Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Educação Física para Idosos Pratica Fundamentada, Notas de estudo de Educação Física

Organização de textos de importantes persquisadores da área do envelhecimento sobre os mais diversos temas acrescido dos resumos dos trabalhos apresentados no VII Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a 3ª Idade

Tipologia: Notas de estudo

2010
Em oferta
30 Pontos
Discount

Oferta por tempo limitado


Compartilhado em 01/11/2010

marcio-pereira-25
marcio-pereira-25 🇧🇷

4

(1)

1 documento

1 / 218

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Educação Física para Idosos Pratica Fundamentada e outras Notas de estudo em PDF para Educação Física, somente na Docsity! Faculdade de Educação Física – UnB Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada Marisete Peralta Safons e Márcio de Moura Pereira (Organizadores) 2ª Edição Revisada e Atualizada: Inclui os anais do VII Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a 3ª Idade Faculdade de Educação Física – UnB Marisete Peralta Safons e Márcio de Moura Pereira Princípios Metodológicos da Atividade Física para Idosos (Organizadores) 2ª Edição (Revisada e Atualizada) Inclui os anais do VII Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a 3ª Idade BRASÍLIA 2007 Editores CREF/DF e FEF/UnB/GEPAFI Autores Marisete Peralta Safons Doutora em Ciências da Saúde pela UnB Márcio de Moura Pereira Mestre em Educação Física pela UCB Editoração Eletrônica Aderson Peixoto Ulisses de Carvalho Publicação CREF7 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Safons, Marisete Peralta. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada / Marisete Peralta Safons; Márcio de Moura Pereira - Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. 218 p.:il. ISBN 978-85-60259-04-5 1. Educação física para idosos. 2. Metodologia do ensino. 3. Esporte e educação. I. Pereira, Márcio de Moura. II. Título. CDU 796.4-053.9 AGRADECIMENTO: Agradecemos à Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAP/DF, pelo apoio financeiro concedido no âmbito do edital FAP/DF 01/2004, ao CESP/UnB, à Universidade de Brasília e ao CREF7 pelo efetivo apoio à realização deste trabalho. APRESENTAÇÃO Esta publicação apresenta posições de renomados pesquisadores do Brasil e do Exterior, atuantes no campo de intervenções e pesquisas sobre atividades físicas para idosos. Ela é fruto do ―VII Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a Terceira Idade – VII SIAFT‖ apresentada aos estudiosos e pesquisadores da área agora em sua segunda edição, no formato digital. O VII SIAFT promoveu a integração dos profissionais e estudiosos para divulgar e discutir as tendências nacionais e internacionais das pesquisas no campo das atividades físicas para idosos; disseminar informações sobre a produção científica e publicações especializadas sobre atividade física para a terceira idade. Além disso, o VII Seminário proporcionou espaço para apresentação das produções e experiências de intervenção na área da atividade física para idosos. Este livro apresenta o resgate histórico sobre a disseminação do conhecimento sobre atividade física e envelhecimento no Brasil, realizado pelo Prof. Alfredo Faria Júnior. Este livro apresenta o resgate histórico sobre a disseminação do conhecimento sobre atividade física e envelhecimento no Brasil, realizado pelo Prof. Alfredo Faria Junior. Traz também as questões do envelhecimento nas suas idiossincrasias, fragilidades e possibilidades humanas, como espaço de revisão e construção como bem apresenta o texto da Prof.ª Altair Lahud. Ao mesmo tempo em que com a Prof.ª Maria Lais as questões políticas e sociais são levantadas e discutidas. À luz de três teorias psicossociais sobre o envelhecimento bem sucedido, a Prof.ª Jessie Jones destaca que o sucesso do envelhecer centra-se na capacidade de adaptação do indivíduo às mudanças provenientes da existência humana. A questão é tratada, ainda, sob a ótica da influência de fatores ambientais pelo Prof. Eino Heikkinen. ANAIS DO VII SEMINÁRIO SOBRE ATIVIDADES FÍSICAS PARA A TERCEIRA IDADE – VII SIAFT ............................................................................. 113 Presidente do seminário ..................................................................................................... 114 Comissão Organizadora ..................................................................................................... 114 Comissão Científica ........................................................................................................... 114 Convidados Nacionais ........................................................................................................ 114 Convidados Internacionais ................................................................................................. 114 Programação ...................................................................................................................... 115 TEMA LIVRE: EDUCAÇÃO ....................................................................... 130 AFINAL, ―QUEM SOU EU?‖ PERGUNTA A EDUCAÇÃO FÍSICA NO TRABALHO COM A TERCEIRA IDADE Marco Aurelio Acosta ........................................................................................................ 131 EDUCAÇÃO FÍSICA GERONTOLÓGICA: REVOLUÇÃO A CURTO PRAZO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ATUAL Rita Puga Barbosa, Alan de Souza Rodrigues..................................................................... 132 EFEITO DA INSTRUÇÃO NA AQUISIÇÃO DE UMA HABILIDADE MOTORA EM IDOSOS Paula GEHRING, Maria Fernanda de OLIVEIRA, Maria Cecília Oliveira da FONSECA, Jorge Alberto de OLIVEIRA, Suely SANTOS ................................................................... 133 PERFIL DO ESTILO DE VIDA DE IDOSO ATIVOS NO CED DE RIO VERDE Janine A. Viniski; Everton S. Borges; Daiane P. Rodrigues ................................................ 134 PROCESSO DE ENSINO DA ATITUDE CRÍTICA SOBRE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS Tiemi Okimura, Silene Sumire Okuma ............................................................................. 135 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO NO BRASIL: ALGUMAS REFLEXÕES Rafael Botelho ................................................................................................................... 136 TEMA LIVRE: ESPORTE E LAZER ...................................................................... 137 CINCO MOTIVOS BÁSICOS PARA PERMANÊNCIA DE GERONTES PRATICANDO GERONTOVOLEIBOL DURANTE 10 ANOS Josué Lima Néri, Rita Puga, Alan de Souza Rodrigues ....................................................... 138 TEMA LIVRE: PSICOSSOCIAL ............................................................................. 139 A INFLUÊNCIA DO APRENDIZADO NA IMAGEM CORPORAL DE IDOSOS ATRAVÉS DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA Federici , Ericka ; Nascimento Letícia; Okuma, Silene Sumire; Lefèvre, Fernando ............... 140 APOSENTADORIA DO JOGADOR PROFISSIONAL DE FUTEBOL Regina Celi Lema Santos ................................................................................................... 141 DINAMISMO SOCIAL NO ENVELHECIMENTO Rita Puga Barbosa - UFAM-FEF, Nazaré Marques Mota - SEDUC-SEMED, Dione Carvalho Gomes DETRAN-AM, Alan de Souza Rodrigues - UFAM-FEF ........................................ 142 EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ESTADOS AFETIVOS E CRENÇAS DE AUTO-EFICÁCIA FÍSICA DE IDOSOS NASCIMENTO, Letícia, FEDERICI * , Ericka, OKUMA, Silene ........................................ 143 IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E ATIVIDADES FÍSICAS: O FENÔMENO DA ADESÃO-EVASÃO-REINSERÇÃO Luís Carlos Lira ................................................................................................................. 144 MOTIVOS DE ADESÃO AO PROJETO SÊNIOR PARA A VIDA ATIVA Marilia Velardi, Maria Luiza Miranda ................................................................................ 145 PERFIL DOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS QUANTO AO ESTADO DEPRESSIVO Santos, Jessiane Alves; Leite, Glênio Fernandes; Martins, Maria Angelica; Carrijo, Poliana de Lourdes; Costa, Geni de Araujo ......................................................................................... 146 RELAÇÃO ENTRE O ESTRESSE E A ATIVIDADE DE HIDROGINÁSTICA PARA TERCEIRA IDADE Patrícia Vieira do Nascimento, Lucélia Justino Borges, Eliane Rosa dos Santos, Geni Araújo Costa.................................................................................................................................. 147 TEMA LIVRE: SAÚDE .............................................................................................. 148 ANÁLISE DO SENTIDO DE AUTO-EFICÁCIA FÍSICA, DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO DE VIDA E DO PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DE IDOSOS BORGES, Lucélia Justino; COSTA, Geni de Araújo; NASCIMENTO, Patrícia Vieira do; SANTOS, Eliane Rosa dos ................................................................................................. 149 ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR DOS MEMBROS SUPERIORES, EM IDOSAS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA DO PROJETO AFRID BORGES, Lucélia Justino; COSTA, Geni de Araújo; SOUZA, Luiz Humberto Rodrigues de; NASCIMENTO, Patrícia Vieira do; SANTOS, Eliane Rosa dos ........................................ 150 AUTONOMIA FUNCIONAL, ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSAS Priscilla Marques (bolsista do PIBIC/CNPq-Brasil); Cassiano Ricardo Rech (bolsista CAPES); Sheilla Tribess; Edio Luiz Petroski ..................................................................... 151 AVALIAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR Mihessen MC; Calegaro CQ; Arantes JT; Werkhauser LG ................................................. 152 CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL FUNCIONAL EM IDOSAS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA Maria Alcione Freitas e Silva, Luiz Humberto Rodrigues Souza, Fernando Roberto Nunes Tiburcio, Joyce Buiate Lopes Maria, Geni Araújo Costa .................................................... 153 COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA EM INDIVÍDUOS INSTITUCIONALIZADOS Ana Tereza Coelho 1 , Regina Soares 1 e Rosangela Villa Marin 1,2 ..................................... 154 COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS NEUROMOTORAS DA APTIDÃO FÍSICA E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS FISICAMENTE ATIVAS Méris Sayuri Tanaka, Rosângela Villa Marin, Sandra Matsudo e Victor Matsudo .............. 155 COMPOSIÇÃO CORPORAL DE IDOSAS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E HIDROGINÁSTICA NOVAIS, Francini Vilela;COSTA, Geni Araújo;AZEVEDO, Paula Guimarães de ............ 156 DECLÍNIO DA MEMÓRIA EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS Azevedo, Paula Guimarães; Novais, Francini Vilela; Costa, Geni Araújo ........................... 157 HIDROGINÁSTICA: IMPACTOS NO ENVELHECIMENTO ATIVO Andréa Krüger Gonçalves, Doralice Orrigo da Cunha Pol, Veridiana Mota Moreira, Giovanni Sanchotene Pacheco, Angélica de Souza Moreira, Dilamara Jesus Longoni, Vera Maria Boni Signori ............................................................................................................................... 158 O IDOSO NA MÍDIA IMPRESSA Raquel Guimarães Lins, Juliana Benigna de Oliveira ......................................................... 159 PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM HOMENS COM IDADE ACIMA DE 50 ANOS PRATICANTES DE DIFERENTES TIPOS DE ATIVIDADES FÍSICAS Rosangela Villa Marin, Sandra Matsudo e Victor Matsudo ................................................ 160 PÔSTER: EDUCAÇÃO .............................................................................................. 161 A ADAPTAÇÃO DO IDOSO À PRÁTICA DA MUSCULAÇÃO Rosemary Rauchbach 1 ; Laiza Danielle de Souza 2 .............................................................. 162 ANÁLISE DO CURRÍCULO DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA QUANTO À FORMAÇÃO PARA O TRABALHO COM IDOSOS Thiago Nunes, Camila Gonçalves, Cláudia Esteves, Roberta Salvini, Marisete P. Safons ... 163 DANÇA FOLCLÓRICA COMO MEIO DE INCLUSÃO SOCIAL DO IDOSO Marize Amorim Lopes ....................................................................................................... 164 DIÁLOGO INTERGERACIONAL E EDUCAÇÃO: UMA PRÁTICA COMPARTILHADA GIOVELLI, Marivana; ACOSTA, Marco Aurélio;............................................................. 165 METODOLOGIA DA DANÇA DE SALÃO PARA IDOSOS Márcio de Moura Pereira, Marisete Peralta Safons ............................................................. 166 MOTIVO DE ADESÃO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ORIENTADA E A RELEVÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA EM GRUPO PARA OS IDOSOS Patrícia Queiroz, Alexandre Almeida, Rodrigo Luna, Marisete Peralta Safons ................... 167 PÔSTER: ESPORTE E LAZER ................................................................................ 168 PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSAS DO NÚCLEO DA TERCEIRA IDADE DO CED/ FESURV Leidimar A. F. Oliveira; Daiane P. Rodrigues; Janine A. Viniski ...................................... 169 PÔSTER: PSICOSSOCIAL ........................................................................................ 170 A DANÇA COMO FATOR MINIMIZANTE DA DEPRESSÃO NA 3ª IDADE Daiane P. Rodrigues; Janine A. Viniski; Leidimar A. F. Oliveira ...................................... 171 CONCEPÇÃO DE ENVELHECIMENTO DE UNIVERSITÁRIOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Andréa Krüger Gonçalves, Rosa Maria Freitas Groenwald, Ana Lígia Finamor Bavier, Giovanni Sanchotene Pacheco, Angélica de Souza Moreira, Dilamara Jesus Longoni ........ 172 CORPOREIDADE, QUALIDADE DE VIDA E SUBJETIVIDADE NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Janine A. Viniski; Daiane P. Rodrigues .............................................................................. 173 CRIANÇAS E VELHOS: A IMAGEM DO OUTRO NUM RELATO DE EXPERIÊNCIA AZEVEDO, Paula Guimarães, MELO ,Flávia Gomes, COSTA, Geni Araújo ................... 174 EU NO MEU CORPO AO LONGO DO TEMPO: O USO DAS DUAS PEÇAS NO BANHO DE PRAIA Nazaré Marques Mota 1 ; Rita Puga Barbosa 2 ; Maria Consolação Silva 3 ; Alan de Souza Rodrigues 3 ......................................................................................................................... 175 QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR SUBJETIVO ANALISADO POR IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA POR MAIS DE SETE ANOS OS DESCOMPASSOS NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA A POPULAÇÃO IDOSA Raquel Guimarães Lins ...................................................................................................... 207 PARÂMETROS MOTORES E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DE DANÇA DE SALÃO Luiz Alberto Simas; Adriana Coutinho de Azevedo Guimarães; Joseani Paulini Neves Simas; Giovana Zarpellon Mazo .................................................................................................... 