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Guias e Dicas
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Biodisponibilidade, Notas de estudo de Farmácia

BIODISPONIBILIDADE

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 18/02/2011

andre-tomaz-terra-junior
andre-tomaz-terra-junior 🇧🇷

4.5

(34)

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Baixe Biodisponibilidade e outras Notas de estudo em PDF para Farmácia, somente na Docsity! Bioequivalência / Biodisponibilidade (16) (Parâmetros framacocinéticos na demonstração de Bioequivalência) 1. Equivalência Farmacêutica e Bioequivalência 2. Produtos Bioequivalentes: Equivalência Farmacêutica e Biodisponibilidade Semelhante 3. A Farmacocinética 4.Delineamento do estudo de Bioequivalência e a avaliação de resultados 5. Conclusões 1. Equivalência Farmacêutica e Bioequivalência Poder-se-ia pensar q a actividade farmacológica de diferentes formulações farmacêuticas de uma mesma substância activa pudesse ser idêntica, no entanto isso pode não acontecer. A incorporação de uma substância activa em formas terapêuticas diferentes, com excipientes e processo de manufactura diferentes, pode levar a alterações das suas características farmacocinéticas, facto que se pode reflectir na fracção de dose desse fármaco que atinge a circulação sanguínea e que vai chegar ao local de acção. A Equivalência Farmacêutica não implica pois, necessariamente, Bioequivalência. Na realidade, o conhecimento desse facto não é novo, sendo já referido no passado, para alguns medicamentos, como a digoxina e a fenitoína, havendo sempre a possibilidade de se ter feito subterapêutico ou efeito tóxico, quando do uso de preparações farmacêuticas diferentes, dada a sua estreita margem terapêutica. Mas este problema tornou-se mais actual, com a crescente introdução no mercado farmacêutico dos Medicamentos Genéricos, medicamentos que pretendem substituir os produtos farmacêuticos já existentes no mercado. O facto de ter caducado a patente de muitas marcas farmacêuticas inovadoras, levou à proliferação de firmas produtoras de medicamentos genéricos. Mas estes produtos têm que ter, além da mesma substância activa, eficácia e segurança igual ao produto cuja eficácia e segurança já foi estabelecida. Para garantir que os produtos genéricos têm a mesma eficácia e segurança que as preparações de marca registada com longos anos de mercado que procuram subsistir, surgiu a necessidade de se definirem provas de Bioequivalência. 2. Produtos Bioequivalentes: Equivalência Farmacêutica e Biodisponibilidade Semelhante: Mas para dois produtos serem considerados Bioequivalentes devem ter Equivalência farmacêutica e Biodisponibilidade semelhante. Esta noção de Biodisponibilidade resultou de se ter tornado evidente que o processo de manufactura pode interferir com a actividade farmacológica de um fármaco, porque pode interferir com a quantidade de fármaco que chega à circulação sanguínea. Define-se então Biodisponibilidade como a velocidade e extensão com que uma substância é absorvida a partir de uma forma farmacêutica e se torna disponível no local de acção. E, dado que a quantidade de substância activa que existe na circulação sanguínea está em equilíbrio com a que existe no local de acção, pode definir-se Biodisponibilidade como a velocidade e extensão com que uma substância activa é libertada a partir de uma forma farmacêutica e se torna disponível na circulação sanguínea. Em relação à Biodisponibilidade há a considerar: - Biodisponibilidade absoluta, que se refere à Biodisponibilidade de uma preparação farmacêutica administrada por uma determinada via de administração, quando comparada com a Biodisponibilidade da mesma preparação administrada por via endovenosa (por ex. via oral vs. via iv) - Biodisponibilidade relativa, que se refere à Biodisponibilidade de duas preparações farmacêuticas diferentes, administradas pela mesma via, que não a endovenosa A Biodisponibilidade de uma substância deve ser conhecida e reprodutível. A possibilidade de se utilizarem medicamentos em alternativa ao Medicamento Inovador pode exigir estudos de Bioequivalência para estabelecer a Equivalência Terapêutica entre as duas preparações farmacêuticas. Um Medicamento Inovador é um medicamento autorizado e comercializado com base em documentação que inclui dados químicos, farmacêuticos, farmacológicos e toxicológicos e dados clínicos. Idealmente, para dois produtos demonstrarem do mesmo Efeito terapêutico na mesma situação clínica, isto é, para demonstrarem Equivalência Terapêutica, seriam necessários estudos clínicos. No entanto, com o conhecimento de que a actividade farmacológica se relaciona melhor com a quantidade de fármaco que atinge a circulação sanguínea, do que com a dose administrada, as concentrações plasmáticas desse fármaco constituem um bom índice