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Guias e Dicas
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Manutenção Industrial, Notas de estudo de Tecnologia Industrial

Tipos de manutenção, corretiva, preventiva e preditiva, monitoramento, lubrificação, rolamentos, mancais.

Tipologia: Notas de estudo

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felipe-oliveira-39 🇧🇷

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Baixe Manutenção Industrial e outras Notas de estudo em PDF para Tecnologia Industrial, somente na Docsity! FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA Centro de Ensino Técnico e Profissionalizante Quintino ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL REPÚBLICA DEPARTAMENTO DE MECÂNICA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Prof. Décio Martins Pereira 2004 E.T.E.R — MECÂNICA ÍNDICE: Definição de Manutenção Pág. Tipos de Manutenção Pág. Manutenção Corretiva Pág. Manutenção Preventiva Pág. Programa de Manutenção Preventiva Pág. Manutenção Preditiva ou Cíclica Pág. Técnicas Preditivas Pág. Monitoração Subjetiva Pág. Monitoração Objetiva Pág. Monitoração Contínua Pág. Práticas de Manutenção Moderna Pág. Conceitos Básicos da TPM Pág. Objetivos da TPM Pág. Terceirização de Serviços de Manutenção Pág. Dificuldades para Terceirizar Pág. Vantagens da Terceirização Pág. Desvantagens da Terceirização Pág. Sistemas Automatizados para Manutenção Pág. Organização de um Setor de Manutenção Pág. Indústrias de Grande Porte Pág. Indústrias de Médio Porte Pág. Organograma Pág. Dotação de Recursos Humanos Pág. Máquinas e Equipamentos para Manutenção Pág. Indústrias de Pequeno Porte Pág. Lubrificação Pág. Óleos Lubrificantes Pág. Viscosidade Pág. Ponto de Fluidez Pág. Ponto de Fulgor Pág. Aditivos Pág. Graxas Lubrificantes Pág. Lubrificação Organizada Pág. Métodos Gerais de Lubrificação Pág. Método Manual Pág. Lubrificação por Agulha Pág. Lubrificação por Mecha Pág. Método do Copo Conta-Gotas Pág. Lubrificação por Anel Pág. Lubrificação por Colar Pág. Lubrificação por Banho de Oleo Pág. Lubrificação por Estopa (Almofada) Pág. Lubrificação por Salpico ou Borrifo Pág. Lubrificação por Gravidade Pág. Lubrificação por Bombas Múltiplas Pág. Lubrificação por Graxa Pág. Mancais Pág. Rolamentos Pág. Desmontagem de Rolamentos Pág. Montagem de Rolamentos Pág. Sistemas de Vedação Pág. Retentores Pág. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA o a DATA À MOTOBOMBA E DADOS TÉCNICOS po REVISÃO À TIPO LOcaLiZzacão | | PDM NP EQUIPAMENTO BOMBA “Toca po noroa- sucção -s neo car necução- REDUTOR | fpmmeração 1 o Treo MOTOR (= E rasos. Co lemealençã oração L TIPO OE CARCAS ELETRICO freroso or rar Ê . = | eagreção eLÉrAICA- o o . O O REGISTRO DE OCORRÊNCIAS DATA SERVIÇOS REALIZADOS E/ OU ALTERAÇÕES Errado! DD e a em DATA TRANSFORMADOR (DADOS TÉCNICOS] REVISÃO BASE TENSÃO DE RECEBIMENTO POM EQUIPAMENTO Ju Treo nen recodinca suf rases ferasse 1satano Key] ANO DE FABRICAÇÃO vENsão suPenioR-(ramánio! Mo] rum he CATI My Mg -Hy a “ TENSÃO INFERIDA (SECUNDÁRIO) ” TENSÃO DE ” Carina Mc = Ag x] amaLHO a . INDICADOR DE NÍVEL mESERVATÓRIO QUAST LiQ LSOL ANTE GLEO pm oe [om — mos ISOLANTE TIPO FESRICANTE REGISTRO DE OCORRÊNCIAS DATA SERVIÇOS REALIZADOS E/OU ALTERAÇÕES FE | Bim MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 6 3. ITENS DE INSPEÇÃO Pela experiência adquirida, procura-se estabelecer os itens da máquina que devem ser inspecionados. ESTA DEFINIÇÃO vai permitir: 3.1 -- Planejamento de peças de reposição, com base nos conhecimentos adquiridos e no histórico das intervenções. 3.2 — Catalogar as firmas ou mão-de-obra especializada existente no local, que possam ser contratadas para execução dos serviços. PROGRAMA DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA Os programas de manutenção preventiva, nas indústrias que não param anualmente dando férias coletivas, são elaborados seguindo a um cronograma cujo acompanhamento é feito individualmente para cada equipamento. Existem programas “software”, já comercializados, que facilitam a implantação de um programa de manutenção preventiva. Para cada caso da aplicação de recursos tradicionais nas indústrias podemos sugerir a implantação de um programa modesto mais eficiente, conforme modelo da folha 8. Este modelo será renovado a cada ano. O PROGRAMA atenderá a frequências de intervenções semanais, mensais e anuais. O Plano de manutenção Caminhão Mercedes-Benz PREVENTIVA s[RiS po SS SE ssa alas aaa aa EPE jelois jo elas JS cia Bode SS Freios de serviço: verificar estado das lonas e regulagem . . . . . . automática Freios de serviço e estacionamento: remover os cilindros mestres com câmaras pneumáticas, cilindros auxiliares, válvulas e a câmara preumática do freio de estacionamen- . “ . to e recondicionar se necessário. Válvula 4 vias testar e regular. se necessário Grampos de mola: reapertar ejejejejejejaleje jaja jo o jojo e ju njojojojaje jo jo MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 7 PROGRAMA DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA FARTEC ano 2004 EQUIPAMENTO MABUIMAS OPERATRIZES CONSULTAR O PLANO DE MANUTENÇÃO MAN f ves Dlirizls SEMANA C) | E DAI MANUTENÇÃO y O PREVISTA e Í & REALIZADA AGA. 6 ATRASADA INSPEÇÃO/AFER 1] D PREVISTA E REALIZADA E ATRASADA MANUTENÇÃO PREDITIVA OU CÍCLICA As indústrias que já utilizam com sucesso a manutenção preventiva, podem aplicar a manutenção preditiva, que se constitui no mais completo e correto sistema de manutenção. Nesse sistema, com auxílio de equipamentos, detectores mais sofisticados, pode-se determinar se está na hora de abrir a máquina e trocar um componente, antes que venha a falhar. Os aparelhos que auxiliam neste tipo de manutenção são bastante variáveis e de diversos fabricantes. SENSORES de ruídos - MOTOSCÓPIO SENSORES de temperatura - TERMOPARES SENSORES de vibração - MECATESTER MEDIDORES de rotação - ESTROBOSCÓPIOS - TACÔMETROS DETECTORES de fissuras / trincas / tensões RAIO X — Magnaflux — INFRAVERMELHO ULTRASOM — RAIOS GAMA Esses equipamentos são fornecidos, com manuais e boa literatura técnica, permitundo ao operador sua correta aplicação na medição. Na página 8, podemos visualizar, a análise de vibração em uma bomba centrífuga, testada nos pontos A, Be C, com previsão para troca de rolamentos. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 10 sensor indutivo sensor indutivo de proximidade sem contato Vibrator (Mecatester) É um instrumento que mede os níveis de vibração em máquinas e equipamentos, e, no nosso caso, em motores, geradores, transformadores, painéis e outros, e para mancais indica ainda o tempo aproximado de vida dos rolamentos, e isto tendo como base a vibração do mancal. E necessário efetuar a medição nos mancais com e sem carga ou transmissão para se chegar a um resultado confiável. Junto ao aparelho, o fornecedor sempre envia um manual de instruções e as curvas para comparação. Para o caso de motores e correlatos, é ideal que a aplicação desta medição seja efetuada como inspeção periódica programada, a fim de evitar defeitos em plena operação, ou ao menos reduzir a incidência destes. Devemos ter todos os cuidados requeridos para um instrumento, com relação ao seu manuseio, transporte e estocagem. A manutenção preditiva tem como objetivo prevenir falhas nos equipamentos, permitindo a operação contínua do equipamento, pelo maior tempo possível. A realidade da Manutenção Preditiva é “PREDIZER” as condições dos equipamentos. Quando o grau de degradação se aproxima do limite previamente estabelecido, é tomada a decisão de intervenção. TÉCNICAS PREDITIVAS A avaliação das condições dos equipamentos é feita através da medição ou monitorização de parâmetros. Esse monitoramento pode ser feito de 3 formas: Monitoração subjetiva. Monitoração objetiva. Monitoração contínua. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 1 MONITORAÇÃO SUBJETIVA A monitoração subjetiva, são aquelas acompanhadas há muitos anos pelo pessoal da manutenção, independente da existência de instrumentos. Através da visão, audição, olfato e tato, pode o técnico monitorar as condições do equipamento. Deve-se entretanto certificar-se das condições de segurança, antes de usar os sentidos. Um supervisor pode auscultar um equipamento, com uma caneta, um estetoscópio, etc... Quem nunca viu alguém colocar a mão sobre um mancal ou motor e em seguida diagnosticar — “A temperatura está muito alta”, ou “a temperatura esta muito boa”. MONITORAÇÃO OBJETIVA É o acompanhamento feito com base em medições utilizando equipamentos ou instrumentos especiais. Para isso é fundamental: - Que o pessoal seja habilitado. - Que os instrumentos estejam aferidos e calibrados. - Haja pessoal capaz de interpretar os dados coletados. MONITORAÇÃO CONTÍNUA É adotada em situações que os equipamentos são de alta responsabilidade. Os dispositivos que monitoram, geralmente soam alarmes uma vez atingido o valor limite estipulado. Os equipamentos podem ser parados logo após os alarmes. São sistemas automatizados e sua aplicação deverá ser justificada. E muito usado em Usinas Termelétricas, Usinas Nucleares. PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO MODERNA Em 1970, surgiu a TPM, Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance) em virtude de fatores econômicos — sociais, que imprimiram ao mercado, exigências cada vez mais rigorosas. As empresas foram então obrigadas a: - Eliminar desperdícios. - Obter melhor desempenho das máquinas. - Reduzir interrupções. CONCEITOS BÁSICOS DA TPM - Cada um deve exercer auto controle. - À minha máquina deve ser protegida por mim. - Homem, máquina e empresa devem ser integrados. - A manutenção dos meios de comunicação deve ser preocupação de todos. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 12 OBJETIVOS DA TPM A TPM objetiva a eficácia da empresa através de maior qualificação das pessoas e melhoramentos nos equipamentos. O perfil dos empregados deve ser adequado com treinamento / capacitação. Os operadores devem executar atividade de manutenção de forma espontânea (lubrificação, regulagem, etc.). O pessoal da manutenção deve executar tarefas na área mecatrônica. Os engenheiros devem desenvolver equipamentos que “não exijam manutenção”. Os operadores passam a executar tarefas mais simples, que antes eram executadas pelo pessoal da manutenção, tais como: lubrificação, limpeza, ajustes de gaxetas, medição de vibração e de temperatura,troca de lâmpadas, sintonia dos controladores, limpeza e troca de filtros, permanecendo a equipe de manutenção com tarefas de maior complexidade. Outro conceito importante na filosofia da TPM é o da Quebra Zero, “A máquina não pode parar durante o período em que foi programada para operar”. Entre as medidas fundamentais para conquista da quebra zero, podemos alinhar: - Limpeza da área, asseio, lubrificação e ordem. - Obedecer as limitações do equipamento. - Recuperar equipamentos envelhecidos. - Sanar deficiências de projeto. - Desenvolver o elemento humano. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO Na verdade, terceirização é uma prática bem antiga de contratar serviços de terceiros. Porque terceirizar? - VOCAÇÃO: Atividades que são consideradas “meio” para a contratante, para o prestador de serviços são atividades — fim. - EFICIÊNCIA: É impossível ser especialista em tudo, principalmente numa época de maior diversidade tecnológica. - UTILIZAÇÃO: Mantém-se em alguns casos, mão de obra e recursos sem ampla utilização. DIFICULDADES PARA TERCEIRIZAR - Poucas empresas capacitadas. - Falta de cultura de parceria. - Cartelização de alguns setores. - Maior incidência de acidentes na contratada. VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO - Aumento da qualidade. - Redução de custos. - Redução de áreas ocupadas. - Melhor atendimento. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL — Prot. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 15 DIVISÃO de MANUTENÇÃO OFICINA de OFICINA de OFICINA USINAGEM CALDEIRARIA ELÉTRICA o if = = «< Sm Dor <||=llzã Slim |« Su Sê q E Ui | |U gr w llz< <L| Sez||nO da lea [ES ES) RSSálES z|| 5 |IÉ a 52 user) c || yu ||z2 z En WO) ly elelea la/é 69 Joalssifta r E< x || Us||oz|| [6] EE 2 — INDÚSTRIAS DE MÉDIO PORTE Nas indústrias de médio porte, nas quais se enquadram a maioria das metalúrgicas, o setor de manutenção é implantado, dentro da área da própria fábrica. Geralmente a escolha recai sobre uma área com fácil acesso a todas instalações fabris, com amplas aberturas para movimentação de máquinas e equipamentos. As instalações devem ter ainda um bom pé direito (distância entre o solo e o teto), dotadas de talhas ou guinchos para movimentação de cargas, montagem e desmontagem de peças e posicionamento nas máquinas operatrizes. ORGANOGRAMA Dependendo do tipo da indústria, normalmente é feita a separação da manutenção em duas atividades; mecânica e elétrica, estabelece-se também as funções e grau de hierarquia dos empregados, definindo quem é quem e como se interelacionam os chefes e os subordinados. Uma indústria metalúrgica que comercializa e produz armários de aço, tem em sua estrutura, uma boa quantidade de prensas e motores elétricos, além de outros equipamentos mecânicos e elétricos. Nessas condições pode-se pensar em implantar um setor de manutenção dividido em parte mecânica e parte elétrica. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 16 SETOR de MANUTENÇÃO | SEÇÃO SEÇÃO MECÂNICA ELÉTRICA DOTAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS . Na indústria de médio porte, o setor de manutenção deve ser comandado por um TECNICO ou ENGENHEIRO COM BONS CONHECIMENTOS de manutenção, mecânica e elétrica. Na seção mecânica, cabe a posição de um encarregado de mecânica, com ótimos conhecimentos de mecânica, ascendência sobre os demais subordinados, além de boa dose de liderança. Nos demais postos de serviço devemos ter: - TORNEIROS MECÂNICOS - FREZADORES - MECÂNICOS E AJUDANTES - AJUSTADORES - LUBRIFICADORES Os mecânicos, ajudantes e ajustadores devem ter aptidão para operar outras máquinas auxiliares (plaina, furadeiras...). Na seção elétrica, cabe a posição de um encarregado da elétrica, com ótimos conhecimentos de eletricidade, ascendência sobre os demais subordinados, além de liderança. Nos demais postos de serviço podemos ter: - Eletricistas - Eletrotécnicos - Enrolador de motores - Soldadores MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA MANUTENÇÃO Diversas máquinas, equipamentos, aparelhos de teste, devem fazer parte das oficinas mecânicas e elétricas. Serão úteis para detectar os defeitos, desmontar as máquinas, executar os reparos, montar, testar, lubrificar, mantendo o ciclo produtivo sem interrupção. - TÔRNO MECÂNICO, ESMERIL, PRENSA HIDRÁULICA; - FRESADORA, AQUECEDORES PARA AJUSTAGEM; - PLAINA LIMADORA, TANQUES PARA LAVAGEM; - FURADEIRA, MÁQUINA DE SOLDA, SOLDA OXI-ACETIL; - BANCADAS DE TESTE - CARREGADOR