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Guias e Dicas
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Revista-Concreto-59 , Notas de estudo de Engenharia Civil

Premoldados de Concreto

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 09/05/2012

liberato-bonfim-5
liberato-bonfim-5 🇧🇷

3.8

(8)

19 documentos

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Baixe Revista-Concreto-59 e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! | 1 | [www.ibracon.org.br] n PRODUTOS DO CONCRETO ABNT NBR 15823 – Norma brasileira do concreto autoadensável n NORMALIZAÇÃO TÉCNICA Macrofibras poliméricas no concreto IBRACON Instituto Brasileiro do Concreto & Construções I tit t il i t Ano XXXVIII Jul. • Ago. • Set. | 2010 ISSN 1809-7197 www.ibracon.org.br | # 59 Congresso técnico-científico do IBRACON em Fortaleza n ACONTECE NAS REGIONAIS Novas Tecnologias do Concreto para o Crescimento Sustentável. Pré-moldados de concreto: soluções sustentáveis e competitivas para obras habitacionais, esportivas e de infraestrutura 0 5 25 75 95 100 Capa Revista Concreto 59-final segunda-feira, 30 de agosto de 2010 20:30:11 Com os pré-fabricados T&A, você pode otimizar o tempo da obra, atender prazos e, principalmente, ter a garantia de execução dentro do orçamento previsto. A nossa linha de produtos é reconhecida pela alta performance, estética e durabilidade. Preocupada com a preservação ambiental, a T&A não utiliza fôrmas de madeira, permitindo que todo o processo de fabricação seja ecologicamente correto. Esses são apenas alguns dos muitos motivos que fazem da T&A a escolha certa. TaÂaaA PRÉ-FABRICADOS concretizando o futuro O QuE GRANDES SHOPPINGS TÊM EM COMUM? LAJES ALVEOLARES E SOLUÇÕES INDUSTRIALIZADAS COM A MARCA CASSOL PRÉ-FABRICADOS “A kyje alveolar é um produto cada vez mais utilizado no mercado, em função de sua elevada eficiência ao vencer grandes vãos e altas sobrecargas. É o maior e melhor exemplo da racionalização da Construção Civil” Carlos Melo SHOPPING BOURBON SHOPPING IGAUATENA “As lajes alveolares Cassol proporcionam à Almeida Junior uma excelente relação custo-benefício que são fundamentais na qualidade e recnologia das obras dos shoppings da nossa rede, garantindo cronograma cada vez mais curtos.” pisos uma solução prática, econômica e que atende perfeitamente as exigências estruturais.” "Considero às ljes alveolares pára t Alemeidta Junior opping Centers Eduardo Barros Miller Zamarion e Millen Consultores Almeida JOINVILLE GARTEN SHOPPING IL SHOPPING SEGURANÇA, CONFIANÇA E QUALIDADE LAJES ALVEOLARES CASSOL. QuEM USA, RECOMENDA. ) [ERRO RR rr [OST oo Tee ao E RES BTT Ci Petar CEL (SR aa STA AL AI prio Ag Nossas Fábricas: [ PR. Tel. (41) 3641 5900 “Y O La ç SC. Tel. (48) 3381 5900 | RS. Tel/Fax (51) 3462 5900 CASSOL “ RJ. Tel. (21) 2682 2400 | SP. TelyFax (19) 3879 8900 e f . [S CASSOL www.cassol.ind.br | 6 |[Concreto & Construções] converse com o ibracon Converse com o IBRACON victor m. de Souza lima - Fragmentos da memória de um amigo Entramos juntos na Poli, em fins de 1946, ele em segundo lugar, eu em nono. No pri- meiro ano, em 1947, pouco falamos um com outro. Éramos de “panelas” diferentes: ele, brasileiro, vindo do Colégio São Luiz; eu, italiano, do Colégio Dante Alighieri. Em mi- nha “panela’, o Dante Martinelli e o Vincen- zo Albanese; na dele, o Luiz Patrício Cintra do Prado e o Wilson de Araújo Costa. Acho que talvez o primeiro contato tenha sido as- sim: o Victor dizendo “...Mario, você que é tão bom em Física, veja se resolve esta dúvida”. (Eu andara tirando notas máximas nas provas de Física e era apelidado – com característica ironia universitária – “o pai da Física”.) Não lembro se resolvi o “galho”, mas foi o começo de nossa amizade. Já a partir do segundo ano, as trocas de idéias foram ficando mais e mais freqüen- tes: “Cálculo II” (o temível Camargo, cujo livro de Cálculo Vetorial era apelidado “Aventuras de um vetor travesso”), “Mecâ- nica Racional” (o brilhante Breves), “Física II” (o excelente Cintra do Prado). Tivemos longas conversas sobre as equações diferen- ciais da Eletrodinâmica. E com as aulas do Prof. Telemaco van Langendonck, passou a haver uma infinidade de assuntos a discutir. Nessa época, o Victor vinha freqüentemen- te à Poli com o belíssimo Cadillac cor de vinho do pai e me dava “carona” até em casa. A amizade começou a crescer e ele passou a freqüentar a minha residência na Alameda Jahú, para estudarmos juntos. À casa dele, na Avenida Angélica, em frente à Praça Buenos Aires, fui convidado por oca- sião de um memorável jantar, que contou com vatapá e com a presença musical de Inezita Barroso; era a primeira festa brasi- leira de que participava, visto que eu vivia em ambiente predominantemente italiano. Foi, também, nesse período, que passamos longas horas conversando sobre religião, ele tentando entender porque eu, judeu, não queria me converter ao catolicismo. Creio que, ao longo do tempo, acabou aceitando meus argumentos (identidade, tradição) e formou-se, assim, uma sólida base de res- peito recíproco, que permeou todo o nosso relacionamento posterior. Pouca gente sabe, mas, logo depois de nossa formatura, o Victor trabalhou por um bre- víssimo período como Engenheiro na JKMF, escritório de cálculo estrutural que havia sido fundado por Julio Kassoy e por mim, em 1952. Mas, naqueles primeiros tempos, a rotina de projeto era repetitiva e tediosa, e o Victor se queixava disso dizendo: “Ma- rio, você precisa almejar coisas maiores: tornar-se especialista em vigas de grande vão, em edifícios altos...”. Não é preciso dizer que, daí por diante, essa frase passou a nortear meus planos profissionais. Logo, saiu da JKMF para ser Assistente da Cadeira de “Pontes e Grandes Estruturas” (Gravi- na) e, em seguida, da de “Resistência dos Materiais e Estabilidade das Construções” (van Langendonck), início de uma fulguran- te carreira universitária. Suas impecáveis apostilas foram fundamentais para o ensino de gerações de politécnicos É dessa época o interesse do Victor pela Teoria da Plasticidade, cuja semente ini- cial foi plantada por uma memorável pa- lestra proferida na Poli pelo Prof. Belluzzi de Bologna (cujos livros-texto formaram parte obrigatória de nossas bibliotecas.) O Victor, caracteristicamente, estudou o assunto, aprofundou-o e conquistou meu interesse, dando-me um resumido curso de Plasticidade, com sua extraordinária clare- za. Logo, colocou-me a seguinte questão: “O aço tem capacidade praticamente ili- mitada de plastificação, obedecendo assim rigorosamente àquela Teoria. Mas, e o con- creto? Quais são suas limitações quanto à c o n v e r s e c o m o i b r a c o n | 7 | [www.ibracon.org.br] plastificação das seções?” Incentivou-me a estudar esse assunto, do que resultou, em 1957, um pequeno artigo que publiquei na Revista do Instituto de Engenharia. Exce- tuando-se o Victor, que eu saiba, aqui no Brasil, ninguém o leu; no entanto, meses depois, recebi do próprio Victor um enve- lope que havia chegado, em meu nome, no Departamento de Estruturas da Poli: tratava-se de uma carta em francês do professor tcheco Milik Tichy (que acabou tornando-se um mestre em plasticidade do concreto), comentando o meu artigo. É claro que compartilhei essa alegria com o Victor, meu mentor; iniciou-se uma intensa correspondência, acompanhada pelo envio de diversos interessantíssimos artigos do Prof. Tichy, sempre em francês com tradu- ção russa ao lado (tempos de Cortina de Ferro!). Quantas conseqüências positivas surgiram daquela mo- tivação inicial que o Victor provocou! Por indicação do Victor, fui convidado, em fins dos anos 1950, pelo Prof. Telemaco, para lecionar “Exercícios de Resistência dos Mate- riais” a uma turma de Mecânicos-Eletricistas, como professor substi- tuto. Foram dois anos muito interessantes para mim, pois precisei me aprofundar (com a preciosa ajuda do Vic- tor) em Teoria da Elas- ticidade, estudando Sokolnikof, Timoshenko e Den Hartog. Depois de mais de dois anos na Cadeira de Concreto (Prof. Nilo Amaral), a pressão do Escritório, sendo muito grande, eu desisti de dar au- las. Mas ficou, por su- gestão do Prof. Nilo, a idéia de fazer doutora- do. No início dos anos 1960, ainda não existia a análise matricial das estruturas por meio de computadores (da qual, como veremos, o Victor foi um pioneiro); e a análise global dos edifícios altos para cargas laterais co- meçava, então, a ser efetuada com o “Mé- todo do Meio Elástico Contínuo”. Este foi o tema de minha tese, na qual apliquei os princípios do Método a estruturas espaciais com dois eixos de simetria; até então, só se conhecia a análise plana. Após montar mi- nhas equações diferenciais (um sistema de 5 equações lineares de 2ª. Ordem, reduzi- das, depois, a uma única equação linear de 4ª. Ordem), precisava, uma vez integrada essa equação (o que consegui), fazer aplica- ções numéricas. O Victor, que acompanhava de perto meus esforços, já estava, então, começando a trabalhar com o computador IBM 1640 da USP e sugeriu-me escrever um programa para poder com facilidade efe- | 10 |[Concreto & Construções] mas no qual eu nunca havia estado. O Vic- tor estudou minuciosamente os detalhes da viagem. Em Los Angeles, primeira etapa, lá estavam eles nos esperando: hotel,visita a Disneyland, aluguel de carro, tudo prede- terminado por ele. Viagem espetacular pela costa da Califórnia, passando por Monterey e Carmel, até San Francisco. Lá também, conhecia tudo: hotel Francis Drake, Embar- cadero, Ghirardelli Square, Pier 31.... Até um musical, “Annie”, ele tinha escolhido para assistirmos. E, finalmente, a última etapa, New York: hotel com vista para o Central Park, Museum of Modern Art, Me- tropolitam Museum, Museum of Natural History, a “Frick Collection”, de que ele tanto gostava, circum-navegação da ilha de Manhattan, jantar no restaurante mais alto do mundo, numa das Torres Gêmeas. Será impossível voltar a New York sem lembrar aquela primeira, longínqua viagem em com- panhia deles. No começo dos anos 1980, a minha atenção e a dele voltaram-se para os problemas de instabilidade, flambagem, “snap through”, não-linearidade física e geométrica. Tive- mos inúmeras conversas (sempre noturnas) sobre esses temas, que ele dominava com sua peculiar clareza. Eu estava projetan- do uma estrutura particularmente alta e esbelta, e pretendia efetuar uma análise P-Delta, por iterações manuais sucessivas (não havia ainda programas disponíveis para efetuá-la automaticamente). Para verificar a precisão desse método, com- binamos que ele processaria o modelo, através do programa NO-LINE ao qual tinha acesso, para depois apresentarmos ambas as soluções numa palestra no Instituto de Engenharia. No entanto, não houve tem- po para compararmos nossos respectivos resultados e, assim, chegamos à palestra, cada um sem saber o que o outro tinha encontrado: comecei apresentando minha metodologia e meus números, e o Victor me acompanhava dando os números dele. Fomos, assim, descobrindo, na hora, que os resultados praticamente coincidiam, o que acrescentou “suspense” a nossa apre- sentação. Anos mais tarde, faríamos outra palestra improvisada, esta “a 10 mãos” de que falarei adiante. Outro tema de interesse comum prendia-se à personalidade e à obra de Einstein; em 1985, deu-me o Victor a belíssima biogra- fia “Subtle is the Lord”, de Abraham Pais. Intrigavam-no as equações da Relativida- de Restrita. Anos mais tarde, retomamos o tema: havíamos lido ambos um peque- no volume, escrito em 1916, por Einstein, “Relativity”, e o Victor, não satisfeito com uma das deduções ali contidas, apresentou- me, nada menos, outra dedução, desenvol- vida por ele, mais rigorosa. Isso, em 2008, quando me deu outro livro sobre a vida de Einstein, de Walter Isaacson. Ele pretendia voltar ao tema das equações de Einstein, para novas discussões; infelizmente, não houve tempo. Creio que foi, em 1989, que se desligou da PROMON, para ficar na Poli em tempo integral. Já há bom período Professor Ti- tular, foi, pela segunda vez, Chefe do De- partamento de Engenharia de Estruturas e Fundações. Desta vez, era o professor mais idoso daquele Departamento, fato que, divertido, gostava de comentar. Naquela época, foi também Presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Pró-Reitor de Gradução da USP. Recebeu o título de Pro- fessor do Ano. Em 1995, tanto o Victor como eu, estáva- mos notando que nosso amigo Décio de Za- gottis não estava bem de saúde. Combina- mos um jantar com ele, para transmitir-lhe a nossa percepção e alertá-lo. Estávamos realmente preocupados e, pouco tempo depois, soubemos tratar-se de doença gra- víssima, que acompanhamos juntos passo a passo e que o levou à morte poucos me- ses depois, em 1996. Foi um luto profundo, que compartilhamos, pois o Décio era um nosso grande amigo, cuja falta se fez dolo- rosamente sentir. Em 1995, “inventamos”, por iniciativa do Victor, outra palestra no Instituto de En- genharia, que denominamos “Novos diá- logos sobre a ciência das construções”. Tratava-se de falar dos recentes progres- sos da engenharia estrutural. Resolvemos apresentá-la de forma original e que pu- desse motivar os ouvintes, sem aborrecê- los. Fizemos a palestra, iniciando-a sob forma de diálogo entre Galileu (represen- c o n v e r s e c o m o i b r a c o n | 11 | [www.ibracon.org.br] tado por mim) e seu interlocutor Salviati (representado pelo Victor), nobre sábio veneziano que comparece efetivamen- te nos “Dialoghi di due Nuove Scienze” do gênio pisano. Falamos da engenharia estrutural dos edifícios altos, em termos apropriadamente arcaicos, referindo-nos – como Galileu – aos fenômenos dinâmi- cos (vento, sismos) como sendo “movi- mentos violentos” e chamando os com- putadores, protagonistas obrigatórios de nossa palestra, como sendo “máquinas matemáticas”. Seguiu uma apresenta- ção sobre catedrais góticas, por Henri- que Lindenberg, rebatizado, para a oca- sião, “Tilimontanus”, o sobrenome dele (Linden=tílias; Berg=montanha) latiniza- do à moda renascentista. O Ruy Pauletti (“Paulus”) falou do palpitante tema da fusão nuclear controlada, que será, um dia, imensa fonte inesgotável e limpa de energia e que vem sendo estudada por físicos do mundo inteiro com utilização de máquinas (há duas na USP) chamadas “Tokamak”, uma das quais o Ruy tinha ajudado a projetar. Por fim, o Fernan- do Stucchi (nem sei se teve pseudônimo) discorreu sobre a engenharia das pontes. A longa palestra improvisada, quase uma apresentação teatral, foi um grande su- cesso, que pudemos medir não somente pela reação entusiástica do público, mas também, sobretudo, por nossa grande diversão em prepará-la e apresentá-la. Pediram-nos para refazê-la, mas tratava- se de evento não repetível. Creio que foi gravada em áudio pelo IESP. Quando, em 2001, foi-me concedido, pelo Instituto de Engenharia, o título de “Enge- nheiro do Ano”, coube ao Victor dirigir-me a saudação de praxe. A solene cerimônia realizou-se no auditório do Palácio do Go- verno, com a presença do Prof. Helio Guer- ra Vieira, Presidente do IESP e ex-Diretor da Poli, do Governador do Estado, Dr. Geraldo Alckmin, e de grande público. O Victor pro- nunciou um magnífico, vibrante discurso, que me emocionou muito e que provocou o seguinte comentário do Governador: “Não sabia que houvesse poetas entre os enge- nheiros!”, frase que foi relembrada por nós, com satisfação, em diversas ocasiões. Há três anos, escrevi um trabalho sobre bases circulares de tubulões, que estudei com elementos sólidos, utilizando o pro- grama SAP 2000. No processamento do mo- delo tridimensional que montei aparecia, no eixo de simetria, uma singularidade nu- mérica. Quanto apresentei o trabalho no Instituto de Engenharia, o Victor ficou in- trigado com aquela singularidade. Depois, junto com o Ruy Pauletti, processou meu modelo no ANSYS e, através de uma mode- lagem diferente, eles conseguiram remo- ver a singularidade. Vieram juntos em mi- nha casa, uma noite, com o “notebook” do Ruy, para mostrar seus resultados. Mudei, então, a estratégia de modelagem e, dias depois, consegui eliminar a singularidade também no SAP, apresentando uma segun- da palestra com dados mais refinados. Mais uma vez, obrigado, Victor! Abateu-o fortemente a longa doença do ir- mão Murilo, ao qual era afetivamente muito ligado. Contava-me de suas visitas ao hos- pital, do coma, dos momentos de lucidez, que ele vivenciava com grande intensidade e emoção, até o falecimento do irmão, há poucos meses. Jantamos juntos, pela última vez, na casa de nossos amigos Lauro Modesto dos San- tos (também engenheiro e ex-professor da Poli) e Edith, para que eu lhes apresentasse o resumo de uma palestra à qual eles não haviam podido comparecer. O Victor já es- tava muito doente, mas surpreendeu-nos, pela grande lucidez dos comentários, que fez, como sempre, com precisão conceitu- al, numa folha de papel, a lápis, com sua bela caligrafia. O tema relacionava-se com a metodologia construtiva dos edifícios al- tos, mas ele, prontamente, mencionou um exemplo de situação análoga e pertinente, referente à construção de barragens de gravidade, tema de sua especialidade. Faz pouco tempo. Despedimo-nos no quarto do INCOR. Aper- tou minha mão com sua firmeza caracte- rística, olhou-me nos olhos e abriu seu largo sorriso. Imagino-o agora entre os Eleitos, dialogando com Galileu e com Einstein, eternamente. Eng. Mario Franco escritório JKmF – 27/06/2010 n | 12 |[Concreto & Construções] Nasceu em miNas Gerais, em 1940. Formou-se arquiteto pela Faculdade de arquitetura da uNiversidade Federal de miNas Gerais – uFmG, em 1964. veio para são paulo, após sua Formatura, a coNvite do arquiteto miNeiro raimuNdo rocha diNiz, com o qual deseNvolveu diversos projetos No estado, eNtre os quais: a Fábrica da velNac, em saNto amaro; o ediFício oscar americaNo, Na aveNida paulista; a urbaNização da praia de itamambuca, em ubatuba. Nesse período, o arquiteto já havia se Notabilizado pelo uso iNteNsivo e criativo do coNcreto pré-moldado. em 1976, abre escritório próprio, cujo portFólio iNclui projetos de coNjuNtos iNdustriais, shoppiNG-ceNters, ceNtros admiNistrativos, residêNcias, hotéis, GaraGeNs de ôNibus, termiNais de carGa, parques rodoviários, prédios de escritórios, aGêNcias baNcárias, eNtre outros. Foi veNcedor, em 2005, do coNcurso NacioNal de projetos de arquitetura para a sede da petrobras em vitória, No espírito saNto, coNcorreNdo com mais de 200 projetos iNscritos, do brasil e do exterior. No aNo passado, em comemoração aos 45 aNos de sua carreira proFissioNal, sidoNio Foi coNtemplado com o laNçameNto de livro com seus priNcipais projetos, orGaNizado pela proFessora da Faculdade de arquitetura da usp, môNica juNqueira de camarGo (“sidoNio porto – um iNtérprete de seu tempo”). o arquiteto já recebeu vários prêmios como o prêmio riNo levi do iNstituto de arquitetos do brasil – iab-sp, o prêmio asbea de arquitetura iNdustrial, os prêmios da bticiNo e o prêmio cauê. personalidade entrevistada Sidonio Porto | 15 | [www.ibracon.org.br] p e r s o n a l i d a d e e n t r e v i s t a d a sil naquela época. Uma delas era a Ci- nasa, que fez as peças. Mas, essa histó- ria de pré-fabricação veio muito antes, ainda na minha fase de escola, quando pensávamos no desenvolvimento de sis- temas construtivos adequados a atender às grandes demandas sociais. Por outro lado, acompanhávamos algumas experi- ências embrionárias em pré-fabricação, em Brasília, do Oscar trabalhando com o Lelé. Víamos ainda nas publicações in- ternacionais as construções, na Europa, que eram rápidas, econômicas, em mas- sa; todas aquelas construções industriais de prédios, nos Es- tados Unidos – a arquitetura do Breuer. Tudo isso era uma coisa muito recente, muito nova, naquela época, e a gen- te naquela busca por in- formação. Então, como recém-formado, decidi trabalhar nessa linha. Em São Paulo propus à Velnac que fosse um pro- jeto todo feito em pré- fabricado de concreto. E aconteceu. Apenas os escritórios da fábrica não foram executados, cujas fachadas com módulos em desenhos especiais, de- pois foram reproduzidos nas fachadas do prédio da Companhia Brasilei- ra de Projetos e Obras – CBPO (Prédio Oscar Americano). iBrACon – e por que Foi umA inovAção? Sidonio - Havia muita oferta de mão-de-obra não especia- lizada no Brasil. A construção com um sistema artesanal – com fôrmas e esco- ramentos na obra – utilizava essa mão- de-obra barata e farta, com resultado final mais barato. Quanto ao pré-molda- do, o convencimento vinha pela questão do acabamento do concreto, da rapidez de execução. Hoje, com a dificuldade de mão-de-obra, custo de madeira, proble- mas de certificação, é possível discutir a viabilidade de uma obra pré-moldado, em termos de preços. Por outro lado, o pré-moldado era mui- to pesado, porque nós tínhamos solu- ções apenas simplesmente apoiadas, en- quanto que, no sistema convencional,se tinha um sistema hiperestático, onde se conseguia engastar uma viga num pilar e reduzir a altura das vigas em função do vão. No pré-moldado, não. Como você tinha um pilar aqui, outro ali, e uma viga simplesmente apoiada, essa viga, em geral, era muito alta. Se a viga era protendida, melhora- va a situação, pois ela ficava mais leve. Mas, no geral, acabava fican- do mais caro. Assim, o pré- moldado, naquela época, não era muito competi- tivo. Por isso, demorou um pouco a emplacar. iBrACon – essAs ForAm, então, As DiFiCulDADes que o senhor teve pArA ConvenCer o Cliente Do préDio DA CBpo A Construir toDo o préDio em pré-molDADo? Sidonio - Sim. Eu queria construir todo o prédio em pré-moldado, inclu- sive a estrutura, o que era uma coisa inédita no Brasil naquele tempo: um prédio de 16 pavimentos pré-fabricado. Isso não consegui, somente as fachadas, o que foi uma vitó- ria na época: foi difícil che- gar ao ponto de equilíbrio, as peças eram muito grandes, muito pesa- das, e aí, foram afinando, recalculan- do, usando agregados leves, até que se conseguiu chegar ao módulo final para compor a fachada. Logo depois, a em- presa que fez as peças, a Otalício Rodri- gues Lima, com essa experiência, pôde repetir em outros edifícios as peças de fachadas com desenhos similares. A históriA dA pré-fAbricAção começou no meu tempo de fAculdAde, onde AcreditávAmos que tínhAmos que desenvolver sistemAs construtivos AdequAdos A Atender às grAndes demAndAs sociAis. | 16 |[Concreto & Construções] iBrACon – Do ponto De vistA ArquitetôniCo, que vAntAgens trAziAm os pré-molDADos nA FAChADA? Sidonio - Na época, o que estava em moda era a fachada envidraçada. Que- ríamos sair daquilo, porque já tínhamos consciência, naquele momento, de que, num país tropical, um prédio com facha- da toda envidraçada, sem as devidas pre- cauções, não é adequado; pelo menos, não em todas as fachadas – você pode ter uma fachada sul em vidro, com vidro la- minado ou de baixa emissão, para o caso de, na incidência de muita luz e sol, o vidro corrigir. Mas, um prédio com as quatro fachadas em vidro é inviável, porque fica muito quente, requer muito ar condicionado e o custo de ener- gia torna-se muito eleva- do. Neste aspecto, a própria arquitetura industriali- zada já entrava no con- ceito que hoje chamamos de sustentabilidade, por- que também ela gera me- nos desperdícios e requer uma mão-de-obra mais especializada. Então, quais as contri- buições que esta solução traria? Primeiro: evita- mos o prédio todo en- vidraçado. Segundo: a forma dos módulos da facha- da cumpria a função de redu- zir a superfície envidraçada e, também, o próprio desenho do módulo já trazia uma redução da incidência de sol (efeito de quebra-sol). Terceiro: a ques- tão estética, achávamos que, por ser um elemento com aquele formato, traria uma personalidade ao prédio, diferente dos demais. iBrACon – ok, Com relAção às rAzões pArA A FAChADA, mAs, por que suA ConCepção originAl De querer Construir toDo o préDio em pré-FABriCADos De ConCreto? Sidonio - Por causa dos princípios tra- zidos pela construção industrializada. A construção artesanal, com fôrmas de madeira feitas na obra, pontaletes de madeira e toda a parafernália necessá- ria, nós já tínhamos consciência, na épo- ca, de que era uma coisa pouco susten- tável e pouco racional, embora a conta na ponta do lápis indicasse que aquilo era ainda mais viável economicamente. Tínhamos o exemplo de países – Estados Unidos e Europa – que estavam buscan- do a industrialização da construção. A construção industrializada, seja de aço ou concreto, é mais lógica, porque não usa fôrmas nem escoramentos, permitindo uma construção mais limpa, mais rápida, va- riáveis que se encaixam hoje dentro do concei- to de sustentabilidade. Na época falávamos em ecoeficiência, racionali- dade. A primeira vez que ouvi a expressão ‘casa ecológica’ foi no ter- ceiro ano de faculdade, numa aula de história da arquitetura, ilustra- da por uma casa colonial brasileira, uma constru- ção do século XV ou XVI, com grandes beirais, pé direito alto, com estru- tura independente de madei- ra, como se fosse pré-fabri- cada, que depois era fechada com adobe ou pau-a-pique; enfim, um sistema muito ra- cional: fazia-se o esqueleto da estrutura independente- mente; depois vedavam-se os vãos com outro elemento; depois vinha a cober- tura com grandes beirais, protegendo contra o sol e a chuva, com ventilação cruzada - uma casa ecológica, de acor- do com o meio ambiente, com o clima, feita racionalmente, com uma lógica construtiva exemplificativa de como construir racionalmente, transplantada A ArquiteturA industriAlizAdA entrA no conceito de sustentAbilidAde, porque gerA menos desperdícios e requer mão-de-obrA especiAlizAdA. | 17 | [www.ibracon.org.br] p e r s o n a l i d a d e e n t r e v i s t a d a para o nosso tempo para a construção pré-fabricada em aço e em concreto. iBrACon – o que levou à multipliCAção De oBrAs pré-molDADAs no pAís? Sidonio - No início, a construção artesa- nal era mais viável, mas, com o tempo, houve uma sofisticação das construções, principalmente com o concreto aparen- te, na área bancária, onde participei ati- vamente, as fôrmas chegaram a um nível de sofisticação que encareciam dema- siadamente a obra – fôrmas em grelhas, com nervuras, com ranhuras, com detalhes; a coisa começou a ficar muito preciosa e, com isso, aquilo começou a ficar inviável em termos de mão- de-obra convencional (eram verdadeiros marceneiros a fazer aquelas fôrmas, não vou nem chamar de carpinteiros!). Então, na- turalmente, teve que se partir para a industriali- zação das peças, buscan- do melhor acabamento. iBrACon – quAis As inFluênCiAs De Arquitetos e De ConCepções ArquitetôniCAs que o senhor vê em suAs oBrAs Com pré- molDADos? Sidonio - Inicialmente, tive uma influência do Breuer, arquiteto alemão que emigrou para os Estados Unidos. Houve essa influência, por exemplo, na obra da CBPO. Nas demais obras, o que ocorreu é que os próprios pré-moldados já vie- ram com soluções padrões de lajes, vigas e pilares da Europa e dos Estados Uni- dos. O que fizemos foi procurar adequar essas soluções às nossas condições aqui, no Brasil. Vieram as soluções de painéis, que procuramos utilizar dentro de uma linguagem que consideramos moderna e adequada às suas finalidades. Dentro do conceito de que ‘quanto mais industria- lizado, melhor’, a gente, por exemplo, passou a usar lajes como painéis de ve- dação, aí a indústria passou a oferecer aquilo como uma coisa normal. iBrACon – puxAnDo este ConCeito que o senhor usou De que ‘quAnto mAis inDustriAlizADo, melhor’, eu perguntAriA: por quê? Sidonio - Pois é, eu acredito que ‘quanto mais industrializado, melhor’, desde que a industrialização traga o equilíbrio de custo-benefício ideal. Em princípio, o in- dustrializado tende a ser racio- nalmente produzido, porque é produzido numa indústria, que procura ter condições mais fa- voráveis e econômicas de pro- dução, inclusive com maior controle de qualidade. Você tem a possibilida- de de fazer do canteiro de obras uma área de montagem – o exemplo que eu dou, inclusive, é o da indústria automo- bilística, porque ela é praticamente uma mon- tadora: ela recebe peças de vários produtores, em outros países, inclusi- ve, e monta, criando um produto. Nesse sentido, você tem uma melhoria de mão-de-obra, as obras saem mais perfeitas, mais bem executadas, mais rapidamente executadas, e evita, em con- seqüência, grandes desperdí- cios que ocorrem nos cantei- ros de obras tradicionais. No Brasil, até há pouco tempo, você tinha um desperdício de 30 a 38% em relação aos materiais, era uma perda enorme. Fora a insegurança dos cantei- ros de obra, que hoje melhorou muito. Um canteiro de obra com maior índice de industrialização, se torna mais racional, mais seguro, gerando economia na ca- deia final, o que está dentro do discurso da sustentabilidade. quAnto mAis industriAlizAdo, melhor, desde que A industriAlizAção trAgA o equilíbrio de custo-benefício ideAl. | 20 |[Concreto & Construções] marcou bastante porque foi uma obra na Avenida Paulista, num momento em que se buscava prédios envidraçados. Vamos de um extremo ao outro: neste estariam as obras que tenho feito para a Petrobras, onde procurei marcar com a industrialização a questão da susten- tabilidade, porque a Petrobras é muito preocupada com isso. Um dos argumen- tos que tive para que aceitassem o ní- vel de industrialização proposto foi o da sustentabilidade, como também o da ra- pidez na execução, do bom acabamento das superfícies e dos elemen- tos. Foram várias obras para a Petrobras, onde conseguimos imprimir essa característica da industrialização. Outro projeto foi o para a Via- ção Itapemirim, no meio desse caminho, em 1979. Foi um projeto marcan- te para mim porque num momento de virada: eu estava fazendo muitos projetos para a área fi- nanceira, onde deixei um pouco de lado a questão da industrialização da construção (os projetos, em concreto aparente, eram muito diferentes uns em relação aos ou- tros); quando entrou esse projeto da Itapemirim, um projeto muito grande, onde era possível viabilizar a obra com o concreto pré-fabricado, retomei projetos, a partir daí, com a utilização intensa do pré-fabricado. A obra foi tam- bém muito importante para a época, porque, a partir dela, parece que houve uma intensificação do uso do pré-fabricado. É uma obra muito visível na Dutra. Nela, eu consegui fazer pra- ticamente tudo em pré-fabricado. Mas, você olhando o prédio, não acha que é feito de estrutura pré-fabricada; você apenas vê que é, quando você entra. Esta obra é emblemática porque uma viga de 50m de comprimento foi usada várias vezes nela: ela foi pré-fabricada na obra, numa fôrma de aço preparada no canteiro de obras, e depois içada; eu procurei repetir para justificar o cus- to daquela viga, o que foi um a solução inédita em contrução civil naquela épo- ca, no Brasil. iBrACon – por que nestA oBrA pArA A viAção itApemirim o senhor pAssou De umA ConCepção De estruturA metáliCA pArA umA ConCepção De estruturA em pré-molDADos? Sidonio - Na minha busca de fazer experiência com novos materiais, que tem sido uma atitude muito constante em minha trajetória, a intenção inicial era fazer a obra em aço, porque se achava que, pelo volume e pelo prazo, era viável; mas a idéia não se viabilizou, na época, o Brasil não fazia os perfis que ve- mos hoje. O que fez com que partíssemos para a idéia do pré-moldado, que, eu tinha certeza, até pelas experiências passadas, que poderia resolver os problemas. iBrACon – De que FormA entiDADes Como o iAB, iBrACon e ABCiC poDem ContriBuir pArA A inDustriAlizAção DA Construção? Sidonio - Acho que quanto mais interrelação, melhor para todos. Quanto mais os grupos e os profissionais se conhecerem e se comunicarem melhor, pois os profissionais ficam conhecendo as possibilidades e os limites e é assim que se resolvem as questões. Neste sen- tido, as publicações de projetos mar- cantes abrem portas para os dois lados: para o cliente, para quem executa e para o arquiteto. É importante que haja essa comunicação. n nAs obrAs que fiz pArA A petrobrAs, procurei mArcAr com A industriAlizAção A questão dA sustentAbilidAde. | 21 | [www.ibracon.org.br] s o lu c io n a n d o p r o b le m a s solucionando problemas construção industrializada Industrialização em concreto – solução para o desenvolvimento habitacional dAvId FéRNANdéz- ORdóNez - proFessor Doutor e CoorDenADor universiDADe politéCniCA De mADriD grupo De hABitAções eConômiCAs no âmBito DA Comissão 6 De pré-FABriCADos DA FiB (FeDerAção internACionAl Do ConCreto) ÍRIA lÍCIA OlIvA dONIAK – DiretorA e memBro ABCiC (AssoCiAção BrAsileirA DA Construção inDustriAlizADA em ConCreto Comissão 6 FiB e Do grupo De hABitAções eConômiCAs 1. INtROduçãO No mundo todo, há uma necessida-de crescente para a construção habitacional, que tem acontecido de forma exponencial nas últimas décadas, principalmente nos países em desenvolvimen- to, onde a população tem uma taxa de cres- cimento elevada, sem falar da migração da população das zonas rurais para as cidades, gerando uma maior concentração urbana. A Comissão de pré-fabricação da fib (Fédération Internationale du Béton - Fe- deração Internacional do Concreto), cons- ciente do problema, decidiu criar um grupo de trabalho para desenvolver um docu- mento sobre habitações pré-fabricadas de concreto. Por ser uma questão social, o problema deve ser tratado além das ques- tões técnica e de negócios, abrangendo requisitos de desempenho do ambiente construído, de rapidez e economicidade, no sentido de propor soluções que possam ser executadas com rapidez, mas que asse- gurem a qualidade e o custo de construção e de manutenção. O presente artigo traz uma síntese dessa abordagem da fib, apre- sentando também soluções desenvolvidas e disponíveis no Brasil. 2. dIRetRIzeS GeRAIS pARA umA CONStRuçãO INduStRIAlIzAdA de quAlIdAde A UNESCO estabelece que o direito de moradia para uma pessoa e sua família é uma condição para a cidadania. A Declara- ção dos Direitos Humanos estabelece que todas as pessoas têm o direito a um nível de vida adequado e estabelece a moradia dentro deste contexto. As condições de moradia digna devem pre- ver a proteção contra chuvas e condições ad- versas, o isolamento térmico e as instalações sanitárias adequadas, além das condições de segurança requeridas das habitações. A industrialização da construção, por meio da pré-fabricação, é uma alternativa | 22 |[Concreto & Construções] viável para a construção de moradias dignas em grande escala, na medida em que busca racionalizar a construção de habitações, o que possibilita, por um lado, a construção de uma grande quantidade de moradias em curto prazo e, por outro,a otimização de processos e do uso adequado dos materiais para a construção. Existem muitos exemplos de sistemas industrializados por todo o mundo que uti- lizam a pré-fabricação com elementos de concreto. Ainda assim, se faz necessário ampliar e divulgar o conhecimento relativo a esses sistemas, pois em muitas partes do mundo esses sistemas são desconhecidos. Primeiramente, a industrialização da construção deve ser entendida como o re- sultado da aplicação da tecnologia à pro- dução (engenharia de processos) e ao pro- duto (engenharia do produto) Em segundo lugar, é de vital importân- cia ter em conta as possibilidades técnicas da construção industrializada em cada re- gião. Para isso, importa considerar, por um lado, a capacidade de equipamento de pro- dução, de transporte e de montagem, para a definição de elementos a serem utiliza- dos nas construções habitacionais; e, por outro lado, a capacidade e a infraestrutura da região, que podem limitar a solução a ser adotada em cada região.. Outra diretriz para a adoção de solu- ções em sistemas industrializados para a construção diz respeito à grande variabi- lidade de custos e de disponibilidade de materiais de construção. Nesse sentido, deve-se buscar sempre a tecnologia mais adequada para cada situação. A industrialização é interessante na medida em que é um meio para harmoni- zar a construção, a indústria e o resultado final da obra construída.O uso eficiente dos materiais devem ser combinados com uma utilização estrutural que assegure a dura- bilidade das habitações. Considerando os aspectos mencionados, o Brasil vive um momento privilegiado, porque sua política habitacional voltada para os segmentos de baixa renda baseia- se não apenas em aspectos financeiros e de viabilidade técnica, mas também na racio- nalização dos processos construtivos, onde a qualidade do ambiente construído passa a estar integrada. O desafio é de garantir que, neste momento de transição, no qual as normas estão sendo revisadas ou introdu- zidas, os sistemas construtivos estão sendo validados, a demanda seja atendida com a qualidade requerida, a fim de que passivos não venham a ser gerados. Neste contexto, a industrialização da construção e, em par- ticular, a pré-fabricação em concreto, se apresenta como uma possibilidade real de se alcançar as metas de custo, de prazo e de qualidade requeridas, vencendo, inclu- sive, a carência da mão de obra. Existem vários níveis de complexidade na industrialização da construção: desde sistemas pré-fabricados de ciclo fechado (completamente pré-fabricados) até siste- mas abertos (que permitem composições mistas com diferentes materiais e tecno- logias distintas, abrindo inúmeras possibi- lidades de projeto). Por sua vez, o concreto é um material que apresenta inúmeras vantagens para as construções habitacionais: sua maior dura- bilidade implica menor custo de manuten- ção; seu bom desempenho térmico pode ser associado à sua função estrutural; sem contar também o bom acabamento possibi- litado pela tecnologia Tendo em conta esses aspectos, a Co- missão de pré-fabricação da fib realizou um trabalho de investigação, de busca e de desenvolvimento das soluções disponíveis em pré-fabricação de concreto, no sentido de contribuir para a solução do problema. Os trabalhos foram selecionados com base em sua tipologia, localização geográfica, capacidade técnica e econômica necessá- rias para a construção.Iniciado em 2004, o trabalho está atualmente em fase de con- clusão.. Por ter âmbito geográfico mundial, o estudo inclui soluções pré-fabricadas dis- poníveis no Brasil. 3. SIStemAS BRASIleIROS CAdAStRAdOS Em paralelo ao desenvolvimento da Co- missão de pré-fabricados fib, no Brasil, a ABCIC (Associação Brasileira da Construção industrializada de Concreto), através de | 25 | [www.ibracon.org.br] s o lu c io n a n d o p r o b le m a s ceber as cargas das lajes e transmiti-las à fundação, em um modelo estrutu- ral específico, com capacidade de resistir aos esforços da estrutura e do vento. Componentes Do sistemA n Painéis externos e internos em concreto; n Pré-lajes; n Capeamento e arremates. Incorporam todos os detalhes da parede acabada, ou seja, elementos arquitetô- nicos, inserts, instalações elétrica e hi- dráulica, o que torna a obra mais ágil e racionalizada. Os detalhes de junção dos painéis são pro- duzidos de forma a permitir a estanqueida- de em relação à entrada de água e a soli- darização entre os elementos do sistema. 4. CONCluSÕeS A crescente demanda por habitações nos países emergentes enseja urgência de construções com custo acessível. Mui- tos são os intervenientes até que se ob- tenham resultados efetivos. Dentre as so- luções que podem facilitar esse processo, está a industrialização da construção. A pré-fabricação em concreto apresenta muitas vantagens em relação aos sistemas construtivos tradicionais. A Comissão de pré-fabricados fib de- cidiu, há alguns anos, criar um grupo de trabalho que pudesse reunir a experiência acumulada em diversos países, a fim de po- der elaborar uma publicação que seja re- ferencial no mundo todo, para possibilitar, por um lado, o intercâmbio e a troca de experiências que possam levar soluções a países que ainda não dispõem dessa práti- ca construtiva industrializada. e, por ou- tro, propiciar discussões que agreguem valor, pela melhoria contínua dos sistemas existentes, incluindo o desenvolvimento de novas tipologias. Este trabalho deverá estar concluído até o próximo ano. Os sistemas brasilei- ros cadastrados no material estão alinha- dos com a mais alta tecnologia em pré- fabricação, bem como com a capacidade produtiva capaz de atender as demandas atuais e futuras.São consideradas também as possibilidades de construções mistas na viabilização dos empreendimentos. O sistema pode ser dividido em três etapas: A) Implantação da unidade de produção no próprio canteiro ou isoladamente, com assessoria da empresa; B) Produção e acabamento das peças pré- fabricadas na fábrica, incluindo proje- to, fabricação, instalação de elétrica e hidráulica, colocação de caixilhos, pré- pintura e embalagem; C) Transporte, montagem e acabamento final: transporte até o local da obra, onde as fundações já devem estar pron- tas; montagem das peças com ajuda de caminhão munk ou guindaste, conforme porte da obra; instalação do telhado, pintura, acabamento final e entrega. 4) pAINéIS pORtANteS Os painéis têm função de vedação e de estrutura, sendo responsáveis por re- Montagem de painéis do sistema industrializado lajes e painéis Aspecto geral do empreendimento, em fase final de construção, com a adoção de painéis portantes | 26 |[Concreto & Construções] IBRACON 52º Congresso Brasileiro do Concreto Curso IBRACON 14 de outubro de 2010 Centro de Convenções Edson Queiroz Fortaleza – CEPré-moldados de Concreto OBJETIVO PROGRAMA DO CURSO PROFESSORA O curso apresenta uma visão sistêmica do sistema construtivo com pré-moldados de concreto, desde a fase de contratação até a montagem das estruturas, incluindo controle de qualidade, normalização e sustentabilidade. n Princípios Elementares n Tipologia e aplicação dos elementos da estrutura n Projeto, Produção e Montagem n Normalização n Controle de Qualidade n Vantagens • Íria Lícia Oliva Doniak Engenheira Civil, graduada pela PUC-PR em 1988. Atua no setor concreto desde 86, quando iniciou suas atividades em Laboratório de Controle Tecnológico. Posteriormente, atuou em central de concreto, gerência operacional e técnica. Atuou também na indústria cimenteira. Desde 97, é consultora da D.O. Engenharia e Projetos, com foco principal em construção pré- fabricada. Membro da Comissão de Revisão da NBR 9062 - Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré–Moldado. Diretora de Qualidade da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), de 2004 a 2007.Diretora Executiva da Abcic, desde 2008.Membro da fib comission 6 on prefabrication (federation internationále du beton). Membro da Comissão de Estudos da NBR 14861 Lajes alveolares pré-fabricadas de concreto. n Visita técnica à Fábrica da T&A PRÉ-FABRICADOS INFORMAÇÃO GERAL Data 14 de Outubro de 2010 Local Centro de Convenções Edson Queiroz Avenida Washington Soares, 1141 Fortaleza – CE – Carga horária 8 horas (8 Créditos no Programa MasterPEC) A inscrição inclui: Pasta com material didático, caneta e bloco de notas; Certificado IBRACON; Serviços de Coffee Break. INVESTIMENTO Até 30-09-2010 No local Sócios IBRACON R$ 130,00 R$ 170,00 Não-sócios R$ 150,00 R$ 200,00 INSCRIÇÃO As inscrições serão feitas pelo IBRACON www.ibracon.org.br INFORMAÇÕES Fone: (11) 3735-0202 Fax: (11) 3733-2190• marta@ibracon.org.br Patrocínio www.tea.com.br PÚBLICO ALVO PROGRAMA MasterPEC Master em Produção de Estruturas de Concreto Engenheiros, Arquitetos, Tecnólogos, Fiscais, Professores, Estudantes e profissionais envolvidos com projeto, planejamento, pesquisa, controle tecnológico, execução e comercialização de edificações de concreto armado e protendido. Programa de cursos de atualização tecnológica, ministrado pelo IBRACON. Acumulando 120 créditos-hora nos cursos IBRACON, ao longo de no máximo 4 anos, o profissional terá direito ao título de Master em Produção de Estruturas de Concreto. 0 5 25 75 95 100 Calhau Curso 2 quarta-feira, 1 de setembro de 2010 16:06:12 Um grande número de soluções técni- cas e sistemas desenvolvidos pela indús- tria de concreto pré-moldado, podem ser agrupados em número reduzido de siste- mas básicos. Dessa forma, diferentes so- luções podem ser citadas a exemplo das referenciadas neste artigo. A pré-fabricação em concre- to pode ser usada para todas as ca- tegorias de elementos estruturais (pilares,vigas,painéis,lajes) utilizadas em residências e edifícios habitacionais. As vantagens fundamentais da utilização [01] D.Fernández-Ordoñez;J.Fernández Gómez; Idustrialización para la construcción de viviendas. Viviendas asequibles realizadas com prefabricados de hormigón. In: Informes de la Construcción,Publicada por el INSTITUTO DE CIENCIAS DE LA CONSTRUCCIÓN EDUARDO TORROJA. Volume 61/514 Abril-junio2009. [02] fib,Planning and Design Handbook on Precast Building Structures, 2nd edition 2004. [03] BANCO MUNDIAL,2005,World Development Indicators worldbank.org [04] ARROYO,S.Pérez; Industrializar (Do it Industrial):Informes de la Construcción, EDUARDO TORROJA.Volume 61/513 enero-marzo 2009. n referências bibliográficas desses sistemas são a elevada resistência e durabilidade e a resistência ao fogo. A melhor solução será determinada através do custo x benefício, levando em consi- deração as condições específicas de um determinado empreendimento. 5. AGRAdeCImeNtOS: Os autores agradecem as empresas brasileiras que disponibilizaram informa- ções sobre seus sistemas construtivos: CASSOL,SUDESTE,BRASITHERM e PREMO. | 27 | [www.ibracon.org.br] m e r c a d o n a c i o n a l mercado nacional O avanço do consumo aparente de cimento no país nos últimos anos JOSé OtAvIO CARvAlhO – viCe-presiDente exeCutivo sinDiCAto nACionAl DA inDústriA Do Cimento - sniC A indústria do cimento no Brasil dos dias de hoje é fruto de uma trajetória de investimentos e empenho das empresas nacionais e es- trangeiras que aqui se instalaram desde 1926. Foi nesse ano que o cimento come- çou a ser fabricado em escala industrial, após um período pioneiro dessa atividade no país, nos idos do fim do século XIX. O caminho percorrido de lá pra cá foi longo e teve momentos de altos e bai- xos, com resultados que refletiram bem o desenvolvimento da economia do país. Hoje, o setor atinge números bastante po- sitivos: 71 fábricas localizadas nas cinco regiões do país, pertencentes a 12 grupos industriais nacionais e estrangeiros, com capacidade instalada da ordem de 67 mi- lhões t/ano, suficiente para atender à demanda interna. | 30 |[Concreto & Construções] IBRACON 52º Congresso Brasileiro do Concreto Curso IBRACON 15 de outubro de 2010 Centro de Convenções Edson Queiroz Fortaleza – CE Soluções de impermeabilização em obras de Arquitetura diferenciada OBJETIVO PROFESSORES O curso, de cunho prático, visa dar subsídios aos profissionais da construção civil para selecionar, detalhar e fiscalizar corretamente sistemas de impermeabilização eficientes para obras com arquitetura diferenciada, de forma a avaliar as interfaces entre diferentes sistemas e orientar a elaboração de procedimentos executivos das diversas áreas sujeitas à ação da água e demais fluidos. Serão apresentados casos reais de obras. • Arquiteta Leonilda de Fátima Gomes Ferme Arquiteta formada, em 1985, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Farias Brito – Universidade de Guarulhos. Há 23 anos atua no segmento de impermeabilização. Responde atualmente pela Gerência de Negócios - Aplicadores da empresa DENVER IMPERMEABILIZANTES, com diversos artigos técnicos publicados e apresentados em Congressos e Simpósios de Impermeabilização e entrevistas técnicas publicadas. • Engenheiro Flávio de Camargo Martins Engenheiro civil pela Universidade Paulista e MBA Executivo pela Escola Paulista de Propaganda e Marketing. Coordenador Técnico da Denver Impermeabilizantes, especialista na área de impermeabilização e recuperação estrutural, com diversos artigos e publicações na área. Participa da ABNT no Comitê Brasileiro de Normas Técnicas CB-22 – Impermeabilização, atuando como coordenador da comissão de sistemas poliméricos e secretário da comissão de estudos. Membro atuante do IBI - Instituto Brasileiro de Impermeabilização. INFORMAÇÃO GERAL Data 15 de Outubro de 2010 Local Centro de Convenções Edson Queiroz Avenida Washington Soares, 1141 Fortaleza – CE – Carga horária 8 horas (8 Créditos no Programa MasterPEC) A inscrição inclui: Pasta com material didático, caneta e bloco de notas; Certificado IBRACON; Serviços de Coffee Break. INVESTIMENTO Até 30-09-2010 No local Sócios IBRACON R$ 130,00 R$ 170,00 Não-sócios R$ 150,00 R$ 200,00 INSCRIÇÃO As inscrições serão feitas pelo IBRACON www.ibracon.org.br INFORMAÇÕES Fone: (11) 3735-0202 Fax: (11) 3733-2190• marta@ibracon.org.br Patrocínio www.denverimper.com.br PÚBLICO ALVO PROGRAMA MasterPEC Engenheiros, Arquitetos, Tecnólogos, Fiscais, Professores, Estudantes de Pós-Graduação, Estudantes de graduação nos últimos anos, profissionais envolvidos com projeto, planejamento, pesquisa, docência, controle tecnológico, execução e comercialização de edificações de concreto armado e protendido. Programa de cursos de atualização tecnológica ministrado pelo IBRACON. Acumulando 120 créditos-hora nos cursos IBRACON, ao longo de, no máximo, 4 anos, terá direito ao título de Master em Produção de Estruturas de Concreto. 0 5 25 75 95 100 Calhau Curso 1 sexta-feira, 21 de maio de 2010 14:19:01 das Américas, inferior ao dos Estados Uni- dos, Canadá, México, Chile e Venezuela. Se o comparativo for com a média mundial de consumo per capita – 422 kg/ habitante – os números do Brasil tam- bém saem perdendo. Ao comparar com um país como a China, maior produtor e maior consumidor do produto, essa dife- rença é gigantesca: lá, são consumidos 1.038 kg por habitante. Já ao analisarmos o preço do cimen- to do Brasil em relação aos demais pa- íses, conforme o estudo Construction and Building Materials Sector, realizado semestralmente pelo Banco JPMorgan (o último dado disponível é de setem- bro de 2009), este é o mais baixo de todo o continente americano e um dos menores em comparação com os demais países pesquisados. peRSpeCtIvAS Dados preliminares da indústria e estimativas de mercado indicam que as vendas de cimento para o mercado interno brasileiro acumuladas no perí- odo de julho de 2009 a junho de 2010 atingiram 55,0 milhões de toneladas. Isso representa um crescimento de 7,4% sobre igual período anterior (jul/08 a jun/09). Ao todo, no primeiro semestre des- te ano, foram vendidas 27,6 milhões de toneladas de cimento, com aumento de 14,6% sobre o mesmo período de 2009. Em junho de 2010, foram 4,7 milhões de toneladas no mercado interno, o que significou uma expansão de 10,2% sobre junho de 2009. A previsão é de que o ano de 2010 re- presente um novo recorde no consumo de cimento no Brasil. As estimativas prelimi- nares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) indicam que esse número cresça 12%, em comparação com 2009. n | 31 | [www.ibracon.org.br] m e l h o r e s p r á t i c a s melhores práticas avaliação de fissuras e trincas Critérios para avaliação de fissuras e trincas em estacas pré-fabricadas de concreto ClAudIO GONçAlveS – Diretor téCniCo soteF engenhAriA ltDA GeORGe de pAulA BeRNARdeS – proFessor Doutor unesp De guArAtinguetá luIS FeRNANdO de SeIxAS NeveS – Consultor e projetistA De FunDAções CepollinA engenheiros Consultores ltDA A avaliação de uma fissura e/ou trinca em uma peça de con- creto deve, antes de qualquer coisa, estar sempre embasada em grande parcela de bom senso. Na prá- tica diária, se uma estaca encontra-se fissurada, parece ha- ver tendência, quase universal, de condená- la ao uso. Nem sempre esse procedimento é correto, pois a simples observação visual que culmina com o descarte da peça, por mero sentimento de que uma fissura ou até mes- mo uma pequena trinca possa significar um problema mais sério, não caracteriza expe- riência de quem o fez e nem tampouco bom senso. Um mecanismo muito simples e práti- co para efetuar observação de uma fissura, de tal modo a estabelecer um parâmetro que quantifique sua abertura, é o fissurômetro. Trata-se de um pe- queno instrumento em forma de uma régua graduada em frações decimais de milímetros, ao qual se justapõe a fissura ou trinca a ser ana- lisada, de tal forma a ajustar a medida da fissura a uma de- terminada medida prefixada na régua. Assim fazendo, pode-se tentar quantificar a magnitude da abertura da fissura analisada, correlacionando-a, as- sim, a determinados parâmetros prefixados de aceitabilidade. A Figura 1 apresenta trin- ca em estaca sendo analisada com fissurô- metro. Conforme se pode observar, trata-se de um processo bastante simples e que utiliza equipamento muito simples, prático e ba- rato. O bom senso deve preponderar, pois é certo que a quantificação da abertura de | 32 |[Concreto & Construções] uma fissura dessa forma pode, em alguns casos, gerar dúvida entre uma determina- da medida e outra imediatamente inferior ou imediatamente superior. Trabalho efetuado por Alonso (1998) procura abordar esse assunto e estabelecer critérios técnicos para dirimir tais dúvidas. Assim, sugere-se classificar como fissuras as aberturas cujo limite esteja situado em 1 mm. Acima desse valor, as aberturas são consideradas trincas. 1.1 ClAsse 1 – FissurAs trAnsversAis São aquelas que apresentam abertu- ras inferiores a 1 mm (Figura 2), em plano transversal ao eixo da estaca. Neste caso, não são consideradas preocupantes quando as fissuras (ou pelo menos 85% delas) não ultrapassem os seguintes valores: n 0,4 mm – para estacas não protegidas e cravadas em meio de agressividade am- biental fraca; n 0,3 mm – para estacas não protegidas e cravadas em meio de agressividade am- biental moderada a forte; n 0,2 mm – para estacas não protegidas e cravadas em meio de agressividade am- biental muito forte. Assim, se as fissuras estiverem dentro dessas faixas, nenhuma providencia espe- cial deverá ser adotada. Quando as fissuras ultrapassarem esses valores, porém não ex- cederem 1 mm, a estaca deverá ser marca- da com lápis de cera no local da ocorrência da fissura para identificá-la, posicioná-la na torre do bate estacas e novamente medi- la. Como as fissuras tendem a fechar até os limites acima estabelecidos, principalmen- te no caso das estacas protendidas, indi- cando, assim, que a armadura longitudinal não ultrapassou o estado elástico, segue-se normalmente a cravação da estaca. Caso contrário, a estaca deverá ser rejeitada. 1.2 ClAsse 2 – FissurAs longituDinAis (estACAs AinDA não CrAvADAs) São aquelas que apresentam abertu- ra não superior a 1 mm, paralelamente | 35 | [www.ibracon.org.br] m e l h o r e s p r á t i c a s 1.8 ClAsse 8 – FissurAs e/ou trinCAs trAnsversAis e longituDinAis ConComitAntes Nestes casos, embora bastante raros de ocorrerem, as estacas deverão ser rejeita- das (Figura 10). 1.9 ClAsse 9 – FissurAs e/ou trinCAs De retrAção Em geral, esse tipo de problema apa- rece na superfície das estacas e sempre na parte superior, a qual fica exposta ao tempo após a concretagem. Fissuras ou trincas de retração estão quase sempre associadas ao elevado consumo de cimen- to e/ou a alguma deficiência no processo de cura adotado. Não devem ser encara- das como um problema sério que deva jus- de pequenas falhas de concretagem loca- lizadas, pequenas partes superficiais que podem se soltar em decorrência de even- tuais impactos decorrentes do manuseio, entre outros. Nestes casos, deve-se pro- ceder à recuperação das partes afetadas (Figura 8). 1.7 ClAsse 7 – esmAgAmento De CABeçAs De estACAs Procedimento análogo ao descrito na classe 5, ou seja, remove-se o concreto danificado, incorpora-se um anel metá- lico e recompõe-se a parte danificada, conforme metodologia apropriada. A Fi- gura 9 mostra algumas estacas com topo danificado durante o processo de crava- ção por percussão. | 36 |[Concreto & Construções] tificar a rejeição de estacas, porém recur- sos técnicos devem ser adotados para que sejam evitadas. Raramente ultrapassam alguns centímetros de comprimento e 2 a 3 milímetros de profundidade, apresen- tando-se sempre de forma desordenada na superfície das estacas. A Figura 11 ilustra esse tipo de problema. 1.10 ClAsse 10 – FAltA De CoBrimento ADequADo DA ArmADurA trAnsversAl Neste caso, a armadura transversal (estribos), ficando muito próxima à su- perfície das estacas, acaba por provocar o surgimento de fissuras ou até trincas, exatamente nos pontos onde se encontra posicionada. Não raras as vezes esse tipo de problema é confundido com retração. Ocorre, porém, que neste caso, o surgi- mento dessas fissuras ou trincas, obedece ao mesmo espaçamento dessa armadura. Não se constitui motivo para recusa das estacas, porém, deve ser reavaliada a carga de trabalho a ser adotada nas mes- [01] Alonso, U.R (1998) – Estacas Pré-Moldadas – Fundações – Teoria e Prática – Editora Pini – Capítulo 9.2 – Págs. 373 a 399 [02] Gonçalves, C; Bernardes, G.P. E Neves, L.F.S. (2007) – Estacas Pré-Fabricadas de Concreto – Teoria e Prática – 1ª Edição – Editora Pini – Págs. 1 a 46 [03] Gonçalves, C; Bernardes, G.P. e Neves, L.F.S. (2010) – Estacas Pré-Fabricadas de Concreto – Quebras, Vibrações e Ruídos (?) – 1ª Edição – Abcic – Págs. 1 a 105 n referências bibliográficas mas, uma vez que a oxidação dessa ar- madura pode provocar, com o passar do tempo, a ruptura localizada do concreto que cobre essa armadura, reduzindo as- sim a seção útil a ser considerada dessas estacas. A Figura 12 ilustra tal tipo de fissuras e/ou trincas. | 37 | [www.ibracon.org.br] e n t i d a d e s p a r c e i r a s Demóstenes Moraes, da Habitat Brasil, Zoltan Geocze, gerente de microcrédito do Santander, Julie Gattaz, gerente de marketing da Votorantim Cimentos, Sandra Kokudai, da Fundação Bento Rubião, Grasiella Drumond, da Ashoka e Valter Frigieri Júnior, gerente de Desenvolvimento de Mercado da ABCP. entidades parceiras Entidades sociais e empresas preocupadas com a qualidade das construções O Brasil possuía, em 2007, 56,3 milhões de moradias, se- gundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística – IBGE. A esse montante, são adicio- nadas, a cada ano, entre 1 e 1,5 milhão de novas resi- dências, estimativa lançada pela Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção - Anamaco, em 2009. Desse estoque de moradias, 77% das unidades foram produzidas em regime de auto-gestão, constatou pesquisa da Booz Allen & Hamil- ton para a Anamaco. Em outra pesquisa, dessa vez da Latin Panel para a Ana- maco, foram detalhados mais aspectos dessas habitações: n 79% das residências brasileiras têm ape- nas um banheiro; n 70% têm, no máximo, dois dormitórios; n 77% dos lares necessitam de algum tipo de reforma; n Destes, apenas, 39% pretendem reformar; n Destes, 65% utilizarão serviços de um pedreiro, 34% utilizarão mão-de-obra da própria família ou de amigos e, apenas, 1% utilizará os serviços de uma constru- tora ou empreiteira; n Mais da metade dessas reformas será de até 25m2. Preocupada com essa realidade do mercado de reforma brasileiro, setor que enfrenta dificuldades estruturais, como a escassez de crédito, a oferta de materiais de baixa qualidade, a falta de mão-de-obra | 40 |[Concreto & Construções] 2002). Nesse caso, são utilizadas fibras de pequenas dimensões feitas a partir de poli- propileno de baixo módulo de elasticidade (Foto 1). Apesar de ainda haver algumas questões associadas à otimização da apli- cação dessas fibras, que deverão ser mo- tivo de pesquisas futuras, a sua aplicação foi possível em uma série de obras impor- tantes, como os túneis da Rodovia dos Imi- grantes. Isso ocorreu porque é sabido que o uso das fibras, mesmo não otimizado, trará algum benefício técnico para a estrutura. Em outras palavras, pode-se questionar se o teor de fibras de PP é exagerado ou insufi- ciente, mas sabe-se que será obtido algum ganho em termos de desempenho quando comparado com o concreto sem fibras. As macrofibras de base polimérica sur- giram no mercado internacional nos anos 1990, quando começaram a ser fornecidas em cilíndros que consistiam em feixes de um grande número de fibras unidos por uma fita externa (Foto 2). As primeiras aplicações ocorreram com o concreto pro- jetado, especialmente na Austrália e no Canadá (Morgan, Rich, 1996). Aos poucos essa tecnologia se disseminou e chegou ao Brasil em anos mais recentes. Atualmen- te, existem vários fabricantes disponibili- zando diferentes tipos de macrofibras no mercado brasileiro (Foto 3). No entanto, ao contrário do que se espera das fibras de PP convencionais, essas macrofibras são produzidas para se obter um reforço estru- tural, nos mesmos moldes que uma fibra de aço. O uso dessas macrofibras tem vários atrativos em relação às fibras de aço, como o fato de não estarem sujeitas à corrosão eletrolítica, o que possibilita uma maior durabilidade em ambientes mais agressivos. Outra vantagem está no menor impacto que essas fibras causam na trabalhabilidade do concreto pelo fato delas serem mais flexíveis que as fibras de aço. Com isso, as macrofibras dificultam menos a mobilidade relativa dos agrega- dos, facilitando, inclusive, o bombeamen- to do material, para mesmos teores em volume. Isso é, particularmente, interes- sante para o caso do concreto projetado, onde as fibras poliméricas irão represen- tar uma chance menor de entupimentos no processo. Para os pavimentos, a menor densidade da fibra irá representar um me- nor risco de segregação e, com isso, evitar falta de reforço na superfície da placa de concreto. Todavia, a maior flexibilidade, devida ao menor módulo de elasticidade, em conjunto com a menor resistência, irá demandar teores em volume diferentes daqueles utilizados para o reforço do con- | 41 | [www.ibracon.org.br] p r o d u t o s d o c o n c r e t o creto com fibras de aço, o que pode pre- judicar a fluidez do material. Assim, não é possível realizar a mera substituição de uma fibra pela outra, mas deve-se, sim, realizar estudos de dosagem específicos. 