesmo que esteja fragmentada, porém além do processo demorar bem mais que o normal, a possibilidade de ocorrer algum problema é muito maior. Escolhendo a opção Erase entire disk o programa vai simplesmente limpar a tabela de partição do HD e dividí-lo em duas partições: uma menor, montada no diretório raiz (/) usada para os arquivos do sistema e outra maior, montada no diretório /home, onde ficam guardados os arquivos dos usuários. As duas opção automáticas servem bem para os usuários leigos, que mal sabem o que é uma partição de disco, mas ou escolher a opção Custom disk partitioning você terá muito mais opções. A interface do programa é bastante intuitiva, lembra bastante a do Partition Magic 6, mas é mais fácil, por conter apenas os sistemas de arquivos suportados pelo Linux: 25 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net No topo da tela temos a lista dos sistemas de arquivos suportados: EXT2, Journalised FS, Swap, FAT (inclui FAT 16 e FAT 32) além de Other (outro sistema de arquivos não reconhecido) e Empty (espaço não particionado). Na aba logo abaixo, você tem uma lista dos HDs instalados. No screenshot existe apenas um, que aparece como hda. A barra colorida mostra um mapa do disco, com todas as partições que ele contém. No exemplo o disco já está particionado, pronto para a instalação do sistema, dividido em duas partições, montadas no diretório raiz (/) e no diretório /home (que aparecem em vermelho), além de uma partição swap, em verde. Para alterar uma partição, basta clicar sobre ela e usar a opção "Resize", que redimensiona, sem perda de dados. A opção "Delete" permite apagar partições a fim de criar outras depois usando o espaço livre, enquanto a opção "Format" formata uma partição já criada. Não é preciso formatar as partições que forem criadas, pois ao terminar o particionamento (clicando em "done") o assistente se oferecerá para formatar as partições criadas. Para criar uma nova partição você precisará clicar sobre uma área de espaço livre (aparece em branco no mapa) e em seguida clicar no botão do sistema de arquivos que será usado (na parte superior). Para liberar espaço você deve usar as opções anteriores, redimensionando ou deletando uma outra partição. Na hora de escolher o sistema de arquivos a ser utilizado as opções são basicamente duas: usar o velho sistema EXT2, que acompanha o Linux a vários anos, ou utilizar um dos novos sistemas com journaling. Clicando em "Journalised FS" você poderá escolher entre o EXT3, RiserFS, JFS e XFS. O journaling permite que o sistema de arquivos mantenha um log (journal significa "diário"), onde são armazenadas todas as mudanças feitas em arquivos do disco. Quando qualquer erro inesperado surge ou o sistema é desligado incorretamente é possível localizar todas as operações que não haviam sido concluídas, restaurando a consistência do sistema de arquivos em poucos segundos, sem a necessidade de vascular arquivo por arquivo. Isso é bem diferente do que acontece no EXT2, onde o fsck precisa vasculhar todo o disco em busca de erros depois de cada desligamento incorreto, um processo que pode demorar mais de 10 minutos, dependendo do tamanho da partição. Além disso, a frequência com que são perdidos arquivos ou mesmo pastas inteiras (ou até mesmo a tabela de partição do disco se você for realmente azarado :-) no EXT2 por causa dos desligamentos incorretos é espantosamente alta, um perigo que não existe nos sistemas com suporte a journaling. O EXT2 pode ser satisfatório num servidor que fica ligado continuamente, com no-break e gerador, mas é completamente desaconselhável para usuários domésticos sujeitos às intempéries do fornecimento de energia. Dentre os quatro, os mais testados são o EXT3 e o ReiserFS. O EXT3 é basicamente um EXT2 com suporte a Journaling, enquanto o ReiserFS é um sistema desenvolvido do zero com o objetivo de combinar confiabilidade com um bom desempenho e um gerenciamento eficiente do espaço em disco. Se você fizer uma pesquisa entre usuários avançados e administradores de sistemas sobre qual dois dois eles preferem, provavelmente o EXT3 receberá mais recomendações, já que o EXT2 era o sistema de arquivos usado até bem pouco tempo e a tendência natural é migrar para o EXT3 que é seu sucessor. Por ser um sistema novo, o ReiserFS ainda é visto com desconfiança. No início eu também preferia o EXT3, mas com o passar do tempo alguns acidentes me fizeram mudar de opinião. Em primeiro lugar, o sistema de Journaling do EXT3 não é 100% confiável. 26 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Se você começar a desligar o sistema incorretamente com frequência vai perceber que algumas vezes, algo como uma chance em 20, o sistema não será capaz de verificar o journal e o sistema de arquivos terá que ser verificado usando o FSCK, fazendo com que quase sempre alguns arquivos sejam perdidos. Outro ponto é que o EXT3 continua muito dependente do superbloco, por isso a possibilidade de perder toda a partição depois de um desligamento incorreto continua presente, embora o risco seja muito menor que no EXT2. Já tive oportunidade de testar o EXT3 e o ReiserFS durante um tempo considerável, chegando a fazer alguns testes extremos com os dois :-) O ReiserFS sempre se mostrou mais confiável, de fato ainda não tive problemas de perda de arquivos com ele, ao contrário do EXT3, onde já cheguei a perder uma partição com arquivos de trabalho. Por isso não posso deixar de recomendar o uso do Reiser. Atualmente uso o ReiserFS em todas as minhas máquinas e pretendo continuar acompanhando as próximas versões do sistema. Se você é um administrador de sistemas que tem experiência com o uso de ferramentas de recuperação você pode usar o sistema que preferir, mas se você é apenas um usuário doméstico que quer usar seu Linux sem ter um ataque do coração cada vez que faltar luz, então prefira o ReiserFS. Junto com estas opções, estão vários outros sistemas de arquivos, incluindo FAT 16, FAT 32 e até mesmo outros sistemas de que provavelmente você nunca ouviu falar. O único sistema importante que não consta na lista é o NTFS, que ainda não é completamente suportado pelo Linux. Essa fartura de sistemas de arquivos suportados permite até mesmo que este utilitário seja usado no lugar do Partition Magic na hora de formatar HDs e redimensionar partições, mesmo que o objetivo não seja instalar o Linux. Você precisará ainda criar uma partição swap, que armazenará a memória virtual do sistema. O Linux não permite aumentar dinâmicamente o tamanho do arquivo de troca, como no Windows, ao acabar o espaço da partição você receberá uma mensagem de falta de memória e terá que fechar alguns aplicativos para continuar trabalhando. Para evitar isso, crie um arquivo razoavelmente grande, de 300 ou até 500 MB, dependendo de quanto espaço livre em disco tiver disponível. Se você tiver bastante memória (256 MB ou mais) e não desejar usar memória virtual, crie um arquivo pequeno, de 8 ou 16 MB, apenas para evitar que um ou outro aplicativo gere mensagens de erro pela falta do arquivo de memória swap. Administrando a memória swap Você pode acompanhar o uso de memória do sistema através do comando "free" que exibe um relatório de quanta memória (física e swap) está sendo usada e quanto ainda está disponível. Um recurso que vem bem a calhar é que você pode criar, a qualquer momento, um arquivo de memória swap temporário, usando o espaço livre do HD. Para isso basta usar os comandos abaixo (como root): # dd if=/dev/zero of=/swap bs=1024 count=131070 # mkswap /swap # swapon /swap 27 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Neste mapa temos a partição primária, montada no diretório raiz (/) e uma partição extendida, que engloba tanto a partição swap quanto a partição montada em /home. Pacotes de Aplicativos Depois de particionar o disco você deverá escolher quais aplicativos serão instalados no sistema. Os nomes já são bem explicativos, mas algumas categorias que você não deve deixar de instalar são Internet Station (conectividade de rede e um conjunto de browsers, leitores de e-mail, ICQ, etc.) e Configuration (que instala o Mandrake Control Center e os outros utilitários de configuração que veremos adiante). As opções "Network Computer Server" e "Web/FTP" instalam o Apache, Samba, servidor de FTP e outros utilitários para transformar a máquina num servidor de rede. O Samba é essencial se você pretende compartilhar arquivos e impressoras com máquinas Windows. 30 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Entre as interfaces gráficas você pode escolher entre KDE e Gnome além de algumas interfaces mais leves, como o BlackBox e o WindowMaker. Seja qual for a interface de sua escolha, é recomendável manter tanto o Gnome quanto o KDE instalados, pois cada uma das interfaces possui um conjunto próprio de aplicativos, que utilizam módulos da interface e por isso necessitam que ela esteja instalada para rodar. Por exemplo, o Gnome traz o Nautilus, um gerenciador de arquivos muito mais sofisticado graficamente que o Konkeror do KDE. O KDE por sua vez traz um KOffice, uma suíte de escritório bastante elaborada e por aí vai. Mantendo ambos instalados, você terá à disposição um número muito maior de aplicativos e poderá juntar o melhor dos dois mundos. Um porém é que se você utilizar o KDE e abrir um aplicativo do Gnome (ou vice-versa) o sistema precisará carregar junto uma boa parte das bibliotecas do outro. Além de tornar a inicialização do aplicativo um pouco mais lenta isso consome bastante memória RAM. Para misturar aplicativos das duas interfaces, sem perder em desempenho, o recomendável é ter pelo menos 196 MB. Caso você esteja usando um micro antigo, com 32 MB ou menos, você pode ter um bom desempenho utilizando o BlackBox, uma interface extremamente leve, que consome apenas 800 KB de memória RAM, que vem sendo bastante utilizada hoje em dia por possuir um visual limpo e moderno: Blackbox Mas, nesse caso, evite abrir programas do KDE ou do Gnome, caso contrário o esforço não melhorará muita coisa. Por sinal, o Blackbox possui também uma versão for Windows, que além de substituir a interface default e esconder o internet Explorer, suporta os temas e arquivos de configuração do Blackbox for Linux. O link da página do projeto é: http://desktopian.org/bb/ Além do BlackBox, existem várias outras boas opções leves, como o WindowMaker ou até mesmo o AfterStep, que são muito bonitos graficamente, sem abrir mão da leveza. Este é um ponto forte do Linux, a liberdade de escolha, não apenas das interfaces gráficas, mas também 31 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net dos vários programas incluídos nas distribuições. Você pode instalar várias interfaces e testá-las com calma até escolher sua favorita. É possível escolher qual usar cada vez que fizer logon no sistema, ou até mesmo abrir vários terminais gráficos e utilizar várias delas ao mesmo tempo, como veremos com detalhes mais adiante. Todas estas interfaces suportam o uso de temas, você pode baixar alguns no: http://www.themes.org Mais um recurso que você pode utilizar são os dockapps, pequenos programas que podem ser utilizados no Linux, no Free BSD e em outras plataformas. Estes programas podem exibir a temperatura e nível de carregamento do processador, a quantidade de memória disponível, ou qualquer outro tipo de informação útil (ou não :-). Existem até alguns dockapps que são meramente decorativos, outros que oferecem atalhos para funções de aplicativos, que indicam quando novos e-mails foram recebidos etc. Você pode encontrar vários no link abaixo, ou fazendo uma busca no google: http://www.bensinclair.com/dockapp Alguns dockaps A maior parte destes programas é distribuída na forma de arquivos .tar.gz, ou seja, em forma de código fonte. Com o arquivo em mãos o primeiro passo é descompactar o arquivo com o comando tar -zxvf ou simplesmente clicando sobre ele no gerenciador de dispositivos e escolhendo a opção "extrair para cá". Em seguida abra um terminal e acesse a pasta que foi criada com o comando cd nome_da_pasta. Leia o arquivo install que trará as instruções de como instalar o programa. O mais comum é usar os comandos: $ ./configure (para compilar o código do programa) $ make (para gerar o módulo que será instalado) $ su (para virar root) $ make install (para instalar o programa) Depois de instalado, basta chamar o programa num terminal, quase sempre digitando seu nome como em: "bublemon &". O & no final faz com que o terminal continue disponível depois que o programa é aberto. Para instalar os dockapps distribuídos em formato tar.gz você precisa ter instalados no seu sistema os pacotes gcc e gtk, que são utilizados na compilação. Você pode instalá-los marcando a seção "development" durante a instalação, ou posteriormente usando o gerenciador de software do Mandrake Control Center (ou de outro utilitário incluído na distribuição utilizada). Caso o dockapp esteja disponível também em formato RPM a instalação fica mais fácil. Basta clicar sobre o arquivo no gerenciador de arquivos para instalá-lo e chamá-lo num terminal para utilizá-lo. Os dockaps podem ser utilizados também no KDE. Para isso, clique com o botão direito do mouse sobre a barra de tarefas e escolha Add > Extension > Dock Application Bar (o meu KDE é em inglês, não sei como ficou a tradução na versão PT_BR). Aparecerá uma nova barra de tarefas, onde você poderá abrir os dockapps. Esta barra pode ser posicionada em qualquer canto da tela, basta arrasta-la com o mouse. 