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A Sociedade Virtual e a Grande Mãe: Um Relato Psicografado, Notas de estudo de Farmácia

Este documento contém um texto psicografado por edson perini em 2512, no qual ele descreve uma sociedade virtual governada por uma grande mãe e um conselho de notáveis. A grande mãe é responsável por fornecer energia e aquecimento fundamental à tribo, enquanto o conselho controla sua alimentação e energia. O texto aborda as diferentes categorias de indivíduos na sociedade, como os sábios, bajuladores e professores, e como eles se relacionam com a grande mãe e o conselho.

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 13/05/2014

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4.7

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Baixe A Sociedade Virtual e a Grande Mãe: Um Relato Psicografado e outras Notas de estudo em PDF para Farmácia, somente na Docsity! O blog, o professor universitário e a grande matriarca virtuosa PUBLICADO POR CEMED UFMG 03/08/2012 ⋅ ⋅ DEIXE UM COMENTÁRIO por Edson Perini (* 1956; † desconhecida). Texto psicografado no ano 2512 pelo médium Illuminatus.) Nós formávamos uma grande tribo. Éramos felizes, pois nossa Grande Mãe Virtuosa a todos protegia sob suas inúmeras asas, aba virtual sob as quais nos aquecíamos para escapar do frio isolamento social e da solidão. Ela era dura com todos, e exigente em suas necessidades. Precisávamos alimentá-la constantemente ou a treva era inevitável. Devidamente saciada, era justa nas suas atenções. Nossa Mãe não era matriarca absoluta. Nos bastidores comandava seu matriarcado um Conselho de Notáveis, seleção dos melhores entre os membros da tribo. Ali estavam os mais sábios, alguns nem tanto, escolhidos entre os mais competentes na sua alimentação. O Conselho comandava com mãos de ferro não apenas a alimentação da Grande Mãe, mas a energia que dela exalava e retroalimentava a tribo. Como toda energia, essa se expressava de formas diversas, e a mais poderosa era a que alimentava o aquecimento fundamental, assim conhecido por manter aquecidos os bolsos, parte mais sensível da existência humana. Se a Grande Mãe era justa, o Conselho tinha essa característica questionada por alguns. Ele era impávido em seu colossal poder; uns assentados na fé do exercício desse poder para o benefício da nação (fé que eu respeitava muito, mas não partilhava), outros assentados na crença de que primeiro era necessário ajudar-se à exaustão para que o espírito humano se desenvolvesse como um grande coletivo de felicidade (crença que eu abominava). Alguns na tribo eram para mim realmente sábios, e eu os admirava e confiava neles. Outros, talvez a maioria, eu os identificava com uma lei social (por eles considerada natural). Essa lei fora descoberta por um fantástico jogador de futebol, e segundo ela os humanos necessitavam levar vantagem em tudo – eu os conhecia como ‘espertos’. Eu não os considerava sábios, mas eram reconhecidos como exímios produtores de alimentos para as Grande Mãe – usavam muitas cores, flores e perfumarias. E deixavam nossa Mãe cada vez mais magnífica, com suas abas imensas. Eu não era sábio nem esperto. Tinha consciência de que nunca seria sábio, e não gostava dessa qualidade identitária dos espertos. Havia também uma categoria que eu classificava como bajuladores, que orbitavam sábios e espertos e viviam das suas migalhas. Como cães lazarentos, imploravam piedade. Eles eram muitos e realmente dignos de nossa piedade. Algumas pessoas eram espertas em um ambiente e bajuladores em outros. E eles se transformavam uns nos outros em função do tempo e da energia recebida. Era confuso. Minha sorte era que nada disso impedia minha felicidade, baseada em certa despreocupação com a Grande Mãe e seu Conselho, e na forma como me abstraía em meus pensamentos e ideias. Embora longe de ser um sábio, gostava de ser professor. Nessa época era possível ser professor sem ser sábio. Isso atrapalhava o aprimoramento na esperteza, coisas para mim incompatíveis. Esse conflito interno foi difícil durante um tempo, pois a pressão nos levava a pensar que ou você era sábio ou esperto, ou lhe restava ser um bajulador. Mas como avançar da idade as coisas foram ficando mais claras e fui percebendo que ser sábio não era uma obrigação e não ser esperto uma satisfação. E eu odiava profundamente a bajulação. E, no fundo, minha percepção estética me dizia que a esperteza não gerava beleza, um dos aspectos fundamentais da existência. E a bajulação era mesmo horrorosa. Não estava só! Muitos partilhavam comigo essas percepções, eu gostava de minhas companhias e acreditava nisso como o melhor da vida. Éramos conhecidos por não sermos. Os sábios viviam mais distantes pois eram mais raros, mas eu tinha amizades entre todas as categorias. Confesso que nunca deu muito certo com espertos e bajuladores. Tentava, como todos, satisfazer as necessidades da Grande Mãe, pois como todos, eu a amava, admirava suas qualidades, e a sua magnificência. Mas eu gostava de fazer coisas com as quais ela não se alimentava. Tentara cultivar flores para ela, mas me revelara um mau jardineiro. Tentara de um jeito, de outro, mas com resultados sempre pífios. A falta de aquecimento fundamental me incomodava no inverno, atrapalhava minha vida, causava-me reumatismos, mas não era o motivo de meus momentos infelizes. A Grande Mãe me deixava viver em paz, pois era justa. E eu a amava profundamente por isso. Mesmo o Conselho de Notáveis eu admirava; eles reluziam e era um espetáculo a forma como surfavam sobre seus currículos virtuais. Os sábios eram realmente fantásticos e surfavam com naturalidade; os espertos se exibiam com certa desenvoltura, mas não era a mesma coisa. Os bajuladores… bem, esses viviam à sombra. De qualquer forma, sábios e espertos eram seres superiores e isso enchia meus olhos. Mesmo assim eu não admirava os espertos, e nunca quis ser um. Sábio, todos nós sonhávamos ser. Até mesmo, em épocas de minha vida, tentara ser esperto por imaginar o conforto do aquecimento fundamental no inverno. Mas eu gostava das coisas pequenas, simples e belas. Porém, saciar o apetite de nossa matriarca, virtual e virtuosa, voraz e insaciável, era considerado pelo Conselho mais que uma obrigação: um dever cívico. Nossa missão impossível na vida era saciá-la; nada mais interessava. Chamavam isso ‘sistema’; eu nunca entendi o porquê. Só sei que gostar de coisas pequenas, que não alimentavam a Grande Mãe, era tratado com desdém. Muitas vezes escutei: ‘isso é legal, mas o sistema é outro’. Sempre odiei essa frase! E a insistência era castigada com isolamento e solidão. O Conselho não proibia a felicidade, mas não gostava de coisas pequenas e simples, embora belas. Ele nos classificava como portadores de deficiências diversas, relacionadas à produção. Eu acho que os membros da Câmara dos Espertos sabiam que sem nosso trabalho não podiam cultivar seus alimentos floridos, coloridos e perfumados, e por isso nos brindavam com a liberdade de sermos felizes. E a minha impressão era que usavam os bajuladores como escudeiros. Na época havia um psicoestimulante para aprimorar a base material da energia pensante, dado às crianças para evitar que crescessem como eu; mas para mim era tarde. Aliás, havia crescido em outra época, sob a égide de outro ‘sistema’, um patriarcado militar,
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