3. dOSAGem dO CONCRetO COm FIBRAS Para realizar um bom estudo de dosa- gem, é fundamental a especificação dos requisitos de desempenho estrutural em projeto e que se tenha uma metodologia de ensaios bem estabelecida para a sua determinação. Metodologias de dosagem para o reforço do concreto com fibras de aço já foram desenvolvidas e publicadas no Brasil (Figueiredo, 1997; Higa et al, 2007) e, como é natural, essas procuram deter- minar o teor ótimo de fibras, que atende aos requisitos de tenacidade do concreto. Isso é avaliado por métodos de ensaio já padronizados no exterior, mas que, com a exceção dos tubos de concreto, ainda não contam com norma brasileira. Apesar des- sa limitação, é possível realizar os estudos que permitam estabelecer teores distintos de diferentes fibras, que atendam aos mes- mos requisitos de desempenho. O exemplo da Figura 1 contém diferentes curvas de dosagem para fibras de diferentes fatores de forma (relação entre o comprimento da fibra e o diâmetro do círculo com área equivalente à sua seção transversal) refor- çando a mesma matriz de concreto. Nota- se que fibras com diferentes resistências do aço (fs) apresentam também diferentes desempenhos, mesmo quando possuem fa- tores de forma similares. Por essa razão, a norma de especificação de fibras de aço NBR 15530:07 classificou as mesmas segun- do o fator de forma e a resistência do aço. Extrapolando o raciocínio, é natural espe- rar que haja diferenças de comportamento do concreto com fibras de aço em relação àquele com macrofibras poliméricas, dado que estes materiais possuem resistência e fatores de forma bem distintos. Quando o concreto é reforçado com fibras poliméricas, o problema da deter- minação da tenacidade fica ainda mais complexo, dificultando o seu controle e dosagem. Apesar de alguns trabalhos já terem sido desenvolvidos no Brasil, como se trata de um material de disponibilidade recente, o volume de pesquisas específicas ainda é reduzido. 4. O CONtROle dAS mACROFIBRAS pOlIméRICAS O primeiro trabalho acadêmico brasilei- ro realizado sobre o assunto foi desenvolvi- do na Universidade de São Paulo e abordou justamente a metodologia de controle da tenacidade (Tiguman, 2004). O objetivo fundamental do trabalho era comparar os resultados obtidos segundo dois procedi- mentos de ensaio para determinação da tenacidade: o ensaio contínuo (JSCE-SF4 e EFNARC) e o ensaio descontínuo (ASTM C1399). Isso ocorreu pelo fato dos ensaios de flexão em prismas feitos em concretos com macrofibras apresentarem respostas bastante instáveis, dificultando a análise dos resultados. Demonstrou-se que a utili- zação de ensaios contínuos é pouco eficaz para avaliar o concreto com baixos teores de fibras, tornando a quantificação da tena- cidade praticamente impossível. Já os en- saios descontínuos permitiram a avaliação dos concretos com valores muito baixos de | 42 |[Concreto & Construções] tenacidade. O problema é que os ensaios descontínuos não são utilizados como re- ferência nas recomendações internacio- nais para o dimensionamento de estruturas com o reforço de fibras, o que gera dúvidas quanto à sua aplicabilidade no controle de obras como pavimentos e túneis. Como a respostas desses ensaios são diferentes, es- tudos vêm sendo desenvolvidos na direção de atender essa demanda e espera-se que, num futuro próximo, o ensaio descontínuo possa ser encarado como uma alternativa viável para o controle da tenacidade des- ses concretos. 5. peRIGOS dA FAltA de CONtROle teCNOlóGICO Assim, com as dificuldades apontadas, muitas vezes se lança mão de teores abso- lutamente empíricos para se especificar o material. Essa prática, infelizmente, tam- bém acontece para as fibras de aço, apesar de toda a tecnologia disponível e de todas as pesquisas já realizadas sobre o assunto. O problema é que especificar apenas um consumo de fibras, sem realizar o controle de qualidade, não garante o desempenho do material. Para exemplificar, na Figura 2, são mostrados os resultados obtidos no con- trole regular de uma obra de pavimento in- dustrial, ficando claro que a resistência da matriz implicou um aumento da tenacidade do compósito. Vale ressaltar que esses resul- tados representam apenas a variação natural do material de uma obra específica. O maior limitante para a introdução dessa tecnologia no mercado é a carência de uma cultura de incentivo a programas de controle de qualidade na execução de obras de pavimentos, que é o principal campo de aplicação dessas fibras no Bra- sil, o que permitiria uma melhor condição de avaliação das tecnologias alternativas. Ou seja, como os usuários já estão acos- tumados a realizar obras, onde a fibra de aço é especificada apenas fixando-se um consumo, sem haver controle tecnológico do material, é natural esperar que esses mesmos usuários fiquem satisfeitos apenas com a informação do teor recomendado de macrofibras para a obra, sem fazer qual- quer verificação. Mas, é preciso concluir que, indepen- dentemente do tipo fibra a ser utilizada como reforço do concreto, deve-se especi- ficar um parâmetro de desempenho quanto à tenacidade para a sua dosagem e contro- le. Vale lembrar que, pelo fato do controle de recebimento ter um custo muito baixo, quando comparado ao montande de inves- timento destinado a obras de pavimentos e túneis, onde o CRF é freqüentemente apli- cado, não se pode justificar sua elimina- ção, tanto pelo ponto de vista tecnológico, como pelo ponto de vista econômico. O fato de não haver uma prática do controle do material em campo faz com que o mercado perca referências impor- tantes de avaliação de desempenho e, com isso, torne a tecnologia mais suscetível do ponto de vista de confiabilidade. Em ou- tras palavras, como a decisão sobre que fibra utilizar e em que teor é normalmen- te embasada de maneira muito restrita no custo da fibra e no consumo especificado, sem verificação do desempenho mínimo adequado, acaba-se por comprometer gravemente a tecnologia, por descurar de aspectos técnicos fundamentais. Isso é equivalente a uma situação hipotética | 45 | [www.ibracon.org.br] n o r m a li z a ç ã o t é c n ic a do setor nos últimos anos motivaram ações conjuntas de fortalecimento do projeto, produção, controle tecnológico e ainda de parcerias entre fabricantes e entidades de pesquisa. Essas ações têm sido coordenadas pela ABCIC (Associação Brasileira da Cons- trução Industrializada de Concreto), desde 2001, envolvendo fabricantes associados e grupos de pesquisa, como o NETPRE/ UFSCar (Núcleo de Estudos e Tecnologia em Pré-moldados de Concreto da Univer- sidade Federal de São Carlos). Destacam- se os programas de ensaios desenvolvidos em parceria entre fabricantes e o NETPRE, bem como a filiação à fib, em 2008, onde representantes da ABCIC e do NETPRE têm atuado junto ao comitê de pré-fabricação da entidade. A ABCIC tem buscado a certi- ficação de produtos e promovido o desen- volvimento tecnológico e empresarial do setor, de forma a atender às necessidades do mercado, o que requer a revisão e ela- boração das normas técnicas em consonân- cia com as tendências mundiais, bem como com a experimentação e a experiência bra- sileira adquiridas na área. Assim, este artigo descreve o processo de elaboração da norma brasileira de lajes alve- olares, as etapas e setores envolvidos, ilus- trando a importância da normalização das lajes alveolares no Brasil, bem como alguns desafios que a Comissão tem enfrentado. 2. COmISSãO de eStudOS de lAJeS e pAINéIS AlveOlAReS A Comissão de Estudos de Lajes e Pai- néis Alveolares de Estruturas de Concreto Pré-fabricadas (CE-18:600.19) foi instala- da em 2008 no âmbito do Comitê Brasilei- ro de Cimento, Concreto e Agregados da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-18). O objetivo principal da Co- missão é a normalização de Lajes e Painéis Alveolares de estruturas de concreto pré- fabricadas, com a participação de pessoas diretamente envolvidas e especializadas no assunto. A elaboração da norma de lajes alve- olares constitui a primeira atividade des- ta Comissão. O produto painel alveolar será tratado posteriormente, uma vez que apresenta características estruturais e fun- cionais diferenciadas das lajes alveolares. Além da elaboração dessas normas, dentro do planejamento da Comissão, poderão existir outras iniciativas para a elaboração de boas práticas de projeto, produção e montagem dos produtos, por exemplo. Os trabalhos da Comissão de Estudo (CE) estão sendo desenvolvidos e preten- de-se que a norma de lajes alveolares seja publicada em breve, mantendo-se o núme- ro ABNT NBR 14861, mas com novo esco- po e título: “Lajes alveolares protendidas de estruturas de concreto pré-fabricadas – Requisitos e procedimentos”. Os demais produtos de lajes pré-moldadas terão suas normas específicas. A Comissão escolheu a coordenação e secretaria, em função da experiência em normalização na área de estruturas pré-fa- bricadas e do conhecimento técnico sobre o tema. Inicialmente, a CE foi coordena- da pelo Prof. Marcelo de Araújo Ferreira, pesquisador na área de lajes alveolares e coordenador do NETPRE/UFSCar. Este par- ticipou também da revisão da ABNT NBR 9062[1] e é atual representante brasileiro do comitê de Lajes Alveolares da fib (Fédé- ration Internationale du Béton), organiza- ção não lucrativa criada em 1998, através da integração do CEB (Comité Euro-Inter- national du Béton) e da FIP (Fédération Internationale de la Précontrainte). Este Comitê fib vem trabalhando na elaboração de um manual que virá a complementar a atual norma européia EN 1168[4], dentre outros assuntos. No entanto, mudanças na coordenação da Comissão foram necessá- rias, devido a não permanência de seu co- ordenador no país e à necessidade de dar continuidade aos trabalhos de desenvolvi- mento da Norma. Assim, a coordenação da Comissão está atualmente a cargo da Enga. Daniela Gutstein, representante de fabri- cantes, lotada anteriormente na secretaria e com experiência advinda de seu trabalho na revisão da ABNT NBR 9062, e a secreta- ria, do Eng. Fernando de Menezes Almeida Filho, representando o meio acadêmico, como pesquisador do NETPRE/UFSCar. A CE conta com membros dos diversos setores da cadeia produtiva, tais como: fa- | 46 |[Concreto & Construções] bricantes de lajes alveolares, projetistas, fornecedores de insumos e fabricantes de equipamentos, bem como pesquisadores, em especial, os representantes do NETPRE, e consumidores do produto. 3. NORmA de lAJeS AlveOlAReS 3.1 etApAs Do proCesso As diretrizes da ABNT para o desenvol- vimento das Normas Brasileiras seguem padrões internacionais de normalização e visam obter documentos com conteúdo coerente, claro e preciso, que considerem o estado da arte, que sirvam de base ao desenvolvimento tecnológico e que sejam suficientemente completos para a apli- cação a que se destinam, permitindo que toda a sociedade possa deles fazer uso. Como a ABNT é signatária do Código de Boas Práticas em Normalização da Orga- nização Mundial do Comércio, as Normas Brasileiras devem ser elaboradas conside- rando o estado da arte no País e também o tratamento dispensado ao tema interna- cionalmente. Seguindo essas diretrizes, para a ela- boração do texto-base, a CE 18:600.19 de- finiu o sumário apresentado na Tabela1, tendo como base a norma EN 1168[4] e sua aplicabilidade no contexto nacional. Esta norma e demais manuais do fib e PCI tam- bém têm sido consultados na elaboração do texto-base. Foram formados três grupos de traba- lho para o desenvolvimento de parte do texto-base a ser apreciado em plenária. Os grupos são coordenados por membros da CE e todo o processo é acompanhado pela coordenação da CE. São os grupos: n Grupo 1 - materiais, produto e produ- ção: responsável pela elaboração dos Capí- tulos 5, 6, 12 e parte do Capítulo 11 (Tabe- la1), a partir da análise dos procedimentos de produção e montagem de fabricantes e das especificações do Selo de Excelência ABCIC[5], que foi elaborado por meio de um Comitê desta Associação, tendo como base normas de qualidade internacionais e as normas técnicas ABNT que são aplicáveis. O Selo consiste num programa de qualida- de evolutivo específico para as indústrias de pré-fabricados que busca a melhoria das empresas com o avanço dos níveis do Selo. O Grupo 1 é coordenado pela Enga. Íria Lí- cia Oliva Doniak. Fazem parte do texto do grupo os aspectos de fabricação, de mon- tagem, equipamentos e do controle tec- nológico de produção. Neste último, são tratados, por exemplo, os tipos de ensaios, a frequência mínima e aqueles ensaios es- pecíficos ainda não normalizados (em con- junto com o Grupo 2). | 47 | [www.ibracon.org.br] n o r m a li z a ç ã o t é c n ic a n Grupo 2 - dimensionamento de seções transversais de lajes alveolares pré-fabri- cadas – verificações de projeto: responsá- vel pela elaboração dos Capítulos 7 e 11, a partir dos resultados das pesquisas, tan- to na área experimental quanto analítica e numérica, do NETPRE em parceria com fabricantes e a ABCIC, dentre outras. Este grupo é coordenado pelo Prof. Marcelo de Araújo Ferreira e conta com a colaboração de outros pesquisadores do NETPRE e UFS- Car. São assuntos do grupo: as verificações de projeto da seção transversal propria- mente dita, tais como, flexão, cisalhamen- to, fendilhamento e outras. n Grupo 3 – dimensionamento de siste- mas estruturais - Critérios de projeto: responsável pela elaboração dos Capítulos 8 e 9, bem como pela análise dos assuntos desenvolvidos para o Capítulo 7 quanto aos critérios de projeto usualmente adotados. Este grupo é coordenado pela Enga. Danie- la Gutstein e conta com apoio de demais membros projetistas e produtores. Fazem parte dos tópicos do grupo: efeito diafrag- ma, comportamento de lajes contínuas, capeamento estrutural, detalhamento e outros sobre o tema. 3.2 DimensionAmento DAs seções trAnsversAis e pesquisAs De Apoio São consideradas lajes alveolares pro- tendidas pré-fabricadas os elementos produzidos por pré-tração, moldados em pistas de protensão de até 200m, de ins- talações industriais. Os processos mais difundidos em instalações industriais, de- vido à mecanização e produção elevada, são os de moldagem por extrusão e por moldadora, que empregam concreto de abatimento nulo, com alto grau de com- pactação. As lajes produzidas apresentam características compatíveis com o tipo de equipamento adotado. A protensão e o emprego de cimento de alta resistência inicial (ARI ou ARI/RS - resistente a sulfatos) possibilitam que se tenha grande produtividade na fabricação das lajes alveolares e consequente agilida- de no processo construtivo das lajes alveo- lares. Vãos elevados de até 20m podem ser vencidos por lajes alveolares nas fases de construção e de vida útil, sem emprego de fôrmas, mesmo com grandes sobrecargas. A qualidade e durabilidade dos elementos são garantidas pela dosagem do concreto com baixa relação água-cimento, elevada resistência característica à compressão e cura controlada, muitas vezes a vapor. A armadura predominante é a ativa (proten- são), não se adotando armaduras frouxas ou de cisalhamento nos processos por ex- trusão e por moldadora. Os alvéolos (va- zios na seção transversal da laje) conferem economia de concreto, maior altura útil da laje alveolar,bom comportamento térmico e acústico da seção transversal da laje. Dessa forma, a produtividade e rapidez da produção é maximizada pelo arranjo de produção, feito por cada fabricante, que envolve a extensão da pista, tipos de equi- pamentos e materiais, padronização dos elementos e mínimas intervenções nos mesmos, como recortes e preenchimento de alvéolos. A normalização desse produto visa, en- tão, a garantir a qualidade aliada a rapidez de todas etapas porque passam os elemen- tos, para diferentes processos produtivos. Devem ser estabelecidas na norma as ve- rificações de esforços a serem adotadas e as condições de carregamento de análise. O projeto deve considerar as condições de carregamento transitórias, tais como: protensão, içamento, transporte, armaze- namento e montagem (Figura1), além das condições de carregamento de vida útil. A normalização do dimensionamento das seções transversais de lajes alveola- res (Capítulo7 do Projeto de Norma) está sendo feita a partir do estudo das pesqui- sas internacionais, como as realizadas em parceria com a fib e o PCI, e também das pesquisas nacionais. Conforme artigo pu- blicado sobre a resistência de lajes alve- olares pré-fabricadas ao cisalhamento[6], essas pesquisas têm sido realizadas em parcerias entre fabricantes associados à ABCIC e o NETPRE, comparando os dados obtidos com a normalização brasileira e internacional de referência.