DE BATERIAS; MANUTENÇÃO INDUSTRIAL — Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 17 - GUINCHOS, TALHAS, JOGO COMPLETO DE FERRAMENTAS; - APARELHOS PARA LEITURAS / MEDIÇÕES / TESTES (TEMPERATURA, ROTAÇÃO, VIBRAÇÃO, TRINCA, FALHAS); - EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS PARA LUBRIFICAÇÃO. . Talha Tanque para enxaguar 3 — INDÚSTRIAS DE PEQUENO PORTE Nas indústrias de pequeno porte, o sistema de manutenção continua válido, apenas os recursos devem ser adaptados à situação. Haverá apenas uma oficina de manutenção englobando tanto a parte mecânica como elétrica. O responsável pela manutenção será o mesmo homem responsável pela produção. Os equipamentos são mais modestos e quando necessário recorre-se a serviço de terceiros. Pode-se inclusive, programar o uso das máquinas de produção, para recuperação de peças, bem entendido que fora do período normal de trabalho. Uma sistemática que tem dado bons resultados é utilizar uma pequena bancada dotada de rodas, gavetas e torno morsa, que será entregue ao mecânico. As bancadas móveis serão completadas com ferramentas básicas e ficarão sob responsabilidade do mecânico. Alguns reparos podem ser feitos na própria bancada ou transportados para local mais conveniente. LUBRIFICAÇÃO Os lubrificantes podem ser classificados em: 1. Lubrificantes líquidos (óleos); 2. Lubrificantes semi-sólidos (graxas); 3. Lubrificantes sólidos (GRAFITE -— bissulfeto de molibdênio, politetra-flúor-etileno PTFE) Óleos lubrificantes O petróleo é a principal matéria prima para produção de óleos lubrificantes. Do petróleo são obtidos os óleos básicos de composição variada, pertencentes a 3 classes: parafínicos, naftênicos e aromáticos que chamamos genericamente de óleos minerais. Na mesma classificação de lubrificantes líquidos temos os óleos graxos e os óleos sintéticos. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 20 GRAXAS Lubrificantes Graxa é uma combinação semi-sólida de produtos de petróleo e um sabão, resultando em um produto com qualidades lubrificantes. De acordo com o tipo de sabão, podemos ter: Graxas de cálcio, sódio, alumínio, bário, lítio, etc. Existem ainda graxas especiais de grafita, bi-sulfeto de molibidênio, etc. Graxa de cálcio — Sua grande vantagem é a resistência à água porém não agúenta calor (até 70ºC). Graxa de sódio — Sua principal vantagem é a boa resistência a calor (120ºC) Graxa de alumínio — Sua resistência à temperatura é baixa, se assemelha a graxa de cálcio, tem boa resistência a água. E usada com sucesso como graxa de chassis. Graxa de lítio — As graxas de lítio atendem a maioria dos requisitos de lubrificação, temperatura até 150ºC, e resistência à água, tendo aplicação múltipla. Graxas grafitadas e com bi-sulfeto de molibdênio mantém boas qualidades lubrificantes sob altas temperaturas e pressões. LUBRIFICAÇÃO ORGANIZADA A implantação de sistemas organizados na manutenção reduz os custos de manutenção. A lubrificação perfeita é a conjugação de 6 (seis) fatores: tipo certo, qualidade certa, quantidade certa, condição certa, local certo e ocasião certa. Planejamento da lubrificação - Levantamento de todos pontos a serem lubrificados (nome do equipamento, localização, partes a lubrificar, ftequência de aplicação) - Escolha dos lubrificantes recomendados - Calendário de lubrificação e Diário (D) e Semanal (S) e Quinzenal (2 SEMANAS) e Mensal (M) e Bimestral (2M) e Trimestral (3M) e Semestral (6M) e Anual (A) e Bianual (2A) CADA 2 ANOS MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 21 MÉTODOS GERAIS DE LUBRIFICAÇÃO A escolha de um tipo ou outro de lubrificante depende do desenho da máquina, das solicitações a que as peças estão sujeitas e da facilidade de garantir a lubrificação, mesmo em lugares difíceis ou quase inacessíveis. Entre os vários métodos destacamos: 1) Método manual - É geralmente efetuado utilizando almotolia (fig. 1). É um método de lubrificação pobre, de resultados escassos; além disso, serve para óleos bastante fluidos ou tomados dos fluidos por aquecimento, Usa-se também lubrificação a pincel, método este que serve para máquinas pouco solicitadas (fig. 2). 2) Lubrificação por agulha (fig. 3) - Utilizado principalmente para lubrificar mancais, este método consiste em uma agulha cônica, que fica no fundo do copo que contém o óleo, com a ponta apoiada sobre o eixo. Com a rotação do eixo, a agulha recebe pequenos movimentos que permitem o escoamento do óleo. A lubrificação é automática, terminando quando cessa o movimento. Serve para óleos bastante fluidos, devido à pequena folga entre o canal e a agulha. -— Almotolia Furo para óleo 3) Lubrificação par mecha (fig. 4) - Consta de um copo contendo lubrificante, no qual está mergulhada uma mecha, geralmente algodão. A transferência do óleo para a máquina se dá por capilaridade. O método não é automático, somente cessando quando se remove a mecha. Serve também para óleos de grande fluidez. 4) Método do copo conta-gotas (fig. 5) - Apresenta a vantagem de ser possível regular a intensidade da lubrificação, de acordo com a velocidade das peças móveis. Uma agulha regulável manualmente permite a passagem de mais ou menos óleo, de acordo com a necessidade. Este sistema serve para óleos de baixa e média viscosidade. 5) Lubrificação por anel (fig. 6) - Este método é muito difundido e o lubrificante permanece em uso durante muito tempo. O óleo fica contido num reservatório abaixo do mancal, na parte inferior, sendo levado para a parte superior pelo movimento do anel, arrastado pela rotação do eixo. Este método serve para óleos finos ou de baixa viscosidade. Quando se quer uma lubrificação mais efetiva, o anel pode ser substituído por uma corrente. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 22 6) Lubrificação por colar (fig. 7) - Tem, basicamente, o mesmo esquema que o anterior, com a diferença de que o colar é fixo ao eixo. Este método é usado para máquinas e deve utilizar óleos de alta viscosidade. Quando a máquina se movimenta em baixa rotação, o colar pode ser substituído por um sistema de pequenas "caçambas" que pescam o óleo no reservatório inferior, descarregando-o num reservatório superior, par onde flui, através de pequenos canais, ao eixo. 7) Lubrificação por banho de óleo (fig. 8) - Este tipo de lubrificação é usado em máquinas muito pesadas, geralmente de eixo vertical (ex: turbinas), Usa-se também para mancais que sustentam a hélice do motor de avião. 8) Lubrificação por estopa (almofada) (fig, 9) - É muito usado para lubrificar os mancais dos vagões ferroviários. A estopa é embebida em óleo bastante viscoso e fica em contato com o eixo, transferindo, por capilaridade, o lubrificante ao mancal. O inconveniente desse método consiste em que a estopa tende a vitrificar a parte diretamente em contato com o eixo, o que obriga a substituí-la frequentemente. 9) Lubrificação por salpico ou borrifo (fig. 10) - É o método mais utilizado, geralmente nos motores de combustão interna, para lubrificar as peças móveis dentro do cárter. O óleo é contido num reservatório inferior, dentro do qual ficam as partes móveis. Pelo movimento dessas partes, o óleo é salpicado, atingindo todas as partes que devem ser lubrificadas. Este método só serve para máquinas de alta rotação e para óleos de viscosidade relativamente baixa. Em motores maiores é usado como complemento da circulação forçada do óleo. 10) Lubrificação por gravidade (fig. 11) - Existe normalmente uma bomba de óleo que leva o lubrificante do reservatório inferior até o reservatório superior, passando por um filtro que retém as impurezas. Do reservatório superior o óleo, por gravidade e através de canais apropriados, atinge todas as partes móveis da máquina. 