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Qual anestésico local para as diferentes situações na clinica odontológica diária?, Esquemas de Odontologia

Um artigo que comenta sobre as indicações dos anestésicos locais, pois deve-se indicar essas soluções de acordo com cada paciente.

Tipologia: Esquemas

2010
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Compartilhado em 08/05/2010

leandro-correa-soares-12
leandro-correa-soares-12 🇧🇷

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Baixe Qual anestésico local para as diferentes situações na clinica odontológica diária? e outras Esquemas em PDF para Odontologia, somente na Docsity! ISSN 1806-7727 Como escolher um adequado anestésico local para as diferentes situações na clínica odontológica diária? How to choose the adequate local anesthetics for different situations on everyday dentistry? Renata Grazziotin SOARES* Alexandre Azevedo SALLES** Luis Eduardo Duarte IRALA*** Orlando LIMONGI**** Endereço para correspondência: Renata Grazziotin Soares Rua Bento Gonçalves, 1.624 CEP 95020-412 – Caxias do Sul – RS E-mail: regrazziotin@terra.com.br * Mestranda em Endodontia pela ULBRA (Canoas/RS). ** Professor de Endodontia da ULBRA (Canoas/RS) e da SOBRACID/SOBRACURSOS (Porto Alegre/RS). Mestre e doutorando em Endodontia. *** Professor de Endodontia da ULBRA (Canoas/RS) e da SOBRACID/SOBRACURSOS (Porto Alegre/RS). Mestre em Endodontia. **** Professor de Endodontia da ULBRA (Canoas/RS) e da SOBRACID/SOBRACURSOS (Porto Alegre/RS). Doutor em Endodontia. Recebido em 12/8/05. Aceito em 14/12/05. Resumo A anestesia local corresponde ao bloqueio reversível da condução nervosa e determina perda das sensações sem alteração do nível de consciência. A maioria dos profissionais de Odontologia elege somente uma solução anestésica local para todos os procedimentos que executa. A padronização de uma solução para uso geral nem sempre satisfaz às necessidades clínicas e ao bem-estar dos pacientes. Em razão disso, visando auxiliar o odontologista na escolha da solução anestésica – com base na revisão de literatura –, foi proposta deste trabalho apresentar os anestésicos locais injetáveis adequados para os diferentes procedimentos operatórios e de acordo com as diversas condições sistêmicas dos pacientes. Sugere- se que o profissional tenha no consultório mais de um tipo de solução anestésica local com vasoconstritor e uma solução sem essa substância. Palavras-chave: anestésico local; vasoconstritor; procedimentos; pacientes. 36 – Como escolher um adequado anestésico local para as diferentes situações na clínica odontológica diária?Soares et al. Abstract The local anesthesia is the reversible blockade of the nervous impulse that induces the sensations’ loss without changing the conscience level. Most of dentists choose only one local anesthetics for all clinic procedures. The standardization of the same solution anesthetics for all procedures does not always satisfy the clinical needs and the patients’ well being. Because of this, based on the literature review, the aim of this study was to present the adequate local anesthetics for different clinical procedures and the several patients’ systemic situations. Our suggestion for the dentist is to keep in his office more than one local anesthetics with vasoconstrictors and at least one solution without vasoconstrictors. Keywords: local anesthetic; vasoconstrictors; procedures; patients. Introdução Na Odontologia, os procedimentos clínicos constituem fatores decisivos para a erradicação da dor. Na consulta odontológica, o controle da sensação dolorosa começa, na maioria das vezes, pela administração de uma solução anestésica local [2]. Os anestésicos locais são drogas que, quando em contato com as fibras nervosas, bloqueiam temporariamente a condução dos impulsos. A grande vantagem de ordem prática dos anestésicos locais é o fato de sua ação ser totalmente reversível, determinando perda das sensações sem alteração do nível de consciência. Após o término do efeito anestésico, há recuperação completa da função nervosa sem que se evidencie nenhum dano estrutural nas células ou nas fibras nervosas [16, 17]. A grande maioria dos profissionais da Odontologia elege somente uma solução anestésica local para todos os procedimentos que executa. A padronização de uma solução para uso geral nem sempre satisfaz às necessidades clínicas e ao bem-estar