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ergonomia - lombalgias, Notas de estudo de Cultura

O objetivo deste trabalho é estudar as alterações ergonômicas que levam à lombalgia. Por ser muito vasto o estudo das causas de lombalgia, optamos pelo estudo da mesma com o uso de microcomputadores.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 24/06/2011

eliel-tavares-lins-2
eliel-tavares-lins-2 🇧🇷

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Baixe ergonomia - lombalgias e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! ERGONOMIA NA PREVENÇÃO DE LOMBALGIAS Introdução O objetivo deste trabalho é estudar as alterações ergonômicas que levam à lombalgia. Por ser muito vasto o estudo das causas de lombalgia, optamos pelo estudo da mesma com o uso de microcomputadores. Vários fatores podem causar esta sintomatologia, e da mesma forma muitos tratamentos e técnicas de prevenção podem ser propostos. Com o avanço da tecnologia tem aumentado a incidência de doenças ocupacionais causadas pelo uso de microcomputadores de maneira inadequada, levando a uma série de transtornos, como dor, diminuição da capacidade funcional, além de estresse emocional. Tão importantes quanto os danos físicos, são os prejuízos de ordem financeira causados pelo absenteísmo, diminuição da produtividade e consequentemente dos lucros. Não obstante o progresso tecnológico é possível a convivência deste com o bem estar físico e emocional do ser humano, desde que, observadas condições ergonômicas adequadas. Este trabalho tem início com uma interessante observação de ITIRO IIDA , quando refere que o assento é provavelmente uma das invenções que mais contribui para modificar o comportamento humano e que a espécie humana, homo sapiens , já deixou de ser um animal ereto, homo eretus, para se tornar um homo sedam. Além do assento sabemos que a tecnologia do mundo moderno, provocou mudanças no comportamento humano, tornando o homem mais estático, sedentário (tendo como causa: automóvel, televisão, computadores, etc.) e menos dinâmico. Essas mudanças estão provocando um enfraquecimento da estrutura sustentadora do homo erectus, o que leva a uma grande sobrecarga, principalmente na coluna. Essas múltiplas causas em conjunto com outros fatores sociais, além de estresse, idade, sexo e outras conseqüências trabalho, acarretam essa lesão na região lombar que no desenvolvimento deste trabalho analisaremos item a item, nos diversos tópicos a seguir. Palavras Chaves: ergonomia, lombalgia, prevenção. desfavoráveis e tensas no campo de batalha. Foram criados equipamentos e dispositivos cada vez mais complexos porém sob alto nível de estresse. Isso levou a um desenvolvimento de sistemas abaixo do esperado levando a necessidade de se conhecer mais sobre o homem, suas habilidades e limitações, para que se conseguisse o máximo do sistema de trabalho. Essa sucessão de fatos culminou com a reunião pela primeira vez, na Inglaterra de um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. Essa reunião ocorreu no dia 12 de julho de 1949 e é considerada por alguns a data “oficial” de nascimento da ergonomia. Esse grupo se reuniu pela segunda vez em 16 de fevereiro de 1950 e na ocasião foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos termos gregos ergo (trabalho) e nomos (regras, leis naturais). O polonês Woitej Yastembowsky já havia usado o termo anteriormente em um artigo publicado em 1857 chamado Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza, porém, só a partir da fundação da Ergonomics Research Society, na Inglaterra, na década de 50 que a ergonomia se expandiu no mundo industrializado. O primeiro Congresso da Associação Internacional de Ergonomia (IEA) foi realizado em Estocolmo, 1961. No Brasil a Associação Brasileira de Ergonomia foi fundada em 1983 e também é filiada à IEA (DUL, 1998) Alguns conhecimento em ergonomia foram convertidos em normas oficiais, com o objetivo de estimular a aplicação dos mesmos. No Brasil a norma regulamentadora NR 17 – Ergonomia, Portaria n° 3214, de 08. 