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Surdez Ocupacional, Notas de estudo de Segurança do Trabalho

Os Ruidos e suas consequencias

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 29/07/2012

felipe-nogueira-27
felipe-nogueira-27 🇧🇷

4.8

(6)

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Baixe Surdez Ocupacional e outras Notas de estudo em PDF para Segurança do Trabalho, somente na Docsity! UTRAMIG FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO DE MINAS GERAIS CURSO DE SEGURANÇA DO TRABALHO SURDEZ OCUPACIONAL André Fernandes Felipe Nogueira Roberto Araújo Duarte Nova Lima 2012 ROBERTO ARAÚJO DUARTE SURDEZ OCUPACIONAL Trabalho apresentado à Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais, como requisito para obtenção do título de técnico em segurança do trabalho. Orientador: Érica Nova Lima 2012 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................4 2 – CONCEITO............................................................................................................5 3 – SINTOMATOLOGIA...............................................................................................6 4 - EFEITOS À SAÚDE................................................................................................7 4.1 Perda Auditiva.................................................................................................7 2 – CONCEITO Segundo BARROS (1998), a surdez ocupacional ou perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO) é um distúrbio auditivo que afeta muitos trabalhadores expostos a ambientes de trabalho. De acordo com GANIME, J.F.; ALMEIDA DA SILVA, L.; ROBAZZI, ML DO CC; VALENZUELA Sauzo, S. Faleiro (2010) surdez ocupaiconal é a mudança permanente do limiar decorrente de um trauma acústico crônico e se caracteriza por ser do tipo sensório-neural, geralmente bilateral e simétrica, irreversível, de grau leve nas freqüências baixas e severo nas freqüências altas, com configuração audiométrica típica (entalhe em forma de V) na faixa de freqüências de 6000, 4000 e/ou 3000 Hz, que progride lentamente nas freqüências de 8000, 2000, 1000, 500 e 250 Hz e atinge seu nível máximo, nas freqüências mais altas, nos primeiros 10 a 15 anos de exposição estável a nível de pressão sonora (NPS) elevados e que interrompe sua progressão uma vez cessada a exposição O indivíduo portador desta lesão irreversível e insidiosa, muitas vezes não percebe de imediato quando sua comunicação é prejudicada. Contudo o seu portador adquire uma série de incapacidades auditivas ou distúrbio auditivo (perda ou anormalidade de estrutura ou função, podendo ser anatômico-fisiológica ou psicológica. Implica em dano, prejuízo, piora ou debilita a função auditiva, tanto no sentido orgânico como funcional e handicap (pessoas cujas possibilidades de conservar suas atividades profissionais estão reduzidas, após insuficiência e diminuição de sua capacidade auditiva) que podem interferir em sua vida profissional, familiar e social. Essas incapacidades (referem-se à restrição ou impedimento, resultante da perda auditiva, na habilidade ou performance considerada normal para aquele indivíduo) auditivas podem também prejudicar o trabalhador em relação a sua segurança e ascensão profissional, além dos riscos com acidentes de trabalho serem bem maiores (BARROS 1998). 3 – SINTOMATOLOGIA 5 Segundo BARROS (1998), a exposição ao ruído pode provocar diferentes respostas nos trabalhadores de ordem auditiva e extra-auditiva a depender das características do risco, da exposição e do indivíduo exposto. São efeitos auditivos reconhecidos: o zumbido de pitch agudo, a mudança temporária do limiar (MTL) e a mudança permanente do limiar (MPL) (trauma acústico agudo e crônico) e são efeitos extra-auditivos: distúrbios no cérebro e nos sistemas nervoso, circulatório, digestório, endócrino, imunológico, vestibular, muscular, nas funções sexuais, reprodutivas, no psiquismo, no sono, na comunicação e no desempenho de tarefas físicas e mentais . Já segundo GANIME, J.F.; ALMEIDA DA SILVA, L.; ROBAZZI, ML DO CC; VALENZUELA Sauzo, S. Faleiro. (2010) a exposição ao ruído pode ocasionar efeitos à saúde como estresse, irritabilidade, hipertensão arterial e pode estar associado a outras situações de risco. A pessoa pode também perder o apetite, ser vítima de aerofagia (deglutição de ar), de insônia, de distúrbios circulatórios ou respiratórios e pode emagrecer. De acordo com SELIGMAN (2009) alguns sintomas ocasionados a exposição inadequada ao ruído são: ● diminuição gradual da audição, decorrente da exposição continuada a níveis elevados de ruído; ● a instalação da surdez profissional é influenciada, principalmente, pelos seguintes fatores: tempo de exposição, susceptibilidade individual e características físicas do ruído (tipo, espectro e nível de pressão sonora); ● a perda da audição é sempre decorrente de lesão do nervo auditivo, em razão do dano causado às células do órgão de Corti localizado no ouvido interno, e pode ser agravada pela exposição simultânea a produtos químicos e às vibrações. Uma vez instalada, a perda auditiva é irreversível e quase sempre atinge os dois ouvidos; ● raramente leva à perda auditiva profunda pois, geralmente, não ultrapassa os 40 decibéis nas baixas freqüências e os 75 decibéis nas freqüências altas, atingindo o seu nível máximo após cerca de 10 a 15 anos de exposição sob 6 condições estáveis de ruído. Uma vez cessada a exposição ao ruído intenso, não deverá haver progressão da surdez profissional; ● além da perda auditiva podem ocorrer intolerância a sons intensos, zumbidos, dificuldades na comunicação social e outros comprometimentos orgânicos, tais como estresse, distúrbios da atenção, do sono e do humor, alterações transitórias na pressão arterial, distúrbios gástricos, entre outros sintomas. 4 - EFEITOS À SAÚDE 4.1 Perda Auditiva Os efeitos a saúde, relacionada diretamente a perda auditiva, recebem três classificações: Trauma Acústico, Perda Auditiva Temporária e Perda Auditiva Permanente. Caso esta exposição ocorra durante o trabalho, a perda auditiva recebe o nome de Surdez Profissional ou Surdez Ocupacional. Vamos entender essas três classificações: O Trauma Acústico: Consiste na perda auditiva de instalação súbita, provocada por ruído repentino e de grande intensidade, como uma detonação ou explosão. Em alguns casos pode ser recuperada parcialmente e com tratamentos; Perda Auditiva Temporária: É conhecida como mudança temporária do limiar de audição, ocorre após a exposição ao ruído intenso ou por um curto período de tempo. Um ruído capaz de provocar uma perda temporária serácapaz de provocar uma perda permanente, após uma longa exposição; Perda Auditiva Permanente: A exposição repetida ao ruído excessivo pode levar a cabo de alguns anos a uma perda auditiva irreversível. Como sua instalação é gradativa, a pessoa só se dá conta da deficiência quando as lesões já estão avançadas. 4.2 Stress Os trabalhadores que durante o seu período laboral estejam expostos de forma prolongada à ruídos, podem desenvolver algumas das síndromes seguintes, 7 ● Problemas de comunicação, em grupos, lugares ruidosos, no carro, ônibus, telefone e qualquer situação desfavorável para o ouvinte. HÉTU, LALONDE E GETTY (1987), e HÉTU, GETTY (1991) citado CAMPELO (2007), nos fala quanto ao handicap: ● Esforços e fadiga - atenção e concentração excessivas durante a conversação e dificuldade para compreender leitura oral; ● Stress e ansiedade-irritação e aborrecimento causados pelo zumbido, irritação e intolerância a lugares ruidosos, intolerância em interações sociais, cansaço pelos efeitos do trabalho em local ruidoso e aborrecimento pela consciência da deterioração da audição; ● Dificuldades nas relações: familiares confusões pelas dificuldades de comunicação, confusões pelo alto volume da televisão, impaciência para atividades ruidosas e impaciência com relação à reação das pessoas pela sua dificuldade auditiva; ● Isolamento, recusa a encontros, grupos de conversação, festas, deixando de freqüentar esses lugares; ● Auto-imagem negativa, incômodo por não compreender as pessoas, por estas terem de repetir freqüentemente a mensagem, com o indivíduo sentindo- se “surdo, velho ou incapaz”. 5 - MEDIDAS PREVENTIVAS As medidas preventivas podem ser iniciadas com a adoção de Programas de Conservação Auditiva, que incluem, desde a monitorização da exposição ao ruído, controles administrativos e de engenharia, que são controles do ruído na fonte, até a realização de exames audiométricos periódicos, indicação de equipamentos de proteção individual (EPI), educação, treinamento e motivação do pessoal envolvido no programa, isso evita redução no custo com despesas médicas e ações trabalhistas. Vamos agora detalhar um pouco mais sobre as medidas preventivas. 