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A Computação pessoal e o Sistema operacional Linux, Notas de estudo de Cultura

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Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 12/02/2009

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A toda comunidade Software Livre, pela inestimável contribuição com o desenvolvimento de uma sociedade onde o trabalho de cada membro é utilizado em benefício de todos e onde o reconhecimento intelectual e o compartilhamento de conhecimento são as únicas chaves para o sucesso. A todos que colaboraram, direta ou indiretamente, com meu processo de aprendizado, desde o início de minha vida acadêmica e aos autores das obras utilizadas como fonte de pesquisa, sem as quais este trabalho não seria possível. Ao João Fernando Costa Junior, responsável pela Iniciativa Espírito Livre (http://www.espiritolivre.org) e ao Célio Simões, da Net Home Informação e Tecnologia (http://www.simoes.com.br), por apoiarem este material e cederem hospedagem para download do mesmo em seus sites. A todos que publicaram notícias sobre o lançamento desta obra e aos leitores que me enviaram mensagens. SUMÁRIO NOTAS INICIAIS......................................................................................................................3 LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................10 INTRODUÇÃO........................................................................................................................14 1 – O SISTEMA OPERACIONAL LINUX.............................................................................16 1.1 – Origens de Unix e Linux.............................................................................................16 1.1.1 – Origem do Unix e sua relação com a Internet.....................................................16 1.1.2 – GNU, Free Software Foundation e o kernel de Linus Torvalds..........................17 1.1.3 – Kernel modular e monolítico...............................................................................18 1.2 – Motivação para migrar para Linux..............................................................................19 1.2.1 – Segurança.............................................................................................................19 1.2.2 – Custo....................................................................................................................20 1.2.3 – Disponibilidade de programas.............................................................................20 1.2.4 – Suporte e Desenvolvimento.................................................................................21 1.3 – Estrutura e regras básicas do sistema Linux................................................................21 1.3.1 – A estrutura de arquivos em Linux.......................................................................22 1.3.2 – Principais diretórios em Linux e sua utilização...................................................23 1.3.3 – Permissões de acesso a arquivos e diretórios......................................................25 1.3.4 - Comandos úteis....................................................................................................26 1.4 – Suporte a hardware no Linux......................................................................................27 1.4.1 – Unidades de armazenamento e mídia externa.....................................................28 1.4.2 – Unidades SCSI.....................................................................................................29 1.4.3 – Disquetes.............................................................................................................29 1.4.4 – Sistema de áudio e multimídia.............................................................................29 1.4.5 – Portas seriais e paralelas......................................................................................30 1.4.6 – Placas de vídeo com aceleração 3D.....................................................................30 1.5 - Como buscar ajuda nos programas e na Internet.........................................................31 2 – A DISTRIBUIÇÃO DEBIAN GNU/LINUX.....................................................................34 2.1 – O Projeto Debian.........................................................................................................35 2.2 – Os pacotes e seu gerenciamento no Debian GNU/Linux............................................36 2.2.1 – Os pacotes no Debian GNU/Linux......................................................................36 2.2.2 – Gerenciamento de pacotes...................................................................................37 2.2.3 – Instalação básica de um aplicativo pelo método apt............................................38 2.2.4 - O arquivo sources.list...........................................................................................40 2.3 – Sistema de distribuições Debian (Debian Releases)...............................................42 2.3.1 – Unstable...............................................................................................................42 2.3.2 – Testing.................................................................................................................42 2.3.3 – Frozen..................................................................................................................43 2.3.4 – Stable...................................................................................................................43 2.3.5 – Codinomes das distribuições Debian...................................................................44 2.4 – Motivações para utilização de Debian GNU/Linux....................................................44 3 – AMBIENTE COMPUTACIONAL....................................................................................47 3.1 – Requisitos de Hardware para Debian GNU/Linux......................................................47 3.2 – Instalação do sistema Debian GNU/Linux..................................................................48 3.2.1 – Obtenção das mídias de instalação......................................................................48 3.2.2 – Iniciar a instalação de Debian GNU/Linux 4.0...................................................49 3.2.3 – Seleção de idioma e país de localização..............................................................50 3.2.4 – Indicação do tipo de teclado................................................................................52 3.2.5 – Configuração de rede, hostname e domínio........................................................53 3.2.6 – Particionamento de discos...................................................................................56 3.2.7 – Escolha de fuso horário.......................................................................................64 3.2.8 – Definição da senha de root e criação de usuário comum.....................................64 3.2.9 – Finalização da instalação e gravação do gerenciador de partida.........................67 3.10 – Adicionar CDs ao repositório e instalar Synaptic.................................................68 4 – AMBIENTE GRÁFICO EM LINUX.................................................................................70 4.1 – Xfree e X.org...............................................................................................................70 4.2 – Gerenciadores de janelas tradicionais.........................................................................71 4.2.1 – Blackbox / Fluxbox.............................................................................................71 4.2.2 – Enlightenment......................................................................................................71 4.2.3 – Icewm e FVWM..................................................................................................71 4.2.4 – XFCE...................................................................................................................72 4.2.5 – Windowmaker.....................................................................................................72 4.2.6 – Gerenciador de janelas 3D Compiz Fusion..............................................................72 4.2.7 – Ambiente gráfico GNOME.....................................................................................75 5 – AMBIENTE GRÁFICO KDE............................................................................................77 5.1 – Requerimentos para KDE............................................................................................77 5.2 – Configurações iniciais.................................................................................................78 5.3 – Seleção do idioma do sistema.....................................................................................79 5.4 – O ambiente de trabalho de KDE..................................................................................80 5.4.1 – Área de trabalho...................................................................................................80 5.4.2 – O painel do KDE.................................................................................................84 5.4.3 – O menu K.............................................................................................................85 5.5 – O Centro de Controle KDE.........................................................................................86 5.5.1 – Administração do sistema....................................................................................87 5.5.2 – Aparência e temas................................................................................................88 5.5.3 – Área de trabalho...................................................................................................90 5.5.4 – Componentes do KDE.........................................................................................92 5.5.5 – Controle de energia..............................................................................................94 5.5.6 – Internet & rede.....................................................................................................94 5.5.7 – Periféricos............................................................................................................96 5.5.8 – Regional & acessibilidade...................................................................................97 5.5.9 – Segurança & privacidade.....................................................................................99 5.5.10 – Som & multimídia...........................................................................................100 5.5.11 – Outras ferramentas de configuração................................................................100 5.5.12 - Instalando novas fontes no sistema..................................................................101 5.5.13 - Alterar o tema de ícones...................................................................................102 5.5.14 - Personalizando os atalhos de teclado...............................................................104 5.5.15 - Exibindo ícones de dispositivos na área de trabalho........................................106 5.5.16 - Alterar o fundo de tela (papel de parede).........................................................107 5.5.17 - Tipos de arquivos e ações.................................................................................109 5.6 – Gerenciador Konqueror.............................................................................................110 5.6.1 – Recursos de navegação......................................................................................110 5.6.2 – Integração com aplicativos nativos....................................................................113 5.6.3 – Recursos de Internet..........................................................................................115 5.6.4 – Ferramentas especiais do Konqueror.................................................................116 6 – APLICAÇÕES PARA INTERNET..................................................................................121 6.1 – Navegador web Iceweasel.........................................................................................121 6.1.1 – Instalação do navegador....................................................................................121 6.1.2 – Recursos de Iceweasel.......................................................................................122 6.1.3 – Configurações de Iceweasel..............................................................................125 6.2 – Comunicador instantâneo Kopete.............................................................................126 6.2.1 – Instalação do Kopete.........................................................................................127 6.2.2 – Configurações para utilização de Kopete com uma conta MSN.......................127 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Exemplo de busca no Google .............................................................................32 FIGURA 2 - Busca de pacotes pela ferramenta apt..................................................................39 FIGURA 3 - Tela inicial para instalação do sistema Debian GNU/Linux................................50 FIGURA 4 - Seleção de idioma para o processo de instalação.................................................51 FIGURA 5 - Seleção de país do utilizador...............................................................................52 FIGURA 6 - Seleção do layout de teclado................................................................................53 FIGURA 7 - Seleção de interface de rede primária..................................................................54 FIGURA 8 - Digitar o nome do computador............................................................................55 FIGURA 9 - Tela de escolha do domínio de rede a que pertence o computador.....................55 FIGURA 10 - Seleção do método de particionamento.............................................................57 FIGURA 11 - Lista de discos rígidos e partições.....................................................................58 FIGURA 12 - Tela inicial de configuração de partição............................................................59 FIGURA 13 - Seleção do tipo de sistema de arquivos para uma partição................................60 FIGURA 14 - Seleção do ponto de montagem de uma partição...............................................61 FIGURA 15 - Finalizar a configuração da partição..................................................................62 FIGURA 16 - Finalizando o particionamento...........................................................................63 FIGURA 17 - Confirmar as mudanças nos discos....................................................................63 FIGURA 18 - Selecionar fuso horário......................................................................................64 FIGURA 19 - Digitar senha do root..........................................................................................65 FIGURA 20 - Digitar o nome completo do usuário comum.....................................................66 FIGURA 21 - Nome de login do usuário comum.....................................................................66 FIGURA 22 - Instalar GRUB na MBR.....................................................................................67 FIGURA 23 - Escrever na tela com fogo usando Compiz Fusion............................................74 FIGURA 24 - Visualização em cubo no Compiz.....................................................................75 FIGURA 25 - Assistente de Configurações para a Área de Trabalho......................................79 FIGURA 26 - Selecionar idioma Português do Brasil..............................................................80 FIGURA 27 - Área de trabalho KDE........................................................................................81 FIGURA 28 - Configurar a área de trabalho.............................................................................82 FIGURA 29 - Janela Sistema no Konqueror............................................................................83 FIGURA 30 - Menu rápido KDE..............................................................................................84 FIGURA 31 - Menu rápido arrastar-e-soltar.............................................................................84 FIGURA 32 - Painel do KDE (barra de tarefas).......................................................................85 FIGURA 33 - Centro de controle (administração do sistema)..................................................87 FIGURA 34 - Centro de controle (aparência e temas)..............................................................89 FIGURA 35 - Centro de controle (área de trabalho)................................................................91 FIGURA 36 - Centro de controle (componentes do KDE).......................................................93 FIGURA 37 - Centro de controle (componentes do KDE).......................................................93 FIGURA 38 - Centro de controle (Internet & rede)..................................................................95 FIGURA 39 - Centro de controle (periféricos).........................................................................96 FIGURA 40 - Centro de controle (regional & acessibilidade).................................................98 FIGURA 41 - Centro de controle (segurança & privacidade)..................................................99 FIGURA 42 - Centro de controle (som & multimídia)...........................................................100 FIGURA 43 - Instalador de fontes..........................................................................................102 FIGURA 44 - Alterar tema de ícones.....................................................................................103 FIGURA 45 - Ajustes avançados em ícones...........................................................................103 FIGURA 46 - Configurar atalhos de teclado..........................................................................104 FIGURA 47 - Configurar um atalho.......................................................................................105 FIGURA 48 - Atalhos globais de KDE..................................................................................105 FIGURA 49 - Menu suspenso de KDE...................................................................................106 FIGURA 50 - Ícones de dispositivos de KDE........................................................................106 FIGURA 51 - Mídia Removível.............................................................................................107 FIGURA 52 - Remoção segura de mídia removível...............................................................107 FIGURA 53 - Trocar fundo de tela (papel de parede)............................................................108 FIGURA 54 - Obter novos planos de fundo com ferramenta KDE........................................108 FIGURA 55 - Tipos de arquivos e associações com programas.............................................109 FIGURA 56 - Konqueror com cinco abas abertas..................................................................111 FIGURA 57 - Dividir a navegação em painéis no Konqueror................................................111 FIGURA 58 - Painéis na visão Esquerda/Direita de Konqueror............................................112 FIGURA 59 - Três formas de visualização de arquivos de Konqueror..................................113 FIGURA 60 - Menu rápido.....................................................................................................113 FIGURA 61 - Visualização de arquivo compactado no Konqueror.......................................114 FIGURA 62 - Reprodução de vídeo em uma aba do Konqueror............................................115 FIGURA 63 - Navegação FTP no Konqueror........................................................................116 FIGURA 64 - Parâmetros para criação de galeria de imagens...............................................117 FIGURA 65 - Galeria de imagens gerada pelo Konqueror.....................................................118 FIGURA 66 - Codificação de CDs com o Konqueror............................................................120 FIGURA 67 - Navegação em abas com Iceweasel.................................................................123 FIGURA 68 - Instalar plugins adicionais em Iceweasel.........................................................123 FIGURA 69 - Opções de busca integradas ao Iceweasel........................................................124 FIGURA 70 - Aceitar extensão...............................................................................................124 FIGURA 71 - Janela de configurações de Iceweasel..............................................................125 FIGURA 72 - Exemplo de instalação de Kopete....................................................................127 FIGURA 73 - Escolha de protocolo para utilização no programa Kopete.............................128 FIGURA 74 - Definição de conta para o protocolo escolhido em Kopete.............................129 FIGURA 75 - Janela principal de Kopete...............................................................................130 FIGURA 76 - Configuração da seção Comportamento de Kopete.........................................131 FIGURA 77 - Seção Aparência das configurações de Kopete...............................................132 FIGURA 78 - Menu Configurações do Kopete.....................................................................133 FIGURA 79 - Configuração de plugins de Kopete.................................................................134 FIGURA 80 - CamStream.......................................................................................................136 FIGURA 81 - Ajustar webcam em Kopete.............................................................................136 FIGURA 82 - Dados para criação de conta no Evolution.......................................................138 FIGURA 83 - Configuração para recebimento de e-mails no Evolution................................139 FIGURA 84 - Tela inicial do cliente de e-mails Evolution....................................................140 FIGURA 85 - Rótulos no Evolution.......................................................................................141 FIGURA 86 - Cadastro de contato no Evolution....................................................................142 FIGURA 87 - Adicionando compromisso no Evolution........................................................143 FIGURA 88 - Agenda de compromissos de Evolution...........................................................144 FIGURA 89 - Tarefas no Evolution........................................................................................145 FIGURA 90 - Configurações gerais de Evolution..................................................................146 FIGURA 91 - Adicionar fonte de notícias no Akregator........................................................147 FIGURA 92 - Parâmetros para nova fonte de notícias...........................................................148 FIGURA 93 - Exibição de fonte de notícias RSS do portal UOL..........................................148 FIGURA 94 - Leitura de matéria completa no Akregator......................................................149 FIGURA 95 - Configurações de Akregator............................................................................150 FIGURA 96 - Configuração de KTorrent...............................................................................151 FIGURA 97 - Janela principal de KTorrent............................................................................153 FIGURA 98 - Janela de configurações de Skype...................................................................155 FIGURA 99 - Skype com uma conversação ativa..................................................................157 FIGURA 100 - Configuração do sistema ALSA para captura de som...................................158 FIGURA 101 - Volume do som em KMix.............................................................................159 FIGURA 102 - Conexão à Internet discada............................................................................161 FIGURA 103 - Interface principal de BrOffice.org Writer....................................................166 FIGURA 104 - Configurações de BrOffice.org Writer..........................................................167 FIGURA 105 - Estilo de página em OpenOffice.org Writer..................................................168 FIGURA 106 - Janela principal de BrOffice.og Calc.............................................................169 FIGURA 107 - Janela principal de BrOffice.org Impress......................................................170 FIGURA 108 - Janela principal de BrOffice.org Draw..........................................................171 FIGURA 109 - Janela principal de BrOffice.org Base...........................................................171 FIGURA 110 - Criação de fórmula no BrOffice.org Math.....................................................173 FIGURA 111 - Geração de arquivos PS no BrOffice.org Writer...........................................174 FIGURA 112 - Exportação de documentos em formato PDF no Writer................................175 FIGURA 113 - Kontact exibindo informações de KMail.......................................................176 FIGURA 114 - Janela principal de Planner............................................................................177 FIGURA 115 - Demonstração de Scribus...............................................................................178 FIGURA 116 - Janela principal de Kivio...............................................................................179 FIGURA 117 - Janela principal do software Dia....................................................................180 FIGURA 118 - Janela principal de KMyMoney.....................................................................181 FIGURA 119 - Configurações de KMyMoney.......................................................................182 FIGURA 120 - Reprodução de áudio em Amarok.................................................................184 FIGURA 121 - Editar informações em Amarok.....................................................................185 FIGURA 122 - Escolher informações da faixa.......................................................................186 FIGURA 123 - Buscar capa do álbum com Amarok..............................................................187 FIGURA 124 - Capa encontrada por Amarok........................................................................187 FIGURA 125 - Letra de música recuperada por Amarok.......................................................188 FIGURA 126 - Noatun............................................................................................................189 FIGURA 127 - Janela principal de KAudioCreator................................................................190 FIGURA 128 - Codificação de áudio pelo Konqueror...........................................................191 FIGURA 129 - Mplayer reproduzindo um filme....................................................................192 FIGURA 130 - Janela principal de Kaffeine..........................................................................193 FIGURA 131 - Menu Kaffeine...............................................................................................194 FIGURA 132 - Reprodutor de mídia Xine..............................................................................195 FIGURA 133 - Interface principal de XVidCap.....................................................................199 FIGURA 134 - Janela principal de K3B.................................................................................200 FIGURA 135 - Backup de DVD com K9Copy......................................................................202 FIGURA 136 - Configurar K9Copy.......................................................................................203 FIGURA 137 - Janela de ferramentas de GIMP.....................................................................205 FIGURA 138 - Janela de trabalho de GIMP, com menu suspenso ativado............................206 FIGURA 139 - Aplicação do Script-Fu Trançar sobre uma imagem.....................................207 FIGURA 140 - Janela de preferências de GIMP....................................................................208 FIGURA 141 - Inkscape: Lamborghini Gallardo, por Michael Grosberg..............................209 FIGURA 142 - Snapshot de janela sem bordas......................................................................211 FIGURA 143 - Área de trabalho de Blender..........................................................................213 FIGURA 144 - Picasa do Google...........................................................................................214 FIGURA 145 - Repositórios de APT ajustados por Synaptic.................................................216 FIGURA 146 - Interface de F-Spot........................................................................................217 FIGURA 147 - Lista de câmeras digitais de Digikam............................................................218 FIGURA 148 - Janela principal de Digikam..........................................................................219 FIGURA 149 - Ação para dispositivo USB............................................................................220 FIGURA 150 - Arquivos presentes no dispositivo portátil de áudio......................................221 FIGURA 151 - Frozen Bubble................................................................................................223 FIGURA 152 - Ksokoban: o almoxarifado japonês................................................................224 FIGURA 153 - Jogo educativo