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Guias e Dicas
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Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Agronômica

Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, manual da Embrapa revisado em setembro de 2009. Livro muito interessante para os estudantes de agronomia, eng. florestal e todos que trabalham com classificação de solos.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 11/12/2010

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Baixe Sistema Brasileiro de Classificação de Solos e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! Liv-0608A NR Brasileiro de Classificação de Solos Revisado em Setembro de 2009 2 Exemplares desta Publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Informação Tecnológica Parque Estação Biológica, PqEB, Av.W3 Norte (final) Caixa Postal 040315 CEP70770-901 Brasília, DF Tel: 0 xx 61 448-4162 / 448-4155 Fax: 0 xx 61 272-4168 E-mail: sac@sct.embrapa.br ou webmaster@sct.embrapa.br Embrapa Solos Rua Jardim Botânico, 1024 CEP 22460-000 Rio de Janeiro, RJ Tel: 0 xx 21 2274-4999 Fax: 0 xx 21 2274-5291 http://www.cnps.embrapa.br E-mail: sac@cnps.embrapa.br Supervisão editorial: Jaqueline Rezende Mattos Revisão de texto: André Luiz da Silva Lopes Normalização bibliográfica: Cláudia Regina Delaia Editoração eletrônica: Pedro Coelho Mendes Jardim Fotos: Arquivo da Embrapa Solos 1ª edição 1ª impressão (1999): 1.000 exemplares 2ª impressão (2000): 1.000 exemplares 3ª impressão (2000): 1.000 exemplares 4ª impressão (2001): 1.000 exemplares 5ª impressão (2002): 1.000 exemplares 6ª impressão (2003): 1.000 exemplares 2ª edição 1ª impressão (2006): 2.000 exemplares xi Vinícius de Melo Benites Embrapa Solos Vilmar de Oliveira IBGE Waldir de Carvalho Junior Embrapa Solos Paraná Américo Pereira de Carvalho Aposentado Gustavo Ribas Cúrcio Embrapa Florestas Valmiqui Costa Lima UFPR Marcos Fernando Gluck Rachwal Embrapa Florestas Pedro Jorge Fasolo Aposentado Reinaldo Oscar Pötter Aposentado Hélio Olympio da Rocha UFPR Nadja Lídia Bertoni Ghani UNICENTRO PR Itamar Bognola Neyde F. B. Giarola Embrapa Florestas UNIOESTE PR Pernambuco Antônio Cabral Cavalcanti Aposentado Fernando Barreto Rodrigues e Silva Aposentado José Coelho de Araújo Filho Embrapa Solos (UEP - Recife) Luiz Bezerra de Oliveira Aposentado Nivaldo Burgos Aposentado Marcelo Metri Corrêa UFRPE Mateus Rosas Ribeiro UFRPE Paulo Klinger Tito Jacomine Mauro Carneiro dos Santos Aposentado – Prof.Visitante UFRPE Aposentado Pará João Marcos Lima e Silva Embrapa Amazônia Oriental José Raimundo Natividade Ferreira Gama Embrapa Amazônia Oriental Roberto das Chagas Silva IBGE - Belém Tarcísio Ewerton Rodrigues Embrapa Amazônia Oriental São Paulo José Luiz Ioriatti Demattê ESALQ- USP Pablo Vidal Torrado ESALQ - USP Wolmar Aparecida Carvalho UNESP Carlos Roberto Espíndola UNICAMP xii Fernando Cesar Bertolani IAC/UNICAMP João Bertoldo de Oliveira Márcio Rossi Ricardo Marques Coelho Itamar Andreolli Jairo Roberto Jimenez Rueda Gustavo Souza Valladares Pesquisador Voluntário – IAC Pesquisador - IAC Pesquisador – IAC UNESP UNESP Embrapa Monitoramento por Satélite Ceará Francisco de Assis Bezerra Leite Francisco Roberto Bezerra Leite FUNCEME FUNCENE Bahia Lucedino Paixão Ribeiro UFBA André Rodrigues Netto Nelson Lara da Costa Glailson Barreto Silva Francisco Ferreira Fortunato UFBA IBGE IBGE IBGE Goiás Antônio Gladstone Carvalho Fraga IBGE Antônio José Wilman Rios IBGE Antônio Santos Silva Novaes IBGE Geraldo César de Oliveira UFG Huberto José Kliemann UFG Maria Eloísa Cardoso da Rosa UCG Virlei Álvaro de Oliveira IBGE Mato Grosso Eduardo Couto UFMT Nilton Tocicazu Higa Emílio Carlos Azevedo UFMT UFMT Minas Gerais João Carlos Ker João Luis Lani Cristiane Valéria de Oliveira João Herbert Moreira Viana Lindomário B. Oliveira UFV UFV UFMG UFV UFV Rio Grande do Sul Carlos Alberto Flores Embrapa Clima Temperado Egon Klamt Aposentado Élvio Giasson UFRGS Nestor Kämpf Aposentado Ari Zago UFSM xiii Paulo Schneider Sílvio Túlio Spera UFRGS Embrapa Trigo Embrapa Solos Catalogação-na-publicação (CIP) EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema brasileiro de classificação de solos. – Rio de Janeiro : EMBRAPA-SPI, 2009. xxvi, 412p. : il. – ISBN 85-85864-04-4 Inclui 12 apêndices. 1. Solo-Classificação-Brasil. I. Título. II. Série. CDD 631.44  Embrapa - 1998 v Paraná Américo Pereira de Carvalho Aposentado Gustavo Ribas Cúrcio Embrapa Florestas Valmiqui Costa Lima UFPR Marcos Fernando Gluck Rachwal Embrapa Florestas Pedro Jorge Fasolo Aposentado Reinaldo Oscar Pötter Aposentado Hélio Olympio da Rocha UFPR Nadja Lídia Bertoni Ghani UNICENTRO PR Itamar Bognola Neyde F. B. Giarola Embrapa Florestas UNIOESTE PR Pernambuco Antônio Cabral Cavalcanti Aposentado Fernando Barreto Rodrigues e Silva Aposentado José Coelho de Araújo Filho Embrapa Solos (UEP - Recife) Luiz Bezerra de Oliveira Aposentado Nivaldo Burgos Aposentado Marcelo Metri Corrêa UFRPE Mateus Rosas Ribeiro UFRPE Paulo Klinger Tito Jacomine Aposentado – Prof.Visitante UFRPE Mauro Carneiro dos Santos Aposentado Pará João Marcos Lima e Silva Embrapa Amazônia Oriental José Raimundo Natividade Ferreira Gama Embrapa Amazônia Oriental Roberto das Chagas Silva IBGE - Belém Tarcísio Ewerton Rodrigues Embrapa Amazônia Oriental São Paulo José Luiz Ioriatti Demattê ESALQ- USP Pablo Vidal Torrado ESALQ - USP Wolmar Aparecida Carvalho UNESP Carlos Roberto Espíndola UNICAMP Fernando Cesar Bertolani IAC/UNICAMP João Bertoldo de Oliveira Pesquisador Voluntário – IAC Márcio Rossi Pesquisador - IAC Ricardo Marques Coelho Pesquisador – IAC Itamar Andreolli UNESP Jairo Roberto Jimenez Rueda UNESP Gustavo Souza Valladares Embrapa Monitoramento por Satélite vi Ceará Francisco de Assis Bezerra Leite FUNCEME Francisco Roberto Bezerra Leite FUNCENE Bahia Lucedino Paixão Ribeiro Francisco Ferreira Fortunato UFBA UFBA André Rodrigues Netto IBGE Nelson Lara da Costa IBGE Glailson Barreto Silva IBGE Goiás Antônio Gladstone Carvalho Fraga IBGE Antônio José Wilman Rios IBGE Antônio Santos Silva Novaes IBGE Geraldo César de Oliveira UFG Huberto José Kliemann UFG Maria Eloísa Cardoso da Rosa UCG Virlei Álvaro de Oliveira IBGE Mato Grosso Eduardo Couto UFMT Nilton Tocicazu Higa UFMT Minas Gerais João Carlos Ker UFV João Luis Lani UFV Cristiane Valéria de Oliveira UFMG João Herbert Moreira Viana UFV Lindomário B. Oliveira UFV Rio Grande do Sul Carlos Alberto Flores Embrapa Clima Temperado Egon Klamt Aposentado Élvio Giasson UFRGS Nestor Kämpf Aposentado Ari Zago UFSM Paulo Schneider Sílvio Túlio Spera UFRGS Embrapa Trigo vii Paraíba Rui Bezerra Aposentado Sergipe João Bosco Vasconcelos Gomes Embrapa Tabuleiros Costeiros Santa Catarina Murilo Pundek Jaime Antonio de Almeida Sérgio Hideiti Shimizu Paulo Cesar Vieira EPAGRI – SC UDESC IBGE IBGE Distrito Federal Adriana Reatto dos Santos Braga Embrapa Cerrados x IN MEMORIAM MARCELO NUNES CAMARGO Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Doutor Livre Docente em Formação e Classificação de Solos pela UFRRJ, Diplomado em Morfologia e Gênese de Solos pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, Estados Unidos da América, Pesquisador do Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (atual Centro Nacional de Pesquisa de Solos) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ex- Professor-Adjunto da UFRRJ, agraciado em 1994 com o prêmio Moinho Santista na área de Ciências Agrárias (categoria Solos Agrícolas), dedicou toda a sua vida aos estudos de morfologia, classificação, correlação e cartografia de solos. Vindo a se tornar o maior expoente da pedologia de solos tropicais, coordenou os trabalhos que culminaram com a publicação do Mapa de Solos do Brasil, em 1981. Esta página é uma homenagem e, ao mesmo tempo, uma manifestação pública de reconhecimento pelos inestimáveis serviços prestados ao Brasil, no campo da pedologia, ao inesquecível companheiro que dedicou-se até os últimos dias de sua vida à tarefa de contribuir para a consolidação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. xi NOTA DO COMITÊ EXECUTIVO Na presente edição, o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) mantém a mesma esrutura geral, incorpora mudanças, redefinições, correções e está liberado para o uso e pode ser citado e correlacionado com outros sistemas. Constitui edição que será aperfeiçoada ao longo de anos futuros, conforme determinado pelo uso efetivo em levantamentos de solos, estudos de correlação de solos e em pesquisas na área de Ciência do Solo. Nesta 2a edição, alterações conceituais e reestruturações ocorreram praticamente em todas as Ordens. Quanto à reestruturação de classes, as mudanças incluem alterações em nível Ordem, Subordem, Grande Grupo, bem como exclusões e inclusões de novos Subgrupos. As mudanças mais significativas foram a extinção da Ordem Alissolos, reestruturação de Argissolos e Nitossolos (incorporando parte dos Alissolos e inclusão de Argissolos Bruno-Acinzentados), inclusão de Alíticos e Alumínicos nas Ordens dos Argissolos, Nitossolos, Cambissolos, Planossolos e Gleissolos, Cambissolos (exclusão de Hísticos e inclusão dos Cambissolos Flúvicos), Espodossolos (alteração na nomenclatura de subordens), Nitossolos (inclusão de Nitossolos Brunos e parte dos extintos Alissolos), Organossolos (exclusão de Mésicos), Planossolos (exclusão de Hidromórficos), Luvissolos (exclusão de Hipocrômicos, substituídos por Háplicos) e Plintossolos (reestruturação de 3 o e 4 o níveis categóricos com inclusão de Grandes Grupos Litoplínticos e Concrecionários). Ajustes, correções e redefinições de conceitos básicos (atributos e horizontes diagnósticos), também ocorreram, destacando-se, as definições de material orgânico, horizontes hístico, húmico, espódico, plíntico, glei, nítico, plácico, plânico e substituição de horizonte petroplíntico por concrecionário. xi Outras modificações e correções relevantes, em relação à 1 a edição, ocorreram, destacando-se a transformação das unidades de medida para o sistema internacional (SI) ao longo do texto. Para dar mais liberdade aos usuários do SiBCS, o Comitê Executivo de Classificação de Solos (CE) deliberou que novas classes em nível de subgrupo podem ser inseridas nas chaves de 4 o nível categórico, devendo ser enviada ao CE uma cópia do perfil correspondente, para que esta nova classe possa ser incorporada oficialmente ao sistema. É também deliberação do CE, por consenso, com base em sugestões de colaboradores e usuários, que subgrupos existentes e já definidos, podem ser utilizados em outros Grandes Grupos, onde não constem suas ocorrências. Ao classificar um determinado solo é permitida ao classificador a liberdade de fazer as possíveis combinações para o quarto nível, logicamente utilizando subgrupos já relacionadas no SiBCS, listados em ordem de importância taxonômica (hísticos, salinos, solódicos, por exemplo). Esta edição substitui a classificação de solos que vinha sendo utilizada na Embrapa Solos (Camargo et al. 1987), (Embrapa 1999) e todas as aproximações anteriores, em 1980, 1981, 1988 e 1997b. Críticas, sugestões e propostas para modificações desta edição deverão ser encaminhadas ao Comitê de Classificação de Solos, endereçadas ao pesquisador Dr. Humberto Gonçalves dos Santos (humberto@cnps.embrapa.br) Doravante, as atualizações, correções e alterações, mais urgentes, sempre que necessárias, poderão ser acessadas, permanentemente, no site www.cnps.embrapa.br/sibcs xv respeito a diversidades de atributos, variabilidade morfológica e de constituição. Por consequência, modificações e acréscimos foram sendo adotados, envolvendo reajustes e inovações em critérios distintivos, resultando nas normas descritas pela Embrapa (1988a). Assim, repartições de grandes grupos iniciais foram sendo estabelecidas, decorrentes de disparidade em saturação por bases, atividade das argilas que tem como expressão a CTC dos colóides inorgânicos, saturação por sódio, presença de carbonato de cálcio, mudança abrupta de textura para o horizonte B, entre outros distintivos mais. A coleção de critérios veio a abranger variados atributos diagnósticos, a par de diversos tipos de horizontes A, de horizontes B e de outros horizontes diagnósticos de posição variável nos perfis de solo, os quais foram assimilados com o correr do desenvolvimento do novo sistema americano de classificação pedológica (Estados Unidos, 1960; 1975) e do esquema FAO (1974). Grande número de classes de solos de alto nível categórico vieram a ser incluídas para apropriar classificação de tipos de solos expressivamente distintos, os quais foram sendo identificados durante levantamentos pedológicos realizados na ampla diversidade de ambiência climática, geomórfica, vegetacional e geológica do território nacional. O outro aditamento ao sistema adveio de estudo de verificação de solos na região Sul do país, dando a conhecer no planalto de Curitiba solos “sui generis”, motivando a proposição da classe Rubrozém (Bramão & Simonson, 1956). Também da década de cinqüenta provém o reconhecimento da classe Hidromórfico Cinzento (Brasil, 1958), constituindo derivação a partir de Planossolo e Glei Pouco Húmico do sistema americano, então vigente (Baldwin et al., 1938; Thorp & Smith, 1949). Posteriormente à distinção das classes Latossolo Roxo, Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo cogitadas igualmente no referido levantamento do Estado de São Paulo, outras classes foram acrescidas com o estabelecimento de Latossolo Amarelo pelos trabalhos de Day (1959) e Sombroek (1961) na Amazônia; Latossolo Bruno identificado por Lemos et al. (1967) no Rio xvi Grande do Sul; Latossolo Variação Una de constatação a partir de 1963 no sul da Bahia (Embrapa (1977-1979); e Latossolo Ferrífero como conceituado por Camargo (1982). A propósito da distinção de Latossolos, Camargo et al. (1988) presta conta da classificação desses solos no país. Areias Quartzosas constituem classe de solos reconhecida desde o início da década de sessenta (Brasil, 1969) para formar grupo independente, desmembrado dos Regossolos – classe tornada menos abrangente pela exclusão daqueles solos quartzosos - definidos como solos pouco desenvolvidos em virtude da própria natureza refratária do material quartzoso, resultante em pouca evolução pedogenética. Modificação