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Guias e Dicas
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A Cor - Apostilas - Design Gráfico Parte1, Notas de estudo de Produção Gráfica

Apostilas de Design Gráfico sobre o estudo da Cor, História das Cores, A Concepção Física das Cores, Estudos de Newton, Teoria das Cores, Luz.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 27/03/2013

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

4.5

(244)

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Baixe A Cor - Apostilas - Design Gráfico Parte1 e outras Notas de estudo em PDF para Produção Gráfica, somente na Docsity! Eri o oO A SUMÄRIO 1. IntroduÅÇo..........................................................................................................................02 2. HistÉria das Cores..............................................................................................................04 3. A ConcepÅÇo FÑsica das Cores............................................................................................07 3.1.Os Estudos de Newton.......................................................................................................09 3.2.Teoria das Cores.................................................................................................................12 3.2.1. O que Ö cor?...................................................................................................................12 a) Carga de cor...................................................................................................................13 3.2.2. Luz..................................................................................................................................13 a) Espectro de luz visÑvel....................................................................................................14 3.3. Diagrama de Cromaticidade..............................................................................................15 4. A ConcepÅÇo BiolÉgica das Cores........................................................................................20 4.1. O Olho Humano................................................................................................................20 4.1.1. Os trÜs tipos de cones....................................................................................................21 4.1.2. O que o olho humano Ö capaz de ver?...........................................................................22 4.1.3. A subjetividade das cores...............................................................................................22 4.2. A Teoria Tricromática........................................................................................................22 4.2.1. IntroduÅÇo......................................................................................................................22 4.2.2. Sintonizando... de 428 a 750 terahertz..........................................................................24 4.2.3. VisÇo colorida.................................................................................................................26 4.3. A PercepÅÇo das Cores......................................................................................................29 4.3.1. Nossos olhos e a visÇo....................................................................................................29 4.3.2. Misturando cores por adiÅÇo e subtraÅÇo.....................................................................30 4.3.3. Propriedades das cores: tom e saturaÅÇo.....................................................................31 4.4. Psicologia das Cores.........................................................................................................33 4.4.1. Cor e personalidade......................................................................................................34 4.4.2. O efeito de cada cor......................................................................................................35 a) As cores influenciam nossos componentes: fÑsico, metal e emocional........................35 b) Efeitos fisiolÉgicos das cores nas roupas......................................................................43 4.5. A Cor como