Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Enfermagem Clínica Medica - Apostilas - Medicina Part1, Notas de estudo de Medicina

Apostilas de Medicina sobre o estudo da Enfermagem em Clínica Médica, introdução à assistência de enfermagem ao paciente clínico, assistência de enfermagem em afecções do sistema respiratório.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 01/07/2013

Kaka88
Kaka88 🇧🇷

4.5

(232)

171 documentos

1 / 46

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Enfermagem Clínica Medica - Apostilas - Medicina Part1 e outras Notas de estudo em PDF para Medicina, somente na Docsity! nas A , P , | + .. qu T 7 Enfermagem em Clinica Médica Profa Aretusa Delfino QECISA APRESENTAÇÃO Pretende-se com esta apostila suprir a necessidade de um material básico, fonte de consulta, que guiasse os alunos no estudo do componente curricular CLÍNICA MÉDICA do Curso Técnico de Enfermagem, de forma que a matéria pudesse ser a- prendida, baseada em informações adaptadas as nossas necessidades e dentro das roti- nas das instituições de saúde do nosso meio. A intenção é a contribuição para o conhe- cimento geral, fazendo-nos crescer como profissionais de saúde para o tratamento do semelhante. A Enfermagem na Clínica Médica deve propiciar a recuperação dos pacientes para que alcancem o melhor estado de saúde física, mental e emocional possível, e de conservar o sentimento de bem-estar espiri- tual e social dos mesmos, sempre envolvendo e capacitando-os para o auto cuidado juntamente com os seus familiares, prevenindo doenças e danos, visando a recuperação dentro do menor tempo possível ou propor- cionar apoio e conforto aos pacientes em processo de morrer e aos seus familiares, respeitando as suas cren- ças e valores, sendo esses alcançados com a ajuda dos profissionais de enfermagem na realização dos cuida- dos pertinentes a estes. Aretusa Delfino de Medeiros Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros SÍNDROME DE ALZHEIMER 98 CRISE CONVULSIVA 100 EPILEPSIA 103 ESCLEROSE MÚLTIPLA 106 ANEURISMA CEREBRAL 107 COMA: ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA 109 UNIDADE XI - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS AFECÇÕES NEOPLÁSICAS 112 UNIDADE XII - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES GRAVES E AGONIZANTES 116 UNIDADE XIII - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTE PORTADORES DE DOENÇAS INFECCIOSAS 118 ISOLAMENTO 118 TIPOS DE ISOLAMENTO: 118 PRECAUÇÕES – PADRÃO 119 ALGUMAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS 119 ANEXOS 125 ESTUDO CLÍNICO OU ESTUDO DE CASO CLÍNICO 127 ROTEIRO PARA ESTUDO DE CASO: 127 ESTÉTICA DO ESTUDO DE CASO 130 BIBLIOGRAFIA 136 Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 6 UNIDADE I - INTRODUÇÃO À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CLÍNICO CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE SAÚDE X DOENÇA Comumente, em nível de organismo tem-se por definição de saúde como sendo a do estado oposto ao da doença e, em decorrência corresponderia a conceito que se subordina à ausência desta. As situações ideais têm inspirado conceituações de saúde. Não obstante, inci- dem invariavelmente em deficiências que tendem a se acentuar, à medida que se apro- fundam no terreno das da imprecisão dos enunciados. A mais potente nesse sentido, e talvez a mais difundi- da, bem a ser elaborada pela OMS e que figura no preâmbulo de sua constituição. Diz ela que saúde vem a ser “o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. É eviden- te a falta de precisão, em especial no que concerne ao significado da expressão “completo bem-estar”. Cer- tamente, esse pode variar de acordo com o indivíduo, o tempo e o espaço. Em outras palavras, o que é bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a presença de bem-estar significa a ausência de doença. Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada porque todos possuem algum grau de saúde: em excelentes condições, razoavelmente bem, com alguma perturbação, e enfermos. Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que tendem a alterar o equilíbrio da sua saúde; é o ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo. O com- plexo processo de redução da saúde não é provocado por fatores simples ou específicos, mas pelo resultado da ligação contínua entre causas e efeitos. Para considerar o indivíduo com saúde, é necessário que ele atinja um nível excelente de ajustamento e equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio ambiente. Distingue-se da enfermidade, que é a alteração danosa do organismo. O dano patológico pode ser estrutural ou funcional. Doença (do latim dolentia, padecimento) é o estado resultante da consciência da perda da homeosta- sia de um organismo vivo, total ou parcial, causada por agentes externos ou não, estado este que pode cursar devido à infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas, seqüelas de trauma, hemorragias, neo- plasias ou disfunções orgânicas. Daí a definição de doença como sendo o conjunto de fenômenos desenvolvidos em organismos, as- sociados a uma característica, ou série de características comuns, que diferenciam esses organismos dos normais da mesma espécie, e de maneira a situá-los em posição biologicamente desvantajosa em relação àqueles. A doença é um processo anormal no qual o funcionamento de uma pessoa está diminuído ou prejudi- cado em uma ou mais dimensões. É o resultado do desequilíbrio entre o homem e o meio físico, mental e social. É importante distinguir os conceitos de doença aguda, crônica e crônico-degenerativa: 1. Doença aguda É aquela que têm um curso acelerado, terminando com convalescença ou morte em menos de três meses. A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O inicio dos sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa recuperação com desapare- Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 7 cimento gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças. Na fase de recuperação pode ocorrer as recrudescências, que são exacerbamentos dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas, devido à presença continuada do fator desencadeante e do estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções. As doenças agudas distinguem-se dos episódios agudos das doenças crônicas, que são exacerbação de sintomas normalmente menos intensos nessas condições. 2. Doença crônica é uma doença que não é resolvida num tempo curto. As doenças crônicas são doenças que não põem em risco a vida da pessoa num prazo curto, logo não são emergências médicas. No entanto, elas podem ser extremamente sérias, As doenças crônicas incluem também todas as condições em que um sintoma existe continuamente, e mesmo não pondo em risco a saúde física da pessoa, são extremamente in- comodativas levando à perda da qualidade de vida e atividades das pessoas. Muitas doenças crônicas são assintomáticas ou quase assintomáticas a maior parte do tempo, mas caracterizam-se por episódios agudos perigosos e/ou muito incomodativos. 