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Guias e Dicas
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Manual de incendio, Manuais, Projetos, Pesquisas de Segurança do Trabalho

Manual de incendio

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2011

Compartilhado em 15/05/2011

cristiano-santos-38
cristiano-santos-38 🇧🇷

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Baixe Manual de incendio e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Segurança do Trabalho, somente na Docsity! Vida Alheia e Riquezas Salvar UNIDADE II Incêndio 1. DEFINIÇÕES, CLASSIFICAÇÕES E CAUSAS 1.1. Definições 1.1.1. Fogo É a parte "visível" da combustão, podendo apresentar-se sob a forma de chamas ou brasas. De agora em diante, muitas vezes usaremos os termos: fogo, chamas, queima e incêndio como sendo combustão. 1.1.2. Incêndio Fogo que foge ao controle do homem, lavrando com intensidade, destruindo e causando prejuízos. 1.2. Classificações de Incêndios Visando obter maior eficiência nas ações de combate a incêndio, tornando-as mais objetivas e seguras com o emprego do agente extintor correto, os incêndios foram agrupados de acordo com o material combustível. Da mesma forma, buscando uma maior exatidão de nossa linguagem técnica e conse- qüentemente um melhor desempenho em nossas ações, os incêndios foram agrupados por suas proporções. 1.2.1. Quanto ao Combustível CLASSES DE INCÊNDIO MATERIAL COMBUSTÍVEL EXEMPLOS A Combustíveis Sólidos Comuns Madeira, Papel, Tecido, Borracha,Vários Plásticos, etc. B Combustíveis Líquidos, Gasosose Pastosos Gasolina, Álcool, Gás de Cozinha, Acetileno, Manteiga, etc. C Combustíveis Energizados Televisor, Geladeira, Ventilador,Computador, etc. D Combustíveis Metais Magnésio, Sódio, Potássio, etc. M1 - 6 Vida Alheia e Riquezas Salvar 1.2.2. Quanto as Proporções 1.2.2.1. Incêndio Incipiente (ou princípio de incêndio) Evento de mínimas proporções e para o qual é suficiente a utilização de um ou mais aparelhos extintores portáteis. 1.2.2.2. Pequeno Incêndio Evento cujas proporções exigem emprego de pessoal e material especializado, sendo extinto com facilidade e sem apresentar perigo iminente de propagação. 1.2.2.3. Médio Incêndio Evento em que a área atingida e a sua intensidade exige a utilização de meios e materiais equivalentes a um socorro básico de incêndio, apresentando perigo iminente de propagação. 1.2.2.4. Grande Incêndio Evento cujas proporções apresentam uma propagação crescente, necessitando do emprego efetivo de mais de um socorro básico para a sua extinção. 1.2.2.5. Extraordinário Incêndio oriundo de abalos sísmicos, vulcões, bombardeios e similares, abrangendo quarteirões. Necessitando para a sua extinção do emprego de vários socorros de bombeiro, mais apoio do Sistema de Defesa Civil. Observação: O socorro básico de incêndio é constituído de: 01 Auto-Bomba (AB) ou 01 Auto-Bomba Inflamável (ABI), de 01 Auto-Bomba Tanque (ABT) ou 01 Auto-Tanque (AT) e de 01 Auto-Busca e Salvamento (ABS). Art. 62 da Lei 250/79 - Organização Básica. 1.3. Causas de Incêndio É de enorme interesse para a Corporação saber a origem dos incêndios quer para fins legais, quer para fins estatísticos e prevencionistas. Daí a importância de preservar-se o local do incêndio, procurando não destruir possíveis provas nas operações de combate e rescaldo. Dessa forma, os peritos poderão determinar com maior facilidade a causa do incêndio. 1.3.1. Classificação das causas de incêndios v Naturais v Artificiais: Acidentais e Propositais 1.3.1.1. Causas Naturais Quando o incêndio é originado em razão dos fenômenos da natureza, que agem por si só, completamente independente da vontade humana. M1 - 7 Vida Alheia e Riquezas Salvar 2. PREVENÇÃO A prevenção de incêndio envolve uma série de providências e cuidados, cuja aplicação e desenvolvimento visam evitar o aparecimento de um princípio de incêndio, ou pelo menos limitar a propagação do fogo caso ele surja. Verifica-se que a causa material da maioria absoluta dos incêndios é sempre acidental, isto é, reflete o resultado de falhas humanas. Daí concluir-se que praticamente os incêndios que destroem Edificações industriais, comerciais e residenciais, têm origem em condições e atos inseguros perfeitamente evitáveis numa flagrante demonstração de que a todos cabe uma parcela de responsabilidade. A adoção de medidas preventivas visando evitar o incêndio e o pânico, sem dúvida preservará a segurança e a tranquilidade das pessoas nos seus locais de trabalho e nos lares, além de converterem-se em benefícios social e econômico para a sociedade em geral. Porém, para que isto se torne realidade, é preciso que todos tomem consciência da necessidade da participação ativa na aplicação mais efetiva das medidas de segurança, pois não se trata apenas de proteger o patrimônio, mas também e sobretudo de resguardar a vida humana. 2.1. Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico O Decreto-Lei nº 247 de 21/07/75 deu competência ao CBMERJ para, em todo o Estado, legislar sobre as normas que disciplinam a segurança das pessoas e dos seus bens, no que concerne à segurança contra incêndio e pânico. Tal Decreto-Lei fora regulamentado através do Decreto nº 897 de 21/09/76 (Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico - COSCIP), o qual fixou os requisitos exigíveis nas edificações e no exercício de atividades, estabelecendo normas de segurança contra incêndio e pânico, levando-se em consideração a proteção das pessoas e dos seus bens. Posteriormente, foram publicadas normas complementares ao COSCIP, através das Resoluções da extinta Secretaria de Estado da Defesa Civil. 2.2. Sistema Preventivo Fixo 2.2.1. Tubulação de Incêndio Existem dois tipos de tubulação de incêndio, a canalização preventiva e a rede preventiva. São dutos destinados a condução da água exclusivamente para o combate a incêndios, podendo ser confeccionados em ferro-fundido, ferro galvanizado ou aço carbono e diâmetro mínimo de 63mm (2 1/2") para a canalização e 75mm (3") para a rede. Tal duto sairá do fundo do reservatório superior (excepcionalmente sairá do reservatório inferior), abaixo do qual será dotado de uma válvula de retenção e de um registro, atravessando verticalmente todos os pavimentos da edificação, com ramificações para todas as caixas de incêndio e terminando no registro de passeio (hidrante de recalque). M1 - 10 Vida Alheia e Riquezas Salvar 2.2.2. Caixa de Incêndio Terá a forma paralelepipedal com as dimensões mínimas de 70 cm de altura, 50cm de largura e 25cm de profundidade; porta de vidro com a inscrição "INCÊNDIO" em letras vermelhas e possuirá no seu interior um registro de 63mm (2 1/2") de diâmetro e redução para junta "Storz" com 38mm (1 1/2") de diâmetro na qual ficará estabelecida as linhas de mangueira e o esguicho (canalização); e hidrantes duplos e saídas com adaptação para junta "Storz", podendo esta ser de 38mm (1 1/2") ou 63mm (2 1/2") de diâmetro, de acordo com o risco da edificação. Serão pintadas na cor vermelha, de forma a serem facilmente identificáveis e poderão ficar no interior do abrigo de mangueiras ou externamente ao lado destes (rede). 2.2.3. Linhas de Mangueiras Possuirão o diâmetro de 38mm (1 1/2") e 15 (quinze) metros de comprimento, e haverá no máximo 02 (dois) lances permanentemente unidos (canalização), e diâmetro de 38mm (1 1/2") ou 63mm (2 1/2"), de acordo com o risco da edificação, de 15 (quinze) metros de comprimento e haverá no máximo 04 (quatro) lances permanentemente unidos (rede). 2.2.4. Esguicho Serão do tipo tronco cônico com requinte de 13mm (1/2") para a canalização preventiva, e do tipo regulável e em número de 02 (dois) por hidrante para a rede preventiva. 2.2.5. Hidrante de Recalque O registro de passeio (hidrante de recalque) possuirá diâmetro de 63mm (2 1/2"), dotado de rosca macho e adaptador para junta "Storz" de mesmo diâmetro e tampão. Ficará acondicionado no interior de uma caixa com tampo metálico com a inscrição "INCÊNDIO". Tal dispositivo deverá ficar localizado junto à via de acesso de viaturas, sobre o passeio e afastado dos prédios, de forma a permitir uma fácil operação. Seu objetivo principal é abastecer e pressurizar a tubulação de incêndio, através das viaturas do Corpo de Bombeiros. 2.2.6. Casa de Máquina de Incêndio (CMI) É um compartimento destinado especialmente ao abrigo de bombas de incêndio (eletrobomba e/ou motobomba) e demais apetrechos complementares ao seu funcionamento, não se admitindo o uso para circulação ou qualquer outro fim. O seu acesso será através da porta corta-fogo e seu objetivo é pressurizar o sistema. 2.2.7. Reserva Técnica de Incêndio (RTI) Quantidade de água existente no reservatório da edificação, destinada exclusivamente à extinção de incêndio, sendo assegurada através da diferença de nível entre a saída da canalização de incêndio e da rede de distribuição geral. A quantidade mínima de água da RTI é de 6.000 (seis mil) litros. M1 - 11 Vida Alheia e Riquezas Salvar 2.2.8. Bombas de Incêndio São responsáveis pela pressurização do sistema preventivo contra incêndio (canalização ou rede), sendo o seu acionamento automático a partir da abertura do registro de qualquer hidrante da edificação. As potências das bombas serão definidas com a observância dos parâmetros técnicos de pressão e vazão requeridos para o sistema, de acordo com a classificação da edificação quanto ao risco, sendo isto mencionado no Laudo de Exigências emitido pelo CBMERJ. 2.2.9. Rede de Chuveiros Automáticos do tipo "Sprinkler" O sistema de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos do tipo "Sprinkler" é constituído de tubulações fixas, onde são dispostos chuveiros regularmente distribuídos sobre a área a proteger e permanentemente ligado a um sistema de alimentação de água (reservatório) e pressurizado, de forma a possibilitar, em caso de ocorrência de incêndio, a aplicação de água diretamente sobre o local sinistrado. Isto ocorre quando o selo sensor de temperatura (ampola) rompe-se, aproximadamente a uma temperatura de 68 oC (existem ampolas próprias para outras temperaturas). Cada chuveiro (bico) tem o seu funcionamento independente, podendo ser acionado um ou quantos forem necessários para sanar o problema (incêndio) em uma determinada área. 2.3. Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica (Pára- Raios) Dispositivo responsável pela descarga de energia elétrica, proveniente de raios, para o solo. Este dispositivo é instalado no alto da edificação a proteger, e é constituído de: captor, haste, cabo de descarga e barras de aterramento. 2.4. Escada Enclausurada a Prova de Fumaça As escadas enclausuradas são construídas em alvenaria e devem ser resistentes ao fogo por quatro horas, servindo a todos os andares. Devem possuir lances retos e patamares, além de corrimão. Entre a caixa da escada e o corredor de circulação deve existir uma antecâmara para a exaustão dos gases, evitando assim que a fumaça chegue à escada propriamente dita. Existe uma porta corta- fogo ligando a circulação à antecâmara e outra ligando esta à escada. 2.5. Operação de Prevenção Contra Incêndio Toda vez que o Bombeiro Militar estiver empenhado em serviço de prevenção, quer em edificações no plano horizontal ou vertical, deve sempre fazer o levantamento e reconhecimento dos dispositivos preventivos contra incêndio e pânico existentes, seus estados de conservação e funcionamento adequado. Estes cuidados preliminares fazem com que em caso de uma anormalidade em que seja necessário a atuação do Bombeiro, esta se dará com maior rapidez e eficiência. M1 - 12 Vida Alheia e Riquezas Salvar 5. AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO São substâncias que possuem a propriedade de extinguirem determinadas combustões. O sucesso do combate está relacionado com a sua correta utilização e o tipo de combustível. Existem inúmeros agentes extintores, sendo os mais difundidos aqueles que possuem um baixo custo operacional e um bom rendimento.Estudaremos a seguir os mais comuns. 5.1. Água É o agente extintor "universal". A sua abundância e as suas características de emprego, sob diversas formas, possibilitam a sua aplicação em diversas classes de incêndio. Como agente extintor a água age principalmente por resfriamento e por abafamento, podendo paralelamente a este processo agir por emulsificação e por diluição, segundo a maneira como é empregada. Apesar de historicamente, por muitos anos, a água ter sido aplicada no combate a incêndio sob a forma de jato pleno, hoje sabemos que a água apresenta um resultado melhor quando aplicada sob a forma de jato chuveiro ou neblinado, pois absorve calor numa velocidade muito maior, diminuindo consideravelmente a temperatura do incêndio conseqüentemente extingüindo-o. Quando se adiciona à água substâncias umectantes na proporção de 1% de Gardinol, Maprofix, Duponal, Lissapol ou Arestec, ela aumenta sua eficiência nos combates a incêndios da Classe A. À água assim tratada damos o nome de "água molhada". A sua maior eficiência advém do fato do agente umectante reduzir a sua tensão superficial, fazendo com que ela se espalhe mais e adquira maior poder de penetrabilidade, alcançando o interior dos corpos em combustão. É extraordinária a eficiência em combate a incêndios em fardos de algodão, juta, lã, etc., fortemente prensados e outros materiais hidrófobos (materiais compostos por fibras prensados). O efeito de abafamento é obtido em decorrência da água, quando transformada de líquido para vapor, ter o seu volume, aumentado cerca de 1700 vezes. Este grande volume de vapor, desloca, ao se formar, igual volume de ar que envolve o fogo em suas proximidades, portanto reduz o volume de ar (oxigênio) necessário ao sustento da combustão. O efeito de emulsificação é obtido por meio de jato chuveiro ou neblinado de alta velocidade. Pode-se obter, por este método, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de resfriamento que a água proporcionará na superfície de tais líquidos, impedirá a liberação de seus vapores inflamáveis. Normalmente na emulsificação gotas de inflamáveis ficam envolvidas individualmente por gotas de água, dando no caso dos óleos, aspecto leitoso; com alguns líquidos viscosos a emulsificação apresenta-se na forma de uma espuma que retarda a liberação dos vapores inflamáveis. M1 - 15 ESTADO FÍSICO APLICAÇÃO Líquido Jato Pleno (Compacto) Jato Chuveiro Jato Neblina Gasoso Jato Vapor Vida Alheia e Riquezas Salvar O efeito de diluição é obtido quando usamos no combate a combustíveis solúveis em água, tomando o cuidado para não derramar o combustível do seu reservatório antes da diluição adequada do mesmo, o que provocaria uma propagação do incêndio. A aplicação de vapor, normalmente, é utilizada quando o combate ocorre sobre um equipamento que já trabalha super aquecido, evitando desta forma choque térmico sobre o equipamento. Formas de Aplicação da Água A água apresenta excelente resultado no combate a incêndios da Classe A, podendo ser usada também na Classe B, não podendo ser utilizada na Classe C, pois conduz corrente elétrica. 5.2. Espuma É uma solução aquosa de baixa densidade e forma contínua, é constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) formadas de película d'água. Para que se formem as películas, é necessário a mistura de um agente espumante. Podemos ter dois tipos clássicos de espuma: Espuma Química e Espuma Mecânica. Espuma Química é resultante de uma reação química entre uma solução composta por "água, sulfato de alumínio e alcaçuz" e outra composta por "água e bicarbonato de sódio". Espuma Mecânica é formada por uma mistura de água com uma pequena porcentagem (1% a 6%) de concentrado gerador de espuma e entrada forçada de ar. Essa mistura, ao ser submetida a uma turbulência, produz um aumento de volume da solução (de 10 a 100 vezes) formando a Espuma. Como agente extintor a espuma age principalmente por abafamento, tendo uma ação secundária de resfriamento, face a existência da água na sua composição. Existem vários tipos de espuma que atendem a tipos diferentes de combustíveis em chamas. Alguns tipos especiais podem atender uma grande variedade de combustíveis. A Espuma apresenta excelente resultado no combate a incêndios das Classes A e B, não podendo ser utilizado na Classe C, pois conduz corrente elétrica. 5.3. Dióxido de Carbono (CO2 - Gás Carbônico) É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar, não é tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia. Atua por abafamento, dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos. M1 - 16 Vida Alheia e Riquezas Salvar Não conduz corrente elétrica, nem suja o ambiente em que é utilizado. O Dióxido de Carbono apresenta melhor resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga somente na superfície. 5.4. Pó Químico (PQS) Composto de finíssimas partículas com características de um talco micro-pulverizado, não abrasivo, não condutor de corrente elétrica, normalmente de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio. Atua por abafamento. Não conduz corrente elétrica, não é tóxico, mas sua ingestão em excesso provoca asfixia. Contamina o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive equipamentos eletrônicos, desta forma, deve-se evitar sua utilização em ambiente que possua estes equipamentos no seu interior. O Pó Químico Seco apresenta melhor resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga somente em superfície. M1 - 17
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