[1],[2][3]e[4] Essas pesquisas fornecem subsídios para fins de normalização quanto à avaliação de desempenho de produto e ao controle de | 50 |[Concreto & Construções] talhado. Vem a preencher lacunas de pa- dronizações mínimas relacionadas às lajes alveolares e aos sistemas estruturais for- mados pelas mesmas, bem como de especi- ficações e orientações para minimizar pro- blemas, discussões técnicas e contratuais entre produtores, projetistas e proprietá- rios. Também a concorrência desleal ten- de a ser reduzida, uma vez que passam a existir padrões mínimos pré-estabelecidos em norma. O setor de estruturas pré-fabricadas e de consumidores (demais obras que utili- zam as lajes alveolares) tende a crescer quando se estabelecem padrões mínimos de segurança estrutural, de produção e de controle de qualidade. Essa normalização está sendo desenvolvida de forma que não impeça a evolução tecnológica e que possa ser atendida pelos fabricantes, projetistas e demais responsáveis envolvidos. 5. AGRAdeCImeNtOS À Cassol Pré-fabricados pelos dados fornecidos sobre o projeto das lajes al- veolares do Shopping Via Brasil e pelos ensaios de lajes alveolares realizados na fábrica de Araucária/PR. Estes ensaios, feitos em parceria com o NETPRE, origi- naram referências internacionais impor- tantes, como as apresentadas nos even- tos PCI 2008 Anual Convention e Third fib International Congress 2010 e demais eventos nacionais, que permitiram, den- tre outros, a validação de metodologia apropriada para aplicação em fábrica e motivou parcerias entre fabricantes, ABCIC e NETPRE. À empresa CMA-Carlos Melo & Associa- dos, responsável pelo projeto da estrutura pré-fabricada do Shopping Via Brasil-RJ, pelos dados fornecidos. Às empresas Cassol Pré-fabricados/PR, Premodisa Sorocaba/SP, Protensul Pré-fa- bricados/SC e T&A Pré-fabricados/PE, por viabilizarem estudos visando a normaliza- ção técnica de lajes alveolares. Às empresas Cassol Pré-fabricados/ PR, Munte Construções Industrializadas/ SP e Premo Construções e Empreendi- mentos/MG, que disponibilizaram seus procedimentos e bibliografias referentes às lajes alveolares, para a análise e fonte de consulta. Ao proprietário da obra do Shopping Via Brasil, pela possibilidade de uso das ima- gens do empreendimento. À empresa Zamarion e Millen Consulto- res, que disponibilizou seu escritório para reuniões e ao Eng. Eduardo Millen, que tem tido participação ativa como representante da ABECE, bem como aos demais integran- tes da CE que têm se dedicado aos traba- lhos de normalização. [01] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro, 2006. [02] ______.ABNT NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2007. [03] ______.ABNT NBR 14861: Laje pré-fabricada - Painel alveolar de concreto protendido – Requisitos. Rio de Janeiro, 2002. [04] COMITÊ EUROPEU DE NORMALIZAÇÃO. EN 1168: Precast concrete products - Hollow core slabs. Brussels, 2005. [05] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA DE CONCRETO - ABCIC. Documentos integrantes do sistema de gestão do Selo Excelência ABCIC. São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.abcic.org.br/selo_excelencia.asp>. Acesso em: 05 de agosto de 2010. [06] Ferreira, M. A.; Fernandes, N. S; Carvalho, R. C.; Ortenzi, A.; Doniak, I. L. O.; Livi, L. O. Resistência de lajes alveolares pré-fabricadas ao cisalhamento. Revista Téchne no. 132, Março, 2008. [07] FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DA PROTENSÃO - FIP. Guide to good practice: Quality assurance of hollow core slab. London, England, 1992. n referências bibliográficas | 51 | [www.ibracon.org.br] m e l h o r e s p r á t i c a s melhores práticas paredes duplas Paredes duplas: o sistema circular na construção industrializada FABIO CASAGRANde – engenheiro Civil e Diretor suDeste pré-FABriCADos O SIStemA CIRCulAR e A ORIGem dAS pARedeS duplAS Conhecido como “Planta Carros-sel” no Velho Continente, o sis-tema circular para produção de painéis em concreto foi aprimorado du- rante as últimas três décadas e, hoje, é amplamente utilizado para a construção da parede dupla, uma importante evolu- ção tecnológica que incorpora o conceito de construção industrializada. Essa con- vergência, externamente, ocorreu em vir- tude do gargalo de falta de mão-de-obra especializada, carência que hoje também faz parte da realidade brasileira. Da ne- cessidade e do conhecimento acumulado resultaram a produção totalmente auto- matizada e contínua de painéis em con- creto armado customizados, chamados de paredes duplas. Com função estrutural, cada parede dupla é composta por duas placas de con- creto, pré-fabricadas, unidas por treliças Interior da fábrica da Sudeste Pré-Fabricados, em Nova Odessa, região de Campinas/SP Estação de giro | 52 |[Concreto & Construções] de aço. A aplicação de um modelo externo ao tradicionalmente aplicado na constru- ção civil brasileira, como qualquer meio inovador, requereu o estudo do layout do sistema circular, fator determinante para o sucesso do produto brasileiro, que hoje é flexível para atender todos os tipos de obras. O sistema de produção de paredes duplas foi concebido para obter painéis de dimensões e espessuras diversas, sem a necessidade de mudanças na fabricação. As variações dos painéis que com- põem as paredes duplas podem ter a di- mensão de até 3,20m de altura por até 13,30m de comprimento, com a espessu- ra total da parede variando entre 0,15m e 0,36m. A estrutura de uma edificação que utiliza paredes duplas também irá contemplar o uso de lajes treliçadas. As lajes treliçadas, por sua vez, podem ter a dimensão de até 2,60m de largu- ra (dada a limitação do transporte) por até 13,30m de comprimento. Cada placa do painel da parede de concreto pode variar de 4,5cm a 7,0cm. A resistên- cia mínima do concreto é de 30,0MPa, havendo possibilidade de alteração em função do proje- to. O módulo de deformação é de 25GPa. Só depois de fixadas as pa- redes duplas e as lajes treliçadas, a concretagem é feita, simultâne- amente, tornan- do a estrutura monolítica. Expostas as ca- racterísticas téc- nicas das paredes duplas, vale enfatizar a segurança e o cumprimento das normas técnicas brasileiras a que o sistema cons- trutivo está sujeito. teCNOlOGIA que OFeReCe SeGuRANçA O sistema construtivo de paredes du- plas possui algumas particularidades que visam dar garantia ao construtor quanto à segurança do produto. Como as pare- des são produzidas na horizontal e ao nível do chão da fábrica, garante-se a cobertura das armaduras pelo concre- to, conforme especificado. O concreto é lançado através de um distribuidor de concreto automatizado, projetado espe- cialmente para esse produto, o que ga- rante a espessura de projeto da parede. O sistema de vibração utilizado, deno- minado “shaking”, em que a vibração é executada em função do peso do concre- to lançado, garante que a superfície da parede em contato com a fôrma (palete) fique isenta de bolhas, evitando, por- tanto, acabamentos posteriores. Modelo de laje treliçada Sudeste, que permite a redução dos trabalhos em armaduras | 55 | [www.ibracon.org.br] m e l h o r e s p r á t i c a s Todos os relatórios foram considerados de acordo com os requisitos exigidos pelas normas brasileiras e o sistema apto a ser aplicado. As paredes duplas já são consi- deradas pela Gerência de Desenvolvimen- to Urbano (GIDUR) um sistema construtivo homologado a ser utilizado em unidades habitacionais financiadas pela Caixa Eco- nômica Federal. teSteS que ASSeGuRAm O deSempeNhO dO SIStemA de pARedeS duplAS A importância de um instituto impar- cial para atestar a qualidade e aprovar o sistema construtivo confere credibilidade ao sistema das paredes duplas. A avaliação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnoló- gicas (IPT) sobre o desempenho do sistema incluiu os seguintes testes: n 1 – Desempenho estrutural n 2 – Segurança ao fogo n 3 – Estanqueidade à água n 4 – Desempenho térmico n 5 – Desempenho acústico n 6 – Durabilidade A avaliação técnica teve como base a DIRETRIZ SINAT Nº 002 (Sistema Nacio- nal de Avaliação Técnica), os critérios de desempenho estabelecidos na ABNT NBR 15.575 e os requisitos constantes na normalização brasileira, tendo sido emitidos os relatórios apresentados na tabela acima. Unidas entre si por treliças metálicas, as paredes formam um painel, que quando é montado na obra, realiza a dupla função de estrutura portante e fechamento. [01] ______. ABNT NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2007. [02] ______. ABNT NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 2000. [03] ______. ABNT NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1990. [04] ______. ABNT NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas. Rio de Janeiro, 2003. [05] ______. ABNT NBR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2006. [06] ______. ABNT NBR 12655: Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e recebimento – Procedimento. Rio de Janeiro, 2006. [07] ______. ABNT NBR 15575: Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos - Desempenho. Rio de Janeiro, 2008. [08] BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resão 307. Brasília, DF, 2002. [09] BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação.SINAT - Sistema Nacional de Avaliação Técnica .Brasília, DF, 2006. n referências bibliográficas | 56 |[Concreto & Construções] A ABCIC (Associação da construção Industria-lizada de Concreto), que representa os produto- res de estruturas pré-mol- dadas com ênfase na pré- fabricação (pré-moldados produzidos na indústria, conforme designação da ABNT NBR 9062), está asso- ciada ao IBRACON, como sócia mantenedora, desde 2006. Atualmente, a ABCIC integra o Conselho Diretor do IBRACON e possui re- presentação no Conselho e no Comitê de Certificação, responsável pelo programa de qualificação de mão de obra, operacio- nalizado pelo NQCP (Núcleo de Qualifica- ção e Certificação de Pessoal), acreditado pelo INMETRO como organismo certifica- dor de pessoas, que conduz a certificação de profissionais em controle de qualidade de concreto. Para a diretoria da Associação, incen- tivar os profissionais das empresas pré- fabricadoras associadas a buscarem essa certificação é de fundamental importân- cia, pois ela vem ao encontro às necessidades de treinamen- to especificadas no pro- grama de certificação do setor,denominado SELO DE EXCELÊNCIA Abcic. O selo, lançado em 2003, teve como referência de estruturação o Programa de Certificação de Plantas de Produção do PCI (Precast Prestressed Concrete Institu- te- Chicago) e seus requisitos foram estabelecidos de acordo com as normas técnicas ABNT aplicáveis, como a NBR9062 e suas complementares, e também com a ISO 9001 e 14001, para gestão da qualidade e da ambiental, respectivamente. O Selo leva também em conta a NR-18, enfatizan- do os princípios de segurança no trabalho e, por esta razão, foi chamado de excelên- cia e não apenas de qualidade. Atualmente, das 50 empresas associa- das à entidade, 17 possuem o Selo, totali- zando 21 plantas de produção.Trata-se de um programa evolutivo, que procura, ao longo dos níveis, ressaltar importantes as- mantenedor Selo de Excelência ABCIC: compromisso com a construção sustentável ÍRIA lÍCIA OlIvA dONIAK - DiretorA exeCutivA ABCIC GIANCARlO de FIlIppI - AuDitor Cte | 57 | [www.ibracon.org.br] m a n t e n e d o r 0 5 25 75 95 100 �a��a� �ertifi�a� � o de �� o de �bra sexta-feira, 10 de setembro de 2010 15:48:46 pectos. Inicialmente, ele assegura o cum- primento das Normas Técnicas da ABNT e das práticas recomendadas para o setor. Ao atingir o segundo nível, a empresa passa a garantir a qualidade (conceito de Garantia da Qualidade) e, por fim, ao conquistar o nível III, a empresa aprimorou aspectos re- lativos à gestão, tais como: abordagem de processos, segurança e meio ambiente. To- dos os níveis colaboram para que o sistema em pré-moldados de concreto seja susten- tável, tanto ecologicamente correto, como socialmente justo. Fornecer um produto durável é uma questão de consciência para com a socieda- de e isso deve ser demonstrado na prática, com os resultados comprovados pelo Con- trole de Qualidade. Aderindo ao programa, a empresa se mostra comprometida com o mercado, intensifica o relacionamento com os fornecedores, utiliza de maneira racional os recursos naturais e diminui os impactos ambientais. Com a certificação, a empresa tem uma visão ampla sobre diversos aspectos, conseguindo detectar e corrigir deficiên- cias e analisar sua evolução, conquistando expressivos ganhos técnicos e gerenciais. Além do valor agregado a cada organiza- ção, o selo cumpre um importante papel ao melhorar o desempenho do segmento de pré-fabricados de concreto no mercado da construção. O CTE (Centro de Tecnologia de Edifi- cações) é o órgão responsável pela opera- cionalização, incluindo as auditorias inicial e de manutenção, que são semestrais e validadas por uma comissão de credencia- mento, composta por representantes de entidades afins: ABNT-CB-18, ABECE, SIN- DUSCON-SP, IAB-SP,entre outras. Para saber se um fornecedor de pré- fabricado é certificado, basta solicitar o atestado e verificar o nível, o escopo, a planta de produção e a validade. Todas as informações referentes ao programa encontram-se disponíveis em nosso site, bastando acessar em certificação ou dire- tamente sobre a logo do selo disponível na home www.abcic.org.br. n | 60 |[Concreto & Construções] to na Parte 4 da Norma e que segue a li- nha estabelecida pela EPG (2005), mede a habilidade passante, sob fluxo confinado, através da razão entre as alturas H2 e H1 da superfície do concreto nas extremidades posterior e anterior da câmara horizontal, respectivamente, após aberta a grade de separação entre os compartimentos, como mostra a Figura 3. A EN 12350-10 (2007) considera o tem- po que o CAA leva para atingir as marcas de 20cm e 40cm da fase de contenção. Pelos estudos realizados para o desenvolvimento da Norma Brasileira, verificou-se que essa medida não é operacional, particularmente para concretos de baixa viscosidade, pois se necessita de duas marcações de tempo em um intervalo muito curto. Além disso, o foco do ensaio é a habilidade passante e não a viscosidade do concreto. Como o CAA não se comporta total- mente como um fluído Newtoniano (fluído ideal) é necessário um tempo mínimo para sua estabilização no equipamento, normal- mente entre 30s e 60s , evitando mascarar resultados em obra, pois se o CAA for des- pejado e imediatamente for aberta a com- porta do equipamento de ensaio (caixa-L), o escoamento do concreto será facilitado. Normalizado pela ASTM 1621, o ensaio do anel J, previsto na Parte 3 da Norma Bra- lidade em fluir e, por isso, é chamada, na Norma, de viscosidade plástica aparente. O t500 é um ensaio que avalia a viscosida- de do concreto em fluxo livre, normalmente realizado simultaneamente ao ensaio de es- palhamento e consiste na medida do tem- po que o CAA leva para atingir a marca de 500 mm de diâmetro (centrada na base da placa de ensaio), após a retirada do molde tronco-cônico (Parte 2 da Norma). Outro ensaio, denominado funil V, de- termina a viscosidade sob fluxo confinado, a partir do registro do tempo que o concre- to leva para escoar pelo equipamento mos- trado na Figura 1. Este ensaio é previsto na Parte 5 da ABNT NBR 15823. A determinação da viscosidade do concre- to é particularmente importante quando for requerido um bom acabamento superficial e/ ou quando a densidade de armadura for ex- pressiva na peça a ser concretada; caso típico de concreto pré-fabricado da Figura 2. 