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NO-03 - Prevencao e Combate a Incendio Florestal, Notas de estudo de Engenharia de Áudio

morma operacional

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 01/04/2012

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lazaro-weides-da-silva-7 🇧🇷

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Baixe NO-03 - Prevencao e Combate a Incendio Florestal e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia de Áudio, somente na Docsity! NO-03 ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR COMANDO GERAL DA PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL OPERACIONALNORMA n. 03/2010 (Referência: Decreto n. 6.161, de 3 de junho de 2005) 30 de novembro de 2010 Titulo Único Da Prevenção e Combate a Incêndio Florestal 1 - Considerações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 - Cerrado Goiano e sua Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 - Triângulo do Incêndio Florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1 - Topografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 - Condições Climáticas e Umidade dos Combustíveis e sua Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2.1 - Ventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2.2 - Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2.3 - Umidade Relativa do Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3 - Umidade do Combustível ou Vegetação . . . . . . . . . . . . 3.4 - Da Variável Umidade do Combustível ou da Vegetação 4 - Mapeamento e Classificação dos Combustíveis . . . . . . . 4.1 - Mapeamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2 - Classificação dos Combustíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 - Classificação dos Incêndios em Vegetação . . . . . . . . . . . 5.1 - Classificação quanto ao Tipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.2 - Classificação quanto à Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3 - Classificação quanto à Propagação . . . . . . . . . . . . . . . 5.4 - Classificação quanto ao Comportamento . . . . . . . . . . . 6 - Combate a Incêndio em Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2 5 6 8 9 9 10 10 11 11 11 12 16 16 18 19 21 22 SUMÁRIO 7 - Dos Métodos e Técnicas de Prevenção, Controle e Extinção de Incêndios em Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 - Tática e Segurança no Combate a Incêndio em Vegetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 - Mobilização e Desmobilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 - Aquartelamento de Campanha e Composição das Equipes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 - Meios de Orientação e Navegação . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 - Unidades de MedidaI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 - Equipamentos de Combate aos Incêndios Florestais. . . 13.1 - Equipamentos Individuais . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . 13.2 - Equipamentos Coletivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 - Viaturas de Combate aos Incêndios Florestais . . . . . . . 15 - Segurança nas Atividades de Combate aos Incêndios Florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15.1 - Regras Básicas de Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15.2 - Equipamentos de Proteção Individual . . . . . . . . . . . . . 15.3 - Manutenção e Transporte das Ferramentas . . . . . . . . 16 - Das Operações de Apoio Aéreo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 33 38 39 40 55 55 55 61 63 64 64 66 67 67 74 SUMÁRIO CBMGO/NO-03 5/74 Figura 7 - Buritizais e veredas VIII – campo úmido: caracterizado por um campo limpo, com raras espécimes arbóreas. Ele permanece encharcado durante a época chuvosa e ressecado na estação seca ou, no final desta. Em geral, constitui uma área de transição que separa a floresta de galeria ou a vereda do Cerrado de interflúvio (figura 8). Figura 8 - Campo úmido 3 – Triângulo do Incêndio Florestal Em analogia ao triângulo do fogo, o triângulo do incêndio florestal é bem mais complexo, devido à dificuldade em controlar os elementos que o compõem (clima, topografia e vegetação) (figura 9). CBMGO/NO-03 6/74 Figura 9 – Triângulo do Incêndio em Vegetação 3.1 – Topografia As formas do relevo de uma determinada região podem influenciar diretamente na circulação do vento, nas médias térmicas e na umidade relativa do ar, podendo favorecer ou não a propagação dos incêndios em vegetação. Dentre as principais características topográficas de uma área que podem condicionar a dinâmica dos incêndios em vegetação, destacam-se: I – a altitude; II – a exposição das vertentes; III – a inclinação do terreno; e IV – a morfologia do relevo. O principal aspecto a ser considerado, junto à variável altitude, se baseia na influência que esta possui na composição fisionômica e distribuição da vegetação sobre a superfície terrestre (figura 10). Figura 10 – Influência da altitude na postura da cobertura vegetal A exposição das vertentes, refere-se ao posicionamento de uma vertente em relação ao sol, ou seja, ao meio-dia registram-se diferenças dos valores de temperatura entre uma vertente virada ao sul, que se apresenta mais fria que uma CBMGO/NO-03 7/74 virada ao norte, mais quente (figura 11). S u lN orte N orte Figura 11 – Exposição das Vertentes Para observar as diferenças demonstradas no parágrafo anterior, basta olhar com atenção para os combustíveis (vegetais) existentes numa e noutra encosta, que, muitas vezes, nestas circunstâncias são diferentes, adaptando-se às condições climáticas locais, com maior exposição ao sol, ou seja, a propagação do incêndio poderá ocorrer com maior facilidade na área onde a incidência dos raios solares é mais intensa. A inclinação de uma vertente pode interferir na velocidade de propagação do fogo, e na ação direta da tropa contra o sinistro. Quanto mais inclinado for o terreno mais se dobram as chamas no sentido da propagação, o que torna o trabalho de combate direto mais perigoso. No aclive, o fogo queima com mais rapidez para cima, devido à ação de uma corrente de convecção produzida por gazes quentes (figura 12); Figura 12 No declive, o fogo é lento porque as correntes de convecção deslocam no sentido oposto aos combustíveis, não os aquecendo (figura 13; CBMGO/NO-03 8/74 Figura 13 Nos declives íngremes, troncos incandescentes podem rolar, causando riscos para os bombeiros, quer pelo impacto com o material, quer pela possibilidade que eles têm de conduzir o fogo para a retaguarda dos bombeiros. A morfologia do relevo é constituída por um conjunto das formas da crosta terrestre, suas feições são determinadas pela ação de agentes internos (tectonismo, vulcanismo) e externos (ventos, precipitações hídricas, degradação ambiental). As principais formas do relevo podem ser generalizadas em três fisionomias básicas: planaltos, planícies e depressões. As formas do relevo podem também constituir-se em fator determinante na produção de micro-climas. 