de conceito no início da década de setenta, induzida pela realidade de solos identificados em diversas verificações de campo, tornaram efetivada a classe Solos Litólicos (Brasil, 1971a; Brasil, 1972f). No levantamento pedológico do Ceará, foram constatados Solos Podzólicos com características peculiares e atípicas em relação a concepções originais de classes estabelecidas destes solos e motivaram o reconhecimento da classe Podzólico Acinzentado (Brasil, 1973h). Similarmente, outros solos podzólicos atípicos, formados em cobertura atinente à Formação Barreiras (e congêneres), como contraparte de Latossolos Amarelos, motivaram a proposta de estabelecimento da classe Podzólico Amarelo (Reunião..., 1979a). Solos de identificação problemática, visualizados como similares de Terra Roxa Estruturada – contudo diferenciados pela cor relacionada aos constituintes oxídicos – têm sido encontrados na região Sul e sua discriminação vem sendo contemplada com a formulação da classe Terra Bruna Estruturada (Embrapa, 1979b; Carvalho, 1982). Plintossolo constitui classe firmada no término da década de setenta (Brasil, 1980e), como resultado de anos de reflexão sobre a validade da conceituação dos atuais Plintossolos como classe individualizada no sistema referencial. Grande parte dessa classe é integrada pelos vários solos da antiga classe Laterita Hidromórfica, com agregação de parte dos solos de algumas outras classes, conceituadas antes do Plintossolo. xvii O último acréscimo importante no sistema referencial foi a classe Podzólico Vermelho-Escuro (Camargo et al., 1982), provendo grupo à parte de solos distintos da tradicional classe Podzólico Vermelho-Amarelo. O posicionamento dessa nova classe é homólogo ao dos demais podzólicos e se coloca em contraparte a Latossolo Vermelho-Escuro. A classe estabelecida inclui parte desmembrada de Podzólico Vermelho-Amarelo e engloba a totalidade da extinta Terra Roxa Estruturada Similar. Estas foram importantes mudanças que incidiram na trajetória da classificação de solos no sentido de sua nacionalização ora efetivada através das quatro aproximações elaboradas de 1980 a 1997 e da publicação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa1998 e 1999). xx SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 1 DEFINIÇÃO DE SOLO ................................................................................................................................................. 4 CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................................................ 6 ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS .................................................................................................................................... 7 Material orgânico .................................................................................................................................................... 7 Material mineral ...................................................................................................................................................... 7 Atividade da fração argila ........................................................................................................................................ 7 Saturação por bases ................................................................................................................................................. 7 Caráter ácrico .......................................................................................................................................................... 8 Caráter alumínico .................................................................................................................................................... 9 Caráter Alítico ......................................................................................................................................................... 9 Caráter Êutrico ........................................................................................................................................................ 9 Caráter sódico ........................................................................................................................................................10 Caráter solódico .....................................................................................................................................................10 Caráter salino .........................................................................................................................................................10 Caráter sálico3 ........................................................................................................................................................11 Caráter Carbonático ................................................................................................................................................11 Caráter Com Carbonato ..........................................................................................................................................11 Mudança textural abrupta .......................................................................................................................................11 Caráter Flúvico .......................................................................................................................................................12 Plintita ...................................................................................................................................................................12 Petroplintita............................................................................................................................................................13 Caráter Plíntico ......................................................................................................................................................14 Caráter Concrecionário ...........................................................................................................................................14 Caráter Litoplíntico ................................................................................................................................................14 Caráter Argilúvico ..................................................................................................................................................14 Caráter Plânico .......................................................................................................................................................14 Caráter Coeso .........................................................................................................................................................15 Caráter dúrico.........................................................................................................................................................15 Caráter Vértico .......................................................................................................................................................16 Superfícies de fricção (“slickensides”) ....................................................................................................................16 Contato lítico..........................................................................................................................................................16 Contato lítico fragmentário .....................................................................................................................................17 Materiais sulfídricos ...............................................................................................................................................17 Caráter epiáquico ...................................................................................................................................................18 Caráter crômico 45 ..................................................................................................................................................19 Caráter retrátil ........................................................................................................................................................19 Caráter ebânico 56 ...................................................................................................................................................20 Caráter Rúbrico ......................................................................................................................................................20 teor de óxidos de ferro ............................................................................................................................................20 Grau de decomposição do material orgânico ...........................................................................................................21 OUTROS ATRIBUTOS ..............................................................................................................................................23 Cerosidade .............................................................................................................................................................23 Superfície de compressão .......................................................................................................................................23 Gilgai .....................................................................................................................................................................24 Autogranulação “self-mulching” .............................................................................................................................24 Relação silte/argila .................................................................................................................................................25 Minerais alteráveis .................................................................................................................................................25 CAPÍTULO 2 ............................................................................................................................................................27 HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS...........................................................................................................28 Horizonte hístico ....................................................................................................................................................28 Horizonte A chernozêmico .....................................................................................................................................29 Horizonte A proeminente........................................................................................................................................30 Horizonte A Húmico ..............................................................................................................................................30 Horizonte A antrópico .............................................................................................................................................32 Horizonte A Ócrico ................................................................................................................................................32 HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS ....................................................................................................32 Horizonte B textural ...............................................................................................................................................32 Horizonte B latossólico...........................................................................................................................................36 Horizonte B incipiente ............................................................................................................................................39 Horizonte B nítico ..................................................................................................................................................41 xxi Horizonte B espódico .............................................................................................................................................42 Horizonte B plânico................................................................................................................................................42 Horizonte Álbico ....................................................................................................................................................45 Horizonte plíntico ...................................................................................................................................................47 Horizonte Concrecionário .......................................................................................................................................49 Horizonte litoplíntico..............................................................................................................................................49 Horizonte glei.........................................................................................................................................................50 Horizonte cálcico ...................................................................................................................................................52 Horizonte petrocálcico ............................................................................................................................................53 Horizonte sulfúrico .................................................................................................................................................53 Horizonte vértico ....................................................................................................................................................54 Fragipã ...................................................................................................................................................................55 Duripã ....................................................................................................................................................................56 CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................................................57 NÍVEIS CATEGÓRICOS DO SISTEMA .........................................................................................................................58 Classes do 1º nível categórico (ordens) ...................................................................................................................58 Classes do 2º nível categórico (subordens) ..............................................................................................................59 Classes do 3º nível categórico (grandes grupos) ......................................................................................................60 Classes do 4º nível categórico (subgrupos) ..............................................................................................................60 Classes do 5º nível categórico (famílias, em discussão) ...........................................................................................61 Classes do 6º nível categórico (séries, não definidas no país) ...................................................................................61 NOMENCLATURA DAS CLASSES ..............................................................................................................................63 Classes de 1º, 2º, 3º e 4º níveis categóricos ..............................................................................................................64 Classes de 5º nível categórico (famílias, em discussão) ...........................................................................................64 Classes no 6º nível categórico (séries, não definidas no país) ...................................................................................64 BASES E CRITÉRIOS ................................................................................................................................................67 Argissolos ..............................................................................................................................................................67 Cambissolos ...........................................................................................................................................................67 Chernossolos ..........................................................................................................................................................68 Espodossolos ..........................................................................................................................................................69 Gleissolos ..............................................................................................................................................................69 Latossolos ..............................................................................................................................................................69 Luvissolos ..............................................................................................................................................................70 Neossolos ............................................................................................................................................................. 770 Nitossolos ..............................................................................................................................................................71 Organossolos ..........................................................................................................................................................71 Planossolos ............................................................................................................................................................72 Plintossolos ............................................................................................................................................................72 Vertissolos .............................................................................................................................................................73 CONCEITO E DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE 1º NÍVEL (ORDENS) ...............................................................74 Argissolos ..............................................................................................................................................................74 Cambissolos ...........................................................................................................................................................75 Chernossolos ..........................................................................................................................................................77 Espodossolos ..........................................................................................................................................................79 Gleissolos ..............................................................................................................................................................81 Latossolos ..............................................................................................................................................................83 Luvissolos ..............................................................................................................................................................85 Neossolos ...............................................................................................................................................................86 Nitossolos ..............................................................................................................................................................88 Organossolos ..........................................................................................................................................................88 Planossolos ............................................................................................................................................................91 Plintossolos ............................................................................................................................................................91 Vertissolos .............................................................................................................................................................95 CAPÍTULO 4 ............................................................................................................................................................98 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS ATÉ O 4O NÍVEL CATEGÓRICO ..................................................................................99 Chave para a identificação das classes de solos ..................................................................................................... 104 Chave para as ordens ............................................................................................................................................ 105 CAPÍTULO 5 .......................................................................................................................................................... 109 ARGISSOLOS ......................................................................................................................................................... 109 CAPÍTULO 6 .......................................................................................................................................................... 132 CAMBISSOLOS ...................................................................................................................................................... 133 CAPÍTULO 7 .......................................................................................................................................................... 148 CHERNOSSOLOS ................................................................................................................................................... 149 xxii CAPÍTULO 8 .......................................................................................................................................................... 156 ESPODOSSOLOS ................................................................................................................................................... 157 CAPÍTULO 9 .......................................................................................................................................................... 168 GLEISSOLOS ......................................................................................................................................................... 169 CAPÍTULO 10 ........................................................................................................................................................ 184 LATOSSOLOS ........................................................................................................................................................ 185 CAPÍTULO 11 ........................................................................................................................................................ 204 LUVISSOLOS ......................................................................................................................................................... 205 CAPÍTULO 12 ........................................................................................................................................................ 210 NEOSSOLOS .......................................................................................................................................................... 211 CAPÍTULO 13 ........................................................................................................................................................ 225 NITOSSOLOS ......................................................................................................................................................... 226 CAPÍTULO 14 ........................................................................................................................................................ 234 ORGANOSSOLOS................................................................................................................................................... 235 CAPÍTULO 15 ........................................................................................................................................................ 243 PLANOSSOLOS ...................................................................................................................................................... 244 CAPÍTULO 16 ........................................................................................................................................................ 252 PLINTOSSOLOS ..................................................................................................................................................... 253 CAPÍTULO 17 ........................................................................................................................................................ 263 VERTISSOLOS ....................................................................................................................................................... 264 CAPÍTULO 18 ........................................................................................................................................................ 271 DEFINIÇÕES PROVISÓRIAS DE 5 O E 6 O NÍVEIS CATEGÓRICOS ................................................................................. 272 Classes do 5º nível categórico (famílias) ............................................................................................................... 272 Classes do 6º nível categórico (séries) ................................................................................................................... 279 CAPÍTULO 19 ........................................................................................................................................................ 282 Critérios para distinção de fases de unidades de mapeamento ................................................................................. 283 Fases e condições edáficas indicadas pela vegetação primária ............................................................................... 283 Fases de relevo ..................................................................................................................................................... 287 Fases de pedregosidade......................................................................................................................................... 288 Fases de rochosidade ............................................................................................................................................ 289 Fase erodida ......................................................................................................................................................... 289 Fase de susbtrato rochoso ..................................................................................................................................... 289 CAPÍTULO 20 ........................................................................................................................................................ 290 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................. 291 APÊNDICES ........................................................................................................................................................... 304 APÊNDICE A.......................................................................................................................................................... 305 CLASSES DE PROFUNDIDADE DOS SOLOS ............................................................................................................. 