06.78 do Ministério do Trabalho, modificada pela Portaria n° 3.751 de 23.11.1990 do Ministério do Trabalho, dispõe sobre o assunto (DUL, 1998; VIEIRA, 2000; CHEREN 2001; ROSSI, 2001). 1.3 Custo e benefício da ergonomia É sabido que em uma empresa que tem fito de lucro, qualquer decisão é baseada em análises de custo benefício. A ergonomia para ser bem aceita entre empresários deve trazer benefícios mensuráveis e que sejam maiores que os custos. Os custos naturalmente são facilmente auferidos, porém, os benefícios não são tão simplesmente quantificados. Como saber quais acidentes foram evitados e quanto custariam se tivessem acontecido? Como saber o quanto as medidas ergonômicas influenciaram no bem estar do trabalhador e o quanto esse bem estar causou em aumento de produtividade? São medidas subjetivas, mas, podem ser avaliadas em termos de estimativa através de aumentos na produtividade e na qualidade, redução dos desperdícios, economias de energia, e assim por diante. Outros benefícios intangíveis de difícil avaliação são: satisfação do trabalhador, conforto, redução da rotatividade e aumento da motivação e do moral dos trabalhadores. Embora de difícil avaliação, as medidas ergonômicas são de enorme importância para a empresa, não só em termos de lucro, mas também no aspecto social, proporcionando uma melhor qualidade de vida a nível individual e de toda a comunidade que com certeza se beneficiará de trabalhadores mais motivados e confortáveis em seus postos de trabalho (SANTOS 1999). 1.4 Tipos de ergonomia Alguns autores dividem a ergonomia em: a) ergonomia de correção: procura melhorar as condições de trabalho já existentes, normalmente tem eficácia limitada e é onerosa do ponto de vista econômico; b) ergonomia de concepção: procura introduzir os conhecimentos sobre o homem desde o projeto do posto de trabalho, instrumento, máquina ou sistemas de produção (SANTOS, 1999). Alguns autores falam também em “ergonomia de sistemas” que trata das interações dos diferentes elementos humanos e materiais de um sistema de produção, procurando definir: a divisão das tarefas entre os operadores, instrumentos e máquinas; as condições de funcionamento ótimo desse conjunto de elementos e a carga de trabalho para cada operador (LAVILLE, 1977). A origem e o objetivo da ergonomia de sistemas está relacionado com a tarefa de cada um dos operadores. A ergonomia de sistemas e a ergonomia dos postos de trabalho convergem em torno dos problemas sócio-técnicos relativos às tecnologias e as características das populações no trabalho. 1.5 Metodologia ergonômica WISNER, 1994, propõe uma metodologia da análise ergonômica que comporta cinco etapas de importância e de dificuldade: a) análise da demanda: a meta é compreender a natureza e o objetivo do pedido. Proposta de contrato: um contrato deve ser firmado entre o requerente e o ergonomista, de modo a poder especificar a questão, os prazos de resposta, os meios disponíveis e os critérios de sucesso; b) análise do ambiente técnico, econômico e social da situação do trabalho: é importante verificar se as instalações da empresa são novas ou não, o quanto de dinheiro ela dispõe para medidas ergonômicas, se o ergonomista é de dentro ou de fora da empresa e considerar a diversidade de microsituações locais; c) análise das atividades e da situação de trabalho: tem por objetivo fazer um inventário das atividades no trabalho, indicação das inter-relações entre essas atividades e descrição do trabalho em sua totalidade. As atividades motrizes devem ser analisadas de maneira realista incluindo não somente gestos de ação, mas também de observação (ex.: movimento da cabeça e dos olhos) e de comunicação (palavras e gestos). Deve-se lembrar entretanto que elementos dessa classificação são interligados pois gestos de observação são, normalmente, realizados ao mesmo tempo