32 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net segunda logo após terminar a da primeira. Se houver um terceira ou quarta placa elas serão configuradas em seguida. Caso você esteja utilizando outra distribuição recente, mas que não ofereça a opção de configurar uma conexão via ADSL logo na instalação, você precisará apenas rodar utilitário de configuração da rede e escolher a opção "Bootp/DHCP" na configuração da placa de rede que estiver ligada ao modem ADSL ou cable Modem e em seguida fornecer os endereços do Servidor de DNS, Default Gateway, login e senha fornecidos pelo provedor. Caso tenha problemas, o artigo abaixo, do linux.trix.net contém várias dicas, não apenas sobre o Speedy, mas também sobre cabo e outros serviços: http://www.linux.matrix.com.br/bandalarga_intro.htm Gerenciador de boot A configuração do gerenciador de Boot é feita automaticamente pelo instalador, que configura inclusive o dual-boot com o Windows se for o caso. Mas, de qualquer forma, você terá a opção de revisar ou mesmo alterar a configuração se desejar. Também é possível escolher o gerenciador de boot, entre o Lilo e o Grub. Durante um certo tempo o Grub levou vantagem na briga, pois oferecia um menu gráfico para a escolha do sistema, enquanto no Lilo o menu era em modo texto. Mas, não demorou muito para que o Lilo também oferecesse o menu gráfico e equilibrasse a briga. Apesar da semelhança entre os dois, o Lilo é melhor documentado que o Grub, por isso é o default. Configuração do vídeo Para finalizar a instalação, falta apenas configurar o X. A placa de vídeo será detectada automaticamente pelo assistente, mas em muitos casos você precisará escolher o monitor. Para isso você precisará apenas saber qual a frequência e taxas de atualização máximas do monitor e escolher a opção adequada entre os monitores genéricos. A maioria dos monitores de 15 polegadas suportam 1024 x 768 com 75 Hz e a maioria dos de 17" suportam 1280 x 1024 com 76 Hz. Usando estas configurações, a taxa de atualização do monitor subirá para 85 35 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Hz, caso você opte por utilizar respectivamente 800x600 e 1024x768. A seguir você deverá escolher a resolução e profundidade de cor entre as opções suportadas pelo monitor. Você poderá alterar essas configurações mais tarde através do Mandrake Control Center. Não se preocupe pois depois de escolher o monitor e a resolução, o instalador irá testar a configuração. Se não funcionar, basta voltar e configurar novamente. Você terá ainda a chance de escolher entre qual versão do XFree gostaria de usar. A versão 4.1.0 (4.2.0 no Mandrake 8.2) é naturalmente a mais recomendável por trazer várias melhorias em relação à 3.3.6, incluindo suporte a mais placas. O problema é que algumas placas de vídeo suportadas na versão 3 deixaram de ser suportadas na versão 4. Na lista de hardware suportado no site do Mandrake, você verá uma observação de qual versão suporta a sua placa. Mas, na dúvida escolha o 4.1.0. Existem ainda as opções de instalar uma das versões do XFree com suporte a aceleração 3D. 36 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Este suporte é necessário para rodar alguns jogos, como por exemplo o TuxRacer, que acompanha o Mandrake, sem falar o Quake III e outros que já estão disponíveis para Linux. O problema é que estes drivers ainda estão em estágio experimental e não são totalmente estáveis. A menos que você realmente pretenda rodar alguns dos jogos, o melhor é utilizar a versão normal, até que os drivers 3D estejam maduros. Lembre-se que o suporte a 3D desta opção, se refere aos drivers open-source incluídos no Xfree. Se você tiver uma placa nVidia e quiser suporte a 3D o melhor é instalar os drivers fornecidos pela nVidia (como veremos no capítulo 3) que oferecem um desempenho melhor e mais recursos. Terminando, o instalador fará a célebre pergunta "você deseja que inicialize o X automaticamente durante o boot" (responda que sim para não ter que digitar "startx" toda vez que der boot :-) e mostrará uma tela de congratulações dizendo que a instalação foi concluída com êxito. Depois de reiniciar (não esqueça de tirar o CD do drive para não abrir a instalação de novo :-) Você verá a tela de login, com os usuários que configurou durante a instalação. Como havia dito, o root não aparece na lista, para usar esta conta você precisará digitar manualmente. Da primeira vez que se logar você verá o First Time Wizzard, que permite configurar qual interface gráfica será usada por default, qual servidor de e-mail será usado etc. Você também verá um formulário para registrar o Mandrake Linux. Esse registro dá acesso ao Mandrake Campus (que contém cursos via Web gratuítos) e outros serviços, mas é opcional. No Mandrake 8.2 em diante você terá ainda a opção de baixar atualizações de segurança via Web, utilizando a conexão configurada durante a instalação. Não é necessário baixar as atualizações durante a instalação, pois você poderá instala-las a qualquer momento usando o gerenciador de software do Mandrake Control Center. Como instalar via rede ou apartir do HD Apesar do modo de instalação mais rápido ser dar boot pelo CD-ROM, o Linux também pode ser instalado de várias outras maneiras. Para isso você precisará ter em mãos o disco de boot adequado. Este é um tema que interessa a mais gente, por isso vou aproveitar para detalhar estas formas alternativas de instalação. As instruções a seguir valem para qualquer distribuição Linux, não apenas para o Mandrake. Você encontrará as imagens de vários discos de boot no diretório Images da sua distribuição Linux. Em alguns CDs de revista este diretório é excluído para economizar espaço, mas geralmente você ainda poderá conseguir os arquivos no site da distribuição. Abrindo o diretório você encontrará vários arquivos .IMG que precisam ser gravados nos disquetes usando um programa chamado Rawwrite. Este é um programa para DOS que fica no diretório Dosutils do CD. Você pode baixar uma versão Windows do programa, que é mais prática de usar através do link abaixo: http://www.downloads-guiadohardware.net/download/rawwritewin.exe Basta apontar o arquivo da imagem a ser gravada e clicar em Write. 37 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Apesar de já ser algo fora de moda, ainda existem alguns servidores FTP públicos que disponibilizam arquivos de instalação de várias distribuições. Caso você conheça algum você poderia colocar o micro numa rede com acesso compartilhado à Internet, configurar corretamente os endereços IP e acessar o servidor. Claro que esta opção seria viável apenas caso o FTP fosse rápido e a sua conexão fosse no mínimo de 256k. Baixar os arquivos de instalação de uma distro atual via modem demoraria dias :-) O mais prático seria mesmo instalar apartir de algum micro da rede. Com uma rede de 100 megabits por exemplo a instalação não demorará mais do que demoraria via CD-ROM. Se as demais estações da rede rodarem Windows você pode usar um servidor HTTP ou de preferência FTP qualquer para disponibilizar os arquivos. Você pode encontrar vários servidores gratuítos no Tucows ou outro site de downloads. Outra opção seria usar o IIS da Microsoft que é fácil de configurar, mas não deixe de desinstalá-lo depois de terminada a instalação, já que é muito perigoso mantê-lo ativo sem necessidade devido às varias brechas de segurança. No Linux você também poderá utilizar estes recursos, através do Apache ou do servidor FTP que acompanha a sua distribuição preferida. O Mandrake inclui o ProftFTPD, que é bastante simples de configurar. Não existe mistério, basta fornecer o endereço IP do micro que está disponibilizando os arquivos, além de login e senha de acesso. Para instalar apartir de um servidor NFS (que é o modo mais prático aqui) os passos são os seguintes: Presumindo que você tenha marcado a opção de instalar o NFS durante a instalação do Linux (no servidor) e que o serviço esteja ativo, você precisará apenas editar o arquivo /etc/exports, adicionando os diretórios que serão compartilhados com a rede. Para verificar se o NFS está ativo (no servidor), basta dar um: /etc/rc.d/init.d/nfs status Caso não esteja, você precisará ativa-lo através do Mandrake Control Center, LinuxConf, ou outro utilitário de configuração disponível na sua distribuição. Por padrão o arquivo estará em branco. Adicione um diretório a ser exportado por linha, gerando um arquivo como o abaixo: # Isto é só um comentário /home/morimoto/install *() /mnt/cdrom *() Neste caso estamos disponibilizando tanto o diretório /home/morimoto/install quanto o CD- ROM, que naturalmente deverá estar montado no momento em que o cliente for acessá-lo. Para instalar apartir de uma pasta do HD você precisa apenas copiar todos os arquivos dos CDs para ela. É possível definir vários parâmetros, especificando quais usuários terão acesso a cada diretório, dar permissões de apenas leitura, etc. opções que veremos com mais detalhes adiante, no tópico sobre servidores Linux. Compartilhando os diretórios sem parâmetros, como no exemplo, qualquer usuário da rede poderá acessá-los. Para alterar o arquivo você precisará estar logado como root. Após terminar, basta reiniciar o serviço usando o comando abaixo para que alterações surtam efeito: /etc/rc.d/init.d/nfs restart 40 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Na foto abaixo por exemplo habilitei o NFS no micro 192.168.0.2 e estou fazendo a instalação apartir do CD-ROM (/mnt/cdrom) que havia compartilhado. Se depois de tudo resolvido a instalação for abortada com uma mensagem como: "Install exited abnormally :-( You may safely reboot your system" Provavelmente o PC não tem memória RAM suficiente para carregar o instalador. Como disse, o mais recomendável é utilizar a instalação via rede em PCs com 64 MB ou mais. Você pode verificar as mensagens do Kernel para ver exatamente o que houve pressionando Alt + F3. Em alguns casos você não conseguirá instalar através de um CD-ROM compartilhado via NFS, com uma mensagem de erro ao copiar algum dos pacotes. Não sei exatamente por que este problema ocorre, mas para solucioná-lo basta copiar o conteúdo do CD de instalação para uma pasta compartilhada do HD e repetir a instalação instalando a partir desta pasta. Instalando o SuSe via FTP (sem precisar comprar o pacote) "Caro Morimoto, Estou com dois problemas relacionados ao Linux Suse: o licenciamento e os requisitos de hardware. - A distribuição do Suse custa uma pequena fortuna! Também não achei no site deles nenhuma "iso" para download. Todas as distribuições do Linux são livres mesmo?" 41 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net O pacote do SuSe não é exatamente caro, nos EUA e Europa ele custa 69 dólares, com uma opção mais simples por 39 dólares, mais barato que uma caixa do Diablo II por exemplo :-) O problema é que ao chegar ao Brasil, além da conversão para reais temos impostos e o lucro do revendedor, chegando às cifras absurdas que vemos por aí. Se resolvessem abrir uma filial Brasileira (não só importar os pacotes, mas confeccioná-los localmente) provavelmente cairia para a casa dos 100/150 reais. Apesar do SuSe ser composto majoritariamente por softwares livres, o instalador é proprietário, é por isso que eles não distribuem ISOs, apenas disponibilizam os pacotes individualmente para download, o que está em concordância com a GPL. Porém, sem o instalador eles não são de muita valia. O SuSe é um exemplo de software livre por ter o código aberto e não por ser gratuíto. Existe a opção de instalar o SuSe via FTP, neste caso você teria que baixar e gravar os disquetes de boot e dispor de uma conexão de rede compartilhada, ou ADSL com IP fixo para baixar os pacotes e concluir a instalação. Não é complicado. Os disquetes podem ser obtidos no endereço ftp.suse.com/pub/suse/i386/current/disks/ onde estão os arquivos modules1, modules2 e modules3 (1.4 MB cada um). Você pode gravá-los usando o dd no Linux ou o RawriteWin (que comentei acima) no Windows. Existe também uma imagem de boot para ser gravada num CD, o boot.iso (16 MB), disponível no mesmo diretório. Durante o boot você precisa configurar a rede e em seguida usar o comando "linux install=ftp://servidor_ftp/diretorio" para iniciar a instalação. O servidor FTP pode ser tanto o servidor da SuSe, caso você pretenda mesmo instalar via internet (ftp://ftp.suse.com/pub/suse/i386/current/) ou um servidor FTP disponível na rede local, onde você tenha feito uma cópia dos arquivos do FTP da SuSe. Esta segunda possibilidade é útil para instalar o sistema em vários PCs. De qualquer forma, além da instalação via FTP, você pode instalar um único pacote do SuSe em vários micros. No caso de uma rede com 20 ou 40 PCs o custo não seria um problema. De qualquer forma, ninguém é necessariamente obrigado a distribuir gratuitamente sua distribuição Linux, apenas disponibilizar