Terapia..........................................................................................................46 4.5.1. HistÉrico........................................................................................................................46 4.5.2. DefiniÅÇo.......................................................................................................................47 4.5.3. Uso terapÜutico das cores.............................................................................................48 5. A ConcepÅÇo ArtÑstica das Cores..........................................................................................52 5.1. Estudo das Cores...............................................................................................................52 5.1.1. O que Ö cor?...................................................................................................................52 5.1.2. As cores puras................................................................................................................53 5.1.3. As cores primárias..........................................................................................................53 5.1.4. As cores secundárias......................................................................................................54 5.1.5. Cores complementares..................................................................................................54 5.1.6. Cores análogas...............................................................................................................54 5.1.7. Cores acromáticas ou neutras........................................................................................55 5.1.8. O circulo das cores.........................................................................................................55 5.1.9. Cores quentes e cores frias............................................................................................56 5.1.10. A temperatura das cores..............................................................................................57 5.1.11. Contrastes....................................................................................................................58 2 1. IntroduÄÅo Desde a Antiguidade cl‚ssica, pensadores dedicaram-se a refletir sobre a origem e o sentido das cores. Aristƒteles, por exemplo, achava que elas eram propriedades dos objetos, assim como o peso e a textura. E, embriagado pela m‚gica dos n„meros, disse que eram em n„mero de seis, o vermelho, o verde, o azul, o amarelo, o branco e o negro. O estudo das cores sempre foi influenciado por aspectos psicolƒgicos e culturais. Na Idade M€dia o poeta Pl…nio teorizou que as trs cores b‚sicas seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conch…fera. O amarelo foi exclu…do desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no v€u nupcial. No s€culo XV, as reflex†es foram aprofundadas pelos renascentistas. Leon Battista Alberti, um disc…pulo de Brunelleschi, diria que seriam quatro as cores mais importantes: vermelho, verde, azul e cinza. Essa vis‡o reflete os seus gostos na tela. Alberti € contemporˆneo de Leonardo da Vinci, e teve influencia sobre ele. Leonardo da Vinci reuniu anota‰†es para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um sƒ livro intitulado Tratado da Pintura e da Paisagem. Luz e cor passaram a ser tratadas como categorias diferentes. Ele se oporia a Aristƒteles ao afirmar que a cor n‡o era uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma concordˆncia ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto n‡o s‡o cores mas extremos da luz. Da Vinci foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida e a pesquisar a vis‡o estereoscƒpica, ele mesmo tentou construir um fotŠmetro. Nos s€culos XVII e XVIII, Ren€ Descartes descreveu a refra‰‡o e Isaac Newton decompŠs a luz branca com prismas, chegando ‹s sete cores do arco-…ris, e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da part…cula de luz. Newton acreditava na teoria corpuscular da luz tendo grandes desaven‰as com Huygens que acreditava na teoria ondulatƒria. Posteriormente, provou-se que a teoria de Newton n‡o explicava satisfatoriamente o fenŠmeno da cor. Mas sua teoria foi mais aceita devido ao seu grande reconhecimento pela gravita‰‡o. Ainda no s€culo XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos pigmentos at€ chegar aos trs b‚sicos para impress‡o: o vermelho, amarelo e azul. 3 No s€culo XIX o poeta Goethe se apaixonou pela quest‡o da cor e passou trinta anos tentando terminar o que considerava sua obra m‚xima: um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton. Goethe dizia que a pintura "€ capaz de produzir um mundo vis…vel muito mais perfeito que o mundo real". Ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a reten‰‡o das cores na retina, a tendncia do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou que objetos brancos sempre parecem maiores do que negros. Tamb€m reinterpretou as cores pigmentos de Le Blon, renomeando-os pˆrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precis‡o das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impress‡o industrial. Por€m as observa‰†es de Goethe em nada feriam a teoria de Newton, suas explica‰†es para os fenŠmenos eram muitas vezes insatisfatƒrias e ele n‡o propunha nenhum m€todo cient…fico para provar suas teses. Sua publica‰‡o "A teoria das cores" caiu em descr€dito na comunidade cient…fica, n‡o despertou interesse entre os artistas e era deveras complexo para leigos. Suas observa‰†es foram resgatadas no in…cio do s€culo XX pelos estudiosos da gestalt e sobre pintores modernos como Paul Klee e Kandinsky. Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em trs mat€rias com as mesmas caracter…sticas que Goethe propunha para cores: a cor f…sica (ƒptica f…sica), a cor fisiolƒgica (ƒptica fisiolƒgica) e a cor qu…mica (ƒptica fisico-qu…mica). O conte„do € basicamente a teoria de Newton acrescida de observa‰†es modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que apresentam ilus†es de ƒptica. Hoje n‡o h‚ tanto mist€rio sobre a natureza da luz e das cores. Cor € a sensa‚o provocada pela a‚o da luz sobre o ƒrg‚o da vis‚o. Nenhuma dessas classifica‰†es se mostrou totalmente perfeita porque a preferncia do ser humano por elas obedece a muitas vari‚veis (individuais e coletivas, culturais e f…sicas), que interagem entre si. 6 2.8. Branco Pit‚goras, o filƒsofo grego, acreditava que a cor branca continha, al€m de todas as outras cores, todos os sons. Muitos dos antigos templos e das atuais igrejas s‡o brancos. As tradi‰†es nipŠnicas consideram o branco a cor do luto. Para denotar inocncia virginal, l…rios brancos apareciam nas pinturas da Anuncia‰‡o. 2.9. Cinza Essa cor foi utilizada pelos povos primitivos para marcar as paredes das cavernas e reclamar seus dom…nios. Œ uma cor sombria, e foi utilizada pelas pessoas comuns durante o tempo de Carlos Magno, no s€culo VIII. 2.10. Preto Na Gr€cia antiga, o preto simbolizava a vida porque o dia nascia da escurid‡o. Em Madagascar uma pedra negra € colocada em cada um dos quatro pontos cardeais, sobre o t„mulo, para representar a for‰a da morte. J‚ para os antigos eg…pcios a negra lama do Nilo representava um renascer e os gatos pretos eram considerados duplamente sagrados. Na Roma antiga sacrificavam-se bois pretos para satisfazerem os deuses das profundezas. 7 3. A ConcepÄÅo FÉsica das Cores O estudo de luz e cor deve ser iniciado pela F…sica elementar, uma vez que a luz € uma onda eletromagn€tica. Sendo assim, da F…sica vem que, todas as ondas eletromagn€ticas se propagam no v‚cuo com a mesma velocidade c com o valor de 300.000.000 m/s (velocidade da luz). Em decorrncia deste fato, e sabendo-se a freqŽncia de uma onda eletromagn€tica (f), no v‚cuo, pode-se determinar o comprimento de onda (λ) desta radia‰‡o, atrav€s da seguinte equa‰‡o: λ = c/f. 8 Desta forma, pode-se ent‡o exemplificar as ondas eletromagn€ticas de maior importˆncia nas pesquisas e nas aplica‰†es pr‚ticas, em fun‰‡o do comprimento de onda (propriedade que fornece uma das principais caracter…sticas da onda): Raios-X (faixa de 10-1 at€ 10 A), ondas ultravioletas (faixa de 1 at€ 400 mm), o espectro de luz vis…vel (faixa de 400 at€ 700 mm), ondas infravermelhas (faixa de 700 mm at€ 1 mm) e faixas de radiofreq†‡ncia (que variam de 20 cm at€ 105 m). O espectro de luz vis…vel, pode ent‡o assumir diversas cores (desde o violeta at€ o vermelho), em fun‰‡o do comprimento de onda, como exposto na tabela ao lado. Como o comprimento de uma onda da luz € muito pequeno (da ordem de 10-5 cm), a teoria da f…sica se divide em dois grandes grupos: tica F…sica, que trata