Baixe portuguesa - p-tre - ma - aula - 09 e outras Notas de aula em PDF para Contabilidade, somente na Docsity! Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário
da Área Administrativa do TRE/MA
dg O EU Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
OS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
Olá, prezado aluno!
Na aula de hoje, estudaremos o conteúdo discriminado abaixo. A
aula é realmente extensa, em virtude da quantidade de tópicos abordados e do
simulado. Mas o importante é você não esmorecer por causa disso.
CONTEUDO
Texto
Significação contextual de palavras e expressões
Leitura, análise e interpretação
Coesão e coerência
Adequação da linguagem
Equivalência e transformação de estrutura
Discurso direto e indireto
Então, mãos à obra!
Significação Contextual de Palavras e Expressões
É prudente iniciarmos tratando das relações lexicais que podem
influenciar a análise e interpretação de um texto. São elas:
a) Sinonímia - Palavras que indicam o mesmo objeto/referente.
Exemplo: Longo e comprido era o corredor. As palavras destacadas são
termos sinônimos, pois têm o mesmo referente: a dimensão do corredor. É
possível, portanto, haver um objeto (referente) com várias denominações:
carro, veículo, meio de transporte etc. Ocorre que também é possível que
palavras como cara, rosto e face designem, conforme o contexto, referentes
distintos. Veja os exemplos abaixo:
Tem a cara de pau de sustentar a mentira.
Seus rosto se enrubesceu.
Cristo deu a outra face.
Isso se dá porque sinônimos perfeitos não existem. E Embora
se fale em palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.
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Joana é a mulher de Marcelo.
Marcelo é o marido de Joana.
b) Antonímia - Vocábulos de significados opostos: dizer e
desdizer;, amar e odiar. Nem sempre é fácil detectar o grau de antonímia.
Vejamos o caso de quente e frio, eles são antônimos? Sim, em princípio, mas
o significado depende do contexto. Vejam os exemplos:
A cerveja estava quente/fria.
A sopa estava quente/fria.
Não se serve cerveja como sopa; logo cerveja quente (não
gelada) não equivale necessariamente à quentura de uma sopa (a 70 graus,
por exemplo). Há gradações entre as características que nem sempre
recobrem os mesmos referentes, pois seu emprego depende de um contexto
situacional.
Tanto na sinonímia quanto na antonímia existem gradações
entre os sentidos ou nem tanto em assim.
c) Homonímia - São palavras diferentes no sentido, tendo a
mesma escrita ou a mesma pronúncia. É o caso dos:
Manga (tecido)
Homônimos perfeitos Manga (fruta)
(mesma grafia e pronúncia) | Banco (móvel para assento de pessoas)
Banco (instituição financeira)
Esse (pronome)
Homônimos homógrafos | Esse (nome da letra S)
(mesma grafia) Ele (pronome pessoal)
Ele (letra do alfabeto)
Cela (aposento; mesmo que cadeia)
Homônimos homófonos | Sela (arreio acolchoado que se coloca no
(mesma pronúncia) dorso da cavalgadura e sobre o qual
monta o cavaleiro)
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possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.
[..]
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www. centrodebate.org)
1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é
manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o
mundo axiológico.
Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado
equivalente a:
(A) das normas.
(B) dos mercados.
(C) dos indivíduos.
(D) das liberalidades.
(E) das verdades.
Comentário - o adjetivo “axiológico” (de axiologia = teorias, avaliações,
análises e estudos que abordam a questão dos valores, especialmente valores
morais). Segundo o contexto, seu melhor significado aproxima-se do
significado da expressão das normas. Releia o final do segundo parágrafo
transcrito: “Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.”
Resposta - A
2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com o contexto,
observa-se emprego não-literal de vocábulo ou expressão em:
(A) Isso não ocorre com os animais brutos.
(B) supõe a avaliação de múltiplos fatores.
(C) Na escolha não pode haver indiferença.
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(D) o caminho escolhido mata outras possibilidades.
(E) O fenômeno ético não é um acontecimento individual.
Comentário - Emprego de linguagem não-literal é o mesmo que linguagem
CONOTATIVA (o contrário seria linguagem DENOTATVA, literal). Não
precisamos ir ao texto para percebermos que a letra D contém dois vocábulos
com sentido figurado: “caminho” e “mata”. O primeiro simboliza um meio de
atingir certo objetivo (literalmente, indicaria faixa de terreno por onde passam
ou podem caminhar pessoas ou animais ao irem de um lugar para outro). O
segundo expressa a extinção de mais alternativas, opções, escolhas
(literalmente, poderia significar tirar a vida, assassinar, causar mortandade).
Resposta - D
El
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações
75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a
debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
[...]
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)
3. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) A palavra inexorável (L.73) só
não pode ser substituída, no texto, sob pena de alteração de sentido, por:
(A) implacável.
(B) indelével.
(C) inelutável.
(D) perituro.
(E) sempiterno.
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Comentário - O vocábulo inexorável pode ser substituído por: rigoroso,
indelével (= indestrutível), inflexível, inelutável, implacável; também pode
ser trocado por sempiterno (= inesgotável, que não teve princípio nem
jamais terá fim; eterno, perpétuo). Já o vocábulo perituro denota aquilo que é
perecível, que há de acabar.
Resposta - D
[...]
Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também
exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade “maior” vê-se coagida por uma “menor”,
45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,
buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma
sanção.
[...]
(Jeitinho. In: www wikipedia.org - com adaptações.)
4. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Observando a frase "buscará dissuadir a
autoridade 'menor” de aplicar-lhe uma sanção” (L.46-47), assinale a
alternativa em que a substituição da palavra sublinhada mantenha o
sentido que se deseja comunicar no texto.
(A) obrigar.
(B) desaconselhar.
(C) persuadir.
(D) convencer.
(E) coagir.
Comentário - A frase integra o texto intitulado Jeitinho, que aparecerá na
íntegra mais abaixo.
Eis o significado contextual do vocábulo “dissuadir”: fazer
alguém mudar de ideia, opinião ou intenção; tirar de um propósito;
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DOS CONCURSOS
Façamos um pequeno exercício de leitura e resumo da ideia
central de cada fragmento abaixo.
1. “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar,
para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados,
cosendo sua própria sombra com a pedra da calçada [...].”
(Crônica de Cecília Meireles intitulada O anjo da noite)
2 “A Polícia militar entrou ontem em choque de manhã com os
moradores do bairro de Realengo (zona norte do Rio) que obstruíam, das 9h às
11h, duas pistas da Avenida Brasil, principal via de acesso ao Rio. Eles
protestavam contra os atropelamentos perto do CIEP Thomas Jefferson, na
margem da Avenida e pediam a construção de uma passarela para pedestres
E...”
