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Guias e Dicas
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Desenho Técnico Básico - Apostilas - Engenharia Mecânica, Notas de estudo de Engenharia Mecânica

Apostilas de Engenharia Mecânica sobre o estudo do Desenho Técnico Básico, Criando un Desenho Técnico, Normas, Desenho digital, Instrumentos Usados, Escalímetro, Compasso, Folhas.

Tipologia: Notas de estudo

2013
Em oferta
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Compartilhado em 11/06/2013

Salome_di_Bahia
Salome_di_Bahia 🇧🇷

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Baixe Desenho Técnico Básico - Apostilas - Engenharia Mecânica e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! Esta apostila é para uso dos alunos do curso de graduação de Engenharia de Produção da Universidade Candido Mendes. Reprodução proibida fora deste contexto. Universidade Candido Mendes - Niterói Coordenação de Engenharia de Produção Apostila de Desenho Técnico Básico Professor: Carlos Kleber da Costa Arruda carloskleber@walla.com Agosto de 2004 Apostila de Desenho Técnico Básico 2 1. Introdução 1.1 Criando um desenho técnico O desenho é uma forma de linguagem usada pelos artistas. Desenho técnico é usado pelos projetistas para transmitir uma idéia de produto, que deve ser feita da maneira mais clara possível. Mesmo preso por procedimentos e regras, um desenho técnico necessita que o projetista use sua criatividade para mostrar, com facilidade, todos os aspectos da sua idéia, sem deixar dúvidas. Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus símbolos básicos, que são usados para simplificar a linguagem gráfica, permitindo que haja o maior número de detalhes possível. 1.2 Normas São guias para a padronização de procedimentos. Dependendo do âmbito de seu projeto, você pode encontrar normas internacionais, nacionais e internas de sua empresa, que buscam padronizar os desenhos. Antes de mais nada, Normas não são leis – o profissional pode não se prender a todos os aspectos da norma, desde que justifique e se responsabilize por isso. No caso do desenho técnico, não teremos normas que comprometam diretamente a segurança pessoal, porém procura-se sempre manter um padrão. As seguintes normas se aplicam diretamente ao desenho técnico no Brasil: NBR 10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico NBR 10126 – Cotagem em Desenho Técnico Sendo complementadas pelas seguintes normas: NBR 8402 – Execução de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos NBR 8403 – Aplicação de Linhas em Desenho Técnico Apostila de Desenho Técnico Básico 5 Exercício Utilize ambos os esquadros para traçar uma “estrela” de retas:, usando os seguintes ângulos: 0o , 15o , 30o, 45o, 60o, 75o , 90o, 105o, 120o, 135o, 150o, 165o, 180o. 1.4.3 Compasso Usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns modelos com cabeças intercambiáveis para canetas de nanquim ou tira-linhas. Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso, caso contrário o instrumento está descalibrado. A ponta de grafite deve ser apontada em “bizel”, feita com o auxílio de uma lixa. Os compassos também podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser útil para grandes circunferências. Alguns modelos possuem extensores para traçar circunferências ainda maiores. Existem ainda compassos específicos, como o de pontas secas (usado somente para transportar medidas), compassos de mola (para pequenas circunferências), compasso bomba (para circunferências minúsculas) e compasso de redução (usado para converter escalas). 1.4.4 Escalímetro Conjunto de réguas com várias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina o uso de cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto. O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma régua comum (1:1). O uso de escalas será explicado mais adiante. 1.4.5 Folhas O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero). Trata-se de uma folha com 1 m2, cujas proporções da altura e largura são de Apostila de Desenho Técnico Básico 6 2:1 . Todos os formatos seguintes são proporcionais: o formato A1 tem metade da área do formato A0, etc. Obtém-se então os seguintes tamanhos: Ref Altura (mm) Largura (mm) A0 841 1189 A1 594 841 A2 420 594 A3 297 420 A4 210 297 A5 148 210 Cabe ao desenhista escolher o formato adequado, no qual o desenho será visto com clareza. Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado esquerdo, 10 mm nos outros lados (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2, A3 e A4). Também costuma-se desenhar a legenda no canto inferior direito. 1.4.6 Dobragem Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser consultada com facilidade sem necessidade de retirá-la da pasta, e que a legenda estaja visível com o desenho dobrado. As ilustrações abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na horizontal (em “sanfona”), depois na vertical (para trás), terminando a dobra com a parte da legenda na frente. A dobra no canto superior esquerdo é para evitar de furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo. Apostila de Desenho Técnico Básico 7 12 123 4 1234 5 6 Figura 3 - Dobragem de alguns formatos Apostila de Desenho Técnico Básico 10 2.4 Legenda A legenda não informa somente detalhes do desenho, mas também o nome da empresa, dos projetistas, data, logomarca, arquivo, etc. É na legenda que o projetista assina seu projeto e marca revisões. Em folhas grandes, quando se dobra o desenho, a legenda sempre deve estar visível, para facilitar a procura em arquivo sem necessidade de desdobrá-lo. Figura 5 - Exemplo de legenda 2.5 Entendendo desenho técnico mecânico Como introdução ao desenho técnico, na grande maioria dos cursos é feita o desenho mecânico. Logo, nada mais justo do que introduzir o aluno à nomeclatura usada. Abaixo temos um pequeno glossário dos principais termos usados: Aresta – reta comum a dois planos; equivale a uma linha no desenho. Broca – peça usada para furações. Brocar – Furar com broca. Calço – peça (geralmente uma cunha) usada para firmar ou nivelar. Chanfrar – realizar um chanfro em uma peça. Chanfro ou chanfradura – recorte em ângulo em uma aresta da peça. Chaveta – peça colocada entre o eixo e a roda, com finalidade de engatá-las. Apostila de Desenho Técnico Básico 11 Concordância – arredondado de uma aresta, podendo ser interno ou externo. Entalhe – corte feito por serra. Escarear – abrir um furo em uma forma cônica, geralmente para alojar a cabeça de um parafuso. Esmerilhar – acabamento de uma superfície. Estampagem – obra em folha metálica, em geral recortada. Decapagem – forma de alisar, polir ou limpar uma peça. Forjar – dar forma a um metal quente a partir de golpes. Fresar – operação a partir de ferramentas de corte (fresadora). Limar – acabamento de superfície com lima. Matriz – peça empregada em conformar ou prensar uma forma desejada. Orelha – saliência de um peça. Polir – alisar uma superfície com feltro ou semelhante. Ranhura – sulco aberto em um eixo. Rasgo de chaveta – sulco aberto para receber uma chavêta. Rebaixo – parte cilíndrica alargada de um furo. Rebarba – excesso de metal resultante de uma operação. Rebite – pino usado como ligação permanente. Recartilhar – tornar uma superfície áspera por meio de um serrilhado. Ressalto – saliência de forma circular. Retificar – executar acabamento em uma superfície a partir de material abrasivo. Roscar – abrir uma rosca em um furo ou eixo. Tarraxa – ferramenta para abrir roscas externas. Tornear – operação de usinagem com tornos. Trepanar – executar uma ranhura em forma circular em torno de um furo. Vértice – canto de uma peça; ponto comum a duas retas. Apostila de Desenho Técnico Básico 12 3. Construções Geométricas Neste capítulo será visto as relações geométricas existentes e como elas podem ajudar na construção do desenho, através basicamente do uso de compasso e esquadros. 3.1 Conceitos básicos Todas as construções geométricas partem de princípios básicos, estudados desde a antiguidade. Quando ainda não existia sistemas matemáticos bem definidos, todo o estudo de geometria era feito através dos desenhos. Tais conceitos são válidos até hoje, mesmo com os recursos disponíveis atualmente. 3.1.1 Locais geométricos Um local geométrico define uma condição, uma propriedade, ou uma restrição em um desenho, que inclusive pode ser expressa matematicamente. Um exemplo simples é a circunferência: todos os pontos no traço da circunferência estão a mesma distância do centro. Retas paralelas são outro exemplo de local geométrico: são dois conjuntos de pontos que nunca se cruzam, e que estão à uma distância fixa. Em suma, todas as formas no desenho são locais geométricos, e através de suas propriedades é que iremos relacioná-los. Um exemplo prático: - Tem-se dois pontos no espaço, denominados “A” e “B”, conforme a Figura 6, e deseja-se encontrar um terceiro ponto “C” que esteja à mesma distância “x” de ambos os pontos. - Sabemos que a circunferência define um conjunto de pontos que se encontra com a mesma distância do centro. Com o compasso, pegamos na régua o tamanho “x” e traçamos duas circunferências, uma com centro em “A” e outra com centro em “B”. Veja a Figura 7. Apostila de Desenho Técnico Básico 15 3.2 Mediatriz A reta (c) encontrada nas figuras anteriores também é chamada de mediatriz. Ela define um ponto médio entre os dois pontos. Caso os pontos definem uma reta, a mediatriz cortará esta reta em seu ponto médio, dividindo-a ao meio. Figura 12 – mediatriz e ponto médio O ponto médio pode ser encontrado com o recurso “object snap” (OSNAP), opção MID (midpoint). 3.3 Divisão de uma reta Aqui utiliza-se uma escala conhecida (por exemplo, a régua ou escalímetro) para dividir uma reta em várias partes iguais. - Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um vértice em comum com a reta a ser dividida (AB). - Divida a reta BC com sua régua. No exemplo, vamos dividir em 5 partes, faremos uma reta de 5 cm, marcando cada centímetro. - Ligue os extremos A e C. - Com os esquadros, faça retas paralelas à AC, transferindo os pontos da reta BC para a reta AB. Apostila de Desenho Técnico Básico 16 Figura 13 - divisão de uma reta Além de retas, pode-se dividir arcos e circunferências com o comando DIVIDE. A divisão é marcada por pontos (os mesmos criados pelo comando POINT) que podem ser selecionados como qualquer objeto. 3.4 Traçar um reta passando por um ponto, paralelo a outra reta Este traço é feito facilmente com os esquadros. Caso não tenha disponível os esquadros, há um método alternativo: - Seja uma reta AB e queremos traçar uma paralela que passe pelo ponto P. Com o compasso centrado em P, traça-se um arco de tamanho qualquer que intercepte a reta, achando-se C. - Sem alterar o tamanho no compasso, centre no ponto C e trace um arco, que passará pelo ponto P e interceptará a reta novamente, achando-se D. - Com o compasso, ache a distância entre P e D e, centrando o compasso em C, trace um terceiro arco, interceptando o primeiro arco em E. - A reta paralela está definida pelos pontos E e P. Apostila de Desenho Técnico Básico 17 3.5 Construir um triângulo, sabendo-se os três lados Este problema é similar ao ponto equidistante a dois pontos, com a diferença que as distâncias não são iguais. - Trace um dos lados, definindo a posição de dois pontos. - Pegue a medida do segundo lado e trace uma circunferência com centro no primeiro ponto. - Pegue a medida do terceiro lado e trace uma circunferência com centro no segundo ponto. - A interseção define o terceiro ponto. Podem haver duas soluções. 3.6 Construir um hexágono regular O hexágono possui a propriedade de ter seus lados com o mesmo tamanho do círculo que o inscreve. - Trace uma circunferência cujo raio é o tamanho de um dos lados do hexágono. Esta é a circunferência no qual o hexágono estará inscrito. - Define a posição de um dos vértices do hexágono. - Com o compasso aberto no mesmo tamanho do raio, trace os vértices vizinhos, em cima da circunferência, desta forma dividindo-a em seis lados iguais. - Ligue os vértices, encontrando o hexágono. 3.7 Construindo polígonos regulares com os esquadros Aproveitando os ângulos dos esquadros e sabendo-se os ângulos de alguns polígonos regulares, podemos construí-los com facilidade: Polígono Número de lados Ângulo interno Quadrado 4 90o Hexágono 6 60o Octógono 8 45o - Trace o primeiro lado do polígono e marque seu comprimento com o compasso. - Trace os lados adjacentes a este polígono com os esquadros, marcando o mesmo comprimento com o compasso. - Continue até fechar o polígono. Apostila de Desenho Técnico Básico 20 Figura 15 - Concordância entre duas retas Dadas as retas “r” e “s”, no qual deseja-se traçar uma concordância de raio R. Trace uma paralela a “r” a uma distância R, definindo um lugar geométrico de todas as circunferências de raio R tangentes a “r”. Faça o mesmo com a reta “s”, e a interseção das retas, definido como “O”, será o centro da circunferência procurada. Determine os pontos de tangência T e T’, traçando de “O” perpendiculares a “r” e “s”. As concordâncias podem ser feitas facilmente com o comando FILLET. Neste comando, antes de selecionar os segmentos, pode-se determinar o raio da concordância (R - radius). 3.9.3 Circunferência tangente a reta e circunferência 3.9.4 Circunferência tangente a duas circunferências Apostila de Desenho Técnico Básico 21 4. Desenho Projetivo 4.1 Métodos de projeções ortográficas Imagine a peça envolvida por um cubo, no qual cada face corresponderá a uma vista, ou seja, o que você estaria enxergando da peça se você estivesse olhando esta face de frente. Este cubo de vistas é então “planificado”, desdobrado. Desta forma é possível visualizar todos os lados da peça em uma folha de papel. A projeção ortográfica, na prática, pode ser feita de duas formas: - no primeiro diedro: imagine vendo a peça a partir de um dos lados do cubo. O desenho da vista será feito no lado oposta em que você se “localiza” Figura 16 – Projeção das vistas no primeiro diedro, e representação - no terceiro diedro: imagine vendo a peça a partir de um dos lados do cubo. O desenho da vista será feito no mesmo lado em que você se “localiza”. Apostila de Desenho Técnico Básico 22 Figura 17 – Projeção das vistas no terceiro diedro Figura 18 - Rebatimento dos planos para a representação no terceiro diedro Apostila de Desenho Técnico Básico 25 sempre de acordo com o diedro escolhido. Da mesma forma, na parte vertical teremos as vistas “superior” e “inferior”. Na extrema direita (ou esqueda) do desenho, teremos finalmente nossa vista posterior (ou traseira), fechando as seis vistas ortogonais principais. 4.2 Vértices, lados e faces Ao desenhar as vistas de uma peça, veremos que cada vista irá mostrar somente duas dimensões do objeto (largura e comprimento, comprimento e altura, etc). E que entre cada vista haverá uma dimensão em comum. Por isso, é costume desenhar as vistas alinhadas entre si – não é uma obrigação, pois a figura pode não caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do desenho mais fácil. Veremos que existirão faces que serão vistas como uma linha, caso esta face seja ortogonal (paralela a um dos planos de projeção). Existirão também lados (linhas) que serão vistas como pontos, quando vistas de frente. 4.3 Linhas ocultas Em muitos casos, haverão detalhes da peça que não são vistos normalmente. Detalhes internos, furos, ranhuras; mas que devem ser informados para que o projeto seja compreendido. Para isso, são usadas linhas tracejadas, na mesma espessura das linhas principais da peça, que indicam que existe um detalhe interno, ou do outro lado da peça, oculto por uma face. Apostila de Desenho Técnico Básico 26 Figura 24 – Exemplo de uma peça cilíndrica, no primeiro diedro, com linhas ocultas, eixo de simetria e linhas de construção entre as vistas, mostrando a coincidência entre as dimensões da peça 4.4 Escolha das vistas Fica para o desenhista escolher as melhores vistas para ilustrar a peça. Em geral, o uso de três vistas será suficiente, mas podem ocorrer casos particulares. 4.4.1 Menos vistas Ás vezes uma peça cilíndrica pode ter duas vistas iguais, logo pode-se omitir uma das vistas. Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que nada acrescenta. Uma chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas lateral e frontal, pode ter somente uma vista superior, e o projetista indica a espessura da peça na legenda. Apostila de Desenho Técnico Básico 27 4.4.2 Mais vistas Da mesma forma, uma peça com muitos detalhes pode demandar o uso de 4, 5 ou até 6 vistas. Mesmo com o uso de somente três vistas (frontal, superior e lateral) pode haver uma confusão de linhas ocultas, que dificultará a leitura do desenho. 4.4.3 Vistas auxiliares Usado para ilustrar faces fora dos planos ortogonais, no caso de faces inclinadas, as vistas auxiliares serão vistas no próximo capítulo. 4.4.4 Vistas especiais Outros recursos são usados para ilustrar todos os detalhes do projeto, como por exemplo as vistas em corte. Estes recursos serão vistos mais adiante. 4.5 Linhas de Eixo e de Simetria É importante no projeto e execução de uma peça a localização de seus pontos médios e centros de arcos e circunferências. Estas linhas em geral são os primeiros traços de um desenho, e ambas são representadas por uma linha do tipo traço-e-ponto, estreita. No seu traçado, estas linhas ultrapassam levemente o desenho da peça. Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria: - Em qualquer peça simétrica, como por exemplo um cilindro ou cone, inclusive em partes ocultas, como furos. - No centro de circunferências, de preferência marcada com duas linhas ortogonais. Apostila de Desenho Técnico Básico 30 Figura 28 - Etapas de desenho de uma vista auxiliar oblíqua 5.3 Elementos repetitivos No caso de detalhes em uma peça que se repetem regularmente, como furos, dentes, etc; pode-se traçar somente os primeiros detalhes, mostrando em seguida as posições dos próximos (linhas de eixo ou um desenho simplificado). 5.4 Detalhes ampliados Quando existem detalhes na peça no qual são muito pequenos, no qual a escala utilizada é insuficiente, pode-se desenhar somente esta parte com uma ampliação. Para isso circunda-se a parte a ser ampliada (no desenho original) com uma linha estreita contínua, devidamente identificado com uma letra maiúscula, e desenhado ampliado, com a escala indicada. O AutoCAD tem a facilidade de gerenciar as vistas das peças, através das “viewports”. Cada viewport pode mostrar o desenho com uma escala diferente, ou no caso de desenhos em 3D, em pontos de vista diferentes. Apostila de Desenho Técnico Básico 31 5.5 Peças simétricas (meia vista) Pode-se desenhar somente um dos lados de uma peça simétrica, no qual a linha de eixo indicará a simetria. Pode-se usar esta representação para uma peça com dois lados iguais (desenhando a metade) e quatro lados iguais (desenhando a quarta parte), conforme figuras abaixo. Figura 29 - Exemplo de uma meia-vista de uma peça simétrica no eixo horizontal Figura 30 - Quarto de vista de uma peça simétrica nos dois eixos A meia-vista pode ser aplicada tanto na vertical quanto na horizontal. 5.6 Vistas encurtadas (Linhas de interrupção) Peças longas podem ter seu desenho simplificado, mostrando somente as partes que contém detalhes. A representação de interrupção pode ser o traço a mão livre Apostila de Desenho Técnico Básico 32 estreito ou o traço “zig-zag” estreito. Pode-se também usar esta representação para peças cônicas e inclinadas. Conforme será visto mais adiante, uma cota não é interrompida (veja figura abaixo). Figura 31 - Exemplo de interrupções No AutoCAD, o traço “a mão livre” pode ser realizado com o comando SKETCH. Apostila de Desenho Técnico Básico 35 Figura 34 - Representação de corte total da Figura 33 Ao realizar-se o corte de duas peças distintas, usa-se hachuras com direções diferentes, cada uma indicando uma peça. Caso haja um maior número de peças em corte, pode-se usar hachuras com espaçamentos ou ângulos diferentes, ou usar outros tipos de desenho de hachura. Em geral reserva-se as hachuras estreitas para pequenas peças, e vice-versa. Apostila de Desenho Técnico Básico 36 Figura 35 – Uso de hachura no corte de várias peças Ao cortar peças muito estreitas, a hachura pode ser substituída por um preenchimento em preto, usando-se linhas brancas para separar partes contíguas, caso seja necessário. Em geral, nos cortes não são hachurados dentes de engrenagem, parafusos, porcas, eixos, raios de roda, nervuras, pinos, arruelas, contrapinos, rebites, chavetas, volantes e manípulos. Isto é uma convenção, fazendo com que seja evidenciado partes mais importantes da peça. Pode-se hachurar estas partes caso tenham detalhes pouco usuais (por exemplo, um furo interno a um parafuso). 6.3 Meio-corte Usado em objetos simétricos, no qual corta-se somente metade do desenho, sendo a outra metade o desenho da vista normal. As linhas invisíveis de ambos os lados não são traçadas. Usa-se também combinar o meio-corte com a meia-vista, tornando o desenho bem prático sem perder informação. Apostila de Desenho Técnico Básico 37 Figura 36 - exemplos de meia-vista, meia-vista e corte total, meia-vista e meia-vista/ meio corte 6.4 Corte parcial Quando deseja-se cortar somente uma parte da peça, usa-se o corte parcial. O corte é limitado por uma linha de interrupção (irregular ou em zig-zag). 