208 PERFIL DA CAPACIDADE DE MEMÓRIA DOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Carrijo, Poliana de Lourdes; Leite, Glênio Fernandes; Santos, Jessiane Alves; Martins, Maria Angélica; Costa, Geni Araújo. ............................................................................................ 209 PRONTIDÃO PARA ATIVIDADE FÍSICA E RISCO CARDÍACO EM IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA Eliane Rosa dos Santos, Lucélia Justino Borges, Maria Alcione Freitas e Silva, Patrícia Vieira do Nascimento, Geni Araújo Costa .................................................................................... 210 RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM MULHERES PÓS-MENOPAUSA Priscilla Marques (bolsista do PIBIC/CNPq-Brasil); Cassiano Ricardo Rech (bolsista CAPES); Sheilla Tribess; Edio Luiz Petroski ..................................................................... 211 RELAÇÃO ENTRE O TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS E ATIVIDADE AQUÁTICA PARA IDOSAS Patrícia Vieira do Nascimento, Eliane Rosa dos Santos, Lucélia Justino Borges, Geni Araújo Costa, Silvio Soares Santos ................................................................................................ 212 RESPOSTA DO DUPLO PRODUTO EM IDOSOS DURANTE UM EXERCÍCIO DE FORÇA PARA MEMBRO SUPERIOR, UTILIZANDO COMO IMPLEMENTO UM ELÁSTICO Rafaella Parca, Tatiana Rodrigues, Marisete Peralta Safons ............................................... 213 RESULTADOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS SEMANAIS NA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS ATIVOS Andréa Krüger Gonçalves, Doralice Orrigo da Cunha Pol, Veridiana Mota Moreira, Cibele dos Santos Xavier, Carolina Blaschke Monteiro dos Santos, Ramon Diego Guillermo Cardoso, Ivanete Bredow Faber ......................................................................................... 214 SAÚDE DO IDOSO: A POTÊNCIA MUSCULAR COMO PREVENÇÃO DE QUEDAS E LESÕES Fernanda Guidarini Monte 1 , Adilson A. M. Monte 2 , Adriana C. A. Guimarães 3 , Renildo Nunes 4 . .............................................................................................................................. 215 SERÁ QUE EXISTE MELHORA DA FORÇA MUSCULAR EM IDOSOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO HÁ NO MÍNIMO DE 1 ANO? Sandor Balsamo, Renata Carneiro, Valdinar Júnior ............................................................ 216 TESTE DE MARCHA ESTACIONÁRIA MENSURA CERCA DE 73% DO VO2PICO ALCANÇADO NO TESTE CARDIOPULMONAR DE EXERCÍCIO MÁXIMO André R Quina § , Marcel B Rocha § , Sabine A Oliveira § , Vivian A Martins § , Francisco L Pontes Jr §‡ , Vagner Raso §‡† ................................................................................................ 217 VIVÊNCIAS CORPORAIS PARA PESSOAS COM PARKINSON E MACHADO- JOSEPH218 Marize Amorim Lopes ....................................................................................................... 218 SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 16 DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO NO BRASIL: ORIGEM E DESENVOLVIMENTO Alfredo Faria Junior Universidade do Estado do Rio de Janeiro Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma análise da origem e do desenvolvimento da disseminação do conhecimento sobre atividade física e envelhecimento no Brasil. Essa análise calcou-se nos resultados de uma pesquisa feita para integrar o Atlas do Esporte no Brasil (COSTA, 2004). Assim, todas as citações feitas neste texto têm suas referências nesse Atlas, criado exatamente para ser um banco de dados com acesso direto através da Internet. O argumento central desta comunicação é que a disseminação do conhecimento naquela área apresentou mudanças paradigmáticas influenciadas por tendências internacionais, mas foram demarcadas temporalmente por elementos do contexto nacional. Cristina Oliveira, Rafael Botelho e Alfredo Faria Junior definiram ‗disseminação do conhecimento‘ como o procedimento que permite propagar informações, fatos, conclusões, idéias e trabalhos provenientes da capacidade e inteligência humanas, nos mais diversos suportes de informação. Na perspectiva daquela pesquisa, foram incluídos livros, separatas, opúsculos, folhetos, desdobráveis [folders], anais, periódicos, CD-ROM e vídeos (FARIA JUNIOR, BOTELHO, In: COSTA, 2004). No período que chamo de ‗propedêutico‘, que teve início na década de 30 e se estendeu até 1969, persistia um tradicional e sedimentado entendimento que a educação física deveria voltar-se, prioritariamente, para crianças e jovens. Assim, atividades físicas para adultos e para idosos eram encaradas como menos importantes e menos relevantes (FARIA JUNIOR, RIBEIRO, 1995). Entretanto, evidenciou-se a emergência de um novo paradigma com o lançamento da primeira campanha TRIM, em 1967, na Noruega, elaborada dentro dos princípios do que ficou mundialmente conhecido como Esporte para Todos, idealizada pelo professor de educação física, Per Hauge-Moe. No Brasil, a disseminação do conhecimento sobre atividade física e envelhecimento parece ter tido início nas décadas de 30 e 40, do Século XX, feita através de artigos publicados nas Revista Educação Physica e Revista Brasileira de Educação Física (RBEF). Os temas buscavam estabelecer relações entre exercícios físicos, desporto e longevidade e levantavam preocupações com a maturidade de crianças, jovens e adultos, envelhecimento SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 17 precoce, aposentadoria e alimentação. Na RBEF encontram-se ainda fotos que fazem proselitismo da prática de atividades físicas em idades avançadas, como a do Rei Gustavo, da Suécia, aos 88 anos, ―jogando sua partida diária de tênis‖ (TISSÉ, 1946) e de ―membros do Parlamento sueco, de várias idades, em pleno trabalho ginástico‖ (RBEF, 1947). No final do período propedêutico, destaca-se o texto de Fernando Telles Ribeiro sobre ―Exercícios físicos e longevidade‖, inspirado em autor romeno (1968). Em 1970 iniciou-se um segundo período, o do ‗entusiasmo inconseqüente‘, que se estendeu até 1994, ano em que foi sancionada a Política Nacional do Idoso. Em 1990, o país tinha 4717 milhões de pessoas com mais de 60 anos, e em 1980, 7215 milhões, sendo possível perceber que o Brasil entrava no que os demógrafos chamavam de ‗transição demográfica‘. Da percepção clara da nossa transição demográfica resultou a expansão massiva e descontrolada da oferta de programas de atividades físicas para idosos, mas que geralmente incluíam pessoas mais jovens como forma de completar turmas e inchar estatísticas. Assim, proliferaram por todo o país, em praias, hortos, ruas e praças públicas, estacionamentos de supermercados, clubes sociais e desportivos, condomínios residenciais e até em universidades, esses programas, ―geralmente oferecidos por voluntários, e concebidos sem qualquer base teórica. Esses programas, ministrados geralmente por leigos, pessoas sem qualquer tipo de qualificação ou treinamento para o exercício profissional no campo das atividades físicas para idosos, eram movidos apenas pelo que chamo de ―entusiasmo inconseqüente‖ (FARIA JUNIOR, In: MOTA, CARVALHO, p. 37). A primeira mudança paradigmática no campo do conhecimento das atividades físicas e do envelhecimento no Brasil deve-se a quatro principais influências teóricas. A primeira, já mencionada, refere-se às idéias de Per Hauge-Moe que deram origem ao movimento denominado de Esporte para Todos. Em 1970, a questão das atividades físicas e envelhecimento já estava posta e incluída no livro Esporte para Todos – as atividades físicas e a prevenção de doenças‘ - Sport pour Tous – les activités physiques et la prevention des maladies (RÉVILLE, 1970), publicado pelo Conselho da Europa. A segunda influência teórica, diz respeito às idéias de Kenneth H. Cooper, que estimulavam a inclusão de adultos e idosos nos programas de atividades físicas. Nessas idéias difundidas por Cláudio Coutinho, Cooper recomendava ―aos brasileiros de todas as idades ... a observância das prescrições ... como um meio de continuar vivendo ... saudáveis de corpo e de espírito‖ (1970). O livro de Cooper apresentava ―tabelas adicionais‖ para pessoas com ―50 anos ou mais - andar, basquete, ciclismo, corrida, corrida no mesmo lugar, handball e natação‖ (ibid). SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 20 exercício; alterações do sistema cardiovascular; consumo de oxigênio e características antropométricas do idoso. No final dessa década, em 1989, foi criado um Projeto de intervenção e pesquisa denominado: Idosos em Movimento – Mantendo a Autonomia (Projeto IMMA), hoje Instituto de Educação Gerontológica IMMA, em Niterói, uma Organização Não Governamental (ONG), possivelmente um dos únicos fora da esfera pública a fazer pesquisas e disseminar conhecimentos. No contexto internacional, em 1991, foi fundado o European Group for Research into Elderly and Physical Activity [EGREPA], que viria a ter grande influência na disseminação do conhecimento no campo das atividades física para idosos. A filiação ao EGREPA era franqueada tanto para membros individuais, como para instituições. O EGREPA era dirigido por um Comitê Executivo composto pelo presidente em exercício, pelo presidente eleito, pelo presidente anterior, pelo vice-presidente, pelo secretário e pelo tesoureiro. A entidade tinha um Comitê Gestor (The Board of Directors) integrado por 13 membros, e apenas um brasileiro integrou esse Comitê, Alfredo Faria Junior. Em termos institucionais, o Centro de Estudos do Projeto Idosos em Movimento – Mantendo a Autonomia (Projeto IMMA) era o representante do EGREPA no Brasil. Para cumprir suas disposições estatutárias, o EGREPA realizava, periodicamente, Congressos Internacionais, todos gerando Actas [proceedings]. Em Congressos do EGREPA dois únicos brasileiros foram convidados como conferencistas [keynote speakers]: Victor Matsudo, em 1993 (Oeiras) e Alfredo Faria Junior, em 2000 (Bruxelas). A partir de outubro de 1997 o EGREPA passou a editar um Boletim [Bulletin] distribuído a todos os membros e em agosto de 2004 lançou o periódico European Review of Aging and Physical Activity (EURAPA). Com a Política Nacional do Idoso (BRASIL. Lei nº 8.8842/94) iniciou-se um novo período que denominei de Em busca de fundamentação teórica e científica, que se estende de 1994 até hoje. Essa Política determinava o ―apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao envelhecimento; adequar currículos, metodologia e material didático aos idosos; ... inserir nos currículos mínimos ... conteúdos voltados para o processo de envelhecimento; incluir Gerontologia e a Geriatria como disciplinas curriculares nos cursos superiores‖. Em 1996, deu-se um importante fato que muito contribuiu para incentivar a disseminação do conhecimento: a realização, no Rio de Janeiro, por iniciativa de Alfredo Faria Junior e com o apoio do Projeto IMMA, do ―I Seminário Internacional sobre Atividades Físicas para a Terceira Idade‖. Hoje, em sua sétima versão, esse Seminário é considerado o mais reputado evento científico da área graças às exigências sempre crescentes para aceitação SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 21 de comunicações e por sua regularidade. Nestes sete anos, os organizadores locais dos Seminários sempre colocaram à disposição os Anais dos encontros (FARIA JUNIOR, 19996; FARIA JUNIOR, MARQUES, KRIGEL, 1998; FARIA JUNIOR, DECARO, SANCHES, 2000; GUEDES, 2001a; 2001b; OKUMA, 2002) com exceção do realizado em Belém, no Pará. No período, continuou-se a não ter periódicos especializados, sendo o que mais se aproximaria disto o ‗Caderno Adulto‘, do Núcleo Integrado de Apoio à Terceira Idade, da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (1997). Entretanto, alguns periódicos lançaram números temáticos - ‗Terceira Idade‘ (Ano I, n. 10, jul. 1995), ‗Motus Corporis‘ (v. 4, n. 2, nov. 1997), ‗Revista do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte‘ (v. 23, n. 3, maio 2002) e ‗Fitness & Performance‘ (maio/jun. 2002). Quanto aos artigos em periódicos, em alguns casos, os temas passaram a refletir os rumos que as pesquisas estavam tomando, com temas mais voltados para a vertente biomédica - capacidade funcional de idosos, avaliação isocinética e isotônica, composição corporal, risco cardiovascular, desenvolvimento motor, e menos para as ciências humanas e sociais – atividade física e bem estar psicológico, motivação para a prática regular do exercício físico e/ou atividade desportiva, atitudes dos idosos quanto à prática de atividade física. A publicação de livros aumentou no período, destacando-se as obras de autores nacionais: Terceira Idade: uma experiência de amor: terapia corporal para idosos (VILAS- BOAS, 1994), Idosos em Movimento – Mantendo a Autonomia: evolução e referencial teórico (FARIA JUNIOR, RIBEIRO, 1995), Idosos em Movimento: Mantendo a Autonomia. Ensaios e Pesquisas (FARIA JUNIOR, NOZAKI, RIBEIRO, 1996), Exercício, envelhecimento e promoção da saúde (LEITE, 1996), Atividades Físicas para a Terceira Idade (FARIA JUNIOR et al. 1997), Atividade Física na 3ª Idade (MEIRELES, 1997), ―Saúde na Terceira Idade‖, com temas sobre ginástica, Yoga para idosos (HERMÓGENES, 1997). O Idoso e a Atividade Física (OKUMA, 1998), Por que não Educação Física Gerontológica? (BARBOSA, 1998 a ), Manual de Regras e Súmulas de Esportes Gerontológicos (BARBOSA, 1998,b) e Universidade e Terceira Idade: percorrendo novos caminhos (MAZO, 1998), Ginástica, Dança e Desporto para a terceira idade (FARIA JUNIOR, 1999), Hidroginástica na Maturidade (BONACHELA, 199 -), Avaliação do Idoso – física & funcional (MATSUDO, 2000), Idoso, Esporte e Atividade Física (GUEDES, 2001b), Atividade física na maturidade (MOREIRA, 2001), Terceira Idade & Atividade Física (CORAZZA, 2001); Idoso, Esporte e Atividades Físicas (GUEDES, 2001); A Atividade Física para a Terceira Idade (RAUCHBACH, 2001) e Envelhecimento e Atividade Física (MATSUDO, 2001), SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 22 Contribuições para o Trabalho com a Terceira Idade (ACOSTA, 2002), Longevidade e Esporte (LENK, 2003), Atividade Física na 3ª Idade (MEIRELES, 2003), A Atividade Física para a Terceira Idade (RAUCHBACH, 2003), Atividade física na 3ªidade: o segredo da longevidade (FERREIRA, 2003), Atividades físicas no processo de envelhecimento: uma proposta de trabalho (MARQUES FILHO, 2003), Exercício, Maturidade e Qualidade de Vida (DANTAS, OLIVEIRA, 2003) e Educação Física Gerontológica. Construção sistematicamente vivenciada e desenvolvida (BARBOSA, 2003). Foi possível encontrar no período alguns livros sobre envelhecimento que incluíam capítulos sobre idosos e atividade física, como: O corpo em movimento, no livro ―Rejuvenescer a velhice‖ (NICOLINI, In: GUIDI, MOREIRA, 1994); Ciência e Consciência: tatuagens no corpo do idoso, em ―Corpo Presente‖ (SIMÕES, In: MOREIRA, 1995), A mulher idosa e as atividades físicas sob um enfoque multicultural, em ―Mulheres em Movimento‖ (FARIA JUNIOR, In: ROMERO, 1997), Efeitos do exercício físico na senilidade, em ―Exercícios em Situações Especiais I‖ (SILVA, 1997), Atividade física e bem- estar na velhice, no livro ―E por falar em boa velhice‖ (VITTA, In: NERI, FREIRE, 2000), Atividade física, movimentação e transferência, em ―Como cuidar dos idosos‖ (DIOGO, RODRIGUES, In: RODRIGUES, DIOGO, 2000), e Atividade física e envelhecimento, na obra ―Envelhecendo com qualidade de vida‖ (CUNHA, TERRA, 2001) e Corporeidade, atividade física e envelhecimento: desvelamentos, possibilidades e aprendizagens significativas, em ―Longevidade, um novo desafio para a educação‖ (COSTA, In: KACHAR, 2001). Algumas editoras, como a Manole e a Phorte, prosseguiram na estratégia de oferecer tradução de obras de autores estrangeiros, como por exemplo: ―Hidroginástica na terceira idade‖ (SOVA, 1998), ―Treinamento de força para a Terceira Idade‖ (WESTCOTT, BAECHIE, 2001) e ―Envelhecimento, atividade física e saúde‖ (SHEPARD, 2003). Em outubro de 2003 foi instituído o Estatuto do Idoso (BRASIL. CONGRESSO NACIONAL, Lei nº 10 741 de 1º de outubro de 2003) que no Capítulo V trata das questões relacionadas com Educação, Cultura, Esporte e Lazer. Este Estatuto, entretanto, não mais deixa consignada a preocupação com a pesquisa, como o fazia a Política Nacional do Idoso (op. cit.). Quanto à preocupação com a disseminação do conhecimento menciona apenas que o Poder Público ... ―incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual‖. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 25 ESCOLA, IMAGINÁRIO E VELHICE: DESFAZENDO POSSÍVEIS PRECONCEITOS Altair Macedo Lahud Loureiro Professora pesquisadora da PGE/UNIC/MT e da PGGerontologia/UCB Conselheira de Educação do DF – CEDF; Assessora de pesquisa do NEPTI/CEAM/UnB Escola, lugar de consideração das diferenças, de formação e mudança de atitude. Velhice, espaço de revisão e construção. Imaginário, potência organizativa Apresenta-se aqui, de forma preliminar, o processo e alguns dados obtidos, carentes ainda da análise mais aprofundada, em pesquisa em andamento; dá-se notícias da investigação, com dados já levantados no campo, em fase de organização, que relacionam, temas, fenômenos, processos e realidades considerados: a escola, no processo de formação e de mudança de atitudes, na dinâmica curricular e no ensino aprendizagem, como lugar de consideração das diferenças; a velhice nas suas idiossincrasias, fragilidades e possibilidades humanas e cidadãs, como espaço de revisão e construção; e o imaginário na sua complexidade e força organizativa. A pesquisa relaciona, com postura interdisciplinar, Educação, Gerontologia, Imaginário e Complexidade, privilegiando neste momento apenas as falas, os depoimentos, mas que privilegiará, em ação culturanalítica, o AT-9, de Yves Durand (1988), para desvendar o imaginário de um grupo formado por alunos e dirigentes de uma escola fundamental e identificar as representações imagéticas de um grupo de alunos idosos e de idosos asilados e depois entrecruzar estes olhares. Além da simples escuta, a pretensão é maffesolianamente ―escutar a relva crescer‖, transcender o que é dado e posto de forma patente, quer dizer, ir ao latente submerso, ouvir o inaudível, enxergar o invisível e perceber o imperceptível. A pesquisa situa-se no rol das investigações que, não-satisfeitas com os preconceitos, com os etnocentrismos desgastados, os estereótipos, enfim, com as seguranças apenas do discurso ―competente‖, propõem a ação instituinte na escola. Vê a escola na sua potência transformadora, no seu poder de mudar visões de mundo, de atualizar e, principalmente, de criar a construção crítica não-excludente e, assim, diminuir ou eliminar os bachelardianos ―complexos de cultura‖, notadamente com relação à velhice. Vê o homem, em qualquer idade, como um neóteno, quer dizer, que tem a condição de mudar sempre: de aprender e reaprender. A criança e o adolescente têm presente, no elenco de imagens pessoais, uma imageria que pode estar desequilibrada nas suas polaridades de natureza/pulsões internas e de SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 26 cultura/pressões externas. Pode ser que o convívio familiar, religioso, social, escolar, cultural e as condições por vezes precárias de sobrevivência tenham pressionado o eu interior pulsante de humanidade e de solidariedade para com o diferente, no caso para com o velho, pesando, de forma não-harmônica, no ―trajeto antropológico‖, o caminho circular simbiótico de interior e exterior. Mas Seefeldt e col. (apud Néri, 1991: 51) registra – em investigação sobre as percepções de crianças sobre velhos –, ―que atitudes e estereótipos se desenvolvem precocemente e tendem a permanecer como influências relativamente estáveis‖. Pressupõe-se, então, que a visão de mundo gerada e permeada com as influências da escola, na tenra idade, desperte, aprimore ou incentive no aluno – o homem em formação – a compreensão do fenômeno da velhice e da(s) realidade(s) do velho, entendendo o ser humano velho na sua singularidade, tão digno e com direitos e deveres, como qualquer outro em qualquer idade – como na infância e na adolescência, ―fase‖ em que os alunos se encontram. Isto fará a diferença no encarar, entender e se relacionar com os seus idosos de casa, da comunidade e da sociedade em geral. Erikson (1984: 156 in Andrade, 2002) diz que ―a velhice precisa encontrar um lugar significativo na ordem social e econômica – significativa para os velhos e para os que fazem parte de todos os outros grupos de idade, começando pela infância‖. Acompanhar o olhar, descobrir o imaginário destas crianças/destes adolescentes e dos dirigentes da escola, nas suas ações e na organização, sobre a velhice, o processo do envelhecimento e a(s) realidade(s) do velho, do idoso, possibilitará, por um lado, a influência formadora da escola na elaboração ou na revisão dos seus projetos pedagógicos e na formulação ou reformulação curricular, notadamente na sua possibilidade transversal e, por outro, o possível sair do idoso da inatividade segregada e quiçá solitária, desenvolvendo ou imiscuindo-se em atividade, por ele desejada, no convívio intergeracional saudável, na interação com escolares crianças e/ou adolescentes. As vantagens serão recíprocas quando os avós se desenrugam no sorriso que resulta da estima recuperada ou ampliada na possibilidade de se sentir útil e prestigiado, ouvido e considerado, da interação com criaturinhas, que sempre lembram seus netos, em uma escola, enquanto as crianças terão ao vivo a evidência das possibilidades dos idosos, contando histórias vividas, reais ou fictícias, cantando canções folclóricas ou não, aprendidas em um passado há tempos vivido e agora revivido mas ainda desconhecido das crianças. É preciso deixar falar nestes momentos tanto os velhos como as crianças, sem a imposição da hierarquia rígida vazia do apenas respeito sem fundamento. O velho deve ser respeitado como todo ser humano, mas precisa também respeitar. Ao demonstrarem sua atenção para com as crianças, os avós, os idosos, estarão recuperando ou condicionando o resgate do respeito aparente ou realmente perdido nesta época de violência e SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 27 de desprezo pelo que não é novo, pelo velho ou envelhecido; pelo que não mais entra no mosaico preconcebido de uma sociedade desamorosa do apenas lucro e produção. O que se considera é que, no caleidoscópio da vida, o velho feliz pode ainda ser produtor de felicidade e neste movimento ser considerado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Fátima de Jesus. Uma experiência de solidariedade entre gerações. Contributos para a formação pessoal e social dos alunos de uma escola secundária. Lisboa: Instituto de inovação educacional, Ministério de Educação, 2002. DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. trad. Lisboa: Editorial Presença, 1989. DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. trad. Lisboa: Editorial Presença, 1989. DURAND, Yves. L’exploration de l’imaginaire: introduction à la modélisation des univers mythiques. Paris: L‘Espace Bleu, 1988. LAHUD, Altair Macedo. Imagens da vida e da morte: vetores culturanalíticos de um grupo de idosos e pistas para a criação de um espaço cultural. Tese de Doutorado. São Paulo: FEUSP, 1993. ____. A velhice, o tempo e a morte. Brasília: EdUnB, 1998. ____. ―Os velhos, as mudanças de um novo tempo e o medo da morte: lutar, conciliar ou se acomodar?‖. Cadernos de educação. v.7, n. 1. Cuiabá/MT: UNICMT, 2003. _____. (org) O velho e o aprendiz. O imaginário em experiências com o AT-9. São Paulo: Zouk, 2004 ____.(org.) Terceira Idade: ideologia, cultura, amor e finitude. Brasília: UdUnB, 2004. MORIN, E. Le paradigme perdu la nature humaine. Paris: Seuil, 1973. NERI, Anita Liberalesso. Envelhecer num país de jovens: significados do velho e velhice segundo brasileiros não idosos. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1991. ROY, Jean Pierre. Bachelard ou le concept contre l’image. Montréal: Presses de l‘Université de Montréal, 1977. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 30 É relevante lembrar alguns dos determinantes do pico de massa: Fatores genéticos (responsáveis por 60 a 80% da variabilidade da massa óssea), nutrição adequada (cálcio, vitamina D, proteínas e calorias adequadas), nível dos hormônios sexuais na puberdade, nível do hormônio do crescimento e exercício físico. FRATURA O risco de fraturas de qualquer sítio entre os homens é similar ao risco de desenvolver câncer de próstata (13%), e o risco entre as mulheres (39,7%) é maior que o risco de desenvolver câncer de mama, ovário ou endométrio. Risco de fratura em idosos associa-se a vários fatores:  Menor ingestão e absorção de cálcio (aumento de PTH);  Redução dos hormônios estimuladores da formação óssea;  Hipogonadismo;  Maior risco de queda. Menor atividade física;  Fatores genéticos – responsáveis por 60 a 80% da variabilidade da massa óssea  Geometria femoral (comprimento do eixo do quadril, largura do colo femoral)  Microarquitetura óssea alterada Fraturas Vertebrais A maioria das fraturas vertebrais é assintomática. Menos de 1/3 dos pacientes com deformidades vertebrais procuram assistência médica. Após a primeira fratura vertebral aumenta-se em 2 a 5 vezes o risco de nova fratura. Nenhum tratamento medicamentoso ou é tão eficiente quanto antes da primeira fratura. Fratura de quadril A mortalidade nos primeiros seis meses após fratura de quadril é de 18-34%, sendo maior entre os homens do que entre as mulheres. Após um ano a mortalidade é de 20%. Seis meses após o evento fratura mais de 50% dos pacientes ainda queixam-se de dor e requerem assistência para deambular e cerca de 1/3 dos pacientes perdem a independência e necessitam de cuidados familiares ou de outro cuidador permanente. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 31 Tratamento  Exercício físico com ação da gravidade  Prevenção - reconhecimento das pessoas de maior risco  Prevenção de quedas  Medicamentos que:Aumentam a formação óssea Reduzem a reabsorção óssea Nutrição e saúde óssea no idoso Não há dúvidas de que para prevenção ou tratamento efetivo da osteoporose necessita- se no mínimo de cálcio e vitamina D adequados para manter ou restaurar a saúde do esqueleto ósseo. Proteínas, fósforo, sódio também são nutrientes críticos no processo de manutenção da saúde óssea. Não podemos esquecer que deficiências nutricionais contribuem para um maior Incidência de Fraturas Vertebrais, de Quadril e de Antebraço nas Mulheres com mais de 50 anos 50 60 70 80 Vertebral Quadril Antebraço 40 30 20 10 idade(anos) II nn cc i i dd êê n n cc i i aa aa nn uu aa l l pp oo rr 11 00 00 00 mm uu ll hh ee r r ee ss SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 32 risco de queda por alterar a homeostasia do sistema músculo-esquelético. Lembrar que excesso de proteínas e excesso de sódio favorece a eliminação urinária de cálcio. Cálcio  11-24 anos  1200 a 1500 mg/dia  25 - 50 anos  1000 mg/dia (51-64 com TRH)  51 (mulher sem TRH) ou > 65 anos  1500 mg/dia  A absorção de carbonato de cálcio é de 40% do total ingerido (1250 500)  Melhor ingerir 500 mg ou menos várias vezes ao dia Vitamina D  País tropical - 15 minuto de sol/dia  Idoso - em asilo é necessário suplementar  Doses de calciferol - 400 a 800 u/dia  Alfacalcidiol - 1 mcg/dia  Calcitriol - 0,50 microgramas/dia TRH  Diminui a reabsorção óssea  Previne perda de osso trabecular e cortical  Aumenta densidade óssea da coluna (5 - 6%) e quadril (2-3%)  Há comprovação sobre o efeito em redução de fraturas de quadril Raloxifeno (modulador seletivo do receptor de estrogênio)  Redução em 49% do risco da primeira fratura vertebral após 4 anos  Redução em 34% do risco de uma fratura vertebral subseqüente em mulheres com fratura vertebral prévia após 4 anos  Redução de uma nova fratura clínica em 68% durante o primeiro ano de tratamento SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 35 PHYSICAL ACTIVITY FOR ELDERLY PEOPLE: HEALTH PERSPECTIVE Eino Heikkinen The Finnish Centre for Interdisciplinary Gerontology University of Jyväskylä, Finland. Background The individual and social burden of diseases increases in parallel with the increase in human life expectancy and the proportion of elderly people in both the developing and industrialized countries. The ongoing demographic change has sometimes been called as an ―apocalyptic demography‖ referring to the mass nature of the issue which would require mass solutions (e.g. Ebrahim 2002). The increase in the proportion of people over 80 years of age presents a particular challenge. It has been estimated that in many developed countries their proportion will increase by about 40% during the first two decades of the 21 st century, and that the most rapid relative increase in life expectancy will occur in this age group. On the other hand the uncomfortable and uncompromised consequences of ageing are the increasing number of diseases, functional limitations and disabilities (E.g. Heikkinen 2003). Only about 10% of people aged 80 years are free of a clinically diagnosed disease, and various disabilities decrease the quality of life. In the industrialized European societies approximately 20% of people aged 70 years or older and 50% of people aged 85 and over report difficulties in basic activities of daily living (e.g. BURDIS report, 2004). It has been estimated that the use of social and health services increases in parallel with the increase in various disabilities. Disability increases, e.g., the risk of need for home help, hospitalization, nursing home admission and premature death. Disability prevention has become an important public health concern. Osteoporotic fractures and falls are common, interrelated conditions in elderly people. Approximately one third of community-dwelling older people fall at least once each year, multiple falls are common and the cumulative incidence of falls has led to an epidemic of osteoporotic fractures, particularly among postmenopausal women. Fractures are associated with increased mortality and healthcare costs. Significant increase in life expectancy has occurred in both developed and developing countries during the 20 th century. In many developed countries the average life SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 36 expectancy at birth is over 80 for women and over 75 years for men. In addit ion, among women the average life expectancy at 65 is over 20 years and in men over 15 years. It has been estimated that genetic factors determine about 25 % of the difference in the age of death; the environmental factors in different phases of life seem to be more important in modifying the differences in life expectancy. Physical activity level decreases with advancing age. There does not seem to be, however, any consensus about the definition of physical inactivity or sedentary behavior in elderly populations. People whose physical activity is limited to mainly sitting in one place or practicing only light physical activity can be regarded as sedentary people. According to our observations their proportion among people aged 75-80 years vary between 20 and 40 percent among, for example, urban populations in the Nordic countries Denmark, Finland and Sweden (NORA studies 2002). The proportions of those regarded as moderately active (moderate physical activity for about 3 hours per week) vary between 30 and 50% whereas the proportion of physically active (moderate physical activity over 4 hours per week or intense physical activity up to 4 hours per week or active sports at least 3hours per week) vary between 15 and 40%. It is obvious that at least one third of elderly populations should start practising some form of physical exercise and that an additional one third should consider increase of their physical activity. This paper aims at describing, on the basis of the current scientific literature, including our own research work, the roles of physical activity in the prevention of disability, falls and fall related fractures in old age and as a determinant of longevity. Disability and physical activity Research on disability in old age has identified several factors that contribute to shaping the dimensions of disabilities in old age. These factors include both non-modifiable risk factors such as age, gender and genetics and modifiable risk factors such as unhealthy behaviors, and characteristics of the environment and the degree to which it is free from, or encumbered with physical, social and cultural barriers. A part of the modifiable risk factors stem from earlier phases of life. Currently some, if limited knowledge exists on the role of genetic factors predisposing older people to functional limitation and disability (Tiainen et al. 2004). There is a marked gender difference in longevity. In European countries women often live about five years longer than men but women have a longer duration of life lived with disability. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 37 Much research has been dedicated to identifying risk factors for the onset of disability by applying the disablement model developed by Nagi (1976). The main pathway of the model consists of four components: pathology, functional impairments, functional limitations, and disability. In elderly people, pathology causes impairments (e.g. decreased muscle strength, low oxygen consumption, poor balance). Impairments predispose people fo functional limitations (e.g. poor walking speed) which may lead to disabilities (e.g. difficulties in carrying out daily activities and in mobility). In a systematic literature review Stuck et al. (1999) listed various behavioral and health factors that at on individual level contribute to the development of disability in old age. The highest strength of evidence for an increased risk in functional status decline, defined as disability or physical function limitation was found for (in alphabetical order): - cognitive impairment - low level of physical activity - depression - no alcohol use compared to - disease burden - moderate use - increased and decreased body mass index - poor self-perceived health - lower extremity functional limitation - smoking - low frequency of social contacts - vision impairment Other risk factors include elevated blood lipids and glucose, low bone density and alcohol and drug misuse. Research has also shown that certain psychological and psychosocial characteristics, such as poor self-efficacy, coping strategies and social integration predict the development of disability. Recent evidence suggests that the accumulation of deficits across multiple domains (co-impairment) may better explain the development of functional limitation than decline in a single domain. Disability can be defined as a gap between a person´s abilities and environmental requirements. Identical physical and mental conditions may results in different patterns of disability depending, for example, on the occupation, housing conditions or family structure of a person. On the other hand, a similar type of disability may arise from different types of health conditions. Women have a longer duration of life lived with disability and it has been suggested that they may suffer from ‖multiple jeopardy‖, i.e. have combinations of social and health disadvantages. Also cultural factors may produce disability. Prejudice and discrimination in different arenas of life may disable and restrict people´s activities even more than impairments and functional limitations. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 40 mass and may increase the proportion of fat tissue leading to a lower BMI which is associated with poor functional performance and increased mortality. Functional limitation According to the model of Verbrugge and Jette (1994) functional limitation is a precursor of disability. It has been demonstrated that among non-disabled older persons living in the community, objective measures of lower-extremity function are highly predictive of subsequent disability (Guralnik et al. 1995). It has also been shown that grip strength in middle-age independently predict levels of functional independence at the follow-up 25 years later (Rantanen et al. 1999). Strength loss in elderly people is well established and has repeatedly been linked to poor performance and falls. In particular, lower extremity strength loss has been associated with increased time to rise from a chair, climb stairs, and walk, and with a decrease in the amount of walking performed per week (e.g. Chandler & Hadley 1996). Decline in muscle strength is partially reversible with exercise. The consistency of strength gain with training across elderly age groups and levels of frailty is very promising but the clinically meaningful strength change is not yet clear. Social factors The low levels of social activity and social contacts seem to be associated with poor functional outcomes, even if correcting for potential confounding factors such as cognitive functioning (Moritz et al. 1995). It has also been observed that a greater frequency of emotional support from social networks has a favorable impact on functional outcomes (Seeman et al. 1995). Physical activity facilitates the involvement of elderly people in social activities through preventing functional limitations, which may become obstacles to social participation. In addition, physical exercise often involves group activities being thus able to maintain and create social contacts. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 41 Injurious falls and physical activity Several risk factors have been identified for non-vertebral fracture, which is ultimately determined by bone strength, the risk of falling and the force of impact in the event of fall. Established risk factors for falls in older adults include lower-extremity muscle weakness, impaired balance and vision, decreased reaction time, impaired cognition, decreased body mass, and impaired mobility in general. In addition, medications, alcohol intake, inappropriate footwear, physical factors in the environment and acute situational factors have also been identified as important risk factors for falls. A review of the epidemiologic evidence on the relationships between physical activity, falls and fractures among older adults (Gregg et al. 2000) suggests that higher levels of leisure time physical activity prevent hip fractures, and that certain exercise programs may reduce risk of falls. In addition to preventing functional limitation physical activity helps maintain mobility and bone mineral density and in doing so, may prevent falls and osteoprotic fractures. It is, however, unclear whether physical activity is associated with the risk of osteoporotic fractures at sites other than the hip. Future research is also needed to identify which populations will benefit most from physical activity and to evaluate the types and amount of exercise needed for protection of falls in old people. Longevity and physical activity Several prospective observational studies have shown that low physical activity levels predict an increased risk of mortality among older people (E. g. Bokovoy & Blair 1994, Erlichman et al. 2002a). The highest mortality rates, both overall and from cardiovascular disease has been found in sedentary men, and on the other hand physically active elderly people have a longer life-expectancy compared to their more sedentary counterparts (Äijö et al. 2002). The differences between the sedentary and physically active elderly people remain after controlling for their status of health. It has been suggested that the effect of physical activity on survival is most important among those elderly individuals who already have disabilities such as mobility difficulties (e.g. Hirvensalo et al. 2000). It is, however, difficult to control for all the factors (health behaviors, socio-economic position, education, genetic factors, severity of diseases) which may modify or confound the relationships between physical activity and survival among elderly people. Additional research is, therefore, needed to determine the amount and SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 42 quality of physical activity to be recommended as well as the characteristics of individuals who will benefit from physical activity from the point of view of an increased survival. Concluding remarks There now exists a wealth of data demonstrating that physical activity and exercise may ameliorate diseases, reduce depressive symptoms and delay the occurrence of functional limitations and disabilities in elderly populations. Physical activity may also contribute to increased longevity compared to sedentary lifestyle. There are, however, both conflicting finding and gaps in our knowledge concerning the importance of physical activity amongst the various risk factors and the effectiveness of physical activity interventions aimed at maintaining health and preventing diseases and disabilities in elderly people and increasing longevity. The situation is complex and has recently rendered even more complex by observations showing that individuals of the same age, gender and ethnic group vary markedly in their physiological responses to the same dose of physical activity and that this variability is characterized by a familial aggregation of these responses, which has both genetic and environmental components (Bouchard & Rankinen 2001). There is, however, enough evidence regarding the beneficial health effects of physical activity in older people to start strengthen research activities with the aim of developing effective interventions for the prevention of physical inactivity and facilitation of physically active lifestyles. An important goal for exercise scientists and sport medicine clinicians is to discover new ways to encourage physical activity in the unfit and most sedentary elderly people. A step forward would be to consider the disablement concept in the context of the newer concept of enablement. Disabling processes are described as those that increase the needs of help of the individual and also often lead to isolation and dependency. Enabling processes, including physical activities, restore and improve function and expand access to social and physical environment. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 45 RANTANEN T, GURALNIM JM, SAKARI-RANTALA R et al. (1999). Disability, Physical Activity, and Muscle Strength in Older Women: The Women´s Health and Aging Study. Arch Phys Med Rehab 80:130-135 SARIS WHM, BLAIR SN, VAN BAAK MA, EATON SB et al. (2003). How much physical activity is enough to prevent unhealthy weight gain? Outcome of the IASO 1st Stock Conference and consensus statement. Obesity reviews 4:101-114 SEEMAN TE, BERKMAN LF, CHARPENTIER PA, BLAZER DG et al. (1995). Behavioral and psychosocial predictors of physical performance: McArthur studies of successful aging. Journal of Gerontology, Medical Sciences 50: M177-M183 SPIRDUSO WW (1994). Physical Activity and Aging: Retrospections and Visions for the Future. JAPA 2:233-242 STUCK AE, ALTHERT JM, NIKOLAUS T et al. (1999). Risk factors for functional status decline in community-living elderly people: a systematic literature review. Social Science & Medicine 48: 445-469 TIAINEN K, SIPILÄ S, ALEN M, HEIKKINEN E et al. (2004). Heritability of maximal isometric muscle strength in older female twins. J Appl Physiol 96:173-180 VERBRUGGE LM, JETTE AM (1994). The disablement process. Social Science and Medicine 38:1-14 SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 46 PROGNOSIS FOR A SUCCESSFUL OLD AGE C. Jessie Jones FACSM - Division of Kinesiology and Health Science California State University, Fullerton “We cannot go back and make a new start, but we can start now to make a new ending”. Introduction Chances are you‘re going to live a long life because of the advances in sanitation, public health, medical and pharmaceutical technology, and food science. However, what is your prognosis for a successful old age? First it is important to understand want is meant by the phrase ―successful old age‖. It is difficult to define because the term ―success‖ itself is quite ambiguous. The concept of successful aging dates back several decades (Baltes & Baltes, 1980; Havighurst, 1961; Palmore, 1979; Rowe & Kahn, 1987). Havighurst (1961) coined the term ―successful aging‖ referring to it as ―adding life to the years‖ and ―getting satisfaction from life‖. Palmore (1979) defined successful aging as including longevity, lack of disability, and life satisfaction. Rowe and Kahn (1987) further defined successful agers as people with better than average physiological and psychosocial characteristics in late life, and positive genes. Other experts in the field have added the following indicators of successful aging: autonomy (independence), financial and social status, sense of meaningful purpose in life, and self-actualization. Successful aging is not something that begins in later life; rather it is an accumulation of where and how we have lived our lives, experiences we have encountered, people in our lives, how we feel about ourselves, our attitudes, and choices we make regarding how we care for ourselves and manage our lives (see figure 1). In fact, people who seem to age successfully tend to be those who stay ―actively‖ involved with the many pleasures of everyday living, and have a passion for living life to the fullest. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 47 Genetics Culture & Gender Health & Social Services Physical & Social Lifestyle Choices & Environment Behaviors Socio-economic Status Psychological Attributes Life Events Figure 1. Predictors of Successful Aging. Adapted from the determinants of Active Ageing, Figure 8, pg19, Growing Older – Staying Well, World Health Organization (2002). While heredity contributes to the age-associated changes in the physical body, the rate of change is determined for the most part by our lifestyle behaviors (e.g., physical activity patterns, eating habits, tobacco and alcohol use, regular physical examinations, work ethic, and engagement in leisure and social activities). Research that focuses on the prevention of physical declines and health problems associated with aging is important, however far too little research has focused on better understanding the predictors of successful aging. The purpose of this paper is to discuss three prominent psychosocial theories for predicting a successful old age, Maslow‘s (1943) hierarchy of needs, Erikson‘s (1986) psychosocial stages of development, and the theory of selective optimization with compensation developed by Baltes (1990). Maslow’s Hierarchy of Needs One of the most popular theories related to successful aging is Maslow‘s hierarchy of needs (1943). He described a hierarchy of human needs in which lower level needs must be satisfied before moving to the next higher level (Maslow & Lowery, 1998). According to Maslow, the more one becomes self-actualized and transcendent, the wiser an individual becomes. Self-actualization is defined as finding self-fulfillment and realizing one‘s potential. Transcendence is defined as helping others find self-fulfillment and realize their potential. Although there is little agreement about the order of basic human needs, or wording used to describe basic needs, it is at least generally accepted that people age in a more successful way when their basic needs are fulfilled (Deci & Ryan, 2002; Ryan, 1991). Successful Aging SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 50 MASLOW, A. (1943). A theory of human motivation. Psychological Review, 50, 370-396. MASLOW, A. & LOWERY, R. (Eds.). (1998). Toward a psychology of being (3rd ed.). New York: Wiley. PALMORE, E.B. (1979). Predictors of successful aging. Gerontologist, 19, 427-431. ROWE, J.W. & KAHN, R.L. (1987). Human aging: Usual and successful. Science, 237, 143- 149. RYAN, R.M. (1991). The nature of the self in autonomy and relatedness. In J. Strauss & G.R. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 51 ALGUNS BONS PRINCÍPIOS A SEREM LEVADOS EM CONTA NA ATIVIDADE FÍSICA COM O IDOSO José Francisco Silva Dias NIEATI/ CEFD/ UFSM/ RS. Quando pretendemos iniciar um trabalho de atividades físicas com idosos, com o objetivo de realmente melhorarmos a sua performance para as questões da vida cotidiana, faz- se necessário levarmos em conta alguns princípios básicos, daqueles que lá pelos idos de 1989 já colocávamos em nosso livro ―Atividades Físicas na Terceira Idade‖ editado pela editora da UFSM: A - O princípio da manutenção da atividade física – o professor quando fizer uso desse principio, deverá fazer uso de uma série de estímulos, a fim de que o praticante mantenha um ritmo de trabalho sem perder o interesse pela atividade física proposta, de forma regular. A ciência do comportamento nos diz que o mesmo é estimulado pelo reforço positivo. Portanto, quanto mais estimulado positivamente, mais motivado poderá ficar para a atividade para a qual está sendo motivado. Nesse mesmo enfoque TARGA (1983), nos diz que a motivação é um dos problemas mais delicados para o profissional, uma vez que exige ao mesmo tempo uma grande experiência, aliada a conhecimentos psicológicos, de modo a atingir os mais variados temperamentos no conjunto dos alunos. A motivação está relacionada diretamente com a personalidade do professor. É necessário despertar o entusiasmo nas pessoas estimulando-as, orientando-as e não apenas sendo um cobrador de tarefas. B - O principio da individualização na atividade física – A própria condição pessoal de cada indivíduo deve determinar o programa individual de atividades físicas. A partir de testes de avaliação física, o programa deverá ser organizado levando em conta: I – um bom alongamento; II- o controle da freqüência cardíaca; III- o exame médico é indispensável, antes de iniciar o programa; IV- não se deve realizar exercícios quando houver qualquer desconfiança de que alguma coisa não está bem. Deverá ser notado durante o programa que aqueles que estão em pior forma, na realidade, são os que irão demonstrar uma melhora mais acentuada na condição física. C - O princípio da continuidade da atividade física – A atividade física carrega um aspecto cumulativo. Diz a lei biológica que ―a função faz o órgão‖, sendo assim, a atividade SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 52 física adequada irá preparando, gradativamente, o organismo para suportar estímulos cada vez mais exigentes.O essencial aqui é que seja desenvolvido o hábito da atividade física, introduzindo-se, gradualmente, pequenas modificações que resultem em um melhor condicionamento físico. D - Princípio da sobrecarga da atividade física – Aumentando-se gradativamente, a freqüência, a duração e a intensidade, pode-se dosar a atividade física. Uma maneira boa de melhorar a condição física na terceira idade é aumentar, de forma lenta e gradual, o tempo de duração dos exercícios, mantendo-se a mesma intensidade. E - Princípio da totalidade da atividade física - Segundo TARGA (1983), não basta que exercitemos a maior parte dos grupos musculares, é necessário que consigamos também exercitar o espírito do individuo de modo a que todo seu corpo vibre. Totalidade quer dizer participação geral de todos os componentes do ser, isto é, a perfeita integração nas manifestações físicas, psíquicas e espirituais. A atividade física cada vez mais se apresenta como verdadeiro seguro de vida para todas as idades, em especial para o idoso. Estar em constante movimento faz parte de nossa composição de ser que precisa sempre estar interagindo com o meio, num ir e vir, numa troca constante de energia. Isto nos mantém vivos! O exercício físico produz uma necessidade que conduz a uma finalidade ou meta, que dá margem a uma filosofia de vida, de profissão, e até mesmo de mundo. É através do movimento que se concentra tudo o que existe, o que inclui, segundo SOBRAL (1985): - satisfação; - consideração com os demais; - os grandes e pequenos valores; - a realização dos desejos mais queridos; - o efeito (bom ou mal) sobre a vida dos outros. Através dessas premissas é que podemos dimensionar a função socializadora, vitalizadora, recreadora e também reabilitadora que a prática da atividade física, caracterizada pelo fomento e implementação de exercícios físicos, pode proporcionar ao homem e, principalmente, ao homem idoso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DIAS, José F. Atividade Física na 3ª Idade. Santa Maria: Edições UFSM,1989. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 55 0.7 %, p < 0.05), respectivamente. A sensibilidade barorreflexa foi significativamente maior no grupo FA comparado ao grupo SED (6.4 ± 0.8 vs. 3.8 ± 0.6 msmmHg -1 , p < 0.05). CONCLUSÕES Os resultados deste estudo sugerem que a sensibilidade barorreflexa e a modulação autonômica cardíaca são bem mantidas em indivíduos idosos saudáveis, fisicamente ativos quando comparados aos seus pares sedentários. Esta melhor modulação autonômica no grupo de indivíduos idosos fisicamente ativos pode ser considerada um fator cardioprotetor, por reduzir a suscetibilidade de fibrilação ventricular, assim como uma melhor regulação da pressão arterial durante um estresse hemodinâmico. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 56 PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DA DANÇA DE SALÃO PARA IDOSOS Márcio de Moura Pereira e Marisete Peralta Safons GEPAFI – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividade Física para Idosos Universidade de Brasília INTRODUÇÃO Embora as danças de salão sejam uma modalidade relativamente nova, tendo suas primeiras manifestações nos bailes das cortes do final da idade média e início do renascimento, o hábito de dançar e o prazer a ele associado acompanham a humanidade desde seus primórdios e se faz presente ao longo da história de todas as culturas. A dança é uma atividade capaz de proporcionar condicionamento físico, integração social e lazer a indivíduos idosos, além de inúmeros benefícios psicológicos (HANNA,1979; PETERS, 1994). METODOLOGIA DE TRABALHO Objetivos Educar adultos idosos utilizando a atividade física como meio para promover incrementos na saúde física e mental, no condicionamento físico e na qualidade de vida, numa perspectiva inclusiva e centrada na conquista de autonomia, paz e integração com a natureza. Recursos  espaço físico: piso nivelado, ventilado, protegido do sol e de mudanças bruscas na temperatura;  recursos materiais: equipamento de som e seleção de ritmos capazes de proporcionar não apenas experiências e desafios fisiológicos, mas que também permitam trabalhar conteúdos cognitivos, afetivos e psicossociais; Planejamento Com a finalidade de tornar mais objetiva a seleção dos ritmos e permitir uma margem de segurança maior na prescrição para grupos, os diversos ritmos foram classificados de SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 57 acordo com a expectativa de intensidade e distribuídos dentro das diversas fases da aula (Tabela 1). Tabela 1- Ritmos da dança de salão e fases da aula Fase da aula Ritmo Aquecimento Valsa, Tango Zona alvo1: iniciantes Marchas, Chamamé, Xote, Baião, Vanera, Mazurca, Pagode, Rumba, Mambo, Quadrilha, Boi-Bumbá, Carimbó, Foxtrote Zona alvo2: condicionados Salsa, Cúmbia, Samba, Xaxado, Merengue. Com algum cuidado pode-se introduzir também: frevo, samba de gafieira e samba no pé. Volta à calma Bolero, Slow fox Avaliação Avaliação da intensidade tanto para fins de prescrição do exercício, quanto para o acompanhamento durante a aula é feita utilizando-se a PSE - Percepção Subjetiva do Esforço (Escala CR10 de BORG, 2000). CONCLUSÃO Os resultados deste trabalho abrangem o complexo biopsíquico e social que constitui o indivíduo, promovendo saúde, autonomia, inclusão social e integração ao meio. Do ponto de vista físico verifica-se que os exercícios melhoram o condicionamento físico tanto do ponto de vista cardiovascular quanto muscular, incrementam a consciência corporal, aumentam a eficiência mecânica e a coordenação motora, corrigem a postura e diminuem os riscos de lesões por acidentes ou quedas (BLANKSBY & REIDY, 1988). Quanto aos efeitos psicológicos, os exercícios com música e ritmo promovem intensa descontração psíquica, combatendo o estresse ao mesmo tempo em que estimulam a criatividade e a disciplina; proporcionando ao indivíduo um contato mais íntimo com seus estados emocionais e a administração mais eficiente de suas capacidades físicas e intelectuais (PICART, 1988). Com relação ao aspecto social, normalmente as práticas são feitas em grupo, de maneira descontraída e bastante lúdica, permitindo ao indivíduo aprimorar sua noção de participação em equipes, times e trabalhos coletivos. Os exercícios procuram SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 60 do Imaginário‖ para compreendermos melhor as novas formas de organização, estruturadas na vida social e na visão do mundo. A nossa preocupação consiste em lembrar que podemos existir por mais de 100, até 200 anos (De Méis, 1998), em ―CIÊNCIA E EDUCAÇÃO – conflito humano e tecnológico" acrescenta à qualidade de vida, a felicidade de sentir, nesta luta, maior solidariedade humana. Vivemos o grande momento em que o grupo social humano aumenta, diminuindo o número de membros do núcleo familiar, ampliando os laços dos grupos de trabalho, além de eleger a comunidade, defender nosso bairro e outras formas visíveis nas múltiplas doutrinações religiosas. Pensando na situação daqueles que chamamos nossos ―irmãos‖ que aposentados da labuta profissional ou doméstica, deixam um tempo livre. Acreditamos que chegamos ao momento de educar, melhor dizer socializar, construindo a ―ESCOLA DA VIDA‖, assim denominada por funcionária do setor de saúde do MEC, ou a conhecida UNIVERSIDADE DA TERCEIRA IDADE. Seria uma educação ou socialização do denominado ―adulto maior‖, assim chamado o velho de língua espanhola. Temos o exemplo de proposta multidisciplinar de Marisete Peralta Safons, a qual parabenizo. Esta proposta abrange, além das ―atividades físicas, artísticas, culturais, formativas, etc. de caráter diversificado... e a manutenção da saúde bio-psicossocial‖. Nossos estudos e pesquisas sempre se apoiaram, na teoria e na prática, de conceitos de cultura e educação, formulados por Darcy Ribeiro (1955 e 1996) – aqui reproduzidos: Conceito Operativo de Cultura Conjunto e integração dos modos de fazer, pensar e sentir desenvolvidos e adotados por uma sociedade, como solução para as necessidades de vida humana associativa. Museu do Índio – RJ 1955. Conceito de Educação A Educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (Lei nº 9.384 de 20.12.96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Estes dois conceitos, no sentido lato, abrangem e valorizam a criatividade para os numerosos velhos de hoje e do porvir, envolvendo-os no ritmo de vida compatível com os emergentes trabalhos e tecnologias, sejam eles científicos, artesanais ou artísticos de suas SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 61 opções. O tempo livre da aposentadoria será mais ativo e satisfatório se o seu preenchimento corresponder a interessantes novidades para o idoso. Governos estaduais e municipais (prefeituras) assim como as universidades, pessoas esclarecidas, organizadoras das ONGs e de cursos esporádicos destinados a melhorar a qualidade de vida dos idosos, desenvolvem ações que buscam a valorização do idoso e aumentam a sua auto-estima, tornando prazerosa a terceira idade. O relacionamento no trabalho ou no estudo leva o idoso a usufruir momentos importantes, agradáveis e significativos, que evitarão a solidão considerada pelos idosos a maior queixa, como insatisfação, psicose, estresse, ansiedade, nostalgia, e outras doenças de ordem neurológica. Estes milhões de velhos brasileiros ainda não foram reconhecidos pelo Ministério de Educação - MEC, que tem estado sempre ausente na elaboração das leis, decretos e, principalmente nos estudos e reuniões para chegarmos ao ESTATUTO DO IDOSO (Lei n° 10.741, de 1º de outubro de 2003). O MEC ainda não assumiu o seu papel na gestão do ensino para a terceira idade, na didática, nos programas e nos currículos. Os cursinhos avulsos para os idosos vão se multiplicando, principalmente, com interesses financeiros ou religiosos, com professores despreparados, sem formação geriátrica e ou gerontológica. Terminamos com a máxima de MARTIN LUTHER KING (1929/1968) PRÊMIO NOBEL, pela paz e não violência, em 1964: ―Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos‖. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 62 A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA PARA IDOSOS NO PROJETO SÊNIOR PARA A VIDA ATIVA DA USJT: UMA EXPERIÊNCIA RUMO À AUTONOMIA. Maria Luiza de Jesus Miranda, Alessandra Galve Gerez e Marília Velardi Grupo de Estudo e Pesquisa Sênior – Universidade São Judas Tadeu – São Paulo Um fato notório e amplamente reconhecido, tanto pela comunidade científica como pela sociedade em geral são os efeitos benéficos da prática de atividades físicas sobre a manutenção da saúde e do bem-estar, principalmente sobre a população idosa (Okuma, 2002; Miranda, 2001; Velardi, 2003). Nesse sentido, as discussões atuais em Saúde Pública sugerem que a implementação de programas educacionais, que possam esclarecer a esta população sobre os benefícios decorrentes desta prática, bem como sobre as recomendações mais apropriadas para que estes incorporem atividades físicas em suas vidas cotidianas, são de suma importância na mudança de atitudes, no sentido de construir hábitos de vida mais saudáveis (Reski apud Velardi, 2003). Por isso, as práticas educacionais adquirem um importante papel para a disseminação de informações e na construção de ações que preconizam estilos de vida saudáveis entre a população, contribuindo assim, para um envelhecimento bem-sucedido. Diante disso, foi implantado na Universidade São Judas Tadeu o Projeto Sênior para a Vida Ativa, que integra as áreas de Educação Física, Nutrição e Farmácia. É uma proposta com caráter educacional que visa, no âmbito geral, contribuir para que os idosos vivam uma velhice bem-sucedida. O núcleo do projeto é formado pelo programa de Educação Física, que tem como objetivos difundir conhecimentos conceituais e procedimentais sobre a atividade física relacionada ao processo de envelhecimento, com intuito de possibilitar a essas pessoas praticarem atividades físicas de forma autônoma como parte integrante do constante autocuidado e, ainda, obterem conhecimentos para posicionarem-se criticamente frente a outros programas oferecidos. Assumir que o Projeto Sênior é de caráter educacional faz surgir, então, questões de caráter eminentemente filosófico: qual o fim a que se destina a educação, ou seja, queremos educar para que? Qual concepção de homem e seu papel na sociedade norteiam nosso modo de ver o aluno idoso? Em que tipo de envelhecimento acreditamos? Sendo a Educação Física uma das estratégias de Educação em Saúde, o que entendemos por Saúde? SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 65 para ser desenvolvido, das suas diversas potencialidades, pautados numa visão mais humanizadora, não negando suas limitações, mas reforçando o que o sujeito possui como qualidades e como potencial, levando-se em conta os desejos e as necessidades individuais. Neste caso, a autonomia passa a ser concebida não só a partir da independência física, mas como algo que envolve a reflexão, tomada de decisão e escolhas conscientes. Diante deste olhar entendemos que a Educação Física como uma das estratégias em educação para a saúde, deve proporcionar ações educativas a partir da realidade e das necessidades de quem aprende, para que os indivíduos se apropriem de maneira significativa dos conhecimentos difundidos por essa área, conhecendo e respeitando suas potencialidades e limitações, podendo praticá-la de maneira autônoma, a partir de uma escolha consciente. Reconhecendo, neste ponto, o enorme potencial que a educação apresenta para impulsionar o desenvolvimento da autonomia, as questões que se colocaram para refletir o processo educativo no Projeto Sênior foram: será qualquer educação capaz de contribuir para a construção da autonomia frente à prática de atividades físicas? Admitir que a sua construção é facilitada pelos processos de aprendizagem, nos conduziu a uma outra reflexão, como o homem aprende? Aqui, estamos diante de uma grande questão epistemológica: qual a origem do conhecimento? A teoria histórico-cultural ou sócio-interacionismo, formulada por Vigotsky para caracterizar aspectos tipicamente humanos do comportamento psicológico, como a plasticidade do cérebro, fornece subsídios para refletir sobre os processos de aprendizagem, a partir de uma perspectiva de construção do conhecimento. Explica, ainda, como os processos intelectuais podem se desenvolver durante toda vida do indivíduo, considerando que o pensamento adulto é culturalmente mediado, sendo a linguagem o principal meio de mediação. A cultura torna-se, então, parte integrante da natureza humana, uma vez que os processos psicológicos superiores se desenvolvem a partir da relação dialética que o indivíduo estabelece em seu universo social e cultural (Rego, 2001; Vigotsky e Cole, 2000). Both (2002) ressalta a importância de refletir sobre as considerações de Vigotsky no contexto da educação de idosos, pois destaca que as operações mentais são resultado de formas culturais de lidar com a realidade. Embora Vigotsky não tenha desenvolvido nenhuma teoria pedagógica, pois o seu objetivo era estudar os processos psicológicos superiores tipicamente humanos, muitas foram as contribuições deixadas por ele na área da educação, principalmente pela grande ênfase que deu aos estudos sobre a relação entre pensamento e linguagem, indicando a importância do diálogo nos processos de formação da mente humana e da internalização de novas formas SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 66 culturais de comportamento. Além disso, apresentou as noções de ―zona de desenvolvimento real e proximal‖, sendo que a primeira refere-se às conquistas já efetivadas, ou seja, aquilo que o indivíduo consegue ―fazer‖ sozinho a partir de suas experiências e observações e, a segunda, às capacidades que podem ser construídas com a ajuda de outros mais experientes. Dessa forma, fica bastante clara a idéia de que a prática educativa deve ter como ponto de partida o diálogo e o universo sócio-cultural do sujeito, pois é a partir disso que ele irá atribuir significado aos novos conhecimentos, sendo o educador o mediador deste aprendizado, partindo sempre dos conhecimentos prévios em direção à construção de novos conhecimentos que conduza o educando a conquista de sua autonomia. Desta maneira, a perspectiva educacional que pode ser coerente com a busca da autonomia que procuramos estimular no Sênior é aquela que atribui ao educador a função de instaurar métodos em função de despertar no educando a curiosidade; aquela que estimula a busca constante do conhecimento, portanto não submissa e, então, por extensão, formadora do senso crítico. Aprender criticamente é, em suma, formar a autonomia. Não é um estado de apropriar-se do conhecimento do professor, mas um ato de formação e de interação da própria capacidade cognitiva do indivíduo com o meio. Assim, o professor provém o aluno dos instrumentos apenas, do ferramental para a formação crítica do aluno. Essas proposições têm como alicerce os estudos de Paulo Freire que, como educador que influenciou toda uma geração de outros tantos educadores em todo o mundo, apontou caminhos para a educação como prática da liberdade – premissa básica da construção da autonomia (Velardi, 2003). Para Freire (2002b), autonomia não se constrói sozinha, embora, por vocação ontológica o homem seja capaz de apreender as coisas do mundo. Basta ser homem para apreender e por isso não há ignorância ou sabedoria absoluta. Em todas as nossas relações, sejam elas com intenções educacionais ou não, estamos constantemente aprendendo, mas sozinho torna-se difícil captar a realidade pela sua raiz, pela sua causalidade autêntica. Para tanto, deve haver por parte de quem educa uma intenção em seu ato educacional que o leve a tais relações. Um processo de ensino-aprendizagem que a partir do diálogo crítico colabore na organização reflexiva de situações existenciais, considerando que é a partir disso que o conhecimento passa a ter significado, capaz de mexer profundamente com a maneira de ―ser‖. Neste sentido, Velardi (2003) considera que seguramente qualquer informação pode gerar aprendizagem, mas sem a intencionalidade daquele que se propõe ensinar poderá ser transformada em outro tipo de aprendizagem, diferente daquela almejada. Desta forma, torna- se necessário organizar e planejar o processo educacional a partir da definição e do tipo de SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 67 desenvolvimento que se deseja, de quais objetivos são importantes serem atingidos para que seja possível garantir o processo de desenvolvimento. Assim, em consonância com a perspectiva filosófica que embasa as ações no programa, optou-se então, por uma direção construtivista de ensino, tornando fundamental a reflexão sobre como organizar os conteúdos de Educação Física no Projeto Sênior com vistas a atingir os objetivos aos quais se propõe. Com base nisto, adotou-se a proposta de Coll e colaboradores (1998) para a organização das intenções educacionais, pois este parece apontar na direção de um ensino que considere a aprendizagem como um processo que conduza à autonomia. Embora estes autores tenham desenvolvido suas propostas curriculares refletindo a Reforma Educacional no ensino formal, podemos considerar suas reflexões bastante pertinentes na organização e ensino dos conteúdos de Educação Física do Projeto Sênior, primeiro porque suas proposições têm como base de sustentação os estudos sobre o funcionamento psicológico humano e o caráter construtivista de qualquer aprendizagem; segundo porque atualmente, cada vez mais se ampliam os espaços de ensino e aprendizagem no que se denomina de ensino não-formal, como é o caso do Projeto Sênior, trazendo também a necessidade de reflexões sobre ―o que, para que e como ensinar‖. Desta maneira, os conhecimentos são transmitidos por meio de ações pedagógicas que promovem o desenvolvimento dos conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais, julgados necessários para favorecer as mudanças no comportamento dos indivíduos. Através de aulas teórico-práticas os idosos são estimulados à reflexão sobre sua realidade e à compreensão da atuação do processo de envelhecimento sobre os diversos sistemas do corpo bem como em que medida a atividade física pode colaborar para o estímulo desses sistemas, promovendo adaptações. Tendo como temas geradores os sistemas cardiovascular-respiratório, nervoso, articular e músculo-esquelético, são propostas atividades que estimulem cada um desses sistemas. A partir da prática das atividades os idosos são levados a refletirem sobre o que sentem ao realizar os exercícios, ao mesmo tempo em que são propostas associações entre aquilo que é feito no Projeto e a vida cotidiana. Além disso, é a partir daquilo que é experimentado que os alunos aprendem os fatos e conceitos associados a cada sistema e a realizarem os exercícios específicos. Espera-se que cada vivência encerre em si o ensino e aprendizagem de fatos, conceitos, procedimentos, valores e atitudes pertinentes à atividade física. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 70 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA MARCHA EM PESSOAS IDOSAS: FATORES DETERMINANTES E PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO Paulo de Tarso Veras Farinatti Professor Adjunto e Coordenador do Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LABSAU-UERJ). Introdução A presente comunicação tem por objetivo apresentar dados relativos à marcha em pessoas idosas, em duas perspectivas diferentes: na primeira, o padrão da marcha é analisado em relação a alguns de seus fatores determinantes, mais especificamente a força muscular e flexibilidade. Na segunda, a marcha é discutida no contexto da prescrição do exercício, em comparação com a corrida, partindo-se da noção de velocidade de transição caminhada- corrida. A pergunta que se fez, nesse caso, referiu-se à conveniência de prescrever-se uma ou outra atividade em idosos e jovens, analisando-se o impacto fisiológico nas duas situações. Para tanto, foram apreciadas variáveis cardiorrespiratórias associadas à intensidade relativa e fadiga imposta pelas atividades. As próximas seções descrevem ambos os estudos, resumindo seus pressupostos teóricos, aspectos metodológicos e conclusões a que se pôde chegar. 1) Amplitude e cadência do passo e componentes da aptidão muscular em idosos Parece existir uma relação entre a manutenção da capacidade de marcha e o nível de independência funcional das pessoas idosas. Há evidências, nesse sentido, de que a marcha seja um bom – senão o melhor – indicador do risco de perda de autonomia com o envelhecimento. Mesmo a auto-apreciação do estado funcional ou a intensidade do receio de sofrer quedas parecem estar associadas à manutenção de um modelo e velocidade eficaz de marcha. Por outro lado, o processo de envelhecimento associa-se a modificações importantes no padrão da marcha: a amplitude do passo tende a diminuir e a cadência a aumentar. Além de contribuírem para limitações na autonomia funcional, as alterações da marcha em pessoas idosas tendem a aumentar o risco de quedas, cujas conseqüências podem ser graves. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 71 As razões para as modificações no padrão de marcha em idosos são multifatoriais – talvez por isso não estejam totalmente esclarecidas. Alguns estudos, porém, buscaram lançar luz sobre esta questão, e muitos deles colocam a aptidão muscular no centro da discussão. A fraqueza muscular e a limitação do movimento articular estariam associadas a uma fase mais ampla de apoio e passadas reduzidas durante a marcha, bem como à dificuldade de equilíbrio. Independentemente dos seus motivos, portanto, o declínio pronunciado da força nos membros inferiores associa-se a problemas funcionais sérios, dentre eles alterações desvantajosas do modelo de marcha. Da mesma forma, níveis reduzidos de flexibilidade, em várias articulações, têm sido associados a dificuldades de desempenho em muitas atividades cotidianas importantes, como a utilização de transportes públicos, subir degraus, lavar-se, vestir-se ou calçar-se, assim como a uma menor eficiência no padrão de marcha e maior incidência de quedas. No que toca aos movimentos de quadril, além de contribuírem com medidas de flexibilidade de tronco, principalmente na flexão anterior, associam-se à manutenção de padrões de marcha mais eficientes, uma vez que deles em muito depende a amplitude da passada. Uma diminuição da força dos músculos flexores do tornozelo e um aumento da resistência muscular implicariam, igualmente, em uma menor flexão dos tornozelos, contribuindo para a alteração do padrão de marcha em indivíduos idosos. O exame da literatura, contudo, revela que as relações entre os componentes da aptidão muscular, a amplitude e cadência do passo não vêm sendo investigadas de forma integrada. A marcha é uma situação funcional para a qual concorrem força e flexibilidade simultaneamente – sua descrição isolada, portanto, fornece informações importantes, mas incompletas para uma melhor compreensão da sua contribuição real para a eficiência da deambulação. Em que pese esse fato, não foram localizados estudos que analisaram os componentes da marcha e a importância relativa de força e flexibilidade, consideradas simultaneamente. Esse foi o objetivo do presente estudo, ao correlacionarem-se componentes da aptidão muscular, isolada e combinadamente, com variáveis do passo, a saber, sua cadência e amplitude. Foram observadas 25 mulheres com idades entre 60 e 86 anos (média=797 anos), fisicamente independentes e cujas condições clínicas não contra-indicassem a realização dos testes propostos. As seguintes variáveis foram estudadas: a) amplitude e cadência do passo (AMP e CAP); b) peso, estatura e altura sentada em um banco com medida padronizada (44cm); b) marcha estacionária de dois minutos (número de repetições) (RESISR); c) força máxima relativa de extensão de joelhos (carga/peso corporal) (FORCAR); e) flexibilidade de SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 72 tornozelo e quadril (graus) (FLEXT e FLEXQ). A AMP e CAP foram comparadas com as variáveis dos componentes de aptidão muscular, por meio de técnicas de correlação simples e multivariada. Os resultados indicaram que: a) AMP e CAP associaram-se significativamente com o conjunto das variáveis de força e flexibilidade, conforme sugerido pela boa correlação canônica (rcan=0,79; p<0,05); b) A AMP teve correlação mais forte com a força máxima e endurance de força que com a flexibilidade de membros inferiores; c) a associação conjunta das variáveis dos componentes de aptidão muscular (FLEXT, FLEXQ, FORCAR e RESISR) com as do passo (AMP e CAP) foi mais forte do que as correlações identificadas para cada variável tomada isoladamente. Com base nos resultados, foi possível propor uma equação para prever a eficiência da marcha a partir dos CAM, exibida no Quadro 1. Quadro 1 – Equações para previsão da eficiência da marcha a partir de componentes da aptidão muscular 2) Estudo comparativo da transição caminhada-corrida em jovens e idosos O valor do exercício físico na prevenção de doenças, em qualquer idade, vem sendo objeto de estudo. No que diz especificamente respeito a indivíduos idosos, além do aspecto epidemiológico, a atividade física surge como fator importante da manutenção da independência funcional. A análise de alternativas para programas de prescrição de exercícios para essa população, portanto, é importante. Para tanto, é preciso aprofundar o conhecimento sobre as respostas fisiológicas em situação de exercício, à medida que se envelhece. Estudos comparativos entre indivíduos jovens e idosos são comuns na literatura. Todavia, tendem a concentrar-se, principalmente, na capacidade para o trabalho de um e outro grupo, seja em termos de potência aeróbia máxima ou relação entre trabalho produzido e consumo de oxigênio em cargas submáximas. As evidências permitem pensar que, apesar de uma tendência à diminuição progressiva da potencia aeróbia máxima com a idade, a capacidade de realização de trabalho em cargas submáximas parece manter-se, ao menos em intensidades abaixo do limiar anaeróbio. Esta peculiaridade permite uma razoável EMB=7,53-0,26(FLEXQ)+0,29(FLEXT)-1,87(FORCAR)-0,05(RESISR) EMF=7(EMB)+76 onde EMB = Escore de Marcha Bruto, EMF = Escore de Marcha Final (r 2 =0,90; SEE=0,35; p<0,0001). SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 75 Esses resultados indicam a necessidade de cuidados especiais para prescrição de treinamento para uma população de idade avançada, para a qual a caminhada acelerada parece ser uma atividade menos extenuante que a corrida, mesmo quando feita de forma lenta. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 76 EVALUATING FUNCTIONAL ABILITY OF OLDER ADULTS Roberta E. Rikli College of Human Development and Community Service California State University, Fullerton Introduction The dramatic growth projections in older adult populations throughout most of the world has important implications for researchers and practitioners everywhere, particularly for those interested in addressing the high cost of disease, disability, and reduced quality of life often associated with aging. Statistics show that even in well-developed countries, one-third of the people over the age of 70 have difficulty performing one or more common everyday activities, such as walking 400 meters, climbing stairs, carrying their groceries, or doing their own house work (Older Americans 2000). Maintaining good physical ability well into the later years contributes to the quality of life for individuals and has important social and economic implications. Not only can high-functioning older adults continue to be productive in the work force and within their communities, but they also are less burden to society in terms of health care costs and social services required. An important concern in studying factors related to maintaining physical ability during aging is the availability of valid assessment tools that can measure the underlying physical parameters associated with mobility, especially measures that are easy to use in the "field" non-laboratory setting. The purpose of this paper is to address the following topics: 1) importance of fitness and fitness evaluation in older adults, 2) procedures for assessing functional fitness in older adults, and 3) interpretation and use of test results. Importance of Fitness and Fitness Evaluation in Older Adults As people are living longer it is becoming increasing more important to ―pay attention‖ to one‘s physical condition and to take steps to prevent or delay the onset of physical frailty. Maintaining adequate strength, endurance, and agility is critical whether later life interests include engaging in active work, playing sports, climbing mountains, or simply being able to perform everyday tasks such as getting out of a chair or bathtub without SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 77 assistance. Studies show that much of the physical frailty commonly associated with aging could be prevented if weaknesses were detected and treated before they lead to an overt loss of functional ability (Lawrence & Jette, 1996; Rikli & Jones, 1997; American College of Sports Medicine, 1998; Morey, Pieper et al., 1998). Administering fitness tests to older adults can be of benefit in several ways including: (1) evaluating the performance of individuals, (2) in program evaluation, and (3) in conducting research. Individual evaluation. Assessing the fitness level of older individuals can help them see how they compare to others in their age group and can help identify weaknesses and plan appropriate activity or therapeutic interventions. By assessing physical performance on multiple occasions, it is possible to determine how a person‘s condition is changing over time. Also, because most people are inherently curious about their own ability level and how it compares to their peers, fitness evaluation can be a very motivating experience. Upon receiving their test results, people often are motivated to begin working towards improving their personal performance. Program evaluation. Whether in a worksite, clinical, research, or recreational setting, health/wellness program leaders increasingly are being asked to provide ―outcome measures‖ to document the effectiveness of their programs. Evidence showing changes in the physical performance of older adults can provide important evidence of a program‘s success. Research. A fitness test developed and validated for older adults can provide important data for research studies on physical performance variables in later years. Fitness tests for seniors can provide baseline scores for longitudinal studies, posttest measures for evaluating intervention effects, and accurate measures for correlational analysis in cross- sectional studies. However, a limitation in the use of fitness testing in the older adult population has been the lack of appropriate tests. To date, most physical performance tests have been developed for younger people and are not appropriate for older individuals without adaptations in testing protocols. In response to the need for a more appropriate battery of fitness tests for older adults, we initiated (at the LifeSpan Wellness Clinic at California State University, Fullerton) a series of studies to develop, validate, and norm a new fitness test battery especially for men and women over the age of 60. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 80 or 'reference points' for evaluating a person's performance relative to some performance goal such as maintaining the ability to perform common everyday activities in later years. Figure 2 provides an overview of each of the Senior Fitness Test items, along with its purpose and a brief description of the test protocol. A full report of the test development and validation procedures has been published elsewhere (Rikli & Jones, 1999a; 1999b; Rikli & Jones, 2001), along with accompanying performance tables and charts. The test items were designed to assess lower body strength, upper body strength, aerobic endurance, lower body flexibility, upper body flexibility, and agility and dynamic balance. The Senior Fitness Test Items—Brief Overview 30-Second Chair Stand Purpose: To assess lower body strength, needed for numerous tasks such as climbing stairs, walking and getting out of a chair, tub, or car. Also reduces the chance of falling. Description: Number of full stands that Can be completed in 30 seconds with arms folded across chest. Arm Curl Purpose: To assess upper body strength, needed for performing household and other activities involving lifting and carrying things such as groceries, suitcases, and grandchildren. Description: Number of bicep curls that can be competed in 30 seconds holding a hand weight of 5 lbs (2.27 kg) for women; 8 lbs (3.63 kg) for men. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 81 6-Minute Walk Purpose: To assess aerobic endurance—important for walking distances, stair climbing, shopping, sightseeing while on vacation, etc. Description: Number of yards/meters that Can be walked in 6 minutes around a 50-yard (45.7 meter) course (5 yds = 4.57 meters.) 2-Minute Step Test Purpose: Alternate aerobic endurance test, for use when space limitations or weather prohibits giving the 6- minute walk test. Description: Number of full steps completed in 2 minutes, raising each knee to a point midway between the patella (kneecap) and iliac crest (top hip bone). Score is number of times right knee reaches the required height. Chair Sit-and-Reach Purpose: To assess lower body flexibility, which is important for good posture, for normal gait patterns, and for various mobility tasks such as getting in and out of a bathtub or car. Description: From a sitting position at front of chair, with leg extended and hands reaching toward toes, the number of inches (cm) (+ or -) between extended fingers and tip of toe. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 82 Back Scratch Purpose: To assess upper body (shoulder) flexibility, which is important in tasks such as combing one‘s hair, putting on overhead garments, and reaching for a seat belt Description: With one hand reaching over the shoulder and one up the middle of the back, the number of inches (cm) between extended middle fingers (+ or -). 8-Foot Up-and-Go Purpose: To assess agility/dynamic balance, important in tasks that require quick maneuvering such as getting off a bus in time, or getting up to attend to something in the kitchen, to go to the bathroom, or to answer the phone. Description: Number of seconds required to get up from a seated position, walk 8 feet (2.44 m), turn, and return to seated position. Figure 2. A brief overview of the Senior Fitness Test items. Adapted by permission from R. E. Rikli and C. J. Jones, 2001, Senior Fitness Test Manual, Champaign, IL: Human Kinetics. 1-800-747-4457. (Web site: www.humankinetics.com) Interpretation and Use of Test Results As a aid in interpreting test results, percentile norms were developed for the Senior Fitness Test based on a study of over 7,000 men and women, ages 60-94. The normative data were collected at 267 different test sites in 21 different states within the United States. All participants were independent-living volunteers who were 89% white and 11% non-white. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 85 scored significantly higher on all test items within all age groups than did people who were less active. In fact, the data suggest that at least 50 percent of the usual declines in physical performance that are observed during aging could be prevented by regular participation in moderate physical activity (Rikli & Jones, 2001). Again, these statistics are in line with those from other studies suggesting that physical exercise can help reduce physical declines during aging by half and can delay age-related functional losses by as much as 10 to 20 years (Lacroix, Guralnik et al., 1993; Stewart, Hays et al., 1994; Seeman, Berkman et al., 1995; Chandler & Hadley, 1996; Morey, Pieper et al., 1998). Finally, the data from the Senior Fitness Study also provided information on fitness scores of people who were highly functional versus those who, through self-report, indicated that they were having difficulty performing many normal everyday activities such as walking 1/2 mile (800 meters), lifting and carrying 10 pounds (4.5 kg), or doing their own house work. These data provided a type of "threshold score" or "reference point" for identifying fitness scores that may indicate being "at risk" for losing functional mobility. Although further research is needed to validate these reference scores, we believe that they provide an important initial attempt at identifying criterion-referenced performance standards for functional ability in older adults. Additional details, along with performance charts showing the threshold cut-points can be found in Rikli and Jones (2001). Summary Although physical fitness traditionally has been mainly a concern of younger people, it is becoming increasing clear that it is equally important for older adults. Adequate physical ability (e.g., strength, endurance, and agility) is needed to perform the common everyday activities required to remain active in the workplace and within the community. A past limitation in studying variables related to physical ability and aging was the lack of appropriate assessment tools for older adults, particularly tests that could be used in the "field" (non-laboratory) setting. Based on this need, a new functional fitness test (The Senior Fitness Test) has been developed and validated for use with adults over 60. The accompanying performance standards (based on data collected on 7,000 Americans) make it possible to evaluate physical performance of older adults compared to other people of their same age and gender. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 86 Recommendation For the Senior Fitness Test to be of maximum benefit in evaluating older adults in countries outside of the United States, it is recommended that normative data be collected on populations of older adults where the test is going to be used. Such data would provide a more relevant frame of reference for interpreting scores of people from other countries and would make it possible to evaluate and compare aging patterns across different international cultures. REFERENCES AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. (1998). ―ACSM Position Stand on Exercise and Physical Activity for Older Adults.‖ Medicine and Science in Sports and Exercise 30: 992-1008. CHANDLER, J. M. and E. C. HADLEY. (1996). ―Exercise to improve physiologic and functional performance in old age.‖ Clinics in Geriatric Medicine 12: 761-784. FRONTERA, W. R. and EVANS, W. J. (1986). ―Exercise performance and endurance training in the elderly.‖ Topics in Geriatric Rehabilitation 2: 17-32. LACROIX, A. Z.; Guralnik, J. M. et al. (1993). ―Maintaining mobility in late life II: Smoking, alcohol consumption, physical activity, and body mass index.‖ American Journal of Epidemiology 137: 858-869. LAWRENCE, R. and JETTE, A. M.. (1996). ―Disentangling the disablement process.‖ Journal of Gerontology: Social Sciences 51B: 5173-5182. MOREY, M. C.; PIEPER, C. F. et al. (1998). ―Physical fitness and functional limitations in community-dwelling older adults.‖ Medicine and Science in Sports and Exercise 30: 715-723. OLDER AMERICANS 2000. (2000). Older Americans 2000: Key indicators of well-being. Hyattsville, MD, Federal Interagency Forum on Aging Related Statistics. RIKLI, R. E. and JONES, C. J. (1997). ―Assessing physical performance in independent older adults: Issues and guidelines.‖ Journal of Aging and Physical Activity 5: 244-261. RIKLI, R. E. and JONES, C. J. (1999a). ―Development and validation of a functional fitness test for community-residing older adults.‖ Journal of Aging and Physical Activity 6: 127-159. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 87 RIKLI, R. E. and JONES, C. J. (1999b). ―Functional fitness normative scores for community- residing adults, ages 60-94.‖ Journal of Aging and Physical Activity 6: 160-179. RIKLI, R. E. and JONES, C. J. (2001). The Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL, Human Kinetics. (Web site: www.humankinetics.com) SEEMAN, T. E.; BERKMAN, L. F. et al. (1995). ―Behavioral and psychosocial predictors of physical performance: MacArthur Studies of Successful Aging.‖ Journal of Gerontology 50: M177- M183. SHEPHARD, R. J. (1997). Aging, physical activity, and health. Champaign, IL, Human Kinetics. SPIRDUSO, W. W. (1995). Physical dimensions of aging. Champaign, IL, Human Kinetics. STEWART, A. L.; HAYS, R. D. et al. (1994). ―Long-term functioning and well-being outcomes associated with physical activity and exercise in patients with chronic conditions in the Medical Outcomes Study.‖ Journal of Clinical Epidemiology 47: 719-730. VANDERVOORT, A. A. (1992). ―Effects of ageing on human neuromuscular function: Implications for exercise.‖ Canadian Journal of Sports Science 17: 178-184. WHITE, T. P. (1995). Skeletal muscle structure and function in older mammals. Perspectives in exercise and sports medicine: Exercise in older adults. D. L. Lamb, C. V. Gisolfi and E. Nadel. Carmel, IN Cooper Publishing Company. 8: 115-174. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 90 repetição máxima (1RM), de 8 a 12 repetições por exercício e uma regularidade de duas a três vezes por semana. A prática de atividade física regular e sistemática aumenta ou mantém a aptidão física da população idosa e tem o potencial de melhorar o bem-estar funcional e, conseqüentemente, diminuir a taxa de morbidade e de mortalidade entre essa população (Okuma, 1998), sendo que o treinamento de força (TF) é o meio mais eficaz de aumentar a força e melhorar a condição funcional nos idoso (Fleck & Kramer, 1998). Verifica-se, portanto, que considerando o processo natural do envelhecimento no organismo humano, as atividades físicas, principalmente o TF, contribuem sobremaneira para a manutenção de uma vida saudável e com qualidade de vida considerável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Exercise and physical activity for older adults. stand position. Medicine & Science in Sports and Exercise, v. 30, n. 6, p. 992-1008, 1998. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Progression model in resistance training for healthy adults. stand position. Medicine & Science in Sports and Exercise, v. 34, n. 2, p. 364-380, 2002. ANIANNSON, A.; GRIMBY, G.; RUNDGREN, A. Isometric and isokinetic quadriceps muscle strength in 70 – year old men and women. Scand J Rehab Med. p. 161-168, 1980. DINÀC, H.; SAVCI, G.; DEMIRCI, A. Quatitative computed tomografy for measuring bone mineral densityin athletes. Calcif Tissue Int, v. 58, n. 6, p. 398-401, 1996. FLECK, S.J.; KRAEMER, W.J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular, 2 a Edição. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda., 1999. FIATARORE-SINGH, M.A. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 854, p. 378- 393, 1998. GREGG, K.H.; Muscle, bone, and the Utah paradim: a 1999 overview. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 32, n. 4, p. 911-917, 2000. GRIMBY, G.; ANIANSSON, A.; HEDBERG, M.; HENNING, G. B.; GRANGARD, U.; KVIST, H. Training can improve muscle strength and endurance in 78 -to 84 – yr - old men. J Appl Physiol, p. 517-523, 1992. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 91 HART, D.J; SPECTOR, T.D. 1993. The relationship of obesity, fat distribuition and osteoarthritis in Women in the general population: the Chingford Study. The journal of Reumatology, p. 331-335, 1993. KING, M.B. e TINETTI, M.E. A Multifactorial Approach to reduce Injurious Falls. Clin Geriatr Med, p. 745-759. 1996. KELLEY, G.A.; KELLEY, K.S; TRANS, Z.V. Resistance training and bone mineral density in women: a meta-analysis of controlled trails. Am J Phys Med Rehabil, v. 80, p. 65-77, 2001. KELLEY, G. Aerobic Exercise and lumbar spine bone mineral density in postmenopausal women: A meta-analysis. Journal of American Geriatrics Society, v. 46, n. 20, p. 143-152, 1998. LEXELL, J.; TAYLOR, C.; SJOSTROM, M. What is the cause of aging atrofy? J Neurol Sci. Nutr, v. 84, p. 275-294, 1988. LEXELL, J. Human skeletal muscle undergoes major structural and functional changes with advancing age. J Nutr., v. 127, p. 1011S-1013S, 1997. MATSUDO, S.M. Evolução da aptidão física e capacidade funcional de mulheres ativas acima de 50 anos de idade de acordo com a idade cronológica. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, Escola Paulista de Medicina – Programa de Pós – Graduação em Reabilitação, 2001. MATSUDO, S.M. Envelhecimento e Atividade Física, Londrina: Editora Midiograf. 2001. OKUMA, S.S. Investigando o significado da atividade física para o idoso. O idoso e a atividade física. 1 a ed. Campinas: Papirus, 1998. ROSSI, E. ; SADER, C.S. Envelhecimento do Sistema Osteoarticular. In: Freitas, E.V. e colaboradores. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, p. 508-514, 2002. SPIRDUSO, W.W. 1980. Physical Fitness, aging and psychomotor speed: a review. Journal Gerontology, p. 850-865, 1980. WILMORE, H.J.; COSTILL, L.D. Physiology of Sport and Exercise, Human Kinetics, 1999. SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 92 ENVELHECIMENTO, ATIVIDADE FÍSICA & SAÚDE Sandra Mahecha Matsudo INTRODUÇÃO Devido a que grande parte das evidências epidemiológicas sustenta um efeito positivo de um estilo de vida ativo e/ou do envolvimento dos indivíduos em programas de atividade física e exercício na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do envelhecimento (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1998), os cientistas enfatizam cada vez mais a necessidade de que a atividade física seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde. Não se pode pensar hoje em dia em ―prevenir‖ ou minimizar os efeitos do envelhecimento sem que além das medidas gerais de saúde se inclua a atividade física. Esta preocupação tem sido discutida não somente nos chamados países desenvolvidos ou do primeiro mundo como também nos países em desenvolvimento como é o caso do Brasil. O Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul tem dedicado atenção especial nos 26 anos de atividades ao estudo da relação entre envelhecimento, atividade física e aptidão física, 81% das pesquisas nesta área têm sido feitas na última década. Dando continuidade a esses estudos científicos dos últimos 15 anos do nosso Centro e pela pouca disponibilidade de dados longitudinais surgiu em 1997 a idéia de iniciar um projeto longitudinal para analisar o efeito do processo de envelhecimento na aptidão física, nível de atividade física e capacidade funcional. Surgiu assim o Projeto Longitudinal de Aptidão Física e Envelhecimento de São Caetano do Sul que inclui a avaliação de variáveis antropométricas e neuromotoras da aptidão física, avaliação da capacidade funcional, mensuração do nível de atividade física, avaliação de variáveis psicológicas (auto-imagem, perfil de estado de humor, depressão) e avaliação da ingestão alimentar (MATSUDO 2000a; 2000b, 2000c; 2001a, 2001b; 2002). SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 95 gordura do tronco, especialmente a abdominal, aumentou significativamente com o avanço da idade. Efeitos da Atividade Física na Composição Corporal Uma das revisões mais completas nos aspectos antropométricos do envelhecimento e sua relação com a atividade física foi a realizada por FIATARONE-SINGH (1998a), que assinalou que a maioria dos estudos transversais sugere que a atividade física tem um papel de modificação das alterações do peso e composição corporal relacionadas à idade. De acordo com a análise da autora, os sujeitos que se classificam como mais ativos têm menor peso corporal, índice de massa corporal, porcentagem de gordura corporal e relação cintura/quadril do que os indivíduos da mesma idade sedentários. É interessante o posicionamento da autora em relação ao acúmulo e distribuição da gordura corporal, em que considera que a modificação dessas variáveis que acontece com incrementos generalizados da atividade física (como caminhada) pode ser explicada por alterações no balanço energético durante muitos anos, ao contrário do que acontece com a massa muscular que requer adaptações mais específicas obtidas com atividades de alta resistência. De acordo com os dados apresentados por FIATARONE-SINGH (1998a), a maioria das revisões e meta-análises apresenta poucas evidências de que o exercício isoladamente contribua para modificar significativamente o peso e a composição corporal em idosos normais. Da mesma forma, nos idosos obesos faltam estudos metodologicamente adequados que permitam concluir que o exercício aeróbico sem restrição dietética pode reduzir significativamente o peso corporal, a porcentagem de gordura corporal, a adiposidade central ou o perfil de lipídeos. No entanto, algumas das evidências apresentadas por HURLEY e HAGBERG (1998) mostram que tanto o treinamento aeróbico como o treinamento de resistência provocam redução dos estoques de gordura em homens e mulheres idosos, mesmo sem restrição calórica. De acordo com os autores, os dois tipos de treinamento são efetivos em diminuir os estoques de gordura intra-abdominal de pessoas idosas e, surpreendentemente, o treinamento aeróbico não resultou em um impacto muito maior que o treinamento de força, o que poderia ser explicado em parte pelo aumento da taxa metabólica de repouso com este último tipo de treinamento, mecanismo ainda controverso. Fazendo também uma análise crítica dos resultados disponíveis na literatura, GOING et al. (1995) enfatizaram que a maioria dos estudos comparativos conclui que os sujeitos idosos fisicamente ativos ou que treinam apresentam porcentagens menores de gordura SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 96 corporal, valores menores de dobras cutâneas do tronco e menor circunferência da cintura, embora muitos desses dados podem ter vindo de estudos com limitações metodológicas importantes na seleção da amostra. Da mesma forma, mais recentemente FIATARONE- SINGH (1998) relatou resultados conflitantes em relação ao efeito do exercício físico na porcentagem de gordura corporal de indivíduos idosos: diminuição, sem alteração e até aumentos de gordura em 10 anos contínuos de treinamento de endurance em idosos. Baseados nestas experiências a literatura nesta área é limitada pela falta relativa, ao nosso conhecimento, de dados especialmente em mulheres na faixa etária acima de 60 anos, com estudos randomizados, controlados e com mensurações adequadas da gordura corporal, que limitam a nossa conclusão sobre o papel que o exercício desempenha na redução da gordura corporal. No entanto, independente destas limitações consideramos que o incremento da atividade física é fundamental no controle do peso e da gordura corporal durante o processo de envelhecimento, podendo também contribuir na prevenção e controle de algumas condições clínicas associadas a estes fatores, como as doenças cardiovasculares, o diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral, artrite, apnéia do sono, prejuízo da mobilidade e aumento da mortalidade como citadas por FIATARONE-SINGH (1998b). Efeitos do Envelhecimento - Nível Neuromuscular Entre os 25 e 65 anos de idade há uma diminuição substancial da massa magra ou massa livre de gordura de 10 a 16% por conta das perdas na massa óssea, no músculo esquelético e na água corporal total que acontecem com o envelhecimento. A perda gradativa da massa do músculo esquelético e da força que ocorre com o avanço da idade, também conhecida como sarcopenia (BAUMGARTNER et al., 1998), tem sido definida por alguns autores como a perda de massa muscular correspondente a mais de dois desvios padrão abaixo da média da massa esperada para o sexo na idade jovem ou para outros com o mesmo critério, em termos de desvio padrão, mas utilizando a massa esquelética apendicular (massa em quilogramas dividida pelo quadrado da estatura). A perda da massa muscular e conseqüentemente da força muscular é ao nosso modo de ver a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo. Por essa razão tem despertado o interesse de pesquisadores a procura das causas e mecanismos envolvidos na perda da força muscular com o avanço da idade e desta forma criar estratégias para minimizar este efeito deletério e manter ou melhorar a qualidade de vida nessa etapa da vida. A sarcopenia é um termo genérico que indica a perda SAFONS, MP; PEREIRA, MM. Educação Física para Idosos: Por uma Prática Fundamentada. 2ª Ed. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007. p. 97 da massa, força e qualidade do músculo esquelético e que tem um impacto significante na saúde pública pelas suas bem reconhecidas conseqüências funcionais no andar e no equilíbrio, aumentando o risco de queda e perda da independência física funcional, mas também contribui para aumentar o risco de doenças crônicas como Diabetes e osteoporose. De acordo com a maioria dos estudos analisados por CARTEE (1994) e PORTER et al. (1995) as conclusões são bem consistentes: o tamanho da fibra do tipo II é reduzido com o incremento da idade enquanto que o tamanho da fibra do tipo I (fibra de contração lenta) permanece muito menos afetada. A atrofia preferencial das fibras do tipo II é a possível explicação de acordo com VANDERVOORT (1992) para o maior risco de fratura traumática do quadril, já que as pessoas que habitualmente caem têm significativamente menor velocidade de andar. Na nossa opinião tal fato se explica por as fibras do tipo II serem também muito importantes na resposta a urgências do dia-a-dia, pois contribuem com o tempo de reação e principalmente de resposta, que assim inviabilizariam uma apropriada resposta corporal para situações de emergência como a perda súbita de equilíbrio. Da mesma forma, a área das fibras do tipo II tem sido encontrada significativamente menor nos membros inferiores do que nos superiores, particularmente nas mulheres, o que indicaria diferenças no processo de envelhecimento e/ou diferenças no padrão de atividade dos membros. A perda da massa muscular é associada evidentemente a um decréscimo na força voluntária, com um declínio de 10-15% por década, que geralmente se torna aparente somente a partir dos 50 a 60 anos de idade. Dos 70 aos 80 anos de idade tem sido relatada uma perda maior que chega aos 30%. Indivíduos sadios de 70-80 anos têm desempenho de 20-40% menor (chegando a 50% nos mais idosos) em testes de força muscular em relação aos jovens. Essa perda do desempenho pode também ser explicada pelas mudanças nas propriedades intrínsecas das fibras musculares. Considerando as informações expostas por ROGERS e EVANS (1993) e BOOTH et al. (1994) podemos concluir que a perda de fibras musculares, motoneurônios, unidades motoras, massa muscular e força muscular começa entre os 50-60 anos; sendo que por volta dos 80 anos idade essa perda alcançaria 50% desses componentes. Parece que os dois maiores responsáveis por este efeito do envelhecimento são o progressivo processo neurogênico e a diminuição na carga muscular, o que poderia levar a hipotetizar que essa atrofia muscular não seria necessariamente uma conseqüência inevitável do incremento da idade. É claro que as pessoas que se mantêm fisicamente ativas têm somente perdas moderadas da massa muscular, mas quanto dessa perda de massa muscular é uma
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved