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Guias e Dicas
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Classificação Viral - Texto, Notas de estudo de Biomedicina

classificação viral

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 28/09/2010

liana-nunes-3
liana-nunes-3 🇧🇷

4.8

(6)

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Baixe Classificação Viral - Texto e outras Notas de estudo em PDF para Biomedicina, somente na Docsity! Carlos Maurício G. Ribeiro - e-mail: mauriciogrib@yahoo.com.br UNIPLI - Medicina Veterinária 2009 Página 1 Classificação Viral 1. Introdução: Não foi estabelecido até o presente, um sistema que seja abrangente e completo, capaz de reunir todos os vírus atualmente conhecidos. Diferentes categorias de vírus são agrupadas de acordo com variadas formas de classificação. Vírus são agrupados através de características, como doença associada (hepatite, encefalites, enterites, infecções respiratórias), tecido-alvo, forma de transmissão (entérica, respiratória) ou vetores (arbovírus, vírus transportados por artrópodes) [arthropod – borne vírus]. Dessa forma, a apresentação de dados de classificação utilizados de acordo com o interesse específico aplicado, permite de forma mais coerente e atual classificar vírus empregando propriedades físicas e bioquímicas, como tamanho, morfologia, tipo de genoma e meios de replicação. 2. Taxonomia Viral Entendemos filogenia como a história evolutiva de uma espécie ou qualquer outro grupo taxonômico. Durante o Congresso Internacional de Microbiologia, realizado no ano de 1966, em Moscou, foi estabelecido o Comitê Internacional sobre Nomenclatura Viral (ICTV). De acordo com este comitê, as famílias virais foram designadas pela terminologia finalizando no sufixo –viridae, e as subfamílias em –virinae. Os gêneros são designados por termos terminados em -vírus. As espécies virais ainda não foram designadas formalmente. Segundo o relatório do ICTV mais de 4.000 vírus já foram descritos. O ICTV divide os vírus em 71 famílias, que infectam bactérias, protozoários, plantas e animais, baseando-se nas similaridades encontradas no ácido nucléico, morfologia do capsídeo e presença ou ausência de membrana. A base molecular fundamental para a classificação dos vírus, que era originariamente empírica, atualmente está bem estabelecida pelo ICTV. A taxonomia formal dos vírus estabelecida pelas normas internacionais de 1998 é baseada principalmente, nas propriedades estruturais. 2.1. Família e subfamília viral São representadas como agrupamentos de gêneros virais que compartilham características comuns e distintas de outros membros de outras famílias. Esse nível da taxonomia é estável sendo a marca principal de todo sistema internacional para taxonomia de vírus. Entre os componentes de uma mesma família existe um compartilhamento de características morfológicas, estruturais, genômicas e de replicação, indicando existir uma grande separação filogenética, entre as distintas famílias virais. Dessa forma, as famílias virais são reconhecidas como um fator de união de vírus com características filogenéticas comuns, ainda que sejam filogeneticamente distantes. Em quatro famílias, Poxviridae, Herpesviridae, Parvoviridae e Paramyxoviridae, a subdivisão em subfamílias foi introduzida devido ao reconhecimento de uma complexidade filogenética maior entre seus membros. Das 71 famílias de vírus, 20 contém vírus de importância médica. 2.2. Gênero Viral Os gêneros representam um agrupamento de espécies que compartilham características comuns e que são distintas de outros membros de outros gêneros. Esse nível de hierarquia também é estável, sendo considerado como um marco dessa taxonomia. Os critérios usados para criai os gêneros diferem de família em família. Quanto mais vírus são descobertos, maior a pressão para utilizar como critério de enquadramento as pequenas variações genéticas e estruturais nos novos gêneros. 2.3. Espécie Viral Dentro da classificação hierárquica, a espécie é considerada o nível mais importante. Entretanto, para os vírus é mais difícil de definir espécies virais. Em 1991, o ICTV aceitou a definição de espécie viral a partir do seguinte conceito: “A espécie viral é definida como uma classe constituída de uma estirpe de replicação com um nicho ecológico particular.” Os membros de uma espécie são definidos por mais de uma propriedade, com a vantagem da acomodação da variabilidade dos vírus, sem depender de uma única característica, enfatizando as diferenças genômicas ou estruturais, físico-químicas ou sorológicas. Contudo, ainda encontramos dificuldade em denominar como espécie, subespécie, estirpe ou variante, muitos dos vírus atualmente conhecidos, restringindo-se a classificação ao nível de gênero. 2.4. Nomenclatura Oficial A primeira letra da palavra empregada para designar família, subfamília e gênero deve ser maiúscula e impressa em itálico ou sublinhada. As designações de espécie não devem iniciar com letra maiúscula (apenas quando o nome for derivado de um lugar, um determinado hospedeiro com nome próprio ou do próprio gênero) e não devem ser escritas em itálico. Ficou estabelecido também que a nomenclatura não usaria dois nomes latinizados como na nomenclatura para bactérias. Ex.: Família Poxviridae, subfamília Chordopoxvirinae, gênero Orthopoxvirus, vaccínia virus. No uso informal, os nomes de família, subfamília, gênero e espécie podem ser escritos em fonte Times New Roman, sem precisar ser em maiúsculo ou itálico. No uso informal, o nome não precisa estar com os sufixos referentes e pode vir da seguinte maneira: “a família picornaviridae, o gênero enterovírus etc.” Carlos Maurício G. Ribeiro - e-mail: mauriciogrib@yahoo.com.br UNIPLI - Medicina Veterinária 2009 Página 2 3. Classificação pela Sintomatologia: Muitas infecções virais, como influenza, varicela, sarampo e hepatite, foram clinicamente bem caracterizadas muito antes da descoberta do agente etiológico. Uma vez isolado, o vírus causal recebeu denominação correspondente ao quadro clínico. Na tentativa de ordenar o esquema de classificação, foram utilizados os conhecimentos de estrutura e composição antigênica viral para denominar os vírus. Mas a classificação viral através das patogenias associadas não foi completamente descartada, e ainda é utilizada, ainda que de maneira informal, pelos investigadores clínicos. Ao se fundamentar a classificação viral nas doenças que estes vírus produzem podemos subdividi-los de acordo com as manifestações clínicas apresentadas. 3.1. Doenças generalizadas Nessas doenças os vírus se disseminam pelo organismo através da corrente sangüínea ou linfática, onde múltiplos órgãos são afetados. Ex.: AIDS, caxumba, rubéola, mononucleose infecciosa, leucemia e linfoma viral, peste suína clássica, cinomose, doença das mucosas. 3.2. Doenças de órgãos ou tecidos específicos Nesse tipo de manifestação os vírus alcançam o órgão alvo através de corrente sangüínea, linfática, nervos periféricos entre outras vias. É possível se caracterizar esses vírus de acordo com o órgão específico. a) Doenças do sistema nervoso - Raiva, encefalite eqüina e aviária, doença de Aujeszky. b) Doenças das vias respiratórias – Influenza eqüina e suína, bronquite infecciosa aviária, rinotraqueíte infecciosa bovina, traqueobronquite canina. c) Doenças cutâneas e mucosas – Febre aftosa, exantema vesicular, ectima contagioso, papilomaviroses. d) Doenças do tubo gastrintestinal – Rotavírus, parvovirose, gastrenterite suína, peste bovina, diarréia viral bovina. 4. Classificação pelas propriedades biológicas, químicas e físicas: A classificação dos vírus inclui a família e, algumas vezes, o gênero, mas não a espécie. A identificação dos grupos baseia-se em características como o tipo de ácido nucléico presente (DNA ou RNA), a simetria da partícula viral (icosaédrica, helicoidal ou complexa), a presença ou ausência de um envelope externo. Os equivalentes para subespécies são também utilizados, e na verdade são mais facilmente determinados do que as espécies, devido às características biológicas peculiares dos vírus. Estas categorias incluem fatores como sorotipos, cepas, variantes e isolados e são determinados primariamente pela reatividade sorológica do material viral. A rápida identificação dos organismos é uma necessidade clínica objetivando o estabelecimento do diagnóstico e do tratamento adequado. Todavia, para melhor compreensão das interações hospedeiro-parasita, não apenas a identidade do organismo deve ser conhecida, mas também o máximo possível de sua biologia geral, permitindo alguns prognósticos úteis sobre as conseqüências da infecção. As seguintes propriedades enumeradas em ordem de importância têm sido empregadas como base da classificação dos vírus. A quantidade de informações disponíveis em cada categoria não é uniforme para todos os vírus. Para alguns agentes, o conhecimento disponível está restrito somente a algumas das propriedades enumeradas. 