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Apostila de Cromatografia- parte 1, Notas de estudo de Engenharia Química

Cromatografia - a gás e a l´quido (detetores, aquisição de dados, validação e avaliação estatística)

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 20/05/2010

jessica-santos-15
jessica-santos-15 🇧🇷

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Baixe Apostila de Cromatografia- parte 1 e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Química, somente na Docsity! Alexandre Schuler CROMATOGRAFIA A GÁS E A LÍÍ QUII DO (detetores, aquisição de dados, validação e avaliação estatística) Volume 1 O itava Edição 2004 Alexandre Schuler Professor Adjunto 4 Departamento de Engenharia Química Universidade Federal de Pernambuco CROMATOGRAFIA A GÁS E A LÍÍ QUII DO (detetores, aquisição de dados, validação e avaliação estatística) Volume 1 O itava Edição 2004 Alexandre Schuler - Cromatografia 1 - INTRODUÇÃO 1.1. Histórico1 Cromatografia é um termo genérico, aplicado a um processo de separação físico- químico, o qual é baseado nos fenômenos de adsorção e partição. Este termo foi escolhido porque as primeiras separações foram realizadas com substâncias coloridas. Entretanto, o processo cromatográfico não é restrito a essa classe de substâncias, constituindo-se na atualidade no método mais eficiente de separação, com aplicações na Química Analítica Qualitativa e Quantitativa, para compostos orgânicos e inorgânicos, independentemente de seu estado físico. 1.2. Classificação Um processo cromatográfico envolve uma fase móvel e uma fase estacionária. A fase estacionária é um sólido ou um líquido (Figura 1.1). No segundo caso, este fica impregnado em um sólido (suporte) e o fenômeno mais atuante é a partição. No primeiro caso, tem predominância a adsorção. Assim, pode-se classificar a Cromatografia em dois tipos gerais: Cromatografia de Adsorção e Cromatografia de Partição. Figura 1.1 - O Processo Cromatográfico. A Fase Móvel transporta a amostra através da Fase Estacionária. A velocidade média das partículas da amostra depende da sua natureza. Desse modo, cada componente atingirá o final da coluna em um instante diferente. A fase móvel pode ser um líquido ou um gás. No primeiro caso, denomina-se o processo de Cromatografia em Fase Líquida e no segundo caso de Cromatografia em Fase Gasosa, ou simplesmente Cromatografia a Líquido e Cromatografia a Gás. A Cromatografia pode ainda ser classificada em função da técnica empregada: ↑ Cromatografia em Papel ↑ Cromatografia em Camada Delgada ↑ Cromatografia em Coluna Clássica 1 É sugerida a leitura do Apêndice 1 (Túnel do Tempo), para um breve histórico do desenvolvimento da Cromatografia. Alexandre Schuler - Cromatografia 2 ↑ Cromatografia em Fase Gasosa ↑ Cromatografia em Fase Líquida de Alto Desempenho Esta última é mais conhecida pelas iniciais de seu nome em inglês (High Performance Liquid Chromatography - HPLC) e constituem-se variantes suas as seguintes técnicas: • Cromatografia de Permeação∗ em Gel (GPC) • Cromatografia de Troca Iônica (IEC) GPC (do inglês Gel Permeation Chromatography) é empregada na análise de polímeros, enquanto a IEC (do inglês Ion Exchange Chromatography) é empregada na análise de íons (cátions e ânions). ∗ Na realidade, este termo é empregado quando a fase móvel é um solvente orgânico. Quando a fase móvel é água ou solução aquosa, emprega-se o termo Cromatografia de Filtração em Gel. O termo Cromatografia por Exclusão de Tamanho (em inglês Size Exclusion Chromatography) é mais genérico e abrange as duas técnicas. Alexandre Schuler - Cromatografia 3 2 - TIPOS DE PROCESSOS CROMATOGRÁFICOS 