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31.10.2013 - Aliados para enfrentar o tabagismo, Notas de estudo de Farmácia

Aliados para enfrentar o tabagismo

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 20/05/2014

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cemed-centro-de-estudos-do-medicame 🇧🇷

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Baixe 31.10.2013 - Aliados para enfrentar o tabagismo e outras Notas de estudo em PDF para Farmácia, somente na Docsity! Aliados para enfrentar o tabagismo PUBLICADO POR CEMED UFMG 31/10/2013 ⋅ 1 COMENTÁRIO ARQUIVADO EM BUPROPIONA, FUMO, MEDICAMENTOS, PARAR DE FUMAR, TABAGISMO, TERAPIA DE REPOSIÇÃO DA NICOTINA, VARENICLINA por Patrícia Vieira do Amaral Todos nós sabemos que o uso do cigarro é prejudicial à saúde e está associado a diversas doenças, inclusive como fator de risco para variados tipos de câncer1. No entanto, fumar é a principal causa evitável de doenças e mortes prematuras no mundo2, mesmo com toda a informação disponível sobre os riscos associados. O uso do tabaco continua sendo um hábito mundial e, no Brasil, 16% da população adulta é fumante, contabilizando 200 mil mortes/ano2 associadas ao vício em nosso país. Adicionalmente aos danos diretos do cigarro ao fumante, estima-se que pelo menos 2.655 indivíduos expostos involuntariamente à fumaça do cigarro morrem a cada ano no Brasil. Isso significa dizer que aproximadamente sete pessoas não fumantes morrem a cada dia devido ao tabagismo passivo, em sua maioria mulheres (60,3%)3. O cigarro contém diversas substâncias tóxicas, sendo a nicotina o componente psicoativo considerado responsável pelo vício1 e pelos sintomas de abstinência em caso de interrupção, tais como irritabilidade, fome, ansiedade, dor de cabeça, depressão, insônia e problemas de concentração. O desconforto provocado por esses sintomas pode durar até duas semanas4 e, normalmente, motiva o adiamento da decisão de parar de fumar. Um inquérito realizado no Brasil entre 2002 e 2009 demonstrou que, dentre tabagistas com 15 anos ou mais de idade, 45,6% haviam tentado parar de fumar nos 12 meses anteriores à pesquisa, sendo as mulheres mais frequentes nessa tentativa5. O potencial de adoecimento que o uso do tabaco acarreta e a dificuldade que o abandono do vício representa motivou o governo a organizar, em 1989, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). O programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade por doenças relacionadas ao uso do tabaco. Uma das estratégias é a promoção e apoio à cessação do hábito de fumar por meio da abordagem e tratamento do tabagismo na atenção básica e de média complexidade (Portaria SAS/MS 442/04). Segundo o fluxo de atendimento previsto, a pessoa passa por uma avaliação clínica inicial, na qual se estima o nível de motivação e o grau Google Imagens de dependência física (Teste de Fagerstrom – link abaixo). Com base no resultado dessa avaliação, elabora-se um plano de tratamento e o paciente participa de uma abordagem cognitivo-comportamental (quatro sessões no 1° mês, duas no 2° mês e uma do 3° ao 12° mês). É necessário a participação nas atividades cognitivo-comportamentais para receber o tratamento farmacológico, cujos medicamentos utilizados atualmente integram o componente estratégico do bloco de financiamento da assistência farmacêutica, a saber: adesivo de nicotina de 7, 14 e 21mg, goma de mascar de nicotina de 2mg e pastilhas de nicotina de 2mg para a Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), e o antidepressivo bupropiona 150mg6. A decisão sobre a utilização do apoio medicamentoso cabe ao profissional de saúde em conjunto com o paciente. Segundo protocolo do governo para dependentes da nicotina, o eixo central para a cessação e a prevenção de recaída é a intervenção cognitiva e o treinamento de habilidades comportamentais – somente em casos específicos pode ser utilizado um apoio medicamentoso (Protocolo e Diretrizes Terapêuticas – link abaixo). A eficácia da TRN, bupropiona, vareniclina e o potencial da cistina e nortriptilina para tratar a dependência à nicotina foi recentemente evidenciada em dados envolvendo mais de 100 mil indivíduos7. Notadamente, a associação entre TRN e bupropiona é 80% mais efetiva que nenhuma intervenção (placebo) e, dentre as TRN estudadas, a eficácia é similar. Ou seja, associar um medicamento que diminui os sintomas da abstinência com outro que irá repor a nicotina para o organismo ajuda 80 em 100 pessoas a pararem de fumar. Os resultados encontrados para a intervenção com a vareniclina também são positivos, com eficácia 2,8 vezes maior que o placebo no auxílio ao abandono do vício. Já quando a vareniclina é comparada com a TRN (adesivo, pastilhas e goma de mascar) essa eficácia passa a ser apenas 1,5 vezes maior. Outro ponto a ser destacado nos resultados dessa pesquisa é a eficácia similar nos tratamentos com bupropiona e a TRN, o que nos oferece uma opção terapêutica cômoda e de baixo custo, ideal para casos em que outros fármacos estão contra indicados7. Quando o uso de medicamentos for avaliado como necessário para o apoio à cessação do tabagismo, é primordial que os potenciais riscos associados sejam informados aos pacientes a fim de prevenir que os mesmos interrompam a terapia sem uma avaliação médica. A bupropiona, por exemplo, pode induzir graves reações adversas, em especial, crises convulsivas7. Por sua vez, a vareniclina está associada com aumento do risco de eventos cardiovasculares e neuropsiquiátricos8 e, se associada com TRN, pode exacerbar efeitos adversos como náuseas e dor de cabeça9, o que faz dessa associação uma opção não recomendada. Portanto, é necessário equilibrar cuidadosamente os riscos e os benefícios na instituição do tratamento medicamentoso. Assim, quando utilizadas de forma adequada, as opções medicamentosas podem aumentar as chances de sucesso na cessação do vício em longo prazo, atuando tanto na redução dos sintomas provocados pela abstinência, quanto na diminuição da busca pelo cigarro, principais problemas enfrentados por quem decide parar de fumar. Leia mais
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