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Arquitetura e Construção - Casas Inteligentes - Pt, Notas de estudo de Urbanismo

Este livro faz uma introdução sobre o conceito das casas inteligentes da atualidade, As casas, e os edifícios em geral, não são nem nunca serão inteligentes, mas sim o uso que delas soubermos fazer. É, no entanto, corrente chamar inteligentes às casas que possuam características capazes de tornar a vida mais simples a quem nelas habita, assim agrupadas em cinco categorias principais: o Segurança o Economia o Conforto o Ecologia o Integração

Tipologia: Notas de estudo

2015
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Famalicão Morada O O EMail Contribuinte Tel. 808 20 22 21 « www.centroatlantico.pt Índice 1 O QUE É UMA CASA INTELIGENTE?..................................... 9 1.1 Para quê investir numa casa inteligente? 11 1.2 E é caro ter uma casa inteligente? 12 2 EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES............................... 15 3 EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA)............................... 21 4 E O QUE É A DOMÓTICA? ................................................ 27 5 A DOMÓTICA NO MUNDO, NA EUROPA E EM PORTUGAL..... 31 6 O FUTURO DA DOMÓTICA ................................................ 33 7 “FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA.. 37 8 PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA.................. 45 8.1 Segurança 45 8.1.1 Alarme 46 8.1.2 Intrusão 49 8.1.3 Fuga de gás 53 8.1.4 Nível e fuga de combustível líquido 53 8.1.5 Inundação 55 6 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES 8.1.6 Incêndio 56 8.1.7 Vigilância 57 8.1.8 Gestão Técnica 60 8.2 Iluminação – controlo e regulação 62 8.3 Aquecimento – energias, controlo e regulação 64 8.4 Cortinas, Toldos e Estores 67 8.5 Difusão sonora / Intercomunicação 69 8.6 Rega – controlo, regulação e automatização de processos em função de condições ambientais 71 8.7 Software de supervisão 72 8.8 Piscinas – controlo da qualidade da água, vigilância e segurança 75 8.9 Gestão de Energia 77 8.10 Comandos locais 77 8.11 Comandos à distância (no local) 79 8.12 Comandos remotos (fora do local) 79 8.13 Rede Informática 80 8.14 Central telefónica 84 8.15 Acesso à Internet 86 8.16 Adaptação a incapacidades 92 9 PRINCIPAIS SISTEMAS .................................................... 93 9.1 Echelon Lonworks© 93 9.2 X10 95 9.3 EIB (European Installation Bus) 97 9.4 Outros sistemas 101 10 CRITÉRIOS DE ESCOLHA ............................................... 105 10.1 Sistemas proprietários fechados 106 10.2 Sistemas proprietários abertos 107 10.3 Sistemas abertos 108 11 DOMÓTICA E ARQUITECTURA ........................................ 111 12 DOMÓTICA E AMBIENTE ................................................ 113 O QUE É UMA CASA INTELIGENTE? 7 13 DOMÓTICA E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ............................................................ 115 14 DOMÓTICA E SEGURANÇA ............................................ 119 15 A DOMÓTICA EM CASAS NOVAS ..................................... 121 16 A DOMÓTICA EM CASAS JÁ CONSTRUÍDAS E EM CASAS ANTIGAS ...................................................................... 123 17 PROJECTO – EXEMPLO PRÁTICO ................................... 125 17.1 Vivenda inteligente 126 18 LINKS E CONTACTOS.................................................... 143 10 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A gestão dos espaços interiores e exteriores com a adequação do controlo de iluminação, estores, aqueci- mento, rega, temperatura da água da piscina, etc., às condições atmosféricas ou às ordens remotas via Internet ou telemóvel, é hoje uma realidade de muitas habitações em Portugal e em muitos outros países do mundo. Imagem Siemens alusiva às funcionalidades do instabus EIB Ao analisarmos as funcionalidades tecnológicas num edifício comparando-as com as de qualquer veículo automóvel, equipamento de telecomunicações, ou com um simples electrodoméstico, rapidamente damos O QUE É UMA CASA INTELIGENTE? 11 conta do défice tecnológico que ainda é usual encon- trar em qualquer habitação tradicional – o maior, mais importante e mais duradouro investimento da vida de cada um. Neste livro pretendemos alertar para o abuso de pala- vras como “domótica”, “inmótica”, “casas inteligentes” e “edifícios inteligentes”, que produzem reacções adversas nos proprietários dos edifícios, patrocina- dores e grupos financeiros, que são levados a concluir que aquilo que lhes é proposto não é adequado às funções pretendidas. Em síntese, pretendemos contribuir com alguns co- nhecimentos que permitam ao investidor, particular ou profissional, dominar os conceitos fundamentais desta área tecnológica para que deles possa fazer uso, segundo os seus próprios critérios de escolha. 1.1 Para quê investir numa casa inteli- gente? O investimento numa casa, seja inteligente ou não, significa normalmente longos períodos de ponderação em busca do equilíbrio entre o orçamento disponível e os requisitos específicos de cada um. O investimento numa casa inteligente implica no ime- diato o benefício do usufruto das diversas funcionali- dades instaladas e, no futuro, a capitalização da valo- 12 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES rização do investimento em contraponto com a forte desvalorização inerente a um edifício desactualizado, sem possibilidade de adaptação às necessidades tec- nológicas de cada momento. Do ponto de vista do investimento, há que ter em conta que a evolução tecnológica e o consequente aumento das funcionalidades, eleva as expectativas do comprador modificando assim a tradicional evolu- ção do valor de mercado imobiliário. Em poucos anos, decalcando aliás o que se vem pas- sando no resto da Europa, o aumento da procura das casas inteligentes levará a que o mercado se adapte, oferecendo uma vantagem que desde já está à dispo- sição dos mais atentos. 1.2 E é caro ter uma casa inteligente? A apreciação do valor investido numa casa inteligente depende de critérios subjectivos, e portanto fora da lógica e aritmética que nos permitiriam de forma rigo- rosa e universal atribuir uma classificação. A dificul- dade agrava-se ainda dado o carácter também subjec- tivo do valor atribuído ao termo de comparação. É caro ou barato comparado com o preço de uma casa tradicional, ou comparado com o preço de outros in- vestimentos? 2 EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES Recuemos então um pouco até aos anos 70, onde os sistemas AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condi- cionado) foram os primeiros sistemas de edifícios a serem electronicamente controlados. O controlo des- tes sistemas era então efectuado por pequenos chips computorizados que, através de sensores localizados, permitiam respostas e alterações rápidas e mais preci- sas face às condições climatéricas. Foi a partir dessa altura que se fomentou o desenvolvimento da ideia de tornar os edifícios dotados de inteligência, embora ain- da sem qualquer integração. Um pouco mais tarde (já nos anos 80), apareceram os sistemas de automação de segurança, iluminação e intrusão, mostrando coordenação entre componentes do mesmo sistema. O primeiro edifício da geração daqueles que podemos apelidar de “Edifícios Inteligentes” foi o Lloyds Building construído em Londres e projectado pela Richard Roger Partnership. O sistema de gestão do edifício incluía avançados sistemas tecnológicos mas faltava- -lhe integração entre eles. Alguns outros edifícios construídos posteriormente ao Lloyds Building e que também utilizaram conceitos 16 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES idênticos foram, por exemplo, o NEC Tower construído pela Nikken Sekkei no final dos anos 80, o IBM Cen- tury Tower construído pela Foster Associates, Ltd no princípio dos anos 90 ou mesmo mais recentemente o Turbine Tower Building construído pela Richard Ro- gers. Actualmente, atingimos já um nível tecnológico em que as construções dos edifícios, devido às tecnologias utilizadas e a respectiva integração existente entre as mesmas, nos permitem já afirmar tratarem-se de ver- dadeiros “edifícios inteligentes”, fazendo assim jus ao nome que lhes é dado. A diferença essencial entre um edifício inteligente, seja de habitação, indústria, comércio ou serviços, e um edifício que utiliza tecnologias tradicionais, está na EDIFÍCIOS E ESPAÇOS INTELIGENTES 17 forma como todas as funcionalidades se integram e complementam, fluindo a informação entre o sistema de segurança, os equipamentos de climatização, os electrodomésticos, o controlo de acesso, a rega auto- mática, a rede informática, a rede telefónica, o sistema de difusão digital de áudio e vídeo, etc. Por exemplo, num edifício inteligente, o sinal de um sensor de abertura de janela pode ser enviado simul- taneamente ao sistema de alarme de intrusão, ao sis- tema de som, e ao sistema de climatização. O valor 3 EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA) Poder-se-á dizer que um edifício inteligente é aquele que incorpora sistemas de informação e de comunica- ções em todo o edifício com controlo automatizado, monitorização e gestão de todos os distintos sub-sis- temas ou serviços do edifício, de forma óptima e inte- grada. Desta forma, local ou remotamente, é possível monito- rizar e controlar totalmente o edifício e, da mesma forma, o edifício informar-nos (à equipa da manuten- ção) do seu estado actual em relação a todos os sis- temas e (mais importante) comunicar-nos a ocorrência de qualquer situação de alarme ou crítica, permitindo a sua correcção, na maior parte dos casos remotamente (isto é, sem termos de nos deslocar ao edifício). Adicionalmente, todos os sistemas instalados neste tipo de edifícios têm de ser projectados com a máxima flexibilidade, para que seja simples e economicamente rentável a ampliação ou implantação de futuros siste- mas, quaisquer que venham a ser. Um edifício inteligente deverá ser capaz de se auto- gerir, mas também de permitir o controlo de forma descentralizada, local ou remotamente, de: 22 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES o parâmetros relacionados com a administração do próprio edifício; o parâmetros relacionados com a administração de escritórios ou lojas existentes no mesmo. Relativamente ao próprio edifício deverão ser contro- láveis de forma descentralizada, local ou remotamente os seguintes parâmetros: o Ambiente: iluminação e climatização; o Controlo energético; o Sistemas de segurança: controlo de sondas e simulação das mesmas no caso de falha de funcionários de segurança; alarmes de incên- dio, intrusão, inundação, fumos e gazes tóxi- cos; monitorização e vigilância vídeo (CCTV): o Controlo de acessos: de funcionários e de visi- tantes; o Sistema de distribuição de som (e de imagens); o Controlo de elevadores; o Controlo de motores: água, extractores, injecto- res, etc. Relativamente ao controlo (separadamente) de escritó- rios ou lojas existentes no edifício, deverão ser con- troláveis os seguintes parâmetros: EDIFÍCIOS INTELIGENTES (INMÓTICA) 25 Torneira controlada por sistema EIB com controlo de caudal máximo, consumo máximo por partida e detecção de vandalismo A tecnologia deixou de ser impessoal, cinzenta e sobre “coisas”. Hoje em dia a tecnologia está cada vez mais incorporada em tudo o que nos rodeia e cada vez mais nos edifícios e espaços em que vivemos, havendo uma cada vez maior preocupação dos fabricantes em fornecer-nos tecnologia com a qual nos saibamos relacionar, e nos agrade fazê-lo, ao contrário da tec- nologia que existia há uns anos atrás, em que eram necessários verdadeiros manuais de centenas ou 26 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES milhares de páginas para aprendermos a manusear qualquer aparelho ou equipamento. O relacionamento e interligação inteligente, certa- mente a uma escala urbana, é também uma manifes- tação espacial da economia e das inovações tecnoló- gicas. Hoje em dia as preocupações na construção do edifí- cio já não são apenas as de controlo dos sistemas de AVAC existentes ou da sua iluminação – a nova gera- ção de edifícios está concentrada na sensibilização económica mas também ecológica, com especial atenção na racionalização das energias, optimizando o seu uso e recorrendo à utilização de energias alterna- tivas, como a solar, éolica, etc.. 4 E O QUE É A DOMÓTICA? A palavra domótica deriva das palavras Domus (casa) e Robótica (controlo automatizado de algo), ou seja, a domótica define-se como a possibilidade de controlo de forma automática das nossas casas tornando-as no que vulgarmente se costuma designar por “casas inte- ligentes”. Mas como podemos então definir o conceito de inteligente? Inteligente é aquele que é capaz de realizar funções lógicas (que podem ser dadas por uma série de condi- ções pré-estabelecidas), mas também o que tem capacidade de aprender, sugerindo automaticamente cenários de iluminação, climatização, som ambiente, etc., em função dos cenários mais utilizados por cada utilizador, adaptando-se desta forma à evolução natu- ral das preferências de cada um. Resumidamente, podemos dizer que uma casa (ou mesmo um edifício destinado a habitação) não se torna “inteligente” só pelo facto de utilizar um (qual- quer, mesmo que avançado) sistema de domótica! 30 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES Contrariamente ao que pensam alguns leigos, a domótica não é apenas “mais uma infra-estrutura necessária” nas casas de hoje, sem pensarem em qualquer integração da mesma com os demais siste- mas. Existem, contudo, ainda no mercado diversas empre- sas que promovem em termos de marketing o nome de “casas inteligentes”, quando apenas utilizam alguns automatismos isolados, sem qualquer possibilidade de integração ou expansão. O resultado provoca a des- confiança e saturação entre os clientes particulares ou profissionais, ainda à procura de elementos de refe- rência numa tecnologia que ainda não conhecem. Uma casa inteligente é aquela que promove a transfe- rência de dados de um sistema para outro – esta forma de pensar actual dos grandes grupos de desenvolvimento tecnológico tem desta forma evoluído para sistemas integrados para edifícios, com o objec- tivo de oferecer sistemas de controlo em que, para serviços diferentes num edifício, a sua organização e integração tem como fundamento a obtenção de operações comuns. Ao longo deste livro vamos tentar desenvolver em maior detalhe toda esta temática relacionada com a domótica no sentido de o ajudar a si, leitor, a melhor compreender todo este conceito e o tentar ajudar assim a decidir ou melhor projectar a sua casa. 5 A DOMÓTICA NO MUNDO, NA EUROPA E EM PORTUGAL A Domótica é hoje uma realidade à escala mundial, extravasando mesmo a tradicional competição tecno- lógica entre a Europa e os Estados Unidos da Amé- rica, com a emergência de um novo continente afir- mando-se como pólo dinamizador, não só capaz de implementar eficientemente sistemas domóticos em grande escala, mas também capaz de competir para liderar em entusiasmo e inovação – a Ásia. À semelhança de tantas outras áreas económicas e tecnológicas, no continente Europeu a Alemanha toma o papel de locomotiva de toda a evolução da domótica, albergando simultaneamente os principais fabricantes e o maior mercado dos dispositivos que a compõem. Em Portugal, a domótica tem ainda uma expressão reduzida, restringindo-se a um pequeno grupo de pro- fissionais e utilizadores tecnologicamente esclarecidos e actualizados. Estamos no entanto no ponto de vira- gem com a domótica a ocupar um lugar de destaque na comunicação social, com redobrada actualidade tendo em conta a necessária revitalização do mercado imobiliário, fortemente fustigado por um clima social e económico repleto de incerteza. 32 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES Surge assim a domótica na linha do que antes aconte- ceu com a introdução generalizada dos vidros duplos, lareira, aquecimento central, hidromassagem, etc., centrando a oferta imobiliária nos segmentos sociais menos penalizados. A presente transformação dos equipamentos de tele- comunicações, móveis e fixos, em equipamentos mul- tifuncionais e multimédia, representa um salto gigante na interactividade das pessoas com os edifícios, alte- rando definitivamente a actual forma de viver e usar os espaços que ocupamos. As novidades tecnológicas oferecem ao quotidiano funcionalidades multimédia que irão revolucionar a forma de pensarmos e ocuparmos os espaços. O FUTURO DA DOMÓTICA 35 As extraordinárias capacidades de obter e trocar informação permitem estabelecer registos digitais, que quando manipulados sem cautela acabarão por aten- tar contra as liberdades individuais dentro da socie- dade, organizações e famílias. Assim, novos desafios se nos colocam: - como utilizar as novas tecnologias a nosso favor, sem colocar em causa liberdades ou interesses terceiros; - como evitar que terceiros usem as mesmas tecno- logias para nos incomodarem ou até prejudicarem; - como é que a sociedade pode estabelecer regras lógicas e justas com o mesmo ritmo da evolução tecnológica; - como é que a tecnologia que nos rodeia de manhã à noite, vai interferir no nosso relacionamento humano dentro das famílias e organizações. A domótica, como elemento presente na vida de cada um não irá fugir a estas questões. A responsabilidade de cada interveniente será crescente acompanhando cada nova funcionalidade. O futuro dos edifícios não oferece dois caminhos, tal como na sociedade de hoje não temos alternativa ao uso dos telefones fixos e móveis, computadores, Inter- net e “media “. 36 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES O desafio é o de explorarmos de forma inteligente e reflectida, com os olhos postos na segurança e no conforto. Mais do que nunca, a nossa casa revelará os nossos valores, o nosso conceito de vida e a nossa relação com a família e com o mundo. No futuro pode- remos afirmar: – “Mostra-me a tua casa, dir-te-ei quem és”. Na mesma interface, a consulta da lista de alarmes, o correio-electrónico, a utilização multimédia, a regulação do sistema de climatização, a programação do ciclo de aber- tura e fecho de cortinas e estores, etc. 7 “FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA - A Domótica paga-se com a poupança de energia. MENTIRA – É um clássico na apresentação da domótica considerar recuperável o investimento subtraindo mensalmente a poupança de ener- gia ao custo inicial do sistema. É claro que a domótica possibilita a optimização dos custos energéticos, com importantes vantagens eco- nómicas ecológicas, mas ainda estamos longe de aproximar sequer a poupança do valor ini- cialmente investido. Neste domínio ainda temos um longo caminho a percorrer dotando a casa de “inteligência” desde o seu conceito e projecto à selecção da correcta orientação solar e à boa escolha e uti- lização dos materiais de construção. A primeira preocupação dos técnicos deve ser a redução da quantidade de energia necessária para se atingir os níveis de conforto pretendidos, e só depois pensar na forma mais eficiente de pro- duzir e gerir calor ou frio. 40 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES podendo escolher livremente entre dispositivos de aspecto clássico até dispositivos de “design” inovador, sem esquecer a opção de não ter visível qualquer dispositivo de comando ou informação. O exterior do edifício tem pouca ou nenhuma influência da domótica. No entanto, dispositi- vos de controlo de toldos, estores, janelas, cla- rabóias, etc., ao serem comandados pelo sis- tema em função de factores como a hora, temperatura, chuva, vento, luminosidade, pre- sença ou ausência dos utilizadores, podem em edifícios de grandes dimensões, contribuir para um aspecto exterior mais organizado, valori- zando a estética do conjunto. - A Domótica é independente da instalação eléctrica MENTIRA – grande mentira. Ao contrário do que infelizmente ainda é habitual em