os fontes. É mais um motivo para valorizar as distribuições gratuitas :-) Instalando em PCs com pouca memória Como vimos, a maior parte das distribuições exige um mínimo de 64 MB de memória para rodar o instalador gráfico, um um mínimo de 16 MB para instalar em modo texto, via NFS. Caso você tenha um PC com pouca memória RAM, 12 MB ou mesmo 8 MB você ainda pode instalar o Linux via rede, ou até mesmo em modo gráfico. Para isto, você precisará particionar o HD antes de começar a instalação, criando uma partição Linux swap e montá-la antes de iniciar a instalação. Você pode particionar o HD usando o Parted, uma ferramenta desenvolvida pela Free software Fundation que pode ser baixada em: ftp://ftp.gnu.org/gnu/parted/bootdisk/ Você precisará baixar dois arquivos .ISO, partboot-1.4.21.img e o partroot-1.6.1.img, de aproximadamente 1.4 MB cada um. Para gravá-los nos disquetes basta usar os comandos: 42 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net uma instalação via rede, você precisará ainda do network.dsk (placas de rede PCI e ISA) ou do pcmcia.dsk (placas PCMCIA). O particionamento do disco pode ser feito através do fdisk ou do cfdisk. O segundo é mais indicado, pois oferece uma interface pseudo-gráfica, muito mais amigável: Você deverá chamar o cfdisk a partir do modo de comando. O comando para chamá-lo é "cfdisk HD_destino", como em "cfdisk /dev/hda", "cfdisk /dev/hdb" ou "cfdisk /dev/sd0" (para um HD SCSI). Se você tiver mais de um HD, cada um deverá ser particionado separadamente. Dentro do cfdisk, use as setas para cima e para baixo para selecionar uma partição ou trecho de espaço livre e as setas para a direita e esquerda para navegar entre as opções, que incluem: Delete: Deletar uma partição, transformando-a em espaço livre. Use esta opção para deletar partições já existentes no HD. Create: Cria uma partição usando um trecho de espaço livre. O assistente perguntará sobre o tamanho da partição em megabytes. Você terá ainda a opção de criar uma partição primária e uma partição estendida. A partição de sistema deve ser obrigatoriamente uma partição primária, para as demais tanto faz. Lembre-se que você pode ter um máximo de 4 partições primárias, ou 3 partições primárias e uma extendida que pode englobar até 255 partições. Maximize: Redimensiona uma partição, para que ela ocupe todo o espaço disponível no HD. O processo não é destrutivo, mas de qualquer forma é sempre saudável fazer um backup. Type: Altera o sistema de arquivos da partição (Linux, FAT, Linux Swap, etc.). Lembre-se que você deve ter no mínimo uma partição Linux e outra Linux Swap. Bootable: É obrigatório marcar esta opção para a partição raiz, que será usada para inicializar o sistema. Caso contrário, você só conseguirá dar boot via disquete. Write: Grava as alterações no disco. Quit : Depois de fazer as alterações necessárias e salvar, só falta sair do programa ;-) 45 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Lembre-se que mesmo dentro do programa de instalação, você pode chamar o cfdisk pressionando Crtl + Alt + F2 para mudar para o segundo terminal. Depois de particionar, pressione Crtl + Alt + F1 para voltar ao programa de instalação. O cfdisk não oferece nenhuma opção para redimensionar partições. Se você precisar redimensionar a partição do Windows para instalar o Linux em dual-boot você pode usar o particionador do Mandrake (basta iniciar a instalação até chegar ao particionamento do disco, alterar o particionamento, salvar e em seguida abortar a instalação) ou então usar o Partition Magic ou outro programa com este recurso. O cfdisk não formata o HD, apenas cria a tabela de partições (assim como o fdisk do DOS) Você terá a opção de formatar as partições com o sistema de arquivos desejado no decorrer da instalação. De qualquer forma, se você desejar criar novas partições mais tarde, pode usar os comando "mke2fs" (para formatar em EXT2) e "mkreiserfs" (para formatar em ReiserFS). A sintaxe dos comandos é comando partição_destino, como em "mke2fs /dev/hda1" ou "mkreiserfs /dev/hdb3". Para formatar partições em EXT3 o comando é "mke3fs" Para detectar e configurar a placa de rede antes ou durante a instalação, mude para um terminal, como fizemos para usar o cfdisk e chame os comandos: # network (para placas de rede ISA ou PCI) # pcmcia (para placas PCMCIA) O programa se encarregará de detectar a sua placa de rede. O instalador se oferecerá ainda para configurar o modem. Infelizmente, o suporte se limita aos hardmodems e modems externos. Se você possui um softmodem, deve responder que não possui modem e depois instalar os drivers manualmente. No capítulo 4 veremos com mais detalhes como instalar softmodems no linux. No finalzinho da instalação, o instalador tentará detectar sua placa de vídeo e perguntará sobre a resolução de tela que seja utilizar, se deseja inicializar o sistema em modo gráfico ou em modo texto e, finalmente, qual gerenciador de janelas deseja utilizar por default. Uma outra pergunta importante é se você seja ou não habilitar o frame-buffer. Este recurso melhora o desempenho do modo gráfico e permite que você utilize resoluções maiores também no modo texto (mais caracteres na tela e a possibilidade de ver gráficos, usando programas como o seejpeg). Quase todas as placas modernas suportam este recurso porém, alguns modelos de placas, com destaque para as Trident 9680 e 9440 não o suportam. Utilitários e comandos Aqui estão as ferramentas de configuração incluídas no Slackware. Todos estes programas rodam em modo texto, caso o sistema tenha sido configurado para inicializar direto em modo gráfico, pressiona Ctrl + Alt + F6 para mudar para o terminal: pppsetup : Configuração do modem e regras de discagem. netconfig : Configuração da placa de rede. liloconf : Utilitário de configuração do lilo 46 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net xwmconfig : Para alterar a interface gráfica que é inicializada com o comando startx. O comando só permite escolher entre as interfaces instaladas e não instalar/desinstalar. timeconfig : Altera o fuso-horário do micro. fontconfig : Altera o tamanho e tipo de fonte do modo texto. É uma mão na roda se você é do tipo que prefere fazer tudo em modo texto :-) setup.cdrom : Detecta e instala o drive de CD-ROM. mouseconfig : Configura o mouse. xf86config : O bom e velho configurador do X em modo texto. O xf86config é na verdade um wizzard, que faz uma série de perguntas, incluindo o tipo de mouse e porta onde ele está instalado, layout e linguagem do teclado, resolução e taxa de atualização do monitor, chipset da placa de vídeo, além da resolução e profundidade de cores desejadas e utiliza as respostas para editar o arquivo /etc/XF86Config. Terminada a configuração, chame o "startx" para testar o modo gráfico. Se ele voltar um erro qualquer, não desista, rode o xf86config novamente, desta vez tentando outro chipset de vídeo ou uma resolução mais baixa. O xf86config é encontrado em praticamente todas as distribuições, por isso é interessante aprender a trabalhar com ele. Instalação de programas O Slackware trabalha com um formato próprio de pacotes, o .tgz, que são basicamente pacotes com os programas pré-compilados, junto com um script de instalação que especifica os diretórios para onde os arquivos devem ser copiados, providencia a criação dos arquivos de configuração necessários, etc. É um sistema simples e funcional, assim como o restante da distribuição :-) Para gerenciar os pacotes instalados o Slackware conta com o pkgtool, um utilitário de modo texto que permite instalar e remover pacotes, verificar o conteúdo dos pacotes instalados, etc. Basta chama-lo num terminal, como root: # pkgtool Ao baixar um pacote .tgz qualquer, você também pode instalá-lo diretamente usando o comando: 47 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net realmente deseja instalar (ideal para quem acessa via modem) ou baixar um ISO pronto. A maior vantagem do ISO é que você já tem o pacotão pronto, com boot via CD e tudo mais. Basta gravar num CD e reiniciar o micro para começar a instalação. Baixando manualmente os pacotes você teria que criar manualmente o boot do CD-ROM, ou então usar disquetes de boot. O problema é que a partir da versão 7 (se não me engano) a árvore de pacotes do Slackware ficou grande demais para caber num único CD. A partir daí, os ISOs não incluem mais todos os pacotes, mas apenas os pacotes principais (a pasta /slackware) e outros grupos mais comuns. No ISO do Slackware 8.1 por exemplo, não temos nem os disquetes de boot, o ZipSlack, a pasta de pacotes extras, entre outras coisas. Ou seja, mesmo instalando o Slackware via CD, pode ir se acostumando a visitar o FTP de vez em quando... :-) As pastas do diretório da versão 8.1 do Slackware são: 50 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net bootdisks/ - As imagens dos vários disquetes de boot do Slackware que vimos acima. extra/ - Aqui estão pacotes populares, mas que não foram incluídos no diretório de instalação do Slackware por questão de espaço. Esta pasta inclui por exemplo o Blackbox e o Xcdroast. isolinux/ - Aqui estão carregadas as imagens carregadas ao dar boot via CD-ROM. kernels/ - Um dos diferenciais do Slackware é que ao invés de ter um único Kernel "tamanho único" que vem com quase tudo ativado, como no Mandrake e outras distribuições, temos vários Kernels diferentes, o bare.i que é o mais usado, incluindo suporte a HDs IDE e outros dispositivos mais comuns e vários outros, destinados a PCs com periféricos menos comuns, como placas SCSI, periféricos USB, RAID, etc. A desvantagem é que a escolha fica por conta do usuário, exigindo um certo conhecimento sobre o Hardware do PC e os recursos de cada Kernel. pasture/ - Aqui estão pacotes de versões antigas do Slackware, que deixaram de fazer parte da versão atual, mas que ainda podem ser úteis para alguns usuários. Temos por exemplo alguns drivers de placas de vídeo que deixaram de ser suportadas no XFree 4.2 e o Wu-FTP rootdisks/ - As imagens dos rootdisks, usados no boot via disquete. slackware/ - A pasta principal do Slackware (veja abaixo). source/ - Os fontes de todos os pacotes incluídos na distribuição. Útil basicamente para desenvolvedores, já que os pacotes pré-compilados são muito mais fáceis de instalar. zipslack/ - O mini-slackware para discos Zip. Tem 95 MB de programas, incluindo vários editores, servidores, etc. Mas sem direito a interface gráfica. Dentro da pasta slackware/, temos os softwares divididos nas categorias abaixo. Você pode escolher quais categorias deseja instalar durante a instalação. -- a/ - Os pacotes essenciais do Slackware, que somam cerca de 50 MB na versão 7.1 e 100 MB na versão 8.1. O sistema já funciona só com estes pacotes, mas sem interface gráfica, poucos programas além de um processador de textos e nem conectividade de rede. Tudo isso é adicionado com os pacotes das categorias seguintes. -- ap/ - Aplicativos de modo texto, como o links, mc, mutt, etc. São todos bem leves, ideais para uso em micros antigos. -- d/ - Compiladores e bibliotecas necessários para poder instalar programas a partir do código fonte, como o GCC, make, etc. Juntos, os pacotes desta categoria somam mais de 200 MB. -- e/ - O Editor (com E maúsculo :-) EMacs. Ele oferece recursos fantásticos para programadores, mas tem pouca utilidade para usuários. Ocupa cerca de 25 MB. -- f/ - Uma coleção de FAQs sobre o Slackware. Opcional. -- gnome/ - Os pacotes que compõe o Gnome, incluindo também programas baseados na biblioteca GTK+ como o Abiword, Gimp, Evolution, Galeon, etc. -- k/ - O código fonte de Kernel, necessário se você precisar recompilar o Kernel para otimizá- lo ou ativar algum recurso. -- kde/ - Os pacotes do KDE, a interface gráfica mais usada no Linux atualmente. A pasta inclui ainda programas baseados na biblioteca QT, como o Koffice, Kdevelop, Konqueror, etc. 51 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net -- kdei/ - Os pacotes de internacionalização, necessários para adicionar suporte a Português do Brasil e a outras línguas no KDE. -- l/ - Bibliotecas extras que são necessárias para vários programas, incluindo tanto o KDE quanto o Gnome. Não é recomendável desmarcar esta categoria, a menos que você tenha certeza que os programas que você pretende usar não precisam de nenhuma destas bibliotecas. -- n/ - Conectividade de rede. Inclui o protocolo TCP/IP, suporte a discagem, Samba, Apache FTP, Sendmail e outros servidores, clientes de e-mail, IRC, etc. -- t/ - Editores LaTex, muito usados no meio acadêmico. -- tcl/ - Pacotes do TCL/tk, desnecessários na grande maioria dos casos. -- x/ - Os pacotes do Xfree. Necessários a menos que você pretenda trabalhar apenas em modo texto :-) Além do Xfree86, o pacote principal, temos pacotes de fontes (recomendável instalar todos. Temos ainda os pacotes de documentação e pacotes de código fonte, que são opcionais. -- xap/ - Aqui temos tanto alguns gerenciadores de janela alternativos, como o WindowMaker e o FVWM, quanto programas como o Mozilla e o Netscape, que não necessitam nem do KDe nem do Gnome para rodarem. Note que apesar disso, o Mozilla precisa do GTK+ e algumas outras bibliotecas da categoria l. -- y/ - Alguns jogos simples derivados do BSD. Se você tiver um HD grande e não se importar em sacrificar cerca de 1 GB, você pode simplesmente fazer uma instalação completa do Slackware. Não faz muita diferença do ponto de desempenho, pois mesmo instalados, os vários servidos e servidores ficarão desabilitados por default. Ou seja, só ocuparão um pouco mais de espaço em disco. Além de não ter a preocupação de ter de ficar imaginando quais pacotes você precisa ou não (acredite, nem quem trabalha diariamente com Linux conhece a função de todos os pacotes incluídos numa distribuição atual), você vai ter uma facilidade muito maior em usar o sistema e, principalmente, instalar novos programas, já que todas as bibliotecas e outros componentes eventualmente necessários já estarão à mão. Ativando e desativando serviços No Mandrake você usaria o Mandrake Control Center, no Red Hat usaria o centro de controle, mas no Slackware você precisa mesmo por a mão na massa para ativar ou desativar qualquer coisa. Se você tem medo do modo texto, ainda há tempo de mudar para outra distribuição... :- ) Tudo se concentra nos arquivos de configuração encontrados no diretório /etc. Aqui está por exemplo o proftpd.conf e o apache.conf, os arquivos de configuração que controlam respectivamente o servidor Web e FTP, além do fstab (configuração das partições de disco e outros sistemas de arquivos montados durante o boot), resolv.conf (onde fica a configuração dos servidores DNS usados para acessar a internet) e outros arquivos de configuração do sistema. 