306 APÊNDICE B.......................................................................................................................................................... 307 GRUPAMENTOS TEXTURAIS ................................................................................................................................... 308 APÊNDICE C.......................................................................................................................................................... 310 CLASSES DE DRENAGEM ....................................................................................................................................... 311 APÊNDICE D.......................................................................................................................................................... 313 CLASSES DE REAÇÃO ........................................................................................................................................... 314 APÊNDICE E .......................................................................................................................................................... 315 MÉTODOS DE ANÁLISES DE SOLOS ADOTADOS PELA EMBRAPA SOLOS .......................................................... 316 APÊNDICE F .......................................................................................................................................................... 325 CORRELAÇÃO ENTRE VALORES DE SATURAÇÃO POR BASES DETERMINADOS NA EMBRAPA SOLOS E NO SOIL CONSERVATION SERVICE............................................................................................................................. 326 APÊNDICE G ......................................................................................................................................................... 327 Simbologia para as classes de 1o, 2o, 3o e 4o níveis categóricos ............................................................................... 328 APÊNDICE H.......................................................................................................................................................... 342 PADRONIZAÇÃO DAS CORES DAS CLASSES DE 1 O NÍVEL CATEGÓRICO PARA USO EM MAPAS DE SOLOS ................... 342 APÊNDICE I ........................................................................................................................................................... 355 CORRELAÇÃO ENTRE AS CLASSES DO SISTEMA E A CLASSIFICAÇÃO ANTERIORMENTE USADA NA EMBRAPA SOLOS ................................................................................................................................................................................ 355 APÊNDICE J .......................................................................................................................................................... 357 CORRESPONDÊNCIA APROXIMADA ENTRE SIBCS, WRB/FAO E SOIL TAXONOMY PARA CLASSES DE SOLOS EM ALTO NÍVEL CATEGÓRICO ....................................................................................................................................... 357 APÊNDICE L .......................................................................................................................................................... 359 PERFIS REPRESENTATIVOS DAS CLASSES DE SOLOS ............................................................................................ 359 3 propostas e experiência de uso do sistema, algumas modificações foram introduzidas. As classes do 1º nível categórico (ordens) estão em ordem alfabética no capítulo 3 (Conceito e Definição das Classes de 1 o Nível) e do capítulo 5 ao 17. Nos capítulos 3 e 18 constam, temporariamente, critérios e atributos taxionômicos para definição de classes do 5º nível categórico (famílias) e de 6º nível categórico (séries), em processo de discussão e até o momento sem avanços relevantes. A maioria dos apêndices foi mantida de acordo com a 1ª edição, mas alguns foram atualizados, tais como, simbologia das classes, padronização das cores para mapas de solos com opções de utilização do sistema Pantone, CMYK e RGB e HSV para ArcView (até o 2 o nível categórico), correlação entre classes dos sistemas de classificação SiBCS, FAO-WRB e Soil Taxonomy. São utilizadas as definições e notações de horizontes e camadas de solo de acordo com a EMBRAPA (1988a) e os conhecimentos básicos de características morfológicas contidos na Reunião Técnica de Levantamento de Solos (1979) e no Manual de descrição e coleta de solos no campo (Lemos & Santos, 1996). Em todo o texto seguiram-se as designações do sistema internacional de medidas, conforme Keys to soil taxonomy (Estados Unidos, 1998). 4 DEFINIÇÃO DE SOLO O solo que classificamos é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e podem, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas. Quando examinados a partir da superfície consistem de seções aproximadamente paralelas - denominadas horizontes ou camadas - que se distinguem do material de origem inicial, como resultado de adições, perdas, translocações e transformações de energia e matéria. As alterações pedológicas de que são dotados os materiais do solo revelam contraste com o substrato rochoso ou seu resíduo pouco alterado, expressando diferenciação pedológica em relação aos materiais pré-existentes. O solo tem como limite superior a atmosfera. Os limites laterais são os contatos com corpos d’água superficiais, rochas, gelo, áreas com coberturas de materiais detríticos inconsolidados, aterros ou com terrenos sob espelhos d’água permanentes. O limite inferior do solo é difícil de ser definido. O solo passa gradualmente no seu limite inferior, em profundidade, para rocha dura ou materiais saprolíticos que não apresentam sinais de atividades animal, vegetal ou outras indicações da presença de atividade biológica. O material subjacente (não-solo) contrasta com o solo, pelo decréscimo nítido de constituintes orgânicos, decréscimo de alteração e decomposição dos constituintes minerais, enfim, pelo predomínio de propriedades mais relacionadas ao substrato rochoso ou ao material de origem não consolidado. 5 A unidade básica de estudo do Sistema Brasileiro de Classificação é o perfil de solo que constitui a menor porção da superfície da terra, apresentando três dimensões e perfazendo um volume mínimo que possibilite estudar a variabilidade dos atributos, propriedades e características dos horizontes ou camadas do solo. Nas condições de clima tropical úmido prevalecentes no Brasil, a atividade biológica e os processos pedogenéticos comumente ultrapassam profundidades maiores que 200cm. Nestes casos, por questões práticas de execução de trabalhos de campo, principalmente, o limite inferior do solo que classificamos é arbitrariamente fixado em 200cm, exceto quando: a) o horizonte A exceder a 150cm de espessura. Neste caso, o limite arbitrado é de 300cm; ou b) no sequum estiver presente o horizonte E, cuja espessura somada a do A seja igual ou maior que 200cm. Neste caso o limite arbitrado é de 400cm. 8 para carbono. Este critério não se aplica aos solos que, por definição, têm classes texturais areia e areia franca. Para distinção de classes por este critério, é considerada a atividade da fração argila no horizonte B (exclusive horizontes de transição, BA e BC), ou no C, quando não existe B. Critério derivado de Estados Unidos (1975). SATURAÇÃO POR BASES3 Refere-se à proporção (taxa percentual, V%=100. S/T) de cátions básicos trocáveis em relação à capacidade de troca determinada a pH7. A expressão alta saturação se aplica a solos com saturação por bases igual ou superior a 50% (Eutrófico) e baixa saturação para valores inferiores a 50% (Distrófico). Utiliza-se, ainda, o valor de V  65% para identificação do horizonte A chernozêmico. Para a distinção entre classes de solos por este critério é considerada a saturação por bases no horizonte diagnóstico subsuperficial (B ou C). Na ausência destes horizontes a aplicação do critério é definida para cada classe específica. CARÁTER ÁCRICO Refere-se à soma de bases trocáveis (Ca 2+ , Mg 2+ , K + e Na + ) mais alumínio extraível por KCl 1mol. L -1 (Al 3+ ) em quantidade igual ou inferior a 1,5 cmolc/kg de argila e que preencha pelo menos uma das seguintes condições:  pH KCl 1mol. L -1 igual ou superior a 5,0; ou  pH positivo ou nulo (pH = pH KCl – pH H2O) 3 Calculada segundo metodologia da Embrapa Solos (ver Apêndice H) 9 Critério derivado de FAO (1994) e Estados Unidos (1994). CARÁTER ALUMÍNICO Refere-se à condição em que o solo se encontra em estado dessaturado e caracterizado por teor de alumínio extraível  4 cmolc/kg de solo associado à atividade de argila < 20 cmolc/kg de argila, além de apresentar saturação por alumínio [100 Al +3 /(S + Al +3 )]  50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%. Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de alumínio extraível no horizonte B ou o horizonte C na ausência de B. CARÁTER ALÍTICO Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado e apresenta teor de alumínio extraível  4 cmolc/kg de solo, associado à atividade de argila  20 cmolc/kg de argila e saturação por alumínio [100 Al +3 /(S + Al +3 )]  50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%. Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de alumínio extraível no horizonte B ou o horizonte C quando o solo não tem B, ou no horizonte A quando o solo apresenta seqüência A, R. CARÁTER ÊUTRICO Usado para distinguir Espodossolos, Plintossolos Pétricos e alguns Neossolos Quartzarênicos, onde os fatores material de origem ou relevo conduzem a persistência de maior quantidade de bases. Apresentam pH (em H2O) 5,7, conjugado com valor S (soma de bases) 2,0 cmolc/kg de solo dentro da seção de controle que defina a classe. 10 CARÁTER SÓDICO O caráter sódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem saturação por sódio (100Na + /T)  15%, em alguma parte da seção de controle que defina a classe. Critério derivado de Estados Unidos (1954). CARÁTER SOLÓDICO O caráter solódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem saturação por sódio (100Na + /T) variando de 6% a < 15%, em alguma parte da seção de controle que defina a classe. Critério derivado de FAO (1974). CARÁTER SALINO4 Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento da maioria das culturas, indicada por condutividade elétrica do extrato de saturação igual ou maior que 4dS/m e menor que 7dS/m (a 25 C), em alguma época do ano. Critério derivado de Estados Unidos (1951; 1954). 4 Caráter salino e sálico – saliente-se que só a condutividade elétrica não é suficiente para determinar a presença ou não desses caracteres; há necessidade de se analisar os sais solúveis presentes, pois, horizonte sulfúrico pode apresentar valores 4,0 e 3,5 dS/m, devido ao H2SO4 (H + ) como ocorreu em determinados solos da Usina Coruripe em Alagoas. 13 A plintita é um corpo distinto de material rico em óxido de ferro, e pode ser separada dos nódulos ou concreções ferruginosas consolidadas (petroplintita) que são extremamente firmes ou extremamente duras, sendo que a plintita é firme quando úmida e dura ou muito dura quando seca, tendo diâmetro > 2mm e podendo ser separada da matriz do solo, isto é, do material envolvente. Ela suporta amassamento e rolamento moderado entre o polegar e o indicador, podendo ser quebrada com a mão. A plintita quando submersa em água, por espaço de duas horas, não esboroa, mesmo submetida a suaves agitações periódicas, mas pode ser quebrada ou amassada após ter sido submersa em água por mais de duas horas. As cores da plintita variam nos matizes 10R e 7,5YR, estando comumente associadas a mosqueados que não são considerados como plintita, como os bruno-amarelados, vermelho-amarelados ou corpos que são quebradiços ou friáveis ou firmes, mas desintegram-se quando pressionados pelo polegar e o indicador, e esboroam na água. A plintita pode ocorrer em forma laminar, nodular, esferoidal ou irregular. Critério derivado de Estados Unidos (1975) e Daniels et al. (1978). PETROPLINTITA Material normalmente proveniente da plintita, que após ciclos de umedecimento seguido de ressecamento acentuado, sofre consolidação vigorosa, dando lugar à formação de nódulos ou de concreções ferruginosas (“ironstone”, concreções lateríticas, canga, tapanhoacanga) de dimensões e formas variadas (laminar, nodular, esferoidal ou em forma alongada arranjada na vertical ou irregular) individualizadas ou aglomeradas. Critério derivado de Sys (1967) e Daniels et al. (1978). 14 CARÁTER PLÍNTICO Usado para distinguir solos que apresentam plintita em quantidade ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte plíntico em um ou mais horizontes, em algum ponto da seção de controle que defina a classe. É requerida plintita em quantidade mínima de 5 % por volume. CARÁTER CONCRECIONÁRIO Termo usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma de nódulos ou concreções em um ou mais horizontes dentro da seção de controle que defina a classe em quantidade e/ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte concrecionário. É requerida petroplintita em quantidade mínima de 5 % por volume. CARÁTER LITOPLÍNTICO Usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma contínua e consolidada em um ou mais horizontes em algum ponto da seção de controle que defina a classe, cuja espessura do material ferruginoso é insuficiente para caracterizar horizonte litoplíntico. CARÁTER ARGILÚVICO Usado para distinguir solos que têm concentração de argila no horizonte B, expressa por relação textural (B/A) igual ou maior que 1,4 e/ou iluviação de argila evidenciada pela presença de cerosidade moderada ou forte e/ou presença no sequum de horizonte E sobrejacente a horizonte B (não espódico), dentro da seção de controle que defina a classe. 15 CARÁTER PLÂNICO Usado para distinguir solos intermediários com Planossolos, ou seja, com horizonte adensado e permeabilidade lenta ou muito lenta, cores acinzentadas ou escurecidas, neutras ou próximo delas, ou com mosqueados de redução, que não satisfazem os requisitos para horizonte plânico e que ocorrem em toda a extensão do horizonte, excluindo-se horizonte com caráter plíntico. Também aplicado para solos com caráter epiáquico conjugado com mudança textural abrupta. CARÁTER COESO Usado para distinguir solos com horizontes pedogenéticos subsuperficiais adensados, muito resistentes à penetração da faca e muito duros a extremamente duros quando secos, passando a friáveis ou firmes quando úmidos. Uma amostra úmida quando submetida à compressão, deforma-se lentamente, ao contrário do fragipã, que apresenta quebradicidade (desintegração em fragmentos menores). Estes horizontes são de textura média, argilosa ou muito argilosa e, em condições naturais, são geralmente maciços ou com tendência a formação de blocos. O carater coeso é comumente observado nos horizontes transicionais AB e, ou, BA, entre 30 cm e 70 cm da superfície do solo, podendo prolongar-se até o Bw ou coincidir com o Bt, no todo ou em parte. Uma amostra de horizonte coeso, quando seco, desmancha-se ao ser imersa em água. Critério derivado de Jacomine (2001), Ribeiro (2001) e Santos et al. (2005) CARÁTER DÚRICO Utilizado para caracterizar solos que apresentam cimentação forte em um ou mais horizontes dentro da seção de controle que defina a classe, incluindo-se solos com presença de duripã, ortstein e outros horizontes com cimentação forte que não se enquadrem na definição de horizontes litoplíntico, concrecionário e petrocálcico. 18 amostra de materiais sulfídricos submetida à secagem ao ar à sombra, por cerca de 2 meses com reumedecimento ocasional, torna-se extremamente ácida. Apesar de não haver especificação de critério de cor para materiais sulfídricos, os materiais de solo mineral (ou da coluna geológica) que se qualificam como sulfídricos apresentam, quase sempre, cores de croma 1 ou menor (cores neutras N). Por outro lado, materiais de solo orgânico sulfídrico comumente têm croma mais alto (2 ou maior). Os valores são 5 ou menores, mais comumente 4 ou menor. Os matizes são 10YR ou mais amarelos, ocasionalmente com matizes esverdeados ou azulados. Materiais sulfídricos geralmente não têm mosqueados, exceto por diferentes graus de cinza ou preto, a não ser que estejam iniciando um processo de oxidação, o qual pode causar a formação de óxidos de ferro em fendas ou canais. Critério derivado de Estados Unidos (1994), Fanning et al. (1993) e Kämpf et al. (1997). CARÁTER EPIÁQUICO Este caráter ocorre em solos que apresentam lençol freático elevado temporariamente resultante da má condutividade hidráulica de alguns horizontes do solo. Esta condição de saturação com água permite que ocorram os processos de redução e segregação de ferro nos horizontes que antecedem ao B e, ou, no topo deste. Um solo apresenta caráter epiáquico se ele é, temporariamente, saturado com água na parte superficial do solo, a menos que tenha sido drenado, por um período suficientemente longo para possibilitar o aparecimento de condições de oxidação (isto pode variar de alguns dias nos trópicos a algumas semanas em outras regiões), exibindo padrões de cores associados à estagnação de água na parte superficial do solo. O solo apresenta coloração variegada, ou mosqueados, no mínimo comuns e distintos, devido aos processos de redução e oxidação. O croma aumenta sua expressão, com cores mais vívidas, em profundidade. 19 O padrão de mosqueado pode ocorrer abaixo do horizonte A ou da camada arável (horizonte Ap), ou imediatamente abaixo de um horizonte E, topo do horizonte B, ou no próprio horizonte E. O padrão de distribuição das características de redução e oxidação, com concentrações de óxidos de ferro e/ou manganês no interior dos elementos estruturais (ou na matriz do solo se a estrutura não apresenta agregação), constitui uma boa indicação do caráter epiáquico. Critério derivado de FAO (1998). CARÁTER CRÔMICO 2 Caráter aplicado na ordem dos Luvissolos, que se refere-se à predominância, na maior parte do horizonte B, excluído o BC, de cores (amostra úmida) conforme definido a seguir: 1) matiz 5YR ou mais vermelho, com valores iguais ou maiores que 3 e cromas iguais ou maiores que 4; ou 2) matiz mais amarelo que 5YR, valores 4 a 5 e cromas 3 a 6. Caráter retrátil Usado para solos das ordens Latossolos e Nitossolos, de textura argilosa e muito argilosa, que apresentam fendilhamento pronunciado na face exposta do perfil decorrente da contração da massa do solo quando seca. Resulta desta condição uma estrutura prismática grande e muito grande que se desfaz em blocos os quais se individualizam em unidades estruturais de tamanhos cada vez menores. Essas unidades menores se acumulam na parte inferior do perfil, em uma pilha de forma triangular configurando um aspecto de “saia”, mais expressiva nos cortes de estradas onde há maior exposição solar. Embora estes solos sejam predominantemente cauliníticos, o caráter retrátil decorre da presença de argilominerais 2:1 com hidroxi-Al entrecamadas e interestratificados. É típico de alguns solos encontrados sob condições de clima subtropical úmido dos planaltos altimontanos do sul do Brasil. 20 CARÁTER EBÂNICO 56 Diz respeito à dominância de cores escuras, quase pretas, na maior parte do horizonte diagnóstico subsuperficial com predominância de cores conforme definido a seguir:  para matiz 7,5 YR ou mais amarelo:  cor úmida: valor <4 e croma < 3  cor seca: valor <6  para matiz mais vermelho que 7,5YR:  cor úmida: preto ou cinzento muito escuro (Munsell)  cor seca: valor <5 CARÁTER RÚBRICO Carater utilizado para indicar avermelhamento em profundidade nos solos das subordens Latossolos Brunos e Nitossolos Brunos, que apresentam em alguma parte da seção de controle (excluindo o BC) que define a classe, cor úmida com matiz mais vermelho que 5 YR, valor na amostra úmida menor ou igual a 4, e na amostra seca com apenas uma unidade a mais de valor. 2 Alguns exemplos de solos com caráter crômico e não-crômico: Luvissolos: Bruno Não Cálcico (crômico) - perfil 26 (Brasil, 1971b, p.241); Podzólico Bruno- Acinzentado (não-crômico) - perfil 5 (amostra de laboratório nº 80.1496/1502 - Embrapa, 1980e); 5 Exemplos de solos com caráter ebânico e não-ebânico: Chernossolos: com cor escura (ebânico) - perfil 5 (amostra de laboratório nº 80.1528/33 - Embrapa, 1980j);cor menos escura (não-ebânico) - perfil 70 (Embrapa, 1984, tomo 2, p.565). 23 OUTROS ATRIBUTOS Estes atributos, por si só, não diferenciam classes de solos, mas são características importantes que auxiliam na definição das mesmas. CEROSIDADE É a concentração de material inorgânico, na forma de preenchimento de poros ou de revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds) ou de partículas de frações grosseiras (grãos de areia, por exemplo), que se apresentam em nível macromorfológico com aspecto lustroso e brilho graxo. Pode ser resultante do revestimento por material inorgânico, freqüentemente argila e/ou do re-arranjamento de partículas nas superfícies das unidades. Frequentemente esta característica observada e descrita no campo pode ser também observada micromorfologicamente, correspondendo a revestimentos de argila iluvial – argilãs de iluviação. A cerosidade engloba também feições brilhantes (nítidas) sobre os agregados, sem, no entanto, apresentar revestimentos. Incluem-se nesta condição, todas as ocorrências em suas diversas formas de expressão (clay skins, shiny peds, cutans, etc.) e também feições brilhantes, verificadas na superfície dos agregados, que não constituem revestimentos. Em suma, apresentam-se tanto como revestimentos com aspecto lustroso e brilho graxo, similar à cera derretida e escorrida, revestindo unidades estruturais ou partículas primárias quanto como superfícies brilhantes. Em ambos os casos podem ser observadas com maior facilidade com o auxílio de lupas de pelo menos 10 X de aumento, por observação direta na superfície dos elementos ou nas arestas das seções produzidas quando são quebrados os peds. Feições brilhantes, sobre os agregados, também podem ser observadas com lentes de 10 X. Critério derivado de Estados Unidos (1975) e adaptação do Comitê Executivo de Classificação de Solos. 24 SUPERFÍCIE DE COMPRESSÃO São superfícies alisadas, virtualmente sem estriamento, provenientes de compressão na massa do solo em decorrência de expansão do material, podendo apresentar certo brilho quando úmidas ou molhadas. Constitui feição mais comum a solos de textura argilosa ou muito argilosa, cujo elevado teor de argila ocasiona algo de expansibilidade por ação de hidratação, sendo que as superfícies não têm orientação preferencial inclinada em relação ao prumo do perfil e usualmente não apresentam essa disposição. GILGAI É o microrrelevo típico de solos argilosos que têm um alto coeficiente de expansão com aumento no teor de umidade. Consiste em saliências convexas distribuídas em áreas quase planas ou configuram feição topográfica de sucessão de depressões e elevações. Critério conforme Estados Unidos (1975). AUTOGRANULAÇÃO “SELF-MULCHING” Propriedade inerente a alguns materiais argilosos manifesta pela formação de camada superficial de agregados geralmente granulares e soltos, fortemente desenvolvidos, resultantes de umedecimento e secagem. Quando destruídos pelo uso de implementos agrícolas, os agregados se recompõem normalmente pelo efeito de apenas um ciclo de umedecimento e secagem. Critério conforme Estados Unidos (1975). 25 RELAÇÃO SILTE/ARGILA Calculada dividindo-se os teores de silte pela de argila, resultantes da análise granulométrica. A relação silte/argila serve como base para avaliar o estágio de intemperismo presente em solos de região tropical. É empregada em solos de textura franco arenosa ou mais fina e indica baixos teores de silte e, portanto, alto grau de intemperismo, quando apresenta, na maior parte do horizonte B, valor inferior a 0,7 nos solos de textura média ou inferior a 0,6 nos solos de textura argilosa ou muito argilosa. Essa relação é utilizada para diferenciar horizonte B latossólico de B incipiente, quando eles apresentam características morfológicas semelhantes, principalmente para solos cujo material de origem pertence ao cristalino,como as rochas graníticas e gnaissícas. SUPERFÍCIE NITICAS Superfícies níticas englobam feições brilhantes na parte externa dos agregados, sem estriamento, podendo ou não estar associada à presença de revestimentos. São causadas pela mudança do volume da massa do solo, em resposta às mudanças na umidade entre períodos secos e úmidos, sendo mais expressivas no período úmido. Observadas em solos argilosos ou muito argilosos, cauliníticos, com forte desenvolvimento estrutural em blocos ou prismas e, em geral, com boa drenagem. (discutir) MINERAIS FACILMENTE ALTERÁVEIS São aqueles instáveis principalmente em clima úmido, em comparação com outros minerais mais resistentes, tais como quartzo e argilominerais do grupo das caulinitas, e que, quando se intemperizam, liberam nutrientes para as plantas. Os minerais que são incluídos no significado de minerais alteráveis são os seguintes:  minerais encontrados na fração menor que 0,002mm (minerais da fração argila): inclui todos os argilominerais do tipo 2:1, exceto os com hidroxi-Al entrecamadas (VHE e EHE), comumente encontrados em Latossolos e alguns Argissolos e Nitossolos; 28 HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS HORIZONTE HÍSTICO É um tipo de horizonte constituído predominantemente de material orgânico, contendo 80g/kg ou mais de (C-org) 5 , resultante de acumulações de resíduos vegetais depositados superficialmente, ainda que, no presente, possa encontrar-se recoberto por horizontes ou depósitos minerais e mesmo camadas orgânicas mais recentes. Mesmo após revolvimento da parte superficial do solo ( ex: por aração), os teores de matéria orgânica, após mesclagem com minerais, mantêm-se elevados. Compreende materiais depositados nos solos sob condições de excesso de água (horizonte H), por longos períodos ou todo o ano, ainda que no presente tenham sido artificialmente drenados, e materiais depositados em condições de drenagem livre (horizonte O), sem estagnação de água, condicionados pelo clima úmido, como em ambiente altimontano. O horizonte hístico pode ocorrer à superfície ou estar soterrado por material mineral e deve atender a um dos seguintes requisitos:  espessura maior ou igual a 20 cm;  espessura maior ou igual a 40 cm quando 75% (expresso em volume) ou mais do horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas;  espessura de 10 cm ou mais quando sobrejacente a um contato lítico; ou sobrejacente a material fragmentar constituído por 90% ou mais (em volume) de fragmentos de rocha (cascalho, calhaus e matacões). 5 Contribuição de Valladares (2003), Tese de Doutorado (UFRJ), titulo: Caracterização de Organossolos, auxílio à sua classificação. 