dos pacientes [2]. Os anestésicos locais disponíveis no mercado apresentam-se sob a forma de soluções com concentrações variadas tanto de sal (base anestésica) quanto de vasoconstritor, e por isso há muitas dúvidas quanto à escolha de um anestésico durante a prática clínica odontológica diária [13]. Em razão do exposto, com base na revisão de literatura, é proposta deste trabalho apresentar os anestésicos locais adequados segundo as necessidades operatórias e as condições sistêmicas do paciente, visando auxiliar o odontologista na seleção correta do anestésico. Revisão de literatura O primeiro anestésico local a ser utilizado na Medicina e Odontologia foi a cocaína. Os benefícios da cocaína foram largamente apreciados e estudados, e a partir de 1884 ela foi administrada com eficácia em vários procedimentos odontológicos. Na década de 1940, surgiram vários outros anestésicos, como a lidocaína [16]. Atualmente, os anestésicos locais são as drogas mais empregadas pelos cirurgiões-dentistas. O estudo da estrutura química dos anestésicos locais mostra que esses compostos apresentam três partes: uma extremidade hidrofílica, responsável pela difusão no líquido extracelular (amina secundária ou terciária); uma extremidade lipofílica, responsável pela penetração da base anestésica na fibra nervosa (grupo aromático); e uma cadeia intermediária. A cadeia intermediária une as duas extremidades e, de acordo com sua natureza química, permite classificar os anestésicos em ésteres ou amidas [8]. Os anestésicos do tipo éster foram os primeiros a serem utilizados. Alguns exemplos de soluções anestésicas do tipo éster são: cocaína, procaína e benzocaína [17]. No Brasil, os ésteres não são encontrados na forma de tubetes, em virtude de sua elevada toxicidade, não sendo possível, então, seu uso com seringas carpule. A benzocaína é muito usada como anestésico de superfície [8]. Quando comparadas aos ésteres, as amidas são mais estáveis (podem ser autoclavadas sem alterar as suas propriedades), as suas reações de hipersensibilidade são raríssimas e, por sofrerem metabolismo hepático, têm maior duração de ação. Como representantes do grupo amida podem-se citar: lidocaína, prilocaína, mepivacaína, bupivacaína e articaína [11, 17]. Os fármacos anestésicos locais produzem diferentes graus de vasodilatação. A vasodilatação acentuada facilita a velocidade de absorção, aumentando sua toxicidade e diminuindo a duração e a efetividade da ação anestésica local. A duração da ação anestésica é proporcional ao tempo em que a droga permanece em contato com as fibras nervosas [16]. A adição de drogas vasoconstritoras à base anestésica prolonga o tempo de duração do efeito e diminui a toxicidade sistêmica. A velocidade de absorção RSBO v. 3, n. 1, 2006 – 39 pobremente metabolizada pelo fígado fetal. A prilocaína também deve ser evitada, pois, além de provocar metemoglobinemia (distúrbio hematológico com quadro semelhante à cianose), o vasoconstritor associado (felipressina) pode levar à contração uterina e é antidiurético [2, 3]. Diabéticos A adrenalina tem ação farmacológica oposta à da insulina, logo é considerada um hormônio hiperglicêmico. Deve-se optar pelo anestésico prilocaína com felipressina, pois esse vasoconstritor não induz a alterações de pressão arterial. A felipressina pode ser empregada com segurança em pacientes compensados por meio de dieta, em pacientes medicados com hipoglicemiantes orais ou até mesmo em insulinodependentes [3, 17]. Existem autores, como Munroe, apud Andrade et al. [12], que acreditam que a adrenalina, em pequenas doses (um anestésico com adrenalina em diluição de 1:100.000), pode ser administrada em pacientes diabéticos insulinodependentes. Entretanto, pelos estudos atuais publicados a respeito do efeito hiperglicêmico da adrenalina, a maioria dos autores parece reconhecer que pacientes com diabetes instável ou não compensada podem ser suscetíveis a sérias complicações. Então, o uso de vasoconstritores do grupo das catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e levonordefrina) deve ser evitado nesses pacientes [3]. Paciente idoso Todos os anestésicos do grupo amida, com exceção da articaína, necessitam de extenso metabolismo hepático para serem eliminados. A articaína é um fármaco biotransformado por colinesterases plasmáticas e teciduais e gera um metabólito inativo, com toxicidade cardíaca e neurológica irrelevante. Por causa disso é uma droga apropriada para ser empregada em pacientes com disfunção hepática. A disfunção renal também é uma patologia comum em paciente idoso. A taxa de eliminação do anestésico local – no paciente renal – pode ficar diminuída, aumentando o acúmulo de formas ativas e levando a um quadro de toxicidade. Mais uma vez deve ser considerado o uso da articaína, em função da formação do metabólito inerte [2]. Considerações finais Por intermédio da análise de literatura pertinente, sugere-se que o profissional tenha no consultório mais de um tipo de solução anestésica local com vasoconstritor e uma solução anestésica isenta dessa substância. Mais especificamente, é necessário que ele tenha um fármaco com vasoconstritor catecolamínico, tal como a adrenalina, e outra droga com o vasoconstritor felipressina (nesse caso a prilocaína, pois no Brasil só é comercializada associada à felipressina), além de um anestésico sem vaso, preferencialmente a mepivacaína. Além disso, é proveitoso optar pelo uso da articaína em pacientes com disfunção renal e hepática. Tais indicações são fundamentais ante as diversas condições sistêmicas dos pacientes, bem como os diferentes mecanismos de ação dos fármacos disponíveis para o bloqueio parcial em Odontologia. Referências 1. Almeida F M, Andrade E D, Ranali J, Arato L. Sugestão de um protocolo farmacológico para controle da dor decorrente da exodontia de terceiros molares mandibulares inclusos. Rev Paul Odontol 2000 Jan/ Fev; 22 (1): 10-6. 2. Almeida F M. Controle medicamentoso da dor. In: Estrela C. Dor odontogênica. São Paulo: Artes Médicas; 2001. p. 243-61. 3. Andrade E D. Terapêutica medicamentosa em odontologia. São Paulo: Artes Médicas; 2002. 4. Bennett C R. Moheim – Anestesia local e controle da dor na prática dentária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1986. 5. Carneiro S C A, Porto G G, Vasconcelos B C E, Gomes A C A, Albert D. Avaliação clínica de dois anestésicos locais em cirurgia de terceiro molar inferior retido. Braz Oral Res 2005; 19: 203. 6. Claffey E, Reader A I, Nusstein J, Beck M, Weaver J. Anesthetic efficacy of articaine for inferior alveolar nerve blocks in patients with irreversible pulpitis. J Endod 2004 Aug; 30 (8): 568-71. 7. Feller C, Gorad R. Atualização na clínica odontológica – vol. 2. Cursos antagônicos. In: Tortamano N, Soares M S. Alopatia: Prevenção e controle da dor usando os medicamentos na clínica odontológica. São Paulo: Artes Médicas; 2000. p. 540-52. 8. Gonçalves E A N, Feller C. Atualização na clínica odontológica: Prática da clínica geral. In: Andrade E D, Ranali J, Volpato M C. Uso de medicamentos na prevenção e controle da dor. São Paulo: Artes Médicas; 1998. p. 645-8. 40 – Como escolher um adequado anestésico local para as diferentes situações na clínica odontológica diária?Soares et al. 9. Louro R S, Moreira I M, Miranda M S, Medeiros P J. Estudo comparativo do cloridrato de prilocaína a 3% com felipressina a 0,03% UI e do cloridrato de lidocaína a 2% com adrenalina 1:100.000 em pacientes hipertensos. Rev Bras Odont 2001; 58 (4): 228-31. 10. Malamed S F. Hanbook of local anestesia. Saint Louis: Mosby; 1997. p. 327. 11. Mees M L, Portela M I, Carlini J L. Uso dos anestésicos locais em odontologia. Rev Bras Odont 1997; 51 (5): 273-6. 12. Andrade E D et al. Pacientes que requerem cuidados especiais. In: Andrade E D. Terapêutica medicamentosa em odontologia. São Paulo: Artes Médicas; 2002. p. 93-140. 13. Sá-Lima J R, Raldi F V, Gomes R M. O uso de anestésicos locais com vasoconstritores em pacientes cardiopatas. JBC 2004 Mar/Abr; 8 (44): 171-8. 14. Simone J L, Tortamano N, Armonia P L, Rocha R G. Cardiovascular alterations caused by the administration of 2% mepivacaine HCL with 1:20.000 levonordefrin (Carbocain®) in dogs. Braz Dent J 1997; 8 (2): 90-5. 15. Siqueira Junior J F, Lopes H P. Anestesia em endodontia. In: Lopes H P, Siqueira Junior J F. Endodontia: Biologia e técnica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p. 173-84. 16. Tortamano N, Armonia P L. Guia terapêutico odontológico. São Paulo: Santos; 2001. 17. Wannmacher L. Anestésicos locais. In: Wannmacher L, Ferreira M B C. Farmacologia clínica para dentistas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1995. p. 74-9. 18. Yagiela J A. Local anesthetics. Anesth Prog 1991 July/Oct; 38 (4-5): 128-41.
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