que outros gestos de ação. O trabalho de análise deve ser validado através de discussões com os trabalhadores para restituir de forma elaborada a informação para quem a forneceu e corrigir e completar o trabalho do ergonomista; d) recomendações ergonômicas: é preciso uma metodologia segura para fazer abordagens comparativas e previsionais. Quando se trata de novo produto as recomendações vão variar em relação ao momento em que o 2. A Coluna Lombar 2.1. Anatomia Este trabalho tem por objetivo estudar medidas ergonômicas que podem ser utilizadas na prevenção da lombalgia em pessoas que trabalham na posição sentada. Para isso, precisamos conhecer melhor esta região do corpo chamada coluna lombar, para então entender porque pode ocorrer dor neste local, ou seja, lombalgia. A coluna vertebral é uma estrutura óssea composta de 33 vértebras, distribuídas em: 07 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 a 5 coccígeas. Possui 4 curvas sagitais sendo duas cifóticas primárias (torácica e sacral) e duas lordóticas secundárias (cervical e lombar) (VIEIRA, 2000; CHEREM 2001; PUTZ, 2000). A curva cervical, dorsal e lombar em posição ereta constitui a chamada postura fisiológica. A lordose lombar é provocada pelo esforço antigravitacional dos músculos eretores e da fraqueza da musculatura abdominal . Já as curvas secundárias são originadas da diferença nas espessura anterior e posterior dos discos intervertebrais. Também, é parte funcional de extrema importância o disco vertebral constituído por um núcleo pulposo e um anel fibroso externo, cujas fibras se inserem nos corpos vertebrais superior e inferior. O núcleo pulposo é praticamente constituído de água e tem função na distribuição de força e na absorção do impacto (VIEIRA, 2000). Além dos ossos e do disco, os músculos são essenciais na composição de postura e responsáveis pelo movimento da coluna. Os principais músculos responsáveis por essas posturas são (RASCH, BURKE,1977): MÚSCULOS FLEXORES E EXTENSORES DA COLUNA Flexor lateral puro Quadrado lombar Flexores Reto abdominal Obliquo externo Obliquo interno Esternocleidomastoideo Tres escalenos Reto maior do pescoço Reto maior da cabeça Reto anterior da cabeça Reto lateral da cabeça Psoas Extensores Intertransversais Interespinhais Rotadores Multifido Semi-espinhais torácico Semi-espinhais do pescoço Semi-espinhais da cabeça Iliocostal lombar Iliocostal torácico Iliocostal cervical Longo do tórax Longo da cabeça Longo da cabeça Espinhal do tórax Espinhal do pescoço Esplenio da cabeça Quatro músculos suboccipitais MÚSCULOS ESPINHAIS E SUAS AÇÕES Músculos Flexão Extensão Flexão lateral Rotação para mesmo lado Rotaç ão para lado oposto Esternocleidomasteoideo M.P M.P M.P Os três escalenos Acess. M.P O grupo pre-vertebral Acess. Acess. ( longo do pescoço, longo da cabeça , reto anterior da cabeça, reto lateral da cabeça) Esplenio da cabeça e M.P M.P M.P Esplenio do pescoço Grupo eretor da espinha M.P M.P M.P ( Iliocostal cervical, longo do pescoço, longo da cabeça e espinhal do pescoço) Semi-espinhal do pescoço M.P M.P M.P Semi-espinhal da cabeça M.P Grupo espinhal posterior profundo Intertransversais M.P M.P Interespinhais M.P Rotadores M.P M.P Multifido M.P M.P M.P Grupo suboccipital Acess. Acess. Acess. COLUNA TORACICA E LOMBAR Grupo abdominal Reto abdominal M.P Acess. Obliquo externo M.P M.P M.P Obliquo interno M.P M.P M.P Psoas Acess. Acess. Quadrado lombar M.P Grupo eretor da espinha Iliocostal torácico M.P M.P M.P Iliocostal lombar M.P M.P M.P A postura reflete a atitude mental. A exaltação, confiança e satisfação ajudam a mantê-la corretamente, enquanto a humildade e a depressão contribuem para sua piora (COUTO, 1995). 2.3 Causas de dor na coluna lombar As lombalgias são causadas por uma só causa ou uma combinação de várias causas. No histórico das lombalgias podemos levar em consideração, a estatura, fatores psicológicos, resistência isométrica, trabalho físico pesado, levantamento de peso ou inclinação, efeito inflamatório do núcleo pulposo e prolongadas posturas no trabalho. Nos usuários do microcomputador o levantamento de peso ou a inclinação são causas indiretas. Na causa referente a este trabalho, as análise mais especificas são as relacionada com a inadequação da cadeira, mesa, posição do computador, que normalmente tem associação com o ambiente de trabalho (monotonia e pouca satisfação), estresse (cobrança de produtividade) e falta de treinamento(COUTO, jan.2000; CHIARADIA, 2001). 3. Fisiologia e ergonomia do Trabalho 3.1. Fisiologia muscular no trabalho Existem duas forma de esforço muscular: dinâmico e estático. Na forma dinâmica o sangue é retirado dos músculos na contração e retorna renovado no relaxamento. Na estática existe uma compressão vascular pelos músculos, que dificulta o fluxo levando a fadiga e consequentemente a lombalgia. Daí, ser observado que a postura ergonomicamente incorreta leva a uma acentuação da lordose no trabalho físico já prejudicado pela posição sentada, onde a musculatura extensora da coluna sofre as maiores conseqüências. Observa-se também que um acento demasiado alto compromete os membros inferiores e os baixos, a coluna cervical e ombros. O tronco inclinado para frente compromete a região lombar enquanto a cabeça, quando inclinada para frente ou para trás, compromete a região cervical. É importante analisar as causas de fadiga que podem ser de natureza variável e abrange intensidade, duração de trabalho, ambiente ( luz, clima, ruído), ritmo, periodicidade (diurna, noturna) entre outras (BASMAJIAN, 1987; GUYTON, 1997). 3.2 Ergonomia do trabalho na posição sentada Trabalhar na posição sentada parece exigir pouco das condições de trabalho sobre o organismo. Em 1971, NACHENSON demonstrou que na posição sentada, a pressão nos discos intervertebrais é bem maior do que na posição de pé, confirmando aquilo que já era conhecido dos ortopedistas e reumatologistas: trabalhar sentado pode originar uma série de complicações. Então, a posição ideal do ponto de vista de dispêndio energético é a causadora de distúrbios músculo-ligamentares e também do sedentarismo . Podemos superar estes problemas sentando-se bem, numa cadeira ergonomicamente bem projetada, numa relação cadeira-mesa-acessórios adequada. O que é um problema pois normalmente não se pensa no conforto ao se projetar uma cadeira para o posto de trabalho, pensa-se primeiro em status: cadeiras bonitas, estofadas com braços e encostos altos, de poliuretano para o “chefe” e que nem sempre é ergonômica (COUTO, 1995). 3.3 Características básicas do ser humano na posição sentada Quando se deixa a posição de pé e passa sentar-se, uma série de mudanças posturais ocorrem no esqueleto e no funcionamento dos músculos do ser humano. Na postura em pé a maior parte do peso é transferida ao chão através dos pés, ficando os joelhos e o quadril quase ou totalmente estendidos. Quando sentamos dobramos a articulação do quadril, o que leva à rotação de seus ossos e as pontas dos ossos que estavam voltadas para trás, passam a apontar para baixo, o que leva a retificação da coluna lombar ou até a sua inversão. Logo, parte do peso do corpo é descarregada através das duas pontas dos ossos da bacia. Com a retificação da lombar na posição sentada a parte anterior do disco intervertebral é achatada e a posterior esticada. Isso faz com que o núcleo que estava no centro do disco seja empurrado para trás levando ao aumento de todas as estruturas que estão na parte posterior da coluna. Desta maneira, a primeira e importante alteração que ocorre na posição sentada é um súbito e importante aumento na pressão dos discos intervertebrais da coluna lombar. Este aumento de pressão é decorrente de ficar eliminado todo o amortecimento de pressões dado pelo arco dos pés e pelos tecidos moles dos membros inferiores. A segunda é que com o achatamento do arco lombar as estruturas posteriores (ligamentos, pequenas articulações e nervos que deixam a medula) as estruturas que ficam na parte de trás da medula são esticadas. Com o passar do tempo pode haver lombalgia, pois essas estruturas são muito sensíveis (pela grande inervação local, inclusive nervo espinhal). Essas duas primeiras alterações levam a uma terceira que ocorre quando o núcleo é pressionado para trás, pressionando a parte posterior do disco favorecendo o aparecimento de pequenas rachaduras. Predispõem também a complicações: idade superior a 35 anos, esforço manual excessivo ou repentino, mais de 5 Alguns critérios podem caracterizar uma má postura, porém não permitem avaliar precisamente seu custo para o operador, e são mais significativos em alguns casos do que em outros: a) a energia suplementar despendida para numa postura inadequada é mínima, não traduzindo a dificuldade desta; b) a freqüência cardíaca indica o dispêndio energético assim como a resistência circulatória obtida pela contração estática dos grupos musculares, sendo um critério mais fiel; c) a eletroneuromiografia possibilita avaliar o grau de contratilidade muscular, evidenciando fadiga muscular, mas não pode ser usada no conjunto dos músculos ativos na manutenção de uma postura; d) critérios subjetivos mesmo que só permitam a organização de uma escala de dificuldades não devem ser negligenciados (COUTO, 1999). São atores determinantes das posturas e têm uma influência direta na postura do executante: a) exigências visuais; b) exigências de precisão dos movimentos; c) exigências da força a ser exercida; d) espaços onde o operador atua; e) ritmo de execução. Quando se senta normalmente facilita-se a execução de trabalhos de precisão, porém, pode-se ter dificuldades se: área de trabalho muito extensa, necessidade de se exercer força importante (recomenda-se postura em pé). Os elementos do trabalho têm repercussão na postura sendo que o desequilíbrio de apenas um segmento corporal pode provocar efeitos imediatos sobre a organização dos outros no espaço (CHIARADIA, 2001). 4.2 Recomendações para redução de sobrecarga no trabalho na posição sentada As medidas ergonômicas recomendáveis na posição sentada variam desde uma cadeira adequada que permita posturas apropriadas até um posto de trabalho em que o esforço seja feito com o mínimo de dispêndio de energia e com conforto. 4.2.1. Cadeira Inicialmente, deve ser questionado o mito da cadeira ideal pois não existe nenhuma cadeira que possa ser usada de forma contínua ao longo das 8 horas de trabalho, pois a compressão dos tecidos exige mudanças periódicas de posição. Recomenda-se, então, a quem trabalha sentado levantar-se por 15 minutos após cada duas horas de atividade. Entretanto, a ergonomia sugere um modelo que tem as seguintes características: a) A cadeira de trabalho deve ser estofada, e com tecido que permita a transpiração. O estofamento reduz a pressão na região posterior das coxas, facilitando a circulação, e reduz a pressão nos discos intervertebrais, diminuindo a incidência de patologia discal. b) A altura da cadeira deve ser regulável. c) A dimensão antero-posterior do assento não deve ser nem muito comprida nem muito curta. O tamanho ideal é aquele em que as coxas fiquem completamente apoiadas, porém, sem compressão da região posterior dos joelhos. d) A borda anterior do assento deve ser arredondada para evitar compressão das artérias, veias, nervos e tecidos da região posterior das coxas. e) manter um bom ângulo entre o tronco e as coxas, que deve necessariamente ser maior que 90 graus, preferencialmente em torno de 100 graus. Quando abrimos muito o ângulo entre o nosso corpo e as coxas os olhos se distanciam do foco de trabalho e dobramos muito o pescoço para frente, em compensação, o que pode levar a complicações para esta região; f) Deve haver espaço na cadeira para acomodar as nádegas . g) Toda cadeira de trabalho deve ter apoio para o dorso. O apoio para o dorso reduz a pressão