KAtômico.............................................................................224 FIGURA 154 - Penguin Racer................................................................................................228 geralmente exigem pagamento de licenças por sua utilização - e livres – sistemas que podem ser utilizados sem o pagamento de licenças. Praticamente todos os sistemas operacionais livres também são de fonte aberta (open source), o que significa que o código fonte do sistema é disponibilizado ao usuário. O sistema operacional livre focado neste trabalho é GNU/Linux, sob a distribuição do projeto Debian. Desde sua criação, o sistema Linux sempre foi considerado um sistema operacional de difícil utilização por pessoas com pouco conhecimento técnico sobre computação. Esta crença fez com que o sistema fosse adotado muito mais em servidores de empresas do que em computadores pessoais de usuários domésticos, onde o reinado dos sistemas proprietários se estabeleceu. Nos últimos anos, isto desencadeou uma busca, por parte dos desenvolvedores de Linux, pela criação de distribuições do sistema com ferramentas mais amigáveis ao utilizador e mais compatíveis com os hardwares dos PCs domésticos. Desde o ano de 2005, o Governo Federal do Brasil tem incentivado a comercialização de computadores pessoais com o sistema Linux instalado. A força conjunta entre desenvolvedores independentes e os governos de diversos países está tornando cada vez mais possível a adoção do Linux nos desktops dos usuários domésticos e de empresas. Os sistemas operacionais proprietários, utilizados na grande maioria dos computadores pessoais no Brasil, quase sempre não possuem licença de uso por parte de seus utilizadores, estando estes sujeitos a multas por uso de software ilegal. O preço da licença de um sistema operacional proprietário é alto se relacionado com o poder aquisitivo da sociedade brasileira de forma geral. Este fator encarece o processo de aquisição de um microcomputador com software legalizado para as famílias de média e baixa rendas, onde o Linux entra em cena, barateando consideravelmente os custos. Mesmo contando com um conjunto completo de ferramentas alternativas gratuitas e livres (que podem permitir a obtenção dos mesmos resultados de ferramentas proprietárias), o sistema Linux tem encontrado certa dificuldade para atingir os computadores pessoais. O presente trabalho pretende demonstrar funcionalidades e ferramentas em um desktop Linux, identificando programas que atendem satisfatoriamente às necessidades de um usuário comum, em termos de obtenção de resultados, facilidade de operação e compatibilidade com softwares proprietários. Este livro destina-se principalmente aos usuários iniciantes em Linux, por este motivo, preocupa-se em demonstrar programas sem maiores aprofundamentos técnicos e prioriza o uso da interface gráfica em vez da linha de comandos. 1 – O SISTEMA OPERACIONAL LINUX O Linux é um sistema operacional de código fonte aberto, derivado do Unix e poderoso o suficiente para ser adotado em servidores do mundo todo para as mais diversas tarefas. Por este motivo, durante vários anos, os usuários de computadores pessoais acreditavam que a utilização de Linux estava reservada a administradores de redes e servidores. De fato, durante um bom tempo, a grande preocupação dos desenvolvedores era somente com as funcionalidades de servidor oferecidas pelo Linux. Felizmente, um grande esforço tem sido realizado pela comunidade de software livre em geral para tornar o Linux uma alternativa bastante atrativa aos usuários de desktops do mundo todo. Este capítulo aborda um pouco da história do Linux e as razões para sua utilização. 1.1 – Origens de Unix e Linux Devido à sua origem, Linux implementa boas características dos sistemas Unix, como por exemplo, a maioria dos comandos de linha de comando (que são válidos nos dois sistemas operacionais). 1.1.1 – Origem do Unix e sua relação com a Internet Linux deriva de Unix e este, por sua vez, possui ligação com um dos primeiros sistemas de compartilhamento de tempo: o MULTICS (Multiplexed Information and Computing Service – serviço de informações e computação simultâneo), desenvolvido por Bell Labs da AT&T, MIT e General Eletric. A Bell Labs abandonou o projeto, mas dois desenvolvedores, Ken Thompson e Dennis Richie (criador da linguagem C) trabalharam para construir um sistema menor que fosse baseado no MULTICS. Eles achavam que o MULTICS não progredia tão bem quanto gostariam e iniciaram o desenvolvimento de um sistema A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 17 operacional multiusuário que pudesse ser robusto e poderoso e também obtivesse melhor desempenho na execução de pequenos programas (ferramentas). O nome Unix foi dado ao novo sistema por Brian Kernighan, pesquisador da Bell Labs. A AT&T alterou o Unix e lançou o System III, sendo que este foi seguido pelo lançamento do comercial Unix System IV. A empresa enfrentou problemas com a comercialização do sistema Unix e acabou por distribuir o sistema com o código-fonte para as universidades, mas sem garantia. Esta prática deu origem ao termo open source (fonte aberta) e fez com que diversas instituições de ensino e pesquisa pudessem alterar e adaptar o sistema sem problemas jurídicos. Na década de 1980, a AT&T conseguiu comercializar Unix com direitos autorais, mas novamente não obteve sucesso e vendeu os direitos para o SCO Group. Naquela época, a ARPA (Advanced Research Project Agency - Agência de Projeto de Pesquisa Avançada), foi designada pelo Departamento de Defesa dos EUA para criar uma rede de computadores resistente a ataques militares. Esta rede recebeu o nome de ARPANET e utilizava Unix na sua base, pois o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol – Protocolo de controle de transmissão/Protocolo de Internet) era o protocolo utilizado para troca de dados e era montado em Unix. Mais tarde, a ARPANET tornou-se a Internet que é conhecida e os sistemas derivados de Unix ainda constituem um dos mais importantes fatores para o correto funcionamento desta rede. Os sistemas Unix e seus derivados são confiáveis e muito famosos por sua segurança, mas ao contrário do que possa parecer, o alto nível de segurança de Unix não era um dos principais objetivos do projeto de Thompson e Richie. 1.1.2 – GNU, Free Software Foundation e o kernel de Linus Torvalds A idéia de software livre de Richard Stallman (formado em Física pela Universidade de Harvard - EUA) nasceu quando ele ainda era integrante de um grupo de hackers do laboratório de inteligência artificial do MIT. Stallman utilizava uma impressora para colocar no papel os códigos de programação que escrevia e resolvia quaisquer problemas eventuais com o equipamento, pois era conhecedor de seus códigos. Quando a impressora foi substituída, Stallman pediu ao fabricante do novo equipamento os códigos-fontes e não recebeu resposta positiva. Assim, iniciou uma busca por tornar acessíveis os códigos guardados secretamente pelos fabricantes. Surgiu então a idéia de software livre e da Free Software Foundation (Fundação do software livre, comumente referenciada como FSF). Em meados de 1984, Richard Stallman iniciou seus trabalhos em uma parte do projeto GNU, pretendendo criar um grupo de livre compartilhamento de software, pois acreditava que A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 20 maliciosos no computador atingido. Falhas nos aplicativos também fazem os sistemas Microsoft perderem pontos com relação à segurança, como no caso do browser Internet Explorer e controles de tecnologia ActiveX (ambos da Microsoft). Linux possui navegadores de código aberto, mas isto não significa que eles estão livres de falhas, entretanto, como citado anteriormente, a comunidade está sempre trabalhando para corrigir os problemas o mais rápido possível, o que merece um voto de confiança dos usuários. 1.2.2 – Custo Excelentes distribuições de Linux estão disponíveis para download na Internet e sem que se exija pagamento por elas. Outros sistemas, como Microsoft Windows e MACOS (da Apple), custam algumas centenas de dólares e no caso da Microsoft, se um usuário desejar migrar para o mais novo Windows (no momento desta escrita, chamado Vista), deverá considerar o investimento em hardware também. Além da licença do sistema operacional, é preciso considerar também as licenças dos programas que serão utilizados e de antivírus. Em qualquer caso, Linux é imbatível, pois quando um usuário precisar comprar uma mídia de instalação de uma distribuição de Debian GNU/Linux, por exemplo, pagará somente o valor referente à mídia aos revendedores autorizados, o que custará, em moeda brasileira, em torno de R$ 40,00 (menos de $ 20,00 por 3 DVDs ou 22 CDs). É importante lembrar que o custo da mídia é pago somente uma vez e que Debian também está disponível gratuitamente para download. Uma cópia de Microsoft Windows custa em torno de $ 300,00 e de MACOS X, $ 400,00. Sobre os programas a serem utilizados em Linux, a maioria dos aplicativos é liberada de forma gratuita e com código fonte, sob a GPL. 1.2.3 – Disponibilidade de programas Para realizar as tarefas possíveis em outros sistemas operacionais, os usuários de Linux têm à sua escolha uma vasta gama de aplicativos livres. Boa parte destes aplicativos estão disponíveis nas mídias de instalação das distribuições (Debian 4.0 conta com mais de 18200 pacotes de software). Os bons aplicativos construídos para GNU/Linux tendem a ser compatíveis com formatos proprietários de outros sistemas e também buscam manter a facilidade de uso dos programas comerciais. Infelizmente, em alguns casos, a compatibilidade não é total, devido à A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 21 característica do código fechado dos programas comerciais, que dificulta o desenvolvimento de softwares livres compatíveis. Normalmente, as comparações entre aplicativos referem-se ao Linux e Windows. Um bom exemplo de programas substitutos e compatíveis quase totalmente são as suítes de escritório Microsoft Office e OpenOffice.org. Os navegadores Mozilla Firefox, Opera e Konqueror são três das alternativas em Linux ao Internet Explorer da Microsoft. Programas para desenho como O GIMP e Inkscape, visam substituir Photoshop, Fireworks e CorelDraw. A grande vantagem dos aplicativos de Linux é que estes sofrem atualizações mais freqüentes, além de serem gratuitos. Para um usuário que está migrando de outro sistema operacional, é fundamental que conheça os programas substitutos para que possa adaptar-se ao uso de Linux sem sentir a falta de alguns aplicativos essenciais ao seu trabalho diário. 1.2.4 – Suporte e Desenvolvimento O suporte para Linux pode ser vendido por algumas distribuições ou pode ser obtido diretamente na Internet, através dos inúmeros sites dedicados à solução de problemas dos mais variados níveis de dificuldade. A documentação existente para Linux é tão boa quanto à documentação existente para Microsoft Windows. Milhares de páginas de manuais são criadas pela comunidade de software livre, com explanações sobre a instalação de programas, configurações e utilização geral do sistema e seus aplicativos. Em Linux, é possível entrar em contato com os desenvolvedores e relatar falhas encontradas nos códigos dos aplicativos ou durante a utilização dos mesmos, obtendo uma resposta rápida e precisa acerca do assunto tratado. Assim, o suporte e o desenvolvimento caminham juntos na comunidade de software livre, pois a cada falha relatada, uma correção é desenvolvida e liberada. Em alguns casos, o desenvolvimento de novas versões de aplicativos (para solucionar problemas dos usuários ou para melhorar a funcionalidade dos softwares) inspira os fabricantes de programas proprietários, como é o caso do sucesso dos navegadores com abas, funcionalidade já conhecida nos browsers de Linux e que foi implementada posteriormente no Internet Explorer. Os ciclos de lançamento de novas versões de Linux e de seus aplicativos são mais curtos do que os de lançamento de outros sistemas, como Microsoft Windows, por exemplo. 1.3 – Estrutura e regras básicas do sistema Linux A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 22 Conhecer um sistema operacional por completo, entendendo todos os recursos oferecidos pelo mesmo, pode levar anos de estudo e utilização. O Linux oferece muitas ferramentas para desktops e servidores e tem um grande e importante grupo de comandos de shell (interface de linha de comando), no estágio de desenvolvimento das distribuições atuais, os comandos chegam a ser dispensáveis aos usuários iniciantes que gostam de facilidade, salvo alguns essenciais. Com o tempo e a prática, se as necessidades surgirem, os usuários entenderão os motivos de se falar tanto no poder do shell, mas é importante que os usuários conheçam pelo menos a estrutura básica do sistema para um primeiro contato com Linux. 1.3.1 – A estrutura de arquivos em Linux O sistema de arquivos de Linux esconde os detalhes dos discos, apresentando ao usuário um modelo que não depende dos dispositivos físicos que armazenam a informação, ou seja, os arquivos não precisam pertencer à mesma unidade de disco. Por exemplo, quando um usuário visualiza a estrutura de arquivos, enxerga diretórios do sistema como /etc, /var e criados por ele mesmo, como /dados. Cada um destes diretórios pode estar em um disco diferente, mas todos serão vistos como se estivessem em um mesmo dispositivo. O modelo lógico de organização baseia-se no conceito de diretório, onde os arquivos são organizados em diretórios (pastas, em outros sistemas operacionais) e cada diretório pode possuir vários subdiretórios e conter diversos arquivos. O conjunto de diretórios e arquivos forma um sistema de arquivos raíz, ou “árvore” de diretórios. Em Linux, todos os diretórios possuem nomes formados por letras, números ou símbolos (exceto o diretório raiz, representado por / e chamado de “barra”, “slash”, “raiz” ou “diretório raiz”). O diretório raiz encontra-se no topo da hierarquia e possui diversos subdiretórios, como /etc, /var e /usr. Esses subdiretórios também são subdivididos, como em / etc/init.d/ e /usr/local/bin/. Chama-se de árvore de diretórios a representação do conjunto de diretórios e subdiretórios da hierarquia do sistema. Quando se deseja apontar para um arquivo em Linux, às vezes é necessário informar a seqüência completa de subdiretórios que devem ser percorridos a partir de / para se chegar ao arquivo, o que se chama de “nome de arquivo totalmente qualificado”, “caminho absoluto” ou simplesmente “caminho”. Por exemplo, se um usuário deseja referenciar um arquivo que está no diretório /usr/local/bin e é chamado de iceweasel, o nome do arquivo é simplesmente iceweasel, mas o caminho (path) ou nome absoluto é /usr/local/bin/iceweasel. Uma barra (/) sempre é colocada entre cada nome de diretório ou arquivo para identificar uma ramificação (note que em Linux usa-se uma barra comum, ao contrário de Microsoft Windows, que usa A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 25 1.3.3 – Permissões de acesso a arquivos e diretórios Todos precisam de uma conta de usuário para interagir com um sistema Linux e cada conta tem privilégios que variam de acordo com o comando ou diretório