Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

industria textil, Notas de estudo de Engenharia Civil

....... - .......

Tipologia: Notas de estudo

2010
Em oferta
30 Pontos
Discount

Oferta por tempo limitado


Compartilhado em 23/09/2010

pekabin-uem-5
pekabin-uem-5 🇧🇷

4.7

(9)

17 documentos

1 / 13

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe industria textil e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 I-098 - TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL E SEU REUSO Ruben Bresaola Júnior(1) Engenheiro Civil formado pela Escola de Engenharia de São Carlos. Mestre e Doutor em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Professor Assistente Doutor da Faculdade de Engenharia Civil, Departamento de Saneamento e Ambiente da UNICAMP. Diretor de Educação do CREA-SP (1997-1998). Membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Representante da UNICAMP no Conselho Estadual de Saneamento - CONESAN. Dirceu Luchesi Cantelli Engenheiro Civil formado pela Faculdade de Engenharia Civil da UNESP, Campus de Bauru. Mestre em Saneamento e Ambiente pela Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP. Engenheiro Consultor da Multi Obras Engenharia Ltda. Endereço(1): Rua Mario Monteiro, 158 - Vila Teixeira - Campinas - SP - CEP: 13032-470 - Brasil - Tel: (19) 273-2247 - e-mail: bresaola@fec.unicamp.br RESUMO Este artigo descreve como são originados os despejos líquidos industriais têxteis, reportando os parâmetros de qualidade da água de processo e alternativas de tratamento com indicação da qualidade dos efluentes finais. O sistema de lodos ativados por batelada (LAB) é utilizado em uma primeira etapa como parte da tratabilidade dos referidos despejos. O processo de coagulação - floculação é utilizado como parte final do tratamento, objetivando completar a etapa iniciada pelo sistema biológico. Após as duas etapas de tratamento, os parâmetros Cor, Turbidez, Dureza, Fe e Mn, ficaram dentro dos limites de tolerância, para água de processo. Os valores de SDT, SST e alcalinidade, entretanto, não atingiram os referidos limites. Contudo, baseado em testes de tingimento reais realizados com os efluentes líquidos tratados, como água de processo, em equipamentos de laboratório, simulando esse processo de industrial, e utilizando corantes do tipo direto e disperso, concluiu-se que não houve alteração na qualidade do produto final tingido, indicando que os referidos limites de tolerância, devem ser revistos e que os efluentes obtidos puderam ser reciclados após operação de filtração acrescida ao clarificado da decantação. PALAVRAS-CHAVE: Águas Residuárias, Galvanoplastia, Metais Pesados, Reciclagem, Reuso. INTRODUÇÃO A explosão demográfica que ocorre neste século, associada a fatores como a intensa industrialização, carência de alimentos, poluição e exaustão dos recursos naturais, que relacionados entre si, têm provocado, nos últimos anos, grande preocupação com o meio ambiente, em particular a água, em âmbito mundial. Dentro desta realidade, a degradação ambiental tem se agravado nas últimas décadas, particularmente, no que se refere à poluição dos recursos hídricos. O desenvolvimento industrial, vem se caracterizando como uma das principais causas para o agravamento desse problema, pois seus processos geram diferentes tipos de resíduos e efluentes na forma líquida, sólida e gasosa, que geralmente são descartados, de maneiras inadequadas. A intensificação das atividades industriais, como efeito sinérgico, vem acompanhada do aparecimento de aglomerados urbanos, que se utilizam de grandes volumes de água para seu abastecimento, gerando em conseqüência, enormes quantidades de esgotos sanitários, que são inadequadamente dispostos, agravando ainda mais as questões ambientais relacionadas aos recursos hídricos. FOTOGRAFIA NÃO DISPONÍVEL XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2 Com a globalização da economia, e a conscientização da necessidade de um desenvolvimento o mais próximo, possível, do sustentável, visando a preservação do meio ambiente e a manutenção dos ecossistemas, as indústrias têm que se adequar para atender a rigorosos padrões de qualidade, inclusive os relacionados ao desempenho ambiental, através da certificação ISO 14.000. As empresas, na busca desta certificação, têm que cumprir exigências para o desenvolvimento, implementação e manutenção de sistemas de gerenciamento ambiental, assegurando a concordância com políticas e objetivos ambientais estabelecidos. Com esse objetivo cumprem não só critérios específicos de desempenho ambiental, mas necessitam organizar políticas e metas, levando em consideração as informações sobre os efeitos no meio ambiente. O setor têxtil, inserido neste contexto, foi um dos que passou a se preocupar com a proteção ambiental contra os agentes poluidores. Isto, por força da conscientização social de uma melhor qualidade ambiental para as futuras gerações, bem como pela exigência dos órgãos governamentais, determinando o cumprimento da legislação. A SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS, SANEAMENTO E OBRAS (1994), através da lei n.º 7.663, de 30 de dezembro de 1991, que estabelece normas de orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos, bem como ao Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos, prevê-se a cobrança pelo uso das águas superficiais e subterrâneas, tornando assim o seu consumo, bem como, a qualidade dos efluentes líquidos lançados, fatores importantes na determinação de custos finais. Desta forma, aumenta o interesse pela nova diretriz tecnológica para o tratamento de efluentes líquidos industriais, que se fundamenta na utilização de matérias primas alternativas não poluidoras, na redução do consumo, reuso e / ou reciclagem. MATERIAIS E MÉTODOS Considerações Foi utilizado como substrato, os efluentes líquidos do sistema de pré- tratamento da Ober S/A Indústria e Comércio. A empresa está localizada no distrito industrial do Município de Nova Odessa, Estado de São Paulo. As águas residuárias têm origem nos processos de lavagem, alvejamento, purga e tingimento de estopas, sacarias, tecidos, carpetes e nos efluentes líquidos gerados pelo sistema de lavagem dos gases das caldeiras. O estudo foi realizado na empresa devido o interesse da mesma em poder reusar ou reciclar a água de processo. Efluentes líquidos industriais gerados na empresa Ober S.A. A empresa é abastecida de água pela rede pública, além das vazões oriundas de 3 poços tubulares profundos, fornecendo um total de 50 m3/h. Os esgotos sanitários gerados nas atividades desenvolvidas no restaurante, banheiros, vestiários, são encaminhados diretamente à rede coletora pública. Os despejos industriais são gerados na unidade de tinturaria e acabamento da empresa, onde acontecem o alvejamento, o tingimento, a lavagem e a purga. Linhas de produtos da indústria As linhas de produtos envolvidos no processo industrial abrangem a produção de: cobertores, estopas, toalhas para limpeza, flanelas, geomembranas, mantas acolchoadas, carpetes e mangas de filtros. Fluxogramas de processos de beneficiamento Os fluxogramas (a), (b) e (c) presentes na FIG. 1, representam as etapas do processo de beneficiamento das fibras e tecidos. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5 O gradeamento é composto por duas grades de aço inox, com freqüência de limpeza de 3 vezes ao dia. A finalidade dessas grades é reter materiais grosseiros (estopas, pedaços de tecidos, fios, etc.), e corpos flutuantes, de modo a proteger as tubulações, válvulas, bombas, etc. Cada grade tem dimensões iguais a 1,2 m de largura, comprimento de 1,50m e altura útil de 0,70 m. A caixa de areia é composta de duas células, que podem trabalhar independentemente, de modo a permitir a limpeza de uma, enquanto pela outra ocorre a passagem do despejo líquido. Tem a finalidade de reter a areia e outros materiais inertes e pesados presentes no efluente. A remoção é necessária para preservar da abrasão as bombas, tubulações, válvulas, etc., também evitar o entupimento das canalizações, bem como o assoreamento do tanque de equalização. Cada célula tem largura de 0,5 m, comprimento de 6,25m, e uma altura útil da ordem de 0,80m. O medidor de vazão utilizado é uma calha do tipo Parshall e a medida da garganta é 6”. A medição é feita através de escala fixada na face lateral interna do medidor, três vezes ao dia. O tanque de equalização é constituído por um reservatório construído em alvenaria de tijolos maciços, misto com estrutura de concreto armado. É utilizado também como “tanque pulmão”, absorvendo picos de vazão. Suas dimensões são respectivamente: largura de 7,85m, altura útil de 2,30m, comprimento de 8,00 m. Como misturador foi utilizado um sistema de injeção de ar de potência 3 CV do tipo insulflador, para promover a homogeneização dos despejos. Tem a finalidade de manter em suspensão os sólidos sedimentáveis para que não se acumulem no fundo do reservatório.O efluente homogeneizado é bombeado do tanque de equalização para a torre de resfriamento, a uma vazão constante igual a 22 m3/h. Duas bombas são utilizadas, sendo uma delas mantida como reserva. A torre de resfriamento possui um medidor controlador de temperatura, que permite acionar, em casos onde exceda os 39ºC, o ventilador da torre de resfriamento, lançando o efluente, dentro da faixa estabelecida pela legislação. O tanque de neutralização é utilizado para manter o valor de pH do efluente dentro da faixa estabelecida para lançamento. O CO2 é empregado como substância química de ajuste de pH. As dimensões do tanque são respectivamente: largura de 1,80m, altura de 3,00m, comprimento de 2,30 m. Na saída dos efluentes líquidos existe uma calha do tipo Parshall, com largura de garganta igual a 6”, semelhante à da entrada, está presente para confirmar o valor da vazão dos efluente líquidos da fábrica. Processos de tratamento do trabalho O trabalho teve, praticamente, duas etapas. Em uma primeira o efluente bruto passou por um tratamento biológico. Posteriormente, o clarificado obtido em cada batelada, foi submetido a um processo físico-químico. Para o tratamento biológico foi utilizado um reator do tipo batelada em escala piloto, montado nas instalações da referida indústria, enquanto que para o tratamento físico-químico foi usado um aparelho de “jar test”, instalado no laboratório da Fatec de Americana, onde foram realizados os ensaios com os efluentes líquidos tratados no reator biológico, após decantação. Tratamento biológico No tanque de equalização do sistema de pré tratamento, já mencionado no capitulo anterior, foi instalado um sistema moto-bomba, que através de uma adutora enviava o efluente para o reator biológico em estudo. O reator e demais partes do sistema foram construídos utilizando materiais e máquinas em desuso, cedidos pela empresa Ober, com o apoio do setor de mecânica. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6 Coletas e armazenagens de amostras dos efluentes industriais (bruto) e dos efluentes do tratamento biológico (tratado) utilizados na segunda etapa do trabalho experimental As amostras dos despejos líquidos da empresa (bruto), como foram consideradas equalizadas, foram coletadas de forma instantânea. Essas coletas foram feitas na entrada do reator batelada, durante a fase de enchimento, não sendo determinado um tempo fixo após o início desta operação. No final da fase de reação, com o sistema de aeração em funcionamento, também foi colhido material oriundo do reator para caracterização. O mesmo ocorreu para o efluente líquido clarificado do reator biológico (tratado), que após o tempo adotado de sedimentação de 1,5 h, era aberta a válvula de saída, descarregando um pequeno volume inicial, que continha sólidos suspensos, e quando o clarificado começava a sair, era coletado. As amostras foram preservadas em geladeira, a uma temperatura de 4 ºC, até a sua utilização na determinação dos parâmetros descritos . Para a realização da segunda etapa do trabalho, que compreendeu o tratamento físico-químico, foi necessária a reservação de um volume maior do clarificado. Assim sendo, foram cheias duas bombonas de 60 L para cada batelada onde houve coleta, e mantidas em câmara fria da empresa, até a sua utilização, a uma temperatura de aproximadamente 4ºC. As análises para a determinação dos parâmetros de cada um desses efluentes foram realizadas no laboratório da empresa Tema - Tecnologia em Meio Ambiente. Procedimentos e equipamentos utilizados O reator biológico com volume útil de 500 L, constituído por um cilindro de 80 cm de diâmetro possuía um sistema de distribuição de ar. O ar insuflado, no interior do reator, foi distribuído por meio de uma tubulação de forma circular e disposta no fundo do mesmo. Acoplado a esse sistema de distribuição de ar, também foram instaladas mangueiras plásticas com dois tubos porosos do tipo usado em aquário, nas suas extremidades, sendo fixadas no fundo do reator. Esses acessórios promoviam o borbulhamento do ar, a agitação e a aeração, mantendo homogênea a presença de sólidos em suspensão, e de lodos ativados no meio líquido. O ar insuflado era oriundo de uma central de produção de ar comprimido existente na área da empresa. Os valores de pH do efluente industrial (bruto) presentes no reator foram mantidos idênticos aos do líquido existente no tanque de equalização, não sendo portanto corrigidos, e variaram na faixa de 5,5 a 11,2. O tratamento biológico piloto foi projetado para trabalhar com dois ciclos por dia, de 12h cada. Os períodos adotados foram baseados na modelação matemática e metodologia desenvolvidas por MENDES (1996), e utilizadas por PEREIRA (1996). A fração de lodo adotada foi de 40% e de 30 % (200 e 150 L), respectivamente. As fases e respectivos tempos foram: a) Fase de enchimento: adotado um período de 6 h. Ocorrendo aeração e mistura desde o início; b) Fase de reação: foi determinado o tempo de 0,5 h, para esta etapa; c) Fase de sedimentação: foi adotado um período de 1,5 h, com o sistema de aeração desligado, permitindo uma condição próxima da ideal com o líquido em repouso; d) Fase de drenagem: após a etapa de sedimentação iniciava-se a drenagem, descartando o despejo líquido clarificado do reator, até o nível correspondente a 70, ou 60 % do volume total (350, 300 L), pois os 30 ou 40% restantes, ficavam reservados ao lodo ativado da próxima batelada. O tempo estabelecido para essa etapa foi de 4 horas. A tubulação de saída era flexível e esteve localizada 10 cm abaixo do nível superior do clarificado, presa a um sistema de bóia flutuante. e) Fase de repouso: praticamente esta etapa não fez parte do ciclo. As vazões foram determinadas, através do controle do tempo de enchimento, que era de 6 h, resultando nos valores de 50 L/h e 58,33L/h, para os volumes de 300L e 350L, respectivamente. As mesmas eram ajustadas através de válvula colocada na tubulação de entrada do reator. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7 O reator possuía duas saídas laterais e uma descarga de fundo. Em uma das saídas laterais foi acoplado o tubo flexível utilizado para descarga do sobrenadante clarificado, após o período de sedimentação. Na outra foi acoplado um sistema, que serviu para o controle da idade do lodo (€C) do sistema batelada, sendo a ela adicionado um registro e tubulação, ligado a um recipiente de plástico, que teve seu volume previamente graduado para os valores de €C esperados, 22 e 26 L. Para o controle da idade do lodo, imediatamente antes do final do tempo de reação, era aberta a válvula que ligava o sistema de controle ao reator. Com isso, para dentro do vasilhame de controle se dirigia a parcela do volume presente no reator , até completar o nível desejado. Após atingido o mesmo a válvula era fechada e o sistema de aeração desligado, iniciando-se assim a fase de sedimentação. Enquanto no reator era obtido o clarificado, no recipiente de controle do €C, o mesmo acontecia, separando a fase líquida da sólida, quando então podia ser acompanhado o volume de lodo descartado por dia(para cada um dos €C usados). Esse procedimento foi utilizado uma vez por dia. Foram adotados tempos de detenção celular igual a 22,75 e 19,23 d, o que resultou, para o experimento em volumes descartáveis, respectivamente, iguais a 22 e 26 L. Essa metodologia de descartes foi usada sempre na primeira batelada do dia. O efluente do sistema de controle era endereçado ao tanque de equalização de efluentes da indústria. A descarga de fundo foi utilizada para o esvaziamento do reator, quando da sua desativação ou esgotamento. Para dar partida ao sistema biológico, foi utilizado o lodo oriundo de um outro sistema do tipo LAB, instalado para tratamento de efluentes líquidos industriais da empresa Beneficiadora de tecidos São José. Esta opção se deu em virtude de se ter um tempo menor de adaptação dos microrganismos aos efluentes, e mesmo porque esta indústria tem processo de produção industrial semelhante ao utilizado pela Ober. O período de adaptação inicial foi cerca de 6 dias. Inicialmente foi colocado 15 % de lodo para 85% de efluente; no segundo dia 30 % e 70 %, respectivamente. Após o período de adaptação obteve-se a estabilização do sistema. Esse início, devido a problemas de disponibilidade de condições laboratoriais, não pôde ser atentamente investigado. É interessante observar que durante o desenvolvimento do trabalho, houve uma intoxicação e morte do lodo ativado presente no reator, e o sistema precisou ser novamente acionado. Com a experiência adquirida anteriormente, o período de adaptação pôde ser diminuído para 2 dias. Dosagem de nutrientes Devido às características desse tipo de efluente, houve necessidade de adição de nitrogênio e fósforo, como nutrientes, no processo. Portanto, no início de cada etapa de enchimento, para cada ciclo foi adicionado ácido fosfórico e uréia, como fonte de nutrientes. A uréia utilizada possuía 47 % de nitrogênio e o ácido fosfórico, 32% de fósforo, sendo empregada uma razão de DBO:N:P na proporção de 100:5:1. O valor da DBO utilizado como referência para a determinação das dosagens, foi o indicado pela CETESB, cujo valor médio é de 1293 mg/L. Seguindo as referidas proporções , foram dosados 48 e 41 g de uréia e 14 e 12g de ácido fosfórico, para os volumes de 350 L e 300 L, respectivamente. Tratamento físico - químico O tratamento físico - químico, coagulação-floculação, foi realizado utilizando o aparelho de “jar test”, já descrito, cedido pela UNICAMP. As amostras de efluente do tratamento biológico clarificado, que permaneciam em bombonas na câmara fria, foram aquecidas até temperatura de 20ºC e ensaiadas segundo o mecanismo de coagulação por varredura. Foi utilizado além do coagulante primário, polímero, como auxiliar de floculação. A TAB.1 indica os produtos utilizados. Não foi feito ajuste dos valores de pH para qualquer uma das amostras, sendo portanto utilizados, os valores das amostras que se encontravam na faixa de 7,0 a 8,1, originando os valores de pH de coagulação das amostras selecionadas entre 6,0 e 6,4, e portanto, compatíveis com o mecanismo adotado, para as dosagens de coagulante aplicadas. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 10 LAB, imediatamente antes do final do período de reação. O tempo de sedimentação foi de 30 min. Para os valores de RST (resíduos sedimentáveis do efluente tratado) foi retirada uma amostra do líquido sobrenadante descartado do reator, após fase de sedimentação. O tempo de sedimentação foi fixado em 1h. Os SST, SSF e SSV, foram determinados pelo processo gravimétrico. Os equipamentos utilizados para as medições dos valores de cor aparente e turbidez, foram o espectrofotómetro DR2000, e o turbidímetro 2100 P, respectivamente. Ambos os equipamentos foram fabricados pela HACH. Para a determinação dos valores condutividade, foi utilizado um condutivímetro marca DIGIMED modelo DM3. As leituras dos valores oxigênio dissolvido foram feitas com um medidor do tipo portátil, diretamente no reator. O modelo do aparelho é o H 9142, marca HANNA. A determinação dos valores de Fe e Mn foi efetuada pelo espectofotômetro modelo DR2000, fabricado pela HACH. RESULTADOS Analisando os valores presentes na TAB. 3, pode ser avaliado, o sistema composto pelos dois tipos de tratamento (biológico seguido do físico químico). Para composição da referida tabela, foram utilizados os resultados obtidos, após tratabilidade, para as amostras de efluentes industriais (Bruto) e para os efluentes do sistema de tratamento biológico seguido de físico químico (Tratado). Foi considerado para efeito de análise final, a melhor amostra de cada ensaio, em termos de remoção de turbidez.As características da água requerida para o processamento industrial têxtil, pode ser apresentada, segundo os dados da TAB.4, existindo variações entre os parâmetros apresentados, em decorrência da matéria prima processada. As diferentes fontes apresentam valores limites diferentes, ou seja a EPA(1974) estabelece os limites para água de processo que utilizam o algodão como matéria prima, enquanto que a EPA(1992) para os processos de engomagem. Tabela 4 - Limites para os parâmetros de qualidade para a água utilizada nos diversos processos têxteis, fontes diferentes. Parâmetros Fonte pH TurbidezuT Cor uH Dureza mg/L de Ca CO3 SDT mg/L Fe mg/L Mn mg/L SST mg/L Alc. mg/L Botelho (1983) 6-8 5 5 25 100 0,1 0,1 5 * EPA (1992) * * 5 25 100 0,3 0,05 5 * EPA (1974) * 25 50 50 200 0,20 0,1 * 100 * valores não determinados Os valores médios dos parâmetros para a água produzida pelo tratamento em estudo, após filtração, pode ser observada na TAB. 5. Tais parâmetros, quando comparados com os indicados na TAB. 4, atendem aos limites, quanto aos valores médios de pH, turbidez, Fe e Mn. Os valores de cor e dureza atendem somente aos limites estabelecidos para os processos que utilizam o algodão como matéria prima. Os resultados de SDT, SST e Alcalinidade, ficaram acima dos limites estabelecidos. Tabela 5 - Parâmetros de qualidade para a água tratada a partir dos efluentes industriais têxteis em estudo. Parâmetros pH TurbidezuT Cor uH Dureza mg/L de Ca CO3 SDT mg/L Fe mg/L Mn mg/L SST mg/L Alc. mg/L 6,4 1,12 35 42 1234 0,04 0,1 17 194,8 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 11 Tabela 3 - Valores de pH, turbidez, cor, DBO, DQO, dureza, SST, SDT, Fe, Mn, Alcalinidade (Alc.) e porcentagem de remoção para os efluentes industriais (Bruto) e do sistema de tratamento biológico seguido do físico - químico (Trat.) após filtragem. Amostras 15/12/98 16/12/98 17/12/98 18/12/98 19/12/98 22/12/98 valores médios Parâmetros Bruto Trat. % rem Bruto Trat. % rem Bruto Trat. % rem Bruto Trat. % rem Bruto Trat. % rem Bruto Trat. % rem Bruto Trat. % rem pH 8,5 6,3 * 8,8 6,2 * 6,9 6,4 * 5,8 6,4 * 6,4 6,0 * 6.9 6,2 * 7,2 6,3 * Turbidez (uT) 726 0,73 99,90 823 0,89 99,89 714 1,51 99,79 440 2,03 99,54 200 0,59 99,71 247 0,99 98,80 525 1,12 99,79 Cor (uH) 4367 27 99,38 5002 21 99,58 4368 55 99,74 2390 55 97,70 1110 30 97,29 1525 22 98,56 3127 35 98,88 DBO (mg/L) 1250 10 99,20 1180 8 99,32 924 17 98,16 1990 134 93,27 856 5 99,41 1330 7 99,47 1255 30 97,61 DQO (mg/L) 2210 150 93,21 3220 115 96,43 2020 165 91,83 2680 386 85,60 1070 76 92,90 1820 70 96,15 2170 160 92,63 Dureza mg/L de Ca CO3 120 37 69,17 115 40 65,22 100 43 57,00 110 43 60,91 79 38 51,89 75 50 33,33 100 42 58,00 SST mg/L * 14 * * 19 * * 15 * * 19 * * 14 * * 19 * * 17 * SDT mg/L (estimativa) 1259 1091 * 1302 1186 * 1289 1345 * 1203 1319 * 890 1061 * 964 1391 * 1151 1232 * Fe mg/L * zero * * 0,02 * * 0,02 * * 0,07 * * zero * * 0,01 * * 0,02 * Mn mg/L * 0,1 * * 0,1 * * 0,1 * * 0,1 * * 0,1 * * 0,1 * * 0,1 * Alc mg/L de CaCO3 * 98 * * 143 * * 230 * * 287 * * 95 * * 162 * * 169 * * Valores não determinados. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 12 Teste com o efluente industrial tratado, como água de processo Para realização de teste de tingimento de tecido, com a água obtida, após tratamento, para veerificar sua potencialidade na reciclagem , foram produzidos aproximadamente 30 L de amostra. Deve ser destacado que isto foi feito a partir dos efluentes clarificados, gerados pelo tratamento biológico e na seqüência, submetidos ao tratamento físico químico, com as dosagens de sulfato de alumínio de 500 mg/L e polímero aniônico 0,06 mg/L. Cumpre ressaltar que as amostras de águas selecionadas, o foram a partir da melhor remoção de turbidez, após filtração em papel de filtro Whatman 40. Os testes foram realizados em equipamentos de laboratório, especializados das indústrias de tingimento, que simulam o processo de tingimento e alvejamento em escala real e foram utilizados tecidos de viscose 100%, poliéster 100%, e corantes do tipo direto e disperso. Os resultados foram mais auspiciosos do que o esperado. Em termos comparativos com água oriunda da rede pública de abastecimento, a que usou água vinda dos processos de tratamento apresentaram melhores resultados no tingimento, para a coloração branca e tecido de algodão, oque significa o mesmo produto e a mesma matéria prima. CONCLUSÕES Com base no estudo experimental desenvolvido pode-se concluir que: a) A eficiência do processo do tratamento resultou, na média, em 99,8% e 98,9%, em termos de remoção de turbidez e cor respectivamente; b) Para a DBO e DQO os valores médios de porcentagem de remoção ficaram em 97,6% e 92,6%;respectivamente c) Os valores de cor, turbidez, dureza, Fe e Mn, ficaram dentro dos valores estabelecidos pela EPA (1974), sendo os limites encontrados os menos restritivos; d) Os resultados obtidos para SDT, SST e alcalinidade não atingiram os índices estabelecidos pela EPA (1974); e) Através do uso dos efluentes líquidos tratados como água de processo, pôde-se concluir a partir dos testes realizados que, a reciclagem dos despejos líquidos industriais não alteraram a qualidade do produto final; f) Os efluentes líquidos tratados podem, ainda, ser indicados para reuso como água de lavagem de piso ou como descargas de banheiro RECOMENDAÇÕES As conclusões obtidas neste estudo permitem recomendar: a) A utilização dos efluentes líquidos tratados, obtidos, como água de caldeira, após uma nova etapa de tratamento em um desmineralizador. b) O estudo os problemas de incrustações, depósitos e corrosão, nas tubulações e equipamentos, com a reciclagem dos efluente líquidos tratados; c) A realização de testes com os efluentes líquidos tratados em máquinas do processo produtivo, em escala real, para se confirmar as suas possibilidades de reciclagem.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved