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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DES. SUSTENTÁVEL-fasc. 02- ar, poluição e mudanças no clima, Notas de estudo de Climatologia

Fascículo 2 do Curso Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, uma realização da FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA/UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE, com apoio da UECE, UNESCO, CARE BRASIL E JORNAL "O POVO".

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 16/03/2011

fabricio-lima-17
fabricio-lima-17 🇧🇷

4.7

(18)

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Baixe MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DES. SUSTENTÁVEL-fasc. 02- ar, poluição e mudanças no clima e outras Notas de estudo em PDF para Climatologia, somente na Docsity! 652Ar, poluiçãoe mudanças no climaJosaphat Soares Neto U ni ve rs id ad e A be rt a do N or de st e e En si no a D is tâ nc ia s ão m ar ca s re gi st ra da s da F un da çã o D em óc ri to R oc ha . É p ro ib id a a du pl ic aç ão o u re pr od uç ão d es te fa sc íc ul o. C óp ia n ão a ut or iz ad a é C ri m e. www.fdr.com.br/mudancasclimaticas 66 Ar, poluição e mudanças no clima Josaphat Soares Neto Objetivos • Promover uma reflexão crítica sobre a importância da qualidade do ar para a sobrevivência dos seres vivos que habitam o planeta Terra. • Estimular ações que proporcionem mudanças no modo de pensar e de agir do homem no uso racional dos recursos da natureza estimulando a construção de uma sociedade sustentável. • Identificar os diversos fatores que contribuem para a poluição do ar, e seus impac- tos nas mudanças climáticas, possibilitando ações da sociedade civil, dos governos e das intituições. 1. A atmosfera A atmosfera terrestre é a camada gasosa que envolve a Terra e se estende por cen- tenas de quilômetros. Os limites inferiores da atmosfera são representados pela superfície da crosta terrestre e dos oceanos. No entanto, os limites superiores não são bem definidos devido às variações de altitude. A atmosfera primitiva x atmosfera atual A atmosfera atual é muito diferente daquela que se formou com nosso planeta há 4,6 bilhões de anos. Nesta época, a Terra, não era nada mais do que uma bola de rocha derretida cercada por uma atmosfera de hidrogênio e hélio. Ao longo de bilhões de anos de evolução, a Terra se resfriou o suficiente para formar uma sólida crosta coberta com ativos vul- cões. Esses vulcões expeliam uma gran- de quantidade de gases, como vapor de água, dióxido de carbono e amônia. Com o decorrer do tempo, a luz do Sol quebrou as moléculas de amônia libe- radas pelos vulcões, tendo como con- sequência a formação de nitrogênio na atmosfera. Apesar dessa mudança química na composição gasosa da atmosfera, o que mais causou uma alteração radical na atmosfera terrestre, foi sem dúvida, a surgimento das cianobactérias, seres 69 2. O ar em movimento Todos sabemos que o vento é o ar em movimento, mas movimento horizontal. O que muitos não sabem é que o Sol é o grande responsável pela existência dos ventos. Desta maneira, podemos afirmar que o vento é o movimento do ar sobre a superfície terrestre, resultado de um aquecimento desigual da atmosfera pelo Sol. As radiações solares esquentam a superfície da Terra, que por sua vez esquenta o ar que a rodeia, fazendo-o dilatar-se. Ao dilatar-se, fica mais leve e sobe, deixando em seu lugar o ar mais frio que é mais pesado. O ar quente que sobe esfria e volta a Terra, substituindo o ar quente. É esse vaivém das massas de ar que forma o vento. A circulação de ar quente e frio em sentidos opostos forma a chamada corrente de convecção, que ocorre sempre que, em um ambiente, existe um local com dife- rença de temperatura em relação ao restante. Através das correntes de convecção po- demos explicar alguns padrões de comportamento dos ventos em determinadas regi- ões de nosso planeta, como por exemplo, as chamadas brisas marítimas e terrestres. Brisa marítima x brisa terrestre Sobre grandes porções de água - como oceanos e lagos - boa parte da energia que incide durante o dia é absorvida pela água ou envolvida no processo de evaporação, de modo que o ar que as encobre permanece relativamente frio; já o ar circundante é mais aquecido, devido ao calor refletido pela terra e sobe, fazendo com que a massa de ar frio ocupe seu lugar. Desta forma, durante o dia o vento tende a soprar da água para a terra. Este fenômeno é chamado de brisa marítima. Durante a noite, a situação se inverte. Como a água mantém por mais tempo a energia calorífica recebida, o ar sobre ela mantém-se mais quente que o ar sobre a terra e, assim, a tendência do vento é so- prar da terra para a água. Este fenômeno é chamado de brisa terrestre. Em regiões montanhosas também existe um padrão característico de ventos, se- não vejamos: durante o dia, as encostas são mais aquecidas do que as regiões mais baixas, de forma que o vento tende a soprar em sentido ascendente. À noite, a direção dos ventos tende a mudar, já que as regiões mais altas perdem calor mais depressa. Observe nas figuras 3 e 4 o processo de formação dos ventos no litoral e em zonas montanhosas, (a)durante o dia; (b) durante a noite. 