utilizado. As contas são organizadas em grupos e por padrão, os usuários com o nome igual ao do grupo são os únicos membros dele. Um grupo é criado automaticamente quando se adiciona um usuário ao sistema, mas é possível organizar usuários em novos grupos, podendo configurar direitos e privilégios tanto individualmente como por grupos. Por exemplo, o grupo simba possui como membro o usuário simba, que por sua vez, pode pertencer a outros grupos do sistema como um grupo chamado de usuariosVIP. Assim, as permissões do usuário simba, do grupo simba e do grupo usuariosVIP são aplicáveis ao usuário simba. Para prover segurança e integridade ao sistema, Linux possui um esquema de permissões de acesso para cada arquivo ou diretório, que são especificadas separadamente para três categorias de usuários: ● o usuário que é dono do arquivo (user); ● usuários que fazem parte do grupo ao qual o arquivo pertence (group); ● todos os outros usuários (other). Para arquivos, cada permissão correspondente possibilita: ● ler (read): para examinar o conteúdo do arquivo; ● escrever (write): para modificar o arquivo; ● executar (execution): para executar o arquivo como um comando. Para os diretório, cada permissão correspondente possibilita: ● ler: para listar o conteúdo do diretório; ● escrever: para adicionar ou remover arquivos no diretório; ● executar: para acessar arquivos no diretório. A permissão de execução no diretório significa também que é permitida a visualização dos atributos dos arquivos pertencentes a ele. Estes atributos podem ser resumidos como sendo o tamanho de cada arquivo e a data e hora de sua última modificação. Em um ambiente gráfico, é fácil identificar as permissões aplicadas sobre determinado arquivo, mas em uma interface de linha de comando, existem algumas definições que devem ser elucidadas. Quando se executa o comando “ls -l” (sem aspas) em um terminal, uma saída é obtida semelhante ao seguinte exemplo: drwxr-xr-x 2 simba simba 640 2007-01-30 12:37 Diversos Temas-1 -rw-r--r-- 1 simba usuariosVIP 3676526 2007-01-30 11:48 Ameno_Remix.ogg -rw-r--r-- 1 simba simba 8003790 2007-01-25 16:42 Conquest_of_Paradise.ogg -rw-r--r-- 1 simba simba 3725989 2007-01-23 10:57 Don't_Worry_Be_Happy.ogg A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 26 O primeiro caractere da linha representa o tipo de arquivo. Se este caractere não for um hífen, então não é um arquivo normal, podendo ser um diretório (se o caractere for “d”) ou um vínculo (l), ou outros tipos de arquivos. As permissões do arquivo são representadas pelos próximos nove caracteres, três caracteres para o dono, mais três para o grupo proprietário e mais três para todos os outros usuários do sistema, respectivamente. Em seguida, tem-se o número de ligações diretas (hard links) para o arquivo, o nome do usuário que é o dono do arquivo, o nome do grupo ao qual o arquivo pertence, o tamanho do arquivo em bytes (usar o modificador -h no comando para que o tamanho do arquivo seja exibido de uma forma mais amigável), a data e hora do arquivo e o nome do mesmo. Os caracteres r, w e x, significam ler, escrever e executar, nessa ordem. Se for considerada a segunda linha da saída do comando citado, para usuário simba (dono do arquivo), tem-se os três primeiros caracteres como “rw-” (pode ler e escrever, mas não executar), para o grupo usuariosVIP tem-se “r--” (apenas leitura) e para os demais usuários a mesma permissão de usuariosVIP (r--). 1.3.4 - Comandos úteis Apesar de contar com ferramentas gráficas muito boas, o verdadeiro poder de Linux encontra-se nas linhas de comandos. Através de um shell é possível realizar tarefas que muitas ferramentas gráficas não conseguiriam e além disso com muita eficiência e velocidade. Os comandos geralmente possuem modificadores, que são argumentos (letras ou palavras) digitados após os nomes dos comandos para que se obtenha resultados diferentes e adaptados às diversas necessidades. Por exemplo, o comando “ls”, utilizado para listar os arquivos em um diretório, se digitado desta forma apenas exibe os arquivos sem detalhes, além de não exibir arquivos ocultos no diretório. Os modificadores l, a e h realizam as tarefas de exibir os arquivos em uma lista, os arquivos ocultos e exibir o tamanho dos mesmos em uma forma de fácil leitura por humanos (MB, GB, etc). A ordem dos modificadores neste caso não é importante, desta maneira, o comando completo ficaria: $ ls -lah Aqui serão apresentados apenas alguns comandos básicos do sistema, dentre os muitos existentes. Para obter mais informações sobre os comandos, recomenda-se ao usuário ler as páginas de manuais dos mesmos, digitando # man comando A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 27 Onde “comando” é substituído pelo comando propriamente dito. Para fechar uma página de manual, basta pressionar a tecla q. Segue a breve lista: ● ls: listar arquivos em um diretório. Modificadores mais comuns: l, a, h; ● cd: mudar o diretório de trabalho ativo. Se digitado na sua forma mais simples, leva o usuário ao seu diretório home. Se utilizado com um argumento indicando o caminho absoluto ou relativo de outro diretório, torna este o diretório atual. Exemplo: cd /usr/local, cd /etc/apt, cd .. (um diretório acima), cd ~ (vai para home do usuário também); ● pwd: exibe a informação de qual é o diretório de trabalho ativo no momento; ● mv: mover ou renomear um arquivo. Exemplo: mv /etc/arquivo1 /etc/arquivo2, faz com que o arquivo1 seja renomeado para arquivo2, ao final do comando, arquivo1 deixa de existir; ● cp: copia arquivos entre diretórios. Exemplo: cp /etc/arquivo1 /etc/arquivo2, faz uma cópia de arquivo1 para arquivo2 e ambos continuam existindo ao final da execução do comando; ● rm: remove ou apaga um arquivo. Se utilizado com os argumentos r e f pode apagar um diretório mesmo que contenha dados. Exemplo: rm /etc/arquivo1, apaga arquivo1. Muito cuidado com este comando, pois se utilizado de maneira equivocada com o usuário root pode comprometer seriamente o sistema; ● cat, less e more: utilizados para ler arquivos em formato texto. O cat gera uma saída única, enquanto que less e more geram uma saída que pode ser paginada com as teclas direcionais (setas do teclado); ● ps: exibe um instantâneo dos processos atualmente em execução. Os uso mais comum deste comando é: ps aux, que exibe todos os processos, mesmo de outros usuários; ● top: permite um monitoramento contínuo dos processos em execução, ao contrário de ps que apenas exibe uma página fixa. Para encerrar, basta pressionar q; ● lsmod: exibe os módulos carregados no sistema; ● rmmod (ou modprobe -r): remove um módulo do kernel, por isso exige como argumento o nome do módulo a ser removido, por exemplo: rmmod spca5xx; ● modprobe: carrega um módulo do kernel, por isso também exige o nome do módulo como argumento; 1.4 – Suporte a hardware no Linux A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 30 dispositivos USB de áudio e MIDI), suporte para a utilização de dispositivos de som em conjunto e diferentes dispositivos de som no mesmo sistema também são dignos de destaque. Entretanto, os usuários de desktops precisam de suporte não somente a placas de som, mas também a webcams, adaptadores de rádio/TV e gravadores de vídeo digital. Em todos os casos, o suporte em Linux foi melhorado com o kernel 2.6. O sistema V4L (Video for Linux – Vídeo para Linux), recebeu atualizações durante o desenvolvimento do kernel 2.6, incluindo o suporte a mais funcionalidades das placas de TV e câmeras de vídeo. O kernel Linux 2.6 também inclui o primeiro suporte interno para equipamentos de DVB - Digital Video Broadcasting (Emissão de Vídeo Digital). O DVB é um padrão europeu utilizado por muitas operadoras de TV por assinatura e possibilita, por exemplo, transmitir mais de um programa por canal ao mesmo tempo. Os dispositivos internos utilizados para acesso a recursos multimídia são diversos, em geral, placas de captura de vídeo e webcams são reconhecidas em /dev/video0 e /dev/video1 e as placas de áudio podem utilizar mais de um dispositivo, dependendo do sistema de som instalado (OSS ou ALSA). 1.4.5 – Portas seriais e paralelas As placas de fax-modem, em geral, são divididas em hardmodem e softmodem. As placas do tipo hardmodem utilizam dispositivos de portas seriais, conhecidos em Linux por ttyS0 (COM1), ttyS1 (COM2), etc. Os softmodems, também chamados winmodems, utilizam um dispositivo especial criado pelos drivers para sua instalação. Este tipo de modem possui bom suporte na versão 2.6, mas em algumas distribuições são encontradas dificuldades na sua instalação, devido ao fato de serem hardware específico para determinados sistemas operacionais (Microsoft Windows, de onde vem o nome winmodem). As portas paralelas são referenciadas pelo sistema utilizando os dispositivos lp0, lp1 e no caso das impressoras que utilizam o barramento USB, estes dispositivos ficam localizados em /dev/usb, onde são mantidos as mesmas definições de nomenclatura. 1.4.6 – Placas de vídeo com aceleração 3D As placas de vídeo, de uma forma geral, são bem suportadas em Linux. O hardware é detectado pelo instalador e o driver básico é instalado automaticamente, entretanto, a aceleração 3D destes dispositivos (importante para a utilização de jogos e softwares de A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 31 trabalhos gráficos) é suportada por drivers específicos dos fabricantes do hardware. As principais fabricantes de placas deste tipo desenvolvem drivers de seus produtos para Linux. Infelizmente, os códigos-fontes destes drivers são indisponíveis à comunidade, o que impede um melhor trabalho na construção de tais programas pelos desenvolvedores de Linux. Dentre os fabricantes mais conhecidos, como ATI (comprada pela AMD) e nVidia, este último é o que oferece melhor suporte à plataforma Linux. Os drivers oferecidos pela AMD/ATI, na ocasião desta escrita, são de instalação mais complexa e não oferecem o devido suporte, obrigando os desenvolvedores da comunidade de Software Livre a criarem alternativas. A compra da ATI pela AMD gerou expectativas nos usuários de Linux no sentido de que o suporte fosse melhorado e depois de algum tempo indecisa, a AMD iniciou um processo de abertura das especificações das placas a partir da R500, permitindo aos interessados desenvolverem drivers de código aberto. O descaso de algum tempo da companhia ATI com a comunidade foi irritante para Richard Stallman, que durante uma palestra no MIT por um engenheiro da ATI (Maio de 2006), levantou uma placa com os seguintes dizeres: Don't buy from ATI – enemy of your freedom (Não compre da ATI – inimiga da sua liberdade). A nVidia, ao contrário da concorrente, mostra-se bastante interessada em colaborar com o suporte de suas placas no Linux já há algum tempo, oferecendo drivers de fácil instalação e com suporte mais completo, além de atualizações freqüentes para os mesmos. Os drivers para as placas nVidia encontram-se em um estágio de maturidade muito satisfatório e oferecem uma excelente experiência em suporte 3D no Linux para seus usuários. Para efeito de comprovação, no presente trabalho, uma placa ATI Radeon 9600 SE de 128 MB de memória era o hardware de vídeo existente no sistema. O autor foi obrigado a substituir o dispositivo por uma placa nVidia FX 5500 para que os jogos e efeitos 3D pudessem ser demonstrados. É extremamente válido reforçar que a aceleração 3D no presente trabalho foi habilitada na primeira tentativa com o driver proprietário da nVidia. 1.5 - Como buscar ajuda nos programas e na Internet É muito difícil descrever todas as funcionalidades dos programas e de Debian em um único livro, pois muitos programas merecem livros exclusivos pela quantidade de recursos que oferecem. A primeira coisa que um usuário de software livre deve ter em mente é que seja lá qual for o problema que esteja enfrentando ou a dúvida que tenha, certamente encontrará pessoas A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 32 na comunidade que possuem a experiência necessária para auxiliar ou encontrará muita documentação e tutoriais sobre cada um dos programas que deseja utilizar. Para encontrar manuais de utilização pode acessar o menu Ajuda que a maioria dos os programas possuem. Lá podem ser esclarecidas muitas dúvidas sobre o uso de botões da interface ou configurações dos programas. Algumas vezes, o usuário até conhece de cor as funcionalidades dos botões do programa, mas não sabe exatamente qual o efeito que eles provocam quando pressionados, afinal, a leitura faz com que o usuário memorize os passos, mas somente a prática pode fazer com que ele aprenda e entenda realmente o que está fazendo. Casos como estes podem ser encontrados quando se trata da produção de documentos ou até mesmo na edição de imagens, por exemplo. Os milhares ou talvez milhões de tutoriais, artigos, dicas e revistas digitais espalhados na Internet podem fazer de um programa desconhecido uma ferramenta valiosa para a comunidade. Pois bem, para encontrar estes valiosíssimos documentos nada melhor do que uma boa ferramenta de buscas e alguns bons websites especializados. O autor recomenda o Google como buscador, pois é muito completo em recursos, basta ler a ajuda do próprio site. Além de ser uma boa ferramenta, o Google também possui uma seção destinada aos usuários de Linux, acessível pelo endereço www.google.com/linux, onde os resultados exibidos são mais objetivos. Na FIG. 1 pode ser observada uma busca sobre Inkscape, feita no endereço citado. Outros websites especializados que merecem créditos pela boa quantidade de material FIGURA 1 - Exemplo de busca no Google A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 35 A escolha de uma distribuição vai além da opinião alheia sobre ela, afinal, o que é bom para um usuário pode não ser satisfatório para outro. Como base para escolha, o usuário pode definir o que espera da distribuição e pesquisar na Internet sobre cada item, por exemplo: ● Minhas placas de vídeo, som, rede e modem são suportadas pela distribuição? ● É possível instalar os programas dos quais necessito e consigo fazer isto sozinho? ● Se eu precisar de ajuda, existem comunidades na Internet, fóruns, suporte gratuito ou mesmo pago? Onde encontro documentação sobre o sistema para que possa aprender mais sobre a distribuição? ● E sobre as atualizações do sistema, o desenvolvimento dela é ativo? ● A distribuição é estável ou existem muitas falhas? Conforme a busca é realizada, o usuário notará que algumas distribuições providenciam certas facilidades aos usuários, mas não possuem estabilidade suficiente, outras são leves e estáveis, mas não possuem uma comunidade ativa. No presente trabalho, baseando-se nas características de estabilidade, suporte a hardware, documentação, comunidade ativa e facilidade de instalação de programas, será utilizada a distribuição Debian GNU/Linux, em sua versão 4.0. 