2.1. Cromatografia de Adsorção Adsorção é um fenômeno físico-químico através do qual um sólido (adsorvente) fixa em sua superfície um líquido ou um gás, por meio de interações semelhantes às “forças de Van Der Waals”. Chama-se coeficiente de adsorção à relação k N N a a n = onde Na e Nn são respectivamente o número de moles adsorvidos e não adsorvidos de uma determinada substância. Compostos diferentes possuem diferentes valores de ka, estes variando com a temperatura e com a natureza do adsorvente. Se uma mistura de vários componentes é forçada a passar através de um tubo contendo um adsorvente (coluna cromatográfica), cada componente necessitará de um intervalo de tempo diferente para transpor a coluna. Esse intervalo de tempo é denominado tempo de retenção (Tr). A Figura 2.1a ilustra um processo de Cromatografia por Adsorção. A substância mais fortemente adsorvida é mais dificilmente arrastada pela Fase Móvel. a) Cromatografia de Adsorção b) Cromatografia de Partição Figura 2.1 - Diferença entre Cromatografia de Adsorção e Cromatografia de Partição. 2.2. Cromatografia de Partição Alexandre Schuler - Cromatografia 6 de B, obtém-se, respectivamente, nas etapas 1, 2 e 3, os seguintes percentuais (em massa) de A, nas frações superiores (solvente 1): 75%, 90% e 96,4%. Como o coeficiente de partição de B é o inverso do coeficiente de partição de A, os correspondentes percentuais de B (nas frações inferiores, solvente 2) serão exatamente os mesmos. É possível inclusive calcular quantas etapas serão necessárias para obter-se, por exemplo, uma pureza igual ou maior a 99%, bastando aplicar a eq. 5. No caso, encontra-se n = 5. IMPORTANTE ! Se kB também for maior que a unidade, a perda de B será muito grande e também a purificação de A será muito demorada (exigirá maior número de etapas). 2.3. Distribuição em contracorrente O procedimento descrito a seguir é um exemplo típico de extração líquido- líquido. Na seção anterior foi demonstrado que uma substância inicialmente dissolvida em um líquido 1 pode ser extraída por um líquido 2, desde que os dois líquidos sejam imiscíveis. Trata- se de uma operação que é feita manualmente, com auxílio de um funil de separação, e que pode ser repetida até a exaustão (literalmente !). O instrumento de Craig (ver Apêndice 1), é constituído de um conjunto de um grande número de tubos de distribuição de Craig, cada um contendo uma certa porção do líquido mais denso (em azul escuro na Figura 2.2), a um nível tal que não passe para a câmara D através de C. Os diversos tubos são fixados, na mesma posição, a um eixo (perpendicular ao papel, na figura). Adiciona-se então a amostra (contendo, por exemplo, duas substâncias, como exemplificado na seção anterior) e o líquido menos denso (em azul claro) ao primeiro tubo da seqüência (identificado com o no 1), estando os tubos na posição mostrada em (a). Por rotação desse eixo (cerca de 45o), num movimento de vai-e-vem, promove- se agitação da mistura (como se faria com um funil de separação) e em seguida deixa-se em repouso por alguns instantes, para separarem-se de novo as duas fases. Finalmente, gira-se 90o, de modo a colocar os tubos na posição (b). Nessa posição, o líquido menos denso flui através de C para a câmara D. Após alguns instantes, retorna-se à posição (a), quando então o líquido menos denso, através de E, passa para B do tubo seguinte, atingindo a câmara A. Então, começa outro ciclo. A fração Fm,n do soluto contido no m-ésimo tubo depois de n transferências é dada pela seguinte expansão binomial: onde D é o fator de distribuição, V1 é o volume do líquido menos denso e V2 é o volume do líquido mais denso. Alexandre Schuler - Cromatografia 7 Figura 2.2 – Esquema do Aparelho de Craig para distribuição em contra-corrente. 2.4. Cromatografia em Fase Líquida O exemplo mais simples de cromatografia a líquido é a separação em uma camada delgada de sílica-gel depositada sobre uma placa de vidro (Cromatografia em Camada Delgada). A Figura 2.3 ilustra o processo. O líquido ascende (por capilaridade) e arrasta seletivamente os componentes de uma mistura binária (A e B) colocada em 1 (ponto de aplicação). Quando o solvente se aproxima da outra extremidade da placa (2), esta é removida da cuba que contém o solvente e na qual estava parcialmente mergulhada, na posição vertical e a um nível abaixo do ponto de aplicação. As razões de frente, RfA = d1 / d3 e RfB = d2 / d3 são características de cada substância, dependendo da natureza da fase móvel e da fase estacionária. A Cromatografia em Camada Delgada é a mais empregada em Análise Qualitativa ou semi-Quantitativa. Em virtude da pequena quantidade de amostra utilizada, é menos indicada para fins preparativos, quando então se emprega a Cromatografia em Coluna Clássica. Neste segundo tipo de processo, a fase estacionária é colocada em um tubo de vidro (coluna cromatográfica) colocado na posição vertical. A coluna é dotada de uma torneira na extremidade inferior (Fig. 2.4), que é utilizada para controlar a vazão da fase móvel, que desce por gravidade. Fig. 2.3 - Cromatografia em Camada Delgada. Neste exemplo, a amostra contém dois componentes, A e B, que são identificados pelos respectivos valores de Rf, por comparação com padrões puros. A necessidade de se controlar a vazão da fase móvel e a temperatura da coluna, além da impossibilidade (naquela época - anos 50) de se bombear um líquido com fluxo Alexandre Schuler - Cromatografia 8 constante e contínuo, levaram os projetistas a abandonar essa técnica, passando a utilizar um gás como fase móvel (1956). Figura 2.4 Cromatografia em Coluna O ponto A’ indica o nível da fase estacionária e o ponto A indica o nível da fase móvel. A diferença (A’ – A) deve ser mínima, para evitar a diluição do material a ser cromatografado, o que resultaria em zonas (na Fig. 2.4, as faixas 1, 2 e 3) mais largas. Ao se fazer a eluição (passagem da fase móvel), os componentes afastam-se do ponto de aplicação (topo da coluna) a uma distância d tal que d/λ = Rf (λ é o comprimento da coluna), obtendo-se assim uma coluna desenvolvida. A partir daí, continuando-se a eluição, cada componente pode ser coletado isoladamente, quando atingir o final da coluna. Denomina-se Volume de Retenção (Vr) o volume de fase móvel necessário para a eluição completa de um componente. Desse modo, tem-se Vr = V1 / Rf, onde V1 é o volume ocupado pela fase móvel dentro da coluna. Finalmente, pode ser calculado o volume total de solvente necessário para a eluição completa de todos os componentes da amostra, que é essencialmente igual ao Vr do componente que sai por último (menor Rf). No Apêndice 4, são discutidos mais detalhes sobre o desenvolvimento da coluna. 2.5. Fatores que influem na separação Independentemente do processo envolvido na separação cromatográfica (adsorção ou partição), esta é função de uma série de fatores, a saber: Natureza da fase estacionária Vazão da fase móvel Concentração da fase estacionária Temperatura Natureza da fase móvel Granulometria e geometria do suporte A polaridade da fase estacionária é um fator importante a se considerar. Em princípio, quando se tem uma fase estacionária não polar, os diversos componentes da amostra eluem na ordem crescente de seus pontos de ebulição (Figura 2.5) e o processo assemelha-se bastante a uma destilação. Quando a fase estacionária apresenta alguma polaridade, essa ordem de eluição em função do ponto de ebulição fica alterada (Figura 2.6) e só é obedecida quando os componentes apresentam polaridade de mesma ordem de grandeza (componentes A-C e D-G da Figura 2.7). Em alguns casos, a diferença de polaridade pode ser equilibrada com a diferença de ponto de ebulição, fazendo com que dois componentes distintos eluam juntos (Figura 2.8). Nesses casos, outros fatores podem auxiliar na separação, como a ponte de hidrogênio entre os componentes D-G da Figura 2.7. FE: Esqualano (hidrocarboneto de baixíssima polaridade) FE: TCEP (tris cianoetoxipropano) Alexandre Schuler - Cromatografia 11 Figura 2.9 - Efeito da concentração da fase estacionária sobre a separação cromatográfica. onde: V1 < V2 < V3 < V4 Figura 2.10 - Efeito da vazão da fase móvel sobre a separação cromatográfica. Alexandre Schuler - Cromatografia 12 Figura 2.11 - Efeito da temperatura sobre a separação cromatográfica. O quadro apresentado a seguir sumariza a relação entre o efeito e o tipo de processo: TIPO FASE MÓVEL FASE ESTACIONÁRIA EFEITO SOBRE TR ADSORÇÃO G S DIMINUI L S DIMINUI PARTIÇÃO G L DIMINUI L L NÃO ALTERA 2.6. Cromatografia Em Fase Gasosa (CFG) Na Cromatografia a Gás empregam-se colunas bem mais longas que aquelas usadas em Cromatografia a Líquido. O princípio é o mesmo, mas a força motora é a pressão do gás e não a força da gravidade, de modo que as colunas normalmente são dobradas em espiral, a fim de ocupar menos espaço dentro do cromatógrafo. A Fig. 2.12 esquematiza um cromatógrafo a gás e a Fig. 2.13 apresenta a fotografia de um cromatógrafo a gás moderno. A amostra (gás, líquido ou sólido em solução) é injetada (ver Apêndice 2), com auxílio de uma microseringa ou válvula apropriada, no Injetor, que também é o Vaporizador (V) e os seus vapores são arrastados para o interior da coluna pela fase móvel (gás de arraste). Na saída da coluna, a amostra passa pelo Detetor (D), que envia um sinal para o Registrador (R). Como será visto adiante (Detetores, p. 24), este sinal é proporcional à quantidade de cada componente, o que permitirá uma análise quantitativa. Vale acrescentar que a Cromatografia a Gás é talvez o método de análise mais preciso. O sinal Alexandre Schuler - Cromatografia 13 eletrônico captado pelo registrador é transformado num movimento da pena do mesmo. Como o papel de registro está em movimento, obtém-se um gráfico (Fig. 2.14) denominado cromatograma. Fig. 2.12 – Esquema de um cromatógrafo a gás Figura 2.13 – Cromatógrafo a gás. Fig. 2.14 - Cromatograma de uma amostra com dois componentes. As áreas A1 e A2 sob as duas curvas do cromatograma da Fig. 2.14 são proporcionais às quantidades dos dois componentes na mistura. Distância de Retenção (Dr) é a distância, no papel, entre o ponto registrado no momento da injeção (Início) e o ponto correspondente ao máximo de cada curva (pico). Dr varia com a velocidade do papel (z), mas o tempo de retenção (Tr = Dr/z) é uma característica da substância que varia com a vazão da fase móvel, a natureza e a concentração da fase estacionária e com a temperatura. Por isso, o cromatógrafo possui controladores de vazão da fase móvel e da temperatura do forno da coluna. A coluna (e conseqüentemente a fase estacionária) pode ser substituída, até encontrar-se a coluna ideal para uma dada amostra. Além disso, existe uma vazão ideal para cada coluna, independentemente da natureza da amostra (ver Fig. 2.15). Assim sendo, a temperatura da coluna é o principal recurso disponível para obter-se um máximo de separação entre os diversos componentes da amostra. Outro parâmetro usado em CFG é a Retenção Relativa (RR), que é também usado na identificação: Alexandre Schuler - Cromatografia 16 dependentes da temperatura, daí também a necessidade de um controle dessa variável. Os Cromatogramas 3.1.a e 3.1.b ilustram a influência da polaridade e da ponte de hidrogênio sobre a separação. Em ambos, como são usadas fases estacionárias polares, os picos aparecem na ordem crescente de polaridade dos componentes. Mas, no Cromatograma 3.1.b, como a fase estacionária (diglicerol) interage com o etanol (ponte de hidrogênio), o tempo de retenção deste é bastante aumentado (ver também Seção 2.5; p. 8). Alto ponto de ebulição e inércia química e catalítica (em relação à amostra, à fase móvel e ao material de que é constituído o tubo da coluna) são os principais requisitos para uma fase estacionária. Em relação a ponto de ebulição (PE) deve ser lembrado que a temperatura limite para operação com uma dada coluna é 1500C abaixo do PE da fase estacionária. Acima dessa temperatura, a perda por volatilização é excessiva. Em anos recentes tem sido utilizada a FQL (Fase Quimicamente Ligada), onde a FE une-se ao suporte mediante uma reação química. As fases estacionárias mais freqüentemente utilizadas, com um amplo espectro de aplicações, são polímeros derivados de silício, as polisiloxanas (ou siliconas), como a SE-30, por exemplo. Outra fase também bastante utilizada é o polietilenoglicol (ex.: Carbowax 20M). 3.3. Suporte O suporte tem a função de fixar dentro da coluna a fase estacionária. É necessário que o suporte seja quimicamente e também cataliticamente inerte. O material a ser empregado também não pode exibir área superficial maior que 50 m2/g, alta porosidade, nem grande poder de adsorção. Centros ativos (ácidos ou básicos) podem provocar modificações estruturais na amostra, devendo ser removidos. Terras diatomáceas, graças à sua baixa capacidade de adsorção e à sua baixa porosidade, são ainda bastante empregadas como suporte. Um excelente suporte à base de diatomácea é comercializado com um nome constituído da palavra Chromosorb seguida de uma ou mais letras (ex.: Chr WHP). Atualmente, têm sido desenvolvidos materiais sintéticos, copolímeros do etilvinilbenzeno com divinilbenzeno. Outros monômeros, como cianovinilbenzeno, também são empregados, para modificar a polaridade da FE. A depender do processo de fabricação, esses polímeros também podem ser empregados como fase estacionária (Ex.: Porapak Q, Chromosorb 101, etc). Permitem um bom empacotamento, graças à uniformidade na granulometria e na própria geometria das partículas. Também a porosidade pode ser controlada na fabricação. Figura 3.1 - Ausência (a) e presença (b) de ponte de hidrogênio entre FE e etanol Alexandre Schuler - Cromatografia 17 3.4. Coluna O material de que é constituída a coluna (tubo) pode ser aço inox 316, alumínio, níquel, vidro ou teflon. Quando não se conhece o material a ser analisado, dá-se preferência às colunas de vidro (trata-se de um vidro especialmente tratado, para remover centros ácidos de sua superfície) ou de teflon, sendo que esta última tem emprego mais restrito, devido à sensibilidade ao calor e à pressão. As colunas são classificadas quanto ao diâmetro externo: - Coluna microanalítica (capilar) ............ 0,1 a 0,5 mm - Coluna analítica .................................. 1/8”, 3/16” e 1/4” - Coluna semipreparativa ..................... 3/8”, 1/2” e 5/8” - Coluna preparativa .............................. 5, 7 e 10 cm As colunas analíticas mais comumente empregadas possuem 2 a 3 m de comprimento, com 1.000 a 10.000 pratos teóricos. Colunas capilares são bem mais longas. As primeiras capilares fabricadas possuíam mais de 100 m. Com o avanço da tecnologia, o comprimento atual situa-se entre 20 e 40 m, embora com cerca de 100.000 pratos teóricos. Tem-se notícia de uma coluna capilar com cerca de 1600 m de comprimento e 1 milhão de pratos teóricos. Atualmente foram desenvolvidas colunas com 0,53 mm (colunas “megabore”) com excelentes resultados. Mais simples de instalar, reúnem as qualidades das colunas analíticas e das capilares. As colunas usadas em CLAD (seção 4.2, p. 22) são bem mais curtas (10 a 40 cm) e os diâmetros encontrados mais comumente no comércio especializado variam entre 3 e 7 mm. 3.5. Fase móvel Em CFG, a fase móvel é um gás inerte, devendo apresentar-se bastante puro, principalmente quando se tratar da análise de traços. Os gases mais empregados são H2, N2, He, Ar e Ne, podendo também serem utilizados outros, em casos especiais. Na escolha da fase móvel (ou gás de arraste), devem ser considerados os seguintes fatores: - Disponibilidade/custo. - Eficiência na separação. - Efeito sobre o tempo de análise. - Segurança. - Efeito sobre o sistema de detecção. OBS.: 1 - A equação de Van Deemter simplificada (eq. 7), aplicada aos gases N2 e H2, apresenta os seguintes coeficientes (amostra: Propano), com uma dada coluna: Alexandre Schuler - Cromatografia 18 Ha = 0,1 + 0,07/v + 0,05v (N2) Hb = 0,1 + 0,28/v + 0,05v (H2) Esses dados comprovam a influência da natureza do gás de arraste sobre a eficiência. 2 - A velocidade relativa de eluição aumenta na ordem H2 < N2 < He < Ar, fato que demonstra a influência da natureza do gás de arraste sobre o tempo de análise. A Tabela 3.1 resume a aplicação dos critérios acima mencionados, para seleção da fase móvel em função do detetor empregado. Tabela 3.1 - Gases mais recomendados para CFG, por tipo de detetor. TIPO DE DETETOR GASES MAIS USADOS (Ordem de prioridade) Condutividade Térmica H2 > He >> N2 Ionização de Chama N2 > Ne > He Captura Eletrônica N2 > He Em Cromatografia a Líquido empregam-se como Fase Móvel principalmente água deionizada, metanol, acetonitrila, etc. A seleção depende do detetor a ser empregado e a fase móvel deve ser imiscível com a fase estacionária liquida. Alexandre Schuler - Cromatografia 21 mecânico existe uma caneta (pena) e a magnitude de seu deslocamento, acima da linha de base, é proporcional à quantidade do componente na amostra. Como o papel está em movimento, obtém-se uma curva (cromatograma), onde a distância do início da análise (ponto de injeção) ao máximo de cada pico é a distância de retenção (Dr). Dividindo Dr por z (velocidade do papel), obtém-se o tempo de retenção, Tr. Idealmente, com separação completa e condições ótimas (incluindo seleção perfeita da fase estacionária), obtém-se uma curva simétrica. No Apêndice 3 são discutidas outras técnicas de aquisição de dados. g) Programador Linear de Temperatura Quando a retenção relativa (RR) de alguns componentes é próxima da unidade (baixa resolução); entretanto a temperatura de ebulição dos componentes menos voláteis é muito alta (Cromatograma 4.3), um aumento na temperatura da análise (temperatura da coluna), com o objetivo de reduzir o tempo de análise e obter um pico mais agudo para os últimos componentes (o que inclusive diminuiria o erro na determinação de Dr), acarretaria uma diminuição na já pequena retenção relativa dos primeiros componentes. Em situações como essa, pode-se aplicar um gradiente de temperatura, com o auxílio de um Programador Linear de Temperatura (PLT). A velocidade de aquecimento pode ser controlada, sendo possível também promover um aquecimento isotérmico em algumas regiões. Em operações desse tipo deve-se indicar no cromatograma a temperatura inicial (Ti), a temperatura final (Tf), que não deve diferir da temperatura de ebulição da fase estacionária em menos de 1500C, e a velocidade de aquecimento, para que o cromatograma possa ser reproduzido posteriormente (Cromatograma 4.4). Cromatograma 4.3 - Análise Isotérmica. Tempos de Retenção: 1 (1,25 min), 2 (1,43 min), 3 (1,54 min), 4 (3,2 min) e 5 (4,1 min). Cromatograma 4.4 - Análise com PLT. Tempos de Retenção: 1 (1,25 min), 2 (1,43 min), 3 (1,54 min), 4 (2,9 min) e 5 (3,3 min). Alexandre Schuler - Cromatografia 22 4.2. O Cromatógrafo a Líquido O cromatógrafo a líquido, mais comumente conhecido pela sigla inglesa da técnica, HPLC (High Performance Liquid Chromatography; em português: Cromatografia Líquida de Alto Desempenho), é um instrumento mais simples que o cromatógrafo a gás nos seguintes aspectos (ver Figura 4.3a): a) só possui um canal analítico, enquanto CG’s podem ter até quatro c anais; b) é modulado, isto é, o sistema de bombeamento e o detetor são independentes, o que facilita a substituição de detetores; c) opera geralmente à temperatura ambiente; A Figura 4.3b é um diagrama de um CL típico. Cada bloco é descrito a seguir: Figura 4.3a – Cromatógrafo a Líquido (HPLC). Figura 4.3b - Diagrama em blocos de um HPLC. a) Reservatório de Fase Móvel A Fase Móvel (um líquido puro ou uma mistura de composição definida) deve ser filtrada em membranas com 0,46 µm de diâmetro de poros e desgaseificada (ver próximo item). b) Sistema de desgaseificação A Fase Móvel deve ser desgaseificada, para evitar a formação de bolhas, as quais podem provocar cavitação (com conseqüente dano à bomba) ou gerar picos falsos, ao passarem pela célula do detetor. São conhecidas várias técnicas de desgaseificação: - aquecimento com agitação; - borbulhamento de gás hélio; - ultra-som; Alexandre Schuler - Cromatografia 23 - vácuo c) Bomba O bombeamento da Fase Móvel é realizado por uma bomba controlada por um microprocessador, o qual pode alterar a velocidade de sucção (para evitar vaporização de fase móvel mais volátil) e a vazão (importante quando a análise é realizada com Gradiente de Polaridade, em cujo caso há necessidade de uma segunda bomba; ver mais adiante). d) Válvula de injeção A amostra é sempre introduzida com auxílio de uma válvula, porquanto a pressão de trabalho raramente é menor que 50 atmosferas (Apêndice 2). e) Coluna As colunas empregadas em CL são retas, uma vez que seu comprimento raramente ultrapassa 30 cm, ocupando portanto muito pouco espaço no equipamento. f) Detetor Os detetores utilizados em CL serão descritos na próxima seção. g) Sistema de aquisição de dados. Os sistemas de aquisição de dados empregados em CL são os mesmos empregados em CG, ou seja, registradores, integradores ou microcomputadores (Apêndice 3). Gradiente de Polaridade Quando o CL dispõe de apenas uma bomba, é evidente que a fase móvel tem uma composição constante, do início ao fim da análise. Nessa situação, a polaridade da mesma também é constante. Diz-se então que o processo é isocrático. Quando se dispõe de duas bombas (ou mais), é possível variar a composição da fase móvel, colocando-se em cada reservatório um líquido de polaridade diferente. O microprocessador altera a vazão de cada linha de líquido, de modo que a partir do ponto de confluência a vazão seja constante. Nesse caso, diz-se que o processo ocorre com gradiente de polaridade. Substituindo-se temperatura por polaridade, pode-se utilizar os Cromatogramas 4.3 e 4.4 (p. 22) como ilustração de um processo isocrático de um processo com gradiente de polaridade, respectivamente.
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