11) Lubrificação por bombas múltiplas - No caso de máquinas sujeitas a fortes solicitações, a lubrificação é feita por um sistema de êmbolos, sendo que cada êmbolo envia o óleo a uma parte determinada. Existe em cada êmbolo um parafuso de regulagem, podendo assim lubrificar as partes da máquina com quantidades variáveis de óleo, de acordo com a MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 25 c) de rolos — quando os corpos rolantes são formados de cilindros, cones truncados ou barriletes. - Quanto à aplicação podem ser: radiais, axiais e mistos, podendo ainda ser auto- compensadores ou não. 1) Nos rolamentos radiais a carga é perpendicular ao eixo. Os rolamentos radiais não suportam cargas axiais: Exemplos: Rolamento de esferas 2) Rolamentos Axiais EXEMPLOS: - Rolamento de escora CARGA // ao eixo - Rolamento axial de rolos (autocompensadores) 3) Rolamentos mistos Rolamento de Escora Suportam cargas axiais e radiais. EXEMPLOS: Ristarsento de Rolos Gônicos Misto Os rolamentos autocompensadores são montados quando é necessário absorver cargas originadas por desalinhamento. [Epi pe AP Rolamento t— Autocomponsador de Rolos Autocompensador de Esferas MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 26 Característica: O anel externo desloca-se em relação à linha O; devido a isto,é capaz de absorver cargas originadas por desalinhamento (veja figura abaixo). Alguns fabricantes: SKF, FAG, INA e TINKEN. Vida útil dos rolamentos em horas Tipo de máquina Vida nominal (horas) Instrumentos e aparelhos de uso ocasional, carros de corrida. 500 Máquinas de carga intermitente cuja parada não provoca consequências 4.000 - 8.000 sérias: agrícolas e domésticas, guinchos, máquinas operadas manualmente e motores de caminhões. Máquinas cuja parada provoca consequências sérias: máquinas auxiliares, 8.000 - 12.000 transportadores, motores diesel ferroviários e de máquinas de construção e eixos de vagões. Máquinas que trabalham 8 horas por dia com carga parcial: redutores e 12.000 - 20.000 elevadores. Máquinas que trabalham 8 horas par dia com plena carga: máquinas 20.000 - 30.000 industriais, ventiladores, guindastes, motores e laminadoras. Máquinas que trabalham 24 horas por dia: compressores, bombas, 40.000 - 60.000 elevadores de minas, máquinas de navios, geradores de força e locomotivas. Máquinas cuja parada provoca consequências desastrosas: usinas de força, 100.000 - 200.000 de tratamento de água, fábricas de papel e de cimento e bombas de minas. Rolamentos Com Furos Cônicos Os rolamentos autocompensadores são os que geralmente apresentam esta característica. Imagine a seguinte situação: ves — MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 27 Se tivéssemos que deslocar um rolamento do ponto A, teríamos que levá-lo através de pancadas, até que atingisse o ponto desejado e isto poderia ocasionar problemas. Sugestões: 1) Se fizéssemos com que ele entrasse folgado, também iríamos ter problemas. 2) Poderíamos aquecê-lo, no entanto não seria muito recomendado, devido à distância. 