2.1 – O Projeto Debian O objetivo do projeto Debian é criar um sistema operacional livre, de alta qualidade, completo e compatível com Unix. Este sistema é conhecido por Debian GNU/Linux ou Debian. O nome Debian foi dado por Ian Murdock, fundador do projeto, sendo uma contração de seu nome com o da sua esposa, Debra. Ian teve participação também na diretoria da Linux Standards Base e da Linux Foundation, onde esteve até Março de 2007, quando foi contratado pela Sun Microsystems para ser o responsável pela evolução das estratégias da empresa no que diz respeito ao Solaris e ao Linux. O Projeto Debian foi criado por Murdock em 1993, inicialmente patrocinado pelo projeto GNU da Free Software Foundation (de 1994 a 1995). No início, compunha-se de uma equipe pequena, não existiam dependências entre pacotes e destinava-se apenas à arquitetura i386. Com o passar do tempo, aumentaram o número de pacotes e de pessoas envolvidas com o projeto, sendo que os números subiram para mais de 15000 pacotes, portados na quase totalidade para mais de 10 arquiteturas, por cerca de 1500 colaboradores. Muitos dos A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 36 aplicativos que compõem o Debian GNU/Linux foram desenvolvidos pelo projeto GNU. Surgindo apenas dois anos depois da criação do kernel de Linus Torvalds, Debian é uma das mais antigas distribuições de Linux e não possui quaisquer ligações comerciais com corporações, sendo todo trabalho feito por desenvolvedores voluntários espalhados pelo mundo. O ciclo para lançamento de novas versões estáveis de Debian aumentou desde a primeira versão devido ao crescimento do projeto, chegando a três anos de uma versão a outra. Para compensar, o Debian, em sua versão 4.0, dispõe de mais de 18200 pacotes, ou seja, softwares pré-compilados e empacotados em um formato amigável, o que faz com que sejam de fácil instalação e provê uma estabilidade ao sistema que é difícil de ser encontrada em outras distribuições. A qualidade do sistema Debian faz com que ele seja uma base sobre a qual novas distribuições podem ser construídas. Alguns exemplos de distribuições baseadas em Debian são Knoppix, Dreamlinux, Kurumin e Ubuntu, cada uma com suas particularidades, mas com a origem comum. 2.2 – Os pacotes e seu gerenciamento no Debian GNU/Linux Qualquer pessoa que já tenha utilizado uma distribuição de GNU/Linux terá observado o componente fundamental da maioria das distribuições: os pacotes. Os pacotes fazem parte de um conceito utilizado no mundo Unix há um bom tempo. Nas distribuições Linux, este conceito adquire um ênfase particular, dado que os sistemas de pacotes levam funcionalidades adicionais, com o interesse de liberar o usuário de tarefas que poderiam ser melhor gerenciadas de forma automática. Deste interesse surgem os conceitos de pacotes que dependem de outros pacotes, pacotes que entram em conflito com outros, etc. Em qualquer caso, é necessário diferenciar entre o que é o sistema de pacotes e o formato de pacotes, para que não haja confusão. 2.2.1 – Os pacotes no Debian GNU/Linux Os pacotes em Debian, de forma resumida, são programas colocados dentro de arquivos identificados pela extensão .deb, que incluem o necessário para a instalação do programa, um sistema de checagem de dependências, scripts de automatização para remoção do pacote, listagem de arquivos e outras informações. Dois tipos de pacotes são distintos em Debian: binário e fonte (source). Os pacotes A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 37 fontes (source) possuem o código original do programa, descrições sobre os arquivos componentes dos pacotes e são compactados, podendo ser manipulados pelo utilitário dpkg- source. Os códigos fontes destes pacotes, quando compilados, geram os pacotes binários. Os pacotes binários são aqueles que contêm arquivos executáveis, de configuração, imagens e documentação. Nativamente, Debian utiliza a extensão .deb para este tipo de pacote e possui a ferramenta dpkg para sua manipulação (instalação, remoção, verificação). Estes tipos de pacotes são os mais comuns entre os usuários, uma vez que facilitam a instalação dos programas. Sem os pacotes, ainda é possível instalar um programa através da compilação do código fonte do mesmo, mas isto dificulta o processo para os iniciantes em Linux. Os pacotes binários em Debian utilizam uma nomenclatura do tipo “nome_VVV- RRR.deb”, onde VVV é o número de versão especificado pelo desenvolvedor original do programa e RRR é o número da revisão Debian, descrito pelo mantenedor Debian do pacote ou por um usuário que faça modificações em quaisquer de seus componentes. Outros formatos de pacotes podem ser utilizados para a instalação de softwares no Debian, como por exemplo, o formato “rpm”, comum ao Red Hat Linux e seus derivados. Para tal tarefa, os pacotes precisam ser convertidos em pacotes “deb”, utilizando o programa alien. 2.2.2 – Gerenciamento de pacotes Para que os pacotes possam ser utilizados e organizados, conjuntos de regras são criados para cada distribuição, informando o local de instalação de serviços do sistema (daemons), quais arquivos de configuração são modificáveis e a relação entre pacotes. Isto recebe o nome de sistema de pacotes. Dentre todas as distribuições de Linux, pode-se dizer que o sistema de gerenciamento de pacotes do Debian GNU/Linux é o mais completo e o que oferece as ferramentas mais interessantes ao administrador de tais sistemas (que no caso de usuários domésticos coincide com o usuário final). A instalação de software pelo sistema de pacotes usa dependências apontadas pelos mantenedores dos pacotes. As dependências ocorrem quando um pacote a ser instalado precisa de outro para seu correto funcionamento. Cada pacote possui um arquivo de controle associado que documenta essas dependências. Por exemplo, o pacote que contém o programa Kopete (comunicador instantâneo) depende, dentre outros, do pacote “kdelibs4c2a” e se um usuário tentar instalar Kopete sem antes instalar o “kdelibs4c2a” e outras dependências, o sistema mostrará uma mensagem de erro de dependência indicando que “kdelibs4c2a” deverá A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 40 Uma vez que tenha encontrado o programa desejado, o usuário pode partir para a instalação do mesmo, digitando: # apt-get install nome_do_programa A ferramenta apt resolverá todas as dependências entre os pacotes e caso algum deles não esteja instalado no sistema, ela automaticamente buscará o mesmo e realizará a instalação completa, sem mais intervenções do usuário. 2.2.4 - O arquivo sources.list Um arquivo muito importante para o sistema APT de Debian é /etc/apt/sources.list. Neste arquivo são indicadas as fontes de onde serão obtidos os pacotes de software a serem instalados no sistema. Muitos programas são disponibilizados nos repositórios Debian e seus espelhos espalhados pelo mundo todo, mas alguns programas são disponibilizados em outras fontes (como é o caso de Picasa do Google) e freqüentemente é necessário adicionar ou remover endereços de repositórios do arquivo sources.list. As linhas neste arquivo indicam não somente o endereço do repositório, mas também apontam quais versões das distribuições Debian devem ser localizadas. A seguir, um exemplo de conteúdo de um arquivo sources.list para uma distribuição Testing. Os repositórios de pacotes podem ter seus endereços alterados, desta maneira, pode ser que algum dos endereços listados abaixo não esteja disponível quando testes forem efetuados. Basta que o usuário procure em fóruns e artigos quais repositórios estão em funcionamento e são de seu interesse. O importante aqui é que se entenda a finalidade do arquivo e sua estrutura básica. # Pacotes Debian (alguns repositórios duplicados propositalmente) deb http://security.debian.org/debian-security testing/updates main deb http://ftp.us.debian.org/debian testing main contrib non-free deb http://ftp.br.debian.org/debian testing main contrib non-free deb http://www.debian-multimedia.org testing main deb http://security.debian.org/ testing/updates main contrib deb http://mirrors.kernel.org/debian/ testing main contrib non-free deb-src http://mirrors.kernel.org/debian testing main contrib non-free deb-src http://security.debian.org testing/updates main contrib deb-src http://ftp.br.debian.org/debian testing main contrib non-free A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 41 # Google software repository deb http://dl.google.com/linux/deb/ stable main # VLC deb http://download.videolan.org/pub/videolan/debian/ sid main # Multimídia deb http://www.debian-multimedia.org sid main deb http://www.debian-multimedia.org experimental main As linhas que possuem um sinal # na frente são linhas comentadas que serão desconsideradas pelo APT. A primeira palavra da linha é deb ou deb-src. No primeiro caso, indica-se um repositório de pacotes binários preparados para instalação e no segundo, código-fonte dos pacotes e alguns arquivos de controle, útil a programadores ou pessoas que gostam de (ou precisam) compilar os programas em seu próprio computador. O segundo argumento é o endereço, que pode ser acessado por protocolos http, ftp, etc. O terceiro argumento indica a distribuição, onde valem os codinomes. Por exemplo, em uma linha “deb http://ftp.br.debian.org/debian/ etch main contrib”, o codinome usado é “etch” e deve existir no endereço citado um diretório ou uma referência com o nome “etch” que aponte para os pacotes desta versão de Debian (4.0). Outra forma de indicar a distribuição é com os termos stable, testing e sid. As indicações main, contrib e non-free significam o tipo de licença dos pacotes. Os pacotes da seção main fazem parte da distribuição oficial Debian, os da seção non-free são pacotes que possuem distribuição restrita e os da seção contrib contém pacotes que podem ser livremente distribuídos mas dependem de pacotes da seção non-free. Mais informações sobre os pacotes das distribuições Debian podem ser encontradas no seguinte endereço: http://www.debian.org/distrib/packages. Outros repositórios podem ser encontrados em www.apt-get.org. Depois de alterar o arquivo sources.list, é preciso executar o comando para que sejam recuperadas as informações sobre os pacotes disponíveis nos repositórios. O comando referido é: # apt-get update A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 42 2.3 – Sistema de distribuições Debian (Debian Releases) Em Debian, uma distribuição é uma coleção de versões específicas de pacotes. De tempo em tempo, uma distribuição é declarada pronta e liberada. As distribuições Debian recebem codinomes para identificar seus diretórios de arquivos nos servidores Debian (geralmente, nomes de personagens do filme Toy Story). Quando uma distribuição é lançada, suas liberações são referenciadas basicamente por três tipos de marcações, cada uma apontando para uma liberação ativa. As marcações unstable (instável), testing (em teste) e stable (estável), identificam o estado do ciclo de liberação. Em alguns casos, existe também a marcação frozen (congelada). 2.3.1 – Unstable Quando são criados novos pacotes e novas versões de pacotes, eles entram no ciclo de lançamento de Debian pela distribuição unstable (instável, codinome SID). Esta contém sempre as mais novas versões de todos os pacotes, o que significa que as mudanças não foram ainda testadas por completo para garantir que instalar estes programas não causará comportamentos inesperados. Uma vantagem de usar a distribuição unstable é estar sempre em dia no projeto de software Debian, porém, seu uso é recomendado somente aos desenvolvedores, devido aos problemas que podem ser causados pela falta de testes. As ocorrências sobre bugs da unstable são relatadas na página web Problemas da Unstable, pelo endereço http://ftp- master.debian.org/testing/unstable_probs.html. 2.3.2 – Testing Uma vez que um pacote esteve na área unstable por alguns dias e testes mostrem que não há erros significativos, ele é importado para a área testing (em teste). Os pacotes nesta área ainda estão abertos à modificações. Os pacotes precisam estar sincronizados em todas as arquiteturas onde eles foram compilados e não podem ter dependências que impeçam sua instalação. Devem também possuir menos erros críticos ao lançamento do que as versões atualmente na unstable. A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 45 com licenças individuais específicas; ● O sistema de manutenção de pacotes de Debian é robusto e único, possibilitando uma atualização de parte do sistema ou dele inteiro sem que arquivos de configuração sejam perdidos e na quase totalidade dos casos, sem que seja necessário reinicializar o computador; ● O desenvolvimento é aberto e dinâmico: várias outras distribuições Linux são desenvolvidas por pequenos grupos ou empresas com fins lucrativos e Debian é a única que é mantida e desenvolvida por voluntários através da Internet, no mesmo espírito do Linux e de outros programas open source. O projeto conta com mais de 1060 mantenedores de pacotes e os desenvolvedores Debian contribuem com a criação de novos aplicativos, empacotamento de software, com relatórios de falhas e suporte aos usuários; ● Devido à característica aberta de desenvolvimento, desenvolvedores do mundo todo colaboram com o projeto Debian. Isto criou a necessidade de ferramentas eficazes de controle e comunicação rápida de falhas (bugs), para acelerar o desenvolvimento do sistema. Existe um estilo formal de envio de falhas pelos usuários, que é acessível de forma rápida por sites da Internet ou e-mail; ● Todos os pacotes Debian obedecem a uma grande especificação de padrões de qualidade, definidos em um documento chamado Política do Debian (Debian Policy). Além disso, Debian 4.0 conta com um bom reconhecimento de hardware e com grandes empresas fornecendo suporte a seus produtos para o sistema. A Dell, por exemplo, fornece uma versão de Debian modificada para oferecer suporte às suas placas controladoras de RAID aos seus clientes. A Hewlett-Packard (HP) fornece vários servidores e estações de trabalho para o Debian e emprega vários desenvolvedores para trabalhar nos ports (porte do sistema para arquiteturas) HPPA e IA-64 do Debian. A empresa também oferece suporte oficial para seus clientes em Debian GNU/Linux. A Sun Microsystems fornece várias máquinas UltraSPARC para o Debian assim como sistemas de demonstração para uso em apresentações comerciais. Debian GNU/Linux não é uma simples distribuição criada por um pequeno grupo de pessoas por diversão ou passatempo, mas é uma grande e respeitada distribuição Linux que pode ser utilizada tanto em servidores como em desktops. A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 46 3 – AMBIENTE COMPUTACIONAL A maioria das distribuições Linux pode ser executada em várias plataformas de hardware e exige poucos recursos computacionais para seu funcionamento. No entanto, alguns recursos do ambiente de computação pessoal possuem requisitos mínimos de hardware para funcionarem satisfatoriamente. Para usuários que possuem computadores modernos esta não é uma preocupação, já que o sistema operacional Debian GNU/Linux é executado perfeitamente e reconhece automaticamente grande parte do hardware instalado. Em alguns casos, é necessário que sejam instalados módulos de suporte a alguns dispositivos, como webcam e ativação de aceleração 3D de algumas placas de vídeo. Nestes casos, uma busca na Internet revela rapidamente os módulos necessários e até mesmo os procedimentos para a instalação dos mesmos. A instalação de sistemas operacionais e sua devida configuração geralmente ficam a cargo das assistências técnicas e/ou revendedores de computadores, não sendo assim, uma preocupação muito grande para o usuário final. O objetivo deste capítulo é descrever a instalação do sistema Debian GNU/Linux 4.0 em um microcomputador. 