2.3 hABiliDADe pAssAnte (pl ou pj) A habilidade passante informa sobre a capacidade de o concreto fresco fluir, sem perder sua uniformidade ou causar bloqueio, através de espaços confinados e aberturas estreitas, como áreas de alta densidade de armadura e embutidos. O ensaio utilizando a caixa L, previs- | 61 | [www.ibracon.org.br] n o r m a li z a ç ã o t é c n ic a isso, se estabelece o índice de segregação em função da porcentagem de agregado graúdo em cada porção da amostra. A norma americana, contudo, não pre- vê uma classificação como a recomenda- da pela Norma Européia, que utiliza outra metodologia para a mesma determinação. Baseado no ensaio da ASTM, Alencar (2008) obteve satisfatória correlação com a clas- sificação da EN 206-9 (Anexo L, informati- vo) para aplicações em produção. A ABNT NBR 15823 classifica o CAA no estado fresco em função dos parâmetros apresentados e, seguindo a linha européia da EN 206-9, recomenda, em anexo infor- mativo, a correlação dessa classificação com a aplicação do concreto em campo, como exemplifica a tabela 1. 3. pRepARO, CONtROle e ReCeBImeNtO As operações de preparo, controle e rece- bimento do concreto auto-adensável devem cumprir com o que estabelece a ABNT NBR 12655, exceto quanto aos requisitos de acei- tação para o estado fresco. Além disso, a mol- dagem dos corpos de prova deve ser realizada sem adensamento manual ou mecânico. A Norma exige que todos os ensaios se- jam realizados durante os estudos de dosa- sileira e mostrado na Figura 4, consiste no mesmo molde tronco-cônico do ensaio de espalhamento, só que posicionado de forma invertida, para verificar se o concreto passa por 16 barras de aço igualmente distribuídas no anel. A medida da habilidade passante é obtida pela diferença entre o espalhamento medido com o anel J em relação ao espalha- mento medido no ensaio de slump-flow. A determinação da habilidade passante pode ser desnecessária no caso de ausência ou baixa densidade de armadura. 2.4 resistênCiA à segregAção (SR) A resistência à segregação é a capaci- dade do concreto de permanecer com sua composição homogênea durante as etapas de transporte, lançamento e acabamento. Sendo que, a segregação pode ocorrer de duas maneiras: n estática: associada aos fenômenos de se- dimentação, que ocorre quando o concre- to está em repouso dentro das fôrmas; n dinâmica: durante o lançamento, en- quanto o CAA flui dentro da fôrma. O concreto sofre segregação dinâmica durante o lançamento e segregação estáti- ca após o lançamento. A segregação estáti- ca é mais danosa em elementos estruturais altos, mas também em lajes pouco espes- sas, podendo levar a defeitos, como fissu- ração e enfraquecimento da superfície. A segregação dinâmica é facilmente detecta- da nos ensaios de estado fresco e pode ser corrigida durante a etapa de dosagem. A resistência à segregação é particularmente importante em concretos autoadensáveis de maior fluidez e baixa viscosidade. Na Norma Brasileira (Parte 6), a ava- liação da resistência à segregação é dada pelo ensaio da Coluna de Segregação, que teve como base o que estabelece a ASTM C 1610. Este ensaio tem sido muito difundi- do, pela sua facilidade de execução, como mostra a Figura 5. A aparelhagem consta de um tubo de PVC seccionado em três par- tes de medidas padronizadas, que são de- vidamente fixadas, apoiadas sob uma base rígida, onde o CAA é despejado. Após cerca de 20min, é possível extrair as porções de concreto, com auxilio de uma chapa metá- lica. As amostras são lavadas e peneiradas para remoção da argamassa e separação dos agregados graúdos, com a determina- ção da massa daqueles que ficaram aloja- dos no topo (mT) e dos da base (mB). Com Lane) inc [e =] [EE IbE] Viscosidade plástica aparente tios (5)/ Funil V (5) Resistência à segregação Coluna de segregação ) Tabela | - Classes de espalhamento. viscosidade plástica apa habilidade passante € resistência à segregação do CAA em fui de sua aplicação Classes Aplicação Exemplo Estruturas não armadas ou combaixataxa de Lajes armadura e embutidos, cuja concretagem é realizada a partir do ponto mais alto com deslocamento livre SFI | 5502650 . Concreto autoadensável bombeado Revestimento de túneis Estruturas que exigem um curto espalhamento Estacas ecertas horizontal do concreto autoadensável fundações profundas Adequada para a maloria das aplicações Paredes, vigas, pilares SER CeONZEO | correntes Eoutras Estruturas com alta densidade de armadura a EN €/ou de forma arquitetônica complexa, com o res-parede, paredes. SF3 7602850 uso de concreto com agregado graúdo de diafragma e pilares pequenas dimensões (menor que 12,5 mm) Adequado para elementos estruturais com alta densidade de armadura e embutidos, mas exige Lajes, paredes diafragma, vs! controle da exsudação e da segregação. pilares-parede, indústria vFI < de pré-moldados e & Concretagens realizadas a partir do ponto mais concreto aparente alto com deslocamento livre. Adequado para a maioria das aplicações correntes, Apresenta efeito tixotrópico que acarreta menor pressão sobre as fórmas € ves Es melhor resistência à segregação. ia is Eleitos negativos podem ser obtidos com gas; pares e oirtoas vF2 9aB5 er relação à superfície de acabamento (ar aprisionado), no preenchimento de cantos € suscetibilidade a interrupções ou demora entre sucessivas camadas 25450 mm, com l6 barras PLI Adequada para elementos estruturais com deaço “espaçamentos de armadura de BO mm a eg e PJI 080, come 190 mm barras de aço Oa25mm, comi6barras Adequada para a maioria das é PLZ para deaço correntes. Elementos estruturais com Mit pre ã Espaçamentos de armadura de 60 mma 80 mm Ndústria de pré-mo! 20,80, com barras de aço Distância a ser percorrida <5 m Lajes de pequena sal «20 espessura estruturas Espaçamento entre armaduras > 80 mm convencionais de pouca complexidade Distância a ser percorrida > 5 m Elementos de Espaçamento entre armaduras > 80 mm fundações profundas sra sis Distância a ser percorrida <5 m Espaçamento entre armaduras < 80 mm Pilares, paredes, elementos estruturais complexas € elementos pré-moldados NOTA | = SR 2 ou um valor-limite mais rigoroso pode ser especificado se a resistência ou a qualidade da superfície for particularmente critica. NOTA 2 - Quando a distância a ser percorrída pelo concreto for maior que 5 m e espaçamento inferior a 80 mm, deve ser especificado um valor de SR menor que IO %. / [Concreto & Construções) | 65 | [www.ibracon.org.br] m e l h o r e s p r á t i c a s melhores práticas construção racionalizada Pré-fabricados de concreto: cenário atual e necessidades especiais de produção e controle JOAquIm CORReIA xAvIeR de ANdRAde FIlhO teComAt – teCnologiA DA Construção e mAteriAis ltDA ANGelO JuSt dA COStA e SIlvA universiDADe CAtóliCA De pernAmBuCo tIBéRIO WANdeRley CORReIA de OlIveIRA ANdRAde universiDADe FeDerAl De pernAmBuCo 1. INtROduçãO A grande quantidade de obras de construção projetadas e em execução em todo o Brasil, seja no campo das edificações, das in- dústrias, ou mesmo da infra-estrutura urbana, tem demandado o uso cada vez mais constante das peças pré-fabricadas de concreto, especialmente em face da velocidade de construção e da racionali- zação obtida nos serviços. Nos casos de construções seriadas, muito comuns, por exemplo, em conjun- tos habitacionais, essas características de velocidade e racionalização deixam de ser apenas interessantes e passam a ser essenciais para o adequado cumpri- mento de prazos, dentro dos custos de- finidos para as obras. Com isso, a indústria dos pré-fabri- cados de concreto tem tido um elevado crescimento nos últimos anos em decor- rência dessa imposição do mercado, en- volvendo tanto a produção de peças de grandes volumes, como pilares, vigas e lajes, como elementos de menor porte, como blocos, peças para pavimentação, entre outros. 2. CeNáRIO dOS pRé-FABRICAdOS NO NORdeSte Na década de 60, o mercado dos pré- fabricados iniciou seus primeiros passos no Nordeste. Empresas de pequeno por- te produziam peças para estruturas me- nores, como galpões, estacas, postes de energia elétrica e similares. Já no início da década de 80, uma obra de grande destaque na Região Me- tropolitana do Recife foi a construção do metrô, na qual foram produzidos 80.000 dormentes de concreto armado em 2 anos. Para a produção utilizou-se pro- cesso de prensagem e vibração simultâ- nea do concreto, obrigando a utilização | 66 |[Concreto & Construções] de uma mistura bastante seca (consis- tência Vêbe), agravado pela inexistên- cia, na época, de aditivos eficientes. Ao todo foram confeccionadas mais de 100 dosagens de concreto, resultando em peças com características que podem ser consideradas de alto desempenho, mesmo nos dias atuais (Figura 1, Figura 2 e Figura 3). Em virtude dessa evidência de ade- quação do comportamento em uso, já na década de 90 foram utilizadas técnicas similares para a execução dos dormen- tes utilizados na ampliação do metrô do Recife (Figura 4). Com o passar do tempo, o cenário competitivo na região alterou o compor- tamento das empresas. A concorrência cresceu de tal forma que retirou do mer- cado os fabricantes que não possuíam a visão estratégica de que, muito em bre- ve, a demanda por obras mais rápidas e com maior controle tecnológico seria uma realidade. Atualmente, o cenário que despon- | 67 | [www.ibracon.org.br] m e l h o r e s p r á t i c a s ta já mostra algumas grandes indústrias que têm se destacado no Nordeste, a exemplo da cearense T&A e da mato- grossense-do-sul Metron, recém-chegada à região. As fábricas que entenderam que os investimentos em qualidade, aliados a um acompanhamento técnico constante, eram um elemento fundamental para o seu crescimento, sobreviveram e têm, agora, um mercado aquecido para atuar e se sobressair. No complexo portuário de Suape, são vários os exemplos de obras com pré-fabricados de concreto, em es- pecial os galpões de grande porte. Ao mesmo tempo, as empresas lo- cais também passaram a entender tais necessidades, além da iminente atuação da concorrência, e vêm procurando in- vestir na modernização de equipamen- tos e treinamento de pessoal. Nesse sen- tido, a própria Associação Brasileira de Cimento Portland (Regional NNE) presta um serviço de assessoria e consultoria para as empresas do setor no Estado e região, por meio de palestras, fóruns de debate, missões técnicas etc., todas ações no sentido de aperfeiçoar os ser- viços prestados e fomentar o uso do Ci- mento Portland. 3. ASpeCtOS de CONtROle teCNOlóGICO O ponto de partida para qualquer fa- bricante de peças pré-fabricadas é o con- trole tecnológico do concreto. Esse tipo de insumo exige condições técnicas espe- cíficas, muitas vezes relegadas nos pro- cessos de fabricação, o que faz com que o surgimento de patologias nas edificações, ao longo do tempo, seja inevitável. O concreto pré-fabricado necessi- ta, na maioria das situações, de um cimento de alta resistência (principal- mente, nas primeiras idades), de adi- tivos, de adições minerais, e de pro- cessos diferenciados de cura térmica. Esse sistema, em especial, tem a gran- de vantagem de conceder uma agilida- de significativa às obras, mas para ser rápido e econômico também necessita de um concreto que possa ser proten- dido em menos de 24 horas. Um exemplo do que o mercado tem demandado é a estrutura montada para o controle das peças executadas nas obras da Ferrovia Transnordestina (PE/ PI). Para essa obra, de grande porte, a construtora precisará fabricar 4.800 dormentes por dia. Isso quer dizer que cada fôrma metálica terá que ser usada ao menos duas vezes ao dia. Será, sem dúvida, um processo de produção que demandará uma tecnologia arrojada, passando pela escolha insumos conheci- dos e controlados, processos especiais de cura e equipamentos de ponta (Fi- gura 5). Situações como essa confirmam a tese de que o concreto, ao contrário do que pode parecer, não é somente uma mistura de cimento, areia, brita, água e aditivo. Para cada aplicação existem características especiais, que conce- derão ao produto as características necessárias, em conformidade com as condições de exposição e as exigências requeridas. À medida que o setor da construção civil se desenvolve, o concreto preci- sa ser cada vez mais resistente, a fim de que as peças pré-fabricadas tenham | 70 |[Concreto & Construções] O projeto de revisão da Norma Brasi-leira para a qualificação de pessoal de controle tecnológico do con- creto (ABNT NBR 15146) está disponível para Consulta Nacional, desde 20 de agosto, no site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no endereço www.abnt.org.br. Produto de seis meses de trabalhos con- tínuos, o projeto objetivou reavaliar ativi- dades e requisitos das categorias profissio- nais responsáveis pelo controle tecnológico do concreto e adequar os seus procedimen- tos de ensaios com suas respectivas atuali- zações nas normas técnicas específicas. “A Norma está no momento certo de ser revisada, pois acaba de completar cin- co anos”, ressalta a engenheira Inês Batta- gin, superintendente do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados, quem reativou a Comissão de Estudo para a revi- são da Norma pelo ABNT/CB-18. A ABNT NBR 15146 tem papel estratégico no contexto atual de crescimento do setor construtivo brasileiro, porque regulamenta a qualificação profissional de quem realiza o controle tecnológico do concreto, exigindo deste profissional os requisitos técnicos mí- nimos para o bom desempenho ocupacional. Por conta disso, a revisão da Norma tornou-se imperativa, tanto para atender as necessida- des crescentes do mercado por profissionais mais qualificados, como para contribuir com ambiente mais saudável de negócios. acontece nas regionais Projeto de Revisão da Norma Brasileira ABNT NBR 15146 está em Consulta Nacional Participaram das reuniões da Comissão de Estudo do ABNT/CB-18 representantes de toda cadeia produtiva do concreto: cons- trutoras, laboratórios de ensaio, usinas de concreto, fabricantes de cimentos, de adi- tivos e de outros tipos de materiais consti- tuintes do concreto, instituições de ensino, pesquisa e divulgação, como a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o Núcleo de Qualificação e Certificação de Pessoal (NQCP) e o Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). A coordenação dos trabalhos coube ao professor da Univeridade Mackenzie, Simão Priszkulnik, a relatoria, ao engenheiro da Petrobras, Bruno Alves de Carvalho, e a secretaria, à engenheira da Odebrecht, Roseni Cezimbra. A Consulta Nacional é franqueada a quem queira opinar, bastando acessar o texto, fazer seus comentários e encami- nhar seu voto até 11.10.2010 ao Projeto de Revisão da Norma (identificado na Con- sulta Nacional como Projeto 18:300.01- 005/1), através do site www.abnt.org.br. Após essa data, as sugestões recebidas serão analisadas pela Comissão de Estudo em reunião específica e, se apropriadas, serão implementadas no texto do Projeto. Pretende-se, ainda este ano, que o Projeto final, aprovado pela Comissão, seja enca- minhado para homologação e publicação como Norma Brasileira, para substituir a versão até então vigente. | 71 | [www.ibracon.org.br] a c o n t e c e n a s r e g io n a is Maior fórum nacional e latino-ame-ricano de debates sobre a tecnolo-gia do concreto e suas aplicações em obras civis, a 52ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto vai ser realizada no Centro de Convenções de Fortaleza, de 13 a 17 de outubro de 2010. Promovido pelo Ins- tituto Brasileiro do Concreto – IBRACON, o evento vai discutir as Novas Tecnologias do Concreto para o Crescimento Sustentável. O tema será abordado em: pAleStRAS téCNICO- CIeNtÍFICAS Pesquisadores do Brasil e do exterior vão Em outubro, Fortaleza será a Capital Brasileira do Concreto apresentar os trabalhos que vem desen- volvendo sobre o concreto e seus mate- riais constituintes, as técnicas e sistemas construtivos, o controle tecnológico do concreto, a análise estrutural e a normali- zação, entre outros assuntos correlatos. CONFeRêNCIAS pleNáRIAS Especialistas renomados internacionalmen- te vão apresentar e discutir suas pesqui- sas científicas e tecnológicas em projeto e análise estrutural, execução e controle de qualidade de obras de concreto, materiais, suas propriedades e aplicações, normaliza- | 72 |[Concreto & Construções] ção, gestão e manutenção de obras, entre outros temas. Estão confirmadas as pales- tras dos seguintes especialistas: ROBeRtO StARK (universidade do méxico, méxico) “Comparação do projeto de estruturas de um edifício de Fortaleza, considerando as ações dinâmicas, com o projeto original” BeNOIt FOuRNIeR (laval university de quebec, Canadá) “O estágio atual do conhecimento sobre a Reação Álcali-Agregado – RAA“” eRNIe SChRAdeR (Schrader Consulting, estados unidos) “O projeto do Canal do Panamá e o uso do Concreto Compactado com Rolo: os desa- fios e a questão da durabilidade” JACKy mAzARS (Instituto politécnico de Grenoble, França) “As ferramentas de avaliação de danos na modelagem dos efeitos de cargas severas em estruturas de Concreto Reforçado” hANI NASSIF (universidade de Nova Jersey, estados unidos) “O potencial de fissuração em Concretos de Alto Desempenho e Concretos Auto- adensáveis sob condições de retração restrita” SemINáRIO de SeGuRANçA de BARRAGeNS Especialistas em projetos de constru- ção de barragens debatem as normas téc- nicas e leis em vigor e as que estão em discussão na comunidade técnica, no sen- tido de compor um consenso sobre o mar- co regulatório necessário para a manuten- ção preventiva e corretiva de barragens, que assegure as condições adequadas de segurança dessas construções. SemINáRIO “A ReAçãO álCAlI-AGReGAdO – CAuSAS, dIAGNóStICO e SOluçÕeS” Especialistas em patologias em obras de concreto discutem as causas e consequên- cias dessas reações deletérias em estru- turas de concreto, assim como expõem os métodos mais avançados para o seu moni- toramento e identificação e as técnicas de recuperação das estruturas afetadas. SemINáRIO “CONCRetO SOB AçÕeS dINâmICAS” Painel de especialistas vai abordar o impacto de terremotos sobre as estruturas de concreto, tais como: pontes, edifícios e barragens; como também vai expor técni- cas de construção mais seguras e que de- mandam menos manutenção, capazes de resistir à ação de terremotos. SemINáRIO COpel de SuSteNtABIlIdAde Repetindo o sucesso do ano passado, a segunda edição do Seminário prosseguirá os debates com os especialistas acerca dos passos que estão sendo dados e que pre- cisam ainda ser tomados na indústria da construção civil, com vistas a assegurar a sustentabilidade no setor construtivo. pAINel de ASSuNtOS CONtROveRSOS Mesas interdisciplinares de profissionais debate com os congressistas temas polêmi- cos no setor construtivo. A programação do 52º Congresso Bra- sileiro do Concreto vai contar ainda com: Concursos Estudantis; Cursos de Atualização Profissional; Sessões Pôsteres; Palestras Téc- nico-Comerciais; Reuniões Institucionais; Visi- ta Técnica; e a vI Feira de produtos e Ser- viços para a Construção - Feibracon, onde será apresentada uma variedade de produtos e soluções construtivas para obras de concre- to de diversos tipos e portes. A vI FeIBRACON será aberta ao público profissional. O evento espera receber mais de 1000 congressistas, de todos os estados brasilei- ros e do exterior, dos mais variados seg- mentos da cadeia produtiva do concreto: estudantes, pesquisadores, professores, técnicos, calculistas, tecnologistas, ven- dedores técnicos, diretores e gerentes de empresas, empresários, construtores, fun- cionários públicos e demais profissionais do setor construtivo. Acompanhe as novidades sobre o even- to, acessando: www.ibracon.org.br. | 75 | [www.ibracon.org.br] p e s q u i s a a p l i c a d a res dentro de bainhas grauteadas ou por meio de acopladores rosqueados, confor- me Figuras 1a e 1b. Para o caso das cone- xões positivas, são empregadas soluções por meio de chapas soldadas, conforme Figura 1c. Para momentos de menor in- tensidade, um segundo detalhamento emprega chumbadores parafusados e grauteados para prover um efeito de pino na ligação, conforme Figura 1d. Em função do grau de restrição à ro- tação, haverá um engastamento parcial associado, o qual depende da relação entre a rigidez da ligação e a rigidez da viga pré-moldada, após sua solidari- zação. O fator que relaciona estes dois parâmetros é denominado de fator de restrição (ou fator de rigidez). O com- portamento semi-rígido nas extremi- dades das vigas faz com que haja uma transmissão parcial dos momentos fle- tores nas ligações, com o aumento de momentos positivos nos vãos devidos às ações gravitacionais. Além disso, as ligações semi-rígidas aumentam os des- locamentos laterais globais de primeira ordem na estrutura pré-moldada, afe- tando assim a redistribuição de momen- tos entre vigas e pilares, mas principal- mente aumentando os efeitos globais de segunda ordem. 2. peSquISAS SOBRe lIGAçÕeS vIGA-pIlAR pRé-mOldAdAS Embora exista na literatura técnica um grande número de trabalhos com en- saios de ligações viga-pilar em estruturas pré-moldadas, ainda são poucos os traba- lhos específicos sobre o comportamento semi-rígido. Isso se deve ao maior inte- resse nas ligações com desempenho para zonas sísmicas, nos países como EUA, Ja- pão, Nova Zelândia e Itália. Nesses casos, o projeto é governado pelo desempenho quanto à ductilidade, não sendo consi- derada a rigidez à flexão na fase pré-es- coamento da armadura longitudinal. Por essa razão, as principais pesquisas sobre ligações semi-rígidas pré-moldadas ocor- reram em países onde não se têm zonas sísmicas, como Brasil, Inglaterra, França e Finlândia. Entretanto, a maior parte da pesquisa existente está concentrada na Inglaterra (University of Nottingham) e no Brasil (SET-EESC-USP – Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos e NETPRE-UFS- Car – Núcleo de Estudos e Tecnologia em Pré-Moldados de Concreto da Faculdade Federal de São Carlos). Na Figura 2, são apresentados alguns dos ensaios realiza- dos em Nottingham e em São Carlos. | 76 |[Concreto & Construções] A University of Nottingham esteve à frente do programa de pesquisa europeu COST Cl: Semi-Rigid Behaviour of Ci- vil Engineering Structural Connections, com a colaboração de outras universida- des européias. Dentre os seus objetivos, pretendeu-se realizar ensaios de ligações pré-moldadas e, num segundo momen- to, extrapolar os resultados experimen- tais por meio de modelagens numéricas para um número maior de geometrias e condições de carregamentos. Entretanto, chegou-se à conclusão de que o compor- tamento semi-rígido não ocorreu em uma única posição nodal, como ocorre nas li- gações metálicas, tornando-se mais difí- cil de se obter expressões racionais para a relação momento-rotação em estrutu- ras pré-moldadas. No Brasil, a pesquisa em ligações se- mi-rígidas pré-moldadas foi iniciada na SET-EESC-USP, onde foram realizadas várias outras pesquisas teóricas e experi- mentais. Através de um Programa FAPESP (2004-07) foi criado o NETPRE - Núcleo de Estudo e Tecnologia em Pré-Moldados de Concreto na UFScar, onde, através do convênio com a ABCIC - Associação Bra- sileira de Construção Industrializada de Concreto, foi construído um laboratório para estudo do concreto pré-moldado. Pesquisas de pós-doutorado do coorde- nador do NETPRE enfocaram o desen- volvimento de modelos analíticos para a rigidez à flexão de ligações viga-pilar, além de procedimentos para análise e projeto de estruturas pré-moldadas com múltiplos pavimentos. Dentro da inte- ração de pesquisa com a University of Nottingham, em Elliott et al. (2003b), foram feitas comparações dos modelos teóricos propostos por Ferreira (2001) com resultados experimentais do COST C1, onde houve boa correlação dos re- sultados. Atualmente, tem-se trabalhado para o melhoramento e a calibração dos modelos analíticos desenvolvidos no NET- PRE, onde esses equacionamentos foram testados contra resultados experimen- tais recentes, dentro de um trabalho de doutorado em andamento na University of Nottingham, cujos resultados prelimi- nares estão apresentados em Hasan et al. (2010). Nessa pesquisa, foi adotado | 77 | [www.ibracon.org.br] p e s q u i s a a p l i c a d a o conceito de “strong connection” para se conseguir a continuidade com espa- lhamento das fissuras ao longo das vigas conectadas, conforme Figura 3. 3. CRItéRIOS de deSempeNhO pARA lIGAçÕeS vIGA-pIlAR SemI-RÍGIdAS Na literatura técnica internacional para estruturas de concreto pré-molda- do, ainda não se tem o conceito de li- gações semi-rígidas de forma clara para aplicação no projeto. Nos manuais técni- cos do PCI - Precast Concrete Institute, o conceito de desempenho quanto à rigi- dez ainda não é apresentado como crité- rio de projeto de ligações. Já, na Europa, o manual FIB Structural Connections for Precast Concrete Buildings (2008) apre- senta esse conceito como princípio para o comportamento das ligações, mas não apresenta critérios para a sua aplicação. No Brasil, a NBR-9062 recomenda a con- sideração das ligações semi-rígidas para fatores de restrição entre 0,15 e 0,85, onde se deve considerar a rigidez secante da curva momento-rotação para a análi- se da estabilidade. Entretanto, a questão do valor da rigidez a ser adotado na aná- lise estrutural ainda depende de ensaios de ligações ou fica a cargo da decisão ar- bitrária de cada projetista, não havendo um critério padronizado do cálculo. Segundo Ferreira (2010), as ligações viga-pilar em zonas não sísmicas devem ser projetadas segundo critérios de resis- tência e rigidez, onde se recomenda que as ligações sejam dimensionadas para resistir aos momentos elásticos, ficando a deformação limitada ao início do es- coamento da armadura, de modo que a armadura permaneça na fase elástica, garantindo o máximo de eficiência para a ação de pórtico. Na Figura 4, estão apresentados três critérios de desempe- nho quanto à rigidez para ligações com resistência à flexão. Inicialmente, o ter- mo “moment-resisting connections” foi definido para designar as ligações com resistências próximas aos momentos elásticos, mas cuja deformação está re- lacionada a um comportamento semi-rí- gido, onde o grau de transmissão dos mo- mentos depende do fator de restrição da ligação viga-pilar. Já, no segunto tipo de ligação, denominado “partially moment- resisting”, a resistência da ligação está muito abaixo do momento elástico, onde a transmissão dos momentos se dá pela capacidade plástica da ligação, não im- portando a distribuição da rigidez entre a viga e a ligação. Finalmente, no tercei- ro tipo de ligação, denominada “strong | 80 |[Concreto & Construções] ração de rotação na extremidade da viga pré-moldada, ainda para a fase elásti- ca, anterior ao escoamento da armadura tracionada. Entretanto, existe uma não linearidade da curva momento-rotação após o aparecimento da fissuração, a qual é acentuada com a propagação e estabilização da fissuração, especial- mente no caso de ocorrência combinada de fissuras verticais e diagonais. Além disso, o alongamento da barra no trecho fissurado é aumentado de forma signifi- cativa por causa do somatório de escor- regamentos localizados entre a armadu- ra e as regiões de concreto nas posições das fissuras, onde as armaduras de con- | 81 | [www.ibracon.org.br] p e s q u i s a a p l i c a d a [01] Alva, G.M.S., Ferreira, M. A. ; Debs, A. L. H. C. E. (2009). Partially Restrained Beam-Column Connections in Reinforced Concrete Structures. Revista IBRACON de Estruturas e Materiais, v. 2, p. 356-367 [02] Elliott, K S. ; Davies, G. ; Ferreira, M. A. ; Gorgun, H. ; Madhi, A. A. . (2003a). Can Precast Concrete Structures be Designed as semi-rígid frames: Part 1 The experimental evidence.. Structural engineer (London. 1988), London - England, v. 81, n. 16, p. 14-27. [03] Elliott, K.S. ; Davies, G. ; Ferreira, M. A. ; Gorgun, H. ; Madhi, A. A. (2003b). Can Precast Concrete Structures be Designed as semi-rígid frames: Part 2 Analytical Equations and Column Effective Length Factors.. Structural engineer (London. 1988), London - England, v. 81, n. 16, p. 28-37. [04] Ferreira, M. A. (1993). Estudo de Deformabilidades de Ligacoes para a Analise Linear em Porticos Planos de Elementos Premoldados de Concreto. 1993 (Dissertacao de Mestrado). [05] Ferreira, M. A., Elliott, K.S. (2002). Strength-Stiffness Requirement Approach for Semi-Rigid Precast Connections. Pos-Doctoral Research Report. University of Nottingham. [06] Ferreira, M. A. (2010). Multi-Storey Precast Concrete Framed Structures with Semi-Rigid Connections. Post-Doctoral Research Report, University of Nottingham. [07] FIB (2008). Guide to good practice: Structural Connection for Precast Concrete Buildings. FIB Commission C6: Prefabrication TG 6.2 Connections. [08] Hasan, S. A., Elliott, K.S., Ferreira, M.A. (2010). Behaviour of Discontinuous Precast Concrete Beam-Column Connections. PhD Research Report. University of Nottingham. n referências bibliográficas tinuidade são liberadas para se alongar nessa região. Assim, o mecanismo por alongamento é responsábel pela libera- ção de rotações, causando a diminuição da rigidez na zona de transição e geran- do a descontinuidade da curvatura na extremidade da viga pré-moldada, onde a resposta momento-rotação é equiva- lente ao comportamento de uma mola semi-rígida. Portanto, a rotação efetiva é uma função do alongamento dividido pela distância entre a posição das bar- ras tracionadas e o centro de rotação na seção transversal. Na Figura 7, são apresentadas idealizações empregadas em Ferreira (2010), com posicionamen- tos para o centro de rotação e conside- rações para o mecanismo de deformação nas armaduras longitudinais. O compor- tamento semi-rígido é representado pela rigidez secante da curva momento-rota- ção, dentro do limite da fase elástica da armadura tracionada, o qual pode ser empregado para a análise estrutural. 6. CONCluSÕeS Neste artigo foram apresentados os principais aspectos das estruturas pré- moldadas com ligações viga-pilar resis- tentes à flexão, considerando o efeito semi-rígido no comportamento global das estruturas com múltiplos pavimen- tos. A partir da pesquisa que vem sen- do realizada no NETPRE-UFSCar, em colaboração com University of Nottin- gham, tem-se conseguido avanços com desenvolvimentos de procedimentos de análise e projeto. Aplicações desses estudos mostram que pode-se projetar estruturas pré-moldadas com ligações semi-rígidas que, embora não tenham a mesma rigidez que as monolíticas, são estáveis ou mesmo de nós fixos. É preciso alertar que a bibliografia in- ternacional muitas vezes refere-se a ligações projetadas com o intuito de absorver ações sísmicas, o que muda todo o procedimento de cálculo e cri- térios de desempenho. | 82 |[Concreto & Construções] mercado editorial Livros lançados manual técnico Impermeabilização de estruturas – vedacit 6ª edição revisado e atualizado, a sexta edição do maNual técNico reForça a importâNcia da impermeabilização ser Feita du- raNte a obra; os sistemas ríGido e Flexível são explicados e os produtos iNdicados têm suas características, campos de aplicação, modo de preparo e de utilização, Formas de armazeNameNto, embalaGeNs dispoNíveis e equipameNtos de proteção iNdividual expostos. 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