3. Doença crônico-degenerativa predomina na idade adulta, e sua incidência, prevalência e mortalidade se elevam à medida que aumenta a vida média da população. São caracterizadas por uma evolução lenta e pro- gressiva, irreversível, por um longo período de latência assintomático, exigindo constante supervisão, obser- vação e cuidado. Ao realizar as ações de enfermagem através de uma abordagem holística, o profissional de enferma- gem ajuda o cliente a adquirir um estado de saúde. No entanto, para desempenhar efetivamente essas ações, o profissional de enfermagem deve identificar corretamente as faltas ou as deficiências relativas à saúde do cliente. Dentre outras, as prioridades epidemiológicas que hoje demandam assistência clínica ambulatorial e/ou hospitalar são as afecções do aparelho circulatório e respirató- rio, gastrointestinal, endócrino, afecções neurológicas, hematopoiéticas e reumáticas, além das afecções otorrinolaringológicas, oftalmológicas, neoplásicas e urinárias. Clínica Médica: É um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do indiví- duo com idade superior a 12 anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico, que não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àqueles que estão hemodina- micamente estáveis, neste setor é prestada assistência integral de enfermagem aos pacientes de média com- plexidade. CLÍNICA: Vem do grego Kline = leito, acamado. MÉDICA: Vem do latim medicus = Cuidar de. A clínica médica compreende um grupo de especialidades médicas desenvolvidas dentro de uma u- nidade hospitalar, organizada segundo um conjunto de requisitos, onde o paciente internado é submetido a exames clínicos (anamnese), físicos, laboratoriais e especiais com a finalidade de definir um diagnóstico e, a seguir um tratamento específico. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 10 UNIDADE II - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓ- RIO Anatomia: É formado por um conjunto de órgãos responsáveis pela absor- ção de oxigênio do meio ambiente e a eliminação de dióxido de carbono para o meio ambiente. Órgãos do sistema respiratório: - vias aéreas superiores: fossas nasais, boca, faringe. - vias aéreas inferiores: laringe, traquéia, brônquios, pulmões. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) Estado de doença pulmonar no qual o fluxo de ar está obstruído. É constituída pela bronquite crônica, enfisema, asma. Acelera as alterações fisiológicas da função pulmonar que são causadas pelo envelhecimen- to. A obstrução do ar pode ser reversível ou irreversível. Fisiologia: Obstrução aérea que reduz o fluxo de ar varia conforme a doença adjacente. → Bronquite crônica: o acúmulo excessivo de secreções bloqueia as vias respiratórias; → Enfisema: a troca gasosa comprometida (oxigênio, carbono) resulta da destruição das paredes do alvéolo superestendido; → Asma: as vias aéreas inflamadas e constritas obstruem o fluxo aéreo. Manifestações clínicas: - dispnéia (em repouso, pode ser grave); - tosse (uso de músculos acessórios); - aumento no trabalho respiratório; - perda de peso (interferência na alimentação); - intolerância os esforços/exercícios. -Ruídos Adventícios(sibilos,roncos,estertores:sons anormais percebidos na ausculta pulmonar) -Baqueateamento dos dedos – aumento do volume das pontas dos dedos das mãos e perda do ângulo de e- mergência da unha) A gravidade da doença é determinada por exames de avaliação da função pulmonar. Fatores de risco: Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 11 - exposição à fumaça do fumo (fumante, tabagista passivo); - poluição do ar ambiente; - infecções respiratórias; - exposição ocupacional; - anormalidades genéticas. Complicações: podem variar dependendo do distúrbio adjacente: pneumonia; atelectasia; pneumotórax; enfisema; insuficiência e falência respiratória; hipertensão pulmonar (cor pulmonale). Tratamento: - oxigenioterapia (contínua ou intermitente); - broncodilatadores (melhorar o fluxo aéreo, prevenir a dispnéia); - corticosteróides; - reabilitação pulmonar (componentes educacionais, psicossociais, comportamentais e físicos); - exercícios respiratórios (tosse assistida, respiração profunda, drenagem postural, entre outros); - retreinamento/exercícios. - ensino do paciente e da família; - medidas de enfrentamento do estresse - educação em terapia respiratória - terapia ocupacional para conservação da energia durante as atividades da vida diária. Pontos importantes para a assistência: - orientar para deixar de fumar (intervenção terapêutica mais importante). O tabagismo deprime a atividade macrófaga das células e afeta o mecanismo ciliar de limpeza do trato respiratório, cuja função é manter as passagens respiratórias livres de irritantes inalados, bactérias e outras matérias estranhas. O tabagismo tam- bém causa um crescente acúmulo de muco, que produz mais irritação, infecção e dano para o pulmão. - orientar para vacinação; - evitar contato com alta concentração de pólen no ar e poluição ambiental; - evitar exposição a extremos de temperatura (elevadas com alto grau de umidade ou frio intenso); - resgate da auto-estima e da sensação de limitação e de impotência (valorização, esperança, bem-estar); - monitorizar ritmo respiratório (dispnéia e hipoxemia); - atentar para efeitos colaterais da medicação; - atentar para sinais de infecção (bacteriana ou virótica), que agravam o quadro e aumentam os riscos de Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 12 falência respiratória; - oximetria de pulso; - cuidados específicos na intubação e ventilação mecânica; - em estado grave - alterações cognitivas, dispnéia, taquipnéia e taquicardia. BRONQUITE Conceito: É a inflamação da mucosa brônquica, caracterizada por produção excessiva de secreção da muco- sa na árvore brônquica.Tosse produtiva que dura 3 meses em cada 2 anos consecutivos, em paciente que tem outras causas excluídas. Fatores de Risco: o fumo é o principal fator de risco (o tabagismo deprime a atividade macrófaga das células e afeta o mecanismo ciliar de limpeza do trato respiratório, cuja função é manter as passagens respi- ratórias livres de irritantes inalados, bactérias e outras matérias estranhas. o tabagismo também causa um crescente acúmulo de muco, que produz mais irritação, infecção e dano para o pulmão. - inalação de fumaça de fumo; - poluição do ar; - exposição ocupacional a substâncias perigosa suspensas no ar. Aumenta à susceptibilidade a infecção do trato respiratório inferior. As crises são mais freqüentes durante o inverno. Mais freqüente na 5ª década de vida, aliada a história de tabagismo e aumento da freqüência das infecções respiratórias. Sintomas: tosse, com produção de catarro, expectoração espessa e gelatinosa, sibilos e dispnéia. Diagnóstico: Exame clínico,RX e Espirometria Tratamento: broncodilatadores,antibióticos,corticoesteróides,oxigenioterapia e inaloterapia. ENFISEMA PULMONAR Conceito: Distensão anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das pa- redes alveolares. É o estágio final de um processo que progrediu por muitos anos, onde ocorre a perda da elasticidade pulmonar.A função pulmonar, na maioria dos casos, está irreversivelmente comprometida. Ao lado da bronquite obstrutiva crônica é a principal causa de incapacidade. Causas: o tabagismo é a principal causa; * predisposição familiar – anormalidade na proteína plasmática alfa 1-antitripsina (inibidor de enzima), sem a qual certas enzimas destroem o tecido pulmonar. * sensibilidade a fatores ambientais (fumaça do fumo, poluentes aéreos, agentes infecciosos, alérgenos). Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 15 PNEUMONIA Conceito: Inflamação do parênquima pulmonar causada por vários tipos de microorganismos e agentes químicos. Microorganismos: bactérias, micobactérias, clamídia, micoplasma, fungos, parasitas, vírus. Etiologia: As principais causas infecciosas de pneumonia incluem: bactérias  pneumonia bacteriana por germes gram-positivos e gram-negativos. vírus  pneumonia viral por vírus da influenza, parainfluenza e adenovírus. fungos  pneumonia fúngica por Cândida albicans e aspergillus. protozoários  p. parasitária por Pneumocistis carinii: pacientes de AIDS. Obs.: fungos e protozoários são considerados germes oportunistas, causam pneumonia após extenso uso de antibióticos, corticóides, antineoplásicos, ou em pessoas com AIDS, ou intensamente debilitadas. A pneumonia também pode resultar de: aspiração brônquica de líquidos, alimentos, vômitos, etc, inalação de substâncias tóxicas ou cáusticas, fumaças, poeiras ou gases. complicação de imobilidade ou de doenças crônicas. Classificação: # Adquirida na comunidade (até 48h); # Adquirida no hospital (depois de 48h); # No hospedeiro imunocomprometido; # Por aspiração. Fisiopatologia: As características das vias aéreas superiores impedem que partículas potencialmente infecciosas al- cancem o trato inferior (normalmente estéril). Surge a partir da flora normal presente em um paciente cuja resistência foi alterada, ou é resultante da aspiração da flora presente na orofaringe. Pode ser conseqüência de microorganismos transportados pelo sangue, que entram na circulação pulmonar e ficam aprisionados no leito capilar pulmonar, tronando-se uma fonte potencial de pneumonia. Progride para uma reação inflamatória nos alvéolos, produzindo um exsudato que interfere com a difusão do oxigênio e do dióxido de carbono. Os leucócitos (em sua maioria neutrófilos) migram para dentro dos alvéolos e preenchem os espaços que normalmente contêm ar. As áreas do pulmão deixam de ser adequadamente ventiladas devido ás secre- ções e ao edema da mucosa que provocam oclusão parcial do brônquio ou dos alvéolos, com diminuição na tensão alveolar de oxigênio. Pode haver hipoventilação, que causa desequilíbrio na ventilação/perfusão da área afetada. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 16 O sangue venoso, entrando na circulação pulmonar, passa através da área subventilada e para o lado esquerdo do coração precariamente oxigenado. A mistura do sangue oxigenado, precariamente oxigenado ou desoxigenado vai resultar em hipoxemia arterial. Tipos: 1. Lobar - acomete parte de um ou mais lobos 2. Broncopneumonia - distribuída de forma macular, originada em uma ou mais áreas localizadas dentro dos brônquios e estendendo-se para o parênquima pulmonar adjacente. 3.Nosocomial- adquirida após 48h de internação Fatores de risco: Defesas comprometidas; infecções virais; doenças subjacentes – ICC, diabetes, DPOC, AIDS, cân- cer, neutropenia -; tabagismo; alcoolismo; intoxicação alcoólica; idade avançada; reflexo de tosse deprimi- do; antibioticoterapia; anestésico geral, sedativo (depressão respiratória); broncoaspiração; terapia respirató- ria com equipamento que não foi adequadamente limpo. Manifestações clínicas: febre (40°), dor torácica, dispnéia, calafrios, cianose, tosse dolo- rosa e produtiva, escarro ferruginoso,cefaléia,náuseas,vômitos, mialgia,artralgia,lábios e língua ressecadas. Complicações: derrame pleural, abscesso, empiema, hipotensão, bronquite crônica, e ICC. Cuidados de enfermagem: Oferecer e encorajar a ingestão de líquidos (6 a 8 copos ao dia); Estimular mudança de decúbito de 2/2 horas, quando o cliente apresentar bom nível de consciência; Encorajar mobilização no leito e atividade física conforme tolerado; Orientar ou apoiar o tórax do cliente durante a tosse; Fazer avaliação respiratória pela ausculta; Incentivar a prática da respiração profunda e tosse eficaz. Aspirar naso e orofaringe a intervalos curtos. Orientar e encorajar o cliente a repousar o máximo possível; Observar alterações na FR, FC, ocorrência de dispnéia, palidez ou cianose e disritmia, durante a ativida- de; Avaliar o nível de tolerância do cliente a qualquer atividade; Programe, junto com o cliente, atividades gradativamente aumentadas, com base na tolerância . - manter o paciente em repouso, em quarto arejado, evitando correntes de ar; - manter o ambiente tranqüilo, calmo e que proporcione conforto ao paciente; - fazer a higiene oral e corporal, mantendo o paciente limpo; - verificar e anotar os sinais vitais (T, R, P, PA) de 4/4 h; - oferecer dieta hipercalórica e hiperprotéica; - estimular a ingestão de líquidos; Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 17 - cuidados com a oxigenoterapia; - orientar o paciente a utilizar lenços de papel e descartá-los corretamente. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Conceito: Ocorre quando o organismo não realiza a troca de oxigênio por dióxido de carbono adequada- mente, isto faz com que o nível de dióxido de carbono (CO2) se eleve e o de oxigênio (O2) diminua, cau- sando hipóxia Tipos: - Aguda: é a falência respiratória que surge nos pacientes cujos pulmões eram estrutural e funcionalmente normais, ocorre rapidamente. - Crônica: é a falência respiratória que surge nos pacientes com doença pulmonar crônica, surge em período de meses ou anos. Causas: ventilação inadequada, obstrução de vias aéreas superiores, uso de drogas, anestésicos, doenças pulmonares pré-existentes, complicações pós-operatórias, politraumatismos, etc. Diagnóstico: Exame laboratorial (gasometria) ou pelos sinais clínicos Sinais Clínicos: - ↑ FC (Freqüência Cardíaca) - ↑ FR (Freqüência respiratória) - Hipóxia (dispnéia, taquipnéia, hipotensão, taquicardia, bradicardia, arritmias, cianose) - Desorientação, queda do nível de consciência, agitação psicomotora) - Uso de músculos acessórios da respiração - Sudorese Tratamento: - Cânula orofaríngea (Guedel): dispositivo de borracha para ser introduzido na boca evitando o deslocamen- to da língua. Varia de tamanho de acordo com o paciente - Cânula naso-faríngea: dispositivo de borracha para ser introduzido pelo nariz. O tamanho varia de acordo com o paciente. - Monitorização: oxímetro de pulso e monitor cardíaco. - Oxigenoterapia: administração de oxigênio quando o paciente está com hipóxia. Métodos de administração de oxigênio: Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 20 Sintomas e Diagnóstico Os sintomas mais comuns, independente do tipo de líquido presente no espaço pleural ou de sua cau- sa, são a dificuldade respiratória e a dor torácica. No entanto, muitos indivíduos com derrame pleural não apresentam qualquer sintoma. Uma radiografia torácica mostrando a presença de líquido é geralmente o primeiro passo para o estabelecimento do diagnóstico. A tomografia computadorizada (TC) mostra mais nitidamente o pulmão e o líquido, e pode revelar a presença de uma pneumonia, de um abcesso pulmonar ou de tumor. Tratamento: Os derrames pleurais pequenos podem necessitar apenas do tratamento da causa subjacente. Os der- rames maiores, especialmente aqueles que produzem dificuldade respiratória, podem exigir a retirada do líquido (drenagem). Normalmente, a drenagem alivia significativamente a dificuldade respiratória. Freqüen- temente, o líquido pode ser drenado através de uma toracocentese, procedimento no qual uma pequena agu- lha (ou um cateter) é inserida no espaço pleural. Embora ela comumente seja realizada com objetivos diag- nósticos, a toracocentese permite a remoção de até 1,5 litro de líquido de cada vez. EMBOLIA PULMONAR Definição: É uma complicação das doenças cardiopulmonares e a causa mais freqüente é o despre- endimento de um trombo que „viaja” através da circulação, obstruindo a circulação pulmonar; Principais Causas: bolhas de ar,gotas de gordura e fragmentos de tumor, e ainda imobilidade no lei- to estão associados a esta doença.Forças mecânicas,como movimentos musculares súbitos,mudanças de ve- locidade do fluxo sanguineo,podem ocasionar a desintegração e o desprendimento de trombos das paredes dos vasos sanguíneos.Esses êmbolos são então, transportados pela corrente sanguínea, atravessam o coração e atigem o leito vascular pulmonar até se alojarem em um vaso que não lhes permite passagem.O efeito final depende do tamanho e do número de êmbolos. ORIENTAÇÕES A UM PACIENTE PARA COLETA DE ESCARRO Uma boa amostra de escarro é o que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, nem tampouco a que contém somente saliva. O volume ideal está compreendido entre 3 a 10ml. Não é necessário estar em jejum, porém é importante que a boca esteja limpa, sem resíduos ali- mentares.Isto é conseguido através de um simples bochecho com água. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 21 Não escovar os dentes nem usar antisséptico oral; Devem ser coletadas pelo menos 2 amostras. A. Primeira amostra: coletada quanto o paciente sintomático respiratório procura o atendimento na unidade de saúde, para aproveitar a presença dele e garantir a realização do exame laboratorial ou nas buscas ativas reali- zadas nos domicílios, nas delegacias de polícia, nos albergues, etc, em qualquer momento do dia. Não é ne- cessário estar em jejum, a amostra deve ser coletada em local aberto ao ar livre ou em sala bem arejada. B. Segunda Amostra: coletada na manhã do dia seguinte, assim que o paciente despertar.Essa amostra, em geral, tem uma quantidade maior de bacilos porque é composta da secreção acumulada na árvore brônquica por toda à noite. Orientações ao paciente: Recipiente coletor: entregar ao paciente: pote com tampa rosqueável já devidamente identificado( nome do paciente no copo do paciente) Procedimento de coleta: orientar o paciente para ao despertar de manhã, lavar a boca, sem escovar os dentes e escarrar após forçar a tosse.Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que esse es- corra pela parede externa do pote; As amostras devem ser coletadas em locais abertos e ao ar livre ou salas bem arejadas; Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição; Orientar para lavar as mãos após esse procedimento Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 22 UNIDADE III - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AFECÇÕES DO SISTEMA CARDIOVAS- CULAR O coração é um órgão muscular oco localizado no centro do tórax. Os lados direito e esquerdo do coração possuem uma câmara superior (átrio), que coleta o sangue, e uma câmara inferior (ventrículo), que o ejeta. Para assegurar que o sangue flua em uma só direção, os ventrículos possuem uma válvula de entrada e uma de saída. As principais funções do coração são: o fornecimento de oxigênio ao organismo e a eliminação de produtos metabólicos (dióxido de carbono) do organismo. Em resumo, o coração realiza essas funções atra- vés da coleta do sangue com baixa concentração de oxigênio do organismo e do seu bombeamento para os pulmões, onde ele capta oxigênio e elimina o dióxido de carbono. Em seguida, o coração recebe o sangue rico em oxigênio dos pulmões e o bombeia para os tecidos do organismo. Um Olhar Dentro do Coração A incidência em secção transversal do coração mostra a direção do fluxo sangüíneo normal. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 25 → Cuidados com a administração de diuréticos - oferecer o medicamento pela manhã; - realizar balanço hídrico; - pesar o paciente diariamente; - observar sinais de fraqueza, mal estar, câimbras musculares; - estimular a ingestão de alimentos ricos em potássio (laranja, limão, tomate), desde que não aja contra- indicação. ANGINA PECTORIS Definição: A angina, também denominada angina pectoris, é uma dor torácica transitória ou uma sensação de pressão que ocorre quando o miocárdio não recebe oxigênio suficiente. As necessidades de oxigênio do coração são determinadas pelo grau de intensidade de seu esforço, isto é, pela rapidez e pela intensidade dos batimentos cardíacos. O esforço físico e as emoções aumentam o trabalho cardíaco e, conseqüentemente, aumentam a de- manda de oxigênio do coração. Quando as artérias apresentam estreitamento ou obstrução de modo que o fluxo sangüíneo ao músculo não pode ser aumentado para suprir a maior demanda de oxigênio, pode ocorrer uma isquemia, acarretando dor. Causas  Doença arterial coronariana – aterosclerose (estreitamento da luz do vaso coronariano), arterite coronariana, espasmo arterial.  Distúrbios circulatórios - estenose aórtica, hipotensão (diminui retorno de sangue ao coração), es- pasmo arterial.  Distúrbios sangüíneos: anemia, hipoxemia e policitemia. Fatores de risco  Esforço físico, ingestão de alimentos aumentada.  Emoções  Exposição a baixas temperaturas Sintomas: A isquemia do miocárdio provoca ataques de DOR de gravidade variável, desde a sensação de pressão subesternal, até a dor agonizante com sensação de morte iminente. Tem as seguintes características:  sensação: aperto, queimação, esmagamento, enforcamento, “gases”, etc.  intensidade: geralmente, discreta ou moderada. Raramente, forte.  localização: retroesternal ou discretamente para a esquerda do esterno.  irradiação: ombro esquerdo  braço esquerdo  cotovelo  punho  dedos. Pescoço  braço direito  mandíbula  região epigástrica  peito. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 26  duração: normalmente, dura 5 minutos (em média), podendo durar 15 a 20 minutos, em caso de raiva extrema.  alívio: repouso e nitroglicerina Outros sintomas: dispnéia, palidez, sudorese, tonturas, palpitações e distúrbios digestivos (náuseas, vômitos). Diagnóstico:  Manifestações clínicas da dor  Anamnese  Teste de esforço: esteira rolante ou bicicleta.  ECG  Angiografia coronariana Tratamento: O tratamento é iniciado com medidas para se evitar a doença arterial coronariana, retardar sua pro- gressão ou revertê-la através do tratamento das causas conhecidas (fatores de risco). Os principais fatores de risco, como a hipertensão arterial e os elevados níveis de colesterol, são tratados imediatamente. O tabagis- mo é o fator de risco evitável mais importante da doença arterial coronariana. O tratamento da angina depende em parte da gravidade e da estabilidade dos sintomas. Quando os sintomas pioram rapidamente, a hospitalização imediata e o tratamento medicamentoso são usuais. Se os sintomas não forem substancialmente minimizados com o tratamento medicamentoso, a dieta e a alteração do estilo de vida, a angiografia pode ser utilizada para determinar a possibilidade de uma cirurgia de revas- cularização miocárdica ou de uma angioplastia. * Cuidados de enfermagem - avaliar as características da dor no peito e sintomas associados. - avaliar a respiração, a pressão sangüínea e freqüência cardíaca em cada episódio de dor torácica. - fazer um ECG, cada vez que a dor torácica surgir, para evidenciar infarto posterior. - monitorizar a resposta ao tratamento medicamentoso. - avisar o médico se a dor não diminuir. - identificar junto ao cliente as atividades que provoquem dor. - oferecer assistência de maneira calma e eficiente de modo a reconfortar o cliente até que o desconforto desapareça. - prover um ambiente confortável e silencioso para o cliente/família. - ajudar o paciente a identificar seus próprios fatores de risco. - ajudar o paciente a estabelecer um plano para modificações dos fatores de risco. - providenciar orientação nutricional ao cliente/família. - esclarecer o cliente/família acerca dos medicamentos que deverão ser tomados após a alta hospitalar. - esclarecer o cliente acerca do plano terapêutico. - explicar a relação entre a dieta, atividades físicas e a doença. * Cuidados de enfermagem na administração do nitrato - a nitroglicerina pode causar uma sensação de queimadura sob a língua quando dor forte; - orientar o paciente a não deglutir a saliva até que o comprimido esteja totalmente diluído; Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 27 - para ação mais rápida, orientar o paciente a triturar o comprimido entre os dentes (conforme prescrição médica); - orientar repouso até o desaparecimento dos sintomas; - comunicar qualquer alteração ao médico. REVISANDO: Pressão arterial: é a pressão do sangue de encontro às paredes arteriais. Pressão sistólica: pressão máxima do sangue exercida de encontro às paredes arteriais quando o coração se contrai ( 100 a 140 mmHg). Pressão diastólica: força do sangue exercida de encontro às paredes arteriais durante a fase de re- laxamento do coração ( 60 a 90 mmHg). Pressão sangüínea: é expressa como sistólica e diastólica (120 x 80 mmHg). Pressão de pulso ou pressão diferencial: diferença entre as pressões sistólica e diastólica (40 a 60 mmHg) - traduz o volume sistólico e a elasticidade arterial. Pressão arterial média: média das pressões sistólica e diastólica (PAM = PA sistólica + 2(PA dias- tólica) / 3) HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Definição:A pressão arterial alta (hipertensão) é geralmente um distúrbio