no disco intervertebral e coloca a musculatura paravertebral em repouso. h) O apoio para o dorso proporciona a transferência de parte do peso do corpo para o mesmo. O encosto deve se possível ser um pouco móvel para acompanhar o movimento das costas. Encostos não ajustáveis não fornecem apoio confortável à coluna, sendo possível o uso de um suporte (pequena almofada) lombar. Contudo, não deve diminuir o ângulo entre o tronco e as coxas nem eliminar o espaço para as nádegas. O ideal é trocar a cadeira por um modelo ajustável. i) ângulo entre o assento e o apoio dorsal deve ser regulável ou ter 100 graus quando tronco e coxas tem melhor ajuste e é bom para os discos intervertebrais e músculos paravertebrais. j) apoio para o dorso deve ter uma forma que acompanhe as curvaturas da coluna, sem retificá-la, mas também sem acentuar suas curvaturas. Apoio dorsal muito retificado podem levar ao aumento assimétrico da pressão no disco intervertebral. Apoio dorsal muito arqueado acentua a lordose lombar e leva à fadiga dos músculos do pescoço. k) Apoio para dorso com regulagem de altura e inclinação; l) Cadeiras giratórias para quando o trabalho exigir mobilidade. A cadeira deve ter 5 apoios, visando a estabilidade. m) Os pés devem estar sempre apoiados e pessoas baixas devem usar os suportes para apoiar os pés. n) Deve haver espaço suficiente para as pernas debaixo da mesa ou posto de trabalho (DULL, 1998). 4.2.2 Mesa a) Borda anterior arredondada b) Gavetas leves também são favoráveis, mas comumente são incompatíveis com postura de trabalho. A posição sentada não se limita só à cadeira de trabalho mas também a mesa e os demais componente do posto de trabalho (DULL, 1998; COUTO, 1995). 4.3 Recomendações para prevenção das lombalgias A prevenção da lombalgia passa pela utilização de todas condições que possam influir no melhor rendimento do trabalho com menos desgaste fisico-energético. Essas condições estão relacionadas com: 4.3.1. Educação a) Utilização da técnica correta. b) Treinamento especializado. c) Organização do trabalho. 4.3.2 Programa de prevenção a) Minimizar as rotações. b) Redução do tempo na mesma postura. c) Trabalho de acompanhamento médico psicológico para evitar o estresse e melhorar o ambiente de trabalho. d) Medidas ergonômicas que atinjam pelo menos 90% dos indivíduos devidos heterogenecidade do nosso biotipo. e) Ginástica laboral obrigatória. f) Observar se a cobrança de produtividade está dentro das normas. g) Melhorar as relações entre as pessoas, produção e salário. h) Organização da jornada de trabalho. i) Melhora dos meios e postos de trabalho(COUTO, set.2000; COUTO, mar.2001) 4.3.3 Tratamento a) Diagnóstico e tratamento precoce. b) Psicologia do trabalho. c) Reabilitação do trabalhador (ROSSI, 2001; HOCHSCHULER, 1995). Conclusão A prevenção das lesões é o fundamento principal de toda a programação de segurança satisfatória. Tanto o trabalhador como a empresa tem que assumir seu respectivo papel nessa responsabilidade. A administração tem que proporcionar um ambiente de trabalho ergonomicamente seguro, ensinar a mecânica corporal apropriada e as técnicas de prevenção das lesões, além de inserir uma política coerente e promover um estilo de vida saudável. Por sua vez, o trabalhador deve ter a responsabilidade de aprender e aplicar com fundamento as estratégias e dispositivos na redução dos riscos. A tecnologia de profilaxia de lesões estão bem estabelecida depende da motivação do trabalhador e da administração para usá-la. É muito importante que haja incentivo da direção para o trabalho de investigação dos resultados. Infelizmente, há carência de estudo nesse campo. O incentivo para o trabalhador é pouco, ao contrário da cobrança da produtividade que na maioria das vezes ultrapassa toda a orientação baseada na segurança. O respeito pelo limite de segurança é a maior lição na prevenção das lesões na coluna.
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