3.2 – Condições Climáticas e Umidade dos Combustíveis e sua Variável As condições climáticas exercem influência marcante nos incêndios em vegetação, tendo como principais fatores: a) a continentalidade ou interioridade de uma área; b) a temperatura; e c) o relevo. A interioridade de uma região influencia, principalmente, na umidade relativa do ar. Nas áreas típicas de cerrado a baixa umidade relativa do ar é justificada pelo distanciamento em relação às grandes massas de água (oceanos). O relevo pode condicionar tanto a direção dos ventos como a temperatura. No combate a incêndios nas áreas de vegetação, as condições climáticas que podem influenciar nas ações operacionais são as seguintes: I – vento; II – temperatura; e III – umidade relativa do ar. CBMGO/NO-03 9/74 3.2.1 – Ventos O vento é o suprimento adicional de oxigênio para o incêndio. Favorece o transporte de chispas ou de fagulhas e a secagem do material combustível, ou seja, quanto mais forte for o vento, mais rápida será a propagação das chamas (figura 14). Os ventos, de acordo com o histórico do território goiano, podem ser classificados em periódicos (brisas, ciclones e vendavais) e turbulências (térmica e mecânica): – as brisas são ventos de pouca intensidade, que geralmente não ultrapassam aos 50 km/h. – o ciclone caracteriza-se por uma tempestade violenta que ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, produzida por grandes massas de ar em alta velocidade de rotação com ventos que superam aos 50 km/h. – os vendavais são ventos fortes com grande poder de destruição que chegam a atingir até 150 km/h. Ocorre geralmente de madrugada e sua duração pode ser de até 5 horas. – a turbulência térmica, causada pelas correntes de convecção localizadas, é decorrente do aquecimento da superfície (ar frio movendo-se sobre o solo mais quente). – a turbulência orográfica, decorre da irregularidade da superfície terrestre e da velocidade do vento, sendo que a mecânica ocorre em áreas urbanas em virtude de obstáculos artificiais (ex. edificações verticais). Figura 14 3.2.2 – Temperatura No inverno temos um período crítico, devido à falta de chuva, sendo que a maior temperatura do dia acontece no período das 12h às 14h, favorecendo a secagem da vegetação. Em contrapartida, temos uma noite muito fria atingindo a CBMGO/NO-03 10/74 menor temperatura entre 2h e 6h, que ajuda a umedecer o combustível. A temperatura durante o dia tem efeito direto sobre a tropa, quanto mais alta for, mais desconfortáveis e cansativas serão as condições de trabalho. Conforme o horário, há uma alternância na umidade relativa do ar, na temperatura do solo, na temperatura do ar circulante, na elevação da pressão atmosférica e na umidade da vegetação. Levando-se em consideração os fatores mencionados no parágrafo anterior, constata-se que o melhor horário para combate ao incêndio é entre 18h e 10h, sendo que, teoricamente, os melhores resultados poderão ser alcançados no período compreendido entre 2h e 6h da manhã, desde que a topografia ofereça condições de segurança para o combate. A temperatura também exerce influência sobre a combustibilidade da vegetação: I – ponto de ignição está entre 260°C a 398°C; e II – ponto de ignição da madeira seca: em torno de 285°C. 3.2.3 – Umidade Relativa do Ar Podemos medir a umidade de várias maneiras, mas a umidade relativa é a mais comum. Para entender a umidade relativa, é preciso compreender a umidade absoluta: relação entre o peso da água dissolvida no ar e o peso do ar seco. Sua unidade de medida é grama por quilograma (g/kg). A umidade relativa é a razão entre a umidade absoluta atual e a maior umidade absoluta possível (depende da temperatura atual do ar). Quando a umidade relativa do ar atinge 100%, o ar está totalmente saturado com vapor d'água, criando a possibilidade de chuva. A umidade abaixo de 50 % aumenta o risco de incêndios. 3.3 – Umidade do Combustível ou Vegetação A Umidade do Combustível é a quantidade de água presente na vegetação, expressa como porcentagem em relação ao peso seco. A umidade do material combustível influencia diretamente na propagação do incêndio e no comportamento que este apresenta uma vez iniciado. Os combustíveis vivos têm umidade muito elevada, podendo, às vezes, funcionar como retardante do incêndio (cortinas de segurança). Abaixo de 75 % de sua umidade absoluta, o perigo de incêndio torna-se iminente, ou seja, varia muito em função da temperatura (figura 15). CBMGO/NO-03 15/74 Figura 22 c) compactação refere-se à distribuição volumétrica de combustível, isto é, a proximidade das partículas de combustíveis umas das outras, em relação à livre circulação do ar em torno das partículas (figura 23). – a velocidade da combustão é diretamente interferida pelo nível de compactação, devido à aeração (para interferir a propagação num campo de mato, basta compactar a vegetação passando com a guarnição). – quando as chamas do incêndio chegarem à faixa compactada, certamente diminuirá a intensidade, propiciando o ataque direto, o controle e a extinção do incêndio. – a compactação é uma característica oposta à continuidade, ou seja, quanto maior a continuidade, maior a taxa de propagação, enquanto que maior a compactação significa menos calor e maior dificuldade de propagação, devido à falta de oxigênio em volta das partículas de combustível. Figura 23 Quanto à disponibilidade, temos o combustível total, disponível e restante: a) combustível total é todo o material existente no local do incêndio, seja ele vivo ou morto, pois com o decorrer do incêndio, devido à irradiação e à CBMGO/NO-03 16/74 convecção, o que estava vivo poderá passar a estar morto, potencializando o incêndio. b) combustível disponível é todo aquele que está em condições de queimar e consumir-se durante o incêndio. c) combustível restante é a fração de combustível que não queimou e permaneceu após o incêndio. Conforme a severidade do Incêndio, o material restante poderá ficar com uma enorme potencialidade para a queima, devido à irradiação e à convecção, devendo-se atentar, de forma preventiva, para um novo incêndio. 5 – Classificação dos Incêndios em Vegetação Os incêndios em vegetação classificam-se quanto ao tipo, morfologia, propagação e comportamento. 5.1 – Classificação quanto ao Tipo Nos incêndios em vegetação são encontrados os seguintes tipos de fogo: I – de superfície; II – de copa; e III – subterrâneo. Fogo de superfície é o que se desenvolve na superfície do solo, queimando os restos orgânicos depositados e a cobertura vegetal rasteira (figura 24) com as seguintes características: a) geralmente bastante inflamável; b) grande poder de propagação; c) a onda de calor normalmente não é tão grande; e d) geralmente queima materiais leves. CBMGO/NO-03 17/74 Figura 24 – Incêndio em vegetação rasteira Fogo de copa caracteriza-se pela queima das copas das árvores. A folhagem é totalmente destruída e as árvores quase sempre morrem devido ao superaquecimento do câmbio. No Cerrado é difícil ocorrer esse tipo de incêndio, devido à descontinuidade da vegetação, possuindo árvores escassas no contexto (figura 25). Constituem características deste tipo de fogo: a) avança sempre na direção do vento; b) gera grande quantidade de calor; c) possui grande velocidade e propagação; d) muito perigoso de se trabalhar; e) geralmente origina um fogo de superfície; e f) ocorre em dias de vento forte e baixa umidade. Figura 25 – Incêndio propagando-se pelas copas das árvores CBMGO/NO-03 18/74 Fogo subterrâneo é o que queima sob a superfície do solo. Mantém-se através da queima de húmus, turfa, raízes e troncos mais grossos. Perdura por longo tempo para queimar as camadas de húmus e turfa, que são compactadas e completamente isoladas da atmosfera. Devido à falta de oxigênio, o fogo se desenvolve de forma lenta, sem chamas, mas persistente. Gera enorme quantidade de calor, queima lentamente e, ainda, há dificuldade em se localizar o foco. É muito perigoso para o combatente (figura 26). Figura 26 – Propagação do fogo abaixo da superfície 5.2 – Classificação quanto à Morfologia Do ponto de vista morfológico, o incêndio em vegetação é constituído por: cabeça ou frente, que se define em função do sentido do vento; região posterior ou colo, localizada em sentido oposto ao da cabeça; flancos ou laterais. Seja qual for o incêndio em vegetação, as principais partes sempre estarão presentes em sua formação. Para tanto, o combatente florestal deverá ter uma atenção redobrada quanto a sua posição de combate em relação às partes do incêndio (figura 27). CBMGO/NO-03 19/74 Figura 27 – Partes do Incêndio 5.3 – Classificação quanto à Propagação O incêndio em vegetação sempre começa através de um pequeno foco que, inicialmente, tende a se propagar para os lados. Vários fatores, como a existência de ventos na região, a inclinação do terreno e o tipo de combustível definem a forma dos incêndios em vegetação, que pode ser pontual, superficial e linear: a) o incêndio pontual é a forma inicial de um foco de incêndio florestal (figura 28). Figura 28 – Foco de incêndio b) o incêndio superficial classifica-se em: I – circular: normalmente ocorre em dias calmos, sendo que em áreas planas é frequente observar um anel de chamas, semelhante a uma figura geométrica em forma de círculo (figura 29). CBMGO/NO-03 20/74 Figura 29 II – elíptico: normalmente ocorre com a presença de vento ou numa encosta, o anel de chamas já não tem a forma circular, mas sim a de uma elipse (figura 30). Figura 30 III – irregular: pode-se observar tanto a forma circular como a elíptica. c) no incêndio linear observa-se que as chamas possuem um formato em linha, mesmo que irregular. O vento, a topografia e o tipo de vegetação determinam CBMGO/NO-03 25/74 Figura 35 - Eliminação do calor (Resfriamento) Os agentes extintores mais utilizados nos métodos de prevenção e combate a incêndio em vegetação são os seguintes: I – água; II – terra; III – retardante químico; IV – espuma; V – gás carbônico (CO2); e VI – explosão. Os retardantes químicos são substâncias que melhoram as propriedades extintoras da água por torná-la mais viscosa e aderente à vegetação e ao combustível, por reduzir a evaporação da água aplicada e por efeitos inibidores diretos sobre a combustão. Dentre os compostos químicos que possuem essa propriedade, os mais eficientes são: I – sulfato de amônia ((NH4) 2SO4) em solução a 20%; e II – diamônio fosfato ((NH4) 2HPO4) a 18%. Os incêndios em vegetação podem ser combatidos pelos métodos: I – direto; II – indireto; ou III – paralelo. O combate direto consiste no ataque direto às chamas e ao respectivo material combustível, iniciando o combate pela cabeça do incêndio, sempre que possível, de modo a barrar de imediato o seu desenvolvimento. Se esta ação não for segura, o ataque poderá iniciar-se pela retaguarda, pelos flancos ou na direção da frente principal do incêndio, de modo a controlar as chamas a partir do local mais favorável (figura 36). CBMGO/NO-03 26/74 Figura 36 – Combate direto O combate indireto visa conter a propagação das chamas quando o ataque direto não for possível, de forma a circunscrever o incêndio em uma determinada área, devendo-se considerar os seguintes fatores: I – estabelecimento de uma faixa de contenção ou linha de controle à distância da borda do incêndio, utilizando-se de estradas, caminhos ou aceiros; e II – o combustível (vegetação), localizado no espaço entre o fogo e o aceiro, poderá ser eliminado mediante o uso do fogo (queima de alargamento). Este método permite condições de trabalho mais favoráveis e pode ser usado para deter o avanço de um incêndio de grandes proporções. Contudo, essa técnica é recomendada quando: a) a radiação de calor e a fumaça impedem o trabalho perto da borda do incêndio; b) o incêndio apresenta uma rápida propagação e grande emissão de projeções; c) o terreno é de topografia abrupta, o que dificulta a movimentação do pessoal; d) a vegetação é densa, o que facilita a propagação de copas; e e) a ameaça pelo incêndio não justifica uma ação direta sobre o incêndio. O combate paralelo é a combinação dos métodos direto e indireto, envolvendo meios terrestres e, quando possíveis, meios aéreos. Os aceiros consistem em qualquer descontinuidade da vegetação em uma determinada área, natural ou por ação humana, com a finalidade de evitar ou CBMGO/NO-03 27/74 minimizar a propagação das chamas (figuras 37, 38 e 39). Figura 37 – Aceiro por Ação Humana Figura 38 - Aceiro Natural CBMGO/NO-03 28/74 Figura 39 - Aceiro Artificial ou por Ação Humana A construção do aceiro deve ser precedida de uma criteriosa análise que envolva: I – área, tipo e porte de vegetação; II – predominância da direção e velocidade de ventos; III – pontos de acesso e rotas de fuga; IV – largura do aceiro; V – local de construção; e VI – disponibilidade de tempo e meios. Quanto à largura do aceiro, estima-se que o tamanho da faixa roçada deve ser de 4 a 5 vezes o tamanho da faixa raspada. Todo o combustível retirado da limpeza do aceiro deve ser removido em direção à área a preservar, com a finalidade de evitar o acúmulo da carga incêndio quando da utilização do fogo contra fogo. A construção do aceiro deverá estar condicionado à suficiência de tempo, topografia e vegetação do local, levando-se em consideração os seguintes fatores: I – o aceiro deverá ser contínuo, ou seja, sem a ocorrência de bolsões de vegetação que venham possibilitar a passagem do fogo pelo aceiro; II – sempre que possível, as equipes deverão direcionar o fogo para aceiros naturais, tais como: rios, lagos, estradas, paredões rochosos e outros; e III – estabelecimento, a pronto emprego, de uma ou mais rotas de fuga para uma zona de segurança. CBMGO/NO-03 29/74 Utiliza-se também a linha de fogo ou fogo contra fogo para conter outra frente ou alargar o aceiro (figura 40). Figura 40 - Fogo contra fogo A linha negra ou fogo de eliminação é a faixa de vegetação queimada com o objetivo de eliminar os materiais combustíveis, visando o alargamento da linha de aceiro, o controle e até a eliminação de um incêndio (figura 41). Figura 41 - Linha negra A linha de controle é uma linha de segurança contra um incêndio, podendo ser constituída por aceiros, linhas negras e outros dessa natureza. CBMGO/NO-03 30/74 A linha fria é constituída por uma faixa da vegetação umedecida mecanicamente (figura 42). Figura 42 – Linha Fria As técnicas de construção de aceiro classificam-se em: I – método progressivo ou funcional; II – método progressivo por setor; e III – método por rotação ou progressivo setor por setor; No método progressivo ou funcional cada bombeiro realiza apenas uma função na linha, de forma que a linha estará concluída somente após a passagem do último homem (figura 43). Figura 43 - Construção de aceiro (método progressivo funcional) No método progressivo por setor cada bombeiro faz completamente um setor da linha ou uma função específica na construção do aceiro (figura 44). CBMGO/NO-03 35/74 II – segundo cenário: caso de pequeno fogo, de propagação rápida em combustível leve, dispondo-se de bomba costal, adota-se a seguinte ação: dirigir jatos d´água na base do combustível que está queimando e, em ato contínuo, construir um aceiro. A água permite o resfriamento rápido e o aceiro construído, mesmo que a água tenha detido o fogo, evitará que ele volte a arder após a evaporação da água (figura 49). Figura 49 - Combate com bomba costal III – terceiro cenário: caso de fogo ardendo no alto de um tronco, com combustível em quantidade moderada em torno do mesmo e vento brando. Considerando que o tronco poderá ser tombado com segurança em terreno plano, adota-se a seguinte ação: a) remover o combustível na área de tombamento e circunscrever o tronco com um aceiro; b) derrubar o tronco e extinguir as chamas com água ou terra, observando a presença de chamas esparsas. Esta ação traz o foco de incêndio ao alcance operacional de extinção, evitando a disseminação de materiais em combustão (fagulhas) (figura 50). CBMGO/NO-03 36/74 Figura 50 – Tombamento de tronco incandescente IV – quarto cenário: caso de pequeno fogo em combustível pesado, com grande desprendimento de calor, propagação rápida, passando para copa da vegetação. Considerando que uma viatura tipo ABT esteja disponível, adota-se a seguinte ação: a) atacar as pontas de fogo nos flancos; b) aplicar água na base da vegetação em chamas; c) trabalhar nos flancos objetivando atingir a cabeça do fogo; d) usar jatos paralelos à margem do fogo; e) fechar o esguicho quando se mover entre pontos; e f) prosseguir com trabalho de aceiro, circunscrevendo completamente o fogo. A pronta ação da água reduz a velocidade de propagação do fogo e oferece tempo suficiente para a construção do aceiro (figura 51). Na tática de combate a incêndio utilizando água, quando puder utilizar esta tática, ataque diretamente a cabeça do incêndio, arrefecendo com água e detendo a propagação. Algumas vezes, em combustíveis ligeiros, pode-se evitar o calor e as chamas, atacando a partir do interior do incêndio. Outras vezes, as estratégias adequadas são os ataques nos flancos, sobretudo em combustíveis moderados ou pesados. Também é possível atacar desde a retaguarda, onde o calor e a fumaça são menores, sobretudo se o combustível é ligeiro. CBMGO/NO-03 37/74 Figura 51 - Combate com Auto Bomba Tanque V – quinto cenário: caso de fogo em tora posicionada em terreno íngreme, solo sem acidentes, não dispondo de água para extinção, adota-se a seguinte ação: a) deter a proporção do fogo com um aceiro rapidamente construído, em caráter provisório; b) virar a tora em posição perpendicular ao declive; c) providenciar uma cova e rolar a tora; d) usar terra para abafar e resfriar o material em combustão. Com essa ação, evita-se que o material em combustão role declive abaixo e com a terra provoca-se a extinção, evitando que as brasas se espalhem (figura 52). Figura 52 - Material incandescente em terreno íngreme VI – sexto cenário: caso de fogo em declive rochoso íngreme, com material que pode rolar ao ser atingido pelo fogo, adota-se a seguinte ação: a) converter o aceiro em trincheira, como na situação anterior, usando pedra, toras pequenas e outros detritos para formar a estrutura; b) cobrir a superfície com terra viva e, se necessário, utilizar árvores, estacas ou pedras para manter as toras no lugar. Com isso, evita-se o rolamento de material incandescente que poderá originar focos abaixo da linha de controle CBMGO/NO-03 38/74 (figura 53). Figura 53 – Proteção através de barreiras e trincheira 9 – Mobilização e Desmobilização A integração das Unidades permite a adoção de um único plano de contingência, objetivando a maximização dos recursos, a minimização do desgaste humano e material e a redução do tempo resposta. A mobilização ocorrerá quando os recursos disponíveis na unidade da área afetada são insuficientes para conter o incêndio, necessitando de aporte de outras unidades para o restabelecimento da situação de normalidade. A mobilização efetivará de acordo com as diretrizes, ordens, planos e/ou outras determinações pertinentes à necessidade devidamente verificada, tendo em vista o seguinte: I – efetivo; II – instalações; III – viaturas; IV – materiais e equipamentos; e V – recursos financeiros. No decorrer da operação, o bombeiro militar almoxarife, designado pelo comandante da operação, ficará responsável pelos materiais e equipamentos, devendo implementar um local para controle, acondicionamento e distribuição. A Mobilização de instalações deverá ser feita a partir da estimativa das instalações necessárias para permitir o apoio das operações, verificando as instalações disponíveis. Instalações construídas para outras finalidades, previamente cadastradas e mapeadas, podem ser adaptadas como instalações de apoio, por exemplo: I – ginásio de esportes; CBMGO/NO-03 39/74 II – escolas; e III – edificações que atende as condições mínimas se de segurança e higiene, e outras. O Plano de chamada é um dos instrumentos de convocação para fins de mobilização de pessoal, devendo ser atualizado constantemente, de forma que o militar seja localizado onde estiver, no menor tempo possível, para compor a força tarefa. A eficiência do Plano de chamada poderá ser verificada através de simulados, no intuito de verificar sua eficácia quando da convocação dos componentes da Força Tarefa ou dos demais bombeiros militares. A desmobilização de pessoal e material ocorrerá por determinação do comandante da operação ou mediante ordem superior. O encarregado da desmobilização deverá utilizar o pessoal disponível para manutenir todos os materiais/equipamentos antes da devolução. Nos casos de materiais, equipamentos e/ou veículos pertencerem a outras instituições públicas ou privadas, o comandante da operação providenciará os meios necessários para a devida devolução. 10 – Aquartelamento de Campanha e Composição das Equipes O aquartelamento de campanha é o espaço físico destinado aos recursos disponíveis, alojamentos e do Posto de Comando, tendo em vista as seguintes necessidades: I – suprimento de água potável; II – provisão de alimentos; III – suprimento de material de estacionamento, como: barracas, beliches, colchonetes, roupa de cama, travesseiros e utensílios de copa e cozinha; IV – suprimento de material de limpeza e higienização; equipamentos individuais e coletivos, dentre outros. O aquartelamento de campanha montado em área não edificada deverá possuir as latrinas, distantes, no mínimo, 3 m das margens do rio e similares, mantendo o tratamento dos dejetos através de cal virgem e/ou outros produtos para descontaminação. Os banheiros devem ser mantidos adequados para o banho. O rancho deverá estar sempre em condições de fornecer alimentação ao pessoal envolvido na operação. A equipe será formada por um efetivo mínimo de 5 bombeiros militares e no máximo de 7, denominada Guarnição de Combate a Incêndio Florestal – GCIF. CBMGO/NO-03 40/74 O emprego de até duas GCIF compõe um Destacamento de Combate a Incêndio Florestal – DCIF. Havendo o emprego de mais de duas até 4 GCIF, formar-se-á um Pelotão de Combate a Incêndio Florestal – PCIF. Consequentemente, havendo o emprego de mais de 4 até 6 GCIF, teremos uma Companhia de Combate a Incêndio Florestal – CCIF. Havendo o emprego de mais de 6 GCIF, a estrutura será de um Batalhão de Combate a Incêndio Florestal – BCIF. Conforme diretriz do Comando Geral, será formada uma ou mais forças- tarefas com o objetivo de complementar o emprego operacional para a prevenção e combate aos incêndios em vegetação. A Força ou Forças Tarefas serão comandadas por oficiais e coordenadas pelo comandante ou coordenador da operação. Durante a operação, o oficial comandante poderá utilizar grupos de voluntários, desde que possuam conhecimentos e prática mínimos de prevenção e combate aos incêndios em vegetação. 11 – Meios de Orientação e Navegação A orientação para as equipes de salvamento, resgate e combate a incêndios em vegetação é de grande importância para a segurança e êxito da operação. Cada bombeiro militar, quando de uma necessidade em se orientar, deve ter sempre em mente a sigla ESAON, que significa: E= Estacionar; S=Sentar; A=Alimentar; O=Orientar e N=Navegar. A orientação é a maneira pela qual um observador determina o sentido de posição de um lugar. São vários os meios pelos quais uma pessoa pode se orientar. É necessário, entretanto, que tenha conhecimento dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais. Vários são os processos de orientação utilizados nas operações dos quais os mais práticos e seguros são: I – GPS; II – bússola; e III – cartas topográficas; Outros meios, menos seguros, poderão ser utilizados: I – o sol; II – as estrelas; III – a lua; IV – calor nas rochas, troncos de árvores, etc. Poderão, no entanto, ser empregados outros métodos sumários, os quais embora empíricos e sujeito a erros: trilhas de animais, mananciais de águas, ventos predominantes, voos predominantes de pássaros, etc. CBMGO/NO-03 45/74 V – planimetria (hidrografia, vegetação, rodovias, etc.): são os elementos representados na carta topográfica que estão no plano horizontal, tais como: mananciais de água, cobertura vegetal, intervenção antrópica em geral; VI – escala: é a relação entre as distâncias traçadas em uma carta/mapa e as existentes na natureza. Ela demonstra quantas vezes às dimensões do terreno foram reduzidas para serem representadas na carta; a) escala numérica: esse tipo de escala pode ser expresso por fração (1/5 000 000) ou por uma razão (1:5 000 000), significando, nos exemplos, que a unidade de comprimento no numerador da fração ou no primeiro membro da razão vale 5 milhões, indicada pela forma 1/5 000 000 ou 1: 5 000 000. Isso significa que cada centímetro no papel está representando 5 milhões de centímetros da região cartografada. Transformando essa medida em quilômetros, teremos 1 cm = 5 000 000 cm, que é igual a 500 000 dm, que é igual a 50 000 m , que é igual a 50 km. Quanto menor for o denominador, maior será a escala, portanto mais detalhes poderão ser representados. Assim, a escala 1:5 000 é maior que a escala 1:5 000 00, pois na primeira, cada centímetro representa 5 000 cm (50 m), enquanto na segunda, cada centímetro representa 5 km. Esse tipo de escala necessita de uma régua; b) escala gráfica: esse tipo de escala exprime, através do desenho, a relação mapa x natureza. Configura a determinação da distância por comparação. Esse tipo de escala dispensa a utilização de réguas ou outra unidade de medida qualquer. Basta que você utilize um objeto linear para fazer a comparação deste objeto com a escala gráfica (figura 59); Figura 59 – Escala gráfica VII – data: na orientação, todos os detalhes são de suma importância. Assim sendo, a data é um dos elementos que também vai pesar, imagine uma pessoa navegando com uma carta que possui aproximadamente 30 anos, quanta mudança “pode” ter acontecido, principalmente, por ações antrópica. Neste ponto, não está sendo afirmado que não se deve utilizar um material desse, mas que se deve ter cuidado redobrado durante os deslocamentos em campo; VIII – fonte: deve-se sempre utilizar material de um órgão que tem como mister produzir tais materiais; e CBMGO/NO-03 46/74 IX – coordenadas geográficas: as coordenadas geográficas (latitude e longitude) dão condições para localizar qualquer ponto sobre a superfície terrestre. São medidas em grau, minuto e segundo. As coordenadas geográficas foram determinadas por meio de observações astronômicas e satélites geodésicos. Para determinar a posição, ou localização, de um ponto situado na superfície da Terra, utilizamos linhas imaginárias (paralelos e meridianos), que são medidas em grau, minuto e segundo. Essas linhas, na realidade, não existem na superfície da Terra. Elas são imaginárias e estão presentes nos mapas, apenas para orientar seus usuários. Para localizarmos um ponto sobre a superfície terrestre precisamos conhecer suas Coordenadas Geográficas (latitude e longitude). a) paralelos: são as linhas imaginárias que determinam a latitude; b) meridianos: são as linhas imaginárias que determinam a longitude; c) latitude: sabe-se que a Terra tem uma forma quase esférica, com achatamento nos pólos (geóide) e é apresentada nos mapas, dividida em duas metades por uma linha imaginária denominada Linha do Equador (palavra de origem latina aequatore, que significa “o que iguala”). A linha do Equador está situada a igual distância dos pólos, divide a terra em duas metades: o Hemisfério Norte ou Setentrional e o Hemisfério Sul ou Meridional. As linhas imaginárias, paralelas (paralelos) ao equador, determinam a latitude que é à distância em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até a linha do equador. Para a latitude, a distância em graus será de 0° na linha do equador até 90° para o norte ou 90° para o sul. Portanto, para a latitude a linha de referência é a linha do equador, isso significa que para a longitude também é preciso uma linha de referência; e d) longitude: é determinada por meio dos meridianos, sempre em relação ao meridiano principal, definido como Meridiano de Greenwich (0° de longitude) que também divide a terra em duas metades, o hemisfério oriental (leste) e o hemisfério ocidental (oeste). Por que Greenwich? Ele tem esse nome porque é o meridiano que passa sobre um observatório astronômico localizado na cidade de Greenwich, na periferia de Londres, na Inglaterra. A longitude varia de 0° (no meridiano de Greenwich) a 180° para leste e 180° para oeste. Durante a navegação de uma equipe, utilizando carta topográfica, existe a necessidade de se saber basicamente duas coisas: I – orientar a carta: é ato de a equipe localizar-se na carta topográfica e, para que isso aconteça, a primeira coisa que se dever fazer é efetuar a coincidência de um dos pontos cardeais da carta com o mesmo ponto cardeal no terreno. Exemplo: coincidir norte da carta com o norte do terreno. É importante lembrar que, para que tal fato aconteça é necessário fazer o uso de bússola para achar os pontos cardeais no terreno com uma boa precisão. Ver desenho (figura 60) esquemático a seguir: CBMGO/NO-03 47/74 Figura 60 – Representação do terreno na carta topográfica II – localização de um sinistro numa carta topográfica: de posse de uma carta topográfica de certa região e, sabendo onde se localiza nesta carta (item anterior); existe a necessidade de que se tenha de 2 a 3 observadores munidos de bússolas em locais distintos (e distantes). Todas apontadas para o mesmo sinistro (incêndio), determinando os respectivos azimutes. Na carta, os azimutes encontrados são traçados, resultando na convergência das direções, sendo que neste local convergente está indicando o local do sinistro (incêndio) (figura 61). Figura 61 A bússola é um instrumento de orientação composto por uma base móvel sobre a qual se coloca a figura da Rosa dos Ventos. Em um eixo vertical, bem no centro da figura, instala-se uma agulha imantada, ou seja, capaz de atrair ou de ser atraída por minerais metálicos, particularmente o ferro. Tal processo está relacionado ao magnetismo e à existência de Campos Magnéticos. Nas proximidades dos pólos, devido ao próprio movimento de rotação da Terra, houve uma grande concentração de minerais metálicos, criando-se os pólos CBMGO/NO-03 48/74 magnéticos da Terra. O termo magnético deriva do nome de uma rocha rica em óxido de ferro, denominada Magnetita. Este é o principal minério responsável pelo fenômeno da imantação. A agulha da bússola sempre indica a direção dos pólos magnéticos norte e sul. Basta que se gire a parte móvel, onde está a Rosa dos Ventos, até que o norte da figura fique embaixo da agulha, que teremos, com razoável precisão, todas as outras direções indicadas (figura 62). Figura 62 É preciso destacar, no entanto, o fato de que o pólo norte magnético indicado pela bússola está localizado acerca de 1500 km de distância do pólo norte geográfico. Assim, ao traçar uma linha reta que ligue dois pólos magnéticos, ela não passará pelo ponto central do planeta. O ângulo que se forma pela diferença de posição entre os pólos magnéticos e geográficos denomina-se ângulo de declinação magnética, que deve ser levado em consideração quando se quer calcular com precisão a localização de um ponto qualquer. Utiliza-se, basicamente, dois tipos de bússolas, a de limbo fixo e a de limbo móvel. I – bússola de limbo fixo: composta por uma caixa metálica ou plástica, fechada por um vidro móvel. No interior da caixa, encontramos um disco graduado em graus e milésimos e o limbo, o qual se une a agulha imantada. O vidro móvel é unido à caixa através de um anel serrilhado e contém duas linhas luminosas de tamanhos diferentes e separadas de 45°. Ao ser girado, o vidro móvel emite estalidos “cliques” provocados pelo anel serrilhado. No fundo e no centro da caixa existe um pino (quício) sobre a qual gira a agulha no limbo (figura 63). A bússola deste modelo tem um limbo ligado à agulha, permanecendo sempre numa posição constante, independente dos movimentos da bússola. CBMGO/NO-03 49/74 Figura 63 Determinação do azimute de um ponto – segura-se a bússola na altura do rosto, coloca-se o polegar de uma das mãos no anel suporte; utilizando-se o entalhe retículo, faz-se a visada sobre o objetivo; deixa-se o limbo parar (utilizar o retém do limbo) e sem desfazer a visada, faz-se a leitura do azimute através da lente. A leitura do azimute deve ser feita sob a maior fonte luminosa do vidro móvel. Para tanto, essa linha deve, previamente, ser colocada em alinhamento com o retículo da tampa (para conferir, feche a tampa e veja se a linha está exatamente sob o retículo). Escolhe-se então nessa direção, um ponto de referência que materialize no terreno, a direção obtida. (figura 64) Figura 64 II – bússolas de limbo móvel: em geral, esse tipo de bússola é constituído de uma caixa de acrílico transparente, no interior da qual, contém um círculo graduado em 360° com agulha imantada, sendo uma metade na cor vermelha (muita vezes com um sinal luminoso) e outra podendo ser branca ou preta. Ao fundo da caixa está os pontos cardeais. A coincidência da parte vermelha da agulha com a seta vermelha do fundo da caixa dará a direção desejada, desde que a graduação esteja sobre a linha branca situada na parte anterior da referida bússola (figura 65). Esse tipo de bússola (marca Silva) é graduada de 2 em 2 graus. CBMGO/NO-03 50/74 Figura 65 – Esquema de uma bússola de limbo móvel a) Leitura – Apontar a seta de navegação da tampa para o objetivo e girar o limbo até fazer coincidir a agulha imantada (parte vermelha) com a seta vermelha do fundo da caixa. A graduação permanece sobre a linha branca existente na parte anterior da bússola. b) Azimute pré-determinado – pôr o azimute determinado sobre a linha branca da parte anterior da bússola e fazer a coincidência da parte vermelha do fundo da caixa. Dessa forma, onde a seta preta da frente da bússola apontar, esse será o alvo pedido. Para determinar a direção dos elementos do terreno, quer na Carta, quer no próprio terreno, há um modo muito simples de comparação. Suponhamos que, em dado momento, achamos-nos situados no centro de um círculo e que dele partem “avenidas” em todas as direções e que essas avenidas sejam em número de 360. Cada um dos 360 espaços chama-se “grau” e cada avenida constitui um azimute. Azimute é justamente o nome que se dá a cada uma das direções, cujo número de graus dependerá apenas da sua situação, entre as outras 359 avenidas, podemos marchar ao longo de uma dessas avenidas ou azimutes, partindo do centro do círculo. As avenidas começam todas onde estamos, quer seja em uma floresta, em uma elevação ou numa estrada, ressaltando duas coisas a respeito desses círculos de avenidas. A avenida zero aponta sempre para o norte, mas também as avenidas são numeradas no sentido do movimento dos ponteiros do relógio. CBMGO/NO-03 55/74 de cor vermelha para o lado esquerdo (bombordo) e luzes de cor verde para o lado direito (boreste) das embarcações e ponta de asa das aeronaves. 12 – Unidades de medidas Na prevenção e no combate aos incêndios em vegetação utilizaremos as seguintes unidades de medidas: I – quilômetro (km): unidade de distância, do sistema m equivalente a 1000 m; II – milha terrestre (mt) ou Statute Mile (ST): unidade de medida de distância adotada nos EUA e na Inglaterra, equivalente a 1609 m; III – milha marítima (MIMA) ou Nautical Mile (NM): unidade de medida de distância usada Internacionalmente para fins de navegação equivalente a 1852 m. Uma Milha Marítima ou Milha Náutica corresponde ao comprimento de 1 (um minuto) de arco de um círculo máximo da terra ou 1 de latitude que corresponde a 1 de meridiano. IV – pés (feet/FT): unidade de medida de distância, usada em aviação, para expressar altitudes, comprimento de pista, altura da base e topo das nuvens. Na conversão de metros para FT temos: 1 m = 3.28 FT. Conversões: unidades de massa e volume, sendo 1 kg = 2,2 Lb (kg para Lb) e 1 U.S.gal = 3,78 L. 13 – Equipamentos de Combate aos Incêndios Florestais Os equipamentos de combate a incêndios florestais ocupam papel de destaque nas operações, uma vez que nas áreas de difícil acesso caberá ao bombeiro militar transportar apenas o material portátil. Os materiais devem estar sempre em condições de uso. A quantidade e o tipo de ferramentas que serão utilizadas dependerão, sem dúvida, das características locais: tipo de vegetação, tamanho da área do incêndio, topografia do terreno, pessoal disponível, etc. Os materiais são classificados, conforme a sua utilização, em individuais e coletivos. 13.1 – Equipamentos Individuais Os equipamentos individuais são aqueles que o uso ocorre em conformidade com a função de cada um dos combatentes da guarnição. A relação CBMGO/NO-03 56/74 de equipamentos irá variar conforme a situação, localização e tempo de duração do incêndio. O comandante da operação deverá listar as ferramentas conforme o planejamento. Configuram equipamentos individuais: a) facão: equipamento empregado para se marcar a linha de aceiro a ser seguida; no corte de vegetação baixa de pequenos arbustos (figura 71); Figura 71 – Facão b) foice: possui emprego similar ao do facão, porém com capacidade de corte de arbustos de maior porte e árvores de pequeno diâmetro (figura 72). Pode ser empregada, após a confecção do aceiro, para se roçar a vegetação em ambos os lados a fim de diminuir a carga do material combustível a ser queimado; Figura 72 - Foice c) enxada: fundamental para corte e remoção na confecção de um aceiro (figura 73). A vegetação próxima ao solo deve ser retirada com o emprego da enxada utilizando o método da capina; Figura 73 - enxada CBMGO/NO-03 57/74 d) rastelo: é empregado para a remoção do material que foi cortado. Lembrar que tal material deve ser depositado, no lado oposto ao sentido de progressão da frente de fogo (figura 74); Figura 74 - Rastelo e) gadanho: ferramenta com dupla finalidade que pode ser empregada para corte e raspagem do combustível (figura 75); Figura 75 - Gadanho f) pá de corte: tem uso importante na execução de aceiros, podendo ser utilizada para retirar material cortado, cavar e também no lançamento de terra na base das chamas ou para cobrir tronco e árvores incendiadas que estão no solo (figura 76); CBMGO/NO-03 58/74 Figura 76 - Pá de corte g) aparelho controlador de queima (pinga-fogo): aparelho utilizado para as práticas de fogo, contra-fogo e queimada controlada (figura 77); Figura 77 - Pinga fogo h) machado: utilizado na derrubada e poda de pequenas árvores, durante a construção de aceiros, bem como na raspagem e corte de troncos que estejam em brasas ou chamas caídos no solo (figura 78); Figura 78 - Machado i) abafador: tem grande utilização no ataque direto aos Incêndios Florestais. O abafador age, basicamente, pelo princípio do abafamento ao batê-lo contra o fogo. Esta ferramenta consiste em um flap de borracha flexível com aproximadamente 40 cm de comprimento, 60 cm de largura e 0,6 cm de espessura, preso a um cabo de alumínio com 1,60 m de comprimento mínimo (figura 79); CBMGO/NO-03 59/74 Figura 79 - Abafador j) bombas: são equipamentos hidráulicos destinados a bombear água para a extinção de incêndios florestais. As bombas poderão fazer parte de uma viatura de combate a incêndios ou ser independentes (figura 80). Atualmente, existem bombas portáteis onde se necessita estabelecer uma coluna de água para se iniciar o bombeamento e também bombas auto-escorvantes, onde basta funcioná- las para que se inicie o bombeamento. As bombas possuem acessórios para seu manuseio como mangotes para sucção, mangueiras e esguichos. Deverá ser previsto combustível sobressalente, nos casos de motores a combustão. Figura 80 - Bomba k) mangueiras e esguichos: são utilizados nos combates a incêndios florestais, quando é possível a utilização de água para o combate, seja disponível através de viaturas ou moto bomba. As viaturas destinadas a tal atividade deverão ser providas de grande quantidade de mangueiras, pois muitas vezes há necessidade de se penetrar em longos trechos de vegetação, ou mesmo caminhar morro acima, necessitando, assim, a utilização de vários lances até que se atinjam as chamas (figura 81). CBMGO/NO-03 60/74 Figura 81 - Mangueira e esguichos l) bomba costal: equipamento de grande versatilidade utilizado no combate ao incêndio florestal no ataque direto ao fogo. A bomba costal possui uma capacidade de transporte de 20 L de água. Apresenta um sistema manual de pressurização e um esguicho com requinte ajustável que permite regular a qualidade do jato (figura 82). Figura 82 - Bomba costal m) mochila costal: equipamento semelhante à bomba costal, porém confeccionado em PVC maleável que se molda perfeitamente as costas do combatente, garantindo-lhe mais conforto no transporte e no combate. Possui capacidade para 19 L de água (figura 83); Figura 83 - Mochila costal n) lanterna de mão: é essencial para garantir segurança do BM florestal. Deve-se optar por uma lanterna com interruptores protegidos, que não apresentem o risco de ligar a lanterna acidentalmente. O foco ajustável é uma excelente CBMGO/NO-03 65/74 b) utilizar sempre os equipamentos de proteção individual e coletiva; c) transportar as ferramentas com as lâminas de corte voltadas para baixo, na linha da cintura. Não se esquecer de revezar e manter uma distância mínima de 2 m entre os combatentes; d) transportar motosserras sempre desligadas e com o sabre voltado para trás; e) nunca atuar isoladamente, e seguir as instruções do comandante; f) certificar-se que as instruções recebidas foram entendidas; e g) descansar por turnos e/ou em grupo. Procedimentos de segurança na operação com aeronaves: a) ter cuidados especiais para que pessoas não sejam atingidas pela descarga de água; b) cuidado com projeção de ramos ou árvores impelidos pelo choque do líquido; c) cuidados e procedimentos a ter na altura da descarga: sair da área da descarga, quando for possível; e) se verificar a possibilidade se ser atingido pela descarga, não ficar de pé, pois aumenta a possibilidade de se ferir com gravidade; f) procurar um obstáculo sólido para se esconder, deitando-se atrás dele; g) num descampado, deitar-se de frente para a aeronave, barriga para baixo, mantendo seguro o equipamento e peças soltas da farda; h) aproximar-se ou afastar-se da aeronave sempre pela frente, na zona de visão do piloto e com a sua autorização; i) nunca se aproximar ou deixar alguém aproximar da zona do rotor traseiro; j) se transportar material sapador, deve colocar-se o cabo da ferramenta na horizontal; k) o embarque ou desembarque deve ser feito numa posição curvada; l) não se aproximar ou afastar pela zona em que o terreno é mais elevado que o local onde ele está aterrado; m) apertar e segurar, firmemente, o capacete e óculos de proteção; n) o lançamento de caldas por helicópteros não é tão perigoso para o pessoal de terra como as descargas dos aviões; e o) devemos estar atentos quanto à possibilidade da queda de ramos e a força da água quando lançada a baixa altitude. Todo bombeiro militar deverá portar seu Equipamento de Proteção Individual – EPI, mesmo que esteja empenhado no ataque indireto, pois sempre há o risco de acidentes que podem gerar transtorno ao combatente e à operação de combate. (figura 91). CBMGO/NO-03 66/74 Figura 91 15.2 – Equipamentos de Proteção Individual São Equipamentos de Proteção Individual: a) capacete: garante ao combatente proteção mecânica contra queda de galhos e pequenos arbustos, além de protegê-lo de eventuais acidentes com ferramentas e equipamentos. Preferencialmente, deve-se optar por capacete que seja leve e cômodo ao combatente e possua jugular ajustável; b) protetor auricular: para proteção na utilização de equipamentos como motosserras, moto gerador e outros com elevada taxa de ruídos; c) protetor dos olhos: é usado para proteção dos olhos contra galhos, pedaços de madeira e outros combustíveis, além de proteção contra a fumaça emanada nos incêndios. Deve ser transparente, garantir um fechamento total das vistas, inclusive lateral, devendo ainda ser provido de meios que evitem sua perda em caso de queda (cordeletes); d) balaclava: garante ao combatente de Incêndios Florestais uma proteção facial contra a fumaça, pois funciona como um filtro contra a fuligem eliminada junto com a fumaça. Garante, também, ao Combatente, maior conforto, quando preso junto com o capacete (envolvendo a cabeça), pois é uma forma de dar maior firmeza ao capacete, bem como um filtro para o suor eliminado; e) apito: utilizado como meio de comunicação em casos emergenciais, desde que antes sejam feitas convenções para seu uso; f) luva de vaqueta: para proteção das mãos nas atividades de ataque direto ou indireto. É importante se utilizar uma luva que possua sistema de fecho CBMGO/NO-03 67/74 no punho; g) bota resistente: o calçado para o combate a um Incêndio Florestal merece destaque, pois deve dar garantias ao seu usuário de resistência e de conforto. Existem no mercado vários tipos de calçados que oferecem tais condições. Entretanto não devemos deixar de lembrar que a bota deverá ser robusta o suficiente para suportar os arranhões de rochas e outros obstáculos comuns ao ambiente florestal, além de possuir solado que permita o caminhamento por curtos períodos em áreas com brasa. O material de sua constituição deve ser o couro, pois resiste mais à caloria dos incêndios e de pequenas fagulhas em brasa que venham a entrar em contato como calçado; e h) perneira em couro: é utilizada para a proteção da perna do combatente contra fagulhas e cortes em pontas de madeira. Conforme a constituição da polaina ela poderá oferecer proteção contra picadas de ofídios. 15.3 – Manutenção e Transporte das Ferramentas O trabalho de combate a incêndios florestais eficiente será possível com ferramentas em boas condições de uso. Todos os combatentes são responsáveis pela conservação das melhores condições de uso de todo o equipamento que se encontra dentro de suas atribuições. Após o uso, elas devem ser inspecionadas, ter a manutenção realizada e acondicionadas prontas para um próximo emprego. A lima deve obedecer sempre ao sentido de corte das ferramentas e o fio é feito em um único sentido. Depois de afiadas, é importante proteger o seu fio com a colocação de uma fita aderente (crepe) no mesmo, pois assim garantiremos também proteção contra ferrugem. O transporte das ferramentas é fator importante dentro de um combate a incêndios florestais. Jamais podemos transportar ferramentas e combatentes juntos, devendo, portanto, haver um local específico para as mesmas, preferencialmente, em compartimentos exclusivos. No transporte em linha por combatentes, o fio de corte sempre deverá estar voltado para o solo, e por questões de padronização e segurança todas as ferramentas devem ser transportadas do mesmo lado. 16 – Das Operações de Apoio Aéreo As Aeronaves são indiscutivelmente as viaturas mais eficientes no desenvolvimento das ações de detecção, mapeamento, localização e dimensionamento dos focos de incêndios florestais, permitindo um melhor planejamento e transporte de pessoal e de materiais para os locais dos incêndios. O emprego de aviões requer pessoal especializado, como piloto, CBMGO/NO-03 68/74 tripulantes e equipe de apoio em terra, são eficazes no lançamento de retardantes, à base de óxido de ferro, que alijados sobre os focos ou nas proximidades que os extinguem ou dificultam a sua propagação, até o termino do aceiro ou a chegada das equipes de reforços. Figura 92 – Emprego de avião As vantagens no uso de aeronaves são: a) lançamento de maior quantidade de água e retardantes químicos; b) rápida mobilização e deslocamento; c) grande capacidade de transporte de pessoal e material; d) facilitação na localização e dimensionamento dos focos; e) melhor planejamento das ações de combate; e f) êxito mais rápido nas ações. Necessidades para o emprego de aeronaves: a) pessoal especializado (piloto – apoio); b) pista para pouso nas imediações do incêndio; c) previsão de meios para reabastecimento de água ou combustível; d) custo operacional elevado; e e) operação limitada a condições de visibilidade. O uso do helicóptero nas operações de apoio aéreo permite observar com maior riqueza de detalhes a extensão do incêndio, o que seria impossível visualizar em terra. Os helicópteros apresentam vantagens em mobilidade e deslocamentos devido as suas características únicas. Eles podem ser também empregados no transporte e lançamento de pessoal, materiais e equipamentos, além de possuírem equipamentos específicos para o combate a exemplo do reservatório aéreo transportável ou “Bambi Bucket” com capacidades variando de 420 L até 3000 L de água. CBMGO/NO-03 69/74 Figura 93 - Emprego de helicóptero com bambi bucket São vantagens no uso de helicópteros: a) rápida mobilização; b) agilidade no transporte e lançamento de pessoal e material; c) localização de focos de incêndios facilitada; d) não necessita de pista para pouso; e) abastecimento do “Bambi Bucket”, pode ser feitos em pontos com pequenas capacidades de água; f) permite rápida evacuação de feridos; g) vistoria grandes áreas em curto espaço de tempo; h) fornece ao Comandante da Operação uma visão ampla da área e a realidade da situação; e i) apoio ao pessoal de terra quanto a melhores caminhos e itinerários. Necessidades para o emprego de helicópteros: a) pessoal especializado (piloto – apoio de terra); b) Construção de Heliponto se necessário; c) Previsão de meios para reabastecimento de combustível; d) Uso limitado a luz do dia; e) Operação com custo elevado; e f) Operação limitada a condições de Visibilidade. As Operações que envolvam helicópteros devem ser realizadas observando-se todos os preceitos de segurança, pois a aeronave exige uma criteriosa rotina de segurança que deve ser seguida para evitar que acidentes ocorram. As recomendações abaixo são válidas para o emprego em qualquer tipo de helicóptero e garantem à a guarnição da aeronave a segurança mínima, por isso devem ser sempre observadas: a) antes da operação deverá ser feito um Briefing com o piloto; b) seguir todas as instruções do Comandante da aeronave; c) aproximar-se pela frente da aeronave, de forma que esteja sempre em contato visual com o piloto; d) desenho esquemático da área de embarque e desembarque; CBMGO/NO-03 70/74 Figura 94 - Desenho esquemático da área de embarque e desembarque e) manter-se distante do rotor de cauda; f) não tocar ou conversar com o piloto; caso tenha necessidade, faça o contato com o tripulante, para que ele se comunique com o piloto; g) não fumar, nem tampouco abasteçer equipamentos, dentro de um raio de 20 m da aeronave; h) carregar ferramentas na horizontal, pois na vertical poderá atingir o rotor principal; i) não se aproximar da aterrissagens, decolagens e pairados, a não ser que disponha de protetores auriculares e visuais; j) não se aproximar de aeronaves utilizando bonés; k) em terrenos inclinados aproximar-se ou afastar-se da aeronave pelo lado descendente, pois o rotor principal poderá atingir o combatente; l) colocar fitas adesivas nas lâminas de corte das ferramentas; m) colocar uma capa protetora no sabre de motosserras; n) aproximar-se ou afastar-se da aeronave com o tórax inclinado para frente; o) não sair nem tampouco pular da aeronave, caso haja uma pane; p) fazer a limpeza do local, retirando arbustos e pequenos galhos em caso de um pairado ou pouso; q) providenciar a colocação de uma biruta, próximo da área de pouso, com o objetivo de orientar o piloto quanto à direção do vento; r) liberar a área de pouso e decolagem de pipas, bandeiras, fogueiras etc.; e s) a área de pouso deverá ser plana, sendo aceito uma declividade de até 10%, ou seja, um desnível máximo de 20 cm entres os esquis da aeronave. São fatores de segurança a serem observados pelo pessoal de terra: a) manter-se afastado no mínimo a 20 m do helicóptero quando ele estiver próximo ao solo. Procure ficar agachado para maior proteção;
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