dos fenŠmenos ondulatƒrios da luz e tica Geom€trica, que estuda o comportamento da onda quando esta interage com objetos muito maiores que o comprimento da onda da luz. Desta forma, v‡o-se discutir agora dois fenŠmenos da tica Geom€trica: a reflex‡o e a refra‰‡o. Para tal, sup†e-se que haja um plano, ao qual incide um raio luminoso e que parte deste raio seja refletido por este plano e parte seja refratado. Define-se como ˆngulo de incidncia como sendo o ˆngulo formado pelo raio e a normal a este plano, ˆngulo de reflex‡o entre a normal do plano e raio refletido e ˆngulo de refra‰‡o como sendo entre a normal e o raio refratado. Pode-se provar (por ex. pela Lei da Conserva‰‡o da Quantidade de Movimento) que o ˆngulo de incidncia € igual ao ˆngulo de reflex‡o (Lei da Reflex‚o), e que o ˆngulo de refra‰‡o pode ser dado pela Lei de Snell, de acordo com o …ndice de refra‰‡o de cada material. Como j‚ foi dito anteriormente, as ondas eletromagn€ticas se propagam no v‚cuo com a mesma velocidade c, ou seja, a velocidade da luz. Entretanto, quando estas ondas se propagam em um meio material, a velocidade de propaga‰‡o de cada onda (v) passa a ser Cor  Violeta 380-440 m Azul 440-490 m Verde 490-565 m Amarelo 565-590 m Laranja 590-630 m Vermelho 630-780 m 11 O processo de forma‰‡o de cores por pigmenta‰‡o, baseia-se na descri‰‡o da palheta do pintor, uma vez que a luz ao atingir a camada de pigmentos sofre processos de reflex‡o, absor‰‡o e transmiss‡o (fenŠmeno conhecido como espalhamento) produzindo assim a(s) cor (es) desejada(s). Esta t€cnica, como n‡o poderia deixar de ser, € muito utilizada na pintura de quadros. Outro processo de forma‰‡o de cores € o chamado processo aditivo, um exemplo deste processo pode ser visto a cima, onde duas fontes luminosas de cores diferentes s‡o projetadas em duas regi†es. Na ‚rea de interse‰‡o h‚ a forma‰‡o de uma nova cor, uma vez que, o olho n‡o consegue distinguir diferentes componentes. O processo aditivo € usado largamente nas televis†es comerciais. Outro processo, ainda, de forma‰‡o de cores € o processo subtrativo que € utilizado em slides. Este processo baseia-se no uso de filtros ou corantes que tem por objetivo filtrar determinados comprimentos de onda. Exemplificando: ao se emitir uma luz branca (que possui todos os comprimentos de onda) sobre um filtro verde, este filtra todos os comprimentos de onda deixando passar apenas o comprimento de onda relativo ‹ cor verde, produzindo assim o verde. Na utiliza‰‡o de corantes o processo € o mesmo sƒ que s‡o usados pigmentos que absorvem e refletem alguns comprimentos de onda. 3.2. Teoria das cores A conscincia sobre as cores sempre esteve presente no humano, desde o tempo que ele andava em um universo verde atento para um alerta vermelho, fosse fruta, animal ferido ou fmea no cio. 12 3.2.1. O que € cor? Cor € como o olho humano (e o dos seres vivos animais) interpreta a reemiss‡o da luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagn€ticas, correspondentes ‹ parte do espectro eletromagn€tico que € vis…vel (400 a 700 nanŠmetros). Pode ser definida tamb€m como uma percep‰‡o visual provocada pela a‰‡o de um feixe de fƒtons sobre c€lulas especializadas da retina, que transmitem atrav€s de informa‰‡o pr€- processada no nervo ƒptico, impress†es para o sistema nervoso. A cor de um material € determinada pelas m€dias de freqŽncia dos pacotes de onda que as suas mol€culas constituintes refletem. Um objeto ter‚ determinada cor se n‡o absorver justamente os raios correspondentes ‹ freqŽncia daquela cor. Assim, um objeto € vermelho se absorve preferencialmente as frequncias fora do vermelho. A cor € relacionada com os diferentes comprimentos de onda do espectro eletromagn€tico. S‡o percebidas pelas pessoas, em faixa espec…fica (zona do vis…vel), e por alguns animais atrav€s dos ƒrg‡os da vis‡o, como uma sensa‰‡o que nos permite diferenciar os objetos do espa‰o com maior precis‡o. Considerando as cores como luz, a cor branca resulta da sobreposi‰‡o de todas as cores, enquanto o preto € a ausncia de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na natureza, esta decomposi‰‡o origina um arco- …ris. a) Carga de cor Na f…sica de part…culas, carga de cor € uma propriedade de quarks e glˆons que est‚ relacionada com a for‰a existente entre eles, no contexto da cromodin‰mica qu‰ntica. Existem muitas analogias entre a carga de cor e a carga el€trica, contudo existem algumas importantes diferen‰as e complica‰†es adicionais. A cor de um quark ou um glˆon em nada tem a ver com o conceito tradicional de cor, tratando-se apenas de uma analogia. Pode-se convencionar que as trs cores existentes s‡o o vermelho, o azul e o verde. Da mesma maneira, cada cor tem sua anticor; antivermelho, antiazul e antiverde (ou ciano, magenta e amarelo). 