(Folha de São Paula)
Então, será que você compreendeu a ideia principal do que
acabou de ler? Embora incompletos, os fragmentos dão a noção dos textos
como um todo significativo e de sua intencionalidade, característica principal
de um texto como uma unidade de sentido. O fragmento de Cecília fala da
passagem do guarda-noturno pelas ruas desertas; o segundo trata de uma
notícia de um confronto entre polícia e a população de um bairro no Rio
(Realengo) com protestos por causa de atropelamentos na Avenida Brasil.
Pela leitura dos fragmentos anteriores, você observou que todos
pertencem a textos, elaborados como partes de uma unidade de comunicação
intencional. E para se tornarem uma unidade de sentido, possuem uma
característica fundamental, que é a textualidade.
Chama-se textualidade ao conjunto de propriedades que uma
manifestação verbal deve possuir para construir um texto. Pode-se dizer que é
a textualidade que transforma qualquer sequência linguística em uma unidade
de sentido; é ela que lhe dá coerência.
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DOS CONCURSOS
Que tal examinarmos, por exemplo, a sequência abaixo e vermos
se ela constitui um texto? Vamos lá?
João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são
caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no
espaço. Segundo a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria
Rimaniana dá conta desse fenômeno.
Percebeu como a sequência anterior não constitui um texto? E por
quê? Porque, embora apareçam nela todos os elementos necessários à ligação
entre os termos, não é possível estabelecer entre eles uma continuidade
responsável pela unidade de sentido; dizemos, então, que a passagem não é
um texto, por lhe faltar textualidade.
A textualidade atrela-se à noção de contexto ou situação. Qualquer
falante sabe que a comunicação verbal não se realiza por meio de palavras ou
frases isoladas, desligadas da situação em que são produzidas. Se alguém
perguntar a um passante:
- Você sabe onde fica a rua X?
a pergunta feita naquela situação determinada deve indicar que o interpelante
não quer apenas indagar se o outro sabe a localização da rua, mas que ele
está lhe pedindo informação sobre como chegar até lá. Nessa situação, a
pergunta torna-se um pedido de informação, ou auxílio. Se o inquiridor obtiver
do transeunte simplesmente a resposta:
= Sei,
e este continuar o seu caminho, pode-se dizer que a sequência não constituiu
o texto desejado, já que não comunicou a intenção específica. Dizemos que,
nesse caso, não houve um texto interativo no sentido que estamos
considerando aqui.
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As categorias da ética
A vida humana se caracteriza por ser fundamentalmente
ética. Os conceitos éticos "bom" e “mau" podem ser predicados a
todos os atos humanos, e somente a estes. Isso não ocorre com
os animais brutos. Um animal que ataca e come o outro não é
considerado maldoso, não há violência entre eles.
Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados
eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou
limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa
nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética
desses resultados.
A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos
meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear
pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela
é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe
confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético.
Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de
energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-
se aos fins humanos a que se destina.
Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações
humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre,
vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente.
Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre
alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a
consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação
unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a
afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da
multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e
escolhemos.
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Aula 9 — Texto (Parte |)
DOS CONCURSOS
(A) a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo
de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”.
(B) o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam
atos de natureza técnica e atuam profissionalmente.
(C) a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção
ética que regule suas relações.
(D) as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais,
sejam elas humanas ou não.
(E) o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus
resultados e mais na própria concepção desses atos.
Comentário - Alternativa A: a tese (ou ideia central) de um texto
normalmente surge logo no primeiro parágrafo (parágrafo introdutório). De
acordo com ela, a ética é a característica fundamental da vida humana e,
consequentemente, é nela que os atos humanos devem estar baseados. Item
certo.
Alternativa B: o conceito de ética aplica-se a todos os seres
humanos, inclusive aos que são caracterizados conforme esta assertiva. Item
errado.
Alternativa C: ainda de acordo com o primeiro parágrafo,
“não há violência entre eles”, pois estão destituídos de qualquer concepção
ética. Item errado.
Alternativa D: essas noções dizem respeito exclusivamente
às organizações humanas (não há como relacionar essas noções a
organizações não humanas). Item errado.
Alternativa E: o segundo parágrafo é fundamental para
respondermos adequadamente. Segundo ele, os resultados têm grande
importância do ponto de vista ético: “Sob a perspectiva ética, o que importa
nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética
desses resultados. Item errado.
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Resposta - A
6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação aos terceiro e
quarto parágrafos, analise as afirmativas a seguir.
I. O objetivo principal do terceiro parágrafo é conceituar regras técnicas e
normas éticas.
II. O plano do terceiro parágrafo inclui uma exemplificação para sustentar a
tese anteriormente explicitada.
II. O início do quarto parágrafo apresenta uma conclusão acerca das ideias
apresentadas no terceiro.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
Comentário - É impossível que as afirmativas I e II sejam corretas, pois elas
se excluem. Portanto você deve imediatamente descartar a letra D. A leitura
atenta do terceiro parágrafo nos fará entender que nele existe um exemplo do
que foi dito sobre “os atos de caráter técnico”. Conclui-se com isso que: se a
afirmativa II é correta, a I é incorreta e também deve ser desprezada. Exclua,
então, a letra A.
Eis abaixo um exemplo! de parágrafo desenvolvido com o
objetivo de conceituar algo:
Cespe/TRT 102 Região/2005 - Tipologia: dissertação argumentativa
Tema: o aperfeiçoamento dos procedimentos é fator prescindível para a
democratização efetiva da justiça.
1 O exemplo foi extraído de uma redação de candidato a concurso público. Por questões óbvias, a identidade dele será
preservada.
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DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
“A necessidade da desburocratização da justiça
Entende-se por democratização da justiça a possibilidade de
que a todos seja prestada, de fato, a junção jurisdicional tal qual na
Constituição Federal: com celeridade e qualidade. [...]”
Breve comentário - O candidato iniciou o parágrafo com um conceito,
explicando o ponto-chave do tema: a democratização da justiça.
Vamos analisar o item III para decidirmos entre as letras B, C
e E. A afirmativa está correta e o autor deixou uma dica ao candidato: a
conjunção “pois”. Quando surge isolada por vírgulas e após o verbo da oração
que integra, essa conjunção constitui segmento de caráter conclusivo. Item
correto, assim como o item II.
Resposta - E
7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da compreensão adequada de
conceitos apresentados pelo texto, analise as afirmativas a seguir.
I. O senso-comum de liberdade é reconstruído e passa a incluir a noção de
que nem todos são livres na mesma medida.
II. O conceito de ética fundamenta-se numa perspectiva naturalista e põe em
segundo plano seu viés social.
II. As ideias de liberdade e obrigação não são concepções excludentes; ao
contrário, envolvem implicação necessária.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
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DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
natural. Seus representantes na arena política recorrem à
repressão quando necessário e fazem concessões quando
conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas
significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem
saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de
trabalho de 12 horas.
Parte dos trabalhadores - mais que no passado - chega
mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho
que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz
parte da lógica do sistema, contudo, que as massas
permaneçam excluídas. A cooptação de setores da
representação política das classes médias está sendo mais
resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas
confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à
sedução das classes dominantes.