5.1 Controles de Engenharia (Ações diretamente na fonte ou no meio de propagação do ruído) 10 Podemos começar com os controles de engenharia. Essas medidas preventivas, nada mais são que o controle de ruído na fonte, fundamentalmente, as quais são definidas como qualquer modificação ou substituição de equipamentos ou relativas a fonte sonora ou no caminho de transmissão do ruído, que reduzam os níveis deste para proteção do trabalhador. Os controles de engenharia mais frequentes envolvem: ● Redução ou eliminação do ruído na fonte – substituindo engrenagens por correias ou borrachas e lubrificando adequadamente o maquinário, mudar a máquina para um área mais afastada dos demais trabalhadores, enclausurar. Enclausuramento da fonte ● Interrupção do caminho de transmissão do ruído - implementação e colocação de barreiras acústicas no percurso fonte geradora/trabalhador, como por exemplo, materiais absorventes nas paredes, paredes anti ruídos, e barreiras durante a trajetória do ruído. Colocação de barreiras acústicas 5.2 Medidas administrativas (Tomadas pela gerência e profissionais do SESMT) 11 Além destas medidas de engenharia, controles administrativos são necessários a fim de alterar as escalas de trabalho dos funcionários, realizando operações ruidosas e horários nos quais poucas pessoas se encontram no local, desde que estas sejam protegidas com o uso de equipamento de proteção individual. Este tipo de medida preventiva constitui o isolamento da fonte protetora de ruído no tempo. Essas medidas são em relação ao meio e dependem da administração. Dentro de programa de conservação auditiva, as medidas preventivas com relação ao homem desempenham, juntamente com as de engenharia e administrativas, um papel decisivo para o sucesso deste programa. Essas medidas devem envolver os vários profissionais que trabalham na empresa, que são: os diretores, gerentes, funcionários de todos os níveis, engenheiros de segurança, médicos do trabalho, fonoaudiólogos, auxiliares de enfermagem e constam basicamente , de: A) Avaliações audiométricas periódicas - pré-admissionais, revisões periódicas anuais e pós demissionais, a fim de avaliar a audição dos funcionários, preferencialmente em condições ideais, em cabines acústicas, com o uso de audiômetro calibrado e realizada por fonoaudiólogos, no próprio local de trabalho ou em clínicas especializadas. B) Fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) - A proteção do ouvido é indispensável para todos que se expõem a ruídos superiores a 85 dBA ,conforme a legislação trabalhista vigente no país. E assim devem ser oferecidos protetores auriculares, que podem ser, desde circum-aurais (fones), elmos ou capacetes com fones protetores, até intra-aurais (plugs de inserção de vários materiais). O tipo mais adequado de protetor a ser empregado irá variar de acordocom as características do ruído e do ambiente. O importante é que ele seja efetivamente utilizado pelo funcionário. C) Educação e treinamento do funcionário - não basta controlar a audição e fornecer EPIs para os funcionários; é necessário educá-los a fim de que compreendam a importância de sua participação ativa no programa, para que o objetivo primordial possa ser alcançado, ou seja, proteger a audição do indivíduo exposto ao ruído. Muitas vezes, quando não é dada a devida importância a esta etapa, o programa não é bem sucedido. Todos os envolvidos no programa de 12 Mestrado Profissionalizante em Fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de concentração: Processamento e Distúrbios da Audição. Rio de Janeiro, RJ. 2007. Disponível em: < http://www.uva.br/mestrado/dissertacoes_fonoaudiologia/liziane-maria-campelo- identificacao-de-sintomas-auditivos-e-extra-auditivos-em-trabal.pdf>. Acesso em 08/06/2012. DE VASCONCELLOS, Luiz Carlos Fadel; GAZE, Rosangela. Integralidade e doenças dos trabalhadores - O método de Bernardino Ramazzini – De morbis Artificum Diatriba. - Oficina de Artigos da Pós-Graduação em Saúde Pública / Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca / Fundação Oswaldo Cruz. Itaipava/RJ, 01. 05/06/2009. Disponível em < http:// www.segurancaetrabalho.com.br/download/integral-fadel.pdf >. Acesso em 21/05/2012. GANIME, J.F.; ALMEIDA DA SILVA, L.; ROBAZZI, ML DO CC; VALENZUELA Sauzo, S. Faleiro. O ruído como um dos riscos ocupacionais: uma Revisão de literatura. 2010. Disponível em: < http://scielo.isciii.es/pdf/eg/n19/pt_revision1.pdf> Acesso em 08/06/2012. MAIA, Paulo Alves. Estimativa de Exposição não contínuas à Ruídos. Edição: Joao Bosco Nunes. Campinas, SP. FUNDACENTRO 2002. Disponível em <http:// www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/estimativaruidos.pdf>. Acesso em 21/05/2012. NEGRÃO, Mário Márcio. Estresse e Ansiedade. Curitiba – PR. 2009 Disponível em < http://www.orgone.com.br/a_ansiedadest.html> Acesso em 21/05/2012. OMS. Organização Mundial de Saúde. Riscos á saúde devido ao Ruído Ocupacional. Copenhagen K, Denmark. 1980. SELIGMAN, Maurício. Surdez Profissional – Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional (PAIRO). Porto Alegre – RS. 2009. 15 16
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