13 Os quarks possuem trs cores: vermelho, azul e verde. Os antiquarks, antivermelho, antiazul e antiverde. As cores podem ser representadas como vetores em um plano, conforme a figura acima. A adi‰‡o das trs (anti)cores ou de uma cor e sua anticor gera a cor branca, ou seja, a ausncia de cor. 3.2.2. Luz A fus‡o nuclear ocorrida no Sol produz um fluxo maci‰o de energia. A parte vis…vel pelo olho humano desta energia € chamada de luz. Devido ‹ dualidade onda-part…cula, a luz exibe simultaneamente propriedades de ondas e de part…culas. A distˆncia entre cada crista de tal onda € chamada de comprimento de onda. Cor-luz ou cor-energia € aquela, em que a Teoria das Cores, que, contrapondo-se ‹ cor- pigmento, diz respeito ‹ reflex‡o dos raios luminosos - e n‡o pela cor efetiva contida na substˆncia. Identificada pelo fenŠmeno da refra‰‡o dos raios solares, essa concep‰‡o das cores deu-se pela primeira vez com o f…sico ingls Isaac Newton, no ano de 1666. Segundo essa compreens‡o, a cor percebida pelos olhos € aquela refletida pelo objeto no qual o raio solar incide. O branco, assim, consiste na reuni‡o de todas as cores, ao passo em que o preto seria a ausncia de cor. A cor pigmento, ao contr‚rio, ter‚ um efeito diverso: misturando-se todas as cores o resultado ser‚ uma esp€cie de marrom. A comprova‰‡o cient…fica da teoria luminosa das cores pode ser feita com um experimento relativamente simples: colocando-se um disco contendo as sete cores do arco-…ris, ou seja, aquelas obtidas pela refra‰‡o, e girando-se velozmente o mesmo, a partir de certa velocidade o olho deixar‚ de perceber as varias cores e passar‚ a ver apenas o reflexo de todas elas juntas: o branco. a) Espectro de luz vis…vel Os comprimentos de onda vis…veis se encontram entre 380 e 750 nanŠmetros. Ondas mais curtas abrigam o ultravioleta, os raios-X e os raios gamas. Ondas mais longas contm o infravermelho, o calor, as microondas e as ondas de r‚dio e televis‡o. O aumento de 16 Como j‚ foi mencionado, as cores do sistema XYZ n‡o s‡o realiz‚veis fisicamente. Sendo assim, pode-se obter as grandezas colorim€tricas desse sistema a partir do sistema CIE- RGB, a partir das seguintes hipƒteses:  As componentes de cor devem ser positivas.  Deve-se obter o maior no poss…vel de cores espectrais com algumas coordenadas de cromaticidade nula e, duas prim‚rias devem ter luminˆncia ZERO. 17 Finalmente, definindo os vetores da cor branca de referncia de cada sistema e fazendo uma transforma‰‡o inversa, obtm-se as grandezas do sistema XYZ em fun‰‡o de RGB como apresentado no quadro da p‚gina anterior. A forma do sƒlido de cor CIE XYZ (contem todas as cores vis…veis) pode ser visto ao lado. Basicamente, € de forma cŠnica, com o v€rtice na origem. Œ apresentado tamb€m o plano de crominˆncia ou o plano de Maxwell (X + Y + Z = 1), que tem importˆncia para se obter uma representa‰‡o param€trica do espa‰o de cromaticidade. Pode-se destacar tamb€m o triˆngulo formado pela interse‰‡o deste plano com os eixos do espa‰o de cor XYZ que € chamado triˆngulo de Maxwell. Analisando-se a figura ao lado, pode-se concluir que as cores vis…veis se encontram no primeiro octante do espa‰o de cor. Uma cor C pode ser representada da seguinte forma C = x X + y Y + z Z. Pode-se definir valores de cromaticidade, que dependem somente dos comprimentos de onda dominantes e da satura‰‡o e s‡o independentes da parcela de energia luminosa (luminˆncia), a partir das seguintes equa‰†es: x = X / (X+Y+Z); y = Y/(X+Y+Z); z = Z/(X+Y+Z). Nota-se que x + y + z = 1, uma vez que x, y e z est‡o no plano X+Y+Z =1. Sendo assim, retirando o brilho ou a luminosidade da defini‰‡o da cor em CIE XYZ, e utilizando as coordenadas de cromaticidade x e y, obtem-se o Diagrama de Cromaticidade do CIE. O interior e o contorno deste diagrama com forma de ferradura representam todas as cores vis…veis. Todas as cores puras do espectro est‡o localizadas na regi‡o curva do contorno, enquanto que a linha reta deste contorno € chamada de Linha P„rpura ou Linha Magenta, uma vez que ao longo desta linha se encontram as cores p„rpuras e magenta saturadas. Estas cores n‡o podem ser definidas por um comprimento de onda dominante e desta forma s‡o denominadas n‡o-espectrais. Destaca-se ainda neste diagrama a luz branca padr‡o que € definida em um ponto prƒximo de x = y = z = 1/3. 