Temos uma situação histórica favorável ao bloco
conservador. Nas atuais condições, a direita vem
administrando suas contradições internas. A política
econômica do governo do PT, as posições neoliberais do
PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB
tranquilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no
PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à
esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram
marginalizados.
A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União
Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15
anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta
dolorosamente diversas organizações socialistas.
No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas
de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no
PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem
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DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o
PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que
se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado
por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.
Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a
direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso
da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O
conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia.
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no “materialismo histórico”.
Alguns chegaram a falar num “materialismo | econômico”.
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para
promover a transformação das relações de produção e o
crescimento das forças produtivas.
A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu
para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes
derrotas. Duras lições da história política
convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade
interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela
superação das desigualdades.
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações
dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a
debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com
eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial
dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da
economia e passava a acreditar que possuía a chave da
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OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |)
compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos
afligem no presente.
Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da
ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a
ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos
convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não
há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi
tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades
precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente,
chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira
cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e
promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de
melhores condições materiais de cidadania, tal como
aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os
computadores, que demoraram, mas vieram.
Permito-me perguntar: vieram mesmo?
(Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006)
(FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que
apresente comentário pertinente ao texto
O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil,
apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não
teria êxito a instauração de um regime socialista.
O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional,
objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta
de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes
de revelar o discurso falho da extrema direita.
O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e
aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no
doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita,
ditando falaciosamente a democracia ao povão.
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DOS CONCURSOS
(E) sofística.
Comentário - Charge é um desenho caricatural com ou sem legenda,
publicado em jornal, revista ou afim, que se refere diretamente a um fato atual
ou a uma personalidade pública e os satiriza ou critica ironicamente. A
associação dela com seu título permite-nos interpretar o texto pela via
alegórica, que é a expressão do pensamento ou da emoção muito comum por
meio da pintura e da escultura.
Fática: tem a ver com a função da linguagem que busca
assegurar o contato entre falante e destinatário, como no uso de expressões
como Alô? Está me ouvindo?
Lúdica: a partir de jogos, brinquedos/brincadeiras.
Metonímica: decorrente de linguagem baseada no uso de
um nome no lugar de outro, pelo emprego da parte pelo todo, do efeito pela
causa, do autor pela obra, do continente pelo conteúdo etc. (por exemplo:
beber um copo no lugar de beber a cerveja do copo).
Sofística: leva em consideração argumento ou raciocínio
aparentemente lógico, mas na verdade falso e enganoso; falácia: Toda mulher
gosta de rosa; com exceção de algumas. Ainda que uma quantidade irrisória
não goste de rosa, a verdade é que nem todas as mulheres gostam dela.
Resposta - A
Jeitinho
O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu-
cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo.
O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e
sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também
5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar
bem" em uma situação "apertada".
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Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo
Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a
dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude
formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa
admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a
ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é
ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de
educação adequada.
O antropólogo prossegue explicando que, diferente das
norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas
para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é
naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada
à realidade individual. Um curioso termo - Belíndia - define
precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade
social da Índia.
Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma
realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que
vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas
vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma
autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma
coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da
qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância - e
apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a
autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem
se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o
que precisa.
Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem
permissividade alguma e possuem franca influência na esfera
dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-
seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que
é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:
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da Área Administrativa do TRE/MA
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DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
40
45
50
55
12,
(A)
(B)
(c)
acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade
não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o
jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após
o uso desse atalho.
Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também
exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade "maior" vê-se coagida por uma “menor”,
imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,
buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma
sanção.
A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe
conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você
sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um
promotor público que vê seu carro sendo multado por uma
autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)
de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou
o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de
qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.
(In: www wikipedia.or - com adaptações.)
(FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto
afirmar que:
o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso
entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo.
as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem
permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do
cidadão.
a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o
indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo
Estado.
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dg O |] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |)
A frase acima transmite duas informações: ele frequentou um
curso superior e aprendeu algumas coisas.
No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita
uma crítica ao sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da
preposição “mas”.
Assim, percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode
ser apresentado por um texto é o fato de ele dizer aquilo que parece não dizer,
ou seja, é a presença de enunciados pressupostos ou inferidos.
Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as
entrelinhas do texto, isto é, quando capta as mensagens implícitas.
Para não “cair” na exploração maliciosa de alguns textos que
abusam dos aspectos pressupostos ou inferidos, devemos saber que:
a) pressupostos são ideias não expressas de maneira explícita,
mas que podem ser percebidas a partir de certas palavras ou expressões
utilizadas.
“O tempo continua chuvoso.” (informação implícita: estava
chovendo antes)
“Pedro deixou de fumar.” (informação implícita: fumava antes)
b) “inferências são insinuações escondidas por trás de uma
declaração e dependem do contexto e do conhecimento de mundo que o
ouvinte ou o leitor têm. Quando um fumante com o cigarro pergunta:
- Você tem fogo?,
por trás dessa pergunta se infere:
- Acenda-me o cigarro, por favor.
Caso você encontre alguém correndo na rua e gritando
— Pega ladrão! Pega ladrão!”,
você subentenderá que esse alguém foi (ou está sendo) assaltado e clama por
socorro, não é mesmo?
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DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a
interpretação textual, uma vez que esse recurso argumentativo não é
posto em discussão pelo autor do texto e, por isso mesmo, pode levar o
leitor a interpretar o texto erroneamente.
Os pressupostos são marcados por:
a) “advérbios: “Os resultados da pesquisa ainda não chegaram
até nós.” (pressuposto: os resultados já deviam ter chegado ou vão chegar
mais tarde.)
b) verbos: "O caso do contrabando tornou-se público.”
(pressuposto: o caso não era público.)
c) orações adjetivas: "Os candidatos a prefeito, que só
querem defender seus interesses, não pensam no povo.” (pressuposto:
todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.)
d) adjetivos: “Os partidos radicais acabarão com a
democracia no Brasil.” (pressuposto: existem partidos radicais e não radicais
no Brasil.)
Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como
indiscutível para o falante e o ouvinte, não permitindo contestações; a
inferência é de responsabilidade do ouvinte, uma vez que o falante
esconde-se por trás do sentido literal das palavras.
A inferência pode ser uma maneira encontrada pelo falante para
transmitir algo sem se comprometer com a informação.
14. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter
técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem
para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o
que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses
resultados.
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Aula 9 — Texto (Parte |)
Mon
DOS CONCURSOS
No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de
neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento
linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do
vocábulo:
(A) qualificados.
(B) limitação.
(C) mesmo.
(D) não.
(E) mas.
Comentário - A palavra denotativa de inclusão “Mesmo” (= inclusive, até)
permite pressupor que “os atos de caráter técnico” também podem se revestir
de determinada característica (“qualificados eticamente”) que os torne avessos
à concepção de neutralidade comumente atribuída a eles.