70 Relação entre a pressão atmosférica e os ventos Quando o ar é aquecido, torna-se menos denso, causando diminuição da pressão atmosférica e determinando uma zona de baixa pressão. O ar frio determina uma zona de alta pressão e provoca a subida do ar quente na atmosfera. Desta maneira, forma-se uma corrente ascendente ou corrente térmica. Este tipo de corrente é fun- damental para o voo dos pássaros, para os esportes radicais - asa delta, parapentes e planadores - e outras utilidades. Diante do que já estudamos, podemos entender agora, como se forma os ventos numa escala global. O planeta Terra não é aquecido de forma uniforme, sendo que as regiões mais próximas ao Equador, por receberem mais diretamente as radiações solares, são mais quentes do que as regi- ões mais próximas do Polo Norte e do Polo Sul. O ar das regiões próximas ao Equador é quente e determina uma zona de baixa pressão atmosférica, enquanto nos polos a pressão atmosférica é maior. O vento surge quando o ar se movimenta de uma região de alta pressão para uma região de baixa pressão. Na figura, observamos o comportamento da circu- lação dos ventos. Cada hemisfério têm três padrões de vento: os polares, os de oeste e os alísios. As correntes de vento formam-se em direções opostas no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul. Os ventos se deslocam ligeiramente voltados para leste ou para oeste, devido ao movimento de rotação da Terra. Classificação dos ventos De acordo com a velocidade que o vento pode desenvolver, medida pela distância que esse consegue percorrer em um determinado tempo, podemos classificá-los em diversos tipos. Vale ressaltar que essa classificação é a mais utilizada atuamentel. Tabela 1 Tipos de ventos e velocidades associadas: Tipos de Ventos Velocidades Brisa Até 20km/h Vento fraco De 20 a 40km/h Vento forte De 40 a 80km/h Furacão Igual ou acima de 108km/h Tromba d’ água Até 100km/h Vendaval Atinge 150km/h Tufão Até 120km/h Willy – Willy Acima de 50km/h Ciclone Acima de 50km/h Tornado Atinge 490km/h 71 Os ventos podem ser constantes, ou regulares, periódicos, variáveis ou irregu- lares e locais. A seguir uma sucinta descrição sobre cada um deles. Ventos constantes Alísios: são ventos que sopram constantemente dos trópicos para o Equador e que por serem muitos úmidos, provocam chuvas nesses arredores onde ocorre o encontro desses ventos. Por isso, a zona equatorial é a região das calmarias equatoriais chuvosas. Contra-alísios: são ventos secos, responsáveis pelas calmarias tropicais secas. So- pram do Equador para os trópicos, em altitudes elevadas. Ventos Periódicos Monções: São os ventos que, durante o verão, sopram do Índico para a Ásia Me- ridional e durante o inverno, sopram da Ásia Meridional para o oceano Índico. As monções são classificadas da seguinte forma: Monções Marítima: são ventos que se deslocam do oceano Índico para o continente e provocam fortes chuvas na Ásia Meridional, causando enchentes e inundações. Monções Continental: sopram do continente para o Oceano Índico provocando secas no sul da Ásia. Brisas: são ventos repetitivos que sopram do mar para o continente durante o dia e do continente para o mar durante a noite. Ventos locais e variáveis O vento local se desloca numa certa região em determinadas épocas. No Brasil, um bom exemplo de vento local é o Noroeste, massa de ar que, saindo do Amazonas, alcança o Estado de São Paulo entre agosto e outubro. No deserto do Saara, ocorre um vento extremamente forte conhecido como simum, que provoca enormes tem- pestades de areia. Já os ventos variáveis são massas de ar irregulares que varrem uma determinada área de maneira inesperada. Ventos Perigosos Ciclone: caracteriza-se por uma tempestade violenta que ocorre em regiões tro- picais ou subtropicais, produzida por grandes massas de ar em alta velocidade de rotação. Os ventos de um ciclone podem superar 50km/h. Furacão: caracteriza-se por um vento circular forte, com velocidade igual ou supe- rior a 108km/h. Os furacões são os ciclones que surgem no mar do Caribe (oceano Atlântico) ou nos EUA. Os ventos precisam ter mais de 119km/h para uma tempes- tade ser considerada um furacão. Giram no sentido horário (no hemisfério Sul) ou anti-horário (no hemisfério Norte) e medem de 200km a 400km de diâmetro. Sua curva se assemelha a uma parábola. 74 Podemos observar que as temperaturas mínimas ocorrem nos meses de junho a agosto e que neste período, as precipitações de chuvas são pequenas enquanto, as temperaturas mais altas acontecem entre os meses de dezembro e janeiro, com as precipitações maiores. Massas de ar Podemos caracterizar uma massa de ar como uma grande aglomerado de ar que possui praticamente a mesma pressão, umidade e temperatura em toda a extensão de uma determinada região. As massas de ar podem ser quentes ou frias. As massas de ar quente em geral, deslocam-se de regiões tropicais e as massas de ar frio se originam nas regiões polares. As massas de ar podem ficar estacionadas em determinado local, por dias ou até semanas. No entanto, quando se movem, provocam alteração no tempo haven- do choques entre massas de ar quente e frio - enquanto uma avança, a outra recua. O encontro entre duas massas de ar de temperaturas diferentes dá origem a uma frente, ou seja, a uma área de transição entre duas massas de ar. A frente pode ser fria ou quente. Uma frente fria ocorre quando uma massa de ar frio encontra e empurra uma massa de ar quente, ocasionando nevoeiro, chuva e queda de temperatura. A frente quente ocorre quando uma massa de ar quente encontra uma massa de ar frio que estava estacionada sobre uma região, provocando aumento da tem- peratura. Observe os gráficos a seguir, que detalham as massas de ar que atuam no Brasil no verão e no inverno respectivamente. 75 Principais massas de ar que atuam no Brasil As zonas climáticas brasileiras são influenciadas pela atuação de cinco massas de ar, abaixo caracterizadas. No mapa podemos observar a influência das diversas massas do ar que atuam no Brasil na determinação de cada clima regional onde elas atuam. Massa Equatorial Continental (mEc): é uma massa quente e instável. Origina-se na Amazônia Ocidental e atua sobre todas as regiões do país. Apesar de continental é uma massa úmida, em razão da presença de rios caudalosos e da intensa trans- piração da massa vegetal da Amazônia, região em que provoca chuvas abundantes e quase diárias, principalmente no verão e no outono. No verão, avança para o interior do país provocando as “chuvas de verão”. Massa Equatorial Atlântica (mEa): é uma massa de ar quente e úmida. Origina-se no Atlântico Norte (próximo à Ilha de Açores). Atua nas regiões litorâneas do norte do Nordeste, principalmente no verão e na primavera, sendo também formadoras dos ventos alísios de nordeste. Massa Tropical Atlântica (mTa): origina-se no Oceano Atlântico e atua na faixa litorânea do Nordeste ao Sul do país. Quente e úmida provoca as chuvas frontais de inverno na região Nordeste a partir do seu encontro com a Massa Polar Atlântica e as chuvas de relevo nos litorais sul e sudeste, a partir do choque com a Serra do Mar. Também é formadora dos ventos alísios de sudeste. Massa Polar Atlântica (mPa): essa massa de ar forma-se no Oceano Atlântico sul (próxi- mo à Patagônia), sendo fria e úmida e atuando, sobretudo no inverno, no litoral nordes- tino (causa chuvas frontais), nos estados sulinos (causa queda de temperatura e geadas) e na Amazônia Ocidental (causa fenômeno da friagem, queda brusca na temperatura). 76 Massa Tropical Continental (mTc): originada na Depressão do Chaco, é quente e seca e atua basicamente em sua área de origem, causando longos períodos quentes e secos no sul da região Centro-oeste e no interior das regiões Sul e Sudeste. 4. As nuvens As nuvens são formadas por pequenas gotas de água ou gelo em seu estado líquido. O surgimento de uma nuvem pode ocorrer quando a massa de ar é empurrada para cima e quando ocorre o resfriamento e a condensação. Podem ter variadas formas e tamanhos, sendo as mais comuns divididas em três principais grupos, a saber: Cirriformes: são nuvens de aparência frágil, na horizontal, que dão a impressão de serem leves e contínuas. Cumuliformes: são nuvens que têm o formato no horizontal, mas sua aparência é de nuvem “forte” bastante parecida com as da tempestade. Estratiformes: são nuvens que têm a aparência de serem leves e cobrem uma área bastante extensa. As nuvens são as principais responsáveis pela existência da ciência meteoroló- gica. Sem elas, não existiriam fenômenos como a neve, trovões e relâmpagos, arco- íris ou halos. Umas são encontradas a altitudes muito elevadas, outras quase tocam no chão. Quando estão mais próximas do solo, as gotículas formam um nevoeiro. Se uma nuvem está muito carregada, ou seja, cheia de gotículas, estas podem unir-se, formando gotas maiores. Devido a seu peso, estas gotas de água não conse- guem permanecer flutuando no ar e caem em forma de chuva. Classificação de nuvens O estudo acerca da classificação das nuvens somente teve início em meados do século XIX. O naturalista francês Lamarck (1744 - 1829) propôs o primeiro sistema de classificação de nuvens em 1802, porém seu trabalho sido reconhecido. Um ano mais tarde, foi a vez do inglês Luke Howard apresentar um novo sistema, sendo este aceito pela comunidade científica. Em 1887, Abercromby e Hildebrandsson gene- ralizaram o sistema de Howard, que é utilizado até os dias atuais. Classes Designação Símbolo Altura da base (Km) Nuvens Altas Cirrus (Cirro) Ci 7 - 18 Cirrocumulus (Cirrocumulo) Cc 7 - 18 Cirrostratus (Cirrostrato) Cs 7 - 18 Nuvens Médias Altostratus (Altostrato) As 2 - 7 Altocumulus (Altocumulo) Ac 2 - 7 Nuvens Baixas Stratus (Estrato) St 0 - 2 Stratocumulus (Estratocumulo) Sc – 2 Nimbostratus (Nimbostrato) Ns 0 - 4 Nuvens com desenvolvimento vertical Cumulonimbus (Cumulonimbo) Cb - 3 Cumulus (Cumulo) Cu - 3 79 suas proteínas. Por outro lado, existem outros tipos de bactérias que irão decompor compostos nitrogenados liberando o nitrogênio para o ar. Esses compostos nitroge- nados estão presentes nos resíduos produzidos pelos animais (urina e fezes) e nos restos de animais e plantas mortos. Nessa reação de decomposição, é formado o gás nitrogênio, que volta para a