52 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Considere este um exercício que será útil para entender outros arquivos similares. Este é um cut and paste do conteúdo do arquivo: # Tell the viewers what's going to happen... echo "Starting up X11 session manager..." # KDE's kdm is the default session manager. If you've got this, it's the one to use. if [ -x /opt/kde/bin/kdm ]; then exec /opt/kde/bin/kdm -nodaemon # GNOME's session manager is another choice: elif [ -x /usr/bin/gdm ]; then exec /usr/bin/gdm -nodaemon # If all you have is XDM, I guess it will have to do: elif [ -x /usr/X11R6/bin/xdm ]; then exec /usr/X11R6/bin/xdm -nodaemon fi # error echo "Hey, you don't have KDM, GDM, or XDM. Can't use runlevel 4 without" echo "one of those installed." sleep 30 # All done. As linhas com # são só comentários para explicar o que está acontecendo. As linhas começadas com o comando "echo" são mensagens que são escritas na tela, durante o boot. Você pode substituí-las pelas suas próprias mensagens se quiser. Por exemplo, sabe o texto que aparece no menu de inicialização do lilo, durante o boot? Você pode edita-lo no arquivo /boot/lilo.conf. Escreva o que quiser e digite "lilo" para regravar o arquivo na trilha MBR do HD. Mas, voltando ao que interessa, o script em sí começa na linha "if" e termina na linha "fi". O que ele faz é procurar na ordem pelo KDM, em seguida pelo GDM e por último pelo XDM, inicializando o primeiro que encontrar. Para fazer com que o XDM seja sempre inicializado por default, você precisa apenas "matar" o scrip, fazendo com que ele pare de procurar pelo outros e inicialize direto o XDM. Para isso, basta comentar todas as linhas, deixando apenas a "exec /usr/X11R6/bin/xdm -nodaemon". Para terminar, no arquivo /etc/rc.d/rc.inetd2 temos inicializados mais alguns serviços, como o NFS e o SSH que também podem ser desativados caso você não pretenda utilizá-los. O procedimento é o mesmo, simplesmente comentar as linhas do que você não quiser carregar durante a inicialização. Se estiver dentro da interface gráfica, experimente chamar estes arquivos usando o xedit, um editor simples que é instalado por default (xedit arquivo_a_ser_editado). No modo texto você pode utilizar o vi. No próximo capítulo veremos alguns instruções básicas de como trabalhar com ele. Não se preocupe por não saber a função de cada serviço. Veremos o que cada um faz no capítulo 4. A idéia aqui é apenas dar uma visão geral sobre a função dos principais arquivos de configuração do Slackware. A facilidade em encontrar e configurar os scripts é justamente o principal motivo de tantos usuários utilizarem o Slackware. Apesar de à primeira vista ele parecer complicado, para quem tem o costume de configurar o sistema "à moda antiga", o Slackware se revela muito mais simples. Os scripts estão muito melhor organizados e muito melhor comentados do que em 55 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net outras distribuições. O Slackware é provavelmente a melhor distribuição para quem está começando e quer estudar a fundo o sistema com a ajuda de um bom livro como por exemplo o "Dominando o Linux" da Ed. Ciência Moderna. Este conhecimento dos scripts e utilitários do sistema vai ser útil também ao solucionar problemas em outras distribuições. Já que apesar de às vezes serem encontrados em locais diferentes, os scripts são basicamente os mesmos em qualquer Linux. Como instalar o gravador de CDs Este é um problema comum dos usuários do slackware. Como instalar o gravador de CDs? Apesar dele não ser detectado automaticamente, bastam dois cuidados durante a instalação para que em poucos minutos você esteja queimando seus CDs. Logo depois de terminada a instalação dos pacotes, o instalador perguntará sobre qual kernel você deseja usar. Escolha a opção "cdrom – Use a kernel from the Slackware CD" e em seguida escolha o kernel "scsi". No Linux, todos os gravadores de CD, sejam IDE ou SCSI são acessados através do módulo SCSI, por isso é indispensável ter suporte a ele no kernel. Logo depois, o instalador perguntará se você deseja passar parâmetros ao kernel, oferecendo uma linha em branco. Esta é a parte mais importante, onde você deverá informar a ele que possui um gravador de CD e aonde ele está instalado. Se o seu gravador estiver instalado na segunda IDE da placa mãe, então ele será reconhecido como hdc (secondary master) ou hdd (secondary slave). Caso esteja instalado junto com o HD, na primeira IDE, então ele estará como hdb. Preencha a linha com o parâmetro: hdc=ide-scsi Substituindo o "hdc" pela localização correta do gravador caso necessário. Prontinho, terminada a instalação você já poderá queimar seus CDs usando o xcdroast ou o programa de 56 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net sua preferência. Esta linha é incluída no arquivo /etc/lilo.conf. Caso você mude a posição do gravador (coloque-o como hdd por exemplo) basta editar o arquivo, alterando a linha append="hdc=ide-scsi" Se por acaso você instalar um segundo gravador, como hdb por exemplo, basta novamente editar o arquivo, inserindo uma segunda linha com a localização do novo gravador logo abaixo da primeira: append="hdc=ide-scsi" append="hdb=ide-scsi" Note que isso só é necessário para gravadores IDE. Para gravadores SCSI basta instalar o kernel com suporte a SCSI para que o gravador seja reconhecido automaticamente. Instalando o Red Hat O Red Hat é a segunda distribuição mais usada no mundo, perdendo apenas para o Mandrake. Ele também é uma das distribuições mais antigas que serviu de base para o desenvolvimento das primeiras versões do Mandrake e do Conectiva, entre outras distribuições. O Red Hat é ainda a distribuição mais usada em empresas, em parte graças ao suporte oficial e aos programas de certificação. Enfim, existem motivos de sobra para acompanharmos o que eles andam fazendo. Vamos lá :-) A instalação do Red Hat é bem simples, mais ou menos no nível do Mandrake. Basicamente, se você simplesmente responder "sim" ou "next" em todas as perguntas o sistema vai acabar sendo instalado sem maiores problemas. As perguntas apenas permitem que você escolha como quer particionar o disco, em qual linguagem o sistema deve ser instalado, qual resolução de vídeo prefere e assim por diante. O instalador faz a maior parte do trabalho sozinho. Lembre-se apenas que como sempre podem existir casos de componentes incompatíveis com a distribuição, principalmente se você usa uma placa mãe muito barata. Nenhuma instalação é completamente livre de problemas. Como sempre, o primeiro passo é dar boot através do CD-ROM de instalação. Caso você esteja usando um PC antigo, que ainda não suporte este recurso, basta fazer os disquetes de boot. A partir da versão 8.1 (a versão final deve estar disponível em Fevereiro de 2003) o layout dos disquetes de boot mudou um pouco. Para instalar a partir do CD ou a partir de arquivos copiados para uma partição do HD é preciso fazer um único disquete, gravando a imagem bootdisk.img, encontrada na pasta /images do CD1. Para instalar via rede é necessário um segundo disquete, o drvnet.img (placas PCI ou ISA) ou o pcmciadd.img (para notebooks com placas PCMCIA). Os disquetes são necessários nos casos em que o PC não suporta boot via CD-ROM ou caso você esteja usando um drive USB. A partir do Red Hat 8.0 o instalador se oferece para testar a integridade dos CDs de instalação através do md5sum. Este é um teste bit a bit que garante que não existe nenhum problema de gravação. Se um único bit vier alterado você é avisado do problema. Num CD-ROM de 48x o teste demora em média 4 minutos para cada CD, vale à pena. A primeira pergunta do instalador sobre a linguagem se aplica apenas à linguagem que será usada durante a instalação. A escolha da linguagem do sistema é feita bem mais pra frente, 57 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Na hora de configurar a rede, o próprio instalador se encarrega de detectar as placas de rede e hardmodems instalados no sistema e pedir as configurações de cada um. Lembre-se que o instalador não é capaz de detectar softmodems, que devem ser instalados depois, seguindo as instruções do capítulo 4 deste livro. O Red Hat inclui um firewall simplificado que permite bloquear o acesso a alguns serviços instalados no sistema, como o Apache, FTP, SSH, etc. Você deve indicar qual é a interface de rede "confiável" ou seja, a placa que está ligada aos demais micros da rede local e qual é a interface ligada à internet. O objetivo do firewall é permitir que os clientes da rede local possam acessar os serviços normalmente, ao mesmo tempo em que os acessos vindos da Internet são barrados até que dito o contrário. 60 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Em seguida basta configurar a senha de root e criar os logins dos usuários do sistema. Lembre- se de manter ativadas as opções "Enable MD5 Passwords" e "Enable Shadow Passwords" que habilitam respectivamente o suporte a senhas de mais de 8 caracteres e o armazenamento de senhas em forma encriptada. Bem, senhas com menos de 8 caracteres e ainda por cima gravadas no disco em texto puro não são muito recomendáveis não é mesmo? :-) Depois disso chegamos ao ponto alto da instalação, que é a seleção dos pacotes. Os pacotes estão divididos em poucas categorias, as tradicionais "Gnome", "KDE", "Jogos", "Escritório", "Desenvolvimento", etc. É recomendável marcar sempre tanto o Gnome quanto o KDE, além da categoria de desenvolvimento caso você pretenda instalar programas a partir do código fonte. Dentro de cada categoria você tem acesso a alguns os programas incluídos nela: 61 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net O Red Hat é grande, é recomendável reservar uma partição de pelo menos 4 GB. Uma instalação típica do 8.0 consome pouco mais de 2 GB, enquanto uma completa consome quase 3 GB. A maior parte dos pacotes são obrigatórios, por isso não é possível fazer uma instalação mínima. Mesmo desmarcando todas as opções do menu a instalação ainda consumirá 1.3 GB. Se você pretende instalar em menos que isso, a alternativa é usar o Slackware ou Mandrake. Outra ressalva é que o Red Hat (assim como o Mandrake) é recomendável apenas para micros Pentium II ou K6-2 em diante com pelo menos 128 MB. É possível instalar o sistema em micros com apenas 64 MB mas o desempenho fica comprometido. Para micros antigos o ideal é utilizar o Slackware ou o Vector Linux. Veja detalhes no capítulo 6 deste livro. A cópia dos pacotes demora um pouco devido à grande quantidade de softwares, mas o restante da instalação é bastante tranqüila. Para o final fica faltando apenas a configuração do vídeo, que se resume basicamente a indicar qual é a resolução desejada, já que o instalador detecta a placa de vídeo e o monitor usados. * Alguns pontos sobre o Red Hat 8: A) Assim como no caso do Mandrake 9.0, o instalador continua com basicamente as mesmas opções das versões anteriores (7.x). No caso do Red Hat as mudanças são apenas o melhor suporte a Hardware (como em toda nova versão) e melhorias na qualidade das fontes e alguns gráficos exibidos pelo instalador. Quem já instalou o Red Hat 7.2 ou 7.3 não terá a mínima dificuldade com este. B) O Bluecurve, o "desktop integrado" proposto pela Red Hat se revelou muito menos problemático do que muitos pensavam. Basicamente ele é um tema que pode ser usado tanto 62 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Este é um arquivo de texto com a impressão digital do arquivo, um número de 32 dígitos como este: 213d0e5615e8b6aeb6ab34de22282ff2 zxyz.iso à esquerda temos o número de verificação e à direita o nome do arquivo. Tudo o que você precisa fazer é, depois de baixar o arquivo, digitar: $ md5sum zxyz.iso ... num terminal, naturalmente substituindo o "zxyz.iso" pelo nome correto do arquivo. O sistema verificará o arquivo que você baixou e devolverá outro número. Se os dois números forem iguais, significa que o arquivo chegou intacto. Se por outro lado o número gerado for diferente significa que o arquivo chegou corrompido ou alterado de alguma forma. Neste caso o mais recomendável é baixa-lo novamente em outro mirror. O md5sum é um comando padrão no Linux e existe também uma versão for Windows (que roda sobre o DOS) que pode ser baixada no http://www.md5summer.org/download.htm. Os programas de gravação for Linux, como o xcdroast gravam imagens ISO por default, mas se você estiver utilizando um programa for Windows a opção pode estar meio escondida. No Easy CD Creator clique em "File > Select Create CD From Disc Image", não se esqueça de marcar a opção "Disk at once" no diálogo de gravação. No CDrWin clique em "Extras > Burn an ISO9660 Image File directly to CD". Você também pode comprar uma cópia já gravada conosco no: http://www.guiadohardware.net Com o CD em mãos falta apenas configurar a opção "boot sequence" do setup com a opção "CD-ROM,C,A" para dar boot preferencialmente através do CD-ROM. A maioria das placas mãe soquete 7 antigas, para Pentium 1 e também algumas placas mãe para Pentium II ou K6-2 não suportam as extensões ElTorito, usadas pelo CD-ROM do Knoppix e outros CDs bootáveis. Isto significa que mesmo que a opção esteja disponível no setup, você não conseguirá dar boot através do CD-ROM. Nestes casos basta gerar um disquete de boot, gravando o arquivo "boot.img" que está dentro da pasta KNOPPIX do CD-ROM. No Linux basta usar o comando "dd if=/mnt/cdrom/KNOPPIX/boot.img of=/dev/fd0". No Windows você pode usar o RawwriteWin, que vimos acima no tópico "como instalar via rede ou a partir do HD" Como funciona O Knoppix é baseado no Debian 3.0 e no módulo coop, um hack que permite que o sistema rode a partir de um sistema de arquivos compactado, gravado no CD-ROM, descompactando os arquivos on-the-fly, conforme eles são necessários. Graças à compressão o CD do Knoppix inclui quase 2 GB de programas, incluindo o pacote OpenOffice completo, Mozilla, KDE 3.0.3, Gnome e um conjunto completo de aplicativos e ferramentas de configuração, como os encontrados em qualquer grande distribuição. É um conjunto respeitável de programas que pode dar uma boa amostra das ferramentas disponíveis no Linux. Falando em ferramentas, o CD inclui também algumas ferramentas de análise de 65 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net segurança, como por exemplo o Ethereal (Iniciar > Applications > Net > Ethereal) um sniffer, capaz de capturar e analisar todos os pacotes transmitidos de forma não encriptada pela rede. Outro grande utilitário incluído é o Nessus, que simula invasões, apontando vulnerabilidades nas suas máquinas e dando dicas para corrigí-las. Comprimir os pacotes também melhora a taxa de transferência do CD-ROM, diminuindo a perda de desempenho causado pela relativamente baixa taxa de leitura. A idéia é que um CD- ROM de 40X é capaz de ler a em média 4 MB/s (a velha história de velocidade de rotação constante) mas ao ler 4 MB/s de dados compactados a uma razão de 3x, ele estará lendo na prática a quase 12 MB/s, quase a mesma taxa de transferência de uma HD razoável. Naturalmente ainda existem outros problemas, como o tempo de busca, que é muito mais alto num CD-ROM, mas o problema principal é bastante amenizado. Em contrapartida o trabalho do processador passa a ser maior, pois além de processar os dados referentes aos programas ele tem que ao mesmo tempo descompactar os dados lidos pelo CD-ROM. Por isso, mais do que em outras distribuições o desempenho do Knoppix aumenta de acordo com o poder de processamento da máquina. Numa máquina lenta, um Pentium II 300 por exemplo o desempenho é cerca de 50% menor do que seria ao rodar uma distribuição instalada no HD, enquanto num Athlon XP ou Pentium 4 a diferença já é muito menor. A primeira etapa do boot é o carregamento do Lilo, que mostra uma tela de boas vindas e uma linha onde você pode fornecer parâmetros para o boot. Veremos uma lista das possibilidades logo a seguir. É aqui que você pode carregar um disquete de configurações, usar o Gnome ao invés do KDE e assim por diante. Logo depois é carregado o Kernel, que por sua vez inicializa o hardware, cria um ramdisk usando uma parte (pequena) da memória RAM onde ficam arquivos de configuração e sistemas de arquivos que não podem ser executados a partir do CD-ROM. Depois disso entra em ação o hwsetup, o programa de detecção que se encarrega de detectar a placa de vídeo, som, rede, modem e outros periféricos suportados. Este trabalho de detecção é justamente o grande trunfo no Knoppix. Em poucos segundos é ele capaz de detectar, configurar e ativar todos os periféricos suportados na máquina, sem nenhuma intervenção do usuário. Testei o CD em várias máquinas e em todas ele conseguiu inicializar sem problemas, sempre detectando pelo menos o mouse, placa de som e rede. Durante o boot ele tenta sempre configurar automaticamente a rede, obtendo o IP e outros dados a partir de um servidor DHCP disponível. Se a máquina acessar a internet através de uma conexão compartilhada através do ICS do Windows, via IP Masquerade (no Linux) ou mesmo através de uma mini-distribuição como o Coyote, ele já será capaz de acessar a Web logo após o boot, sem necessidade de nenhuma configuração. 66 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net O Knoppix é quase uma espécie de forma de vida eletrônica que consegue se adaptar sozinho ao ambiente e sobreviver às intempéries, tudo com o objetivo de se "reproduzir" deixando o usuário feliz a ponto de recomendá-lo aos amigos :-) Ele é capaz de detectar ainda hardmodems. Infelizmente a lista de compatibilidade não inclui nenhum softmodem, mas você ainda pode tentar instalá-los da maneira usual, baixando os drivers no http://www.linmodems.org. Você pode encontrar mais informações no capítulo 4 deste livro. Como não é possível fazer memória swap no CD-ROM, o Knoppix é capaz de detectar e montar automaticamente partições de memória swap do Linux e também arquivos de memória swap em partições Windows. A memória swap é importante caso você tenha menos de 128 MB de memória, caso contrário você não conseguirá abrir muitos programas simultâneamente já que tudo estará rodando na memória principal. Um detalhe interessante que você notará é que o Knoppix não pede login. Ele carrega diretamente o KDE sem fazer absolutamente nenhuma pergunta. Na verdade, o Knoppix não utiliza contas de usuário; todos os logins, incluindo o root são bloqueados por default, fazendo com que apesar de conseguir fazer de tudo localmente, ninguém consiga acessar o seu micro remotamente. Esta estratégia oferece uma boa combinação entre facilidade e segurança que poderia até ser usada em outras distribuições destinadas a iniciantes. Caso você deseje permitir acesso remoto, seja via SSH, FTP, ou outro serviço qualquer, basta criar uma conta de usuário usando o kuser ou outro utilitário de sua preferência e habilitar o serviço desejado. Em "Iniciar > Knoppix" você encontrará um utilitário para habilitar um servidor SSH. Usando o Knoppix Depois do boot, você cairá num desktop já configurado, como o do screenshot abaixo. A grande sacada do Knoppix é justamente esta, você não precisa instalar nem configurar nada, é só colocar o CD-ROM na bandeja e ele já se vira. 67 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net uma partição Windows ou uma partição Linux Swap e mesmo assim prefira que o Knoppix não toque no HD e use só a memória RAM. knoppix blind knoppix brltty=type,port,table Estas duas opções são destinadas a deficientes visuais. A primeira ativa o suporte a terminais braille e a segunda especifica a porta serial onde o terminal está configurado. Estes terminais são dispositivos bastante interessantes, que transformam a saída de texto em caracteres braille em auto relevo que podem ser então "lidos" pelos deficientes. Eles são uma alternativa aos sintetizadores de voz. Como instalar no HD Se você gostou do Knoppix, existe uma última opção que é instala-lo no HD. Assim, além de não precisar mais guardar suas configurações no disquete, o desempenho do sistema passará a ser melhor. Num Celeron 400 com um HD de 13 GB e 196 MB de RAM ele demora apenas 40 segundos para dar boot, incluindo o carregamento do KDE, menos da metade do que uma instalação típica do Mandrake 9.0 na mesma configuração. Como vimos, os recursos disponíveis no Knoppix não ficam devendo nada às principais distribuições, por isso, se você já conseguiu configurar todos os seus periféricos e já se habituou ao sistema, pode muito bem optar por continuar com ele. Para isso, pressione "Ctrl + Alt + F2" para mudar para o terminal e chame o "knx-hdinstall". Este é o utilitário de instalação incluído no Knoppix. Ele é bem rudimentar se comparado com as ferramentas incluídas no Mandrake ou no Red Hat, mas tenha em mente que o objetivo dos desenvolvedores é construir uma distribuição que rode a partir do CD-ROM, não para ser instalada no HD o que fizeram muito competentemente, este utilitário é apenas um bônus. Na primeira tela você deve escolher em qual HD o sistema será instalado, basta selecionar usando as setas e pressionar a barra de espaços. Depois vem a parte mais difícil que é particionar o HD. O Knoppix inclui apenas o cfdisk que é bastante espartano, como vimos acima, no tópico sobre a instalação do Slackware. Se você não tem experiência com o cfdisk o mais recomendável é que você particione o HD usando uma ferramenta como o Partition Magic ou então o particionador incluído no CD de instalação do Mandrake, que além de ser gráfico e fácil de usar oferece a opção de redimensionar partições Windows já existentes. Você só precisaria arrumar um CD do Mandrake 8.2 ou 9.0, seguir a instalação até a parte do particionamento e abortar logo depois de formatar as novas partições. Para instalar o Knoppix você precisa de uma partição Linux de pelo menos 2.5 GB e mais uma partição Linux Swap (recomendável pelo menos 256 MB). Depois de sair do cfdisk, o programa perguntará se você deseja formatar a partição swap e em seguida também se deseja formatar a partição principal. A cópia dos arquivos é automática e demora em média 15 minutos. No final da instalação você terá a opção de definir uma senha de root (já que por default o Knoppix não usa senhas) e alterar a configuração da rede. Para finalizar, só falta instalar o lilo como gerenciador de boot, o que também é feito automaticamente. Caso você esteja instalando o Knoppix em dual-boot com o Windows ou outro sistema 70 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net operacional qualquer, você precisará configurar posteriormente o lilo através do lilo-config, que pode ser encontrado em Iniciar > System > System > Admin > Lilo-config. Você pode também configurar o lilo editando o arquivo /etc/lilo.conf e em seguida digitar "lilo" no terminal para salvar as alterações. Como o Knoppix é baseado no Debian 3.0, quase toda a documentação referente ao Debian também de aplica a ele. Tenha em mente que o Knoppix nada mais é do que um Debian pré- configurado. Você pode encontrar alguns excelentes manuais em Português no: http://debian-br.org/suporte/documentacao.php. Uma vez instalado no HD o Knoppix pode ser atualizado através do apt-get, como no Debian. Você pode começar pelas atualizações de segurança. Basta adicionar o endereço "http://security.debian.org stable/updates" no arquivo "/etc/apt/sources.list" (onde fica a lista dos endereços onde ele procurará as atualizações) e depois rodar os comandos "apt-get update" e "apt-get upgrade". Knoppix como disco de recuperação Se você ainda usa algum disco de boot do Windows 98 com algum programa herdado do MS- DOS 6.alguma_coisa para tentar recuperar arquivos e reparar sistemas em máquinas que não dão boot, existe uma grande chance que o Knoppix seja justamente a ferramenta que você estava procurando. Basta dar boot e montar a partição Windows ou Linux com problemas. A partir daí você tem acesso a todos os arquivos dentro de um ambiente gráfico e com acesso a editores de texto, internet e outras ferramentas. Mais do que suficiente para substituir ou editar arquivos de configuração e assim por diante. Se o objetivo for fazer backup, novamente o Knoppix se revela uma solução interessante. Você pode tanto dar upload dos arquivos para um outro micro da rede, que esteja compartilhando pastas, ou rodando um servidor de FTP ou NFS ou simplesmente instalar um segundo HD na máquina e usar o Knoppix para transferir os arquivos entre os dois de uma forma rápida, prática e sem nomes de arquivos truncados :-) Dentro do Knoppix você pode montar unidades de rede compartilhadas através do Windows ou pastas compartilhadas via NFS em outras máquinas Linux normalmente, como em qualquer outra distribuição Linux. Caso a máquina tenha um leitor e um gravador, ou então dois gravadores, você pode também usar um deles para dar boot no Knoppix e o segundo para fazer backup dos arquivos em CD. Enfim, as possibilidades são muitas. O Knoppix oferece um conjunto de ferramentas completo, com muito mais recursos do que um simples disquete de boot. Basta usar a criatividade para tirar proveito de todos os recursos. Knoppix como terminal Mais uma aplicação interessante para o Knoppix é usa-lo para rodar aplicativos instalados em outras máquinas Linux ou Windows. Ele contém todos os aplicativos necessários para isso, 71 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net como o SSH, VNC, Telnet e também a possibilidade de obter a tela de login a partir de outra máquina Linux da rede e a partir daí rodar todos os aplicativos instalados nela. Você pode usa-lo tanto numa rede de terminais leves, usando micros com CD-ROM mas sem HD (já que um CD-ROM custa bem mais barato que um HD) ou para acessar sua máquina de trabalho via Web quando estiver em outro micro ou Cybercafé. A idéia neste caso é a segurança, já que sempre é muito perigoso ficar digitando senhas em micros de estranhos, afinal ele pode ter um keytrap que memoriza as teclas digitadas no teclado ou um trojan qualquer. Dando boot no Knoppix você terá um ambiente mais antiséptico para acessar o site do home bancking ou mesmo o seu micro de casa via SSH ou VNC. Você pode ler mais sobre o uso do VNC no capítulo 3 deste livro. Ele pode ser utilizado para utilizar remotamente tanto máquinas Linux quanto máquinas Windows. Você pode acessar inclusive sua máquina de casa caso tenha uma conexão via cabo ou ADSL permanente. O SSH permite rodar aplicativos remotamente a partir de máquinas Linux através de uma conexão segura. Basta abrir um terminal e digitar "ssh -l seu_login ip_do_servidor", fornecer sua senha. Depois de estabelecida a conexão basta chamar os aplicativos desejados e eles serão abertos no Knoppix. A atualização de tela é mais rápida que no VNC e todos os dados são enviados de forma encriptada pela rede. Você pode também configurar o servidor para fornecer a tela de login, assim basta pressionar "CTRL+ALT+F2" para mudar para o terminal de modo texto do Knoppix e dar o comando "X :2 -query IP_do_servidor" para obter a tela de login e apartir daí poder rodar todos os programas como se estivesse na frente do outro micro. Veremos como utilizar o SSH e como obter a tela de login remotamente no capítulo 7 deste livro. Windows + Mandrake + Red Hat + Slack+ Knoppix no mesmo HD Uma dúvida freqüente em se tratando de instalação do Linux é sempre como fazer para instalar Windows e Linux em dual boot, ou como instalar várias instâncias do Linux na mesma máquina. Afinal, principalmente quando se está aprendendo, é muito útil ter várias distribuições instaladas para ver as diferenças entre elas e poder testar à vontade. Os gerenciadores de boot incluídos no Linux, a dupla sertaneja "Lilo e Grub" fazem um bom trabalho em facilitar a instalação de vários sistemas operacionais no mesmo micro. Mesmo com um HD relativamente pequeno, de digamos 13 GB, você pode instalar várias cópias do Windows e várias distribuições Linux no mesmo HD. Uma instalação típica do Mandrake ou do Red Hat cabe confortavelmente numa partição de 3 GB, enquanto uma instalação compacta do Slackware ou mesmo do Mandrake pode ser feita mesmo numa partição de 500 MB. Uma vez instalado tudo, você pode inclusive reinstalar as cópias do Linux sem prejuízo para as demais. A excessão à regra é o Windows, que tem um comportamento mais anti-social, regravando a MBR do HD a cada reinstalação. Vou dar aqui o exemplo de como instalar o Windows 2000, Mandrake 9.0, Red Hat 8.0, Slackware 8.1 e Knoppix num HD de 13 GB. A receita é bem simples e você pode adaptá-la às suas necessidades. 72 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net No Slackware o default já é instalar o lilo na partição, enquanto no Knoppix basta clicar em "no" quando ele perguntar se você deseja instalar o lilo na MBR. Agora você precisará instalar uma cópia do Lilo na MBR, que lhe dará a opção de escolher qual sistema você deseja instalar a cada boot. Como até agora instalamos todos os gerenciadores nas partições, precisaremos de um disquete de boot (dos feitos no final da instalação) da distribuição que você tiver mais familiaridade para poder dar boot e gravar o lilo na MBR. O disquete também vai ser útil caso mais tarde você faça uma barbeiragem qualquer que subscreva a MBR do HD, ou caso precise reinstalar o Windows. Basta inicializar pelo disquete e regravar o lilo ;-) Logue-se como root e abra o arquivo "/etc/lilo.conf" no seu editor preferido. No meu caso usei o Mandrake instalado no hda2 e o arquivo estava assim: boot=/dev/hda2 map=/boot/map vga=normal default=linux keytable=/boot/br-abnt2.klt prompt nowarn timeout=100 message=/boot/message menu-scheme=wb:bw:wb:bw image=/boot/vmlinuz label=linux root=/dev/hda1 initrd=/boot/initrd.img append="quiet devfs=mount hdc=ide-scsi" vga=788 read-only Veja que o arquivo está dividido em duas seções, a global, onde ficam as configurações do lilo e em seguida uma seção para cada sistema que será inicializado. 75 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net O que precisamos fazer é: a) Alterar a linha "boot=/dev/hda2" para "boot=/dev/hda", que fará o lilo ser gravado na MBR ao invés da partição. b) Apagar toda a segunda parte do arquivo e no lugar adicionar uma entrada para cada sistema operacional instalado, indicando a partição onde ele está instalado e o nome com que ele será identificado no menu de inicialização. c) Editar a linha "default=linux", indicando qual sistema será iniciado por default. d) Adicionar a linha "lba32" que elimina a limitação quanto a dar boot a partir de partições depois do cilindro 1024, encontrada em algumas placas mãe. Depois das alterações o arquivo ficará mais ou menos assim: boot=/dev/hda map=/boot/map vga=normal default=Mandrake keytable=/boot/br-abnt2.klt prompt nowarn timeout=100 lba32 prompt message=/boot/message menu-scheme=wb:bw:wb:bw other=/dev/hda1 label=Windows other=/dev/hda2 label=Mandrake other=/dev/hda3 label=RedHat other=/dev/hda5 label=Knoppix other=/dev/hda6 label=Slackware Depois de salvar o arquivo, dê o comando "lilo" para gravá-lo: # lilo Este "novo" lilo será gravado apenas no setor de boot. Ele não subscreve o lilo do Mandrake que está instalado no hda2. Neste esquema o lilo principal apenas chama os lilos instalados nas partições e também o gerenciador do Windows, que por sua vez se encarregam de carregar os sistemas operacionais correspondentes. Lembre-se que fazendo isso você pode reinstalar os Linux à vontade, inclusive mudando as distribuições instaladas em cada partição, desde que sempre tome o cuidado de instalar o gerenciador de boot na primeira trilha da partição. Alternativamente, você pode aproveitar para configurar o lilo diretamente durante a instalação de uma das distribuições, evitando esta última parte de configuração manual. Neste caso 76 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net prefira o Mandrake ou o Red Hat, onde esta configuração é mais fácil. Em ambos basta adicionar mais entradas no gerenciador de boot, apontando a partição e o nome de cada distribuição, como fizemos no arquivo de configuração do lilo. Veja que neste caso a distribuição "host" passa a ter o lilo instalado apenas na MBR e não na partição. Se você precisar reinstala-la você deverá repetir a configuração, caso contrário perderá o acesso às demais distribuições. Dual-Boot via BIOS Caso você seja realmente conservador e não queira saber do menor risco para seus arquivos de trabalho ao configurar o dual boot, existe ainda a opção de usar dois HDs e alternar entre Windows e Linux trocando o dispositivo de boot no setup. A maioria dos BIOS oferece este recurso, procure na seção "Boot": Se você tiver um HD instalado como primary master (/dev/hda), onde está instalado o Windows XP por exemplo e for adicionar um segundo HD onde será instalado o Linux, basta instala-lo numa posição diferente, como secondary master (/dev/hdc) por exemplo. Simplesmente desconecte o HD do Windows (para evitar qualquer acidente) e proceda a instalação das distribuições Linux desejadas no segundo HD. Depois de terminar, reconecte o primeiro HD, vá ao setup, detecte os HDs instalados e escolha qual será usado para dar boot. A partir daí você pode alternar entre Windows e Linux acessando o setup e alterando o dispositivo. Não é tão rápido quanto simplesmente escolher no menu do Lilo, mas não deixa de ser uma opção. A vantagem neste caso é que o risco de perda de dados durante a instalação do Linux e configuração do Lilo/Grub é zero. Você simplesmente não toca no HD do Windows. Ao longo do livro veremos mais dicas de como configurar tanto o Mandrake quanto o Red Hat, Slackware e outras distribuições. Ainda estamos apenas no começo :-) 77 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net programas ficam instalados dentro do diretório /usr (de "user"). Este é de longe o diretório com mais arquivos em qualquer distribuição Linux, pois é aqui que ficam os executáveis e bibliotecas de todos os principais programas. A pasta /usr/bin (bin de binário) por exemplo armazena cerca de 2.000 programas e atalhos para programas numa instalação típica do Mandrake. Se você tiver que chutar em que pasta está o executável de um programa qualquer, o melhor chute seria justamente a pasta /usr/bin :-) Outro diretório populado é o /usr/lib, onde ficam armazenadas bibliotecas usadas pelos programas. A função destas bibliotecas lembra um pouco a dos arquivos .dll no Windows. As bibliotecas com extensão .a são bibliotecas estáticas, enquanto as terminadas em .so.versão (xxx.so.1, yyy.so.3, etc.) são bibliotecas compartilhadas, usadas por vários programas e necessárias para instalar programas distribuídos em código fonte (os famosos arquivos .tar.gz, que veremos adiante). Subindo de novo, a pasta /boot armazena (como era de se esperar) o Kernel e alguns arquivos usados pelo Lilo (ou grub, dependendo de qual você tiver instalado), que são carregados na fase inicial do boot. Estes arquivos são pequenos, geralmente ocupam menos de 5 MB. Versões antigas do Red Hat e de outras distribuições criam por default uma partição separada para o diretório /boot de cerca de 30 MB, posicionada no início do disco para evitar o limite de 1024 cilindros do Lilo. Isto não é necessário hoje em dia, pois nas versões atuais do Lilo este limite não existe mais. Apesar disso, alguns usuários preferem manter o /boot numa partição separada por questões de segurança. Quando se fala em particionamento, as possibilidades são muitas, existem até listas de discussão dedicadas exclusivamente ao assunto. Afinal, talvez usar o sistema de arquivos xxx na partição yyy possa melhorar em 0,0003% o desempenho do sistema... Tem gente que realmente se prende aos detalhes. :-) Logo abaixo temos o diretório /dev, que é de longe o exemplo mais exótico de estrutura de diretório no Linux. Todos os arquivos contidos aqui. Como por exemplo /dev/hda, /dev/dsp, /dev/modem, etc. não são arquivos armazenados no HD, mas sim links para dispositivos de hardware. Por exemplo, todos os arquivos gravados no "arquivo" /dev/dsp serão reproduzidos pela placa de som, enquanto o "arquivo" /dev/ttyS0 contém os dados enviados pelo mouse (ou outro dispositivo conectado na porta serial 1). Esta organização visa facilitar a vida dos programadores, que podem acessar o Hardware do micro simplesmente fazendo seus programas lerem e gravarem em arquivos. Não é preciso nenhum comando esdrúxulo para tocar um arquivo em Wav, basta "copiá-lo" para o arquivo /dev/dsp, o resto do trabalho é feito pelo Kernel. O mesmo se aplica ao enviar um arquivo pela rede, ler as teclas do teclado ou os clicks do mouse e assim por diante. O diretório /etc, que estudamos no capítulo anterior concentra os arquivos de configuração do sistema, substituindo de certa forma o registro do Windows. A vantagem é que enquanto o registro é uma espécie de caixa preta, os scripts do diretório /etc são desenvolvidos justamente para facilitar a edição manual. É verdade que na maioria dos casos isto não é necessário, graças aos inúmeros utilitários que iremos estudar nos próximos capítulos, mas a possibilidade continua aí. Os arquivos recebem o nome dos programas seguidos geralmente da extensão .conf. Por exemplo, o arquivo de configuração do serviço de dhcp é o dhcpd.conf, enquanto o do servidor proftp é o proftpd.conf. Claro, ao contrário do registro, os arquivos do /etc não se corrompem sozinhos e é fácil fazer cópias de segurança caso necessário... O diretório /mnt (de "mount") recebe este nome justamente por servir de ponto de montagem para o CD-ROM (/mnt/cdrom), drive de disquetes (/mnt/floppy), drives Zip e outros dispositivos de armazenamento. O uso do diretório /mnt é apenas uma convenção. Você pode alterar o ponto de montagem do CD-ROM para /CD, ou qualquer outro lugar se quiser. Nada impede que você crie mais pastas no diretório raiz para armazenar seus arquivos: apesar 80 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net de ser recomendável em termos de organização e segurança, você não é obrigado a concentrar