Resposta - C
Coesão e Coerência
Primeiramente, vamos diferenciar os dois conceitos. A coesão
refere-se aos vínculos que se estabelecem entre as partes de um enunciado ou
de uma sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de
coesão, diz respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade
de um texto. Podemos nos valer do quadro abaixo para melhor entender esses
conceitos:
Coesão Coerência
Articulação entre palavras el Manutenção da sequência lógica de
enunciados do texto. argumentação.
Elementos coesivos (advérbios, | Não deve haver contradições e
conjunções, preposições, pronomes | mudanças bruscas no rumo do
etc.). pensamento.
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O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de
Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20
e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma
espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das
avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se
conhecem as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a
torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no
mínimo 60 dias para ser concluído.
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em
cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9)
atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos
graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos,
Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de
Santa Cecília.
1. REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto.
Observe que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido o
veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é
um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua
natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A
repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão.
2. REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição
parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se,
uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um
acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo
parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s)
sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos,
artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização
por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o
prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à
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prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos
costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que os
sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem
com mais propriedade.
3. ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido
pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1)
o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito
de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o
co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi
necessário repetir-se a palavra “avião” logo após as palavras “piloto” e “co-
piloto”. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto
será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de
automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse:
Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1)
ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas
escoriações e queimaduras. Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão
de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o
verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.
4. SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de
palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
principais elementos de substituição:
4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4),
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma
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Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído
com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o
marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as
três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não
sofreram ferimentos graves.
Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes:
a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para
que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a ideia,
expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à
corrida);
b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada
recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome
demonstrativo o retoma o fato de as pessoas receberem o 13º salário);
c) [...] Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao
reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo
que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu
ao reagir a um assalto...);
d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa,
ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas
Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa).
4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em
que se referem a um elemento do texto, o qualificam. Essa qualificação pode
ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo
que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
a) [...] foram elogiadas por Fernando Henrique Cardoso. O presidente,
que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto
presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como
exemplo, sociólogo);
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Resposta - D
16. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas alternativas a seguir,
ambas as expressões servem essencialmente à articulação sequencial das
ideias do texto, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) pois / porque (4º parágrafo).
(B) assim / entretanto (5º parágrafo).
(C) quando / eis por que (6º parágrafo).
(D) mas também / então (9º parágrafo).
(E) por aí / sempre (11º parágrafo).
Comentário - Outra vez estamos às voltas com elementos (conjunções,
advérbio e palavra de designação) que promovem a coesão entre segmentos
do texto intitulado As categorias da ética e expressam explicação, tempo,
conclusão, oposição, adição. A única exceção é o advérbio “sempre”. Leia a
passagem em que ele foi empregado: “Por aí se vê também que a liberdade e
a ética não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre
dimensões sociais, históricas e objetivas.” Esse advérbio de tempo é
meramente para indicar que o processo designado pelo verbo ter é contínuo,
não se interrompe.
É preciso entender que um texto é composto por ideias
conexas, que sobressaem entre uma frase e outra, entre um período e outro,
entre um parágrafo e outro. Essa conexão ocorre por meio de elementos de
coesão (citados no comentário da questão) que vão dando sequência ao texto,
que permitem ao autor desenvolver coerente e progressivamente essas ideias,
num processo em que continuamente as ideias vão se entrelaçando, vão sendo
retomadas. Mas ele quer como resposta a alternativa em que um elemento não
contribui para isso. Note que o advérbio "sempre" apenas se refere ao
processo verbal descrito na frase em que surge, ele não favorece a articulação
sequencial das ideias constantes no texto (que sobressaem, como já disse
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aqui, entre uma frase e outra, entre um período e outro, entre um parágrafo e
outro).
Resposta - E
17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas atuais condições em que
exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus
critérios no discurso da esquerda "moderada". (L.54-56)
A palavra seus no trecho acima tem valor:
(A) anafórico.
(B) anastrófico.
(C) catafórico.
(D) hiperbólico.
(E) paragramático
Comentário - O pronome possessivo “seus” retoma a expressão anterior
“direita moderada” e lhe atribui a posse dos “critérios” (= critérios da direita
moderada). Portanto não há dúvidas: a função coesiva do pronome tem valor
anafórico.
Valor “anastrófico” tem a ver com anástrofe, figura de
linguagem que consiste na inversão acentuada dos termos de uma oração. Um
exemplo clássico é o que ocorre no Hino Nacional Brasileiro: “OUVIRAM DO
IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS DE UM POVO HERÓICO O BRADO
RETUMBANTE”. Eis a construção na ordem direta: AS MARGENS PLÁCIDAS DO
IPIRANGA OUVIRAM O BRADO RETUMBANTE DE UM POVO HERÓICO”.
Valor “hiperbólico” tem a ver com hipérbole, outra figura de
linguagem; consiste na ênfase exagerada dos aspectos linguísticos do texto:
Ele morreu de tanto rir.
Valor “paragramático” tem a ver com a dupla possibilidade de
interpretação de um escrito: uma está na “superfície” do texto, é linear e
aparente; outra está nas entrelinhas dele, é implícita.
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Resposta - A
Adequação de Linguagem
e Modalidades linguísticas
Você já percebeu que a língua é um código de que se serve o
homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Interessante ainda é
perceber que, para realizar seu objetivo, a língua utiliza modalidades
diferentes. São basicamente duas modalidades:
Língua popular ou língua Língua culta ou língua-padrão:
cotidiana: é mais espontânea e compreende a [língua literária.
dinâmica. Usada muitas vezes em Utilizada pelas emissoras de rádio e
situações informais: conversa entre televisão; jornais, revistas,
amigos ou em família. São exemplos empresas, órgãos públicos, etc.
as gírias, os dialetos e os jargões. Associada à escola (gramática).
t v
e Tô preocupado. * Estou preocupado.
e Fiquei grilado. e Fiquei pensativo.
e Eaí, beleza? e Eaí, tudo bem?
e Gelinho, sacolé, chup-chup e Suco de frutas congelado dentro
de um saco plástico
e Abriro bico f* e Contar a verdade
e Peticionar e Pedir ao juiz
e Deletar e Apagar
e Câmbio e Negociação de moeda
estrangeira
e O conceito de erro
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos
de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma
culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém
deixou ele falar", não comete propriamente erro; na verdade, transgride a
norma culta.
Importa considerar, assim, o momento do discurso:
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O A 1 Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
a) Qual nível de linguagem é utilizado pelo locutor? Justifique sua
resposta com elementos do texto.
b) Que modificações podem ser feitas para transformar a
linguagem empregada em culta ou popular, conforme o caso?
Acertou se respondeu, primeiramente, “nível popular”, com base
nas expressões “filar” (segundo quadrinho) e “né” (último quadrinho).
Poderíamos reescrever o texto e alterar as palavras destacadas
para comer e não é, por exemplo.
[...]
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no “materialismo | histórico”.
60 Alguns chegaram a falar num "materialismo | econômico”.
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para
promover a transformação das relações de produção e o
crescimento das forças produtivas.
[...]
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)
18. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A expressão na crista de uma
onda (L.61) tem origem no registro:
(A) burocrático.
(B) culto.
(C) inculto.
(D) informal.
(E) regional.
Comentário - A expressão é um exemplo de gíria, que se enquadra no
registro informal da língua e que pode significar na moda, em momento de
sucesso ou evidência, no ápice de uma situação.
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ai O | Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
OS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
Resposta - D
Equivalência e Transformação de Estruturas
E por falar em “reescrever o texto”, esclareço que toda vez que
uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza
de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas e
que pode ser cobrada no concurso que você fará, só que com uma outra
“roupagem”: a paráfrase. Também farei distinção entre ela e a paródia
(outra forma de intertextualidade). Inicialmente, exemplificarei cada uma
dessas manifestações. Depois, comentarei as características que as
distinguem.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a “Canção do Exílio”.
Como era mesmo a “Canção do Exílio"?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
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= O EE) Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
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não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do
texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras,
mas também com outra estruturação sintática.
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão
(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram
mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados
na hora de parafrasear o texto original.
Na primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há
mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas,
em relação à paródia, há uma mudança no significado da informação. O
nome “palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras.
Há um contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo
liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do
texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Observe outros exemplos:
“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por
qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)
a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a
internet. (PARÁFRASE)
b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas,
no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE)
c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo
todo, a internet. (NÃO É PARÁFRASE)
Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à
obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:
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(ele) iria prendê-lo.
2. Verbo no presente: "Eu não
confio mais na Justiça"
2. Verbo no pretérito imperfeito
do indicativo: O detento disse que
não confiava mais na Justiça.
3. Verbo no pretérito perfeito:
"Eu não roubei nada”.
3. Verbo no pretérito mais-que-
perfeito (simples ou composto)
do indicativo: O acusado defendeu-
se, dizendo que não tinha roubado
(que não roubara) nada.
4. Verbo no futuro do presente:
"Faremos justiça de qualquer
maneira”.
4. Verbo no futuro do pretérito:
Declararam que fariam justiça de
qualquer maneira.
5. Verbo no imperativo: "Saia da
delegacia", disse o delegado ao
promotor”.
5. Verbo no pretérito imperfeito
do subjuntivo: O delegado ordenou
ao promotor que saísse da delegacia.
6. Pronomes este, esta, isto,
esse, essa, isso: "A esta hora não
responderei nada”.
6. Pronomes aquele, aquela,
aquilo: O gerente da empresa
tentou justificar-se, dizendo que
àquela hora não responderia nada à
imprensa.
7. Advérbio aqui: "Daqui eu não
sairei tão cedo".
7. Advérbio o
certificou os policiais de que dali não
ali: grevista
sairia tão cedo.
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» e er
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19:
(A)
(B)
(c)
(D)
(E)
Aula 9 — Texto (Parte |)
(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)
(FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que
se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão
para o discurso indireto.
O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a
fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste.
O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o dele.
O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.
O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu.
O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.
Comentário - Quanto aos elementos gramaticais, não se percebe erro. As
transposições estão adequadas.
O problema surge em relação ao aspecto discursivo. Com
exceção da letra A, em todas as demais há ambiguidade causada pelo emprego
dos pronomes possessivos “seu” e/ou “dele” após dois referentes capazes de
satisfazerem a coesão textual (o filho com fitinha azul é do rico ou do pobre?).
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Como o examinador exigiu a melhor resposta, esse aspecto deve ser
observado.
Para desfazer a tal ambiguidade, devemos utilizar outro
recurso coesivo: os demonstrativos aquele e este. Aquele retoma o primeiro
elemento mencionado, o que está mais distante (o homem rico); este retoma
o último elemento, o que está mais próximo (o homem pobre).
Resposta - A
Minhas explicações terminam aqui.
A partir da próxima página, você tem um simulado para testar
seu aprendizado. Em seguida, há o gabarito comentado dele.
A relação das questões trabalhadas nesta aula vem logo após.
Refaça-as durante a semana, como forma de revisar o conteúdo estudado
comigo. Na sequência vem o gabarito delas.
Bons estudos e até a próxima aula!
ler Tytésia
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1. Em sua reflexão acerca das possibilidades de recompor a memória para
escrever o livro, o narrador utiliza um procedimento de construção textual
que contribui para a expressão de suas inquietudes. Tal procedimento
pode ser identificado como:
a) encadeamento de fatos passados
b) extensão de parágrafos narrativos
c) sequência de frases interrogativas
d) construção de diálogos presumidos
Sobre a origem da poesia
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou
de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo
laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia
aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil
de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências,
discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.
“Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a
integridade entre nome e coisa — que o tempo e as culturas do homem
civilizado trataram de separar no decorrer da história.
A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos
flashbacks de uma possível infância da linguagem, antes que a representação
rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades — significante e
significado.
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em
tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela,
assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os
sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento,
dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências
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integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas,
sexuais, guerreiras?
2Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre
um passado pré-babélico, tribal, primitivo. Ao mesmo tempo, cada novo
poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco
desse passado.
Lembro-me de ter lido, certa vez, um comentário de Décio Pignatari, em
que ele chamava a atenção para o fato de, tanto em chinês como em tupi, não
existir o verbo ser, enquanto verbo de ligação. Assim, o ser das coisas ditas se
manifestaria nelas próprias (substantivos), “não numa partícula verbal externa
a elas, o que faria delas línguas poéticas por natureza, mais propensas à
composição analógica.
3Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os
índios americanos falando, na maioria dos filmes de cowboy — eles dizem
“maçã vermelha”, “água boa”, “cavalo veloz”; em vez de “a maçã é vermelha”,
“essa água é boa”, “aquele cavalo é veloz”. Essa forma mais sintética,
telegráfica, aproxima os nomes da própria existência — como se a fala não
estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo
tempo em que se apresenta).
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa
relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. 7A linguagem
poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece
uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.
[...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se
desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos,
ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis —
os poemas — contaminando o deserto da referencialidade.
ARNALDO ANTUNES
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2. Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, (ref.2)
Neste fragmento, a expressão em destaque é empregada para formar um
conhecido recurso da argumentação. Esse recurso pode ser definido
como:
a) admitir uma hipótese para depois discuti-la
b) retomar uma informação para depois criticá-la
c) relativizar um conceito para depois descrevê-lo
d) apresentar uma opinião para depois sustentá-la
e) apresentar uma opinião para depois sustentá-la
Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas
e subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de
estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da
sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas
diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por
exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é
sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como
ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função
coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável
força contrária à variação.
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
3. Considere as seguintes afirmações sobre os quatro períodos que compõem
o texto:
I. Tendo em vista as relações de sentido constituídas no texto, o primeiro
período estabelece uma causa cuja consequência aparece no segundo
período.
II. O uso de orações subordinadas, tal como ocorre no terceiro período, é
muito comum em textos dissertativos.
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I. Estudos feitos com várias profissões que trabalham em turnos mostram
que ficar acordado por mais de 19 horas ou ter uma jornada de trabalho
superior a 12 horas provoca sintomas semelhantes ao de um porre.
II. Se essas duas condições se sobrepõem numa madrugada, as
consequências negativas se potencializam ao extremo.
II. As reações ficam mais lentas e o julgamento da realidade é
comprometido.
IV. Um piloto dormir no manche do avião é uma cena muito mais rara do que
um motorista de ônibus ou caminhão cochilar no volante. Mas pode
acontecer.
V. No caso da aviação, há ainda o agravante de que os pilotos trabalham a
10 mil metros do solo, no comando de aeronaves complexas e delicadas,
às vezes com mais de uma centena de passageiros a bordo.
(Em: Pesquisa Fapesp, agosto/2009. Adaptado)
Assinale a opção que apresenta a melhor sequência.
o 1-0-W-Mm=y
b) IV-I-II-V-III.
o W-Il-M=-N-W
dy 1-V=M=-LÇA,
e) IV-1-I- AV
Leia o fragmento da crônica “O filho do japonês”, de Maluh de Ouro Preto.
“Ventava muito... A lua estava enorme, quase cheia, na noite do
primeiro aniversário da morte do filho do japonês. Ventava muito... Da
estrada, das ruas de terra batida, subia poeira fina, asfixiante, os galhos nus
gemiam, nas encostas a relva tremia. Ventava muito... A água da enseada se
encrespou de pequenas ondas sussurrantes, batendo nos rochedos limosos,
nos cascos dançantes dos barcos parados, rolando, rolando seixos já redondos
e polidos, búzios irisados de cores. Ventava muito... Aquela noite as traineiras
voltaram cedo, os pescadores cercaram as redes mais depressa, foi mais
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rápida a rotina compassada do arrastão, e apesar do luar, as meninas e moças
não foram brincar de roda. Ventava muito... Como sempre, a pequena aldeia
junto ao mar estava quieta, tristonha e linda, na sua poesia de luzes
vacilantes, árvores curvadas, casas humildes e caminhos ásperos. Ventava
muito... Nas ruas corriam cães vadios, porcos gordos e cabritos velozes
atravessavam a estrada, um cavalo pastava solitário, e a lua subia, prateada,
enorme, quase cheia, na noite do primeiro aniversário da morte do filho do
japonês.
A viúva do japonês, mãe do morto, quis mandar dizer missa, e as filhas
pediram ao pároco da cidade vizinha que viesse, mas o padre disse que não,
que sentia muito, mas não podia, era tão longe e fora de mão, tão escondido o
lugarejo onde nascera e vivera, mas não morrera o filho do japonês... O filho
do japonês tinha 20 anos. Forte, risonho, bonito, de tez morena e olhos
amendoados, tinha um ar diferente na mistura do sangue caboclo e oriental.
Exímio nadador e mergulhador, era quem melhor “matava” lagostas na
redondeza, o fornecedor amigo dos turistas. Um dia, fez-se embarcadiço num
pesqueiro de camarão, e deixando as lagostas e veranistas, a casa na beira da
praia e o botequim herdado do pai, deixando as namoradas, a mãe viúva e as
irmãs de olhos puxados, deixando a vila onde nascera e vivera, pôs-se a
navegar de norte a sul do país, num barco grande que, certa vez, foi pra bem
longe, para as bandas do Uruguai. Uma noite o vento soprou forte, fortíssimo,
vento impetuoso de tormenta, águas furiosas entraram no barco, que se abriu,
afundou, foi a pique, levando consigo os doze tripulantes, entre os quais o filho
do japonês...
[...]
Ventava muito... A lua estava enorme, quase cheia na noite do primeiro
aniversário da morte do filho do japonês. O padre não veio. Natividade,
bombeiro sacristão, rezou o terço e ladainha dos mortos, a gente da aldeia
cantou, cães latiram, o mar bateu mais forte na colina da capelinha branca,
cantando também nos rochedos e seixos rolados, nos cascos dançantes dos
barcos parados. Finda a reza, caladas as vozes, fechada a igreja, apagadas as
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B O Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
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velas, o vento continuou soprando sobre a vila adormecida, o mar continuou
sussurrando, e a lua continuou crescendo, no silêncio imenso, na noite fria,
linda, que marcou o primeiro aniversário da morte do filho do japonês.”
PRETO, Maluh de Ouro. “O filho do japonês”. In: SALES, Herberto (org.)
Antologia de crônicas. São Paulo: Ediouro, 2005, pp. 101-103.
7. Pode-se afirmar que o primeiro parágrafo do texto é marcado pelo
predomínio da descrição e o segundo pelo da narração.
CUIDADO PARA NÃO BATER
OLHE PELO RETROVISOR
Lembre-se de como você era e de como foi tratado pelos adultos.
Uma boa conversa pode ser melhor que um castigo daqueles.
= MANTENHA OS FARÓIS LIGADOS
Acompanhe de perto a vida dos seus filhos.
A gente faz coisas sem pensar, quando é surpreendido.
Ouça o que eles têm a dizer antes de tirar conclusões no escuro.
USE A SETA
Se a criança mereceu uma bronca, você deve dizer explicadinho o porquê.
Mostre a ela como fazer diferente nas próximas vezes.
EVITE O EXCESSO DE VELOCIDADE
Vá devagar com seu filho.
As crianças levam tempo para aprender as coisas.
Não dá para conseguir tudo de uma vez.
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Aula 9 — Texto (Parte |)
Mon
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incorporado ao Estatuto da Criança e do Adolescente, além de exagerar ao
proibir castigos leves e pedagógicos, cria a ilusão de que toda e qualquer
violência contra menores de idade será coibida. Diz a educadora Guiomar
Mello: “Há outros tipos de violência mais sutis, como a pressão psicológica, a
chantagem emocional e a expectativa exagerada sobre os filhos, que podem
causar tanto sofrimento quanto a agressão física”. [...]
Texto adaptado da Revista Veja. São Paulo: Abril, ano 43, n. 29, 21 jul. 2010, p. 87-92.
8 | Assinale o que for INCORRETO a respeito dos textos.
a) O texto “Cuidado para não bater” apresenta enunciados que condenam
veementemente os castigos corporais utilizados na educação de crianças e
de adolescentes. O “Palmadinha fora de lei”, por sua vez, apresenta
tanto argumentos favoráveis quanto desfavoráveis aos castigos físicos
como recurso pedagógico.
b) O texto “Cuidado para não bater” estabelece relação intertextual com
enunciados característicos da legislação que regula o código de trânsito,
objetivando instruir sobre as condutas adequadas que os pais devem
tomar na educação dos filhos.
c) De acordo com a pesquisa mencionada no texto 2, o projeto de lei é
100% eficiente para evitar que crianças sofram castigos físicos na infância
e desenvolvam traumas e condutas agressivas na vida adulta.
d) Diferente do texto “Cuidado para não bater”, no texto “Palmadinha
fora de lei” encontra-se o argumento de que nem sempre as crianças
têm maturidade para compreender as explicações verbais dadas por seus
pais sobre suas condutas inadequadas. Por essa razão, as chamadas
palmadas pedagógicas são necessárias em algumas situações.
e) Embora os textos mencionem a comunicação como forma adequada de se
educar uma criança, é o texto “Cuidado para não bater” que evidencia
a comunicação como a melhor e mais importante forma de orientar os
filhos.
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O Conar existe para coibir CONAR
os exageros na propaganda.
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Propaganda boa é
propaganda responsável
nesta-missão. InterbitsO
Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos. Que somos infalíveis. Que não
cometemos nem mesmo o menor deslize. E só não falamos isso por um
pequeno detalhe: seria uma mentira. Aliás, em vez de usar a palavra
“mentira”, como acabamos de fazer, poderíamos optar por um eufemismo.
“Meia-verdade”, por exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas nós
não usamos esta palavra simplesmente porque não acreditamos que exista
uma “Meia-verdade”. Para o Conar, Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária, existem a verdade e a mentira. Existem a
honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu
há 29 anos (viu SÓ? não arredondamos para 30) com a missão de zelar pela
ética na publicidade. Não fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaríamos
de dizer isso, mas, mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque é a
única forma da propaganda ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós,
para que serviria a propaganda se o consumidor não acreditasse nela?
Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça publicitária pode fazer
uma reclamação ao Conar. Ele analisa cuidadosamente todas as denúncias e,
quando é o caso, aplica a punição.
Anúncio veiculado na Revista Veja. São Paulo: Abril. Ed.2120, ano 42, nº27, 8 jul. 2009.
9. Considerando a autoria e a seleção lexical desse texto, bem como os
argumentos nele mobilizados, constata-se que o objetivo do autor do
texto é
a) “informar os consumidores em geral sobre a atuação do Conar.
b) conscientizar publicitários do compromisso ético ao elaborar suas peças
publicitárias.
c) alertar chefes de família, para que eles fiscalizem o conteúdo das
propagandas veiculadas pela mídia.
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d) chamar a atenção de empresários e anunciantes em geral para suas
responsabilidades ao contratarem publicitários sem ética.
e) chamar a atenção de empresas para os efeitos nocivos que elas podem
causar à sociedade, se compactuarem com propagandas enganosas.
Viagem ao centro da Terra
De início, não enxerguei nada. Havia muito tempo sem verem a luz,
meus olhos imediatamente se fecharam. Quando consegui ver de novo, fiquei
mais assustado que admirado:
- O mar!
- É - respondeu meu tio -, o mar Lidenbrock, e espero que nenhum
navegador vá me contestar a honra de tê-lo descoberto e o direito de batizá-lo
com meu nome!
Um enorme lençol de água, o começo de um lago ou de um oceano,
estendia-se “até onde minha vista não podia alcançar. As ondas vinham bater
numa praia bastante recortada, formada por uma areia fina e dourada,
salpicada por aquelas conchinhas que abrigaram os primeiros seres da criação.
As ondas quebravam com “aquele barulho característico dos ambientes muito
amplos e fechados. Uma espuma leve era soprada por um vento moderado, e
uma garoa me batia no rosto. A cerca de duzentos metros das ondas, naquela
praia ligeiramente inclinada, estavam as escarpas de rochedos enormes, que
se elevavam a uma altura incalculável. Alguns deles, cortando a praia com sua
aresta aguda, formavam cabos e promontórios desgastados pelos dentes da
arrebentação. Mesmo ao longe, seus contornos podiam ser vistos em
contraste com o fundo nebuloso do horizonte.
2Era realmente um oceano, com o contorno irregular das praias
terrestres, mas deserto, com um aspecto selvagem assustador.
Se minha vista podia passear ao longe naquele mar, era porque uma luz
“peculiar” iluminava seus menores detalhes. “Não a luz do Sol, com seus
fachos brilhantes e sua irradiação plena, nem a da Lua, com seu brilho pálido e
impreciso, que é apenas um reflexo sem calor. “Não, aquela fonte de luz tinha
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OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |)
corretas as afirmativas II, III e IV, como se aponta em E.
Resposta - E
4
Comentário - O anúncio publicitário explora a oposição entre “acordar” e
“dormir”. Estas assumem valores relativos conforme o grupo social a que se
refere o autor. Se para grande parte da população brasileira mais afortunada é
difícil acordar no inverno por causa do frio, mais penoso é dormir para os que
se veem privados de condições mínimas de sobrevivência.
Resposta - E
5
Comentário - No texto narrativo, as ações podem ser estruturadas
cronologicamente ou acompanharem o fluxo psicológico do narrador, o que
nem sempre obedece a um ordenamento causal.
Resposta - E
6
Comentário - O trecho IV apresenta um fato que vai ser comentado
posteriormente. Com base em estudos mencionados em I e retomados em II,
o autor aponta o resultado que justifica a conclusão apresentada em V.
Resposta - E
A
Comentário - No primeiro parágrafo, o uso predominante do pretérito
imperfeito do indicativo (“A lua estava enorme”, “das ruas de terra batida,
subia poeira fina”, “os galhos nus gemiam, nas encostas a relva tremia”)
assinala a subjetividade da descrição do ambiente em que decorre a narrativa,
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OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |)
como se o tempo passado estivesse ainda presente na memória do narrador,
expressando a melancolia que tal lembrança lhe provoca. No segundo
parágrafo, o pretérito perfeito expressa a sequência de ações e fatos
decorridos na noite da tragédia (“o vento soprou forte”, “águas furiosas
entraram no barco, que se abriu, afundou, foi a pique”).
Resposta -— Item certo.
8
Comentário - A proposição C desmente o que é mencionado corretamente
em D. No texto “Palmadinha fora da lei”, tanto a psicóloga Jonia Lacerda (do
Instituto de Psiquiatria da USP), quanto a psicóloga Marilda Lipp (professora da
PUCC) defendem a ideia de que a linguagem corporal pode ser mais apropriada
para crianças que não têm maturidade para compreender as explicações
verbais dadas por seus pais sobre suas condutas inadequadas.
Resposta - C
9
Comentário - O texto que acompanha o anúncio publicitário tem como
objetivo informar os consumidores sobre a atuação do Conar, visando a uma
reação por parte do receptor da mensagem.
Resposta - A
10
Comentário - O conhecimento gradativo se revela por meio da dúvida (“lago
ou oceano”) e a certeza (“era realmente um oceano”).
Resposta - A
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» O El [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
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Lista das Questões Comentadas
Les]
A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa
liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo
axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade
a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.
Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a
consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,
pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é Oo
melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras
possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.
[...]
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.ora)
1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é
manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o
mundo axiológico.
Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado
equivalente a:
(A) das normas.
(B) dos mercados.
(C) dos indivíduos.
(D) das liberalidades.
(E) das verdades.
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A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos
meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear
pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela
é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe
confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético.
Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de
energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-
se aos fins humanos a que se destina.
Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações
humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre,
vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente.
Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre
alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a
consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação
unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a
afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da
multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e
escolhemos.
Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,
paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações
humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação
de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana
complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera
do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,
entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,
mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.
Sob o ângulo especificamente ético, não haverá escolha,
exercício da liberdade, definição ética quando não houver
avaliação, preferência a respeito das ações humanas. Eis por
que na base da ética como dissemos, encontram-se
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necessariamente a liberdade e a valoração; a ética só se põe no
mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.
A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa
liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo
axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade
a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.
Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a
consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,
pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o
melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras
possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.
O mundo oferece resistências e determinações necessárias
e, por meio destas, as ações éticas se realizam precisamente
enquanto as contrariam. As ações éticas brilham justamente
quando se opõem às tendências "naturais" do homem. Assim, a
liberdade não só se contrapõe à necessidade, como sua
negação, mas também existe em função desta. Não há liberdade
sem necessidade. Não há ética sem impulsão, sem desejo.
A melhor prova da liberdade é o esforço de superação da
necessidade, afirmando-a e negando-a dialeticamente, a um só
tempo. Então, o mundo ético só é possível no meio social, no
bojo das determinações sociais.
O fenômeno ético não é um acontecimento individual,
existente apenas no plano da consciência pessoal. Isso porque o
ente singular do homem só se manifesta, como ser autêntico, em
suas relações universais com a sociedade e com a natureza.
Esse fenômeno é resultante de relações sociais e históricas,
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compreendendo também o mundo das necessidades, da
natureza. A ética só existe no seio da comunidade humana.
e os meios de circulação econômica dos bens possuem maior
liberdade do que aqueles que não têm o poder desse controle.
Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a
fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões
sociais, históricas e objetivas.
Há, assim, um grande esforço, um esforço ético-político para
se obter uma distribuição igualitária dos direitos entre os
homens, quer dentro das comunidades, quer entre as
comunidades. Na verdade existe uma ética sobre a ética, uma
meta-ética. A meta-ética é utópica, crítica, subversiva e
transcende as condições mais imediatas da vida social. No
entanto, ela precisa ser possível no mundo dos fatos sociais, sob
pena de se perder como uma utopia de meros sonhos.
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. In: www.centrodebate.org)
(FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A partir da tese defendida pelo
autor, é correto afirmar que:
a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo
de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”.
o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam
atos de natureza técnica e atuam profissionalmente.
a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção
ética que regule suas relações.
as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais,
sejam elas humanas ou não.
o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus
resultados e mais na própria concepção desses atos.
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natural. Seus representantes na arena política recorrem à
repressão quando necessário e fazem concessões quando
conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas
significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem
saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de
trabalho de 12 horas.
Parte dos trabalhadores - mais que no passado - chega
mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho
que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz
parte da lógica do sistema, contudo, que as massas
permaneçam excluídas. A cooptação de setores da
representação política das classes médias está sendo mais
resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas
confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à
sedução das classes dominantes.
Temos uma situação histórica favorável ao bloco
conservador. Nas atuais condições, a direita vem
administrando suas contradições internas. A política
econômica do governo do PT, as posições neoliberais do
PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB
tranquilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no
PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à
esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram
marginalizados.
A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União
Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15
anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta
dolorosamente diversas organizações socialistas.
No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas
de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no
PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem
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DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |)
partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o
PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que
se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado
por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.
Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a
direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso
da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O
conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia.
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no “materialismo histórico”.
Alguns chegaram a falar num “materialismo | econômico”.
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para
promover a transformação das relações de produção e o
crescimento das forças produtivas.
A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu
para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes
derrotas. Duras lições da história política
convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade
interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela
superação das desigualdades.
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações
dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a
debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com
eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial
dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da
economia e passava a acreditar que possuía a chave da
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(A)
(B)
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compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos
afligem no presente.
Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da
ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a
ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos
convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não
há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi
tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades
precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente,
chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira
cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e
promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de
melhores condições materiais de cidadania, tal como
aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os
computadores, que demoraram, mas vieram.
Permito-me perguntar: vieram mesmo?
(Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006)
(FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que
apresente comentário pertinente ao texto
O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil,
apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não
teria êxito a instauração de um regime socialista.
O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional,
objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta
de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes
de revelar o discurso falho da extrema direita.
O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e
aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no
doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita,
ditando falaciosamente a democracia ao povão.
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vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas
vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma
autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma
coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da
qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância - e
apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a
autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem
se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o
que precisa.
Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem
permissividade alguma e possuem franca influência na esfera
dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-
seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que
é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:
acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade
não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o
jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após
o uso desse atalho.
Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também
exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade “maior” vê-se coagida por uma "menor",
imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,
buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma
sanção.
A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe
conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você
sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um
promotor público que vê seu carro sendo multado por uma
autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)
de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou
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o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de
55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.
(In: www wikipedia.org - com adaptações.)
12. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto
afirmar que:
(A) o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso
entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo.
(B) as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem
permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do
cidadão.
(C) a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o
indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo
Estado.
(D) a famosa '“carteirada” constitui uma das manifestações do jeitinho
brasileiro e define-se pelo fato de dois poderes simetricamente
representados entrarem em tensão.
(E) nos Estados Unidos da América, as leis influem decisivamente apenas na
vida pública do cidadão, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as leis
logram mudar comportamentos no plano dos costumes e da vida privada.
13. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação à estruturação do texto e
dos parágrafos, analise as afirmativas a seguir.
I. O primeiro parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem
histórica do jeitinho.
II. A tese, apresentada no segundo parágrafo, encontra-se na frase iniciada
por no entanto.
II. O quarto parágrafo apresenta o argumento central para a sustentação da
tese.
Assinale:
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(A)
(B)
(c)
(D)
(E)
14.
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
se somente a afirmativa I estiver correta.
se somente a afirmativa II estiver correta.
se somente a afirmativa III estiver correta.
se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
se todas as afirmativas estiverem corretas.
(FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter
técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem
para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o
que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses
resultados.
No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de
neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento
linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do
vocábulo:
qualificados.
limitação.
mesmo.
não.
mas.
[...]
Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,
paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações
humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação
de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana
complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera
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) m gs
O EE) Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia
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(A)
(B)
(c)
(D)
(E)
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(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)
(FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que
se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão
para o discurso indireto.
O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a
fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste.
O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o dele.
O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.
O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu.
O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.
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Gabarito das Ques Gis nE
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