assintomático no qual a elevação anormal da pressão nas artérias aumenta o risco de distúrbios como o acidente vascular cerebral, ruptura de um aneurisma, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e lesão renal. A hipertensão tem sido denominada de “assassino silencioso”, porque, em geral, ela não produz sin- tomas durante muitos anos (até ocorrer lesão de um órgão vital). O problema ocorre mais freqüentemente entre os indivíduos da raça negra – 38% dos adultos (principalmente mulheres) negros apresentam hiperten- são arterial, em comparação com 29% dos adultos da raça branca. Frente a um determinado nível de pressão arterial, as conseqüências da hipertensão são piores nos indivíduos da raça negra. A hipertensão arterial é definida pela pressão sistólica média em repouso de 140 mmHg ou mais e/ou pela pressão diastólica em repouso média de 90 mmHg ou mais. Nos casos de hipertensão arterial, é comum tanto a pressão sistólica quanto a pressão diastólica estarem elevadas. Classificação da HAS HAS primária ou essencial: corresponde a 90% dos casos. Não há causa específica identificável. Caracteri- za-se por uma lenta progressão na elevação da PA ao longo de um período de anos. HAS secundária: corresponde a 10% dos casos. Decorre de outras doenças orgânicas definidas. Este tipo de hipertensão é remitente desde que afaste a causa. Causas Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 30 - tomar regularmente o medicamento prescrito; - descrever os efeitos dos medicamentos ao paciente e os sinais e sintomas da superdosagem; - instruir o paciente para auto verificação da pressão arterial diariamente; - explicar a importância de aderir a um programa de exercícios; - orientar o cliente e a família sobre: programas educacionais de aconselhamento; importância da consulta médica e de enfermagem; importância da dieta alimentar; informar sobre os recursos da comunidade para o atendimento ao hipertenso. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Definição: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma situação grave causado pelo estreitamento de uma artéria coronária pela aterosclerose, ou pela obstrução total de uma coronária por êmbolo ou trombo, ocasio- nando a necrose de áreas do miocárdio. É A redução do fluxo sangüíneo também pode ser resultante de cho- que ou hemorragias Pode ser confundida com sintomas mais corriqueiros, tais como: flatulência, dor muscu- lar, tensões, dentre outros. Vale lembrar que na angina o suprimento de sangue é reduzido temporariamente, provocando a dor, enquanto no IAM ocorre uma interrupção abrupta do fluxo de sangue para o miocárdio. A incidência de infarto ainda é maior nos homens acima de 40 anos. Porém, mulheres no climatério que uti- lizam anticoncepcional e fumam apresentam uma mortalidade maior ao ter infarto. Observa- se que, hoje, há um aumento de pessoas infartadas com faixa etária menor, em decorrência do estilo da vida moderna. → Fatores de risco para aterosclerose (fatores de risco cardiovascular) O risco de ocorrer aterosclerose aumenta com a hipertensão arterial, níveis sangüíneos elevados de “colesterol ruim” (LDL-colesterol), níveis baixos de “colesterol bom” (HDL-colesterol), tabagismo, diabetes mellitus, obesidade (principalmente da cintura para cima ou abdominal), sedentarismo, estresse psicossocial, envelhecimento e a hereditariedade. Sintomas:Em geral, a aterosclerose não causa sintomas até haver produzido um estreitamento importante da artéria ou até provocar uma obstrução súbita. Os sintomas dependem do local de desenvolvimento da ateros- clerose. Por essa razão, eles podem refletir problemas no coração, no cérebro, nos membros inferiores ou em praticamente qualquer região do corpo. * Prevenção e Tratamento da aterosclerose: Para evitar a aterosclerose, devem ser eliminados os fatores de risco controláveis: níveis sangüíneos elevados de colesterol, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade e falta de exercício. Medidas gerais:  Reduzir a ingestão de gorduras e colesterol  Parar de fumar  Controle dietético  Tratamento de doenças como diabetes e hipertensão. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 31 O melhor tratamento para a aterosclerose é a prevenção. Quando a aterosclerose torna-se suficiente- mente grave a ponto de causar complicações, o médico deve tratar as complicações – angina, infarto do mi- ocárdio, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, acidente vascular cerebral ou obstru- ção de artérias periféricas. Manifestações clínicas do IAM: A dor torácica é o principal sintoma associado ao IAM. É descrita como uma dor súbita, subesternal, constante e constritiva, que pode ou não se irradiar para várias partes do corpo, como a mandíbula, costas, pescoço e membros superiores (especialmente a face interna do membro superior esquerdo). Muitas vezes, a dor é acompanhada de taquipnéia, taquisfigmia, palidez, sudorese fria e pegajosa, tonteira, confusão mental, náusea e vômito. A qualidade, localização e intensidade da dor associada ao IAM pode ser semelhante à dor provocada pela angina. As principais diferenças são: a dor do IAM é mais intensa; não é necessariamente produzida por esforço físico e não é aliviada por nitroglicerina e repouso. A dor decorrente do IAM quase sempre vem acompanhada da sensação de “morte iminente. Diagnóstico: O Geralmente se baseia na história da doença atual, no eletrocardiograma e nos níveis séricos (sangüíneos) das enzimas cardíacas. O prognóstico depende da extensão da lesão miocárdica. O tratamen- to pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da extensão e da área acometida. Os profissionais de saúde precisam estar atentos para um diagnóstico precoce, tendo em vista que esta é uma das maiores causas de mortalidade. O atendimento imediato, ao cliente infartado, garante a sua sobrevi- vência e/ou uma recuperação com um mínimo de seqüelas. O idoso nem sempre apresenta a dor constritiva típica associada ao IAM, em virtude da menor resposta dos neurotransmissores, que ocorre no período de envelhecimento, podendo assim passar despercebido. Assistência de enfermagem deve englobar os seguintes aspectos: Proporcionar um ambiente adequado para o repouso físico e mental; Fornecer oxigênio e administrar opiáceos (analgésico e sedativo) e ansiolíticos prescritos para alívio da dor e diminuição da ansiedade; Prevenir complicações, observando sinais vitais, estado de consciência, alimentação adequada, elimi- nações urinária e intestinal e administração de trombolíticos prescritos; Auxiliar nos exames complementares, como eletrocardiograma, dosagem das enzimas no sangue, eco- cardiograma, dentre outros; Atuar na reabilitação, fornecendo informações para que o cliente possa dar continuidade ao uso dos medicamentos, controlar os fatores de risco, facilitando, assim, o ajuste interpessoal, minimizando seus medos e ansiedades; Repassar tais informações também à família ARRITMIAS CARDÍACAS Definição: As arritmias são distúrbios da freqüência e do ritmo cardíacos causados por alterações no sistema de condução do coração. Podem ocorrer em pessoas com o coração normal ou ainda como resposta a outras doenças, distúrbios eletrolíticos ou intoxicação medicamentosa. A freqüência cardíaca normal varia de acor- do com a idade - quanto menor a idade, maior a freqüência. No adulto, pode oscilar entre 60 a 100 batimen- Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 32 tos por minuto (bpm). As arritmias de freqüência podem apresentar-se como taquicardia (acima de 10 bpm), bradicardia (abaixo de 60 bpm), fibrilação e flutter atrial (freqüência igual ou acima de 300 bpm). Manifestações Clínicas √ dor no peito, palpitações, falta de ar, desmaio, alteração do pulso e do eletrocardiograma (ECG), hipotensão, insuficiência cardíaca , choque. Diagnósticos: O eletrocardiograma (ECG) registra a atividade elétrica do coração, permitindo diagnosticar uma vasta gama de distúrbios cardíacos. Eletrodos são conectados aos pulsos, tornozelos e peito. São ativados 2 eletrodos de cada vez. Cada registro representa a atividade elétrica de uma região do coração. Quando auxi- liar este procedimento, oriente a pessoa a ficar relaxada e imóvel, isto poderá acalmá-la. Bradicardia Fibrilação Sem atividade elétrica PCR Tratamento O tratamento é feito com medicamentos antiarrítmicos, cardioversão elétrica e implantação de mar- capasso. As ações de enfermagem devem estar voltadas para: Transmitir segurança à pessoa que apresenta arritmia, estabelecendo diálogo, possibilitando à mesma expor seus sentimentos de impotência e insegurança, a fim de diminuir sua ansiedade; Proporcionar sono e repouso adequados, garantindo ambiente livre de ruídos; Monitorizar sinais vitais; Oferecer oxigênio, se necessário, para reduzir a hipóxia causada pela arritmia; Observar os cuidados com a administração de antiarrítmico (verificação de pulso antes e após a do- sagem prescrita); Orientar a família e a pessoa acometida sobre os procedimentos a serem realizados; e, quando a alta for dada, Destacar a importância do controle do estresse, de se evitar o uso do fumo e reduzir a ingestão de ca- feína (café, chá mate, chá preto, refigerantes a base de cola). Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 35 Sintomas: Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames laborato- riais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico de Anemia Ferropriva. Os principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengi- vas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia. Diagnóstico: O hemograma mostra a anemia, caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos menores que o normal (microcitose), por faltar-lhes conteúdo hemoglobínico. A dosagem plasmática da ferritina, forma química de armazenamento do ferro no organismo, mostra-a muito baixa ou ausente. Tratamento : A anemia ferropriva cura-se em dois a três meses com a administração de sulfato ferroso oral, além de uma dieta rica em carne vermelha, vegetais de folhas escuras também contêm muito ferro, mas sua absorção é menor. Os cereais de modo geral, e em particular o feijão e a lentilha, são ricos em ferro. Uma dieta equilibrada, portanto, deve suprir a necessidade diária de ferro, que é de 1mg, para compensar o con- sumo desse mineral, uma vez que a vida média do glóbulo vermelho e da hemoglobina é de aproximada- mente 120 dias. → ANEMIA PERNICIOSA - A vitamina B12, cujo nome científico é cianocobalamina, foi isolada e iden- tificada a partir de um extrato de fígado, em 1948. É indispensável, na espécie humana, para a proliferação dos glóbulos do sangue e para a manutenção da integridade das células nervosas. A vitamina B12 só existe no reino animal; os vegetarianos restritos (que não comem nenhum produto de origem animal), raríssimos no Brasil, desenvolvem a carência. A falta de vitamina B12 causa anemia e alterações neurológicas, que são progressivas e mortais se não houver tratamento Sintomas: glossite (língua vermelha e ardente), surgem dormências, depois falta de sensibilidade, nas ex- tremidades; deterioração mental irreversível. Diagnóstico: O hemograma mostra que a anemia é macrocítica, isto é, caracterizada pela presença de eri- trócitos (glóbulos vermelhos) maiores que o usual. A dosagem de vitamina B12 no soro sangüíneo é útil para o diagnóstico. Tratamento : Consiste na reposição através de injeção intramuscular de vitamina B12; dois ou três dias após a primeira injeção, o paciente sente-se eufórico, bem disposto e com apetite. A anemia cura-se em pou- cas semanas; os sintomas neurológicos de modo mais lento. Como a gastrite atrófica é uma doença definiti- va, o tratamento com uma injeção mensal de B12 deve ser mantido por toda a vida. → ANEMIA APLÁSTICA - É uma doença devido a uma alteração na função da medula óssea, onde existe uma falência na produção de células sanguíneas. A pancitopenia (número insuficiente de eritrócitos, leucóci- tos e plaquetas), afeta clientes de todas as idades e ambos os sexos. (Luckmann e Sorensen, 1993). Os agentes etiológicos fazem com que a medula óssea pare de produzir células sanguíneas. O início da anemia aplástica pode ser insidioso ou rápido. Nos casos hereditários, o início geralmente é gradual. Quando a insuficiência de medula óssea resulta de uma mielotoxinas, o início pode ser “explosivo”. Caso a condição não reverter, quando o agente agressor é removido, ela pode ser fatal. Sintomas: fraqueza e fadigas leves e progressivas; sangramento costuma ser leve, mas em certas ocasiões consiste em hemorragia da retina ou do sistema nervoso central; presença de petéquias ou de equimose na pele, mucosas, conjuntivas e fundo do olho. Diagnóstico: - Hemograma e esfregaço de sangue periférico: mostram diminuição nos números de eritrócitos e plaquetas. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 36 - Aspiração e biópsia da medula óssea: a medula óssea está hipocelular ou vazia, com um hematopoiese, bastante reduzido ou ausente. Tratamento: Nos casos de pacientes com aplasia leve deve-se procurar os possíveis agentes etiológicos, na expectativa de uma recuperação espontânea. O tratamento pode ajudar a prevenir perigosas complicações. É utilizado: - Hemotransfusão - Transplante da medula óssea. - A terapia com o imunossupressor. - A terapia de apoio. Prognóstico: A evolução do processo pode ser aguda e conduzir à morte dentro de poucos dias, com o quadro de hemorragias repetidas, necrose e septicemia generalizada ou prosseguir durante meses ou mesmo vários a- nos: vinte e cinco por cento dos pacientes morrem antes de três meses e cinqüenta por cento sobrevivem até vinte meses. → ANEMIA FALCIFORME - A Anemia Falciforme é uma doença genética e hereditária, causada por anormalidade de hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue. Esses glóbulos vermelhos perdem a forma discóide, enrijecem-se e deformam-se, tomando a formato de “foice”. Os glóbulos deformados, alongados, nem sempre conseguem passar através de pequenos vasos, bloqueando-os e impedindo a circulação do san- gue nas áreas ao redor. Como resultado causa dano ao tecido circunvizinho e provoca dor. A forma comum da Anemia Falciforme (Hbss) acontece quando uma criança herda um gene da he- moglobina falciforme da mãe e outro do pai. É necessário que cada um dos pais tenha pelo menos um gene falciforme, o que significa que cada um é portador de um gene da hemoglobina falciforme e um gene da hemoglobina normal. Como a condição de portador do traço falciforme é um estado benigno, muitas pessoas não estão cientes de que o possuem. Quando duas pessoas portadoras do traço falciforme resolvem ter filhos(s), é im- portante que saibam que para cada gestação há possibilidade de um para quatro de que a criança tenha doen- ça falciforme; há possibilidade de uma em duas de que a criança tenha o traço da falciforme e a chance de um em quatro de que tenha a hemoglobina normal. A anemia falciforme é mais freqüente na população negra e seus descendentes, mas ocorre também em brancos. A anemia falciforme não é contagiosa. As pessoas portadoras necessitam de cuidados especiais de saúde, desde a infância. TRAÇO FALCIFORME: A Anemia Falciforme não deve ser confundida com o traço falciforme. Traço falciforme significa que a pessoa é tão somente portadora da doença, com vida social normal. Sinais e sintomas de anemia falciforme - Crises dolorosas: dor em ossos, músculos e juntas associadas ou não a infecções, exposições ao frio, esfor- ços etc.; - palidez, cansaço fácil, icterícia (cor amarelada, visível principalmente no branco do olho); - úlceras (feridas) nas pernas nas crianças pode haver inchaço muito doloroso nas mãos e nos pés; Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 37 - pode haver também seqüestro do sangue