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Guias e Dicas
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artigo a luz que vem do farol final, Manuais, Projetos, Pesquisas de Psicologia

RESUMO Apresenta-se o projeto Biblioteca Farol da Educação do Estado do Maranhão desde a sua concepção, inspirada no modelo de mini-bibliotecas de bairro da cidade de Curitiba chamado Farol do Saber (do nome à planta arquitetônica evidencia-se semelhanças entre ambos); sua proposta audaciosa mais necessária, de rasgar os véus da problemática educação maranhense para se alcançar a qualidade do ensino nas escolas da rede estadual; até a relevância da biblioteca pública, tanto na região metropolita

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2011

Compartilhado em 28/01/2011

maria-fatima-ferreira-barros-11
maria-fatima-ferreira-barros-11 🇧🇷

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Baixe artigo a luz que vem do farol final e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Psicologia, somente na Docsity! * Aluna do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão e Professora da rede estadual de ensino. E-mail: mariahffb@hotmail.com ** Aluna do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão. E-mail: rita_godasil@hotmail.com A LUZ QUE VEM DO FAROL: a importância da biblioteca para Cururupu Mariá de Fátima Ferreira Barros* Rita de Cássia G. da Silva** RESUMO Apresenta-se o projeto Biblioteca Farol da Educação do Estado do Maranhão desde a sua concepção, inspirada no modelo de mini-bibliotecas de bairro da cidade de Curitiba chamado Farol do Saber (do nome à planta arquitetônica evidencia-se semelhanças entre ambos); sua proposta audaciosa mais necessária, de rasgar os véus da problemática educação maranhense para se alcançar a qualidade do ensino nas escolas da rede estadual; até a relevância da biblioteca pública, tanto na região metropolitana, como no interior do Estado, de maneira especial e enfática, a “luz do Farol” em Cururupu como uma referência para a informação e leitura, capaz de romperas correntes da ignorância e possibilitar a autonomia política e ideológica. PALAVRAS-CHAVE: Farol da Educação. Biblioteca. Cenário educacional. Relevância. Cururupu. Autonomia. 1 INTRODUÇÃO O interesse em provocar esta discussão surgiu durante as últimas séries da Educação Básica, cursadas no município de Cururupu quando se experienciou a necessidade de fontes eficientes, seguras e didáticas que pudessem embasar teoricamente os trabalhos propostos pelos professores e fornecer informações para a solidificação do conhecimento adquirido dos livros em consonância com as informações obtidas “além-livros”. Esta semente foi regada por experiências ulteriores que fecundaram uma atenta preocupação com a carência de informações, concomitantemente acompanhada pela perda do hábito e gosto pela leitura naquela comunidade costeira. Neste contexto, surgiu a oportunidade de conhecer os serviços oferecidos pelo Programa Estadual Bibliotecas Farol da Educação como um veículo promissor capaz de administrar a leitura e a informação para a comunidade em geral; sem distinção de sexo, idade, raça, religião e opinião política. Cururupu é respeitosamente entoada no seu hino como gleba do litoral norte, com seus 165 anos de história cifrada na partitura das pesquisas e com seus 40.029 habitantes registrados nos últimos censos, deve também ser terra propícia para o saber conquistado bravamente por meio da leitura. Se a leitura se faz por livros, e a biblioteca é etimologicamente casa de livros, faz-se necessário refletirmos a importância de uma biblioteca, em especial, o Farol da Educação, não como sinônimo de luxo, já que goza de um projeto arquitetônico fascinante e um tanto discrepante com 2 a realidade artesanal e pesqueira do município, mas o farol como sinônimo de luz, com a fisionomia própria de uma instituição sociocultural, com o objetivo de socializar informações e desenvolver o gosto pela leitura, capaz de iluminar e traçar o futuro de um povo que pode alçar vôo para o desenvolvimento. Pretendemos seguir os passos do projeto estadual como um todo, ir às suas origens e percorrer os caminhos por onde andou até chegar em Cururupu. Não se trata de uma exaltação cega à biblioteca, pelo contrário, um esforço em mostrar que esta deve ser muito mais que um espaço para guardar livros ou um ambiente estático, mas deve ser um espaço dinâmico, uma casa de leitores. 2 O PROJETO BIBLIOTECAS FAROL DA EDUCAÇÃO O problema da má qualidade no ensino em qualquer sociedade, passa por inúmeras questões, entre elas, as condições oferecidas pelos órgãos responsáveis pelo gerenciamento da educação. Sabemos que, a problemática do ensino em nosso estado, vem se arrastando ao longo de várias décadas, ocasionadas pelo descaso e pela falta de compromisso das autoridades competentes provocando um quadro caótico onde estão presentes os índices elevados de repetência e evasão escolar, a dificuldade de acesso à escola, analfabetismo, somadas a deficiência de professores especializados, a escassez de recursos e materiais didáticos e, em muitos casos, espaços físicos inadequados. Na tentativa de solucionar essa problemática, torna-se necessário e urgente melhorar a qualidade do ensino oferecido pela rede estadual de educação. È necessário unir esforços, atingir objetivos e buscar parcerias. Desta forma, a ajuda vem do governo federal que sensibilizado com a questão maranhense e também, devido ao compromisso assumido com a educação no país ao considerar o ano 1996, como o “Ano da Educação”, firmou parceria como o Governo do Estado do Maranhão por intermédio da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (SEEDUC-MA), buscam incentivar e estimular através da criação de inúmeros programas e projetos de ações inovadoras na área pedagógica, como por exemplo: o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), Aceleração de Estudos, Educação de Jovens e Adultos, Oficinas pedagógicas, Bibliotecas Farol da Educação, entre outros, com objetivos de melhorar e transformar a qualidade do ensino nas escolas da rede estadual. 5 O conhecimento sempre foi sinônimo de poder, até Jesus há mais de 2.000 anos já falava a respeito, ao criticar o conhecimento dos fariseus como uma forma de dominação. Por muito tempo, conhecer foi um meio de oprimir. Contudo, com a criação das bibliotecas públicas somos convidados a pensar no conhecimento como um meio de desalienação, ou seja, a outra face da moeda, conhecer como uma forma de libertar-se. É essa a proposta que sugerimos a partir destes Faróis espalhados pelo Estado, que são bibliotecas públicas; portanto, são veículos do conhecimento libertário. 3 A Biblioteca Farol da Educação em Cururupu Cururupu é um dos 217 municípios do Maranhão, pertence à microrregião do Litoral Ocidental Maranhense, recortado por manguezais, não poderia. deixar de ser uma grande Floresta dos Guarás. Belas praias, grande mar, povo humilde, terra boa, com mais de um século de história para contar. Com filhos ilustres na arte, na música, nas letras. Entretanto faltava algo, um farol, não um farol qualquer, mas um especial, capaz de orientar os navegantes para um novo mar: o da leitura. Acreditamos assim como Verri (1996, p.36) que o ponto de partida para a transformação cultural, liberdade de pensamento e justiça social e econômica deve ser a elevação do nível cultural da população. Contudo, somente pela leitura, e só por ela, no seu sentido mais amplo e inequívoco, é que se pode abrir os olhos de um povo e levá-lo a descobrir por si só, uma nova visão de mundo. Cururupu é uma terra encantadora de belezas naturais fascinantes, como já foi dito, e de um povo bem hospitaleiro, mas desinformado, condicionado e enraizado numa espécie de “coronelismo”. Entretanto, os fatos mostram nos últimos anos uma espécie de “revolução de 30”, o começo de uma liberdade com uma nova geração, contemporânea de uma nova face, de uma nova via de informação cuja figura de uma biblioteca pública diz muito. Um dos 86 municípios agraciados pelo Projeto Bibliotecas Farol da Educação, Cururupu recebeu em seu chão, oficialmente no dia 13 de dezembro de 1999, sua primeira biblioteca pública, edificada no coração da cidade, em frente à Praça Dô Carvalho: Biblioteca Farol da Educação Professor Belisário Lisboa. Com objetivo principal de servir à comunidade e suprir a necessidade de uma fonte de pesquisa. O Farol tão preciso, que orientaria a educação, a informação e a independência política e ideológica daquele povo, finalmente chegara. A necessidade era tanta e tamanha que o Farol de Cururupu pode ser considerado um marco. Antes havia apenas bibliotecas escolares com espaço físico e acervo inadequados, com exceção à biblioteca do CAIC local, que apesar de possuir 6 um acervo mais condizente com as necessidades dos seus usuários, seu atendimento era restrito . Então eis que surge a proposta do Farol, com ela e a partir dela, a pesquisa passa a ser mais facilitada, o conhecimento ganha asas e espaço, agora basta aprender “voar”, isso significa ler. Antes as atividades escolares eram limitadas, os professores não desenvolviam trabalhos de pesquisas, por não dispores de fontes. Hoje, com a referência de um acervo bibliotecário o processo ensino-aprendizagem foi aprimorado; rompendo com as correntes tradicionais, agora o aluno pode e deve buscar livremente seu conhecimento, basta querer. Apesar de a biblioteca estar a serviço da comunidade, o público mais freqüente é a classe estudantil do Ensino Fundamental Menor e Maior, Ensino Médio e, atualmente com o programa de extensão da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) chamado Programa de Qualificação de Docentes (PQD), os discentes do Ensino Superior. A demanda por consultas é bastante significativa, abrangendo pessoas de todas as faixas etárias, estudantes da rede pública e privada, suas portas estão abertas. Em 2006, o total de consultas foi de 7.997, correspondendo a % total de atendimento do estado, sendo que a maior procura foi nos meses de fevereiro, junho, agosto, setembro, novembro e dezembro, de acordo com dados fornecidos pela SEDUC, representados na tabela abaixo: Tabela 1- Biblioteca Farol da Educação Prof. Belisário Lisboa MÊS CONSULTAS % Janeiro 436 5,45 Fevereiro 794 9,93 Março 358 4,48 Abril 433 5,41 Maio 486 6,08 Junho 790 9,88 Julho 137 1,71 Agosto 997 12,47 Setembro 1226 15,33 Outubro 544 6,80 Novembro 862 10,78 Dezembro 934 11,68 Total geral 7997 100 Sabe-se que a Biblioteca Farol da Educação do município de Cururupu é um projeto estadual e um dos poços do Estado que não mantém nenhum tipo de convênio, nem mesmo com a Prefeitura Municipal, só recebendo de três em três meses um repasse estadual para sua manutenção. As bibliotecas, sem dúvida, são frutos do desejo de agir, registrar, relembrar e da necessidade de divulgar ou ampliar idéias e lutas. E o Farol como biblioteca, é 7 importante porque atende a comunidade escolar do município, mas muito mais porque está apto a receber os trabalhos da terra como as monografias, e mantê-los vivos. Afinal, qual seria sua importância se não permitisse um veículo do homem com sua terra? A luz que vem do Farol para Cururupu não é a biblioteca em si e por si, como ao longo da história foi vista pelos sacerdotes e letrados: um lugar privilegiado para se guardar livros e por meio de determinados rituais localizar idéias. O Farol como luz a que nos referimos trata-se da oportunidade de se ter um lugar para “acessar” um livro, por meio dele, conhecer e enxergar por nós mesmos o mundo, sem nenhum condicionamento ou influência. Mas, além disso, a nossa pretensão é mostrar a biblioteca como memória do povo, a memória que salva da ignorância. Não como um lugar apenas para se buscar conhecimento, mas também onde se guarda o que conhecemos. Trata-se da biblioteca como parte do próprio leitor. De maneira alguma pretendemos vincular o mito de que o Farol seja a biblioteca ideal. São muitas as deficiências: não há um bibliotecário profissional; o acervo não acomoda os novos tipos de informação propostas pelas mudanças tecnológicas; não trabalha com “empréstimo de livros”; o ambiente é moderno, contudo pequeno quando a procura é grande; além de muitas outras carências. A importância da Biblioteca Farol da Educação para Cururupu que ressaltamos, concerne a esta experiência pioneira e mesmo por meio ou injúrias resiste, à visão de Quintana (1978, apud VERRI, 1996, p.29): “onde a peste tendo acabado com os homens, deixou, em compensação, ficarem as bibliotecas”. Nesta resistência da instituição vemos o Farol como um começo, jamais como um fim, de autonomia política, ideológica, econômica e cultural à luz dos livros. 4 CONCLUSÃO As Bibliotecas Farol da Educação como um projeto que visa estimular, mais ainda, que pretende levar ao alcance o estímulo; motivar ao hábito da leitura no seu caráter libertário cujo livro, apesar de todo progresso tecnológico ainda continua sendo o veículo por excelência, tem alcançado efeitos significativos nos bairros ou municípios envolvidos. O projeto como “casa de livros” tem sido executa do com sucesso. Mas este como um “Farol da Educação” de fato, que faça jus ao nome, tem tido o mesmo resultado? Fazer com que estas pequenas bibliotecas sejam um farol, capaz de orientar os maus rumos do ensino em nosso Estado, para caminhos melhores,
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