Baixe Desgaste Superficial e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! Mecânica dos Sólidos C – MS26NB Felipe Oliveira Basso – 979929 Guilherme Mafioletti Debona - 979945 Jean Eduardo Cararo - 609935 Rodrigo Luiz Barbosa - 1065971 UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Existem três maneiras segundo as quais peças ou sistemas podem falhar: * Obsolescência: arbitrária * Quebra: pode ser permanente * Desgaste Acentuado: processo gradual e em alguns casos reparável (modo final de falha) Pequeno volume de material perdido implica em todo um sistema inoperante Dificulade: Monitorar e antecipar os efeitos do desgaste antes da ocorrência da falha, pois muitas vezes as superfícies danificadas não estão visíveis (sem a desmontagem dos componentes) UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Curiosidade: Um estudo de 1977, patrocinado pela ASME, estimou que o custo de energia para os Estados Unidos associado com a substituição de equipamentos que falharam por desgaste correspondiam a 1,3% de todo o consumo de energia do país. Nessa época, isso era equivalente a cerca de 160 milhões de barris de petróleo por ano. Ou seja: Custo elevado para a economia nacional UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Superfícies sólidas submetidas ao desgaste são na maioria: Ou também (minoria): Grau de rugosidade x Processo de acabamento Fundidas Forjadas Usinadas Retificadas UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica X Área aparente de contato – facilmente calculada por geometria Área real de contato – afetada pelas asperezas presentes (difícil determina-lá com precisão) Área APARENTE de contato - Aa Área REAL de contato - Ar UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Contato real entre duas superfícies Contato inicial -> pontas das asperezas de uma das peças com pontos da outra peça Área de contato inicial -> muito pequena Tensão resultantes -> muito altas (ultrapassando o limite de escoamento em compressão do material) UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica A medida que a área de contato é desgastada, as pontas de aperezas escoam e se alargam Tensão média -> menor, sustentável Áreal real de contato: 𝐴𝑟 = 𝐹 3∗𝑆𝑦𝑐 Onde: ◦ 𝐹 = Força externa normal às superfícies em contato ◦ 𝑆𝑦𝑐 = Limite de escoamento em compressão UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica 𝑓 = 𝑆𝑢𝑠 ∗ 𝐴𝑟 + 𝑃 (2) Onde: ◦ 𝑆𝑢𝑠 = Resistênia ao cisalhamento do material menos resistente ◦ 𝑃 = força de sulcamento A força de sulcamento se deve a partículas livres que penetram as superfícies, e é desprezível quando comparada à força de cisalhamento -> 𝑃 ≅ 0 UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Comparando as equações anteriores temos: 𝜇 = 𝑓 𝐹 = 𝑆𝑢𝑠 3∗𝑆𝑦𝑐 (3) Sendo assim -> 𝜇 = 𝑓 𝑆𝑢𝑠, 𝑆𝑦𝑐 O limite de resistência no cisalhamento pode ser estimado em função do limite de resistência a tração do material: ◦ Aços: 𝑆𝑢𝑠 ≈ 0,8 ∗ 𝑆𝑢𝑡 (4) ◦ Outros metais Dúcteis: 𝑆𝑢𝑠 = 0,75 ∗ 𝑆𝑢𝑡 (5) UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica O limite de escoamento na compressão varia em relação ao limite de resistência à tração conforme o material e a liga sob uma banda de: 0,5 ∗ 𝑆𝑢𝑡< 𝑆𝑦𝑐 < 0,9 ∗ 𝑆𝑢𝑡 (6) Reorganizando as equções (3), (4), (5) e (6): 0,28 < 𝜇 < 0,53 -> o que é aproximadamente a faixa de valores usual de 𝜇 para metais secos expostos ao ar UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Superfícies (limpas) pressionadas uma contra a outra -> algumas asperezas em contato tenderão a aderir umas às outras (devido a uma força de atração atômica superfícial) Escorregamento entre a superfícies -> adesões quebradas, podendo ser: ◦ (1) Ao longo da interface original ◦ (2) Em um novo plano através do material do pico de aspereza UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica No caso (2), um pedaço da peça A é transferida à peça B, causando rompimento superficial e danos para a peça Algumas vezes, partículas de um dos materiais será quebrada e permanecerá livre como escombros na interface, causando: ◦ Riscos superficiais ◦ Sulcos (em ambas as peças) UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Este tipo de dano é por vezes chamado de escoreamento (scoring) ou scuffing (dentes de engrenagens -> rolamento + deslizamento) da superfície Falha por desgaste adesivo em um eixo pela ausência da lubrificação adequada UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Rabinowicz cria o diagrama de compatibilidade para pares de metais baseado em diagramas de fases binários Diagrama de compatibilidade de Rabinowicz UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Metalurgicamente compatíveis: não aceitáveis para o contato com deslizamento Parcialmente compatíveis/incompatíveis: certo grau de aceitação para deslizamento Metalurgicamente incompatíveis: melhores índices de resistência ao desgaste adesivo UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica (2) Contaminantes ◦ A adesão das asperezas só pode ocorrer se o material estiver limpo e livre de contaminantes ◦ Podem ter a forma de óxidos, óleos da pela humana impregnados no manuseio, umidade atmosférica, etc ◦ Também icluem revestimentos e lubrificantes introduzidos na interface -> é a principal função dos lubrificantes (evitar tais adesões) -> reduz o atrito e os danos à superfície UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica (5) Escororiação (Galling) ◦ Soldagem a frio incompleta (normalmente por contaminação) ◦ Porções da superfície se aderem causando transferência de grandes quantidades de material ◦ Visível a olho nu ◦ Geralmente arruina a superfície em uma só passada ◦ De maneira geral, um material não deve ser levado a contato consigo mesmo (Exceção: aço endurecido sobre aço endurecido) UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Em geral, o desgaste é inversamente proporcional a dureza Taxa de desgate pode ser determinada pelo ensaio de um pino contra um disco girante sob condições controladas de carregamento e lubrificação, sobre uma distância de deslizamento conhecida e medindo-se a perda de volume UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica O volume de desgaste é independente da velocidade de deslizamento, e é dado por: 𝑉 = 𝐾 ∗ 𝐹 ∗ 𝑙 𝐻 Onde: ◦ 𝑉 = Volume de desgaste do material mais mole ◦ 𝐹 = Força normal ◦ 𝑙 = Comprimento de deslizamento ◦ 𝐻 = Dureza à penetração ◦ 𝐾 = Coeficiente de desgaste -> adimensional, é função dos materiais utilizados e da condição de lubrificação UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica A abrasão pode ocorrer de dois modos distintos, denominados processos de desgaste abrasivo a dois corpos ou três corpos. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Desgaste Abrasivo Abrasão não-controlada - retroescavadeira; Abrasão controlada – decapagem em tambor rotativo. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Desgaste Abrasivo Os dois requisitos para um material abrasivo são dureza e afiação; As classes de materiais que melhor atingem esses dos quesitos são cerâmicas e não- metais com alta dureza. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Materiais Abrasivos Corrosão Atmosférica: A corrosão atmosférica acontece quando a superfície do material está exposta ao ar e seus poluentes. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Corrosão Galvânica: Ocorre quando um metal está conectado eletricamente a outro metal e ambos estão no mesmo eletrólito. Um dos metais vai ser corroído devido a diferença de potencial de corrosão, sendo o outro protegido. Podemos citar como exemplo o zinco e o ferro, que quando conectados um ao outro o zinco vai ser degradado mais rapidamente por estar transferindo elétrons para o ferro. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Corrosão por frestas: É um ataque localizado e ocorre em recessos, em cavidades, frestas e outros espaços onde se acumula um agente corrosivo. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Ligas metálicas, por outro lado, formam um filme de óxido descontinuo e poroso, que facilmente se lasca, expondo mais substrato. A oxidação continuara ate que todo o ferro seja convertido em óxido. Temperaturas elevadas aumentam bastante a taxa de todas as reações químicas. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica O desgaste corrosivo leva a um rompimento da camada da superfície, devido ao contato deslizante ou por rolamento entre dois corpos. Esse contato de superfície pode agir quebrando o filme de óxidos, expondo uma nova camada do material aos elementos reativos, aumentando assim a taxa de corrosão. Se os produtos da reação química forem duros e frágeis (como ocorre nos óxidos), as lascas dessa camada podem se tornar partículas livres na interface e contribuir para outras formas de desgaste, como a abrasão. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica O processo de corrosão pode ocorrer simultaneamente as condições de desgaste por adesão ou por abrasão. Se o produto da corrosão é duro e abrasivo, partículas provenientes do processo corrosivo que possam existir entre as superfícies em contato, acelerarão o desgaste abrasivo. Por outro lado, em alguns casos, principalmente quando o processo dominante é o desgaste por adesão, são utilizados produtos corrosivos, como fosfatos, sulfetos e cloretos metálicos que formam um filme macio proveniente da ação corrosiva, com baixos volumes de desgaste e com boas características lubrificantes (baixo atrito, bom acabamento superficial). UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica A corrosão por fadiga é a ruptura com aplicação de tensão cíclica em presença de um meio corrosivo. Neste processo um material diminui a sua resistência à fadiga em presença de um meio corrosivo. Há uma série de casos típicos de ocorrência de corrosão-fadiga como os que Cabos de aço submarinos; Eixos de hélices de barcos; Tubos de evaporadores; Caldeiras; Componentes de turbinas, motores e bombas; Tubulações transportadoras de líquidos corrosivos. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica O fenômeno de corrosão por fadiga pode estar associado tanto quanto à fadiga mecânica quanto à térmica. A corrosão atua aumentando a região de fratura. A fadiga térmica, normalmente a altas temperaturas, a componente de oxidação é significativo, devido a sua alta cinética que gera grande quantidade de óxido a cada ciclo de fadiga. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Corrosão por fadiga
Ag
limite de fadiga
corrosão-fadiga
Figura: Curvas de Wôhler para Metais:
a) com limite de fadiga,
b) sem limite de fadiga
c) em corrosão — fadiga
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Em superfícies em contato com rolamento surgem tensões de contato, segundo Herz, as quais produzem tensões de cisalhamento cujo valor máximo ocorre logo abaixo da superfície. Existem muitas aplicações dessa condição de modo de falha, como em rolamentos de esferas ou rolos, mancais de rolamento, cilindros de laminação e no contato entre os dentes de engrenagens retas e helicoidais. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica As tensões introduzidas nos materiais em contato em uma situação de rolamento são altamente dependentes da geometria da superfície em contato, bem como o carregamento e das propriedades do material. Com o movimento de rolamento, a zona de contato desloca-se, de modo que a tensão de cisalhamento varia de zero a um valor máximo e volta a zero, produzindo tensões cíclicas que podem levar a uma falha por fadiga do material. Abaixo da superfície pode se formar uma trinca que se propaga devido ao carregamento cíclico podendo chegar à superfície lascando-a e fazendo surgir uma partícula superficial macroscópica com a correspondente formação de uma cavidade. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Fadiga Superficial
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Há de se reconhecer duas geometrias de interesse pratico, são a esfera contra esfera e cilindro contra cilindro. Em todos os casos os raios de curvatura das superfícies em contato são fatores significativos. Distribuição de tensões estáticas no contato entre esferas. A pressão na região de contato cria um estado triplo de tensões no material. As três tensões aplicadas sx, sy e sz são de compressão e são máximas na superfície da esfera, no centro da região Elas diminuem rapidamente e não linearmente com a profundidade e a distancia do eixo de contato. UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Fadiga Superficial - Esfera contra
esfera
1
0,=0, = Pu Atento] a | Ram
+ val +) dual +a
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Fadiga Superficial - Cilindro contra
cilindro
profundidade normalizada 7 /a
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Existe, ainda, alguma discordância entre especialistas com relação ao mecanismo de falha real que resulta em Crateração e Lascamento nas superfícies; Há possibilidade de se ter uma tensão de cisalhamento máxima na subsuperfícies (em rolamento puro); UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica A figura seguinte mostra trincas tanto superficiais como na subsuperfície em um cilindro de aço cementado. A pressão do fluido gera tensões de tração na ponta da trinca, causando seu rápido crescimento da trinca e o consequente surgimento de uma cratera; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Lubrificantes de alta viscosidade não eliminaram o contato metal-metal, mas retardaram a falha por crateração, indicando que o fluido tem que conseguir entrar na trinca rapidamente para causar os danos; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica 1. Não usar óleo; 2. Aumentar a viscosidade do lubrificante; 3. Polir as superfícies; 4. Aumentar a dureza da superfície; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Pode atuar na superfície quando uma peça do contato é menor axialmente que a outra; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica As bordas do cilindro menor geram uma concentração de tensão na linha de contato com o outro cilindro, assim a crateração e o lascamento ocorrerão preferencialmente nessa região; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica (b) Cilindro abaulado
- Se o carregamento de contato puder ser previsto, o
raio de abaulamento pode ser dimensionado para
propiciar uma distribuição de tensão uniforme
axialmente na região de contato devido as
deformações dos rolos;
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Littman considera a OPS mais uma forma de propagação de trincas do que de sua origem; Uma vez presente e se orientada na direção para a captura do óleo, a trinca se propagará até falhar; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Se refere à situação na qual as trincas de fadiga estão a uma profundidade pequena e se estendem por uma grande área; Superfícies ásperas intensificam a esfoliação se as asperezas forem maiores que a espessura do filme lubrificante; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Chamada de esmagamento da casca, ocorre apenas em superfícies que foram tratadas termoquimicamente, e é mais provável que ocorra se a camada tratada for tão fina que as tensões na subsuperfície se estendem até o material do núcleo; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Para se estimar a resistência à fadiga superficial, o material é rodado sob condições de carregamento controladas e o número de ciclos até a ocorrência de falha é anotado e relatado junto com outros fatores do carregamento; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica Essa resistência “virtual” pode ser comparada ao pico da magnitude das tensões de compressão em outras aplicações que tenham fatores de carregamento similares; UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica A resistência à fadiga superficial possui apenas uma relação indireta com as tensões reais que possam estar presentes no corpo de prova e na peça em serviço solicitada, já que as equações de Hertz só valem para carregamentos estáticos: UTFPR - Pato Branco Engenharia Mecânica