seus arquivos dentro do seu diretório de usuário. Nada impede que você logue-se como root, crie uma pasta /MP3, abra o menu de permissões para que seu login de usuário tenha permissão para acessá-la e a utilize para guardar suas músicas, por exemplo. Comandos do prompt Apesar da interface gráfica ser muito mais fácil de usar, é bom você ter pelo menos uma boa noção de como as coisas funcionam pelo prompt de comando, isso vai lhe dar um domínio muito maior sobre o sistema. Em vários pontos deste livro, sem falar de outros tipos de documentação sobre Linux/Unix, você verá receitas com longas listas de comandos que devem ser dados para configurar ou alterar algo. Na grande maioria dos casos existe algum utilitário gráfico que permite fazer o mesmo, mas os autores geralmente preferem dar a receita de como fazer via linha de comando, pois nem todo mundo terá os utilitários à mão e muitas vezes existem diferenças entre as opções disponíveis nas diferentes distribuições. Dar simplesmente uma lista de comandos torna a dica utilizável para um número maior de usuários. Outro ponto é que muitas vezes é realmente mais fácil simplesmente dar um comando para abrir um arquivo e descomentar algumas linhas do que abrir um utilitário que demora 15 segundos pra carregar, navegar por um monte de menus diferentes e marcar algumas opções escondidas. Uma coisa interessante no Linux é que você não precisa realmente digitar os comandos, basta selecionar a linha e usar o botão do meio do mouse para já cola-la na janela do prompt. O modo de comando é uma forma de "conversar" com o sistema, com mais opções do que seria possível através de um utilitário gráfico e obtendo respostas mais rápidas. É claro que o modo de comando pode assustar no início, mas um pouco de insistência vai facilitar bastante sua vida daqui em diante. Não seja apressado, o legal é justamente ir aprendendo comandos novos conforme os problemas forem aparecendo. Aqui estão alguns comandos básicos: cd : Serve para acessar os diretórios, como no DOS. “cd /” volta ao diretório Raiz, e “cd ..” sobe um diretório. Para abrir o diretório “/proc” por exemplo, digite "cd /proc”. Se você estiver dentro da pasta /home/fernando/mail por exemplo e quiser ir para a pasta /usr/local, não é preciso usar o “cd ..” para voltar ao diretório raiz, para só depois abrir a pasta, basta dar o comando “cd /usr/local” dentro de qualquer pasta, que o sistema se encarregará de acessar a pasta correta. Se por outro lado, você quiser apenas abrir a pasta “old” dentro da pasta /home/fernando/mail, basta apenas digitar “cd old”. startx : Serve para abrir a interface gráfica apartir do prompt, caso você tenha escolhido inicializar o sistema em modo texto. ls : Listar. Corresponde ao DIR do DOS. O "ls l more" quebra a lista em páginas, serve para pausar a listagem, para que você consiga ler tudo. "ls -a" mostra também arquivos ocultos (que no Linux têm o nome iniciado com um ponto, como .mail) e “ls -alh” mostra mais detalhes sobre os arquivos, incluindo as permissões de acesso e o tamanho. 81 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net man : Manual. Esse comando quebra um galhão, serve para acessar os manuais do comandos. Se você tiver dúvida sobre a sintaxe ou as opções de um comando qualquer basta digitar “man comando” como por exemplo “man ls”. ele vai abrir um arquivo de texto com todos os detalhes sobre o comando. Para sair, pressione “q” info : Informações. Traz informações mais detalhadas sobre o comando. Nem todos os comandos possuem uma página info, mas o número vem crescendo. Para usa-lo, basta digitar "info comando", como em "info lsmod" Se você preferir transformar as páginas de manual num arquivo, para ler num editor de textos ou imprimir, use o comando “man comando | col -b > arquivo.txt”, que copia toda a saída do comando man para o arquivo.txt mantendo a formatação e as quebras de linha. Naturalmente, você pode salvar em qualquer arquivo, nem mesmo a extensão .txt é obrigatória no Linux. Para imprimir direto, sem gerar o arquivo, use o “man comando | col -b | lpr”, onde o lpr é o utilitário que se encarrega de enviar os dados para a impressora. cp : Copiar. Serve para copiar arquivos, corresponde ao COPY do DOS. Se você copiar todos os arquivos, use apenas um “*” ao invés de “*.*” como usaria no DOS. Por exemplo, "cp * /home/fernando" copia todo o conteúdo da pasta atual para a pasta “/home/fernando”. Lembre-se a diferença entre usar a barra ou não no início do arquivo. Uma barra especifica que você está dando o caminha completo a partir do diretório raiz: /home/fernando/arquivos por exemplo. Ao dar o nome de uma pasta, sem a barra, o sistema entende que a pasta está dentro do diretório atual. Por exemplo, se você está no diretório /home e quer acessar a pasta /home/fernando/arquivos, você precisaria digitar apenas "cd fernando/arquivos mv : Mover. Serve tanto para mover arquivos, como em “mv foto.pgn /home/morimoto”, que move o arquivo do diretório atual para o /home/morimoto, quanto para renomear arquivos, como em “mv foto.png foto-old.png” rm : Remover. Como o nome indica, serve para deletar arquivos, corresponde ao DEL do DOS. Para deletar um diretório, use o "rm -r", como em "rm -r teste". Se preferir que o comando seja executado imediatamente, sem avisar sobre erros ou confirmar a cada arquivo, acrescente um f de “forçar”, como em “rm -rf teste” mkdir : "Make Dir". Serve para criar um diretório, "mkdir fernando" rmdir : "Remove Dir". Para deletar um diretorio, como em "rmdir fernando". O rmdir só funciona com diretórios vazios. No caso de diretórios com arquivos, use o “rm -r” ou “rm -rf” cat : Serve para ver o conteúdo de um arquivo. Por exemplo, "cat carta" mostra o conteúdo do arquivo “carta”. Este comando serve bem para ver o conteúdo de arquivos de texto pequenos, sem precisar abrir um editor mais sofisticado. Ele também pode ser combinado com outros comandos para realizar tarefas mais complexas. Por exemplo, se você tem um arquivo "boot.img" com a imagem de um disquete de boot, não bastaria simplesmente copiar o arquivo para o disquete com o comando cp, você precisaria fazer uma cópia bit a bit. Existem várias formas de fazer isso, mas uma solução simples seria usar o comando: $ cat boot.img | /dev/fd0 Neste caso ele lista o conteúdo do arquivo, mas ao invés de mostrar na tela ele o escreve no disquete (/dev/fd0). O "|" (pipe, ou cano) é o comando que permite fazer esse redirecionamento. Se você tivesse por exemplo um gravador de EPROMs ligado no seu micro por exemplo, você poderia regravar chips de BIOS usando este mesmo comando :-) Bastaria naturalmente 82 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net um e veja qual lhe agrada mais. No começo é comum que você não sinta muita necessidade de usar o terminal, provavelmente ele lhe pareça algo antiquado e desnecessário. Mas com o passar do tempo você vai passar a usá-lo cada vez mais, e ele vai começar a facilitar a sua vida. Pode anotar. Falando nisso, aqui vai uma pequena dica caso você resolva utilizar o xterm. Os comandos abaixo permitem alterar as cores do texto e do fundo do terminal. Basta usá-los uma vez e a alteração torna-se definitiva. Não é preciso digitá-los, basta selecionar e colar com o botão do meio do mouse (seja a explicação adiante). Substitua o "black" e "white" pelas cores desejadas: echo 'XTerm*Foreground: black' | xrdb -merge echo 'XTerm*Background: white' | xrdb -merge Você também pode usar os terminais de texto "puros" através do atalho Ctrl+Alt+F2. Você pode usar as teclas F de 1 a 6, onde cada uma representa um terminal independente. Para voltar para a interface gráfica, pressione Crtl+Alt+F7. Assim como por default tem vários terminais de texto, também é possível ter vários terminais gráficos independentes, usando as teclas F de 7 a 12, onde cada um pode não apenas rodar aplicativos diferente, mas também rodar interfaces gráficas diferentes. Mas, só vou contar como mais pra frente, se você conseguir ler tudo até lá :-) Uma alternativa mais corriqueira é usar os desktops virtuais. Cada desktop funciona como uma área independente e você pode alternar entre eles usando os atalhos presentes na interface gráfica que estiver utilizando: No KDE você pode alternar entre as áreas de trabalho virtuais pressionando Ctrl + uma das teclas de função, da F1 à F12, como em Ctrl + F1, Ctrl + F2, etc. Para enviar um programa aberto para outro desktop virtual, basta clicar sobre a barra com o botão direito do mouse e em seguida em “Para o ambiente...”. Os desktops virtuais permitem organizar melhor os programas abertos, e alternar entre eles com mais facilidade nas interfaces que não possuem barra de tarefas, como o Window Maker ou o Blackbox. Mais um aviso importante é que quando tiver um problema, não tente simplesmente reiniciar o micro como no Windows. Reiniciar o Linux não resolve os problemas, assim que o micro 85 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net reiniciar, ele estará igual ao que estava antes. Os erros de sistema são raros no Linux, embora muitos programas possam travar ou causar outros tipos de problemas. Sempre que isso acontecer, reinicie o programa, ou tente reiniciar o KDE (ou a interface que estiver usando) pressionando "ctrl+alt+backspace". Tentar reiniciar o sistema inteiro será quase sempre perda de tempo. Criando links O comando ln permite criar links. Existem dois tipos de links suportados pelo Linux, os hard links e os links simbólicos. Os links simbólicos têm uma função parecida com os atalhos do Windows, eles apontam para um arquivo, mas se o arquivo é movido para outro diretório o link fica quebrado. Os hard links por sua vez são semelhantes aos atalhos do OS/2 da IBM, eles são mais intimamente ligados ao arquivo e são alterados junto com ele. Se o arquivo muda de lugar, o link é automaticamente atualizado. Isto é possível por que nos sistemas de arquivos usados pelo Linux cada arquivo possui um código de identificação, que nunca muda. O sistema sabe o que o arquivo renomeado é o mesmo do atalho simplesmente procurando-o pelo ID ao invés do nome. O comando ln dado sem argumentos cria um hard link, como em: $ ln /home/morimoto/arquivo.txt arquivo Onde será criado um link chamado “arquivo” no diretório corrente, que apontará para o arquivo.txt dentro do diretório /home/morimoto Para criar um link simbólico, basta acrescentar o argumento “-s”, como em: $ ln -s /home/morimoto/arquivo.txt arquivo Você pode criar tanto links apontando para arquivos, quanto links apontando para diretórios. Por exemplo, se você acha muito trabalhoso acessar o CD-ROM através do diretório /mnt/cdrom, você pode simplesmente criar um link para ele dentro do seu diretório de usuário, ou onde você quiser. Ao clicar sobre o link no gerenciador de arquivos, você acessará o CD- ROM. Para criar um link chamado "CD" dentro do seu diretório de usuário apontando para o CD-ROM, o comando seria: $ ln -s /mnt/cdrom ~/CD O interpretador de comandos se encarregará de substituir automaticamente o "~" pela localização correta da sua pasta de usuário, não importa qual seja. Você pode ainda criar links que funcionarão em qualquer parte do sistema. Por exemplo, imagine que você armazene seus arquivos de trabalho na pasta /home/seu_nome/trabalho/arquivos. Ao invés de digitar o caminho completo, você poderia criar um link simbólico "arquivos" que poderia ser acessado a partir de qualquer pasta do sistema. Para isto, basta acessar o diretório /usr/bin e criar o link por lá, usando os comandos: $ cd /usr/bin $ ln -s /home/seu_nome/trabalho/arquivos arquivos Você verá muitos links espalhados pela estrutura de diretórios do Linux, um recurso muito 86 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net usado quando os arquivos de sistemas mudam de lugar numa nova versão. Mantendo um link na localização antiga, todos os programas antigos continuam funcionando sem problemas. Fechando programas travados Apesar do Kernel do Linux ser extremamente estável, quase impossível de travar, os programas nem sempre são. Para complicar, o rápido desenvolvimento do sistema e a necessidade por novos aplicativos acabam fazendo que com muitas vezes as distribuições tragam programas ainda em estágio Beta, ou mesmo Alpha, que ainda não estão completamente estáveis. Isto acaba resultando em travamentos. A vantagem do Linux neste ponto é que você nunca precisará reiniciar todo o sistema, bastará matar o aplicativo problemático, ou no pior dos casos reiniciar a interface gráfica. A forma mais prática de finalizar aplicativos é usar o xkill. Ao clicar sobre o ícone do programa, ou chama-lo pelo terminal (digitando xkill) o cursor do mouse virará um ícone de caveira. Basta clicar sobre o programa para finaliza-lo. Você também pode chamar o Xkill teclando Ctrl + Alt + ESC. Finish Him! :D Você também pode finalizar os programas através do terminal, usando os comandos kill e killall. O killall pode ser usado sempre que você souber o comando que inicializa o programa a ser fechado. Por exemplo, para fechar o xmms, o mesmo do screenshot acima, bastaria escrever “killall xmms”, para finalizar o konqueror o comando seria “killall konqueror” e assim por