18 Utilizando-se o Diagrama de Cromaticidade do CIE, pode-se visualizar com mais facilidade conceitos como satura‰‡o de uma cor e cores complementares. Na parte superior da figura abaixo se pode dizer que a satura‰‡o da cor C1 € definida como sendo a / (a+b). Na parte inferior verifica-se que C € complementar a C, pois s‡o cores que quando combinadas produzem a luz branca. Exemplos de cores complementares s‡o: o ciano - vermelho, magenta - verde e amarelo - azul. Este diagrama pode ser „til na visualiza‰‡o de gamutes de monitores e impressoras, e ser‡o vistos adiante no item sobre sistemas de cores utilizados nos dispositivos. 21 Os cones s‡o distribu…dos de forma desequilibrada sobre a retina. 94% s‡o do tipo R e G, enquanto apenas 6% s‡o do tipo B. Esta aparente distor‰‡o € de fato uma adapta‰‡o evolutiva. A presen‰a de um terceiro cone € uma caracter…stica dos primatas. Os demais mam…feros contam com apenas dois cones. O terceiro cone que desenvolvemos, al€m de dar mais informa‰†es sobre cores, traz fundamentalmente uma melhoria na percep‰‡o de contrastes. Isto proporcionou aos primatas uma vantagem na competi‰‡o por alimentos e na vida nas copas das ‚rvores. 4.1.2. O que o olho humano € capaz de ver? Embora nƒs possamos contar com nossos olhos para nos trazer a maior parte das informa‰†es do mundo externo, eles n‡o s‡o capazes de revelar tudo. Nƒs podemos ver apenas objetos que emitam, ou seja, iluminados por ondas de luz em nosso alcance de percep‰‡o, que representa somente 1/70 de todo o espectro eletromagn€tico. O olho humano enxerga radia‰†es luminosas entre 4 mil e 8 mil angstr‘ns (unidade de comprimento de onda). Homem e macaco s‡o os „nicos mam…feros capazes de enxergar cores. Certos animais (p‚ssaros, alguns r€pteis e peixes) foram evolutivamente privilegiados com um tipo de cone a mais (totalizando quatro tipos de cones contra apenas dois da maioria dos mam…feros e trs dos seres humanos e dos demais primatas) e desenvolveram um sistema visual tetra crom‚tico, que possibilita a vis‡o ultravioleta (GOLDSMITH, 2006). Esta, ali‚s, motivo de controv€rsia, pois dados da literatura cient…fica indicam que pessoas cujos cristalinos foram removidos devido ‹ cirurgia da catarata, passaram a ter ƒtima vis‡o na faixa do ultravioleta (WALD, 1969). Por€m, tal vis‡o seria invi‚vel sem os cones com sensibilidade apropriada. Alguns insetos e artrƒpodes tamb€m s‡o capazes de perceber a radia‰‡o ultravioleta, mas possuem um sistema visual colorido diferenciado em rela‰‡o ao do homem (ROBINSON, 2007; GOLDSMITH, 2006). A maioria dos insetos, por exemplo, n‡o distingue a cor vermelha (OKUNO; CALDAS; CHOW, 1986). 4.1.3. A subjetividade das cores Toda cor € uma interpreta‰‡o que o c€rebro faz dos sinais luminosos. Por isso, nunca se saber‚ ao certo se duas pessoas enxergam uma cor exatamente da mesma maneira. ’s vezes, a percep‰‡o de uma cor pode ser afetada pelo efeito de contraste. 22 4.2. A teoria tricrom‰tica 4.2.1. Introdu‚o A vis‡o consiste numa esp€cie de interface entre um organismo e o meio exterior, capaz de distinguir entre as radia‰†es eletromagn€ticas existentes aquelas que s‡o sens…veis. Apenas trs filos do reino animal possuem tal capacidade (WALD, 1969). Œ um processo t‡o complexo que, no caso dos seres humanos, envolve cerca de quarenta por cento (40%) do c€rebro; a maior propor‰‡o entre os cinco sentidos (WERNER; PINNA; SPILLMANN, 2007). Enxergar cores € tido por alguns como um privil€gio desnecess‚rio. Certamente, in„meras sensa‰†es e emo‰†es seriam dramaticamente afetadas, mas afora conseqŽncias subjetivas, nada seria significativamente prejudicado em n…vel de sobrevivncia sem o plus da vis‡o colorida. Hoje, talvez isso fa‰a algum sentido, por€m, h‚ milh†es de anos, foi justamente em fun‰‡o da sobrevivncia dos mais aptos que nossos ancestrais se beneficiaram de muta‰†es gen€ticas que permitiram distinguir no ambiente as cores de frutos em meio ‹ folhagem (GOLDSMITH, 2006). Esse luxo da humanidade e de poucos primatas, compartilhado apenas com aves, lagartos, tartarugas e alguns peixes teria, entretanto, fun‰†es mais relevantes que enfeitar a vida. Estudos recentes indicam uma grande dependncia entre as cores e outros atributos dos objetos tais como a forma e a profundidade (WERNER; PINNA; SPILLMANN, 2007). Uma das primeiras tentativas de explicar o processamento visual colorido foi proposta no in…cio do s€culo XIX, pelo f…sico ingls Thomas Young (On The Theory Of Light And Colours, 1802), e aprimorada pelo m€dico e f…sico alem‡o Hermann von Helmholtz (Physiological Optics, 1866), passando a compor os primƒrdios do que hoje conhecemos por teoria tricrŠmica. Obteve respaldo quando, em 1964, foram efetivadas medidas de absor‰‡o da luz em um „nico cone (fotoc€lula da retina) por interm€dio de um microespectrofotŠmetro. Por n‡o conseguir explicar certos aspectos da vis‡o (como a inexistncia de certas cores como, por exemplo, verdes avermelhados), outra teoria foi desenvolvida pelo fisiologista alem‡o Karl Ewald Hering, que propŠs um sistema visual baseado na oponncia de cores. N‡o h‚ ainda um consenso ou uma teoria capaz de abranger a enorme variedade de quest†es em aberto (BARTHEM, 2005; NASCIMENTO, 2004). A vis‡o das cores vai muito al€m da simples absor‰‡o e reflex‡o de determinados comprimentos de onda da luz. Œ um fenŠmeno que requer uma abordagem bem mais ampla 23 e multidisciplinar do conhecimento (PESA; BRAVO; COLOMBO, 2003; WERNER; PINNA; SPILLMANN, 2007). De fato, a diversidade de institutos de pesquisa e de profissionais envolvidos corresponde a esta demanda: neurocientistas, psicof…sicos, bioqu…micos, f…sicos e biƒlogos, colaboram com esfor‰os interdisciplinares para uma melhor compreens‡o dessa complexa intera‚o entre mat€ria e energia. 4.2.2. Sintonizando... De 428 a 750 terahertz De todo o espectro eletromagn€tico (Fig. 1), apenas uma estreita faixa € captada pelos olhos humanos. 26 Fig. 2 - Esquema das estruturas envolvidas no sistema visual. (A) Olho humano recebendo energia luminosa de um fƒton de luz. A retina € uma fina camada com cerca de 0,5 mm de espessura que reveste internamente o olho. (B) Retina ampliada: camadas de c€lulas nervosas e c€lulas fotossens…veis. (C) Uma c€lula fotossens…vel ampliada. No segmento externo existem diversos discos empilhados, cada um deles (em destaque) tem sua membrana crivada com milhares de complexos de rodopsina. (D) Cada complexo consiste de uma prote…na atravessada na membrana em cujo ˆmago um nicho cont€m uma mol€cula de retinal 27 Ao observar o gr‚fico da Fig. 4, € poss…vel verificar a combina‰‡o de diferentes graus de sensibiliza‰‡o (absor‰‡o relativa de luz) de cada cone em resposta aos diferentes est…mulos visuais (cores). Para entender como funciona a interpreta‰‡o da informa‰‡o codificada, conforme ilustra a Tabela 3, observe que, no gr‚fico da Fig. 4, onde as linhas verticais tracejadas (exemplos de algumas cores) cortam as curvas de absor‰‡o relativa de cada cone, formando os pontos de cruzamento correspondentes aos valores de absor‰‡o relativa daquele cone para aquela cor. Por exemplo: a linha vertical tracejada que indica a cor verde corta a curva do cone vermelho em 31%, do cone azul em 36% e do cone verde em 67%, ou seja, a combina‰‡o desses trs percentuais de estimula‰‡o perfaz o cƒdigo: 31 36 67 o qual ser‚ interpretado pelo c€rebro como (uma das muitas gamas da) cor verde. 28 4.3. A Percep‚o das Cores As cores sƒ existem se trs componentes estiverem presentes: um observador, um objeto e luz. Apesar de a luz branca ser normalmente encarada como "sem cor", na realidade ela cont€m todas as cores do espectro vis…vel. Quando a luz branca atinge um objeto ele absorve algumas cores e reflete outras; somente as cores refletidas contribuem para a interpreta‰‡o da cor feita pelo observador. 4.3.1. Nossos olhos e a vis‚o O olho humano sente o espectro de cores usando uma combina‰‡o da informa‰‡o vinda de c€lulas localizadas no olho, chamadas de cones e bastonetes. Os bastonetes s‡o mais adaptados a situa‰†es de pouca luz, mas eles somente detectam a intensidade da luz, os cones, por outro lado, funcionam melhor com intensidades maiores de luz e s‡o capazes de
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