atmosfera. Quando um animal morre é decompos- to por bactérias e fungos, que retornam ao solo e mais tarde absorvidos por outra planta. E assim, inicia-se o ciclo do nitrogênio novamente. Oxigênio: cerca de 21% do ar da atmosfera é de gás oxigênio. Nosso organismo não consegue ficar muito tempo sem respirar e por isso precisamos do ar atmosfé- rico, pois ele contém oxigênio, responsável para a respiração. O oxigênio atua na queima dos alimentos, produzindo energia necessária para o funcionamento dos nossos órgãos assim, eles conseguem se manter em atividade. Também serve como gás comburente, que alimenta a combustão (queima). A combustão ou queima também ocorre quando o oxigênio reage com substâncias que chamamos de com- bustíveis (exemplos: gasolina, álcool, diesel, entre outros). O oxigênio é definido como o gás comburente desta reação, ou seja, aquele que alimenta a combustão. A combustão não acontece se o comburente acabar ou com a ausência de combus- tível. Quando um ser vivo utiliza o gás oxigênio para a respiração podemos definir como seres aeróbicos (plantas e animais). Quando não usam o gás oxigênio para a respiração ou queima de seus alimentos, definimos como seres anaeróbicos (algu- mas bactérias). O O2 pode, no entanto, causar danos ao homem. Quando entra em contato com o ferro (Fe) provoca a chamada ferrugem, que destrói carros, máquinas portões, navios e etc. A maior parte do oxigênio produzido em nosso planeta, origina-se da 80 fotossíntese, através da ação do fitoplâncton representado por algas protistas. Este processo é realizado pelas plantas e algas para a produção de alimentos. Observe o esquema a seguir, onde mostra o processo fotossintético, bem como o equilíbrio provocado pelo consumo de oxigênio e liberação de gás carbônico na respiração e pelo consumo de gás carbônico e liberação de oxigênio no processo fotossintético. Gás Carbônico: este gás, com fórmula química CO2, é essencial para a vida dos vegetais na realização da fotossíntese, que produz glicose e energia. A glicose é ar- mazenada em forma de amido e pode ser utilizada na produção de celulose. Para a realização da fotossíntese é necessário: • Clorofila (substância de cor verde que absorve energia luminosa). • Luz do solar. • Água. • Gás carbônico. Quando há presença de luz solar (absorvida pela clorofila), o gás carbônico do ar e a água do solo retirado pelas raízes é levada até as folhas para se transformar em glicose e gás oxigênio. A glicose é usada como fonte de energia ou para fazer outra substância e o oxigênio é liberado para o meio ambiente. 81 Gases Nobres: são chamados assim pela dificuldade de se combinarem com outras substâncias. São eles: Hélio (He), Neônio (Ne), Argônio (Ar), Criptônio (Kr), Xenônio (Xe) e Radônio (Rn). São isolados e utilizados pelo homem: em flashes, máquinas fo- tográficas (Xe); letreiros luminosos (Ne, Kr); para encher balões (He); em aparelhos utilizados para tratamento de câncer (Rn); no interior de lâmpadas (Ar). O gás Hélio, por ser muito leve, é utilizado em balões meteorológicos; o gás neônio também é chamado de gás-neon e é bastante utilizado em letreiros luminosos. Ele produz luz vermelha e laranja, assim como criptônio produz uma luz verde-azulada. Componentes variáveis do ar atmosférico Vapor d’água: o vapor d’água da atmosfera vem da evaporação da água dos ma- res, rios e lagos; respiração dos seres vivos; transpiração das plantas; evaporação da água do solo e evaporação da água de dejetos (fezes e urina de animais). Essa umidade (vapor d’água) é importante para os seres vivos porque ajuda na formação das nuvens. Em alguns locais, onde há baixa umidade, muitas pessoas apresentam dificuldade na respiração. É o caso da região Centro-oeste do Brasil. Poeira: é formada por várias partículas sólidas que se depositam nos móveis, utensílios domésticos, estradas, telhados, etc. Na atmosfera, é possível ver a poeira. Fumaça: quem mais produz fumaça com fuligem são as fábricas que não têm filtros nas suas chaminés. A fuligem, que tem cor escura, é formada por substâncias entre elas o chumbo (Pb) e causa sérios danos ao aparelho respiratório. A fumaça que sai de automóveis, ônibus e caminhões contêm dióxido de enxofre (SO2), mo- nóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2) e hidrocarbonetos. Microorganismos: estão em grandes quantidades na atmosfera. Muitos são res- ponsáveis por doenças como o tétano, tuberculose e gripe. Alguns não causam doenças e ajudam na decomposição de organismos mortos, na fabricação de antibi- óticos. Outros, como o bacilo láctico se desenvolve no leite produzindo a coalhada. 84 como partículas inaláveis finas – MP2,5 (< 2,5µm) e partículas inaláveis grossas (2,5 a 10µm). As partículas finas, devido ao seu tamanho diminuto, podem atingir os alvéolos pulmonares; já as grossas ficam retidas na parte superior do sistema respiratório. Fumaça (FMC): está associada ao material particulado suspenso na atmosfera pro- veniente dos processos de combustão. O método de determinação da fumaça é ba- seado na medida de refletância da luz que incide na poeira (coletada em um filtro), o que confere a este parâmetro a característica de estar diretamente relacionado ao teor de fuligem na atmosfera. Um dos exemplos mais atuais sobre o acúmulo de fumaça na atmosfera foi a erupção de um vulcão na Islândia ocorrido em maio deste ano. A produção contínua de fumaça pelo vulcão atrelado aos ventos, fez com que vários aeroportos ficassem paralisados, com inúmeros voos cancelados. Isso se deve ao limite excedente de fumaça, contendo partículas em suspensão, nas quais, além de diminuir a visibilidade aérea, poderia provocar problemas nas turbinas dos aviões. Gases Poluentes Os principais gases poluentes com suas respectivas consequências ao ar atmosférico são: Dióxido de Enxofre (SO2): esse gás resulta da queima de combustíveis que contém enxofre, como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. É um dos princi- pais formadores da chuva ácida. O dióxido de enxofre, além de reagir com o vapor de água em suspensão no ar, pode reagir com outras substâncias formando partícu- las de sulfato que são responsáveis pela redução da visibilidade na atmosfera. Monóxido de Carbono (CO): é um gás incolor e inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica (combustíveis fósseis, biomassa, etc). Um dos exemplos que podemos citar na produção do monóxido de carbono são as queimadas, prática frequentemente utilizada para a limpeza de terrenos, que irão ser utilizados para o cultivo de lavouras ou para a pecuária. Entretanto, em geral é encontrado em maiores concentrações nas cidades, emitido principalmente por veículos automotores. Altas concentrações de CO são encontradas em áreas de in- tensa circulação de veículos. Representa um grande risco para a saúde, pois impede o transporte de oxigênio pelos glóbulos vermelhos do sangue. Gás Carbônico (CO2): embora sendo útil para a realização da fotossíntese, em excesso, causa modificações na composição do ar atmosférico, acarretando o efeito estufa e o aquecimento global. Ozônio (O3) e Oxidantes Fotoquímicos: oxidantes fotoquímicos é a denomina- ção que se dá à mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar, sendo estes últimos liberados na queima incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. O principal produto desta reação é o ozônio, por isso mesmo utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera. Tais poluentes formam a chamada névoa fotoquímica ou “smog fotoquímico”, que 85 possui este nome porque causa na atmosfera diminuição da visibilidade. Além de prejuízos à saúde, o ozônio pode causar danos à vegetação. É sempre bom ressaltar que o ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo onde respiramos, chama- do de “mau ozônio”, pois é tóxico. Entretanto, na estratosfera (a cerca de 25km de altitude) o ozônio tem a importante função de proteger a Terra, como um filtro, dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Hidrocarbonetos (HC): são gases e vapores resultantes da queima incompleta e evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis. Diversos hidrocarbonetos como o benzeno são cancerígenos e mutagênicos, não havendo uma concentração ambiente totalmente segura. Participam ativamente das reações de formação da “névoa fotoquímica”. Óxido de Nitrogênio (NO) e Dióxido de Nitrogênio (NO2): são formados durante processos de combustão. Em grandes cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO sob a ação de luz solar se transforma em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 causa prejuízos à saúde. Clorofluorcarbono (CFC): composto químico gasoso, cuja molécula é formada de átomos dos elementos cloro, flúor e carbono, de onde vêm suas iniciais. É um gás de alto poder refrigerante, por isso muito usado na indústria (geladeiras e con- dicionadores de ar). Originariamente, era utilizado em larga escala como um gás propelente de recipientes aerossóis; este uso está praticamente banido pelos seus comprovados efeitos danosos à camada de ozônio. Existem diversos programas em todo o mundo para banimento total do uso de CFC ainda no início do século XXI, devido a tais efeitos. Atualmente já começaram a ser fabricadas geladeiras e outros dispositivos refrigeradores que não utilizam CFC. Chumbo: era muito utilizado na gasolina para facilitar sua combustão. No entanto, na maioria dos países esse tipo de aditivo foi proibido, pois o mesmo, quando libe- rado no ar poderá causar a destruição dos glóbulos vermelhos. Efeito Estufa O efeito estufa caracteriza-se, basicamente, na ação do dióxido de carbono e de outros gases sobre os raios infravermelhos refletidos pela superfície da Terra. Ao retê-los no planeta mantém a temperatura estável e adequada a vida. Ao irradiarem a Terra, partes dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e transformados em calor, enquanto outros são refletidos para o espaço. Esses raios refletidos para o espaço não são completamente liberados da atmosfera terrestre em consequência da ação refletora que os chamados gases de efeito estufa (clorofluorcarbono, ácido nítrico, ozônio, gás metano) têm sobre tal radiação reenviando-a para a superfície terrestre na forma de raios infravermelhos. Um gás estufa que merece destaque é o metano. O Brasil é um dos países que mais contribui