3.1 – Requisitos de Hardware para Debian GNU/Linux O sistema Debian 4.0 oferece suporte a doze arquiteturas e diversas variações, a saber: Intel x86-based, AMD64 e Intel EM64t, DEC Alpha, ARM e StrongARM, HP PA-RISC, Intel ia64-based, Intel ia64-based, MIPS (big endian), MIPS (little endian), Motorola 680x0, IBM/Motorola PowerPC, Sun SPARC, IBM S/390. Neste trabalho será feita uma instalação de ambiente desktop, utilizando a arquitetura Intel x86-based, uma arquitetura bastante comum, contando com o seguinte hardware: placa- mãe ASUS P4GE-MX, processador Intel Pentium 4 com freqüência de 2.4 GHz, memória RAM Samsung de 512 MB, Placa de vídeo nVidia GEForce FX 5500 com 256 MB de memória, teclado ABNT2, mouse K-MEX óptico com scroll, placa de captura e TV Kozumi, webcam Speed spw-201, discos rígidos IDE com 40 e 80 GB de capacidade, placa de som (onboard) Intel 82801DB, caixas de som com mini SubWoofer Speed, fone de ouvido A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 50 instalação em modo texto. Para selecionar o processo de instalação em modo gráfico, o usuário deve digitar installgui e pressionar Enter. O método installgui é o processo mais simples para a instalação do sistema, pois oferece um assistente que guiará o procedimento passo a passo, orientando o usuário e solicitando uma escolha de sua preferência para cada opção. Para selecionar uma opção, o usuário pode marcá-la com a seta do mouse e depois clicar em continuar ou simplesmente efetuar clique duplo sobre a opção desejada. Outros métodos estão disponíveis, como expertgui, exigindo do usuário uma maior experiência em instalação de sistemas Debian. 3.2.3 – Seleção de idioma e país de localização Após selecionar o método de instalação, algumas perguntas serão feitas pelo assistente para que as configurações básicas do sistema sejam estabelecidas. A primeira solicitação do assistente é o idioma do utilizador. Esta escolha refletirá na linguagem padrão utilizada por Debian após o término da instalação, bem como será utilizada em todas as mensagens do processo. É importante, no caso do usuário final ser brasileiro, escolher o idioma selecionado na FIG. 4 (Portuguese (Brazil)), pois há diferenças nas mensagens e menus do sistema Debian FIGURA 3 - Tela inicial para instalação do sistema Debian GNU/Linux A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 51 quando o idioma chamado apenas Portuguese é selecionado. Este último é recomendado para usuários residentes em Portugal. Algumas diferenças entre os termos utilizados nestes dois idiomas podem ser exemplificadas como ficheiros em vez de arquivos, câmara em vez de câmera, ecrã em vez de tela, atrás em vez de voltar e diversos outras particularidades. Apesar de inteligíveis, estes termos podem confundir um usuário final quando um termo desconhecido para ele for referenciado em uma determinada mensagem do sistema. Para selecionar o idioma, o usuário pode efetuar um clique duplo sobre a opção ou marcá-la e clicar no botão Continue. A próxima solicitação do assistente é o país onde se encontra o utilizador. Uma lista de alguns países que falam o idioma selecionado é exibida e o usuário deverá escolher a sua localização correta para que algumas configurações sejam acertadas. Dentre as definições, estão o fuso horário, um espelho de arquivos Debian no país mais próximo da localização do computador e definições locais do sistema. FIGURA 4 - Seleção de idioma para o processo de instalação A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 52 3.2.4 – Indicação do tipo de teclado O próximo passo para a instalação é a seleção do tipo de teclado que será utilizado no sistema. Muitos layouts (estilos) e idiomas de teclados são suportados pelo sistema Debian GNU/Linux e a detecção automática do hardware deve funcionar na maioria dos casos, trazendo a opção adequada na lista como padrão. A FIG. 6 mostra a seleção de teclado para o padrão do Brasil ABNT2, layout que pode ser reconhecido pela presença da tecla “c” com cedilha. FIGURA 5 - Seleção de país do utilizador A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 55 A próxima seleção consiste em escolher o nome do domínio de rede ao qual o computador pertence. Novamente, em casos de empresas, o administrador da rede deverá escolher o domínio adequado para a estação e um usuário doméstico pode selecionar qualquer nome que lhe agrade. FIGURA 8 - Digitar o nome do computador FIGURA 9 - Tela de escolha do domínio de rede a que pertence o computador A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 56 3.2.6 – Particionamento de discos A próxima etapa da instalação (após alguma detecção de hardware pelo instalador) é a seleção da unidade de disco rígido onde o sistema Debian será instalado. Esta talvez seja a etapa mais complexa e que causa mais receio na maioria dos usuários que estiverem migrando de outros sistemas operacionais para o Linux. Para a execução desta tarefa, é necessário algum conhecimento sobre o sistema de arquivos Linux e sobre a quantidade de memória (discos rígidos e RAM) instalada no computador. A definição do sistema de arquivos Linux é apresentada no CAP. 1 do presente trabalho, enquanto a quantidade de memória RAM pode ser obtida no processo de inicialização do computador ou no programa SETUP. A capacidade do disco ou dos discos rígidos não é uma informação que precisa ser obtida externamente, uma vez que estes dados serão exibidos pelo instalador. É preciso informar ao programa de instalação em qual disco e partição devem ser copiados os arquivos componentes do sistema (em que lugar serão instalados). Este espaço deverá ser antecipadamente reservado e devidamente preparado para a cópia. É neste ponto que entram em cena o particionador e o formatador de discos. O particionador de discos é um utilitário que marca pontos do disco rígido como sendo divisões lógicas, criando assim as chamadas partições. Uma partição é conhecida pelo sistema como um espaço separado, independente do restante do disco. As alterações em uma partição não são refletidas em outras partições do disco, em outras palavras, se os dados dos usuários encontram-se em uma partição e os arquivos do sistema operacional em outra, é possível reinstalar ou até mesmo remover todo o sistema sem que os dados desta partição sejam tocados. Diversos particionadores estão disponíveis para Linux, entre os mais conhecidos destacam-se cfdisk e fdisk para o modo texto e Qparted para o modo gráfico. O sistema Debian 4.0 utiliza o programa Partman para esta tarefa. Depois de dividir o disco da maneira desejada, é preciso preparar os espaços (partições) para a utilização com o programa formatador, que será automaticamente executado e aplicará as mudanças de acordo com a seleção do usuário. Para facilitar o trabalho dos iniciantes, Debian fornece opções de particionamento assistido com algumas configurações pré-definidas para o usuário. A FIG. 10 mostra as opções disponíveis nesta parte da instalação. A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 57 Se o usuário escolher o particionamento assistido, terá três opções: criar partições diretamente no disco rígido (método clássico), criar usando o Gerenciamento Lógico de Volumes (LVM) ou criá-las usando LVM criptografado. Optando por LVM ou LVM criptografado, o instalador criará todas as partições dentro de uma grande partição, permitindo, posteriormente, redimensionar as partições de maneira relativamente fácil. O LVM criptografado exigirá uma chave especial para que a partição grande seja lida, aumentando a segurança dos dados. Em qualquer dos casos de particionamento assistido, o usuário é questionado sobre qual disco deverá utilizar e deve verificar se todos os discos estão listados. Uma vez que o disco será reparticionado e formatado, todos os dados até então contidos nele serão apagados após a confirmação do processo. Basicamente, o que o particionamento assistido faz é criar algumas partições do sistema Linux de acordo com um padrão estabelecido. Por exemplo, para a primeira opção (usar disco inteiro), serão criadas as partições raíz (/) e swap. Para outras definições podem ser criadas as partições /home, /var, /usr, /tmp, raíz e swap separadas. Uma outra opção para o particionamento é a manual. Neste caso, o usuário assume total controle sobre o processo de criação de partições, definindo a quantidade de espaço disponível para cada partição, quais os pontos de montagem para o sistema de arquivos, rótulos e flag de inicialização, além de informar se determinada partição será formatada ou FIGURA 10 - Seleção do método de particionamento A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 60 a ext3 foi efetivado a partir do kernel 2.4 do Linux. O ReiserFS usa uma técnica de armazenamento que permite o acesso rápido aos metadados dos arquivos, além de permitir que os dados sejam gravados próximos aos metadados, possibilitando a leitura de pequenos arquivos com um único movimento do braço de leitura do disco rígido. Também usa uma forma de alocação de espaço que é dinâmica, ou seja, o espaço alocado para um arquivo depende somente do tamanho do mesmo, o que evita desperdícios, pois não há um tamanho fixo de alocação. Como uma analogia, imagine o disco como sendo um galpão onde serão guardados objetos dentro de caixas. Se todas as caixas tiverem o mesmo tamanho, alguns objetos pequenos estarão ocupando um espaço muito grande no galpão, uma vez que sua caixa é do mesmo tamanho da caixa de um objeto bem maior (um lápis e um ventilador, por exemplo). Tanto ReiserFS quanto ext3 oferecem boa proteção contra o comprometimento do sistema de arquivos originado de um desligamento acidental e apesar de ext3 ser muito difundido no mundo Linux, neste trabalho, recomenda-se o uso de ReiserFS, dadas as características apresentadas. Para prosseguir com a configuração da partição, basta que o usuário clique duas vezes sobre o item “sistema de arquivo com journaling ReiserFS”, como mostrado na FIG. 13. Após a seleção do tipo de sistema de arquivos, o usuário é enviado à tela anterior (de FIGURA 13 - Seleção do tipo de sistema de arquivos para uma partição A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 61 configuração da partição). O próximo passo é informar se a partição será formatada ou não. A seleção é feita com duplo clique sobre o item “Formatar a partição”. Se a escolha for sim, todos os dados existentes até o momento na partição serão perdidos. Se a escolha for não, os dados serão preservados, o que seria coerente para uma partição que contivesse os dados dos usuários em casos de reinstalação do sistema. Depois de escolher sobre a formatação ou não da partição, o usuário deve informar qual será o ponto de montagem da partição para o Linux, em outras palavras, como o Linux deverá utilizar a partição. Para que um sistema Linux básico possa funcionar, é necessário que existam pelo menos dois pontos de montagem: a raiz do sistema e a área de troca (swap). Como a configuração que está sendo aplicada neste momento é para a partição ReiserFS com 20 GB de espaço, será definida como sendo a partição raiz do sistema. Clicando sobre o item “Ponto de montagem”, como mostrado na FIG. 14, o usuário tem à sua escolha os pontos listados, devendo escolher a primeira opção para esta partição (raiz). O item “Opções de montagem” deve ser deixado, de preferência, como defaults. Esta opção é útil na montagem de partições com permissões especiais de acesso, por exemplo. O “Rótulo” não precisa ser modificado, será dado como “Pasta Raiz” pelo sistema e “Flag inicializável” é útil quando o gerenciador de partida (GRUB ou LILO) será instalado na partição e não na MBR do primeiro disco. Esta opção pode ser deixada como desligada ou ligada no caso particular desta instalação. FIGURA 14 - Seleção do ponto de montagem de uma partição A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 62 Uma vez que as alterações tenham sido completadas, o usuário deve clicar em “Finalizar a configuração da partição”, como mostrado na FIG. 15. Os passos devem ser repetidos para a configuração das outras partições e para cada uma delas, o usuário deverá selecionar o tipo de utilização que o sistema fará da partição. É recomendável que se configure a área de troca (swap) com o mesmo tamanho da memória RAM instalada ou 1.5 vezes a quantidade de memória RAM. Um detalhe interessante na configuração mostrada na FIG. 16 é a utilização de um dos discos como área para gravação de dados. Isto foi feito para que não se percam os dados no caso de uma reinstalação do sistema. O ponto de montagem deve ser informado manualmente e neste caso foi escolhido como /dados. Os pontos de montagem são vistos no sistema como diretórios que permitirão acesso aos dados da partição. Uma partição (hda3) ficou vazia para futuras instalações de outros sistemas ou versões Debian. FIGURA 15 - Finalizar a configuração da partição A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 65 Devido ao fato de possuir acesso irrestrito aos arquivos de sistema, comandos e configurações, o usuário root geralmente não é utilizado para tarefas comuns como acessar a Internet, ouvir música, assistir a um filme ou escrever uma carta. Para estas tarefas recomenda-se criar um outro usuário, com poderes limitados sobre o sistema. Este será utilizado para todas as tarefas, com exceção das administrativas (instalar novos programas, alterar configurações, atualizar o sistema). Sempre que for necessário privilégios administrativos para executar alguma operação, o usuário deverá fornecer a senha do root, solicitada automaticamente pelo sistema. A correta utilização da política de permissões do Linux em conjunto com a escolha de boas senhas garante que o sistema estará livre de problemas decorrentes da sua utilização, como o usuário acidentalmente apagar um arquivo importante (/etc/fstab, por exemplo). Depois de digitar a senha do root, o instalador solicita o nome completo do usuário que terá privilégios limitados no sistema, como pode ser visto na FIG. 20. FIGURA 19 - Digitar senha do root A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 66 O nome completo pode ser qualquer seqüência de caracteres, não sendo exigido que seja o nome verdadeiro do utilizador. O usuário deverá fornecer também um nome de login e uma senha, que serão utilizados para as tarefas comuns do sistema desktop. FIGURA 20 - Digitar o nome completo do usuário comum FIGURA 21 - Nome de login do usuário comum A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 67 3.2.9 – Finalização da instalação e gravação do gerenciador de partida O assistente de instalação perguntará sobre a existência de um espelho de rede para a instalação. Isto é bastante útil quando se tem um repositório de pacotes local em uma rede onde vários computadores receberão o sistema Debian. Para o caso desta instalação, o usuário deve escolher a opção “Não”. Provavelmente uma tela informando que não foi possível acessar as atualizações de segurança será exibida. Isto se deve ao fato de que o computador ainda não está configurado para acessar a Internet, onde Debian pode buscar as versões mais novas de pacotes. O instalador solicitará então que usuário escolha participar ou não do popularity- contest. Este é um sistema criado para que os desenvolvedores recebam, anonimamente, uma vez por semana, algumas estatísticas sobre a utilização de pacotes para inclur os mais usados nas próximas versões de Debian, nos primeiros CDs. Fica à escolha do usuário habilitar ou não esta opção, isto não influenciará no uso normal do sistema. Para encerrar, são detectados outros sistemas operacionais instalados (se houver) e informado ao usuário sobre a instalação do gerenciador de partida GRUB na MBR do disco rígido. A FIG. 22 mostra a tela de instalação do GRUB. Para o caso desta instalação, o usuário deverá escolher seguramente a opção “Sim”. Um gerenciador de partida é um software que permite aos usuários selecionarem, na inicialização do computador, um de seus sistemas operacionais instalados. Diversos gerenciadores estão disponíveis para Linux, sendo padrão para Debian 4.0 o GRUB (GRand FIGURA 22 - Instalar GRUB na MBR 4 – AMBIENTE GRÁFICO EM LINUX Em Linux, o ambiente gráfico é simplesmente uma camada do sistema e não representa papel fundamental para o funcionamento do mesmo, entretanto, em um ambiente pessoal moderno, a interface gráfica auxilia no trabalho e permite obter trabalhos mais refinados. Há um servidor gráfico chamado X que se encarrega do controle das funções de entrada pelo teclado e mouse e de saída, controlando o acesso à(s) placa(s) de vídeo. Em conjunto com o servidor X trabalham os gerenciadores de janelas, que são responsáveis pelas tarefas comuns como abrir, maximizar, encolher e movimentar as janelas. Em outras palavras, o servidor fornece o devido suporte para que os gerenciadores de janelas possam permitir a interação do usuário com o sistema em Linux. 4.1 – Xfree e X.org Na ocasião desta escrita, estão disponíveis duas versões diferentes do servidor X: O Xfree e o X.org. O Xfree é um projeto que durante algum tempo foi o padrão de muitas distribuições, mas por apresentar certos problemas não resolvidos, motivou desenvolvedores a criarem o X.org, atualmente utilizado como padrão em Debian e várias outras distribuições. Em Linux, a quase totalidade dos programas guardam suas configurações em arquivos de texto puros. O arquivo principal de Xfree é /etc/X11/XF86config-4, e o de X.org é /etc/X11/xorg.conf. Apesar das diferenças de nomenclatura, a estrutura interna dos arquivos é praticamente a mesma. Uma grande vantagem do X é sua capacidade de trabalhar como cliente-servidor, comunicando-se com os programas e com os recursos de vídeo do computador. Desta forma, não importa se um programa está sendo executado localmente ou remotamente, o servidor terá a mesma função e se comportará da mesma maneira. A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 71 4.2 – Gerenciadores de janelas tradicionais Para casos em que o usuário não dispõe de muita memória RAM, existem algumas interfaces gráficas leves e bastante funcionais que disponibilizam os recursos indispensáveis e não comprometem o bom desenvolvimento das atividades. Do grupo de gerenciadores leves, excluem-se KDE e GNOME, que são ambientes desktop completos e são mais exigentes quanto ao hardware. Esta exigência é compensada com os recursos oferecidos pelos ambientes. Para Negus (2006), KDE e GNOME são os mais populares ambientes desktop e podem rivalizar em quaisquer sistemas operacionais, entretanto, para as pessoas que desejam gerenciadores de janelas mais leves, uma variedade de gerenciadores simples estão disponíveis para um bom uso em Linux, citando BlackBox/FluxBox, FVWM, entre outros. 4.2.1 – Blackbox / Fluxbox Ambos são interfaces gráficas simples, leves e rápidas. Blackbox possui poucas dependências de bibliotecas e pode ser executado em diversas plataformas. Também é dotado de bons recursos para configuração de cores e estilos. O FluxBox é derivado do código-fonte do BlackBox (versão 0.61.1) e possui melhorias no aproveitamento da barra de tarefas e funcionalidades, como, por exemplo, possibilidade de organizar as janelas em tabs (guias ou abas) e utilizar a roda do mouse para trocar de ambiente de trabalho, recursos não encontrados no seu predecessor. Há também compatibilidade entre os temas para os dois ambientes. 4.2.2 – Enlightenment Possui um gerenciador de autenticação chamado Entrance, que é mais leve do que KDM do KDE e GDM do GNOME, além suportar os menus de aplicações de ambos. Enlightenment destaca-se também por implementar o suporte a temas. Exige apenas 32 MB de memória RAM do sistema e apenas 2 MB de memória da placa de vídeo. 4.2.3 – Icewm e FVWM Simples, leve e prático, Icewm dispõe de uma interface bastante semelhante à do Microsoft Windows 95, contendo um botão à esquerda da tela e uma barra de tarefas que exibe a hora do sistema. Assim como a grande maioria de programas em Linux, Icewm permite A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 72 personalizações, contando com painéis de configuração IcePref e IceWMConf. O FVWM é um gerenciador de janelas que suporta internacionalização completa (o que se refere aos idiomas do ambiente) e configurações de fontes. Permite sombras nas janelas e títulos laterais (incluindo textos mostrados verticalmente). 4.2.4 – XFCE Neste ambiente há uma barra no centro da tela, na parte inferior, que disponibiliza atalhos para as principais aplicações instaladas no sistema, além de ter suporte aos menus com aplicações do KDE e GNOME. Seu gerenciador de arquivos, o Thunar, possui todos os recursos comuns necessários à navegação do usuário pelo sistema de arquivos. XFCE é um ambiente leve de desktop cujos objetivos são a produtividade, rapidez e baixa utilização de recursos do sistema. XFCE possui uma interface muito bonita, que adota um estilo limpo e provê simplicidade de uso, além de ser bastante estável. Por estes motivos, é o ambiente padrão de várias distribuições de Linux, como Dreamlinux, Slackware e Morphix. Debian GNU/Linux 4.0 também disponibiliza um CD de instalação com o ambiente XFCE integrado. 4.2.5 – Windowmaker Windowmaker foi desenvolvido pelo brasileiro Alfredo Kojima, fazendo sucesso nos sistemas Linux por consumir poucos recursos de máquina e ter boa flexibilidade. Chegou a ser a interface gráfica padrão de Conectiva Linux 3 e 4. O acesso aos itens de menu principal é feito de forma idêntica ao Blackbox, onde o usuário clica sobre um espaço vazio da área de trabalho. Este gerenciador possui uma ferramenta de configuração chamada WmakerConfig, com diversas opções para ajustes e de simples utilização. Os temas são de fácil criação, bastando as imagens necessárias e um arquivo de texto puro, formatado conforme o padrão exigido pelo gerenciador. Apesar de não possuir alguns recursos disponíveis nos ambientes gráficos atuais e do projeto encontrar-se com o desenvolvimento quase parado, Windowmaker é uma opção considerável para ser utilizada em equipamentos antigos. 4.2.6 – Gerenciador de janelas 3D Compiz Fusion A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 75 4.2.7 – Ambiente gráfico GNOME GNOME é um dos maiores e mais poderosos ambientes gráficos para Linux. Diferente dos gerenciadores de janelas, oferece mais recursos de software, sendo assim, mais completo. Na ocasião desta escrita, GNOME é um dos ambientes mais utilizados nas distribuições GNU/Linux. O GNOME (GNU Network Object Model Environment) disputa com KDE pela preferência dos usuários. Foi desenvolvido com aproveitamento de recursos de uma biblioteca chamada GTK, criada para a construção do aplicativo “O GIMP”. O projeto foi fundado em 1997, pelo brasileiro Miguel de Icaza, com a intenção de se criar um ambiente gráfico 100% livre, libertando-se das restrições de licença da biblioteca Qt, de KDE. A filosofia de GNOME é simplicidade e eficiência. Por este motivo, o conjunto de funcionalidades apresentado por ele é menor que o conjunto de KDE. Apesar disso, GNOME tem um excelente gerenciador de arquivos e browser chamado Nautilus, uma suíte de escritórios e ótimos utilitários para Internet como o GnomeICU, o Galeon, gFTP, entre outros. Até a versão testada neste trabalho, não executa nenhum assistente de configuração em FIGURA 24 - Visualização em cubo no Compiz A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 76 sua primeira inicialização, deixando para o usuário a tarefa de acessar o menu de Preferências e realizar os ajustes necessários para personalizá-lo, mas suporta a definição do idioma do sistema como Português do Brasil. GNOME exige poucos recursos de memória e processamento, sendo suficiente um Pentium de 266 Mhz, com 64 MB de memória RAM. O ambiente merece um capítulo específico para demonstração de suas funcionalidades, entretanto, como seus recursos são mais modestos do que os recursos de KDE, este último foi escolhido para ser o ambiente padrão utilizado neste trabalho, sendo detalhadamente exposto adiante. 5 – AMBIENTE GRÁFICO KDE Durante algum tempo, houve resistência dos usuários em aceitar Linux nos desktops porque não haviam ambientes gráficos que fizessem integração entre aplicativos. As aplicações de forma isolada funcionavam muito bem, mas faltavam recursos como permitir arrastar e soltar arquivos, lançar a aplicação correta para tratá-los, manter o estado de sessões de aplicativos, dentre outros. O KDE foi criado com o objetivo de disponibilizar um ambiente de alta qualidade para Linux e Unix, integrando as ferramentas para controlar arquivos, janelas, múltiplas áreas de trabalho e aplicações. Por exemplo, é possível arrastar e soltar um documento de um diretório em uma janela (Konqueror) até o ícone da lixeira para removê-lo ou para um ícone do OpenOffice.org para abrí-lo. KDE permite que o usuário clique com o botão direito do mouse sobre um arquivo de imagem, por exemplo, escolha entre abrir com visualizadores de imagens, editores de imagens, fazer exibição de slides ou tratá-la com outras aplicações. Para que os usuários possam ter aplicações suficientes para suas necessidades, o ambiente dispõe de uma plataforma para que desenvolvedores possam criar programas, compartilhar informações e tratar diferentes tipos de dados. KDE possui uma interface muito bem elaborada e muito rica em funcionalidades, é a opção ideal para os usuários iniciantes, entretanto, também é o ambiente preferido de muitos usuários Linux experientes, tudo uma questão de gosto pessoal e escolha. Diversas versões diferentes estão disponíveis deste ambiente, para o presente trabalho, será utilizada a versão 3.5 de KDE. 5.1 – Requerimentos para KDE KDE exige um pouco mais de hardware do que GNOME, entretanto, considerando-se os equipamentos disponíveis no mercado na data desta escrita, a exigência é pouca, uma vez que o ambiente pode ser executado em um Pentium II de 450 MHz (ou equivalente) e pelo menos 128 MB de memória RAM (recomendado para que o desempenho seja melhor). Uma importante observação está na distribuição em uso, pois a performance geral A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 80 Depois de instalado o pacote, o usuário deve acessar o KDE Control Center, nas opções de idiomas e adicionar o idioma Português do Brasil como padrão, como mostrado na FIG. 27. Ao reiniciar o ambiente gráfico (teclas CTRL+ALT+BACKSPACE), todas as telas e mensagens do sistema estarão em Português. 5.4 – O ambiente de trabalho de KDE Todos os avançados ambientes gráficos disponibilizam em seu ambiente de trabalho alguns elementos fundamentais para a operação do sistema. KDE dispõe basicamente dos seguintes: ● Área de Trabalho; ● Painel do KDE; ● Menu K. 5.4.1 – Área de trabalho KDE disponibiliza uma área de trabalho que conta com um visual limpo e bonito, apresentando, por padrão, uma interface semelhante à da FIG. 28. FIGURA 26 - Selecionar idioma Português do Brasil A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 81 A área de trabalho pode ser rapidamente ajustada com o uso da opção Configurar Área de Trabalho, acessível com um simples clique do botão direito do mouse na tela da área de trabalho. Na janela que se abre, as opções são intuitivas, permitindo o ajuste da área de trabalho de acordo com as preferências do usuário. A janela é dividida em categorias, listadas do lado esquerdo da mesma, semelhante à imagem da FIG. 29. Cada categoria possibilita ajustes de acordo com o contexto, por exemplo, na categoria Fundo de Tela, é possível ajustar o plano de fundo (papel de parede), definindo se haverá ou não uma imagem, se será uma exibição de slides, a posição da imagem na tela, as opções de cores da tela e das fontes dos ícones, ajustar o cache para o plano de fundo, escolher o programa que fará o desenho do plano de fundo e até mesmo obter mais papéis de parede. Tudo isso aplicado a uma ou a todas as áreas de trabalho. Na categoria Comportamento, é permitido definir se serão exibidos ícones na área de trabalho ou não, se haverá alguma barra de menus no topo da tela, as ações para o clique de cada botão do mouse, quais ícones de arquivos possuirão pré-visualização, se serão exibidos ícones de dispositivos, como ícones de CD e pendrives quando conectados ao computador, entre outros ajustes. É interessante destacar a possibilidade de personalizar o clique com o botão do meio do mouse, que em alguns casos pode ser feito com a roda do mouse, nos FIGURA 27 - Área de trabalho KDE A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 82 dispositivos modernos. O item Múltiplas Áreas de Trabalho deixa à escolha do usuário o número de áreas de trabalho desejadas por sessão. Para cada área de trabalho podem ser definidas opções personalizadas e a cada uma delas pode ser atribuído um nome personalizado. Por padrão, KDE oferece quatro áreas de trabalho por sessão, número que pode ser aumentado de acordo com o gosto ou necessidade do usuário. A categoria Protetor de Tela permite os ajustes com relação à proteção de tela utilizada pelo sistema, bem como a personalização para cada uma das proteções disponíveis, como velocidade e nível de detalhes, tempo para início automático e senha para finalização. As proteções de telas estão agrupadas por categorias, e existe um amplo leque de opções disponíveis ao usuário. Para ajustar as opções relacionadas com resolução de tela, cores e controle de energia do monitor, basta que o usuário acesse o item Tela, na janela de configurações. Ali encontram-se opções de tamanho da tela, taxas de atualização, gama do monitor e temporização para Standby, Suspensão e Desligamento automático do monitor após certo período de ociosidade. Seguindo o padrão de todos os bons ambientes gráficos, KDE possui alguns atalhos em sua área de trabalho com o objetivo de facilitar ao máximo o acesso às tarefas mais freqüentes. Em algumas distribuições, estes ícones são numerosos, devido às personalizações feitas pelos mantenedores. FIGURA 28 - Configurar a área de trabalho A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 85 personalizações disponíveis, tem-se a inclusão de novos atalhos para aplicativos e programas com funcionalidades específicas conhecidos como mini-aplicativos. Para isto, o usuário deverá acessar as opções Adicionar ao Painel e Remover do Painel, para respectivamente adicionar e remover esses elementos. Na opção Adicionar ao Painel, item Mini-aplicativo, é exibida uma grande variedade de mini-aplicativos que podem ser embutidos no painel do KDE, podendo ser instalados outros quando for necessário. Também é possível adicionar ao painel atalhos para quaisquer aplicações que estejam disponíveis no menu K. Através da opção Configurar Painel (no menu rápido do painel do KDE), permite-se configurar as cores de todos os elementos componentes do menu K e da barra de tarefas, sua posição na tela, opções para ocultar a barra e sua animação, escolher menus opcionais para o menu K (como documentos recentes, por exemplo), definir um plano de fundo para a barra, as ações para os botões do mouse, entre outras opções. 