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Guias e Dicas
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portuguesa - p-tre - ma - aula - 09, Notas de aula de Contabilidade

Curso de Português para TRE

Tipologia: Notas de aula

2015

Compartilhado em 27/09/2015

vilmar-alves-ferreira-2
vilmar-alves-ferreira-2 🇧🇷

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Baixe portuguesa - p-tre - ma - aula - 09 e outras Notas de aula em PDF para Contabilidade, somente na Docsity! Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA dg O EU Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Olá, prezado aluno! Na aula de hoje, estudaremos o conteúdo discriminado abaixo. A aula é realmente extensa, em virtude da quantidade de tópicos abordados e do simulado. Mas o importante é você não esmorecer por causa disso. CONTEUDO Texto Significação contextual de palavras e expressões Leitura, análise e interpretação Coesão e coerência Adequação da linguagem Equivalência e transformação de estrutura Discurso direto e indireto Então, mãos à obra! Significação Contextual de Palavras e Expressões É prudente iniciarmos tratando das relações lexicais que podem influenciar a análise e interpretação de um texto. São elas: a) Sinonímia - Palavras que indicam o mesmo objeto/referente. Exemplo: Longo e comprido era o corredor. As palavras destacadas são termos sinônimos, pois têm o mesmo referente: a dimensão do corredor. É possível, portanto, haver um objeto (referente) com várias denominações: carro, veículo, meio de transporte etc. Ocorre que também é possível que palavras como cara, rosto e face designem, conforme o contexto, referentes distintos. Veja os exemplos abaixo: Tem a cara de pau de sustentar a mentira. Seus rosto se enrubesceu. Cristo deu a outra face. Isso se dá porque sinônimos perfeitos não existem. E Embora se fale em palavras sinônimas, também existem frases sinônimas. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 1 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O E! Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Joana é a mulher de Marcelo. Marcelo é o marido de Joana. b) Antonímia - Vocábulos de significados opostos: dizer e desdizer;, amar e odiar. Nem sempre é fácil detectar o grau de antonímia. Vejamos o caso de quente e frio, eles são antônimos? Sim, em princípio, mas o significado depende do contexto. Vejam os exemplos: A cerveja estava quente/fria. A sopa estava quente/fria. Não se serve cerveja como sopa; logo cerveja quente (não gelada) não equivale necessariamente à quentura de uma sopa (a 70 graus, por exemplo). Há gradações entre as características que nem sempre recobrem os mesmos referentes, pois seu emprego depende de um contexto situacional. Tanto na sinonímia quanto na antonímia existem gradações entre os sentidos ou nem tanto em assim. c) Homonímia - São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a mesma pronúncia. É o caso dos: Manga (tecido) Homônimos perfeitos Manga (fruta) (mesma grafia e pronúncia) | Banco (móvel para assento de pessoas) Banco (instituição financeira) Esse (pronome) Homônimos homógrafos | Esse (nome da letra S) (mesma grafia) Ele (pronome pessoal) Ele (letra do alfabeto) Cela (aposento; mesmo que cadeia) Homônimos homófonos | Sela (arreio acolchoado que se coloca no (mesma pronúncia) dorso da cavalgadura e sobre o qual monta o cavaleiro) www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra. [..] (Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www. centrodebate.org) 1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo axiológico. Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado equivalente a: (A) das normas. (B) dos mercados. (C) dos indivíduos. (D) das liberalidades. (E) das verdades. Comentário - o adjetivo “axiológico” (de axiologia = teorias, avaliações, análises e estudos que abordam a questão dos valores, especialmente valores morais). Segundo o contexto, seu melhor significado aproxima-se do significado da expressão das normas. Releia o final do segundo parágrafo transcrito: “Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.” Resposta - A 2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com o contexto, observa-se emprego não-literal de vocábulo ou expressão em: (A) Isso não ocorre com os animais brutos. (B) supõe a avaliação de múltiplos fatores. (C) Na escolha não pode haver indiferença. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 5 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O E! [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) (D) o caminho escolhido mata outras possibilidades. (E) O fenômeno ético não é um acontecimento individual. Comentário - Emprego de linguagem não-literal é o mesmo que linguagem CONOTATIVA (o contrário seria linguagem DENOTATVA, literal). Não precisamos ir ao texto para percebermos que a letra D contém dois vocábulos com sentido figurado: “caminho” e “mata”. O primeiro simboliza um meio de atingir certo objetivo (literalmente, indicaria faixa de terreno por onde passam ou podem caminhar pessoas ou animais ao irem de um lugar para outro). O segundo expressa a extinção de mais alternativas, opções, escolhas (literalmente, poderia significar tirar a vida, assassinar, causar mortandade). Resposta - D El A economia é um nível essencial da realidade histórica; nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos. Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações 75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno. [...] (Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006) 3. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) A palavra inexorável (L.73) só não pode ser substituída, no texto, sob pena de alteração de sentido, por: (A) implacável. (B) indelével. (C) inelutável. (D) perituro. (E) sempiterno. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 6 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Comentário - O vocábulo inexorável pode ser substituído por: rigoroso, indelével (= indestrutível), inflexível, inelutável, implacável; também pode ser trocado por sempiterno (= inesgotável, que não teve princípio nem jamais terá fim; eterno, perpétuo). Já o vocábulo perituro denota aquilo que é perecível, que há de acabar. Resposta - D [...] Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas de influência superiores. Quando uma autoridade “maior” vê-se coagida por uma “menor”, 45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma sanção. [...] (Jeitinho. In: www wikipedia.org - com adaptações.) 4. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Observando a frase "buscará dissuadir a autoridade 'menor” de aplicar-lhe uma sanção” (L.46-47), assinale a alternativa em que a substituição da palavra sublinhada mantenha o sentido que se deseja comunicar no texto. (A) obrigar. (B) desaconselhar. (C) persuadir. (D) convencer. (E) coagir. Comentário - A frase integra o texto intitulado Jeitinho, que aparecerá na íntegra mais abaixo. Eis o significado contextual do vocábulo “dissuadir”: fazer alguém mudar de ideia, opinião ou intenção; tirar de um propósito; Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA ai O Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS Façamos um pequeno exercício de leitura e resumo da ideia central de cada fragmento abaixo. 1. “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar, para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados, cosendo sua própria sombra com a pedra da calçada [...].” (Crônica de Cecília Meireles intitulada O anjo da noite) 2 “A Polícia militar entrou ontem em choque de manhã com os moradores do bairro de Realengo (zona norte do Rio) que obstruíam, das 9h às 11h, duas pistas da Avenida Brasil, principal via de acesso ao Rio. Eles protestavam contra os atropelamentos perto do CIEP Thomas Jefferson, na margem da Avenida e pediam a construção de uma passarela para pedestres E...” (Folha de São Paula) Então, será que você compreendeu a ideia principal do que acabou de ler? Embora incompletos, os fragmentos dão a noção dos textos como um todo significativo e de sua intencionalidade, característica principal de um texto como uma unidade de sentido. O fragmento de Cecília fala da passagem do guarda-noturno pelas ruas desertas; o segundo trata de uma notícia de um confronto entre polícia e a população de um bairro no Rio (Realengo) com protestos por causa de atropelamentos na Avenida Brasil. Pela leitura dos fragmentos anteriores, você observou que todos pertencem a textos, elaborados como partes de uma unidade de comunicação intencional. E para se tornarem uma unidade de sentido, possuem uma característica fundamental, que é a textualidade. Chama-se textualidade ao conjunto de propriedades que uma manifestação verbal deve possuir para construir um texto. Pode-se dizer que é a textualidade que transforma qualquer sequência linguística em uma unidade de sentido; é ela que lhe dá coerência. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 10 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS Que tal examinarmos, por exemplo, a sequência abaixo e vermos se ela constitui um texto? Vamos lá? João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. Segundo a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria Rimaniana dá conta desse fenômeno. Percebeu como a sequência anterior não constitui um texto? E por quê? Porque, embora apareçam nela todos os elementos necessários à ligação entre os termos, não é possível estabelecer entre eles uma continuidade responsável pela unidade de sentido; dizemos, então, que a passagem não é um texto, por lhe faltar textualidade. A textualidade atrela-se à noção de contexto ou situação. Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se realiza por meio de palavras ou frases isoladas, desligadas da situação em que são produzidas. Se alguém perguntar a um passante: - Você sabe onde fica a rua X? a pergunta feita naquela situação determinada deve indicar que o interpelante não quer apenas indagar se o outro sabe a localização da rua, mas que ele está lhe pedindo informação sobre como chegar até lá. Nessa situação, a pergunta torna-se um pedido de informação, ou auxílio. Se o inquiridor obtiver do transeunte simplesmente a resposta: = Sei, e este continuar o seu caminho, pode-se dizer que a sequência não constituiu o texto desejado, já que não comunicou a intenção específica. Dizemos que, nesse caso, não houve um texto interativo no sentido que estamos considerando aqui. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 11 10 45 20 25 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) As categorias da ética A vida humana se caracteriza por ser fundamentalmente ética. Os conceitos éticos "bom" e “mau" podem ser predicados a todos os atos humanos, e somente a estes. Isso não ocorre com os animais brutos. Um animal que ataca e come o outro não é considerado maldoso, não há violência entre eles. Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses resultados. A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir- se aos fins humanos a que se destina. Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre, vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente. Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e escolhemos. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 12 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS (A) a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”. (B) o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam atos de natureza técnica e atuam profissionalmente. (C) a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção ética que regule suas relações. (D) as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais, sejam elas humanas ou não. (E) o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus resultados e mais na própria concepção desses atos. Comentário - Alternativa A: a tese (ou ideia central) de um texto normalmente surge logo no primeiro parágrafo (parágrafo introdutório). De acordo com ela, a ética é a característica fundamental da vida humana e, consequentemente, é nela que os atos humanos devem estar baseados. Item certo. Alternativa B: o conceito de ética aplica-se a todos os seres humanos, inclusive aos que são caracterizados conforme esta assertiva. Item errado. Alternativa C: ainda de acordo com o primeiro parágrafo, “não há violência entre eles”, pois estão destituídos de qualquer concepção ética. Item errado. Alternativa D: essas noções dizem respeito exclusivamente às organizações humanas (não há como relacionar essas noções a organizações não humanas). Item errado. Alternativa E: o segundo parágrafo é fundamental para respondermos adequadamente. Segundo ele, os resultados têm grande importância do ponto de vista ético: “Sob a perspectiva ética, o que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses resultados. Item errado. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 15 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Resposta - A 6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação aos terceiro e quarto parágrafos, analise as afirmativas a seguir. I. O objetivo principal do terceiro parágrafo é conceituar regras técnicas e normas éticas. II. O plano do terceiro parágrafo inclui uma exemplificação para sustentar a tese anteriormente explicitada. II. O início do quarto parágrafo apresenta uma conclusão acerca das ideias apresentadas no terceiro. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. Comentário - É impossível que as afirmativas I e II sejam corretas, pois elas se excluem. Portanto você deve imediatamente descartar a letra D. A leitura atenta do terceiro parágrafo nos fará entender que nele existe um exemplo do que foi dito sobre “os atos de caráter técnico”. Conclui-se com isso que: se a afirmativa II é correta, a I é incorreta e também deve ser desprezada. Exclua, então, a letra A. Eis abaixo um exemplo! de parágrafo desenvolvido com o objetivo de conceituar algo: Cespe/TRT 102 Região/2005 - Tipologia: dissertação argumentativa Tema: o aperfeiçoamento dos procedimentos é fator prescindível para a democratização efetiva da justiça. 1 O exemplo foi extraído de uma redação de candidato a concurso público. Por questões óbvias, a identidade dele será preservada. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 16 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) “A necessidade da desburocratização da justiça Entende-se por democratização da justiça a possibilidade de que a todos seja prestada, de fato, a junção jurisdicional tal qual na Constituição Federal: com celeridade e qualidade. [...]” Breve comentário - O candidato iniciou o parágrafo com um conceito, explicando o ponto-chave do tema: a democratização da justiça. Vamos analisar o item III para decidirmos entre as letras B, C e E. A afirmativa está correta e o autor deixou uma dica ao candidato: a conjunção “pois”. Quando surge isolada por vírgulas e após o verbo da oração que integra, essa conjunção constitui segmento de caráter conclusivo. Item correto, assim como o item II. Resposta - E 7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da compreensão adequada de conceitos apresentados pelo texto, analise as afirmativas a seguir. I. O senso-comum de liberdade é reconstruído e passa a incluir a noção de que nem todos são livres na mesma medida. II. O conceito de ética fundamenta-se numa perspectiva naturalista e põe em segundo plano seu viés social. II. As ideias de liberdade e obrigação não são concepções excludentes; ao contrário, envolvem implicação necessária. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 17 20 25 30 35 40 45 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) natural. Seus representantes na arena política recorrem à repressão quando necessário e fazem concessões quando conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de trabalho de 12 horas. Parte dos trabalhadores - mais que no passado - chega mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz parte da lógica do sistema, contudo, que as massas permaneçam excluídas. A cooptação de setores da representação política das classes médias está sendo mais resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à sedução das classes dominantes. Temos uma situação histórica favorável ao bloco conservador. Nas atuais condições, a direita vem administrando suas contradições internas. A política econômica do governo do PT, as posições neoliberais do PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB tranquilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram marginalizados. A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta dolorosamente diversas organizações socialistas. No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 20 50 55 60 65 70 75 8o Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita. Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia. Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em torno da economia, apoiados no “materialismo histórico”. Alguns chegaram a falar num “materialismo | econômico”. Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação das relações de produção e o crescimento das forças produtivas. A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes derrotas. Duras lições da história política convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela superação das desigualdades. A economia é um nível essencial da realidade histórica; nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos. Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno. Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da economia e passava a acreditar que possuía a chave da Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 21 O 85 90 95 (A) (B) (c) Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA |] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |) compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos afligem no presente. Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente, chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de melhores condições materiais de cidadania, tal como aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os computadores, que demoraram, mas vieram. Permito-me perguntar: vieram mesmo? (Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006) (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que apresente comentário pertinente ao texto O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil, apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não teria êxito a instauração de um regime socialista. O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional, objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes de revelar o discurso falho da extrema direita. O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita, ditando falaciosamente a democracia ao povão. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 22 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) Mon DOS CONCURSOS (E) sofística. Comentário - Charge é um desenho caricatural com ou sem legenda, publicado em jornal, revista ou afim, que se refere diretamente a um fato atual ou a uma personalidade pública e os satiriza ou critica ironicamente. A associação dela com seu título permite-nos interpretar o texto pela via alegórica, que é a expressão do pensamento ou da emoção muito comum por meio da pintura e da escultura. Fática: tem a ver com a função da linguagem que busca assegurar o contato entre falante e destinatário, como no uso de expressões como Alô? Está me ouvindo? Lúdica: a partir de jogos, brinquedos/brincadeiras. Metonímica: decorrente de linguagem baseada no uso de um nome no lugar de outro, pelo emprego da parte pelo todo, do efeito pela causa, do autor pela obra, do continente pelo conteúdo etc. (por exemplo: beber um copo no lugar de beber a cerveja do copo). Sofística: leva em consideração argumento ou raciocínio aparentemente lógico, mas na verdade falso e enganoso; falácia: Toda mulher gosta de rosa; com exceção de algumas. Ainda que uma quantidade irrisória não goste de rosa, a verdade é que nem todas as mulheres gostam dela. Resposta - A Jeitinho O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu- cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também 5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação "apertada". Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 25 10 15 20 25 30 35 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada. O antropólogo prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada à realidade individual. Um curioso termo - Belíndia - define precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia. Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância - e apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa. Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma e possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz- seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 26 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) 40 45 50 55 12, (A) (B) (c) acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após o uso desse atalho. Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas de influência superiores. Quando uma autoridade "maior" vê-se coagida por uma “menor”, imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma sanção. A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um promotor público que vê seu carro sendo multado por uma autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo) de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de qualquer forma, um "jeitinho" foi dado. (In: www wikipedia.or - com adaptações.) (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto afirmar que: o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo. as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do cidadão. a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo Estado. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 27 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA dg O |] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |) A frase acima transmite duas informações: ele frequentou um curso superior e aprendeu algumas coisas. No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita uma crítica ao sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da preposição “mas”. Assim, percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode ser apresentado por um texto é o fato de ele dizer aquilo que parece não dizer, ou seja, é a presença de enunciados pressupostos ou inferidos. Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as entrelinhas do texto, isto é, quando capta as mensagens implícitas. Para não “cair” na exploração maliciosa de alguns textos que abusam dos aspectos pressupostos ou inferidos, devemos saber que: a) pressupostos são ideias não expressas de maneira explícita, mas que podem ser percebidas a partir de certas palavras ou expressões utilizadas. “O tempo continua chuvoso.” (informação implícita: estava chovendo antes) “Pedro deixou de fumar.” (informação implícita: fumava antes) b) “inferências são insinuações escondidas por trás de uma declaração e dependem do contexto e do conhecimento de mundo que o ouvinte ou o leitor têm. Quando um fumante com o cigarro pergunta: - Você tem fogo?, por trás dessa pergunta se infere: - Acenda-me o cigarro, por favor. Caso você encontre alguém correndo na rua e gritando — Pega ladrão! Pega ladrão!”, você subentenderá que esse alguém foi (ou está sendo) assaltado e clama por socorro, não é mesmo? www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 30 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA = O EE) Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a interpretação textual, uma vez que esse recurso argumentativo não é posto em discussão pelo autor do texto e, por isso mesmo, pode levar o leitor a interpretar o texto erroneamente. Os pressupostos são marcados por: a) “advérbios: “Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.” (pressuposto: os resultados já deviam ter chegado ou vão chegar mais tarde.) b) verbos: "O caso do contrabando tornou-se público.” (pressuposto: o caso não era público.) c) orações adjetivas: "Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo.” (pressuposto: todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.) d) adjetivos: “Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.” (pressuposto: existem partidos radicais e não radicais no Brasil.) Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como indiscutível para o falante e o ouvinte, não permitindo contestações; a inferência é de responsabilidade do ouvinte, uma vez que o falante esconde-se por trás do sentido literal das palavras. A inferência pode ser uma maneira encontrada pelo falante para transmitir algo sem se comprometer com a informação. 14. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses resultados. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 31 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) Mon DOS CONCURSOS No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do vocábulo: (A) qualificados. (B) limitação. (C) mesmo. (D) não. (E) mas. Comentário - A palavra denotativa de inclusão “Mesmo” (= inclusive, até) permite pressupor que “os atos de caráter técnico” também podem se revestir de determinada característica (“qualificados eticamente”) que os torne avessos à concepção de neutralidade comumente atribuída a eles. Resposta - C Coesão e Coerência Primeiramente, vamos diferenciar os dois conceitos. A coesão refere-se aos vínculos que se estabelecem entre as partes de um enunciado ou de uma sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de coesão, diz respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade de um texto. Podemos nos valer do quadro abaixo para melhor entender esses conceitos: Coesão Coerência Articulação entre palavras el Manutenção da sequência lógica de enunciados do texto. argumentação. Elementos coesivos (advérbios, | Não deve haver contradições e conjunções, preposições, pronomes | mudanças bruscas no rumo do etc.). pensamento. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 32 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se conhecem as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído. Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de Santa Cecília. 1. REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Observe que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão. 2. REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 35 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que os sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais propriedade. 3. ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra “avião” logo após as palavras “piloto” e “co- piloto”. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras. 4. SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os principais elementos de substituição: 4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 36 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O Al Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não sofreram ferimentos graves. Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes: a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a ideia, expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à corrida); b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome demonstrativo o retoma o fato de as pessoas receberem o 13º salário); c) [...] Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu ao reagir a um assalto...); d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa, ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa). 4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em que se referem a um elemento do texto, o qualificam. Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. a) [...] foram elogiadas por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 37 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O A 1 Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Resposta - D 16. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas alternativas a seguir, ambas as expressões servem essencialmente à articulação sequencial das ideias do texto, à exceção de uma. Assinale-a. (A) pois / porque (4º parágrafo). (B) assim / entretanto (5º parágrafo). (C) quando / eis por que (6º parágrafo). (D) mas também / então (9º parágrafo). (E) por aí / sempre (11º parágrafo). Comentário - Outra vez estamos às voltas com elementos (conjunções, advérbio e palavra de designação) que promovem a coesão entre segmentos do texto intitulado As categorias da ética e expressam explicação, tempo, conclusão, oposição, adição. A única exceção é o advérbio “sempre”. Leia a passagem em que ele foi empregado: “Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões sociais, históricas e objetivas.” Esse advérbio de tempo é meramente para indicar que o processo designado pelo verbo ter é contínuo, não se interrompe. É preciso entender que um texto é composto por ideias conexas, que sobressaem entre uma frase e outra, entre um período e outro, entre um parágrafo e outro. Essa conexão ocorre por meio de elementos de coesão (citados no comentário da questão) que vão dando sequência ao texto, que permitem ao autor desenvolver coerente e progressivamente essas ideias, num processo em que continuamente as ideias vão se entrelaçando, vão sendo retomadas. Mas ele quer como resposta a alternativa em que um elemento não contribui para isso. Note que o advérbio "sempre" apenas se refere ao processo verbal descrito na frase em que surge, ele não favorece a articulação sequencial das ideias constantes no texto (que sobressaem, como já disse Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 40 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA ai O E! Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) aqui, entre uma frase e outra, entre um período e outro, entre um parágrafo e outro). Resposta - E 17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso da esquerda "moderada". (L.54-56) A palavra seus no trecho acima tem valor: (A) anafórico. (B) anastrófico. (C) catafórico. (D) hiperbólico. (E) paragramático Comentário - O pronome possessivo “seus” retoma a expressão anterior “direita moderada” e lhe atribui a posse dos “critérios” (= critérios da direita moderada). Portanto não há dúvidas: a função coesiva do pronome tem valor anafórico. Valor “anastrófico” tem a ver com anástrofe, figura de linguagem que consiste na inversão acentuada dos termos de uma oração. Um exemplo clássico é o que ocorre no Hino Nacional Brasileiro: “OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS DE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE”. Eis a construção na ordem direta: AS MARGENS PLÁCIDAS DO IPIRANGA OUVIRAM O BRADO RETUMBANTE DE UM POVO HERÓICO”. Valor “hiperbólico” tem a ver com hipérbole, outra figura de linguagem; consiste na ênfase exagerada dos aspectos linguísticos do texto: Ele morreu de tanto rir. Valor “paragramático” tem a ver com a dupla possibilidade de interpretação de um escrito: uma está na “superfície” do texto, é linear e aparente; outra está nas entrelinhas dele, é implícita. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 41 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O E! Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Resposta - A Adequação de Linguagem e Modalidades linguísticas Você já percebeu que a língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Interessante ainda é perceber que, para realizar seu objetivo, a língua utiliza modalidades diferentes. São basicamente duas modalidades: Língua popular ou língua Língua culta ou língua-padrão: cotidiana: é mais espontânea e compreende a [língua literária. dinâmica. Usada muitas vezes em Utilizada pelas emissoras de rádio e situações informais: conversa entre televisão; jornais, revistas, amigos ou em família. São exemplos empresas, órgãos públicos, etc. as gírias, os dialetos e os jargões. Associada à escola (gramática). t v e Tô preocupado. * Estou preocupado. e Fiquei grilado. e Fiquei pensativo. e Eaí, beleza? e Eaí, tudo bem? e Gelinho, sacolé, chup-chup e Suco de frutas congelado dentro de um saco plástico e Abriro bico f* e Contar a verdade e Peticionar e Pedir ao juiz e Deletar e Apagar e Câmbio e Negociação de moeda estrangeira e O conceito de erro Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta. Importa considerar, assim, o momento do discurso: Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 42 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O A 1 Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) a) Qual nível de linguagem é utilizado pelo locutor? Justifique sua resposta com elementos do texto. b) Que modificações podem ser feitas para transformar a linguagem empregada em culta ou popular, conforme o caso? Acertou se respondeu, primeiramente, “nível popular”, com base nas expressões “filar” (segundo quadrinho) e “né” (último quadrinho). Poderíamos reescrever o texto e alterar as palavras destacadas para comer e não é, por exemplo. [...] Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em torno da economia, apoiados no “materialismo | histórico”. 60 Alguns chegaram a falar num "materialismo | econômico”. Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação das relações de produção e o crescimento das forças produtivas. [...] (Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006) 18. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A expressão na crista de uma onda (L.61) tem origem no registro: (A) burocrático. (B) culto. (C) inculto. (D) informal. (E) regional. Comentário - A expressão é um exemplo de gíria, que se enquadra no registro informal da língua e que pode significar na moda, em momento de sucesso ou evidência, no ápice de uma situação. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 45 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA ai O | Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Resposta - D Equivalência e Transformação de Estruturas E por falar em “reescrever o texto”, esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no concurso que você fará, só que com uma outra “roupagem”: a paráfrase. Também farei distinção entre ela e a paródia (outra forma de intertextualidade). Inicialmente, exemplificarei cada uma dessas manifestações. Depois, comentarei as características que as distinguem. Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a “Canção do Exílio”. Como era mesmo a “Canção do Exílio"? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). Paródia Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 46 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA = O EE) Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras, mas também com outra estruturação sintática. Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão (correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na hora de parafrasear o texto original. Na primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas, em relação à paródia, há uma mudança no significado da informação. O nome “palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras. Há um contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil. Observe outros exemplos: “A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo) a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet. (PARÁFRASE) b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE) c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a internet. (NÃO É PARÁFRASE) Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 47 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) (ele) iria prendê-lo. 2. Verbo no presente: "Eu não confio mais na Justiça" 2. Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: O detento disse que não confiava mais na Justiça. 3. Verbo no pretérito perfeito: "Eu não roubei nada”. 3. Verbo no pretérito mais-que- perfeito (simples ou composto) do indicativo: O acusado defendeu- se, dizendo que não tinha roubado (que não roubara) nada. 4. Verbo no futuro do presente: "Faremos justiça de qualquer maneira”. 4. Verbo no futuro do pretérito: Declararam que fariam justiça de qualquer maneira. 5. Verbo no imperativo: "Saia da delegacia", disse o delegado ao promotor”. 5. Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O delegado ordenou ao promotor que saísse da delegacia. 6. Pronomes este, esta, isto, esse, essa, isso: "A esta hora não responderei nada”. 6. Pronomes aquele, aquela, aquilo: O gerente da empresa tentou justificar-se, dizendo que àquela hora não responderia nada à imprensa. 7. Advérbio aqui: "Daqui eu não sairei tão cedo". 7. Advérbio o certificou os policiais de que dali não ali: grevista sairia tão cedo. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 50 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » e er O EE) Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia 19: (A) (B) (c) (D) (E) Aula 9 — Texto (Parte |) (Angeli. www2.uol.com.br/angeli) (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão para o discurso indireto. O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste. O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o dele. O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o seu. O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu. O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o seu. Comentário - Quanto aos elementos gramaticais, não se percebe erro. As transposições estão adequadas. O problema surge em relação ao aspecto discursivo. Com exceção da letra A, em todas as demais há ambiguidade causada pelo emprego dos pronomes possessivos “seu” e/ou “dele” após dois referentes capazes de satisfazerem a coesão textual (o filho com fitinha azul é do rico ou do pobre?). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 51 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O 1 Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Como o examinador exigiu a melhor resposta, esse aspecto deve ser observado. Para desfazer a tal ambiguidade, devemos utilizar outro recurso coesivo: os demonstrativos aquele e este. Aquele retoma o primeiro elemento mencionado, o que está mais distante (o homem rico); este retoma o último elemento, o que está mais próximo (o homem pobre). Resposta - A Minhas explicações terminam aqui. A partir da próxima página, você tem um simulado para testar seu aprendizado. Em seguida, há o gabarito comentado dele. A relação das questões trabalhadas nesta aula vem logo após. Refaça-as durante a semana, como forma de revisar o conteúdo estudado comigo. Na sequência vem o gabarito delas. Bons estudos e até a próxima aula! ler Tytésia Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 52 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS 1. Em sua reflexão acerca das possibilidades de recompor a memória para escrever o livro, o narrador utiliza um procedimento de construção textual que contribui para a expressão de suas inquietudes. Tal procedimento pode ser identificado como: a) encadeamento de fatos passados b) extensão de parágrafos narrativos c) sequência de frases interrogativas d) construção de diálogos presumidos Sobre a origem da poesia A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas. “Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa — que o tempo e as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história. A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível infância da linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades — significante e significado. Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 55 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras? 2Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo. Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse passado. Lembro-me de ter lido, certa vez, um comentário de Décio Pignatari, em que ele chamava a atenção para o fato de, tanto em chinês como em tupi, não existir o verbo ser, enquanto verbo de ligação. Assim, o ser das coisas ditas se manifestaria nelas próprias (substantivos), “não numa partícula verbal externa a elas, o que faria delas línguas poéticas por natureza, mais propensas à composição analógica. 3Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os índios americanos falando, na maioria dos filmes de cowboy — eles dizem “maçã vermelha”, “água boa”, “cavalo veloz”; em vez de “a maçã é vermelha”, “essa água é boa”, “aquele cavalo é veloz”. Essa forma mais sintética, telegráfica, aproxima os nomes da própria existência — como se a fala não estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo tempo em que se apresenta). No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. 7A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo. [...] Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis — os poemas — contaminando o deserto da referencialidade. ARNALDO ANTUNES www.arnaldoantunes.com.br Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 56 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS 2. Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, (ref.2) Neste fragmento, a expressão em destaque é empregada para formar um conhecido recurso da argumentação. Esse recurso pode ser definido como: a) admitir uma hipótese para depois discuti-la b) retomar uma informação para depois criticá-la c) relativizar um conceito para depois descrevê-lo d) apresentar uma opinião para depois sustentá-la e) apresentar uma opinião para depois sustentá-la Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação. Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado. 3. Considere as seguintes afirmações sobre os quatro períodos que compõem o texto: I. Tendo em vista as relações de sentido constituídas no texto, o primeiro período estabelece uma causa cuja consequência aparece no segundo período. II. O uso de orações subordinadas, tal como ocorre no terceiro período, é muito comum em textos dissertativos. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 57 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA O A 1 Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) I. Estudos feitos com várias profissões que trabalham em turnos mostram que ficar acordado por mais de 19 horas ou ter uma jornada de trabalho superior a 12 horas provoca sintomas semelhantes ao de um porre. II. Se essas duas condições se sobrepõem numa madrugada, as consequências negativas se potencializam ao extremo. II. As reações ficam mais lentas e o julgamento da realidade é comprometido. IV. Um piloto dormir no manche do avião é uma cena muito mais rara do que um motorista de ônibus ou caminhão cochilar no volante. Mas pode acontecer. V. No caso da aviação, há ainda o agravante de que os pilotos trabalham a 10 mil metros do solo, no comando de aeronaves complexas e delicadas, às vezes com mais de uma centena de passageiros a bordo. (Em: Pesquisa Fapesp, agosto/2009. Adaptado) Assinale a opção que apresenta a melhor sequência. o 1-0-W-Mm=y b) IV-I-II-V-III. o W-Il-M=-N-W dy 1-V=M=-LÇA, e) IV-1-I- AV Leia o fragmento da crônica “O filho do japonês”, de Maluh de Ouro Preto. “Ventava muito... A lua estava enorme, quase cheia, na noite do primeiro aniversário da morte do filho do japonês. Ventava muito... Da estrada, das ruas de terra batida, subia poeira fina, asfixiante, os galhos nus gemiam, nas encostas a relva tremia. Ventava muito... A água da enseada se encrespou de pequenas ondas sussurrantes, batendo nos rochedos limosos, nos cascos dançantes dos barcos parados, rolando, rolando seixos já redondos e polidos, búzios irisados de cores. Ventava muito... Aquela noite as traineiras voltaram cedo, os pescadores cercaram as redes mais depressa, foi mais Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia so Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS rápida a rotina compassada do arrastão, e apesar do luar, as meninas e moças não foram brincar de roda. Ventava muito... Como sempre, a pequena aldeia junto ao mar estava quieta, tristonha e linda, na sua poesia de luzes vacilantes, árvores curvadas, casas humildes e caminhos ásperos. Ventava muito... Nas ruas corriam cães vadios, porcos gordos e cabritos velozes atravessavam a estrada, um cavalo pastava solitário, e a lua subia, prateada, enorme, quase cheia, na noite do primeiro aniversário da morte do filho do japonês. A viúva do japonês, mãe do morto, quis mandar dizer missa, e as filhas pediram ao pároco da cidade vizinha que viesse, mas o padre disse que não, que sentia muito, mas não podia, era tão longe e fora de mão, tão escondido o lugarejo onde nascera e vivera, mas não morrera o filho do japonês... O filho do japonês tinha 20 anos. Forte, risonho, bonito, de tez morena e olhos amendoados, tinha um ar diferente na mistura do sangue caboclo e oriental. Exímio nadador e mergulhador, era quem melhor “matava” lagostas na redondeza, o fornecedor amigo dos turistas. Um dia, fez-se embarcadiço num pesqueiro de camarão, e deixando as lagostas e veranistas, a casa na beira da praia e o botequim herdado do pai, deixando as namoradas, a mãe viúva e as irmãs de olhos puxados, deixando a vila onde nascera e vivera, pôs-se a navegar de norte a sul do país, num barco grande que, certa vez, foi pra bem longe, para as bandas do Uruguai. Uma noite o vento soprou forte, fortíssimo, vento impetuoso de tormenta, águas furiosas entraram no barco, que se abriu, afundou, foi a pique, levando consigo os doze tripulantes, entre os quais o filho do japonês... [...] Ventava muito... A lua estava enorme, quase cheia na noite do primeiro aniversário da morte do filho do japonês. O padre não veio. Natividade, bombeiro sacristão, rezou o terço e ladainha dos mortos, a gente da aldeia cantou, cães latiram, o mar bateu mais forte na colina da capelinha branca, cantando também nos rochedos e seixos rolados, nos cascos dançantes dos barcos parados. Finda a reza, caladas as vozes, fechada a igreja, apagadas as Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 61 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA B O Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) velas, o vento continuou soprando sobre a vila adormecida, o mar continuou sussurrando, e a lua continuou crescendo, no silêncio imenso, na noite fria, linda, que marcou o primeiro aniversário da morte do filho do japonês.” PRETO, Maluh de Ouro. “O filho do japonês”. In: SALES, Herberto (org.) Antologia de crônicas. São Paulo: Ediouro, 2005, pp. 101-103. 7. Pode-se afirmar que o primeiro parágrafo do texto é marcado pelo predomínio da descrição e o segundo pelo da narração. CUIDADO PARA NÃO BATER OLHE PELO RETROVISOR Lembre-se de como você era e de como foi tratado pelos adultos. Uma boa conversa pode ser melhor que um castigo daqueles. = MANTENHA OS FARÓIS LIGADOS Acompanhe de perto a vida dos seus filhos. A gente faz coisas sem pensar, quando é surpreendido. Ouça o que eles têm a dizer antes de tirar conclusões no escuro. USE A SETA Se a criança mereceu uma bronca, você deve dizer explicadinho o porquê. Mostre a ela como fazer diferente nas próximas vezes. EVITE O EXCESSO DE VELOCIDADE Vá devagar com seu filho. As crianças levam tempo para aprender as coisas. Não dá para conseguir tudo de uma vez. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 62 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) Mon DOS CONCURSOS incorporado ao Estatuto da Criança e do Adolescente, além de exagerar ao proibir castigos leves e pedagógicos, cria a ilusão de que toda e qualquer violência contra menores de idade será coibida. Diz a educadora Guiomar Mello: “Há outros tipos de violência mais sutis, como a pressão psicológica, a chantagem emocional e a expectativa exagerada sobre os filhos, que podem causar tanto sofrimento quanto a agressão física”. [...] Texto adaptado da Revista Veja. São Paulo: Abril, ano 43, n. 29, 21 jul. 2010, p. 87-92. 8 | Assinale o que for INCORRETO a respeito dos textos. a) O texto “Cuidado para não bater” apresenta enunciados que condenam veementemente os castigos corporais utilizados na educação de crianças e de adolescentes. O “Palmadinha fora de lei”, por sua vez, apresenta tanto argumentos favoráveis quanto desfavoráveis aos castigos físicos como recurso pedagógico. b) O texto “Cuidado para não bater” estabelece relação intertextual com enunciados característicos da legislação que regula o código de trânsito, objetivando instruir sobre as condutas adequadas que os pais devem tomar na educação dos filhos. c) De acordo com a pesquisa mencionada no texto 2, o projeto de lei é 100% eficiente para evitar que crianças sofram castigos físicos na infância e desenvolvam traumas e condutas agressivas na vida adulta. d) Diferente do texto “Cuidado para não bater”, no texto “Palmadinha fora de lei” encontra-se o argumento de que nem sempre as crianças têm maturidade para compreender as explicações verbais dadas por seus pais sobre suas condutas inadequadas. Por essa razão, as chamadas palmadas pedagógicas são necessárias em algumas situações. e) Embora os textos mencionem a comunicação como forma adequada de se educar uma criança, é o texto “Cuidado para não bater” que evidencia a comunicação como a melhor e mais importante forma de orientar os filhos. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 65 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) O Conar existe para coibir CONAR os exageros na propaganda. DOS CONCURSOS Propaganda boa é propaganda responsável nesta-missão. InterbitsO Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos. Que somos infalíveis. Que não cometemos nem mesmo o menor deslize. E só não falamos isso por um pequeno detalhe: seria uma mentira. Aliás, em vez de usar a palavra “mentira”, como acabamos de fazer, poderíamos optar por um eufemismo. “Meia-verdade”, por exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas nós não usamos esta palavra simplesmente porque não acreditamos que exista uma “Meia-verdade”. Para o Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, existem a verdade e a mentira. Existem a honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu há 29 anos (viu SÓ? não arredondamos para 30) com a missão de zelar pela ética na publicidade. Não fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaríamos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque é a única forma da propaganda ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós, para que serviria a propaganda se o consumidor não acreditasse nela? Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça publicitária pode fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa cuidadosamente todas as denúncias e, quando é o caso, aplica a punição. Anúncio veiculado na Revista Veja. São Paulo: Abril. Ed.2120, ano 42, nº27, 8 jul. 2009. 9. Considerando a autoria e a seleção lexical desse texto, bem como os argumentos nele mobilizados, constata-se que o objetivo do autor do texto é a) “informar os consumidores em geral sobre a atuação do Conar. b) conscientizar publicitários do compromisso ético ao elaborar suas peças publicitárias. c) alertar chefes de família, para que eles fiscalizem o conteúdo das propagandas veiculadas pela mídia. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 66 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia Aula 9 — Texto (Parte |) DOS CONCURSOS d) chamar a atenção de empresários e anunciantes em geral para suas responsabilidades ao contratarem publicitários sem ética. e) chamar a atenção de empresas para os efeitos nocivos que elas podem causar à sociedade, se compactuarem com propagandas enganosas. Viagem ao centro da Terra De início, não enxerguei nada. Havia muito tempo sem verem a luz, meus olhos imediatamente se fecharam. Quando consegui ver de novo, fiquei mais assustado que admirado: - O mar! - É - respondeu meu tio -, o mar Lidenbrock, e espero que nenhum navegador vá me contestar a honra de tê-lo descoberto e o direito de batizá-lo com meu nome! Um enorme lençol de água, o começo de um lago ou de um oceano, estendia-se “até onde minha vista não podia alcançar. As ondas vinham bater numa praia bastante recortada, formada por uma areia fina e dourada, salpicada por aquelas conchinhas que abrigaram os primeiros seres da criação. As ondas quebravam com “aquele barulho característico dos ambientes muito amplos e fechados. Uma espuma leve era soprada por um vento moderado, e uma garoa me batia no rosto. A cerca de duzentos metros das ondas, naquela praia ligeiramente inclinada, estavam as escarpas de rochedos enormes, que se elevavam a uma altura incalculável. Alguns deles, cortando a praia com sua aresta aguda, formavam cabos e promontórios desgastados pelos dentes da arrebentação. Mesmo ao longe, seus contornos podiam ser vistos em contraste com o fundo nebuloso do horizonte. 2Era realmente um oceano, com o contorno irregular das praias terrestres, mas deserto, com um aspecto selvagem assustador. Se minha vista podia passear ao longe naquele mar, era porque uma luz “peculiar” iluminava seus menores detalhes. “Não a luz do Sol, com seus fachos brilhantes e sua irradiação plena, nem a da Lua, com seu brilho pálido e impreciso, que é apenas um reflexo sem calor. “Não, aquela fonte de luz tinha Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 67 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA dg O |] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |) corretas as afirmativas II, III e IV, como se aponta em E. Resposta - E 4 Comentário - O anúncio publicitário explora a oposição entre “acordar” e “dormir”. Estas assumem valores relativos conforme o grupo social a que se refere o autor. Se para grande parte da população brasileira mais afortunada é difícil acordar no inverno por causa do frio, mais penoso é dormir para os que se veem privados de condições mínimas de sobrevivência. Resposta - E 5 Comentário - No texto narrativo, as ações podem ser estruturadas cronologicamente ou acompanharem o fluxo psicológico do narrador, o que nem sempre obedece a um ordenamento causal. Resposta - E 6 Comentário - O trecho IV apresenta um fato que vai ser comentado posteriormente. Com base em estudos mencionados em I e retomados em II, o autor aponta o resultado que justifica a conclusão apresentada em V. Resposta - E A Comentário - No primeiro parágrafo, o uso predominante do pretérito imperfeito do indicativo (“A lua estava enorme”, “das ruas de terra batida, subia poeira fina”, “os galhos nus gemiam, nas encostas a relva tremia”) assinala a subjetividade da descrição do ambiente em que decorre a narrativa, Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 70 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |) como se o tempo passado estivesse ainda presente na memória do narrador, expressando a melancolia que tal lembrança lhe provoca. No segundo parágrafo, o pretérito perfeito expressa a sequência de ações e fatos decorridos na noite da tragédia (“o vento soprou forte”, “águas furiosas entraram no barco, que se abriu, afundou, foi a pique”). Resposta -— Item certo. 8 Comentário - A proposição C desmente o que é mencionado corretamente em D. No texto “Palmadinha fora da lei”, tanto a psicóloga Jonia Lacerda (do Instituto de Psiquiatria da USP), quanto a psicóloga Marilda Lipp (professora da PUCC) defendem a ideia de que a linguagem corporal pode ser mais apropriada para crianças que não têm maturidade para compreender as explicações verbais dadas por seus pais sobre suas condutas inadequadas. Resposta - C 9 Comentário - O texto que acompanha o anúncio publicitário tem como objetivo informar os consumidores sobre a atuação do Conar, visando a uma reação por parte do receptor da mensagem. Resposta - A 10 Comentário - O conhecimento gradativo se revela por meio da dúvida (“lago ou oceano”) e a certeza (“era realmente um oceano”). Resposta - A Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia n Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O El [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Lista das Questões Comentadas Les] A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis. Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho, pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é Oo melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra. [...] (Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.ora) 1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo axiológico. Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado equivalente a: (A) das normas. (B) dos mercados. (C) dos indivíduos. (D) das liberalidades. (E) das verdades. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 72 15 20 25 30 35 40 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir- se aos fins humanos a que se destina. Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre, vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente. Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e escolhemos. Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e, paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera, entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética, mas também o da utilidade, da estética, da religião etc. Sob o ângulo especificamente ético, não haverá escolha, exercício da liberdade, definição ética quando não houver avaliação, preferência a respeito das ações humanas. Eis por que na base da ética como dissemos, encontram-se Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 75 45 50 55 60 65 70 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) necessariamente a liberdade e a valoração; a ética só se põe no mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas. A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis. Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho, pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra. O mundo oferece resistências e determinações necessárias e, por meio destas, as ações éticas se realizam precisamente enquanto as contrariam. As ações éticas brilham justamente quando se opõem às tendências "naturais" do homem. Assim, a liberdade não só se contrapõe à necessidade, como sua negação, mas também existe em função desta. Não há liberdade sem necessidade. Não há ética sem impulsão, sem desejo. A melhor prova da liberdade é o esforço de superação da necessidade, afirmando-a e negando-a dialeticamente, a um só tempo. Então, o mundo ético só é possível no meio social, no bojo das determinações sociais. O fenômeno ético não é um acontecimento individual, existente apenas no plano da consciência pessoal. Isso porque o ente singular do homem só se manifesta, como ser autêntico, em suas relações universais com a sociedade e com a natureza. Esse fenômeno é resultante de relações sociais e históricas, Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 76 75 8o 85 (A) (B) (c) (D) (E) Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) compreendendo também o mundo das necessidades, da natureza. A ética só existe no seio da comunidade humana. e os meios de circulação econômica dos bens possuem maior liberdade do que aqueles que não têm o poder desse controle. Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões sociais, históricas e objetivas. Há, assim, um grande esforço, um esforço ético-político para se obter uma distribuição igualitária dos direitos entre os homens, quer dentro das comunidades, quer entre as comunidades. Na verdade existe uma ética sobre a ética, uma meta-ética. A meta-ética é utópica, crítica, subversiva e transcende as condições mais imediatas da vida social. No entanto, ela precisa ser possível no mundo dos fatos sociais, sob pena de se perder como uma utopia de meros sonhos. (Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. In: www.centrodebate.org) (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A partir da tese defendida pelo autor, é correto afirmar que: a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”. o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam atos de natureza técnica e atuam profissionalmente. a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção ética que regule suas relações. as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais, sejam elas humanas ou não. o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus resultados e mais na própria concepção desses atos. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 20 25 30 35 40 45 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) natural. Seus representantes na arena política recorrem à repressão quando necessário e fazem concessões quando conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de trabalho de 12 horas. Parte dos trabalhadores - mais que no passado - chega mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz parte da lógica do sistema, contudo, que as massas permaneçam excluídas. A cooptação de setores da representação política das classes médias está sendo mais resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à sedução das classes dominantes. Temos uma situação histórica favorável ao bloco conservador. Nas atuais condições, a direita vem administrando suas contradições internas. A política econômica do governo do PT, as posições neoliberais do PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB tranquilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram marginalizados. A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta dolorosamente diversas organizações socialistas. No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 8o 50 55 60 65 70 75 8o Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita. Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia. Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em torno da economia, apoiados no “materialismo histórico”. Alguns chegaram a falar num “materialismo | econômico”. Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação das relações de produção e o crescimento das forças produtivas. A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes derrotas. Duras lições da história política convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela superação das desigualdades. A economia é um nível essencial da realidade histórica; nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos. Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno. Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da economia e passava a acreditar que possuía a chave da Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 81 O 85 90 95 (A) (B) (c) Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA |] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |) compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos afligem no presente. Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente, chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de melhores condições materiais de cidadania, tal como aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os computadores, que demoraram, mas vieram. Permito-me perguntar: vieram mesmo? (Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006) (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que apresente comentário pertinente ao texto O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil, apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não teria êxito a instauração de um regime socialista. O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional, objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes de revelar o discurso falho da extrema direita. O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita, ditando falaciosamente a democracia ao povão. Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 82 25 30 35 40 45 50 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância - e apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa. Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma e possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz- seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após o uso desse atalho. Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas de influência superiores. Quando uma autoridade “maior” vê-se coagida por uma "menor", imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma sanção. A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um promotor público que vê seu carro sendo multado por uma autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo) de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 85 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA dg O E! Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia OS CONCURSOS, Aula 9 — Texto (Parte |) o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de 55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado. (In: www wikipedia.org - com adaptações.) 12. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto afirmar que: (A) o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo. (B) as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do cidadão. (C) a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo Estado. (D) a famosa '“carteirada” constitui uma das manifestações do jeitinho brasileiro e define-se pelo fato de dois poderes simetricamente representados entrarem em tensão. (E) nos Estados Unidos da América, as leis influem decisivamente apenas na vida pública do cidadão, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as leis logram mudar comportamentos no plano dos costumes e da vida privada. 13. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação à estruturação do texto e dos parágrafos, analise as afirmativas a seguir. I. O primeiro parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem histórica do jeitinho. II. A tese, apresentada no segundo parágrafo, encontra-se na frase iniciada por no entanto. II. O quarto parágrafo apresenta o argumento central para a sustentação da tese. Assinale: Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 86 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O RES [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) (A) (B) (c) (D) (E) 14. (A) (B) (C) (D) (E) se somente a afirmativa I estiver correta. se somente a afirmativa II estiver correta. se somente a afirmativa III estiver correta. se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. se todas as afirmativas estiverem corretas. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses resultados. No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do vocábulo: qualificados. limitação. mesmo. não. mas. [...] Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e, paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera Www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 87 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA ) m gs O EE) Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia 19: (A) (B) (c) (D) (E) Aula 9 — Texto (Parte |) (Angeli. www2.uol.com.br/angeli) (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão para o discurso indireto. O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste. O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o dele. O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o seu. O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu. O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o seu. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 90 Pacote de Teoria e Exercícios para Técnico Judiciário da Área Administrativa do TRE/MA » O El [] Língua Portuguesa — Prof. Albert Iglésia DOS CONCURSOS Aula 9 — Texto (Parte |) Gabarito das Ques Gis nE RR A A a A A ARA Non Ss wnNHo >»OPLmonoprczLmonomzprwooo x E to www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 91
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