de avaliação do Efeito terapêutico. Portanto, quando exigida (a legislação aplicável a esta matéria tem variado ao longo dos anos), a Bioequivalência de diferentes preparações farmacêuticas da mesma substância activa pode ser demonstrada por estudos que comparam a cinética das concentrações plasmáticas. Podem então ser usados os dados de estudos de Farmacocinética para avaliar Assim a partir da curva de concentração plasmática após uma dose única de um fármaco, é possível avaliar alguns parâmetros de Biodisponibilidade: - concentração máxima do fármaco (Cmáx.) (t max.) momento em que se atinge a concentração máxima - área subjacente à curva (AUC) Após administração de um fármaco, qualquer que seja a via utilizada (excepto a via endovenosa) há uma fase inicial, em que a concentração no sangue aumenta, porque a absorção é superior à eliminação. À medida que o tempo decorre, a quantidade por absorver e consequentemente a que é absorvida em cada intervalo de tempo reduzem-se progressivamente, ao mesmo tempo que a quantidade eliminada vai aumentando. Da interacção destes processos, acaba por se atingir ao fim de um determinado tempo (t max) a concentração máxima (Cmax). A partir daí a eliminação passa a ser superior à absorção, o que faz com que a concentração se reduza progressivamente. Na prática não é possível nem viável determinar em termos absolutos a quantidade de fármaco absorvida, porque isso obrigava a dosear o fármaco e os seus metabolitos em todas as vias por onde se eliminasse. Assim, o processo geralmente usado para calcular a quantidade absorvida é a determinação da área total subjacente à curva de concentração vs. tempo, que é designada por AUC (gráfico 2). O parâmetro AUC é o que melhor traduz o perfil de concentração do fármaco no sangue ao longo do tempo, e é uma medida da quantidade de fármaco que atinge efectivamente a circulação sanguínea. No entanto, como à absorção se sobrepõe a elliminação, é difícil saber só por este parâmetro, a quantidade exacta que entrou no organismo. Recorre-se então à fracção de absorção (F) que se calcula a partir da comparação da AUC resultante da absorção pela via de administração em questão, com a AUC obtida após administração de igual dose por via endovenosa. F = AUCx / AUCiv (FÓRMULA PARA CÁCULO DA BIODISPONIBILIDADE) Conhecendo-se o valor de F, sabe-se a quantidade que foi absorvida, se se multiplicar F pela dose administrada. A quantidade F traduz a Biodisponibilidade. Portanto, duas preparações farmacêuticas equivalentes, isto é, com a mesma composição, a mesma quantidade e a mesma forma farmacêutica só podem ser consideradas como Bioequivalentes, se as suas Biodisponibilidades, em valor absoluto ao longo do tempo, forem análogas. Os testes de Dissolução são sempre necessários, e são usados para identificar factores de formulação que podem influenciar e ter um efeito importante na Biodisponibilidade de um fármaco dado que a libertação é uma factor crítico na Biodisponibilidade. Estes estudos fazem parte da avaliação de Bioequivalência. Se uma substância activa é altamente solúvel, não são de esperar problemas de Biodisponibilidade, particularmente se o sistema é rapidamente dissolvido em intervalos fisiológicos de pH. Se uma substância activa é considerada fracamente solúvel e altamente permeável, o passo limitante para a velocidade de absorção pode ser a dissolução. nestes casos é recomendada uma variedade de testes até que 90% do fármaco esteja dissolvido. O conhecimento das propriedades de dissolução em diferentes condições de pH, agitação, energia iónica, surfactante, viscosidade, pressão osmótica é importante, dado que o comportamento do sistema sólido in vivo pode ser crítico para a dissolução do fármaco, independentemente das propriedades fisico-químicas da substância activa. Pode ser usado qualquer método para se provar a semelhança de perfil de dissolução, desde que justificado. 5. Conclusões Portanto, a comparação dos comportamentos terapêuticos de dois medicamentos que contêm a mesma substância activa é fundamental na determinação da possibilidade do uso alternativo do Inovador e de um medicamento similar. Um medicamento é considerado similar quando satisfaz os critérios de ter a mesma composição qualitativa e quantitativa de princípio activo, de ter a mesma forma farmacêutica e de ser bioequivalente. Partindo do princípio que no mesmo indivíduo as concentrações plasmáticas sobreponívies ao longo do tempo significam concentrações semelhantes no local de acção e portanto um efeito terapêutico sobreponível, os dados de Farmacocinética podem ser usados em vez dos resultados terapêuticos para estabelecer a Bioequivalência. TEXTO EXTRAIDO DE FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO http://users.med.up.pt/joana_sm/bioequiv.htm
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