5.4.3 – O menu K Na instalação padrão, o menu K encontra-se disponível em forma de um ícone no canto esquerdo do painel do KDE e disponibiliza ao usuário uma entrada para os principais aplicativos instalados no sistema. Todas as aplicações estão agrupadas em diversas categorias, tornando o menu organizado e permitindo a fácil localização dos itens desejados. As principais categorias de aplicações disponíveis no menu K são: ● Configurações: assistentes de configurações, controle de impressoras, editor de menus e atualizador do menu K, configuração do painel, centro de controle, entre outros; ● Desenvolvimento: IDEs, editores de código, construtores de interfaces gráficas, depuradores de erros, controles de versões, terminais de comandos, etc; ● Debian: este item está presente obviamente apenas em Debian GNU/Linux. Representa uma personalização do menu feita por Debian e disponibiliza uma grande quantidade de atalhos para aplicativos que, em alguns casos, não são encontrados no menu K padrão; FIGURA 32 - Painel do KDE (barra de tarefas) A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 86 ● Educativo: para o entretenimento do público infanto-juvenil, subdividido nas classes Ciência, Ferramentas de Aprendizado, Idiomas, Matemática e Outros, guarda aplicativos como tabela periódica, planetário, exercícios com frações, etc; ● Escritório: suítes de escritório (processamento de texto, planilhas eletrônicas e apresentações), agendas pessoais, editores de fórmulas, geradores de relatórios, gerenciadores de endereços, fluxogramas, entre outros; ● Gráficos: editores de imagens bitmaps, vetoriais e ícones, visualizadores, capturas de tela, programas para diagramação, manipuladores de arquivos PostScript, modelagem 3D, comunicação com câmeras digitais, faxes e scanners, etc; ● Internet: discadores dial-up, navegadores, gerenciadores de downloads, clientes de correio eletrônico, clientes de bate-papo, mensagens instantâneas e IRC, clientes de FTP, leitor de notícias RSS, gerenciador de wireless, dicionário online, clientes torrent, e outros; ● Jogos: diversos jogos para o entretenimento. Alguns são subdivididos por categorias: arcade, jogo de cartas, jogos de tabuleiro, jogos infantis e táticas & estratégias. Além dos jogos instalados de forma padrão, tem-se também os jogos instalados pelo usuário; ● Multimídia: ferramentas de ajuste e configuração de áudio, tocadores multimídia (CDs, DVDs e arquivos de áudio e vídeo), gravadores de áudio, gravadores de mídia (CD-R/W e DVD-R/W), programas de visualização de TV, codificadores e conversores de áudio e vídeo; ● Sistema: ferramentas gerais de ajuste e configuração do sistema. Diferente da seção Configurações pelo fato destas intervirem no sistema em geral, como gerenciamento de pacotes, conexão ADSL, terminais de linha de comando, etc; ● Utilitários: calculadoras, formatador de disquetes, mapa de caracteres, organizadores pessoais, editores de texto, sincronização com palmtops, conexões infravermelho, sintetizador de fala, conversor de texto para fala, telefonia móvel, fax, trabalhos de impressão, gerenciadores de notas rápidas e todos os aplicativos que não se encaixam nas demais categorias. O menu K é organizado e em recursos. Quando um novo programa é instalado, o atalho correspondente é adicionado automaticamente à lista de aplicativos deste menu. 5.5 – O Centro de Controle KDE A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 87 As ferramentas de ajustes do ambiente gráfico fazem deste flexível e adaptável às preferências dos usuários. Quanto mais recursos são disponibilizados pelo ambiente, maior é a necessidade de ferramentas de ajustes e personalização. O Centro de Controle KDE é a principal ferramenta de configuração deste ambiente gráfico. Fácil de usar e compreender, esta ferramenta divide as opções em seções, organizadas por utilidade e subdivididas em módulos, permitindo que o usuário encontre facilmente as configurações desejadas e configure o ambiente e o comportamento geral de suas aplicações. 5.5.1 – Administração do sistema Se encontram disponíveis diversos módulos para facilitar a realização de atividades administrativas tanto do ambiente gráfico quanto do sistema Linux. Nesta seção permitem-se as seguintes configurações: ● Caminhos: gerenciar a localização de onde alguns arquivos importantes serão gravados. São configuráveis o caminho da área de trabalho (desktop), o caminho de auto-início do KDE e o caminho padrão dos documentos do usuário; ● Data & Hora: clicando no botão chamado Modo Administrador, a senha do FIGURA 33 - Centro de controle (administração do sistema) A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 90 relação ao plano de fundo (papel de parede) e também obtenção de novas imagens; ● Gerenciador de Temas: esta é uma das opções mais interessantes e diferenciais de KDE. Os temas permitem o gerenciamento da aparência do sistema de forma simples, possibilitando a escolha entre visuais existentes ou a instalação de novos temas. Um dos recursos mais fascinantes é a possibilidade de se escolher pacotes de ícones diferentes e configurar os tamanhos e efeitos separadamente para a área de trabalho, barras de ferramentas, painel e gerenciador de arquivos. É possível alterar a proteção de tela e as fontes do tema, tudo centralizado na mesma janela; ● Ícones: opção idêntica à oferecida no item Gerenciador de Temas. Permite escolher o pacote de ícones e modificar as opções de tamanho e animação dos mesmos; ● Lançador rápido – Histórico: habilita a ação do cursor do mouse enquanto um programa está carregando, além da indicação na barra de tarefas; ● Protetor de tela: definição da animação (screensaver) e tempo de inatividade para iniciar seu funcionamento. Também é possível definir uma senha para retomar as atividades no computador após o início da proteção de tela; ● Tela de apresentação: conhecida também como splash. Esta é a tela que aparece quando o KDE está iniciando. É possível escolher entre as telas disponíveis ou instalar novas telas de splash. 5.5.3 – Área de trabalho Os módulos desta seção permitem definir alguns itens de aparência e ações do ambiente de trabalho. A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 91 ● Barra de Tarefas: define o comportamento do painel do KDE. É permitido personalizar quais janelas aparecerão na barra (se todas as janelas ou somente as minimizadas), a ordem de exibição das janelas, se serão mostrados ícones de aplicativos, quando agrupar aplicações semelhantes para economia de espaço e a aparência de exibição dos itens. Também neste módulo é possível configurar as ações para o clique de cada botão do mouse sobre o painel, por exemplo, se o usuário desejar que ao clicar com o botão do meio do mouse seja mostrado um menu de operações, basta selecionar esta ação para o item escolhido; ● Comportamento: este módulo é dividido em três abas. Na primeira (Geral), o usuário pode escolher se serão mostrados ícones na área de trabalho, se haverá alguma barra de tarefas no topo da tela (como MAC OS) e as ações para cada botão do mouse ao clicar na área de trabalho. A segunda (Ícones de arquivos), configura o alinhamento de ícones, exibição de itens ocultos e trata da pré-visualização de itens. A pré- visualização é o recurso que permite, por exemplo, exibir uma amostra de uma imagem ao manter o ponteiro do mouse sobre o arquivo. Diversos tipos de arquivos permitem pré-visualização. A terceira aba (Ícones de dispositivos), permite configurar se serão exibidos ícones de discos, pendrives, DVDs e outros, recurso útil para a desmontagem do hardware antes de sua desconexão física. KDE detecta o dispositivo FIGURA 35 - Centro de controle (área de trabalho) A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 92 e cria dinamicamente o ícone na área de trabalho; ● Comportamento da Janela: um dos itens que permite ajustar as ações mais impressionantes e poderosas do ambiente KDE. Dividido em várias abas, permite configurar recursos como obtenção de foco na janela (se é preciso clicar ou somente passar o mouse, por exemplo), a navegação entre janelas e áreas de trabalho, o que os botões e a roda do mouse fazem quando usados sobre a barra de título e qual a opção de maximização quando usados sobre o botão maximizar. É possível definir, por exemplo, que o clique com o botão do meio do mouse sobre o botão de maximizar fará somente a maximização vertical da janela. Com relação às ações da janela, o que os cliques com diferentes botões do mouse fazem sobre a janela e quais as teclas de atalho que permitem mover, maximizar, fechar, redimensionar e alternar entre janelas. Na aba Movendo, ajustam-se os parâmetros relativos à exibição de conteúdo da janela enquanto é arrastada, animação das janelas e encaixe (as janelas quando aproximadas de outras, ajustam automaticamente suas posições). Outras opções são configuráveis, mas talvez as que despertem mais interesse do usuário sejam as opções de transparência das janelas. ● Configurações Específicas da Janela: permite ações e propriedades diferentes para cada janela de aplicativo escolhida pelo usuário. Por exemplo, deseja-se configurar apenas uma janela de um determinado aplicativo com relativa opacidade ou mesmo atalhos para determinadas janelas, seu tamanho e muitas outras opções; ● Múltiplas Áreas de Trabalho: define a quantidade de áreas de trabalho permitidas para cada sessão, sendo em KDE, por padrão, vinte áreas de trabalho disponíveis; ● Painéis: regular tamanho e comprimento do painel do KDE, configurar suas cores, definir planos de fundo para botões e painel, opções de ocultação, menus disponíveis e posição do painel na área de trabalho (abaixo, direita, esquerda ou no topo). 5.5.4 – Componentes do KDE A seção Componentes do KDE permite configurar parâmetros básicos, associados aos diversos utilitários do KDE. ● Associações de Arquivos: permite que se ajuste os aplicativos associados a diferentes tipos de arquivos e a ordem de preferência destes aplicativos. Cada arquivo pode ter diversos aplicativos associados à sua abertura e edição, por exemplo, arquivos A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 95 ● Compartilhamento de Desktop: permite que o desktop seja compartilhado pela rede, para que se possa manipular remotamente o computador através do servidor X; ● Configurações de Conexão: temporização de conexão e opções básicas de FTP; ● Configurações de rede: permite ajustar (no modo administrador) as interfaces de rede instaladas no sistema. É possível definir rotas, endereços IP, domínios e gerenciar perfis de rede; ● Navegação em Rede Local: configuração para cliente do SAMBA. O SAMBA fornece recursos para compartilhamento de arquivos e impressoras via rede entre Linux e Windows; ● Navegador WEB: o Konqueror é o navegador web padrão de KDE e possui um módulo à parte de configuração, dedicada à sua funcionalidade de navegação para a Internet. Este módulo é subdividido nas seguintes partes: Atalhos da WEB, Barra Lateral de Histórico, Cache, Comportamento Web, Cookies, Filtros AdBlock, Folhas de Estilo, Fontes, Identificação do Navegador, Java & JavaScript, plugins, Scripts SGI; ● Proxy: possibilita definir um servidor proxy para acesso à Internet. Este recurso é mais utilizado em empresas, onde uma única máquina concentra e gerencia o FIGURA 38 - Centro de controle (Internet & rede) A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 96 acesso às redes externas (como páginas web na Internet) e compartilha os recursos permitidos com as estações dos usuários; ● Rede Sem Fio: no modo administrador, permite criar e controlar até quatro redes wireless; ● Serviço Discovery: também conhecido como zeroconf do KDE, este recurso possibilita ao usuário adicionar domínios nos quais serão pesquisados recursos compartilhados (como desktops e servidores de ssh – shell seguro) para conectar-se. Estes recursos podem estar na rede local ou em uma rede distante. É também aqui que o usuário permite a publicação de serviços para outros domínios. 5.5.7 – Periféricos Em Periféricos, são configurados todos os dispositivos de entrada e saída do sistema, desde teclado e mouse até joystick e controle remoto. ● Câmera digital: permite configurar câmeras digitais e os modos de comunicação com as mesmas. Uma lista contendo modelos de câmeras suportadas é disponibilizada, entretanto, mesmo se a câmera desejada não estiver na lista, o sistema Linux será capaz de detectá-la e comunicar-se com ela; FIGURA 39 - Centro de controle (periféricos) A computação pessoal e o sistema operacional Linux - 97 ● Controles Remotos: consiste de um conjunto de configurações para controle infravermelho. Alguns aplicativos, como o player multimídia Kaffeine, o kdetv e até mesmo o navegador Konqueror, suportam funcionalidades via controle remoto. O software de controle infravermelho utilizado pelo Linux é o LIRC; ● Impressoras: permite escolher o sistema de impressão utilizado pelo KDE (CUPS, LPD, etc), instalar e gerenciar impressoras e pseudo-impressoras (enviar para fax, e-mail, imprimir para pdf), configurar o estado do serviço de impressão (iniciar e parar) e gerenciar a fila de documentos a serem impressos por cada dispositivo; ● Joystick: são configurados os hardwares de controle para jogos; ● Mídia de armazenamento: para diversos tipos mídias detectadas pelo KDE, algumas ações são possíveis, por exemplo, para um DVD é possível explorar o conteúdo e reproduzir um filme, para uma câmera digital, permite-se descarregar as fotos com software específico ou navegar pelo dispositivo de armazenamento da câmera. Este módulo destina-se a configurar quais ações serão disponibilizadas para os arquivos e mídias detectadas pelo KDE; ● Mouse: configurações gerais do mouse, como ordem dos botões, ações para o clique duplo, tema do cursor, aceleração e intervalos de tempo e navegação pelo teclado; ● Teclado: taxa de repetição, estado de NumLock quando iniciar KDE e efeitos sonoros das teclas (recurso que depende das características do teclado e do servidor X, não estando disponível em todos os sistemas); ● Tela: permite ajustar resolução da tela, cores e gerenciamento de energia do monitor, escolhendo um tempo para standby ou desligamento automático do mesmo. 5.5.8 – Regional & acessibilidade A seção Regional & acessibilidade, permite configurar formatos associados a várias nações e idiomas. Também permite configurar o teclado com sinos e respostas a diferentes controles.
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