no baço causando palidez muito grande, às vezes desmaio e au- mento do baço (é uma emergência); - maior tendência a infecções. Tratamento: Medicação para dor , Antibióticos,Aumento da oferta de líquidos,Transfusão sanguí- nea,Repouso no leito e Cirurgia Aconselhamento genético Pessoas que apresentam risco de gerar filhos com hemoglobinopatias graves têm o direito de ser in- formadas, através do aconselhamento genético, a respeito de todas as implicações dessas doenças. Cuidados de enfermagem - Incentivar ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais 3 vezes ao dia. - Proporcionar ambiente adequado a uma melhor aceitação da dieta. - Informar o paciente da importância da alimentação para a recuperação da sua saúde. - Envolver a família na orientação de um plano dietético para o pós-alta. HEMOFILIA Definição: é uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. Tipos: Existem dois tipos de hemofilia: A e B. A hemofilia A ocorre por deficiência do fator VIII de coagu- lação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX. A doença pode ser classificada, ainda, segundo a quantidade do fator deficitário em três categorias: grave (fator menor do que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve, acima de 5%. Neste caso, às vezes, a enfer- midade passa despercebida até a idade adulta. Causa:O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos sexuais XX. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras do defei- to. O filho do sexo masculino é que pode manifestar a enfermidade. Além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de san- gue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sangüínea. Diagnóstico: Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois provo- cam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimentos e as articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 40 - Fator genético. Existem quatro categorias dos principais tipos de leucemia: leucemias mielóide agudas e crônicas e leucemias linfóides agudas e crônicas. A leucemia aguda é progressiva e afeta células primitivas, perdendo a capacidade de desempenho das funções.Ocorre o crescimento rápido de células sanguíneas imaturas.Torna a medula óssea incapaz de produzir células sanguíneas saudáveis.Acomete maior número de crianças e leva a morte em semanas.A leucemia crônica progride mais lentamente permitindo o crescimento de maior nú- mero de células, já que podem ser capazes de exercer algumas de suas funções normais.ocorre um acúmulo de células sanguíneas relativamente maduras,porém ainda assim anormais.Acomete idosos e pode durar por 15 anos. *Leucemia Mielóide: caracteriza-se em anormalidade genética adquirida.Anormalidade nos cromossomos de números 0 à 22. *Leucemia Linfóide: leva a um número aumentado de células linfóides.Alterações a nível de DNA. Diagnóstico: A suspeita do diagnóstico é reforçada pelo exame físico. O paciente pode apresentar palidez, febre, aumento do baço (esplenomegalia) e sinais decorrentes da trombocitopenia, tais como epistaxe (san- gramento nasal), hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais, petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses (manchas roxas na pele). Na análise laboratorial, o hemograma estará alterado, porém, o diagnós- tico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma). Tratamento: Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea. O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é consegui- do entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades. Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (do- ença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas se- guintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento. O tratamento para leucemia crônica pode freqüentemente controlar a doença e seus sintomas, mas raramente a cura. Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais Do indi- víduo, uma vez que o paciente deve receber atenção integral, inseridos no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paci- Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 41 ente. Neste sentido, não deve faltar ao paciente e à sua família, desde o início do tratamento, o suporte psi- cossocial necessário, o que envolve o comprometimento de uma equipe multiprofissional e a relação com diferentes setores da sociedade, envolvidos no apoio às famílias e à saúde do doente. * Cuidados de enfermagem - justificar as técnicas de lavagem das mãos para qualquer pessoa que entre em contato com o cliente. - fazer uso de luvas e anti-sepsia rigorosa da pele para instalar infusões. - estabelecer uso de máscaras para pessoas que prestam cuidados direto ao cliente. - fazer e orientar higiene oral cuidadosa 3 a 6 vezes ao dia. - ajudar o cliente no banho diário, usando sabão bactericida. - colocar o cliente em quarto individual e orientar para que evite o contato com portadores de doenças con- tagiosas. - promover repouso no leito durante episódios de sangramento. - informar o cliente sobre a terapia, procedimentos diagnóstico e terapêuticos, explicando a finalidade e im- portância de cada um, antecipando possíveis reações e efeitos colaterais. - informar antecipadamente ao cliente, a possível ocorrência da perda do cabelo com a quimioterapia. Ex- plicar, que a alopécia é temporária; - procurar incluir familiares e pessoas significativas na atenção e cuidados ao cliente. - adotar cuidados especiais quando for necessário a administração de medicamentos por via IM e EV, e son- das; - oferecer dieta hipercalórica e hiperprotéica em intervalos regulares; - estimular ingesta hídrica; - adotar cuidados especiais na realização de tricotomias, lavagens intestinais, aplicação de calor; - observar e relatar freqüência e características da eliminações gastrintestinais e vesicais, atentando para pre- sença de sangue; - observar e registrar os efeitos colaterais dos quimioterápicos; - administrar medicações prescritas, obedecendo rigorosamente o horário; - realizar controle hídrico. Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 42 TRANSFUSÃO SANGUÍNEA A transfusão de sangue é a transferência de sangue ou de um hemocomponente (componente do sangue) de um indivíduo (doador) a outro (receptor). As transfusões são realizadas para aumentar a capacidade do sangue de transportar oxigênio, para restaurar o volume sangüíneo do organismo, para melhorar a imunidade ou para corrigir distúrbios da coagulação. Dependendo do motivo da transfusão, o médico pode prescrever sangue total ou um hemocomponente como, por exemplo, eritrócitos, plaquetas, fatores da coagulação san- güínea, plasma (a parte líquida do sangue) fresco congelado ou leucócitos. Sempre que possível, é realizada a transfusão apenas do hemocomponente que suprirá a necessidade específica do paciente, e não de sangue total. A administração de um hemocomponente específico é mais segura e evita o desperdício dos demais. Graças às melhores técnicas de triagem do sangue, as transfusões atualmente são mais seguras que nunca. No entanto, elas ainda apresentam riscos para o receptor (p.ex., reações alérgicas e infecções). Apesar da chance de infecção pelo vírus da AIDS ou da hepatite por transfusão ser remota, os médicos estão bem conscientes desse risco e somente a prescrevem quando não existe outra alternativa. * Sangue e Seus Componentes Um indivíduo que necessita urgentemente de uma grande quantidade de sangue (p.ex., alguém que apresenta um sangramento intenso) pode receber sangue total para ajudar na restauração da circulação e do volume líquido. O sangue total também pode ser administrado quando não existe a disponibilidade de um determinado componente separadamente. O componente do sangue mais comumente transfundido, o con- centrado de eritrócitos (mais comumente denominado concentrado de hemácias) consegue restaurar a capa- cidade de transporte de oxigênio do sangue. Esse hemocomponente pode ser administrado a um indivíduo que apresenta uma hemorragia ou uma anemia grave. Muito mais caras que o concentrado de hemácias, os eritrócitos congelados normalmente são reservados para as transfusões de tipos de sangue raros. Alguns in- divíduos que necessitam de sangue são alérgicos a ele. Quando as medicações não impedem a ocorrência de reações alérgicas, pode ser necessária a administração de eritrócitos lavados. A lavagem dos eritrócitos re- move quase todos os traços de substâncias que podem causar alergia do plasma do doador. A trombocitope- nia (quantidade muito pequena de plaquetas) pode acarretar hemorragia espontânea e grave. A transfusão de plaquetas pode restaurar a capacidade de coagulação do sangue. Os fatores da coagula- ção do sangue são proteínas plasmáticas que normalmente atuam em conjunto com as plaquetas para auxiliar na coagulação sangüínea. Sem a coagulação, o sangramento não seria interrompido após uma lesão. Os con- centrados de fatores da coagulação podem ser administrados aos indivíduos que apresentam um distúrbio hemorrágico hereditário (p.ex., hemofilia). O plasma também é uma fonte de fatores da coagulação sangüí- Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 45 A gastrite também pode ser induzida pela ingestão de agentes corrosivos, como os produtos de lim- peza, ou pelos elevados níveis de radiação (por exemplo, na radioterapia). Sintomas Os sintomas variam conforme o tipo de gastrite.  Desconforto epigástrico  Hipersensibilidade abdominal  Eructação, náuseas e vômitos  Cólicas, diarréia 5 horas após a ingestão de substâncias ou alimentos contaminados  Hematêmese, às vezes. Diagnóstico: O médico suspeita duma gastrite quando o paciente tem dores na parte alta do abdome, bem como náuseas ou ardor. Se os sintomas persistirem, muitas vezes não são necessárias análises e começa-se o tra- tamento em função da causa mais provável. Se a gastrite se mantiver ou reaparecer, deve-se procurar a causa, por exemplo, uma infecção, analisa os hábitos dietéticos, o consumo de medicamentos e a ingestão de álcool. A gastrite bacteriana pode ser di- agnosticada com uma biopsia. Tratamento:  Farmacológico: anti-eméticos; antiácidos, etc.  Regime dietético Muitos especialistas tratam uma infecção por Helicobacter pylori se provocar sintomas. Por vezes, pode ser difícil eliminar o Helicobacter pylori do estômago. Cuidados de enfermagem - proporcionar conforto e segurança, um ambiente repousante, calmo e tranqüilo; - manter uma ventilação adequada no ambiente; - dar apoio psicológico, ouvir com atenção e anotar as queixas do paciente; - orientar as visitas e familiares para evitar conversas que pertubem o paciente; - diminuir a atividade motora do estômago oferecendo uma dieta branda e várias vezes ao dia; - higiene oral 3 vezes ao dia com uma solução anti-séptica; - verificar e anotar os SSVV 4/4 horas; - administra a medicação prescrita com controle rigoroso do horário. ÚLCERA PÉPTICA Definição: É uma ferida bem definida, circular ou oval, causada por o revestimento do estômago ou do duodeno ter sofrido lesão ou simples erosão pelos ácidos gástri- cos ou pelos sucos duodenais. Quando a úlcera é pouco profunda, denomina-se ero- são. A pepsina é uma enzima que trabalha juntamente com o ácido clorídrico pro- duzido pela mucosa gástrica para digerir os alimentos, sobretudo as proteínas. A úlcera péptica forma-se no revestimento do trato gastrointestinal exposto ao ácido e às enzimas digestivos (principalmente do estômago e do duodeno). Os nomes das úlceras identificam a sua localização anatômica ou as circunstâncias em que se desenvolvem. A úlcera duodenal, o tipo mais comum Clínica Médica – Profª Aretusa Delfino de Medeiros 46 de úlcera péptica, surge no duodeno (os primeiros centímetros de intestino delgado imediatamente a seguir ao estômago). As úlceras gástricas, que são as menos freqüentes, normalmente situam-se na parte alta da curvatura do estômago. Se for extirpada cirurgicamente parte do estômago, podem desenvolver-se úlceras marginais na zona em que o estômago remanescente voltou a ligar-se ao intestino. A repetida regurgitação de ácido procedente do estômago para o segmento inferior do esôfago pode provocar inflamação (esofagite) e úlceras esofágicas. As úlceras que aparecem como conseqüência do stress derivado duma doença grave, queimaduras ou traumatismos, denominam-se úlceras de stress. Causas: Uma úlcera desenvolve-se quando se alteram os mecanismos de defesa que protegem o estômago ou o duodeno do suco gástrico (por exemplo, quando se altera a produção da quantidade de muco). Não se conhecem as causas de tais alterações. Praticamente todas as pessoas produzem ácido no estômago, mas só entre 1 % e 10 % desenvolvem úlceras. Sintomas: A úlcera típica tende a curar-se e a recidivar. Os sintomas podem variar conforme a localização e a idade do indivíduo. As crianças e as pessoas de idade avançada podem não apresentar os sintomas habitu- ais ou até nenhum tipo de sintoma. Nestas circunstâncias, as úlceras descobrem-se só quando surgem com- plicações. Apenas cerca de metade dos afetados com úlceras duodenais apresentam sintomas típicos: dor, ardor, corrosão, sensação de vazio e fome. A dor tende a aparecer quando o estômago se encontra vazio. A úlcera normalmente não dói ao acordar, mas a dor normalmente começa pelo meio da manhã. A dor é constante, de intensidade ligeira ou moderada e localiza-se numa área definida, quase sempre mesmo abaixo do esterno. A ingestão de leite, de alimentos ou de antiácidos normalmente alivia-a, mas costuma voltar duas ou três horas depois. Os sintomas das úlceras gástricas não seguem muitas vezes os mesmos padrões que as úlceras duo- denais, visto que o comer pode desencadear ou aumentar a dor mais do que aliviá-la. As úlceras gástricas são mais propensas a provocar edema da porção do estômago que se abre para o duodeno, o que pode impe- dir que a comida saia adequadamente do estômago. Isto pode provocar distensão do abdome, náuseas ou vômitos depois das refeições. Quando surgem complicações das úlceras pépticas, como a hemorragia ou a perfuração, os sintomas agravam-se. Diagnóstico: Deve-se suspeitar da presença duma úlcera quando a pessoa sente uma dor característica no estômago. Pode ser necessário fazer exames para confirmar o diagnóstico, Para facilitar o diagnóstico das úlceras e identificar a sua origem, o médico pode fazer uso dum endoscópio, requerer radiografias com con- traste, analisar o suco gástrico e fazer análises ao sangue. A endoscopia é um procedimento ambulatório em que se introduz, através da boca, um tubo flexível de visualização (endoscópio) que permite observar dire- tamente o interior do estômago.Com um endoscópio, pode ser feita uma biopsia (obter uma amostra de teci- do para ser examinada ao microscópio) para determinar se uma úlcera gástrica é cancerosa. Tratamento: Um dos aspectos do tratamento das úlceras duodenais ou gástricas é o de neutralizar ou dimi- nuir a acidez. Este processo é iniciado com a eliminação de possíveis agentes irritantes do estômago, como os medicamentos antiinflamatórios não esteróides, o álcool e a nicotina. Embora a dieta mole possa ocupar um lugar no tratamento da úlcera, não existem evidências definitivas que apóiem a opinião de que tais dietas acelerem a cura ou evitem as recidivas. No entanto, deverá evitar as comidas que possam piorar a dor e a distensão. 1- Antiácidos Os antiácidos aliviam os sintomas, facilitam a cura e diminuem o número de recidivas das úlceras. A maioria dos antiácidos pode ser adquirida sem receita médica. 2- Medicamentos antiulcerosos As úlceras são normalmente tratadas durante 6 semanas, no mínimo, com fármacos que reduzam o meio ácido do estômago e do duodeno. Qualquer dos medicamentos antiulcerosos pode neutralizar ou redu-
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved