Baixe Aula saúde da mulher - abordagem sindrômica e outras Notas de aula em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! ABORDAGEM SINDRÔMICA Disciplina: Saúde da Mulher Data:02/12/09 Profª Esp. Saúde da Família Lívia Gomes Abordagem Sindrômica de DST OBJETIVO: facilitar a identificação de uma ou mais síndromes para então manejá-las de forma adequada; “síndrome” é... conjunto de sinais e sintomas que se apresentam para definir uma entidade mórbida que pode, entretanto, ser produzida por causas muito diversas. (Vieira Romeiro, em Semiologia Médica) POR QUE USAR A ABORDAGEM SINDRÔMICA EM DST? A nível do indivíduo: prevenção de seqüelas e complicações graves; A nível coletivo: necessidade de reduzir o risco do contágio o mais rapidamente possível; Possibilidade do paciente não retornar à consulta; Instituição de tratamento rápido e eficaz; Tratar infecções mistas; COMO USAR... Para utilizar tal método, usam-se os FLUXOGRAMAS; FLUXOGRAMA é uma árvore de decisões e ações que orienta o profissional por meio de quadros de decisões indicando ações que precisam ser tomadas. Cada decisão ou ação tem como referência uma ou mais rotas que levam a outro quadro, com outra decisão ou ação. SÍNDROMES Corrimento uretral ANAMNESE E EXAME FÍSICO BACTERIOSCOPIA DISPONÍVEL NA CONSULTA? NÃO SIM DIPLOCOCOS GRAM NEGATIVOS INTRACELULARES PRESENTES? SIM NÃO TRATAR GONORRÉIA E CLAMÍDIA TRATAR CLAMÍDIA ACONSELHAMENTO e OFERECER ANTI-HIV, VDRL, sorologias para Hep B e C, se disponíveis. Vacinar contra Hep B. AGENDAR RETORNO CONVOCAR PARCEIRO(S) e NOTIFICAÇÃO Associação entre DST e HIV; Importância de realizar sorologias HCV, HBV, VDRL e HIV; Concluir o tratamento mesmo se desaparecer os sintomas; Interromper as relações sexuais até a conclusão do tratamento e o desaparecimento dos sintomas; Encorajar o paciente a comunicar a todos os seus parceiros sexuais do último mês, para que possam ser atendidos e tratados. Fornecer ao paciente cartões de convocação para parceiros preenchidos. Esta atividade é fundamental para se romper a cadeia de transmissão e para evitar que o paciente se reinfecte; Notificar o caso no formulário apropriado. ACONSELHAMENTO VDRL E OFERECER ANTI-HIV AGENDAR RETORNO CONVOCAR PARCEIROS E NOTIFICAR SINAIS/SINTOMAS: Clamydia e Gonorréia Maioria dos casos é assintomática; Secreção vaginal: secreção mucopurulenta a partir do colo uterino ou uretra; Secreção uretral, frequentemente purulenta; Disúria, urgência e polaciúria; Dor pélvica, dispareunia, dor à mobilização do colo uterino se houver DIP; Dor no quadrante superior direito pode ocorrer na gonorréia; CORRIMENTO URETRAL
CLAMÍDIA GONORRÉIA
Azitromicina 19, VO, |Ofloxacina 400 mg VO,
dose única * OU dose única * OU
Doxiciclina 100 mg VO |Ciprofloxacina 500 mg
12/12 hs-— 7 dias OU |VO dose única OU
Eritromicina Cefixima 400 mg, VO,
(estearato) 500 mg VO|dose única OU
6/6 hs - 7 dias
Ceftriaxone 250 mg IM
dose única.
*Parceiros
SÍNDROMES Úlceras genitais SINAIS/SINTOMAS: Sífilis PRIMÁRIA: úlcera indolor (cancro) ocorre no local de inoculação (infecção bacteriana da úlcera pode causar dor); SECUNDÁRIA: erupção cutânea maculopapular em regiões palmares e plantares, lesões em mucosas (condiloma plano); adenopatia indolor, febre, perda ponderal, fadiga e odinofagia; TERCIÁRIA: goma – lesões ulcerativas subcutâneas da pele (também possível em ossos, coração, SNC); neurossífilis envolve sinais meníngeos, paresia, tabes dorsalis (degeneração da coluna posteior da medula espinhal); aneurisma aórtica e regurgitação aórtica. SECUNDÁRIA: aparece 1 a 6 meses após a lesão primária ter desaparecido. Em áreas úmidas do corpo se forma uma erupção cutânea larga e plana chamada de condiloma lata. Manchas tipo placas também podem aparecer nas mucosas genitais ou orais. O paciente é muito contagioso nesta fase. Cancro mole Etiologia: Haemophilus ducreyi; Epidemiologia: mais frequente no sexo masculino e nas regiões tropicais; Transmissão por via sexual; Período de incubação: 3 a 5 dias, podendo se estender por até 2 semanas; Sinais e sintomas: aumento dos linfonodos nas regiões genitais; feridas (úlceras) doloridas com pus nas regiões genitais. As feridas não desaparecerem espontaneamente e vão piorando progressivamente. História ou evidência de lesões vesiculosas Investigar se ulcerações decorrentes de um episódio de Herpes Genital: evidência ou história de vesiculação agrupada em "cacho" sobre base eritematosa, cujo aparecimento foi precedido de "queimação" ou prurido, especialmente com história de recorrência das lesões, é suficiente para o diagnóstico. Herpes genital Etiologia: Herpes simplex (HSV), vírus tipos 1 e 2; O vírus pode ficar latente no corpo durante muito tempo; Sintomas: ardor ou queimação na região genital; bolhas dolorosas cheias de líquido que se rompem rapidamente e formam pequenas feridas que desaparecem e reaparecem; IMPORTANTE: a herpes pode reaparecer em situações de estresse, ansiedade, traumatismo, exposição prolongada ao sol e quando ocorre a diminuição das defesas do corpo contra doença. Corrimento vaginal e cervicite
Fluxograma de corrimento vaginal sem microscopia
Paciente com queixa de corrimento vaginal
* Parceiro com sintoma
* Paciente com múltiplos
parceiros sem proteção
* Paciente pensa ter sido
exposta a uma DST
* Paciente proveniente
de região de alta
prevalência de Critérios de risco positivo e/ou sinais de cervicite com mucopus/
gonococo e clamídia teste do cotonete/friabilidade/sangramento do colo
— | Anamnese e avaliação de risco + exame ginecológico
Tratar Gonorréia e Clamídia
PH vaginal Teste de KOH a 10%
Ceras souronto | Cgr=sessno
Tratar vaginose bacteriana e Aspecto do corriment rumoso
tricomoniase ou eritema vulvar
V y
Ea
Y v
Tratar candidíase I Causa fisiológica ]
y +
Aconselhar, oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e Cse disponível, vacinar contra hepatite B,
enfatizar a adesão ao tratamento, notificar, convocar e tratar parceiros e agendar retorno
Fluxograma de corrimento vaginal com microscopia
= Parceiro com sintoma Paciente com queixa de corrimento vaginal
* Paciente com múltiplos
parceiros sem proteção
* Paciente pensa ter sido
exposta a uma DST
* Paciente proveniente de
região de alta prevalência
de gonococo e clamídia
de risco
+ exame ginecológico
y
Critérios de risco positivo e/ou sinais de
cervicite com mucopus/teste do cotonete/
friabilidade/sangramento do colo
[ Coleta de material para microscopia ] Tratar Gonorréia e
F F y Clamídia
[ Presença de hifas] Presença de clue cels]
y
Tratar vaginose Tratar tricomoniase
Tratar candidíase
aconselhar, oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e c se disponível, vacinar
contra hepatite B, enfatizar a adesão ao tratamento, notificar, convocar e
tratar parceiros e agendar retorno
Etiologia: protozoário flagelado Trichomonas vaginalis; Transmissão: via sexual ou meio contaminado; Sinais/sintomas: corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, com mau-cheiro e podendo ser bolhoso; pode aparecer prurido e/ou irritação vulvar; dor pélvica (ocasionalmente); sintomas urinários (disúria, polaciúria); hiperemia da mucosa, com placas avermelhadas (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa; teste de Schiller "onçóide"); IMPORTANTE: a Tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncótica. Nesses casos, deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia após 2 a 3 meses, para avaliar se há persistência dessas alterações. Tricomoníase Durante o tratamento com qualquer desses medicamentos, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, devido interação de derivados imidazólicos com álcool, caracterizado por mal- estar, náuseas, tonturas, “gosto metálico na boca”). • A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncológica. Por isso, nos casos em que houver alterações morfológicas celulares e tricomoníase, deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia após 3 meses, para avaliar se as alterações persistem. Em mulheres que apresentam candidíase recidivante (4 ou mais episódios por ano) devem ser investigados outros fatores predisponentes: diabetes, imunodepressão, inclusive a infecção pelo HIV, uso de corticóides e outros. SÍNDROMES Dor pélvica SINAIS/SINTOMAS - DIP Secreção vaginal; Dor pélvica e abdominal; Dor após as menstruações; Febre; Indisposições generalizada; Anorexia; Náuseas; Cefaléia; Vômitos; Sensibilidade intensa na intensa palpação do útero ou movimentação do colo; COMPLICAÇÕES - DIP Peritonite pélvica ou generalizada; Abscessos, estenoses e obstrução da tuba uterina; Aderências comuns => dor pélvica crônica, exigência retirada útero, tubas e ovário; Bacteremia com choque tóxico; Tromboflebite com possível embolização. Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) Doença infecciosa também conhecida como Condiloma acuminado; Agente etiologia: DNA-vírus, são conhecidos mais de 70 vírus, 20 destes podem infectar o trato genital. Os tipos de alto risco oncogênico, quando associados aos co-fatores, tem relação com o desenvolvimento das neoplasias intra- epiteliais e do câncer invasor do colo uterino. Infecção pelo Papilomavírus
Humano (HPV)
Associação de subtipos HPV e doenças neoplásicas e seus
precursores.
Classificação Tipos de HPV
Baixo risco: Está associado às infecções benignas
do trato genital como o condiloma acuminado
ou plano e neoplasias intraepiteliais de baixo
grau. Estão presentes na maioria das infecções
clinicamente aparentes (verrugas genitais
visíveis) e podem aparecer na vulva, no colo
uterino, na vagina, no pênis, no escroto, na
uretra e no ânus.
6, 11, 42,43 e 44
Alto risco: Possuem uma alta correlação com
as neoplasias intraepiteliais de alto grau e
carcinomas do colo uterino, da vulva, do ânus e
do pênis (raro)
16,18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51,
52,56, 58,59 68
Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) Lesões únicas ou múltiplas, restritas ou difusas e de tamanho varíavel; No homem localiza-se mais na glande, sulco bálano-prepucial e região perianal; Na mulher localiza-se na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo; Dependendo do tamanho e localização anatômica, podem ser dolorosos, friáveis e/ou pruriginosos. BIBLIOGRAFIA BRUNNER&SUDDARTH’S. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Tradução. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2002; Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Bolso das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde. 2005; Organização Mundial de Saúde.Orientações para o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis. 2005. Azitromicina • Antibiótico; inibe a síntese proteica de mogs sensíveis; • Contra-indicação: hipersensibilidade; • Precauções: insuficiência renal mais grave, disfunção hepática significativa, uso concomitante com outros antibióticos, mulheres grávidas e em aleitamento materno; • Administrada 01 hora antes da refeição ou 02 horas depois; • Interações medicamentosas: Antiácidos, Digoxina e Carbamazepina. Metronidazol • Antinfeccioso, exerce atividade antimicrobiana, que abrange exclusivamente microrganismos anaeróbios, e atividade antiparasitária; • Pode provocar leve escurecimento da urina, devido aos metabólitos do metronizadol; • Os pacientes não devem ingerir bebidas alcoólicas ou medicamentos que contenham álcool em sua formulação durante e no mínimo 1 dia após o tratamento com metronidazol, devido à possibilidade de efeito antabuse (aparecimento de rubor, vômito e taquicardia);