para a emissão do metano. Esse fato se deve a criação do maior reba- nho bovino comercial do mundo, feito por nosso País. O metano é produzido através 86 da fermentação de bactérias no trato digestório desses animais, que libera para a at- mosfera por meio das famosas flatulências. O metano contribui atualmente com 15% a 20% do agravamento do efeito estufa. Entretanto, o dióxido de carbono (CO2) ainda é o gás mais importante contribuindo com 60% a 70% para o efeito estufa. Observe na tabela a seguir os gases do efeito estufa e suas causas: Gases de estufa Principais causas Dióxido de Carbono(CO2) Combustão de combustíveis fósseis: petróleo, gás natural, carvão, desflorestação (libertam CO2, quando queimadas ou cortadas). O CO2 é responsável por cerca de 64% do efeito estufa. Diariamen- te são enviados cerca de 6 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera. Tem um tempo de duração de 50 a 200 anos. Clorofluorcarbono (CFC) São usados em sprays, motores de aviões, plásticos e solventes utilizados na indústria eletrônica. Responsável pela destruição da camada de ozônio. Também é responsável por cerca de 10% do efeito estufa. O tempo de duração é de 50 a 1700 anos. Metano (CH4) Produzido por campos de arroz, pelo gado e pelas lixeiras. É responsável por cerca de 19% do efeito estufa. Tem um tempo de duração de 15 anos. Ácido nítrico (HNO3) Produzido pela combustão da madeira e de combustíveis fósseis, pela decomposição de fertilizantes químicos e por micróbios. É responsável por cerca de 6% do efeito estufa. Ozônio (O3) É originado através da poluição dos solos provocada pelas fábri- cas, refinarias de petróleo e veículos automóveis Fonte: http://www.rudzerhost.com/ambiente/estufa.htm Desde a época pré-histórica que o dióxido de carbono (CO2) tem tido um papel determinante na regulação da temperatura global do planeta. Com o aumento da utilização de combustíveis fósseis, tais como: carvão mineral, petróleo e gás natural, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera duplicou nos últimos 100 anos. Esse ritmo acelerado do aumento da concentração na atmosfera tem levado a um aumento da temperatura global que pode desencadear alterações climáticas, tais como, o degelo das calotas polares, entre outros efeitos que estamos presen- ciando atualmente. Reduzir as concentrações atmosféricas dos gases de efeito estu- fa é uma tarefa que exige um esforço concentrado de toda a sociedade organizada, dos governos, empresas e indivíduos, no sentido de buscar soluções para o aumento da eficiência energética, utilização de tecnologias limpas e mudanças de postura perante o desperdício. Todos no planeta têm esse desafio pela frente, buscando respeitar os acordos internacionais que tem sido firmado com esse propósito, sendo o mais importante deles o Protocolo de Kyoto, que tinha como objetivo diminuir a emissão de gases que contribuíssem para o efeito estufa, por parte, principalmente, das nações mais ricas do mundo. Observe a seguir um esquema simplificado do efeito estufa. 89 • Colocar em funcionamento um fundo para auxílio a países vulneráveis para com- bater as consequências do aquecimento global. • Definir é o mecanismo de redução de emissões decorrentes de desmatamento e degradação das florestas (REDD). • Uma definição a respeito do percentual da redução das emissões de gases de efeito estufa a partir do final do primeiro período do Protocolo de Kyoto. A participação do Brasil na COP15 foi muito boa, se compararmos com os de- sempenhos de China e Estados Unidos, os maiores poluidores do planeta. O Brasil ressaltou que vai investir US$166 bilhões no combate ao aquecimento e que está dando todo o apoio à criação do Fundo de Longo Prazo de Mudança Climática, o fundo mundial de combate às alterações no clima. Outra ação importante do go- verno brasileiro para minimizar a situação do clima é de fazer doações a esse fundo climático, que deve chegar a US$20 bilhões em 2012 e US$100 bilhões em 2020. É importante também que se reconheça o Brasil como o país que deu o pontapé inicial no combate às mudanças climáticas, ao anunciar metas de redução de emis- sões de gases-estufa: de 36% a 39% até 2020. No contexto geral ao final da COP15 a maioria das metas não foram definidas, de- vido aos posicionamentos dos países ricos, em desenvolvimento e pobres. Os Estados Unidos, que nunca assinou o Protocolo de Kyoto, recusou a “dívida histórica” pelo aque- cimento global e quer dividir a fatura com todos os países do planeta. Para os EUA, não dá para assumir sozinho a responsabilidade desse gigantesco passivo ambiental climático. A União Europeia pensa de modo semelhante, com a diferença de que é mais sensível e maleável na proposta de redução das emissões. A China quer continuar a ser tratada como “país em desenvolvimento” e só aceita metas voluntárias, mas exige que os EUA aumentem sua oferta de redução. A Índia pensa na mesma linha, mas não quer ser tachada de país irresponsável ou irredutível em não definir um mecanismo de redução de emissões do aquecimento global. O G-77 e os demais países pobres querem que os ricos e em desenvolvimento resolvam urgentemente as suas divergências, sob pena de serem os primeiros a sofrerem as consequências da mudança no clima. Segundo, Antônio Carlos, editor da Revista Cadernos de Seguro, o cenário atu- al nos obriga a uma “mudança de olhar” em relação às nossas formas de pensar, agir e produzir. O tempo urge, e o cronômetro da mudança climática já foi acionado. Temos que desligá-lo com o máximo de urgência. 8. Pegada Ecológica O uso excessivo de recursos naturais, gerando uma grande quantidade de resíduos, incentivado pelo consumismo da globalização capitalista, tendo como consequên- cia a contínua degradação ambiental são rastros deixados por uma sociedade que como um todo, ainda não aprendeu a usar a natureza de forma racional. 90 A mudança de hábitos com ações que visam adequar estilos de vida mais equi- librados e amigáveis com o meio ambiente é fundamental para a sobrevivência do nosso planeta. Desta maneira, podemos caracterizar a pegada ecológica como uma forma de avaliar quanto cada habitante de nosso planeta consome de recursos na- turais e energia, medidos em hectares de terra. No dia a dia de nossas vidas, seja na alimentação, transporte, vestuário, habitação ou lazer usamos energia e produtos obtidos de recursos naturais, renováveis ou não, oriundos dos nossos ecossistemas. A integridade e o equilíbrios destes dependerá de ações concretas que venham diminuir o desperdício desses recursos. As pesquisas apontam que desde as últimas décadas, quando o setor industrial cresceu de forma intensa, não apenas nos países desenvolvidos e mais ricos, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, mas também nos países tidos como emergentes, onde figuram a China, Brasil e Índia, a demanda por recursos naturais é 25% maior do que a capacidade do planeta em renová-los. Toda essa forma irracional na exploração dos recursos da natureza irá gerar em um curto período de tempo, o seu próprio esgotamento. Esta situação não pode perdurar, pois, poderemos enfrentar em breve uma profunda crise socioambiental e uma disputa por recursos. Atrelado a essa situação grave por qual o nosso planeta está passando, devemos des- tacar que essa exploração crescente dos recursos naturais, provoca desequilíbrios ecológi- cos afetando diretamente n biodiversidade dos seres vivos, provocando a extinção ou de- clínio populacional de muitas espécies. Um exemplo disso é verificado no desmatamento contínuo da floresta Amazônica para a exploração da madeira ou para criação de gado. Os pesquisadores concluíram que, com o tempo, essas terras são abandonadas, promovendo não apenas a perda incalculável do patrimônio genético dos seres vivos que habitavam aquela área anteriormente, mas outros processos de degra- dação, como a desertificação em médio prazo. Todos esses fatos que degradam a natureza representam rastros de uma sociedade moderna, ou pegadas que influem diretamente na relação dos seres vivos com o meio ambiente. Desta forma, podemos pensar e refletir que a melhor maneira para que essas pegadas sejam minimizadas, seria ter uma sociedade sustentável, e para isso, deve- mos pensar e agir diferente. Em uma sociedade onde o tempo é escasso, devido à grande jornada de trabalho, o consumo de fast food e produtos industrializados têm aumentado drasticamente em todas as camadas sociais. Vamos tentar mudar essa situação, aumentando o consumo de alimentos na- turais orgânicos, sem agrotóxicos, ao invés de produtos industrializados, cheios de aditivos químicos artificiais, que podem promover em médio prazo, além de distúr- bios alimentares, como a obesidade, doenças graves como o câncer. Ao gerar resíduos, como papel, plásticos, vidro e metal, no dia a dia de sua casa, no trabalho ou em sua escola, promover a seleção destes, para que os mes- mos possam ser reciclados. Essa ação é fundamental para minimizar a exploração irracional dos recursos. Ao comprar produtos industrializados no comércio, verificar 91 aqueles que apresentam o selo verde, ou seja, são oriundos de empresas que apre- sentam programas de responsabilidade socioambiental que diminuem os impactos ambientais em decorrência da fabricação de seus produtos. São aquelas empresas agraciadas com certificado ambiental ISO 14000. Otimizar o uso da água, não desperdiçando-a, e a economia da energia é também um grande passo para diminuirmos nossa pegada ecológica. Vamos participar desse desafio! 9. O Ceará e as mudanças climáticas A perda da biodiversidade estimada em 35% observada pela comunidade científica, entre as décadas de 1970 a 2000, somente é comparável a eventos de extinção em massa ocorridos apenas quatro ou cinco vezes durante bilhões de anos da história de nosso planeta. Vale ressaltar que esses fenômenos ocorreram de forma natural e não impostos pela ação do ser humano, como agora. Teoricamente, 1,8 hectare é a média de área disponível para cada habitante no planeta, de modo a garantir a sustentabilidade da vida na Terra. Entretanto, desde o início do ano 2000, o consumo médio por habitante no mundo aumentou 25%, passando agora para 2,2 hectares. Diante da situação que vivemos como podemos avaliar a dimensão das mudanças climáticas e os impactos ecológicos presentes em nosso mundo, no Brasil, no Nordeste? Uma das maneiras é identificar os processos que confirmem essas alterações. No Nordeste, em espe- cial, no Ceará, alguns indicadores estão sendo estudados no rio Jaguaribe e em seu litoral. Esses indicadores irão permitir uma melhor avaliação sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas naturais envolvidos nas alterações climáticas e os efeitos sobre as atividades humanas que dependem desses sistemas. As projeções de clima liberadas pelo Quarto Relatório do IPCC (IPCC AR4) têm mostrado cenários de secas e eventos extremos de chuva em grandes áreas do plane- ta. No Brasil, a região mais vulnerável, do ponto de vista social, à mudança de clima, seria o interior de Nordeste, conhecida como semiárido, ou simplesmente o “sertão”. Reduções de chuva aparecem na maioria dos modelos globais do IPCC, assim como um aquecimento que pode chegar até 3 - 4º C já na segunda metade do século XXI. Isso acarreta reduções de até 15 - 20% nas vazões do rio São Francisco, no aumento da evaporação das águas superficiais dos grandes açudes do Nordeste, como o Casta- nhão e o Orós, ambos localizados no Ceará. A pequena vazão dos rios do semiárido reduz a descarga de sedimentos no mar e facilita a erosão costeira. O Relatório do Clima do Brasil, produzido recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), tem estudado as mudanças de clima no Brasil e Nordeste, até o final do século XXI. Segundo este relatório as mudanças climáticas do Nordeste e no Ceará, em particular, podem originar alguns impactos, tais como: a caatinga pode dar lugar a uma vegetação mais típica de zonas áridas, com predominância de cactáceas; o desmatamento da Amazônia também afetará a região; um aumento de 3º C ou mais na temperatura mé- 94 Outros efeitos originados pelas mudanças climáticas são o aquecimento global, provocado pelo aumento da utilização de combustíveis fósseis (carvão mineral, pe- tróleo e gás Natural) e buracos na camada de ozônio, diminuindo a nossa proteção contra a ação contínua dos raios ultravioletas. As mudanças climáticas estão num ritmo cada vez mais crescente, o que mostra que suas consequências afetarão todos em todos os lugares. Podemos então partir do pressuposto, que com emprego de novas atitudes, com mudanças de hábitos, que visem a minimizar os problemas climáticos, pela sociedade global, teremos uma chance de mudarmos o panorama do planeta. Para a maioria, a responsabilidade do Brasil perante o mundo no combate às mudanças climáticas concentra-se, principalmente, em quatro ações: conter o desmatamento da Amazônia; rever a matriz de transportes; não sujar a matriz energética brasileira considerada limpa em comparação às matrizes dos demais países; e priorizar o de- senvolvimento dos biocombustíveis. Para finalizarmos, podemos concluir que sem dúvida, esta é a era da sustentabilida- de. Na antiga visão de mundo prevalecia a ideia de crescimento contínuo, da conquista da natureza, da utilização irracional de recursos, da produção industrial em massa, do design de produtos obsoletos. Os problemas sociais, ambientais e econômicos decor- rentes evidenciaram que esse modelo de desenvolvimento é socialmente injusto, am- bientalmente desequilibrado e economicamente inviável, o que poderia destruir a vida na Terra. Dessa forma, os valores da sociedade e o paradigma do mundo dos negócios passaram e estão passando por reformulações a fim de incorporar práticas sustentáveis a seus negócios e desta maneira, preservar o planeta para as gerações futuras. Exercício 1. Quais as diferenças entre a atmosfera primitiva da atmosfera atual? 2. Qual a relação existente entre os processos da fotossíntese e respiração aeróbica no equilíbrio da composição do ar atmosférico? 3. Caracterize o efeito estufa, quanto aos gases que agem nesse fenômeno, suas causas e consequências sobre os seres vivos e nosso planeta. 4. Mencione algumas mudanças que podemos fazer em nosso cotidiano, que ve- nha minimizar os efeitos das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, pelo efeito estufa e pela inversão térmica. 5. Quais os principais fatores que causam a poluição do ar? 95 Referências MOSER, F. A. Ecologia: perspectiva ética. Revista Eclesiástica Brasileira. Rio de Janeiro. 1992. Volume 52. p. 5-22. DUBOS, R. 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Expediente Presidente Luciana Dummar | Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste Sérgio Falcão Coordenação do Curso Eliseu Marlônio Pereira de Lucena | Coordenação Editorial Eloísa Vidal Coordenação Acadêmico-Administrativa Ana Paula Costa Salmin | Coordenação Técnica CARE Brasil | Markus Brose e Juliana Russar | Editor de Design Deglaucy Jorge Teixeira | Projeto Gráfico, Ilustrações e Capas Suzana Paz | Editoração Eletrônica Mikael Baima, Welton Travassos | Mapas Welton Travassos | Revisão Wilson Pereira da Silva | Catalogação na Fonte Ana Kelly Pereira O que você pode fazer para salvar o Planeta Utilize sempre pilhas e baterias recarregáveis. Use e abuse dos objetos reutilizáveis, como copos de vidro e canecas de alumínio. Apoio:Realização:
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