29 HORIZONTE A CHERNOZÊMICO É um horizonte mineral superficial, relativamente espesso, de cor escura, com alta saturação por bases, que, mesmo após revolvimento superficial (ex.: por aração), atenda às seguintes características: a) estrutura do solo suficientemente desenvolvida, com agregação e grau de desenvolvimento predominantemente moderado ou forte, não sendo admitida, simultaneamente, estrutura maciça e consistência quando seco, dura ou mais (muito dura e extremamente dura). Prismas sem estrutura secundária, com dimensão superior a 30cm também não são admitidos, à semelhança de estrutura maciça; b) a cor do solo, em ambas as amostras, indeformada e amassada, é de croma igual ou inferior a 3 quando úmido, e valores iguais ou mais escuros que 3 quando úmido e que 5 quando seco. Se o horizonte superficial apresentar 400g/kg de solo ou mais de carbonato de cálcio equivalente, os limites de valor quando seco são relegados; quanto ao valor quando úmido, o limite passa a ser de 5 ou menos; c) a saturação por bases (V%) é de 65% ou mais, com predomínio do íon cálcio e/ou magnésio; d) o conteúdo de carbono orgânico é de 6g/kg de solo ou mais em todo o horizonte, conforme o critério de espessura no item seguinte. Se, devido à presença de 400g/kg de solo ou mais de carbonato de cálcio equivalente, os requisitos de cor são diferenciados do usual, o conteúdo de carbono orgânico é de 25g/kg de solo ou mais nos 18cm superficiais. O limite superior do teor de carbono orgânico, para caracterizar o horizonte A chernozêmico, é o limite inferior excludente do horizonte hístico; e) a espessura, incluindo horizontes transicionais, tais como AB, AE ou AC, mesmo quando revolvido o material de solo, deve atender a um dos seguintes requisitos: 1 - 10cm ou mais, se o horizonte A é seguido de contato com a rocha; ou 2 - 18cm no mínimo e mais que um terço da espessura do solum (A+B), se este tiver menos que 75cm; ou 30 3 - para solos sem horizonte B, 18cm no mínimo e mais que um terço da espessura dos horizontes A+C, se esta for inferior a 75cm; ou 18cm no mínimo e mais que um terço da espessura do solum, ou mais que um terço da espessura dos horizontes A+C caso não ocorra B, se estas forem inferiores a 75cm; ou 4 - 25cm no mínimo, se o solum tiver 75cm ou mais de espessura. HORIZONTE A PROEMINENTE As características do horizonte A proeminente são comparáveis àquelas do A chernozêmico, no que se refere a cor, teor de carbono orgânico, consistência, estrutura e espessura; diferindo, essencialmente, por apresentar saturação por bases (V%) inferior a 65%. Difere do horizonte A húmico pelo teor de carbono orgânico conjugado com espessura e teor de argila. HORIZONTE A HÚMICO É um horizonte mineral superficial, com valor e croma (cor do solo úmido) igual ou inferior a 4 e saturação por bases (V%) inferior a 65%, apresentando espessura e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dentro de limites específicos, conforme os seguintes critérios:  espessura mínima como a descrita para o horizonte A chernozêmico;  teor de carbono orgânico inferior ao limite mínimo para caracterizar o horizonte hístico;  teor total de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte equação:  (C-org, em g/kg, de suborizontes A x espessura do suborizonte, em dm)  60 + (0,1 x média ponderada de argila, em g/kg, do horizonte superficial, incluindo AB ou AC) 6 . 6 Para solos que apresentam apenas um horizonte superficial, ou seja, não apresentam suborizontes, o cálculo é efetuado considerando-se o teor de carbono desse horizonte 33 A natureza coloidal da argila a torna suscetível de mobilidade com a água no solo se a percolação é relevante. Na deposição em meio aquoso, as partículas de argilominerais usualmente lamelares, tendem a repousar aplanadas no local de apoio. Transportadas pela água, as argilas translocadas tendem a formar películas, com orientação paralela às superfícies que revestem, ao contrário das argilas formadas in situ, que apresentam orientação desordenada. Entretanto, outros tipos de revestimento de material coloidal inorgânico são também levados em conta como características de horizonte B textural e reconhecidos como cerosidade. A cerosidade considerada na identificação do B textural é constituída por revestimentos de materiais coloidais minerais que, se bem desenvolvidos, são facilmente perceptíveis pelo aspecto lustroso e brilho graxo, na forma de preenchimento de poros e revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds). Nos solos sem macroagregados, com estrutura do tipo grãos simples ou maciça, a argila iluvial apresenta-se sob a forma de revestimento nos grãos individuais de areia, orientada de acordo com a superfície dos mesmos ou formando pontes ligando os grãos. Na identificação de campo da maioria dos horizontes B texturais, a cerosidade é importante. No entanto, a simples ocorrência de cerosidade pode não ser adequada para caracterizar o horizonte B textural, sendo necessário conjugá-la com outros critérios auxiliares, pois, devido ao escoamento turbulento da água por fendas, o preenchimento dos poros pode se dar em um único evento de chuva ou inundação. Por esta razão, a cerosidade num horizonte B textural deverá estar presente em diferentes faces das unidades estruturais e não, exclusivamente nas faces verticais. Será considerada como B textural a ocorrência de lamelas, de textura franco-arenosa ou mais fina, que, em conjunto, perfaçam 15cm ou mais de espessura, admitindo-se que entre as mesmas possa ocorrer material de classes de textura areia e areia-franca. Pode-se dizer que um horizonte B textural se forma sob um horizonte ou horizontes superficiais, e apresenta espessura que satisfaça uma das condições a seguir: a) ter pelo menos 10% da soma das espessuras dos horizontes sobrejacentes e no mínimo 7,5cm; ou b) ter 15cm ou mais, se os horizontes A e B somarem mais que 150cm; ou 34 c) ter 15cm ou mais, se a textura do horizonte E ou A for areiafranca ou areia; ou d) se o horizonte B for inteiramente constituído por lamelas, estas devem ter, em conjunto, espessura superior a 15cm; ou e) se a textura for média ou argilosa, o horizonte B textural deve ter espessura de pelo menos 7,5cm. Em adição a isto, para caracterização de um horizonte B textural devem ocorrer uma ou mais das seguintes características: f) presença de horizonte E no sequum, acima do horizonte B considerado, desde que o B não satisfaça os requisitos para horizonte B espódico, plíntico ou plânico; g) grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente para caracterizar uma mudança textural abrupta 7 ; ou h) incremento de argila total do horizonte A para B, dentro de uma seção de controle definida em função da espessura do horizonte A, suficiente para que a relação textural B/A 8 satisfaça uma das alternativas abaixo: h1 nos solos com mais de 400g de argila/kg de solo no horizonte A, relação maior que 1,50; ou h2 nos solos com 150 a 400g de argila/kg de solo no horizonte A, relação maior que 1,70; ou h3 nos solos com menos de 150g de argila/kg de solo no horizonte A, relação maior que 1,80. 7 O incremento de argila aqui considerado não deve ser exclusivamente por descontinuidade litológica. 8 Calculada pela divisão da média aritmética do teor de argila total do horizonte B (excluído o BC) pela média de argila total de A, de conformidade com os itens que se seguem: a) se o horizonte A tem menos que 15cm de espessura, considerar uma espessura máxima de 30 cm a partir do topo do horizonte B (inclusive BA) para o cálculo da média de argila no B (exclusive BC); b) se o horizonte A tem 15cm ou mais, considerar uma espessura, a partir do topo do horizonte B (inclusive BA), que seja o dobro da espessura de A para cálculo da média de argila no B (exclusive BC). 35 i) quando o incremento de argila total do horizonte A para o B for inferior ao especificado no item h, o horizonte B textural deve satisfazer a uma das seguintes condições: I) solos de textura média ou arenosa/média, com ausência de macroagregados devem apresentar argila iluvial, representada por cerosidade moderada, sob forma de revestimentos nos grãos individuais de areia, orientada de acordo com a superfície dos mesmos ou formando pontes ligando os grãos. II) solos com horizonte B de textura média e com estrutura prismática ou em blocos moderada ou mais desenvolvida devem apresentar cerosidade no mínimo moderada em um ou mais suborizontes, da parte superior do B. III) solos com horizonte B de textura argilosa ou muito argilosa e com estrutura prismática ou em blocos devem apresentar cerosidade no mínimo comum e fraca ou pouca e moderada em um ou mais suborizontes, da parte superior do B. IV) solos com relação textural B/A igual ou maior que 1,4, conjugado com presença de fragipã dentro de 200 cm da superfície desde que não satisfaça os requisitos para B espódico. j) se o perfil apresentar descontinuidade de material originário entre os horizontes A ou E e o B textural (principalmente solos desenvolvidos de materiais recentes, como sedimentos aluviais) ou se somente uma camada arada encontra-se acima do B textural, este necessita satisfazer um dos requisitos especificados nos itens h e/ou i. Derivado de “argillic horizon” (Estados Unidos, 1975). Nota: os horizontes B textural e B nítico não são mutuamente excludentes. A distinção entre ARGISSOLOS e NITOSSOLOS é feita pelos teores de argila, pelo gradiente textural e pela diferenciação de cor no solo (policromia), conforme critérios constantes na definição de NITOSSOLOS. 38 b) espessura mínima de 50cm; c) menos de 5% do volume que mostre estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não intemperizada; d) grande estabilidade dos agregados, sendo o grau de floculação da argila igual ou muito próximo de 100% e o teor de argila dispersa em água menor que 200 g/kg desde que o horizonte tenha 4g/kg ou menos de carbono orgânico, e não apresente pH positivo ou nulo, tendo comportamento atípico, horizontes com maior teor de carbono orgânico (geralmente horizonte BA), horizontes com cargas tendendo para ou com saldo eletropositivo ou horizontes de textura média, mormente próximos à classe generalizada de textura arenosa; e) textura franco-arenosa ou mais fina, teores baixos de silte, sendo a relação silte/argila, até a profundidade de 200cm (ou 300cm se o horizonte A exceder 150cm de espessura) na maioria dos suborizontes do B, inferior a 0,7 nos solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa ou muito argilosa; (materiais de origem siltosos caulinita maior ou muscovita ou ainda agregados ferruginosos como fica RCC MG) ver item d) do B incipiente. f) relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo à fração argila, igual ou inferior a 2,2, sendo normalmente menor que 2,0; g) menos de 4% de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo) ou menos de 6% de muscovita na fração areia, porém referidos a 100 g de TFSA, podendo conter, na fração menor que 0,05mm (silte + argila), não mais que traços de argilominerais do grupo das esmectitas, e somente pequenas quantidades de ilitas, ou de argilominerais interestratificados. h) capacidade de troca de cátions menor que 17cmolc/kg de argila, sem correção para carbono. i) cerosidade, se presente, é no máximo pouca e fraca. Corresponde, em parte, ao “oxic horizon” (Estados Unidos, 1975). 39 HORIZONTE B INCIPIENTE Trata-se de horizonte subsuperficial, subjacente ao A, Ap, ou AB, que sofreu alteração física e química em grau não muito avançado, porém suficiente para o desenvolvimento de cor ou de unidades estruturais, e no qual mais da metade do volume de todos os suborizontes não deve consistir em estrutura da rocha original. O horizonte B incipiente deve ter no minimo 10 cm de espessura e apresentar as seguintes caractrísticas:  não satisfazer os requisitos estabelecidos para caracterizar um horizonte B textural, B nítico, B espódico, B plânico e B latossólico, além de não apresentar também cimentação, endurecimento ou consistência quebradiça quando úmido, características de fragipã, duripã e horizonte petrocálcico; ademais não apresenta quantidade de plintita requerida para horizonte plíntico e nem expressiva evidência de redução distintiva de horizonte glei;  apresenta dominância de cores brunadas, amareladas e avermelhadas, com ou sem mosqueados ou cores acinzentadas com mosqueados, resultantes da segregação de óxidos de ferro;  textura franco-arenosa ou mais fina;  desenvolvimento de unidades estruturais no solo (agregados ou peds) e ausência da estrutura da rocha original, em 50% ou mais do seu volume;  desenvolvimento pedogenético evidenciado por uma ou mais das seguintes condições:  teor de argila mais elevado ou cromas mais fortes ou matiz mais vermelho do que o horizonte subjacente; conteúdo de argila menor, igual ou pouco maior que o do horizonte A, neste último caso, não satisfazendo os requisitos de um horizonte B textural;  remoção de carbonatos, refletida particularmente pelo menor conteúdo de carbonato em relação ao horizonte de acumulação de 40 carbonatos subjacente, ou pela ausência de fragmentos revestidos por calcário, caso o horizonte de acumulação subjacente apresente fragmentos cobertos por calcário apenas na parte basal, ou pela presença de alguns fragmentos parcialmente livres de revestimento, se todos os fragmentos grosseiros do horizonte subjacente encontrarem-se completamente revestidos por carbonato. O horizonte B incipiente pode apresentar características morfológicas semelhantes a um horizonte B latossólico, diferindo deste por apresentar a maioria dos seguintes requisitos:  capacidade de troca de cátions, sem correção para carbono, de 17cmolc/kg de argila ou maior;  4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo), ou 6% ou mais de muscovita, determinados na fração areia, porém referidos à TFSA;  relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo à fração argila, maior que 2,2;  relação silte/argila igual ou maior que 0,7 quando a textura for média, sendo igual ou maior que 0,6 quando for argilosa ou muito argilosa;  espessura menor que 50cm; e  5% ou mais do volume do horizonte apresenta estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não intemperizada. Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitos para ser identificado como B incipiente e vértico, será conferida precedência diagnóstica ao horizonte vértico para fins taxonômicos. No caso de muitos solos, abaixo de horizonte diagnóstico B textural, B espódico, B latossólico, ou horizonte plíntico ou glei que coincidam com horizonte B, pode haver um horizonte de transição para o C, no qual houve 43 Bs – usualmente apresenta cores vivas de croma alto. São caracterizados pela presença de alumínio ou alumínio e ferro e pouca matéria orgânica iluvial, exceto por padrões descontínuos na transição entre os horizontes A ou E para o B espódico. Em geral, os horizontes identificados como Bs tem matiz de 5YR, 7,5YR ou 10YR, valor 4 ou 5 (no máximo 6), e croma 4 a 8. Bhs – identificado pela iluviação expressiva de ferro e matéria orgânica, sendo os compostos orgânicos distribuídos em faixas, ou como mosqueados, ou aglomerados, ou estrias, formando padrões heterogêneos dos compostos iluviais de ferro, alumínio e matéria orgânica. Horizontes Bhs contêm quantidades significativas de ferro e alumínio extraíveis por oxalato (Feo e Alo), entretanto, os limites ainda precisam ser estabelecidos para solos brasileiros. Em geral, os horizontes identificados como Bhs tem matiz de 2,5YR a 10YR, valor/croma de 3/4, 3/6, 4/3 ou 4/4. Bh – iluviação dominante de complexos matéria orgânica-alumínio, com pouca ou nenhuma evidência de ferro iluvial. O horizonte é relativamente uniforme lateralmente e apenas o conteúdo de matéria orgânica e de alumínio decrescem em profundidade. No horizonte Bh, em geral, os grãos de areia não estão revestidos por material iluvial, que ocorre como grânulos ou precipitados de matéria orgânica e sesquióxidos de alumínio. Dominam nos horizontes identificados como Bh cores escuras, com valor <4 e croma <3. O horizonte B espódico também pode se apresentar sob a forma consolidada, denominada “ortstein” (Bsm, Bhsm ou Bhm). Este apresenta-se contínuo ou praticamente contínuo, fortemente cimentado por complexos organometálicos e/ou aluminossilicatos amorfos e/ou compostos amorfos constituídos por diversas proporções de Al, Si e Fe. A consistência muito firme ou extremamente firme é geralmente independente do teor de umidade do solo. Combinações dos horizontes acima podem ocorrer ao longo do perfil, como Bh – Bhs, Bh – Bs, ou Bh – Bs – Bsm etc., com variações de transição, espessura, padrões de cor e outras propriedades morfológicas. Outro horizonte que pode ocorrer associado ou como variação do B espódico é o Plácico (do grego plax, pedra chata, significando um fino pã cimentado). Constitui um horizonte fino, de cor preta a vermelho escura que é cimentado por ferro (ou ferro e manganês), com matéria orgânica. Este horizonte constitui um impedimento à passagem da água e ao desenvolvimento das raízes das plantas. Existem poucos registros da ocorrência deste horizonte e, portanto, da variabilidade de atributos tais como espessura. Em vista do conhecimento atual, o horizonte plácico deve atender aos seguintes requisitos: 44 a) o horizonte é cimentado ou endurecido por ferro ou ferro e manganês, com matéria orgânica, acompanhados ou não de outros agentes cimentantes; b) o horizonte é contínuo lateralmente, exceto por fendas verticais espaçadas de, pelo menos, 10cm através das quais pode haver penetração do sistema radicular; e c) o horizonte tem uma espessura variável entre 0,5cm (mínimo) e 2,5cm (máximo). Em síntese, o horizonte B espódico é aquele que tem espessura mínima de 2,5cm, com acumulação iluvial de matéria orgânica, associada a complexos de sílica-alumínio ou húmus-alumínio, podendo ou não conter ferro, ou acumulação de alumínio ou de alumínio e ferro, com pouca matéria orgânica luvial e que apresenta uma ou mais das seguintes características: a) um horizonte E (álbico ou não) sobrejacente e cores úmidas de acordo com um dos itens a seguir: 1 matiz 5YR ou mais vermelho; 2 matiz 7,5YR com valor 5 ou menor e croma 4 ou menor; 3 matiz 10YR, com valor e croma 3 ou menor; 4 cores neutras com valor 3 ou menor (N 3/ ). b) uma das cores do item anterior ou matiz 7,5YR com valor 5 ou menor e croma 5 ou 6, ou matiz 10YR com valor 5 ou menor e croma menor que 6 e apresentando uma ou mais das seguintes características: 1 cimentação por matéria orgânica e alumínio, com ou sem ferro, em 50% ou mais do horizonte e consistência firme ou muito firme nas partes cimentadas; 2 quando de textura arenosa ou média, os grãos de areia não cobertos por películas de ferro ou matéria orgânica apresentam fissuras ou presença de grânulos pretos do tamanho da fração silte, ou ambos; 3 percentagem de alumínio mais metade da percentagem de ferro (determinados pelo oxalato de amônio) com valor 0,50 ou maior, sendo este valor pelo menos o dobro do encontrado no horizonte sobrejacente, seja A ou E. 4 qualquer cor se o horizonte é continuamente cimentado por uma combinação de matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro, apresentando consistência quando úmido muito firme ou extremamente firme. 45 Critérios derivado de Estados Unidos (1999); FAO (1994), Isbell (1996). HORIZONTE B PLÂNICO É um tipo especial de horizonte B textural, com ou sem caráter sódico, subjacente a horizontes A ou E, apresentando mudança textural abrupta ou transição abrupta com relação textural B/A dentro do especificado no horizonte B textural (subitem h, pág. 50). Apresenta estrutura prismática, ou colunar, ou em blocos angulares e subangulares grandes ou médios, e às vezes maciça, permeabilidade lenta ou muito lenta e cores acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não possuir cores neutras de redução, com ou sem mosqueados. Este horizonte apresenta teores elevados de argila dispersa e pode ser responsável pela formação de lençol de água suspenso, de existência temporária. As cores do horizonte plânico refletem a sua baixa permeabilidade e devem atender a pelo menos um dos seguintes requisitos: a) cor da matriz (com ou sem mosqueado) 1 matiz 10YR ou mais amarelo, cromas 3, ou excepcionalmente 4; ou 2 matizes 7,5YR ou 5YR, cromas 2; b) coloração variegada com pelo menos uma cor apresentando matiz e croma conforme especificado no item a (Embrapa, 1975a, p.241, perfil 45); ou c) solos com matiz 10YR ou mais amarelo, cromas 4, combinado com mosqueado tendo cromas conforme especificado no item a (Embrapa, 1975a, p.312, perfil 50). Para fins taxonômicos, o horizonte B plânico tem precedência diagnóstica sobre o horizonte glei e o B textural, e perde em precedência para o horizonte plíntico, exceto para B plânico com caráter sódico. 48 ocorrendo também estrutura prismática composta de blocos, sobretudo nos solos com argila de atividade alta. Quando seco, o horizonte plíntico, em geral, se apresenta compacto, duro a extremamente duro; quando úmido, é firme ou muito firme, podendo ter partes extremamente firmes; quando molhado, a consistência varia de ligeiramente plástica a muito plástica e de ligeiramente pegajosa a muito pegajosa. O horizonte plíntico comunmente apresenta argila de atividade baixa, com relação molecular Ki entre 1,20 e 2,20, entretanto tem sido constatada também argila de atividade alta neste horizonte (ANJOS et al., 1995). O horizonte plíntico se forma em terrenos com lençol freático alto ou que pelo menos apresente restrição temporária à percolação da água. Regiões de clima quente e úmido, com relevo plano a suave ondulado, de áreas baixas como depressões, baixadas, terços inferiores de encostas e áreas de surgente das regiões quente e úmidas favorecem o desenvolvimento de horizonte plíntico, por permitir que o terreno permaneça saturado com água, pelo menos, uma parte do ano e sujeito a flutuações do lençol freático. A presença de concreções e nódulos de ferro imediatamente acima da zona do horizonte plíntico pode ser uma comprovação de plintita no perfil, evidenciando, desse modo, uma acentuada influência do processo de umedecimento e secagem nestas seções. Este processo é acelerado quando o material é exposto em trincheiras, valas ou cortes antigos de estrada. Quando um mesmo horizonte satisfizer, simultaneamente, os requisitos para ser identificado como horizonte plíntico e também como qualquer um dos seguintes horizontes: B textural, B latossólico, B nítico, B incipiente, B plânico (excetuando-se B plânico de caráter sódico), ou horizonte glei, será identificado como horizonte plíntico, sendo a ele conferida a precedência taxonômica sobre os demais citados. 49 HORIZONTE CONCRECIONÁRIO Horizonte constituído de 50% ou mais, por volume, de material grosseiro com predomínio de petroplintita, do tipo nódulos ou concreções de ferro ou de ferro e alumínio, numa matriz terrosa de textura variada ou matriz de material mais grosseiro, identificado como horizonte Ac, Ec, Bc ou Cc. O horizonte concrecionário, para ser diagnóstico, deve apresentar no mínimo 30 cm de espessura. Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitos para horizonte concrecionário e para qualquer um dos seguintes horizontes: B textural, B latossólico, B nítico, B incipiente, horizonte plânico (excetuando B plânico de caráter sódico), horizonte glei ou qualquer tipo de horizonte A, será a ele conferida precedência taxonômica. Critério derivado de REUNIÃO ... (1979b), FAO (1990; 1994) e EMBRAPA (1988a). HORIZONTE LITOPLÍNTICO O horizonte litoplíntico é constituído por petroplintita contínua ou praticamente contínua. Este horizonte pode englobar uma seção do perfil muito fraturada mas em que existe predomínio de blocos de petroplintita com tamanho mínimo de 20cm, ou as fendas que aparecem são poucas e separadas umas das outras por 10 cm ou mais. Para ser diagnóstico, o horizonte litoplíntico deve ter uma espessura de 10cm ou mais. Este horizonte constitui um sério impedimento para penetração das raizes e da água. O horizonte litoplíntico difere de um horizonte B espódico cimentado (“ortstein”) por conter pouca ou nenhuma matéria orgânica. 50 Derivado de horizonte litoplíntico, conforme SMITH et al. (1977), EMBRAPA (1988a), FAO (1994; 1998). HORIZONTE GLEI É um horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, com espessura de 15cm ou mais, caracterizado por redução de ferro e prevalência do estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada, como evidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matriz do horizonte, com ou sem mosqueados de cores mais vivas. Trata-se de horizonte fortemente influenciado pelo lençol freático e regime de umidade redutor, virtualmente livre de oxigênio dissolvido em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo menos por um longo período, associado à demanda de oxigênio pela atividade biológica. Esse horizonte pode ser constituído por material de qualquer classe textural e suas cores são de cromas bastante baixos, próximas de neutras ou realmente neutras, tornando-se, porém, mais brunadas ou amareladas por exposição do material ao ar. Quando existe estrutura com agregação, as faces dos elementos estruturais apresentam cor acinzentada, ou azulada, ou esverdeada, ou neutra como uma fase contínua e podem ter mosqueamento de cores mais vivas; o interior dos elementos de estrutura pode ter mosqueados proeminentes, mas usualmente há uma trama de lineamentos ou bandas de croma baixo contornando os mosqueados. Quando da inexistência de elementos estruturais, a matriz do horizonte (fundo) mais tipicamente apresenta croma 1 ou menor, com ou sem mosqueados. O horizonte sendo saturado com água periodicamente, ou o solo tendo sido drenado, deve apresentar algum mosqueado, de croma alto concernente a cores amareladas ou avermelhadas, resultantes de segregação de ferro e precipitação na forma de óxidos. Pode apresentar acumulações sob a forma de mosqueados pretos ou preto-avermelhados, brandos ou semiconsolidados, ou ainda de nódulos ou concreções, de manganês ou de manganês e ferro. 53 HORIZONTE PETROCÁLCICO Com o enriquecimento em carbonatos, o horizonte cálcico tende progressivamente a se tornar obturado com carbonatos e cimentado, formando horizonte contínuo, endurecido, maciço, que passa a ser reconhecido como horizonte petrocálcico. Nos estágios iniciais do horizonte cálcico, este tem carbonatos de consistência macia e disseminados na matriz do solo, ou que se acumulam em concreções endurecidas ou ambos. O horizonte petrocálcico evidencia o avanço evolutivo do processo de calcificação. É um horizonte contínuo, resultante da consolidação e cimentação de um horizonte cálcico por carbonato de cálcio, ou, em alguns locais, com carbonato de magnésio. Pode haver presença acessória de sílica. O horizonte é continuamente cimentado em todo o perfil, a tal ponto que fragmentos secos imersos em água não fraturam nem desprendem pedaços. Quando seco, não permite a penetração da pá ou do trado. É maciço ou de estrutura laminar, muito duro ou extremamente duro quando seco e muito firme a extremamente firme quando úmido. Os poros não capilares estão obstruídos e o horizonte não permite a penetração das raízes, a não ser ao longo de fraturas verticais, que se distanciam de 10cm ou mais. A espessura mínima é, superior a 10cm, exceto no caso de horizonte laminar sobre rocha consolidada, que será considerado um horizonte petrocálcico se tiver espessura igual ou superior a 1,0cm. Conforme “petrocalcic horizon” (Estados Unidos, 1994). HORIZONTE SULFÚRICO O horizonte sulfúrico tem 15cm ou mais de espessura e é composto de material mineral ou orgânico cujo valor de pH emdido em água (1:2,5; solo/água) é de 3,5 ou menor, evidênciando a presença de ácido sulfúrico. Além disso, deve possuir uma ou mais das seguintes características:  concentração de jarosita; ou  materiais sulfídricos imediatamente subjacentes ao horizonte; ou 54  0,05% ou mais de sulfato solúvel em água. Não é especificada a cor da jarosita (que pode ter croma 3 ou maior), nem requer necessariamente a sua presença. Horizontes sulfúricos sem jarosita são encontrados em materiais com alto teor de matéria orgânica, ou em materiais minerais de um tempo geológico anterior, expostos na superfície. Um horizonte sulfúrico forma-se pela oxidação de materiais minerais ou orgânicos ricos em sulfetos, como resultado da drenagem, mais comumente artificial. Tal horizonte apresenta condições de acidez altamente tóxica para a maioria das plantas. Também pode formar-se em locais onde materiais sulfídricos tenham sido expostos como resultado da mineração de superfície, construção de estradas, dragagem ou outras operações de movimento de terra. Critério derivado de ESTADOS UNIDOS (1994) e de BISSANI et al. (1995). HORIZONTE VÉRTICO É um horizonte mineral subsuperficial que, devido à expansão e contração das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção (“slickensides”) em quantidade no mínimo comum e/ou a presença de unidades estruturais cuneiformes e/ou paralelepipédicas (Santos et al., 2005), cujo eixo longitudinal está inclinado de 10 O ou mais em relação à horizontal, e fendas em algum período mais seco do ano com pelo menos 1cm de largura. A sua textura mais freqüente varia de argilosa a muito argilosa, admitindo- se na faixa de textura média um mínimo de 300g/kg de argila. O horizonte vértico pode coincidir com horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C, e apresentar cores escuras, acinzentadas, amareladas ou avermelhadas. Para ser diagnóstico, este horizonte deve apresentar uma espessura mínima de 20cm. Em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente de expansão linear (COLE) deve ser 0,06 ou maior, ou a expansibilidade linear é de 6cm ou mais. 55 O horizonte vértico tem precedência diagnóstica sobre os horizontes B incipiente, B nítico e glei. FRAGIPÃ É um horizonte mineral subsuperficial, endurecido quando seco, contínuo ou presente em 50% ou mais do volume de outro horizonte, normalmente de textura média. Pode estar subjacente a um horizonte B espódico, B textural ou horizonte álbico. Tem conteúdo de matéria orgânica muito baixo, a densidade do solo é maior que a dos horizontes sobrejacentes e é aparentemente cimentado quando seco, tendo então consistência dura, muito dura ou extremamente dura. Quando úmido, o fragipã tem uma quebradicidade fraca a moderada e seus elementos estruturais ou fragmentos apresentam tendências a romperem- se subitamente, quando sob pressão, em vez de sofrerem uma deformação lenta. Quando imerso em água, um fragmento seco torna-se menos resistente, podendo desenvolver fraturas com ou sem desprendimento de pedaços, e se esboroa em curto espaço de tempo (aproximadamente 2 horas). O fragipã é usualmente mosqueado e pouco ou muito pouco permeável à água. Quando de textura média ou argilosa, o fragipã normalmente apresenta partes esbranquiçadas (ambiente de redução) em torno de poliedros ou prismas, os quais se distanciam de 10cm, ou mais, no sentido horizontal, formando um arranjamento poligonal grosseiro. O fragipã dificulta ou impede a penetração das raízes e da água no horizonte em que ocorre. Derivado de conceito constante de ESTADOS UNIDOS (1951; 1975). 58 NÍVEIS CATEGÓRICOS DO SISTEMA Nível categórico de um sistema de classificação de solos é um conjunto de classes definidas segundo atributos diagnósticos em um mesmo nível de generalização ou abstração e incluindo todos os solos que satisfizerem a essa definição. As características ou propriedades usadas para a definição de um nível categórico devem ser propriedades dos solos que possam ser identificadas no campo ou que possam ser inferidas de outras propriedades que são reconhecidas no campo ou a partir de conhecimentos da ciência do solo e de outras disciplinas correlatas. As características diferenciais para os níveis categóricos mais elevados da classificação de solos devem ser propriedades dos solos que resultam diretamente dos processos de gênese do solo ou que afetam, diretamente, a gênese do mesmo, porque estas propriedades apresentam um maior número de características acessórias. Os níveis categóricos previstos para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos são seis: 1º nível categórico (ordens), 2º nível categórico (subordens), 3º nível categórico (grandes grupos), 4º nível categórico (subgrupos), 5º nível categórico (famílias) e 6º nível categórico (séries). CLASSES DO 1º NÍVEL CATEGÓRICO (ORDENS) No caso das ordens, no SiBCS, em algumas classes estão agrupados solos que, na classificação anterior, constituíam classes individualizadas nos levantamentos de solos no país. É o caso dos NEOSSOLOS, a qual agrupa no 2º nível categórico os solos antes chamados de Regossolos, Solos Litólicos, Litossolos, Solos Aluviais e Areias Quartzosas. As diversas classes no 1º nível categórico foram separadas pela presença ou ausência de determinados atributos, horizontes diagnósticos ou propriedades que são características passíveis de serem identificadas no campo mostrando diferenças no tipo e grau de desenvolvimento de um conjunto de 59 processos que atuaram na formação do solo. Assim, a separação das classes no 1º nível categórico teve como base os sinais deixados no solo, pela atuação de um conjunto de processos que foram considerados os dominantes no desenvolvimento do solo. Ressalte-se que a ausência dessas características no solo também foi empregada como critério para separação de classes neste 1º nível categórico. As características diferenciais que refletem a natureza do meio ambiente e os efeitos (sinais) dos processos de formação do solo, dominantes na gênese dele, são as que devem ter maior peso para o 1º nível categórico, porque estas propriedades têm o maior número de características acessórias. No caso específico dos ORGANOSSOLOS, as características diferenciais tiveram por objetivo diferenciá-los dos solos constituídos por material mineral. Assim, as propriedades a serem utilizadas devem contribuir para:  diferenciá-los dos solos minerais;  indicar seu potencial de modificação quando drenados e/ou cultivados;  prever a qualidade do substrato mineral e/ou resíduo mineral;  selecionar características diferenciais que mudem pouco ou muito lentamente com o uso e manejo, além de permitir a predição do seu comportamento e potencial agrícola (características diferenciais com grande número de características acessórias). CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS) As classes foram separadas por propriedades ou características diferenciais que:  refletem a atuação de outros processos de formação que agiram juntos ou afetaram os processos dominantes e cujas características foram utilizadas para separar os solos no 1º nível categórico; ou, 60  ressaltam as características responsáveis pela ausência de diferenciação de horizontes diagnósticos; ou,  envolvem propriedades resultantes da gênese do solo e que são extremamente importantes para o desenvolvimento das plantas e/ou para outros usos não agrícolas e que tenham grande número de propriedades acessórias; ou,  ressaltam propriedades ou características diferenciais que representam variações importantes dentro das classes do 1º nível categórico. CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS) As classes foram separadas por uma ou mais das seguintes características:  tipo e arranjamento dos horizontes;  atividade de argila; condição de saturação do complexo sortivo por bases ou por alumínio, ou por sódio e/ou por sais solúveis;  presença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das raízes e afetam o movimento da água no solo. CLASSES DO 4º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBGRUPOS) As classes foram separadas por uma das seguintes características:  representa o conceito central da classe ou o indivíduo mais simples (é o típico); ainda que possa não ser o de maior expressão geográfica, mas apresenta organização de horizontes e sinais dos processos pedogenéticos mais simples;  representa os intermediários para o 1º, 2º ou 3º níveis categóricos;  representa os solos com características extraordinárias. 63 NOMENCLATURA DAS CLASSES No primeiro nível categórico (ordem) os nomes das classes são formados pela associação de um elemento formativo com a terminação “ssolos”. São apresentados a seguir os nomes das classes, seus respectivos elementos formativos e os seus significados. Classe Elemento Formativo Termos de conotação e de memorização NEOSSOLO NEO Novo. Pouco desenvolvimento VERTISSOLO VERTI “Vertere” (inverter). Horizonte vértico CAMBISSOLO CAMBI “Cambiare” (trocar, mudar). Horizonte B incipiente CHERNOSSOLO CHERNO Preto, rico em matéria orgânica LUVISSOLO LUVI “Luere”, (iluvial). Acumulação de argila com alta saturação por bases e Ta (alta atividade) ARGISSOLO ARGI “Argilla”.Acumulação de argila Tb ou Ta (baixa ou alta atividade da fração argila), dessaturado por bases. NITOSSOLO NITO “Nitidus”, brilhante. Horizonte B nítico LATOSSOLO LATO “Lat”. Material muito alterado. Horizonte B latossólico ESPODOSSOLO ESPODO “Spodos”, cinza vegetal. Horizonte B espódico PLANOSSOLO PLANO “Planus”. Horizonte B plânico PLINTOSSOLO PLINTO “Plinthus”. Horizonte plíntico GLEISSOLO GLEI Glei. Horizonte glei ORGANOSSOLO ORGANO Orgânico. Horizonte H ou O hístico 64 CLASSES DE 1º, 2º, 3º E 4º NÍVEIS CATEGÓRICOS Em fichas de descrição morfológica de perfis de solos e nas legendas de mapas, as classes de 1º e 2º níveis categóricos devem ser escritas com todas as letras maiúsculas e as classes de 3º nível categórico (grandes grupos) apenas com a primeira letra maiúscula, e no 4º nível categórico (subgrupos) os nomes devem ser escritos em letras minúsculas. Por exemplo: NEOSSOLOS FLÚVICOS Ta Eutróficos vertissólicos 1º e 2º níveis categóricos 3º nível categórico 4º nível categórico Em textos corridos de livros, artigos em revistas, tabelas e semelhantes, as classes de 1 o , 2 o e 3º níveis categóricos podem ser escritas em caixa baixa com as primeiras letras maiúsculas e no 4º nível categórico, com todas as letras minúsculas (Neossolos Flúvicos Ta eutróficos vertissólicos, por exemplo). Todas as classes do 3º e do 4º níveis categóricos devem ter o sufixo “ico” no fim do nome, como no exemplo acima. CLASSES DE 5º NÍVEL CATEGÓRICO (FAMÍLIAS, EM DISCUSSÃO) Para haver uma certa coerência na nomenclatura do 5º nível categórico, sugere-se a seguinte seqüência na designação da classe: subgrupamento textural, distribuição de cascalho e concreções no perfil, constituição esquelética do solo, tipo de horizonte A (que não tenha sido utilizado em outros níveis categóricos), saturação por bases (especificação do estado de saturação, como hiper, e meso), saturação por alumínio, mineralogia, teor de óxidos de ferro. 65 Critérios especiais devem ser adotados para a classe dos ORGANOSSOLOS, que privilegiem a natureza da matéria orgânica do solo. O nome do solo no 5º nível categórico (família), é formado adicionando-se ao nome de subgrupo, os qualificativos pertinentes, com letras minúsculas, separados por vírgula, por exemplo: Latossolo Amarelo Ácrico petroplíntico, textura argilosa cascalhenta, endoconcrecionário, A ócrico, gibbsítico – oxídico, hipoférrico. CLASSES NO 6º NÍVEL CATEGÓRICO (SÉRIES, NÃO DEFINIDAS NO PAÍS) Para identificação das séries, sugere-se, nomes de acidentes geográficos, cidades, distritos, regiões, rios, pessoas ou termos geográficos que se destaquem na paisagem. A criação, definição e conceituação de séries requer intenso trabalho de correlação de solos em nível nacional e interinstitucional, controle rígido de nomes de séries e suas definições, conceituações e descrições. Reconhece-se que não há condições econômicas, institucionais, experiência e pessoal capacitado suficiente para lidar com os procedimentos normais de correlação e controle de populações de séries oficiais de solos no país. A série é um nível categórico do sistema de classificação e deve ter os limites da classe definidos, da mesma forma que as Ordens, Subordens, Grandes Grupos, Subgrupos e Famílias. As series estão relacionadas as famílias. Uma família pode conter uma ou mais series. No Brasil, a série de solos nunca foi utilizada formalmente, isto é, definida, conceituada, correlacionada e designada por nome próprio, em nível nacional. Ainda que alguns trabalhos identifiquem classes de solos por nomes próprios ou referentes a termos regionais e locais, como no levantamento de solos do Estado do Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973a) e no levantamento detalhado de solos da área da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (RAMOS, 1970). Não obstante, para fins de levantamento pedológico detalhado de uma área restrita, o sistema permite atingir a este nível taxonômico, a partir da 68  Base - pedogênese pouco avançada evidenciada pelo desenvolvimento da estrutura do solo, alteração do material de origem expressa pela quase ausência da estrutura da rocha, ou da estratificação dos sedimentos, croma mais forte, matizes mais vermelhos ou conteúdo de argila mais elevados que os horizontes subjacentes.  Critério - desenvolvimento de horizonte B incipiente em seqüência a horizonte superficial de qualquer natureza, inclusive o horizonte A chernozêmico, quando o B incipiente deverá apresentar argila de atividade baixa e/ou saturação por bases baixa. CHERNOSSOLOS Grupamento dos solos com horizonte A Chernozêmico, com argila de atividade alta e alta saturação por base, com ou sem acumulação de carbonato de cálcio.  Base - evolução, não muito avançada, segundo atuação expressiva de processo de bissialitização, manutenção de cátions básicos divalentes, principalmente cálcio, conferindo alto grau de saturação dos colóides e eventual acumulação de carbonato de cálcio, promovendo reação aproximadamente neutra com enriquecimento em matéria orgânica, ativando complexação e floculação de colóides inorgânicos e orgânicos. Critério - desenvolvimento de horizonte superficial, diagnóstico, A chernozêmico, seguido de horizonte C, desde que cálcico ou carbonático, ou conjugado com horizonte B textural ou B incipiente, com ou sem horizonte cálcico ou caráter carbonático, sempre com argila de atividade alta e saturação por bases alta. 69 ESPODOSSOLOS Grupamento de solos com B espódico.  Base - atuação de processo de podzolização com eluviação de compostos de alumínio com ou sem ferro em presença de húmus ácido e conseqüente acumulação iluvial desses constituintes.  Critério - desenvolvimento de horizonte diagnóstico B espódico em seqüência a horizonte E (álbico ou não) ou A. GLEISSOLOS Grupamento de solos com expressiva gleização.  Base - hidromorfia expressa por forte gleização, resultante de processamento de intensa redução de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem alternância de oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em condições de regime de excesso de umidade permanente ou periódico.  Critério - preponderância e profundidade de manifestação de atributos evidenciadores de gleização, conjugada à caracterização de horizonte glei. LATOSSOLOS Grupamento de solos com B latossólico.  Base – evolução muito avançada com atuação expressiva de processo de latolização (ferralitização ou laterização), segundo intemperização intensa dos constituintes minerais primários, e 70 mesmo secundários menos resistentes, e concentração relativa de argilominerais resistentes e/ou óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, com inexpressiva mobilização ou migração de argila, ferrólise, gleização ou plintitização.  Critério – desenvolvimento (expressão) de horizonte diagnóstico B latossólico, em seqüência a qualquer tipo de A e quase nulo, ou pouco acentuado, aumento de teor de argila de A para B. LUVISSOLOS Grupamento de solos com B textural argila de atividade alta e saturação por bases alta.  Base - evolução, segundo atuação de processo de bissialitização, conjugada a produção de óxidos de ferro e mobilização de argila da parte mais superficial, com acumulações em horizonte subsuperficial.  Critério - desenvolvimento (expressão) de horizonte diagnóstico B textural aliado à alta atividade de argilas e alta saturação por bases em seqüência a horizonte A ou E. NEOSSOLOS Grupamento de solos pouco evoluídos, sem horizonte B diagnóstico definido.  Base - solos em via de formação, seja pela reduzida atuação dos processos pedogenéticos ou por características inerentes ao material originário.
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