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Guias e Dicas
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ensino atual de física, Notas de estudo de Física

ensino atual de física

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 09/04/2010

luiz-augusto-santos-2
luiz-augusto-santos-2 🇧🇷

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Baixe ensino atual de física e outras Notas de estudo em PDF para Física, somente na Docsity! O Ensino da Física Contemporânea sob uma Perspectiva Histórica e Filosófica: A Estrutura da Matéria e O Caso dos Condensados Bosônicos. Sandro S. Livramento Machado a- fsc3sanm@fsc.ufsc.br Emerson Joucoski a - joucoski@terra.com.br Jessee Severo Azevedo Silva b a CEFET São José - SC e Uniandrade – Curitiba – PR b Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC - Departamento de Química Resumo O presente projeto visa desenvolver uma proposta paradidática para o ensino de física moderna no Ensino Médio, nos primeiros anos do Ensino Superior, ou mesmo para a divulgação científica para um público mais amplo. Em tal proposta, pretende-se focalizar uma área da Física da Matéria Condensada (FMC) que às vezes é chamada de “quinto estado da matéria”, os condensados bosônicos. Para que este assunto difícil possa receber um tratamento conceitual, adequado para o público alvo, será necessário empreender antes um estudo aprofundado do ponto de vista histórico e filosófico, sendo que o autor já possui uma boa base na teoria física pertinente. Uma vez elaborada a proposta paradidática, espera-se apresentá-la na forma de um mini-curso de em torno de 12 horas (por exemplo no CEFETSC ), efetuando além disso uma pesquisa com os alunos para avaliar seus méritos e limitações. É inegável a defasagem entre os conteúdos da física contemporânea e o ensino de física no ensino médio. Nossa abordagem em sala de aula continua focalizando excessivamente a física clássica, enquanto ao nosso redor, no cotidiano dos alunos, estamos cercados pela física do século XX e XXI. Parece-nos que existe uma contradição entre ensino e a realidade dos avanços tecnológicos, oriundos de uma situação social. O descompasso entre o que se ensina em sala de aula e o que se tem como realidade é neste caso um exemplo marcante na história do ensino de ciência. Muitos são os motivos para tal descompasso, ressaltamos entre eles a falta de preparo para o ensino desta abordagem, que tem suas particularidades, e o pouco material disponível no mercado editorial brasileiro. Nossa proposta visa trabalhar a física moderna e contemporânea dentro de uma perspectiva histórica e filosófica. 1. Apresentação: Cenário atual Quotidianamente, somos “convidados” a participar do banquete científico tecnológico. Televisões e câmaras digitais, caneta laser, leitores ópticos, radioatividade, celulares, etc. Não obstante, os meios de comunicação oferecem-nos um bombardeiro de informações que muitas vezes são difíceis de serem compreendidas, tanto pela pouca confiabilidade da fonte, quanto pelo caráter criptográfico da informação, uma vez que esta só pode ser entendida por poucos. A grande questão é o que fazer para que o cidadão tenha acesso a este banquete e como podemos socializar este banquete? Nos últimos anos, algumas tentativas surgiram tanto na esfera oficial, quando da proposta dos parâmetros curriculares nacionais (PCN) e propostas curriculares oficiais das secretárias de Educação dos Estados (PCE), ou quando da tentativa de abordagem de alguns pesquisadores e professores insatisfeitos com o atual quadro. Muitos pesquisadores vêm chamando atenção para a necessidade de que as ciências, no caso particular a Física, possam assumir um papel de formação cultural dos cidadãos. Como ressaltou Zanetic: “É preciso que a chamada ‘física escolar’ dê uma visão a mais viva possível enquanto parte integrante de uma Cultura (grifo meu) que precisa ser dominada para poder ser transformada em instrumento de intervenção na realidade que está aí.” (ZANETIC,1989). Da mesma forma, Terrazzan nos chama atenção para a estruturação do conhecimento, na sua visão: “Assim, a Ciência pode ser entendida como um ‘componente estrutural de uma cultura’ de forma que sua compreensão se torna apenas uma das alternativas de elaboração de uma concepção filosófica.” (TERRAZZAN, 1996). Este ‘espírito’, do caráter cultural da Ciência, foi incorporado dentro propostas curriculares: “Incorporado à cultura e integrado como instrumento tecnológico, esse conhecimento tornou-se indispensável à formação da cidadania contemporânea. Espera-se que o ensino de Física, na escola média, contribua para a formação de uma cultura científica efetiva, que permita ao indivíduo a interpretação dos fatos, fenômenos e processos naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano com a natureza como parte da própria natureza em transformação.” (PCN, ensino médio, 1998). Neste sentido parece-nos que existe um consenso quanto à inclusão da Física da Matéria Condensada (FMC) no ensino médio. O que fazer? Qual aspecto relevante deste ensino deve ser abordado: o fenomenológico ou o formal? Atualmente, vêm-se estudando e propondo-se várias formas de inclusão deste conteúdo no ensino. Trata-se certamente de um avanço, independente da abordagem. Neste sentido, as palavras de Terrazzan nos dão um norte certo com relação a esta questão: “Há várias formas de se adquirir, apropriar ou construir o conhecimento, e não creio que se devam preconizar hierarquias,..., trata-se de formas diferentes mais igualmente legítimas de conhecimento.” (TERRAZZAN,1996). 2. Proposta de estudo: A abordagem histórico-filosófica da FMC. Nossa proposta pauta-se dentro da abordagem histórico-filosófica. O enfoque da história e filosofia da ciência dentro da temática de FMC traz aspectos relevantes para a compreensão de fenômenos e formalismos. Isso porque quebra com o caráter imutável e estável da ciência. Além disso, promove uma compreensão dos conceitos científicos, por traçar seu desenvolvimento. Revela o embate ideológico, Humaniza a matéria. Nas palavras de Guerra et al.: “Conhecendo a ciência a partir de uma visão histórico-filosófica (grifo meu) será possível compreender os conceitos científicos e, principalmente, usar este conhecimento para entender o mundo contemporâneo.”(GUERRA et al, 1998) É na abordagem histórico-filosófica que afloram as contradições científicas. Neste sentido, o conhecimento produzido pelos cientistas está impregnado de questões filosóficas como: qual o alcance desta teoria? Qual a validade do método que utiliza? Quais as conseqüências das descobertas? Como lembrou Robilotta:
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