Portugal, a domótica de um edifício não pode ser um postiço ou uma decoração que é decidida e adquirida enquanto se toma uma decisão acerca da cor dos cortinados. Uma obra com domótica deve começar sempre com os projectos de arquitectura e de enge- nharia, auxiliando a concepção do edifício. “FAQ” – VERDADES E MENTIRAS ACERCA DA DOMÓTICA 41 O projecto de electricidade deve ser executado por uma equipa que domine as tecnologias relativas à automação do edifício, comunica- ções, áudio, vídeo e segurança. Um projecto tradicional adaptado a um edifício com domó- tica significa normalmente que o cliente está a pagar um projecto que simplesmente não vai ser executado, com vários inconvenientes ób- vios: - O custo de um projecto sem qualquer be- nefício; - A responsabilidade do projecto dilui-se; - O custo da obra aumenta pois o emprei- teiro não tem elementos para orçamentar, logo o cliente não consegue negociar a melhor proposta, ou contestar os valores das mais valias; - Os registos da obra são mínimos. Qualquer alteração futura poderá ser difícil e dispen- diosa, unicamente por falta de dados; - O cliente não consegue fazer valer o prazo de garantia da instalação eléctrica já que a responsabilidade da obra é dispersa, e por isso se mais tarde necessitar de apoio vai ter dificuldades em imputar custos. Um edifício com domótica é um edifício com uma instalação eléctrica tecnicamente avan- 42 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES çada, integrando tecnologias de informação e comunicação. É apenas um edifício e uma obra; deve por- tanto ser tratado como tal. Um bom projecto de arquitectura, um bom projecto de engenharia, um bom instalador, um bom “edifício inteli- gente”. Como distinguir e escolher os participantes na obra? A opção deve recair em equipas com experiência comprovada, credenciados pelas entidades competentes (alvarás, certificados, etc.). A qualidade dos trabalhos anteriores e a satisfação desses clientes deve ser factor determinante na opção a efectuar. - A Domótica será substituída pela informática MENTIRA – de facto a informática está cada vez mais presente no quotidiano de cada um, convivendo em espaços até há pouco tempo a ela interditos, como por exemplo, a cozinha. Por outro lado é certo que a informática de- sempenha um papel cada vez mais importante na comunicação entre as pessoas e na forma como organizam as suas vidas. Podemos assim constatar estarmos perante duas tecnologias de futuro, e afirmar com se- 8 PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 8.1 Segurança A segurança constitui uma preocupação crescente sendo cada vez maior o número de interessados na domótica que colocam o assunto “Segurança” no topo das suas prioridades. A evolução das sociedades actuais não deixa antever quaisquer melhorias neste aspecto, pelo que é natural haver ainda lugar para um aumento da importância deste assunto. A domótica ao integrar as diversas tecnologias em torno de um único sistema permite elevar os padrões de segurança, utilizando todo o potencial das tecnologias instaladas segundo critérios de utilidade objectiva. Nestas páginas iremos apenas focar as vantagens da domótica na gestão da segurança de um edifício, prescindindo de uma abordagem exaustiva das características e porme- nores dos sistemas convencionais. 46 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES 8.1.1 Alarme As centrais de alarme apresentam hoje um nível tecnológico apreciável, oferecendo novas funcio- nalidades, como por exemplo: - activação/desactivação remota por telefone, rádio ou sensor de proximidade (porta-chaves ou cartão de crédito); - sinalização local de ocorrência através de con- tactos sem tensão; - comunicação com sistemas de domótica, como por exemplo, o EIB, o LON ou o X10. A interactividade entre o sistema de alarme e o sistema de domótica no mesmo terminal PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 47 Na escolha da central deve ter em conta o tipo de sistema: tradicional com cablagem ou sem fios. As diferenças entre os sistemas resumem-se a: Com fios Sem fios É necessário instalar os cabos de interligação entre a central e os sensores Não tem cabos, e por isso a sua instalação é mais simples e eco- nómica É necessário substituir as pilhas de 5 em 5 anos É necessário substituir as pilhas todos os anos Depois de instalado é difícil adaptar o sistema sem alterar os cabos Total mobilidade dos sensores Grande imunidade a ruídos eléc- tricos ou electromagnéticos Sujeito à influência de ruídos electromagnéticos O sistema deve prever de início todos os sensores sob pena de obrigar a passar novos cabos Os sensores podem ser acres- centados sem qualquer inconve- niente O custo dos sensores é baixo O custo dos sensores é elevado quando comparado ao sistema tradicional Perante a detecção de uma ocorrência, o sistema de domótica é informado pela central de segu- rança. 50 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A ideia de que a intrusão pode acontecer com a nossa ou com a presença de quem amamos é uma ideia então absolutamente aterradora. Assim, a cada dia que passa vão-se multiplicando as preocupações às quais o mercado tenta res- ponder com as mais variadas soluções. Desde a utilização de estores de segurança, vidros à prova de bala e portas blindadas, à colocação de barreiras e detectores de intrusão, com ou sem medição volumétrica, detectores de quebra de vidros, detectores de abertura de janelas, portas, estores ou clarabóias, tudo serve para dificultar ao máximo a tarefa de quem um dia queira entrar em nossa casa sem permissão. Para além da utilização das tradicionais sirenes, um sistema de domótica permite articular as fun- cionalidades da casa de forma a tentar evitar a intrusão, e se esta acontecer, de modo a minimizar os riscos para quem nela se encontra. Entre as funcionalidades mais comuns temos: o abertura e fecho automático e criterioso de portas e estores, facilitando a saída do intruso mas limitando a possibilidade de movimentação no interior; o simulação da presença por actuação con- certada e aparentemente aleatória de ilu- minação e estores; PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 51 o intimidação por iluminação automática das áreas invadidas e fecho automático de estores, e pela colocação nas televisões da imagem do intruso. Detector de movimento com comunicação com sistema de domótica, para montagem no exterior A simples recepção de pessoas desconhecidas em casa, por exemplo nas entregas ao domicílio, é um factor de perigo acrescido. A resposta encontra-se na construção de áreas semi-privadas onde o acesso pode ser concedido remotamente. Trata-se de pequenas áreas com portas para o