diante. O problema com o killall é que em muitos casos o comando para fechar o programa não é o mesmo que seu nome. Para fechar o mozilla por exemplo, você teria que digitar “killall mozilla-bin” e não apenas “killall mozilla”, que seria o mais lógico. Para os casos onde você não souber o nome do programa, existe o comando “ps” que mostra todos os processos em execução. Existem várias opções para este comando. A que costumo usar mais freqüentemente é “ps -x | more” que mostra todos os processos iniciados por você no terminal atual, sempre dando uma pausa quando esta encher a tela: 87 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net entre aplicativos ou até mesmo entre aplicativos gráficos e terminais abertos dentro da interface gráfica. Isso substitui o crtl+c, crtl+v com a vantagem do comando ser dado com um único clique do mouse. Basta selecionar o trecho de texto, a imagem, ou o que quiser copiar numa janela e clicar com o botão central na janela onde quiser colar a seleção. Se você não tiver um mouse de três botões, pressione simultâneamente os dois botões. Além de estar disponível dentro do modo gráfico, não importa qual seja a interface escolhida, este sistema de copiar e colar funciona também em modo texto, desde que o serviço GPM esteja ativo. Porém, este modo "padrão" tem algumas deficiências, ele não funciona muito bem para copiar grandes quantidades de texto e o texto a ser copiado precisa ficar selecionado durante a operação. Basicamente, você consegue copiar o que puder ser visualizado na tela. Não funciona para copiar 120 páginas de texto do Abiword para o OpenOffice por exemplo. Pensando nisso, os desenvolvedores do KDE e do Gnome se preocuparam em incluir sistemas de copiar e colar com um funcionamento semelhante ao do Windows. Você pode selecionar várias páginas de texto do Kword e colar no Kmail por exemplo usando o bom e velho ctrl+c, crtl+v. O KDE inclui até um Applet, o klipper (que fica ativado por default ao lado do relógio) que multiplica a área de transferência. Você tem vários slots que armazenam todas as últimas operações e pode colar qualquer uma das anteriores, bem prático. Porém, o sistema só funciona adequadamente entre os aplicativos do KDE. Ao abrir algum aplicativo do Gnome, o Mozilla, OpenOffice ou outros aplicativos baseados em outras bibliotecas você terá que recorrer ao botão do meio do mouse para copiar e colar entre eles. Infelizmente a área de transferência é um recurso que ainda não está muito bem resolvido no Linux. Com o tempo é provável que as várias bibliotecas de desenvolvimento incorporem algum sistema intercompatível. Mas, por enquanto, o jeito é conviver com os dois modos. Editando arquivos de texto Apesar de todos os programas de configuração que existem, a maior parte das configurações (senão todas) do Linux pode ser feita através de arquivos texto. Na verdade, a maioria dos programas de configuração nada mais são do que assistentes que facilitam a configuração destes arquivos. Mas, muitas ferramentas de configuração podem mudar de uma distribuição para a outra, enquanto os arquivos de configuração são universais. Por isso, a maioria dos autores prefere explicar a configuração dos arquivos ao uso das ferramentas, para que as instruções possam ser seguidas por todos os leitores. Ou seja, gostando ou não, muitas vezes você precisará editar algum arquivo de configuração, ou talvez prefira fazer isso algumas vezes para ganhar tempo ou para ter acesso a opções que não estejam disponíveis nos utilitários de configuração. Para editar os arquivos você precisará apenas de um editor de textos. Existem vários exemplos: você pode por exemplo usar o kedit, em modo gráfico, ou o vi se estiver em modo texto. Para abrir o kedit, já no arquivo a ser editado, abra um terminal e digite “kedit nome_do_arquivo”, como em “kedit /home/morimoto/.bashrc”. 90 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Kedit O kedit é muito parecido com o notepad do Windows (apesar do kedit ter muito mais recursos). Basta escrever o texto e salvar outra opção similar é o gedit (do Gnome). No vi os comandos são um pouco mais complicados, pois ele tem muitos recursos e todos são ativados através do teclado. Mas, para editar um texto simples você não terá muito trabalho. Digite: vi nome_do_arquivo Para abrir o arquivo a ser editado. Se o arquivo não existir o programa se encarregará de criá-lo. Se quiser abrir um arquivo que não está dentro da pasta onde você está atualmente, basta dar o caminho completo. Se por exemplo, se você está na pasta /home/morimoto e quer abrir o arquivo /etc/fstab, basta digitar vi /etc/fstab Ao abrir o vi você perceberá que o programa possui uma interface muito simples. Na verdade não há interface alguma :-) Mesmo assim, usá-lo é bem simples. O vi tem três modos de operação: comando, edição e o modo ex. Ao abrir o programa, você estará em modo de comando; para começar a editar o texto basta pressionar a tecla "i". Apartir daí ele funciona como um editor de textos normal, onde o Enter insere uma nova linha, as setas movem o cursor, etc. Quando terminar de aditar o arquivo, pressione Esc para voltar ao modo de comando e em seguida “ZZ” (dois Z maiúsculos) para salvar o arquivo e sair. Para sair sem salvar pressione Esc e digite ":q!" (exatamente como aqui, dois pontos, quê, exclamação, seguido de Enter). Uma segunda opção para salvar e sair é pressionar Esc seguido de ":wq". Para apenas salvar, sem sair, pressione Esc seguido de ":w" e para sair sem salvar use o Esc seguido de ":q!". Ok, parece complicado, mas depois de fazer isso algumas vezes vai parecer mais natural. Comece praticando um pouco agora, antes de ler o próximo parágrafo :-) Resumindo, o Esc faz com que o Vi volte ao modo de comando, o ":" nos coloca no modo ex, onde podemos salvar e fechar, entre outras funções. O "q" fecha o programa, o "w" salva o arquivo e o "!" é uma confirmação. 91 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net vi Ao sair do vi você voltará imediatamente para o terminal. Verifique se está tudo ok com o arquivo digitando cat nome_do_arquivo. Outra opção útil é o argumento "+/" que permite abrir o arquivo já numa palavra específica. Por exemplo, para editar o arquivo /etc/lilo.conf já na opção "timeout" o comando seria "vi +/timeout /etc/lilo.conf". O interessante no vi é que ele é ao mesmo tempo poderoso (para quem estiver disposto a sentar durante algumas horas para dominar todas as funções disponíveis, claro) e pequeno, o que faz com que ele seja encontrado em praticamente qualquer distribuição Linux. Do Red Hat ao Slackware, incluindo até mesmo mini-distribuições como o Tomsrtbd incluem ou o vi, ou algum tipo de clone dele, como o Elvis. Ou seja, o vi é o único editor de textos com que você poderá contar em qualquer situação, por isso é importante ter alguma noção de como trabalhar com ele. Os 15 minutos que você gastará para praticar um pouco os comandos certamente ainda vão lhe poupar muito mais tempo no futuro. Desligando Assim como no Windows, você precisa desligar o sistema corretamente para evitar perda de arquivos. Além da opção disponível na Interface gráfica, você pode desligar o sistema através de um terminal, usando um dos comandos abaixo: reboot - Reinicia o micro. halt – Desliga o micro. shutdown -h now – Também serve para desligar o sistema. Você pode substituir o now (agora) por um tempo em minutos que o sistema esperará antes de desligar, usando o argumento “+” como em shutdown -h +60. Você pode ainda especificar o tempo no formato hh:mm como em shutdown -h +06:00 (para desligar às 6:00 da manhã). É útil se você tem o hábito de deixar o micro ligado durante a madrugada baixando arquivos. Ctrl+Alt+Del - Este é uma atalho de teclado, que dependendo da distribuição desliga ou apenas reinicia o sistema. Instalando novos programas 92 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Em último caso, caso o pacote não esteja incluído nos CDs da distribuição, baixe-o no http://www.rpmfind.net ou no http://www.freshmeat.net Outra coisa importante é usar uma distribuição atual, ou pelo menos manter os pacotes atualizados. O Conectiva 7 é bem velhinho, você poderia atualizar para o Conectiva 8, ou então usar o Aptget para atualizar os pacotes. Encontrando o programa instalado Se por acaso depois de instalado você não conseguir encontrar o programa, use o comando “whereis” que em português significa justamente “aonde está”. Usando por exemplo: $ whereis netscape Você receberá algo como: $ netscape: /usr/lib/netscape /usr/local/netscape Ou seja, existem duas pastas com arquivos do Netscape. A primeira é a /usr/lib/netscape, uma localização pouco provável, já que a pasta /usr/lib guarda howtos e outros arquivos de documentação, não arquivos executáveis. Neste caso a localização correta é a pasta /usr/local/netscape. Bastaria criar um atalho para o executável. Outro comando que pode ajudar é o "locate" (localizar). Porém ele é bem menos específico, pois procura por todos os arquivos com o nome especificado e não apenas por executáveis. Ao dar um "locate netscape" você provavelmente receberá uma lista enorme. O locate é mais útil para procurar documentos. Programas com instalador Alguns programas, como o StarOffice e jogos como o Quake III são distribuídos em formato binário, já com um instalador. Estes programas quase sempre usam a extensão “.sh” e são os mais fáceis de instalar. Basta abrir um terminal e chamar o programa, colocando um “./” antes do nome, como em: # ./linuxq3ademo-1.11-6.x86.gz.sh Não se esqueça que para instalar qualquer programa você precisa estar logado como root. Use sempre o comando “su” antes. Isto abrirá o instalador gráfico, a lá Windows que se encarregará de instalar o programa. Como nos outros casos, depois de instalado basta chamar o programa num terminal ou criar um atalho para ele no iniciar. No caso do demo do Quake 3 que instalamos com o comando anterior, o comando para abrir o jogo é: “q3demo”, informado no final da instalação. Os “$” e “#” que usei antes dos comandos são uma nomenclatura comumente usada em documentação sobre Linux. O “$” indica que o comando pode ser executando por qualquer usuário do sistema, enquanto o “#” indica que o comando pode ser executado apenas pelo root, ou seja, que antes de executa-lo você precisa usar o comando “su”. 95 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Outro detalhe importante, sempre leia o read-me antes de instalar qualquer programa, isto não vale só para o Linux, mas para qualquer sistema operacional que você pretenda usar. No caso do Linux o read-me pode indicar algum comando extra que possa ser necessário (no caso dos programas .tar.gz) ou algum outro programa que seja necessário para rodar. Se você não receber o read-me junto com o programa, visite a página do desenvolvedor e veja o que ele tem a dizer. No caso dos arquivos em RPM por exemplo você verá o link na segunda tela do instalador. Trabalhando com permissões e usuários "O Linux é um sistema multiusuário". Você já deve ter ouvido esta frase muitas vezes. Isto significa que um mesmo PC ou servidor pode ser acessado por vários usuários simultâneamente. Com isto, surge a necessidade de algum sistema de segurança que limite o que cada usuário pode fazer no sistema, para que não haja o risco de que um usuário possa destruir arquivos ou configurações do sistema ou de outros usuários. Isto é feito através das permissões de arquivos. Clicando sobre as propriedades de qualquer arquivo no konqueror você verá uma janela com 9 campos, que permitem dar permissão de leitura, gravação e execução (que alguém traduziu para "inserir" na versão em Português :-) para o usuário dono do arquivo, para outros usuários que pertencem ao mesmo grupo que ele e finalmente a todos os demais usuários. O "dono" do arquivo é por default o usuário que criou o arquivo. Apenas este usuário pode alterar as permissões de acesso ao arquivo e pasta. 96 Entendendo e Dominando o Linux 5ed. - Carlos E. Morimoto - http://www.guiadohardware.net Em seguida vem o grupo, que permite que vários usuários tenham acesso a um arquivo ou pasta, sem ter que apelar para o campo "outros" que daria acesso a qualquer um. Imagine que estamos configurando um servidor em uma empresa importante e neste servidor temos uma pasta chamada "projeto_apollo" com vários arquivos confidenciais que deverá ser acessada apenas pelos programadores que estão trabalhando no projeto. Desativaríamos de imediato o campo "todos" mantendo marcados apenas os campos "usuário" e "grupo". O próximo passo seria justamente criar um novo grupo de usuários ("apollo" por exemplo) e incluir neste grupo todos os usuários que fazem parte do projeto. A partir daí, todos os programadores passariam a ter acesso à pasta, já que fazem parte do grupo. Você pode criar novos grupos e adicionar usuários a eles através do programa "kuser" que faz parte do KDE e por isso é encontrado em quase todas as distribuições. Basta chama-lo pelo terminal: kuser Basta clicar em "Grupo > Novo", fornecer o nome do novo grupo e em seguida clicar no botão "Edit" para marcar os usuários que farão parte dele: 97
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