6.5 Corte em desvio Usa-se o corte em desvio para obter os detalhes que não estejam sobre uma linha contínua. Neste caso o plano de corte é “dobrado”, passando por todos os detalhes desejados. Cada vez que o plano de corte muda de direção, este é indicado por um traço largo, de forma similar às extremidades. Figura 37 - Corte em desvio 6.6 Seções São um corte local da peça, sem o incoveniente de desenhar toda a vista relativa a este corte. As seções podem ser representadas diretamente na peça (Figura 38), “puxadas” para fora através de uma linha de chamada (Figura 39), ou indicadas como um corte normal, omitindo detalhes. Apostila de Desenho Técnico Básico 40 Figura 42 - Exemplos de representações convencionais Outro caso é a representação de furos em flanges que não estejam no eixo de simetria. Simplesmente considere que o furo esteja alinhado e desenhe o corte. A vista frontal ilustrará a verdadeira posição dos furos. Mais ocorrências de representações convencionais são em interseções entre cilindros e outras seções, tubos, orelhas, posição de nervuras, concordâncias, “runouts”, etc. “Runouts” são representações convencionais de interseções atenuadas por curva, aonde não existe uma aresta por não haver uma mudança brusca de direção. Abaixo estão alguns exemplos de representações de concordâncias e “runouts”. Apostila de Desenho Técnico Básico 41 Figura 43 - Exemplos de concordâncias e "Runouts" Apostila de Desenho Técnico Básico 42 7. Cotas Cotas são medidas de um objeto, inprescindível para o projetista indicar a verdadeira grandeza. Em muitas ocasiões, a pessoa que está lendo o desenho não dispôe de uma régua para medir, e mesmo se tivesse uma cota já adianta o trabalho, fornecendo imediatamente a informação. Figura 44 - Desenho de uma cota O que uma cota pode indicar: • Comprimentos, larguras, alturas, profundidades; • Raios e diâmetros; • Ângulos; • Coordenadas; • Forma (circular, quadrada, esférica), caso a vista não mostre claramente; • Quantidade (por exemplo número de furos); • Código/ Referência do produto; • Ordem de montagem; • Detalhes construtivos, observações. O menu Dimension agrupa todos os tipos de cotas disponíveis no AutoCAD. Apostila de Desenho Técnico Básico 45 É de bom uso alinhar cotas em sequência (no qual pode-se aproveitar setas de cotas adjacentes para cotar espaços estreitos). Também usa-se cotar as dimensões totais da peça – não deixe para quem for ler o desenho calcular. Figura 48 - Exemplo de cotas em seqüência A cotagem de ângulos segue as mesmas convenções: cota preferencialmente centrada, alinhada com a linha de cota, o mais próximo da vertical. Também pode-se “puxar” a cota para fora. Figura 49 - Cotagem de ângulos Apostila de Desenho Técnico Básico 46 Figura 50 - Exemplo de cotagem de curvas no qual o centro encontra-se fora da peça Hábitos a serem evitados: • Não repetir cotas, salvo em casos especiais; • Não usar qualquer linha do desenho como linha de cota; • Evitar que uma linha de cota corte uma linha auxiliar; • Não esperar de quem for ler o desenho que faça somas e subtrações: cotar todas as medidas e as dimensões totais; • Evitar cotar linhas ocultas; • Evitar cotas dentro de hachuras. Apostila de Desenho Técnico Básico 47 8. Perspectiva Isométrica Os desenhos em perspectiva foram concebidos como um meio termo entre a visão da peça no espaço, mantendo suas proporções e a escala. Existem vários tipos de perspectiva, cada um com sua utilidade. Os desenhos em perspectiva exata ilustram com perfeição o ângulo do observador, porém as dimensões variam com a posição e proximidade dos objetos. Outros tipos de perspectiva são a dimétrica, trimétrica e cavaleira. Neste capítulo estudaremos a perspectiva isométrica, por ser a mais utilizada e pela sua facilidade de utilização, levando em conta os erros, toleráveis, de suas aproximações. 8.1 Conceito Partindo de um ponto de vista do objeto pela sua face frontal, a perspectiva isométrica é o produto da rotação do objeto em 45o em torno do eixo vertical, sendo logo após inclinado para a frente, de forma que as medidas de todas as arestas reduzem-se à mesma escala. Nesta configuração os eixos ortogonais serão encontrados com ângulos de 120o entre si. Esta posição dos eixos é facilmente encontrada com o auxílio do esquadro de 30o/ 60o, usando seu menor ângulo para traçar os eixos X e Y, com o eixo Z na vertical. A Figura 51 ilustra os eixos isométricos e a transformação de um conjunto de vistas em uma perspectiva isométrica. Figura 51 - Eixos isométricos e elaboração da perspectiva Apostila de Desenho Técnico Básico 50 Na prática o desenhista irá determinar qual será o melhor método, tanto que não existe exatamente um método mais correto que outro. Figura 55 - Método de construção por coordenadas Independente do método utilizado, convém lembrar que os ângulos sempre estarão alterados. Procure transportá-los sempre em relação aos eixos ortogonais (no caso da Figura 56, desenhar a rampa através das medidas “a”, “b” e “c”). Figura 56 - Ângulos em perspectiva isométrica e desenho de arestas inclinadas Apostila de Desenho Técnico Básico 51 8.3 Curvas em perspectiva É comum a representação de peças com superfícies curvas em perspectiva. Por regra, o método mais preciso para construí-las é através de coordenadas, levantadas através de vários pontos da curva. Figura 57 - Obtenção de curvas em perspectiva Para circunferências localizadas paralelamente aos planos isométricos, existem métodos de construção aproximados, que ilustram satisfatoriamente a curva. O primeiro método, ilustrado na Figura 58, segue a seguinte receita: 1. Localizar a circunferência na vista, e desenhar o quadrado que a envolve (pontos ABCD). Desenhá-lo normalmente em perspectiva. 2. Independente da posição do quadrado, teremos os pontos mais próximos, A e C, e os pontos mais distantes, B e D. 3. Ligar os pontos A e C com o ponto médio das faces opostas (vide figura). 4. Traçar a circunferência em quatro etapas: a. Um arco com centro em A, traçado do meio de BC até o meio de CD. b. Um arco com centro na interseção dos traços (vide abaixo), traçado do meio de BC até o meio de AB. c. Um arco com centro em C, traçado do meio de AB até o meio de DA. d. Um arco com centro na outra interseção dos traços, traçado do meio de AD até o meio de CD. 5. Apague as linhas de construção e está pronto o desenho da circunferência. Apostila de Desenho Técnico Básico 52 Figura 58 - Construção da circunferência isométrica Convém lembrar que este método somente é válido para circunferências localizadas nos planos ortogonais. Para circunferências em faces fora dos planos ortogonais, deve-se utilizar o método de pontos (Figura 57). Um método de Stevens é mais preciso, sendo feito de uma forma similar: no momento de determinar os centros dos arcos menores, traça-se um arco auxiliar de raio R (medido do centro da circunferência O até o ponto P aonde cruza o arco maior com a reta AC) encontrando-se dois pontos na reta BD. Estes pontos serão os centros dos arcos menores. Seu raio será encontrado a partir de uma reta, partindo do ponto A, cruzando o centro do arco, e encontrando-se na reta oposta CD. Este será novo ponto de encontro dos arcos menores e maiores. Apostila de Desenho Técnico Básico 55 Figura 61- Usando setores de circunferências isométricas para desenhar concordâncias. Pode-se traçar circunferências isométricas no AutoCAD através do comando ELLIPSE. Ao usar este comando, mas somente no modo “isometric snap”, escolha a opção Isocircle. Basta escolher o centro e o raio, como usado no comando CIRCLE. Veja que o Isocircle estará contido em um dos planos isométricos, para criar um isocircle em outro plano, use antes de tudo o comando ISOPLANE. Apostila de Desenho Técnico Básico A1 9. Apêndice: Usando o AutoCAD 9.1 Introdução O objetivo deste capítulo é de introduzir os conceitos básicos do AutoCAD. Sabendo o princípio de funcionamento, será possível desenvolver todos os exercícios propostos na apostila. Atualmente o AutoCAD encontra-se na versão 2004, mas os comandos descritos neste capítulo são perfeitamente usados nas versões anteriores, como o AutoCAD 2002 e 2000. A versão 14 possui um método diferente de plotagem, mas pode ser usada sem problemas. As versões 12 e 13 também são aceitas, são versões bem leves, porém suas interfaces são mais limitadas. Também deve-se tomar cuidado ao editar arquivos em versões recentes do programa e tentar abri-las em versões antigas, o que não funcionará. A seguir são apresentados os comandos básicos, suficientes para a execução dos exemplo apresentados. Todos os comandos são acessíveis de várias maneiras: pelo console, menus, botões, etc. 9.2 Criação (Draw) Line Polyline 9.3 Alteração (Modify) Offset Array Scale 9.4 Cotagem (Dimension) Linear Aligned Radius Diameter Angular Apostila de Desenho Técnico Básico A2 9.5 Formatação (Format) Layer Text style 9.6 Manipulação de arquivos (File) Open Save 9.7 Ferramentas (Tools) Properties
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