exterior e interior, onde a abertura das portas pode ser efectuada a partir do interior da casa, remotamente a partir de um telemóvel ou Internet ou a partir do exterior com controlo de acesso. Desta forma, quem pretender efectuar uma entrega vai limitar-se a entrar nesta área, não podendo em momento 52 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES algum estabelecer contacto pessoal. A comunica- ção necessária faz-se pelo sistema de vídeo, onde todos os movimentos são registados. Esta comu- nicação pode ainda estabelecer-se da área semi- privada para o interior da casa ou para um telemó- vel. No entanto, a sensação de insegurança crescente torna cada vez mais comum a adopção de solu- ções extremas como a construção de autênticos “bunker” de sobrevivência, equipados com reser- vas de ar, água, alimentos, energia e telecomuni- cações. Através do sistema de domótica do edifício, torna- -se possível articular a gestão dos recursos com as restantes funcionalidades da casa como a auto- nomia de energia, combustível e água, a vigilância vídeo, a intercomunicação, etc., optimizando assim a eficácia da utilização do refúgio. Detector de movimento com comunicação com sistema de domótica, para montagem no interior PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 55 pelo sistema através da diferença de nível antes e após o enchimento. 8.1.5 Inundação As inundações quando ocorrem, trazem normal- mente associados prejuízos elevados com repara- ções e reposições de pavimentos, tectos, máqui- nas, tapetes, etc. Para além dos prejuízos económicos directos, temos de contabilizar também os prejuízos devidos ao tempo desperdiçado e devidos aos transtornos provocados pela impossibilidade de utilização do edifício. A detecção de inundações, normalmente instala- das nas casas de banho, cozinhas, casa das máquinas das piscinas, etc., permite ao sistema efectuar o corte automático da água e emitir um aviso local e remoto da ocorrência. O abastecimento da água só é reposto quando a anomalia é identificada e resolvida, garantindo-se assim a máxima protecção. As fugas de água com caudais extremamente reduzidos devem-se a fugas no autoclismo ou tor- neiras, ou a fugas na tubagem. Embora insignifi- cantes do ponto de vista do valor da água, ao longo do tempo podem provocar prejuízos muito elevados em paredes, tectos ou louças sanitárias. 56 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A sua detecção é efectuada através da quantifica- ção de água gasta durante os períodos em que não deva haver consumos, ou seja na ausência das pessoas e descontando a água gasta na rega e na reposição da água da piscina. Em caso de detecção de fuga, o sistema repete o procedi- mento da detecção de inundação, embora só deva cortar o abastecimento por opção do utilizador. 8.1.6 Incêndio Qualquer sistema de segurança permite a detec- ção de incêndio, por detecção de fumo ou tempe- ratura, e activa as sirenes em simultâneo com o envio de alarmes remotos. Um sistema de domótica permite em caso de incêndio actuar sobre os equipamentos eléctricos, por exemplo, abrindo imediatamente os estores para facilitar a saída, e desligando todos os equipamentos não absolutamente imprescindíveis, devendo os restantes ter a sua alimentação eléctrica estabelecida por cabos com elevada resistência ao fogo. Permite ainda multiplicar as formas de envio dos alarmes remotos, através do recurso ao envio de e-mail, fax, mensagens sms, etc.. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 57 Detector de fumo com comunicação com sistema de domótica 8.1.7 Vigilância Ao ser instalado um sistema de vigilância no inte- rior ou exterior de um edifício é necessário ter em conta diversos factores. Depois de clarificado o objectivo do sistema, há que optar pelo tipo de câmara, tipo de controlo, e tipo de registo. A escolha do número e tipo de câmaras, bem como da respectiva montagem, deve ter em conta as seguintes questões: o É necessário usar câmaras a preto e branco ou cor? Ou ambas? o Quais as áreas a necessitar de cobertura? 60 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES 8.1.8 Gestão Técnica A gestão técnica deve garantir a eficiente monitori- zação do estado do funcionamento e anomalias de todos os aparelhos de protecção eléctrica. Para isso, é necessário projectar e equipar os quadros eléctricos dos dispositivos necessários para que o sistema de domótica conheça o estado de funcionamento dos diversos aparelhos de pro- tecção, e em caso de disparo, avaria ou interven- ção técnica, possa actuar conforme os procedi- mentos estabelecidos. Podemos estabelecer três níveis diferentes de prioridades, divididas da seguinte forma: o Nível 1: a ocorrência origina um alarme genera- lizado com mensagens para todos da lista – usado, por exemplo, nos aparelhos de protec- ção dos sistemas de segurança, aparelhos de protecção contra descargas atmosféricas, ou aparelhos de protecção dos circuitos dos frigo- ríficos e arcas congeladoras. o Nível 2: a ocorrência origina um alarme parcial com mensagens apenas para parte da lista – usado, por exemplo, nos aparelhos de protec- ção de circuitos de iluminação não essenciais para a segurança PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 61 o Nível 3: a ocorrência apenas origina um registo no sistema de supervisão, sem qualquer notificação de alarme – usado, por exemplo, em aparelhos de protecção a circuitos de iluminação decorativa. A boa gestão técnica de uma instalação eléctrica é fundamental para assegurarmos o bom funciona- mento eléctrico de todos os equipamentos instala- dos, e consequentemente das suas funcionalida- des. Normalmente, a gestão técnica está integrada no resto do sistema, existindo um único software de supervisão e gestão de todo o edifício. Qualquer ocorrência é assinalada com indicação do local onde foi detectada 62 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES 8.2 Iluminação – controlo e regulação A magia dos cenários Embora a domótica seja muito mais do que um sistema de controlo de iluminação, é nesta função que muitas vezes assume a sua face mais visível. Uma única tecla pode ser programada até dez funções de comando directo ou até dez cenários. A tecla distingue toque curto e longo, e possui receptor de infra-vermelhos. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 65 namento mínimo, ou simplesmente é colo- cado fora de serviço; o Janelas – quando o sistema de domótica detecta a abertura de uma janela, desliga imediatamente o aquecimento nessa divi- são, permitindo assim a redução do con- sumo de energia que doutra forma seria desperdiçada; o Central meteorológica – O sistema de aquecimento actua não só em função da temperatura interior vs temperatura pre- tendida, mas tem em conta o valor da tem- peratura exterior, antecipando a influência que esta iria ter no seu desempenho. Válvula de controlo proporcional para comando de radiadores, com ligação directa a sistema de domótica 66 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A regulação do sistema de climatização depende do tipo de climatização escolhido. Em edifícios de habitação, os mais usuais são os sistemas de aquecimento central utilizando radia- dores dispersos no edifício, ou utilizando pisos radiantes. Os sistemas de arrefecimento mais usuais são os de ar condicionado, que assim ser- vem também para aquecimento, embora seja crescente a percentagem de habitações que utili- zam o tecto radiante, onde uma serpentina é colo- cada sob o tecto, percorrida por água a uma temperatura ligeiramente inferior à temperatura ambiente. O controlo da temperatura é efectuado automati- camente a partir de medições dispersas pelo edifí- cio, ou segundo instruções dadas pelo utilizador através de termostatos, teclas, telemóveis ou con- solas com software de supervisão. Nas instalações mais dispendiosas as medições podem ser feitas divisão a divisão, enquanto que o mais usual é termos medições nas zonas mais nobres e mais importantes do edifício, como, por exemplo, salas e quartos. Os programas automáticos são escolhidos e alte- rados pelo utilizador, sendo normalmente consti- tuídos por ciclos de funcionamento horário, diá- PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 67 rio/semanal, levando em conta o estado da central de alarme e a temperatura exterior. O sistema de supervisão, software de apoio à exploração do sistema, representa um papel fun- damental na afinação dos sistemas de climatiza- ção. Registando e apresentado em gráfico a evo- lução da temperatura em cada divisão onde existem termómetros, aos técnicos cabe decidir da importância de uma intervenção sobre as regula- ções mecânicas ou das eventuais alterações à própria programação. 8.4 Cortinas, Toldos e Estores Controlo e regulação O controlo da abertura e fecho de estores é uma funcionalidade típica dos sistemas de domótica, devendo o seu funcionamento ser parte integrante de todo o sistema. Assim, o controlo da abertura e fecho de estores deve ser acompanhado pelo efectivo controlo da posição respectiva, sendo regulado por factores tão diversos como: o ciclo diário/semanal o intrusão 70 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES Em cada zona o utilizador pode escolher a fonte sonora central que pretende escutar, ou optar por introduzir uma fonte sonora local. Pode também escolher o volume sonoro, afinar os graves e os agudos, programar a hora de despertar, o período de adormecer, etc. No mesmo terminal o controlo do sistema de difusão sonora, do vídeo-porteiro, e do software de supervisão. Permite o acesso à Internet estando já equipada com câmara de vídeo. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 71 Embora normalmente os resultados obtidos sejam satisfatórios, há que ter especial cuidado na esco- lha dos altifalantes cuja má qualidade pode impli- car resultados finais muito pobres. A integração destes sistemas nos sistemas de do- mótica permite a difusão automática de avisos de alarme, sob a forma de mensagem de voz. 8.6 Rega – controlo, regulação e auto- matização de processos em função de condições ambientais Os sistemas de domótica podem associar o con- trolo da rega, introduzindo na sua gestão dados relativos aos restantes sistemas. Assim, a rega será efectuada segundo procedimentos que esta- belecem regras em função da temperatura e humidade do ar, vento, luminosidade, etc. Outros factores podem no entanto associar-se, inibindo a rega em caso de falha do abastecimento de água, em caso de detecção de presença, ou em caso de uma zona do jardim estar em manutenção e não precisar de ser regada. A introdução de adubos líquidos pode ser automá- tica em função de um programa semanal, mensal ou anual, com o registo histórico de todos os dose- amentos por tipo de produto, de forma a auxiliar a 72 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES tomada de decisões relativas à dosagem dos produtos. Todos os valores são registados, permitindo assim quantificar consumos e custos por m2, e melhorar a gestão dos processos associados à gestão do jardim. 8.7 Software de supervisão À imagem do que acontece em qualquer sistema de automação industrial, na automação de edifí- cios deve existir um software de supervisão que permite a alteração de parâmetros de conforto e segurança, consulta de eventos, análise de gráfi- cos de tendência, etc. Ecrã inicial de software de supervisão PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 75 8.8 Piscinas – controlo da qualidade da água, vigilância e segurança O controlo do funcionamento das piscinas através do sistema de domótica permite a selecção da capacidade de desinfecção e filtração da água, ajustando-a às necessidades de cada momento, em função do tipo e intensidade de utilização. Por exemplo: Se após uma tarde de uso intenso, eventualmente com muitas crianças, a água reve- lar necessidade de cuidados especiais, com um simples toque numa tecla o sistema inicia um pro- grama de tratamento da água de forma intensiva. No dia seguinte, a piscina está pronta a ser utili- zada em condições máximas de segurança e con- forto. Permite também monitorizar a temperatura da água, registando-a para análise do comportamento do sistema de aquecimento, e monitorizar e regis- tar a evolução dos valores de cloro livre e do pH. Em caso de anomalia, ou de variação dos valores de pH e cloro para fora dos intervalos fixados como aceitáveis, é gerado um alarme e anunciada a falha nos displays e consolas de supervisão. 76 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A temperatura da água de cada chuveiro pode ser regulada automaticamente pelo sistema de domótica, segundo programação local ou pré-programação, podendo também variar segundo a identificação do utilizador do duche. Sendo as piscinas locais extremamente perigosos para as crianças, podemos vigiar a sua utilização através do sistema de vigilância de vídeo digital, a partir de qualquer ponto da casa, ou remotamente via Internet. Utilizando os sensores de movimento, eventual- mente já existentes para a segurança contra intru- são, podemos ser avisados da aproximação das crianças através de sinais acústicos e de avisos nos displays. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 77 8.9 Gestão de Energia A exigência da optimização dos consumos ener- géticos é uma realidade que implica não a ausên- cia do consumo, mas sim a sua gestão e quando necessário a sua racionalização. Se isto é verdade quando temos alimentação eléctrica a partir do distribuidor, quando estas preocupações se prendem apenas com factores económicos e ecológicos, é muito mais verdade quando estamos dependentes de sistemas de emergência como UPS ou grupos electrogéneos de socorro. Nesta situação, o sistema deverá seguir procedi- mentos de deslastramento de cargas conforme autonomia do gerador (em função do combustível no depósito), aumentando a restrição ao consumo com a diminuição da autonomia. Para o conseguir, o sistema tem de conhecer as potências das car- gas instaladas, classificando-as por prioridades. 8.10 Comandos locais A interface mais tradicional num edifício é o co- mando local, resumindo-se quase sempre a teclas de uma ou duas funções básicas: ligar e desligar. 80 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A casa por sua vez pode2 comunicar com os seus utilizadores em situações críticas como o são a ac- tuação de alarmes (intrusão, incêndio, inundação, etc.) ou o disparo de disjuntores de circuitos impor- tantes como o frigorífico, arca frigorífica, etc. envi- ando dados completos do ocorrido. Em certas circunstâncias, o sistema pode enviar fotos digitais do local da ocorrência, anexadas a mensagens de e-mail geradas automaticamente. 8.13 Rede Informática Quer para a utilização da supervisão quer para o acesso à Internet é imprescindível hoje em dia pensar-se na ligação de mais do que um computa- dor em nossa casa, mediante a criação de uma rede de dados, permitindo desta forma que dife- rentes computadores partilhem ficheiros e aplica- ções entre si, mas também que tenham acesso à Internet de forma partilhada, pagando assim ape- nas uma ligação e não várias. Existem duas formas essenciais de ligar os com- putadores em rede numa casa: criando uma rede 2 Desde que equipada com um sistema de domótica actual e com total integração tecnológica entre sistemas. No caso de a comunicação ser efectuada via Internet haverá necessidade de utilizar uma gateway que permita a comunicação de dados entre o sistema de domótica utilizado e o TCP/IP (protocolo utilizado na transmissão de dados via Internet). PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 81 com fios designada cablagem estruturada, ou uma rede sem fios (WLAN ou Wireless Local Area Net- work). Mas quais as principais diferenças entre estas duas opções? Cablagem estruturada Uma rede cablada LAN (cablagem estruturada) exige a passagem de cabos para todas as divisões onde possam vir a existir computadores ou outros dispositivos computarizados ligados à rede. Para um apartamento ou pequena moradia é normal uti- lizar-se cablagem de categoria 5 ou 5E. É no entanto já vulgar a opção por uma solução Catego- ria 6 para as instalações de vivendas ou outros edifícios de maiores dimensões, uma vez que os Standards de Categoria 5 e 5E apresentam desde já algumas limitações em tecnologias recentes. As melhorias existentes numa solução Categoria 6 face a uma solução Categoria 5E são muito signifi- cativas nomeadamente em parâmetros como: Ate- nuação; Diafonia nas extremidades (NEXT); Rela- ção Atenuação/Diafonia (ACR); Perda de Retorno e balanceamento na transmissão. Uma solução Categoria 6 permite utilizar velocida- des até 250 MHz. Esta frequência permitirá a utili- zação de aplicações de rede emergentes como por 82 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES exemplo 1000BaseTx (sem limitação da distância), 1,2 Gigabit ATM e 2,4 Gigabit ATM. Permite ainda a utilização de sinais de vídeo a altas-frequências. O standard de Categoria 5 de 1995 encontra-se neste momento em "fim de carreira", existindo já alguns fabricantes de soluções de cablagem que já descontinuaram componentes Categoria 5 e 5E, substituindo-os por Categoria 6 e anunciam já o fim de toda a linha de produtos Categoria 5E. Dada a diferença de preço entre as duas soluções (menor que 10%) não é de todo recomendado que se invista numa cablagem Categoria 5/5E numa instalação nova, correndo o risco de limitações téc- nicas a curto prazo. Rede sem fios Uma rede sem fios (também designada por WLAN ou Wireless Local Area Network) é um meio flexí- vel de comunicação de dados implementado como alternativa (ou, por vezes como uma extensão) a uma rede cablada LAN dentro de uma casa ou de um qualquer edifício. As redes sem fios transmitem os dados sobre o ar, utilizando ondas electromagnéticas, minimizando desta forma a necessidade de ligações físicas por cabo. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 85 nicações em simultâneo, por exemplo, 2 chama- das de voz, 1 telefonema e 1 envio de fax, etc.) mas também telefonar sem quaisquer custos entre diferentes pontos da casa (por exemplo telefonar do quarto para a cozinha e pedir para nos tra- zerem uma refeição quando estamos doentes; telefonar da sala para o escritório a avisar que vai começar um filme de qualidade). É também cada vez mais vulgar a adopção em nossas casas de telefones portáteis (normalmente DECT RDIS) com ligação sem fios a uma central telefónica, permitindo-nos assim telefonar em mobilidade de qualquer ponto da casa (e mesmo do jardim). Quando dispomos de uma central telefónica é vul- gar ligarmos o sinal de som do vídeo porteiro a uma extensão (normalmente analógica) da central telefónica e possibilitar assim o atendimento de chamadas do vídeo porteiro em qualquer telefone (extensão telefónica) e mesmo dar ordem de abertura da porta (com a simples marcação de um conjunto de dígitos no teclado do telefone). Nestas situações é também vulgar injectar-se o sinal de vídeo proveniente do vídeo porteiro na instalação de distribuição de sinal de TV existente na casa, permitindo-nos desta forma ver a imagem (num canal) de quem está à porta, facilitando assim o reconhecimento da pessoa em causa. 86 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES A instalação em nossa casa de uma central telefó- nica digital permite reencaminhar para o nosso telemóvel (por exemplo) como chamada telefónica o som após um toque no vídeo porteiro se for detectado que no momento não está ninguém em casa (ex: o alarme está ligado e o sistema de domótica está programado para, nesta situação, não deixar tocar os telefones internos mas antes os reencaminhar para um número de telemóvel ou outro telefone pré-estabelecido). Se, adicionalmente, tivermos instalado em casa um pequeno servidor de vídeo, podemos adicio- nalmente reencaminhar por e-mail uma fotografia (imagem digital normalmente em formato JPEG) de quem está à porta e ver a mesma no PC do nosso local de trabalho ou mesmo num PDA com acesso à Internet. Pode-se ainda enviar essa mesma imagem para um telemóvel com possibili- dade de recepção de MMS. 8.15 Acesso à Internet Hoje em dia, com mais de 600 milhões3 de utilizadores da Internet a nível mundial e em Por- 3 Segundo a Nua, Ltd. existem (estatísticas de Setembro/2002) 605,6 milhões de utilizadores. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 87 tugal com 50% da população conectada, é per- feitamente vulgar termos em nossas casas pelo menos um computador com acesso à Internet. Acessos à Internet Nº de Utilizadores % Total no Mundo 605,6 milhões 100% Europa 190,91 milhões 31,52% Ásia/Pacifico 187,24 milhões 30,92% EUA e Canadá 182,67 milhões 30,16% América Latina 33,35 milhões 5,51% África 6,31 milhões 1,04% Médio Oriente 5,12 milhões 0,85% Dados da Nua, Ltd. – Setembro 2002 Portugal 5.165.057 0,85% Dados da Anacom – Dezembro 2002 De entre os tipos de acesso à Internet utilizados no mercado habitacional, os mais vulgares são a utili- zação de modem´s (normalmente a 56Kbps), liga- ções RDIS (a 64Kbps utilizando um canal RDIS ou mesmo a 128Kbps utilizando os 2 canais de um acesso básico), ligações por cabo (tipo NetCabo) e ligações ADSL (mais recentemente e que podem utilizar velocidades desde os 256Kbps até 1Mbps). Em alguns condomínios fechados e edifícios de apartamentos destinados ao segmento com maior 90 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES e tudo indica que, devido às novas tecnologias de comunicações de dados através de equipamentos móveis (como o GPRS e, brevemente, o UMTS) venham nos próximos anos a existir mais utilizado- res de comunicações de dados (como o acesso à Internet e ao e-mail) em ambiente de mobilidade do que utilizadores em ambiente fixo (com PC). Embora Portugal tenha já mais de 5 milhões de utilizadores de Internet, a língua portuguesa é ainda muito pouco utilizada na Internet. Dados da Global Reach PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DA DOMÓTICA 91 Segundo a Unesco4, o português é a sexta língua materna mais falada no mundo. No entanto, tal uti- lização na Internet é significativamente mais redu- zida, ocupando apenas o 9º lugar entre as línguas mais utilizadas, depois (por ordem) do inglês, chi- nês (mandarim e wu), japonês, espanhol, alemão, coreano, italiano e francês com apenas 3,0% (19 milhões de utilizadores) de penetração (como lín- gua principal) entre os utilizadores da Internet a nível mundial. Podemos ainda verificar que a língua inglesa já só representa pouco mais de 1/3 do total e com tendência para decrescer para me- nos de 30% devido sobretudo ao forte crescimento que estão a ter em termos de novos utilizadores as línguas asiáticas e mesmo as europeias. Língua usada na Internet Acesso à Net (milhões) % Previsão acesso em 2004 (milhões) % 1. Inglês 230,6 36,4% 280 29,9% 2. Não-Inglês 403,5 63,6% 657 70,1% 2.1. Línguas Europeias (excepto Inglês) 224,1 35,3% 328 35,0% 2.2. Línguas Asiáticas 179,4 28,3% 329 35,1% Dados da Global Reach – Set/2002 4 Segundo estatísticas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o português é a sexta língua materna mais falada no mundo (em 2000, a Unesco estimou em mais de 176 milhões o número de falantes de português no mundo). Segundo a Unesco as línguas mais faladas no mundo são, por ordem: mandarim (com 874 milhões de falantes), hindi (366 milhões), espanhol (358 milhões), inglês (341 milhões), bengali (289 milhões), português (176 milhões), russo (167 milhões), japonês (100 milhões) e wu (China, 77 milhões). O português é língua oficial de oito países - Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. 92 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES 8.16 Adaptação a incapacidades Definimos como conceito fundamental da domótica a capacidade de adaptação aos novos desenvol- vimentos tecnológicos em face das novas necessi- dades. Vamos agora explorar as capacidades da domótica como meio de contornar as dificuldades temporárias ou permanentes, físicas ou mentais. Através da domótica é possível simplificar as tarefas do quotidiano como comandar circuitos de iluminação, estores ou o aquecimento através de comandos de voz, limitar automaticamente o cau- dal das torneiras e o tempo de abertura das mes- mas, preparar automaticamente o banho à tempe- ratura correcta, e disponibilizar meios expeditos de envio de alarmes em caso de emergência médica ou de segurança. PRINCIPAIS SISTEMAS 95 A Echelon, na sua topologia de rede LonWorks, tem desenvolvido aproximações que permitem maior flexi- bilidade com o intuito de obter um elevado grau de simplicidade na sua implementação, existindo mais de 700 empresas associadas a este standard. 9.2 X10 O protocolo actualmente mais utilizado no mundo (principalmente em pequenas habitações) está presentemente bastan- te desenvolvido, tendo no entanto algu- mas limitações. 96 CENTRO ATLÂNTICO: CASAS INTELIGENTES O protocolo funciona sobre as normais linhas eléctri- cas de uma casa enviando dados (bits) a cada passa- gem por zero da corrente alternada (AC) de uma fase (220v). O X10 é um protocolo de comunicação para aplicações eléctricas de controlo remoto. Está designado para comunica- ções entre transmissores e re- ceptores X10, através de com- dutores standard. Os transmis- sores enviam comandos tais como "turn on", "turn off" ou "dim" precedidos pela identificação da unidade receptora a ser controlada. Os comandos são enviados por “broadcast”, que entra na rede de comunicações da casa. Cada receptor está relacionado com uma identificação de unidade, e só reage aos comandos que lhe são endereçados. Podem contudo ser en- contrados problemas du- rante as comunicações no PRINCIPAIS SISTEMAS 97 caso da área suportada pela rede ser superior a 185 metros, podendo no entanto ser contornados com a aplicação de uma “bridge” ou de um amplificador de sinal. 9.3 EIB (European Installation Bus) O EIB (European Instalation Bus) é um sistema destinado à automação de edifícios, utili- zando uma topologia livre e um sistema descentra- lizado com inteligência distribuída, baseado no proto- colo de comunicação série CSMA/CA. Sendo um sistema não proprietário (isto é, não depende apenas de um fabricante), existem actual- mente na Europa imensos fabricantes de material eléctrico e electrónico que funcionam utilizando este protocolo (EIB). O EIB surgiu com o objectivo de ter uma implementa- ção económica desde os pequenos edifícios até aos projectos de grande envergadura, em que a instalação do bus é estruturado hierarquicamente. A instalação do bus de dados é executada durante a instalação dos restantes circuitos, numa topologia de estrela derivando entre cada dispositivo. Existe a pos-
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