4.1. Tipo de ácido nucléico do genoma - ADN ou ARN, filamento único ou duplo, negativo ou positivo e forma de replicação. 4.2. Tamanho e morfologia, incluindo tipo de simetria (icosaédrica, helicoidal, complexa), número de capsômeros e presença de membranas. a) Número de capsômeros (simetria icosaédrica). b) Diâmetro do capsídeo (simetria helicoidal). 4.3. Presença de enzimas específicas, em particular as RNA e DNA-polimerases relacionadas com a replicação do genoma, a transcriptase reversa, fundamental na replicação dos retrovírus, entre outras, tais como a neuraminidase necessária à liberação de certas partículas virais (influenza) das células nas quais foram formadas. 4.4. Suscetibilidade a agentes físicos e químicos, em especial ao éter, devido à presença de envoltório lipídico. 4.5. Propriedades imunológicas. 4.6. Métodos naturais de transmissão. 4.7. Patologia - formação de corpúsculos de inclusão, efeito citopatogênico. 4.8. Tropismo em relação ao hospedeiro, tecido e célula. 4.9. Sintomatologia. Os vírus podem ser divididos nitidamente em famílias de acordo com o ácido nucléico do genoma, tamanho, forma, subestrutura e modo de replicação da partícula viral. Dentro de cada família, em geral os gêneros fundamentam-se na antigenicidade. 5. Vírus Contendo DNA: O DNA viral assemelha-se ao DNA do hospedeiro para efeito de transcrição e replicação. O DNA viral não é transitório nem lábil. Os genomas virais permanecem na célula infectada. Muitos vírus DNA estabelecem infecções persistentes (latentes). Os genomas (genes virais) de DNA encontram-se no núcleo e devem interagir com a maquinaria de transcrição do hospedeiro (à exceção dos poxvirus). A transcrição dos genes virais é regulada temporariamente. 5.1. Família Parvoviridae - vírus diminutos (20nm); contém DNA de filamento único, com simetria cúbica. Não possuem envoltório. Necessitam da síntese de DNA das células para sua replicação. 5.2. Família Papovaviridae - vírus pequenos (45-55nm), éter resistentes, contendo DNA circular de filamento duplo, com simetria cúbica. São conhecidos como vírus do papiloma (verruga) humano. Produzem infecções latentes e crônicas nos hospedeiros naturais, podendo induzir tumores no homem e em algumas espécies animais. Estimulam o crescimento e a síntese de DNA da célula. Carlos Maurício G. Ribeiro - e-mail: mauriciogrib@yahoo.com.br UNIPLI - Medicina Veterinária 2009 Página 5 Flaviviridae 40-60nm Flavivirus Pestivirus Hepacivirus Peste suína clássica Diarréia viral bovina Togaviridae 60-70nm Alphavirus Rubivirus Arterivirus presente icosaedro citoplasma Encefalite Eqüina do Leste Encefalite Eqüina do Oeste Encefalite Eqüina Venezuelana Arterite eqüina Vírus RNA Fita Simples Polaridade Negativa Família Gêneros Envoltório Simetria Replicação Doenças Virais Filoviridae 80x800-1.000nm presente helicoidal citoplasma Vírus Ebola Vírus Marburg Paramyxoviridae 150-300nm Respirovirus Morbilivirus Rubulavirus Pneumovirus Metapneumovirus presente helicoidal citoplasma Doença de Newcastle, Parainfluenza bovina Parainfluenza canina Cinomose Peste bovina Rhabdoviridae 180-75nm Vesiculovirus Lyssavirus presente helicoidal citoplasma Raiva Estomatite vesicular Orthomyxoviridae 80-120nm Influenzavirus A Influenzavirus B Influenzavirus C presente helicoidal núcleo e citoplasma Influenza eqüina Influenza suína Influenza aviária Bunyaviridae 90-100nm Bunyavirus Hantavirus Phlebovirus Nairovírus presente helicoidal citoplasma Hantavírus Doença de Akabane Febre do Valley Rift Doença de ovinos de Nairobi Arenaviridae 50-300nm Arenavirus Deltavirus presente helicoidal citoplasma Febre de Lassa Machupo - Febre hemorrágica boliviana Junin - Febre hemorrágica Argentina Coriomeningite linfocítica Retroviridae 80-110nm Alpharetrovirus Betaretrovirus Gammaretrovirus Deltaretrovirus Epsilonretrovirus Spumavirus Lentivirus presente icosaedro citoplasma Leucose aviária Leucemia bovina Sarcoma felino Anemia infecciosa eqüina Carlos Maurício G. Ribeiro - e-mail: mauriciogrib@yahoo.com.br UNIPLI - Medicina Veterinária 2009 Página 6 Carlos Maurício G. Ribeiro - e-mail: mauriciogrib@yahoo.com.br UNIPLI - Medicina Veterinária 2009 Página 7
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