3) Usar o Rolamento Com Furo Cônico (Recomendado). Os Eixos Também são cônicos? Não. Esse tipo de rolamento vem acompanhado de bucha de fixação, arruela e porca. Esses três componentes, mais o rolamento, formam o conjunto. Nota: Bucha de fixação: furo paralelo e parte externa cônica. MONTAGEM Coloca-se a bucha de fixação (cônica) no furo do rolamento; em seguida, introduza a arruela de segurança até que ela encontre resistência e finalmente rosqueie a porca. Deslize o conjunto sabre o eixo até o ponto desejado e depois aperte, "rosqueie" a porca, travando a bucha no eixo. DESMONTAGEM DE ROLAMENTOS 1) Desmontagem de rolamento com interferência no eixo. A desmontagem é feita com saca-polias. As garras de ferramenta deverão ficar apoiadas no anel interno. Quando não for possível alcançar o anel interno, o saca-polias poderá ser aplicado na face externa do anel. Entretanto é importante que o anel externo seja girado para evitar danos no rolamento. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 30 E importante que o material do vedador seja compatível com o produto a ser vedado para que não haja uma reação química entre eles. Materiais usados na vedação: - Juntas de borracha: vedações empregadas em partes estáticas, muito usadas em flanges. - Anéis de borracha (ring): são vedadores de partes estáticas ou dinâmicas, podem ser comprados em tamanhos padronizados ou, confeccionados colando-se as extremidades. São muito usados em vedações de cilindros hidráulicos. - Juntas de papelão, empregadas em partes estáticas, como tampa de caixas de engrenagens. - Juntas metálicas, são destinadas à vedação de equipamentos que operam com altas pressões e altas temperaturas. - Juntas de Teflon, empregadas em produtos com ar, óleo e água suportando até 260ºC. - Juntas de amianto, material empregado na vedação de fornos suportando altas temperaturas e ataques químicos de muitos produtos. Atualmente face os problemas de saúde atribuídos ao amianto, substitui-se quando couber por junta cerâmica. - Juntas de cortiça, empregada em vedações estáticas de produtos como ar, óleo e água, muito usadas em vedações de carter. Retentores São dispositivos destinados a evitar vazamentos ou entrada de impurezas em máquinas. É composto essencialmente por uma membrana elastométrica em forma de lábio e uma parte estrutural metálica semelhante a uma mola que permite sua fixação na posição correta de trabalho. A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros produtos que devem ser mantidos no interior da máquina. A figura ao lado mostra um retentor entre um mancal e um eixo. Tipos e perfis de retentores Existem vários perfis de retentores. Como a vedação se dá através da interferência do lábio sobre o eixo, cria-se uma condição de trabalho que provoca atrito e a consequente geração de calor na área de contato, levando o material do retentor ao desgaste. A escolha correta do material do retentor reduz o atrito e o desgaste. Os tipos mais usuais de materiais dos retentores são: Borracha nitrílica, Poliacrílica, Silicone e Flúorelastômero. Recomenda-se pré-lubrificar os retentores na hora da montagem, de forma a facilitar a instalação perfeita do retentor no alojamento. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira E.T.E.R — MECÂNICA 31 carcaça vedação auweihar | Mista A carcaça e externa metálica Montagem do retentor no alojamento - A montagem do retentor no alojamento deverá ser efetuada com auxílio de prensa. - A superfície de apoio e o retentor deverão ter diâmetros próximos para evitar dano na montagem. Montagem de retentor no eixo Os cantos dos eixos devem ter chanfros para facilitar a entrada do retentor. Caso não haja chanfros ou não se possa executá-los, recomenda-se o uso de uma luva de proteção para o lábio. Cuidados na substituição Sempre que houver desmontagem do retentor, recomenda-se sua substituição por um novo. Quando o retentor for torçado, mantendo-se o eixo velho, recomenda-se que o lábio do retentor novo não venha a trabalhar no sulco formado pelo retentor antigo. MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - Prof. Décio Martins Pereira
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