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Postura do leitor - Apostilas - Psicologia, Notas de estudo de Psicologia

Apostilas de Psicologia sobre o estudo da Postura do leitor no ato de ler e escrever, importância do ato de ler e de escrever, de forma consciente, postura do leitor no ato de estudar.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 24/04/2013

Selecao2010
Selecao2010 🇧🇷

4.4

(194)

368 documentos

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Pré-visualização parcial do texto

Baixe Postura do leitor - Apostilas - Psicologia e outras Notas de estudo em PDF para Psicologia, somente na Docsity! UM COMENTÁRIO SOBRE A POSTURA DO LEITOR NO ATO DE LER E DE ESCREVER. 1. A importância do ato de ler e de escrever, de forma consciente. O ato de escrever, para que seja algo costumeiro e espontâneo, deve ter início no ensino escolar básico, passando pelo fundamental e ganhando maior força no ensino médio, onde a preparação para concursos vestibulares exige do aluno maior conhecimento e intimidade não só com a capacidade de produzir um texto linear, coerente e coeso, mas com a interpretação de textos simples, que visam medir o nível de compreensão dos jovens, que, na maioria das vezes, são vítimas do analfabetismo funcional. Nesse processo de leitura e produção de textos deve-se praticar uma leitura qualitativa, onde há uma interação entre o texto e o leitor, já que existe uma seqüência contínua do ler para o escrever. Embora alguns afirmem que “Quem não lê não escreve” (e aí vai uma manifestação de concordância por parte do autor deste material), há outros que discordam dessa afirmação, defendendo o fato de que o conhecimento popular, muitas vezes, acaba por substituir as informações necessárias para a construção de um texto. Muitos estudantes dizem, quando não conseguem ter uma interpretação clara de um texto: “Li, mas não compreendi”. No mínimo, quando se lê um texto, procura-se decodificar o sinal gráfico, atribuindo-lhe significado e buscando ampliar uma leitura de mundo. Se isso não ocorre dentro dessa seqüência, é porque o leitor parou logo na primeira etapa do processo de leitura, ou seja, na fase da decodificação. A falta de estímulo para o hábito da leitura pode ocorrer pelas mais diversas formas, que vão desde o baixo poder aquisitivo que predomina na maioria dos brasileiros, associado ao alto custo dos livros, até a quase que inexistência de bibliotecas comunitárias, de fácil acesso aos estudantes. 2. A postura do leitor no ato de estudar. Quando chegamos à Universidade é que percebemos o quão críticos devemos ser na leitura dos textos que nos cercam, já que fazem parte de nossa vida acadêmica, desde o início até o fim. Na academia, vivemos em meio ao universo dos textos, e, por isso, devemos adotar uma postura de Sujeito e não de Objeto dessa leitura obrigatória. Entenda-se por Leitor Sujeito aquele que adota uma postura crítica e interativa com o texto e seu autor, com humildade e disciplina, compreendendo a mensagem, e, ao mesmo tempo, verificando se ela apresenta de forma coerente e coesa a realidade. O Leitor Sujeito deve estar sempre atento para alguns pontos: a) Buscar a compreensão, e nunca a memorização da mensagem, pois só assim poderá, ao final do processo, entrar no mérito do que o autor quis dizer e executar um processo integrado de conhecimentos. b) Adotar uma postura avaliativa de tudo aquilo o que lê, julgando sempre a compatibilidade da expressão com a realidade apresentada pela fonte, já que, em muitas situações, julgamos de forma equivocada uma mensagem por não compreendermos a temática abordada. c) Ter curiosidade, e, por conseqüência, uma atitude de constante questionamento, perguntando, buscando e dialogando com o autor do texto. Promover uma leitura processando aquilo que é relevante para o autor, e, ao mesmo tempo, compreender a sua mensagem global, sem, contudo, deixar de observar aquilo que é relevante para nós, leitores. Em algumas situações, aquilo que está nas entrelinhas é o que mais nos interessa; em outras, um comentário despretensioso, à parte. A partir do momento em que mantemos esse diálogo com o autor, passamos a compreender sua mensagem com maior clareza e confiança, fazendo uma avaliação, um questionamento, e, por fim, caminhando para a criação de novas interpretações acerca do que absorvemos da leitura. Quanto ao Leitor Objeto, percebe-se que sua postura é pouco comprometida com a construção do conhecimento, já que, em seu processo de captação das informações, verifica-se a falta de compromisso. É um leitor que se encanta com o teor do texto que lê, de forma magnetizada, sem estar preocupado com a real mensagem nele contida. Além disso, não desperta o interesse pela compreensão, mas sim, pela eficiência no modo como armazenar as informações, já que somente as reproduzirá, quando necessário, tornando-se um arquivo de qualidade duvidosa, repetindo da mesma forma que captou, tudo o que absorveu. Nesse momento ocorre o Verbalismo*. * Situação em que a aprendizagem não está relacionada propriamente a uma compreensão da realidade, mas a uma mera retenção de dados, de forma alienante, das informações apresentadas para, posteriormente, serem reproduzidas quando forem solicitadas. O Leitor Objeto apresenta algumas características que o fazem ser o oposto do Leitor Sujeito; dentre as quais: a) Lê de forma mecânica, visando sempre decorar as informações contidas nas fontes O bom uso do repositório mnemônico é de fundamental importância para a organização das informações e sua seqüencial distribuição de forma linear, coerente e coesa, dentro de uma linha conclusiva de raciocínio. Imaginemos a seguinte situação: Um determinado professor pede aos alunos que pesquisem sobre a FOME. Nessa pesquisa, o aluno que adota a postura de Leitor Sujeito se vê obrigado a apresentar uma solução para o problema apresentado pelo professor. A partir daí, a postura adotada inicia com a seleção prévia de algumas fontes, que, preferencialmente, abordem o referido assunto dentro de linhas diferentes de raciocínio. A fonte “A”, no exemplo em questão, trata a fome a partir de um enfoque voltado para a questão fisiológica, ou seja, para o fato dela representar a necessidade que nosso organismo tem de repor nutrientes, sais minerais e outras fontes de subsistência; A fonte “B”, por sua vez, apresenta a fome como sendo o grande problema para o desenvolvimento de uma sociedade justa e igualitária, a partir de uma problemática política-social; Por sua vez, a fonte “C” apresenta o mesmo assunto como algo explorado pela maioria dos governantes que praticam, ainda hoje, o pensamento e o ideal maquiavélico. A partir da leitura dessas três referências, o aluno é capaz de, cruzando as informações, interagindo e questionando-as, chegar ao que podemos chamar de produção “D”. Essa tal produção “D” nada mais é do que a conclusão pessoal obtida pelo nosso leitor pesquisador através de uma leitura crítica e interessada. Isso pode ser representado da seguinte maneira: FOME Fonte A Fonte B Fonte C D LEITOR SUJEITO A B C REPOSITÓRIO MNEMÔNICO Como demonstrado na ilustração acima, o Leitor Sujeito freqüenta as fontes previamente selecionadas (A+B+C); em seguida cruza as informações entre elas (A+B+C/B+A+C/C+B+A), levando sempre em consideração as diferenças conceituais que são apresentadas por cada uma a partir da proposta apresentada pela sua fonte; dialoga com os autores de uma forma crítica ao mesmo tempo que interativa, porém, com humildade, já que não é o dono, mas o construtor de uma suposta verdade; e, ao final de seu trabalho, chega a uma conclusão individual, de sua lavra, apresentando um resultado que é fruto de toda a sua postura enquanto leitor-pesquisador (D). O leitor sujeito, em hipótese alguma utiliza as informações contidas nas fontes de pesquisa - salvo algumas breves e necessárias citações - tais e quais foram apresentadas. Assim sendo, não será um reprodutor de idéias alheias, mas sim, um construtor de um novo conhecimento. O LEITOR OBJETO: O Leitor Objeto, por sua vez, até certo momento de sua “busca pela resolução do problema passado pelo mesmo professor”, adota os mesmos procedimentos do Leitor Sujeito, ou seja, consulta, no máximo, as três mesmas fontes freqüentadas e as mantém armazenadas em seu repositório mnemônico. É a partir daí que a coisa começa a mudar, pois, embora deixe as informações captadas, no repositório mnemônico, como faz o Leitor Sujeito, não adota o mesmo critério na captação desses dados, já que não promove o cruzamento deles, nem a interação e tampouco o diálogo crítico com os autores. É uma vítima da educação bancária e do verbalismo. Some-se a isso o fato de que o resultado de sua “pesquisa” nada mais é do que a repetição, na maioria das vezes, mal feita de tudo o que conseguiu decorar sobre as fontes buscadas. O Leitor Objeto, na verdade, conforma-se somente com o fato de ler e buscar nessa leitura o máximo de informações que puder decorar para, quando for provocado a falar sobre, repetir da mesma forma que estava escrito nas fontes freqüentadas. Podemos dizer que o Leitor Objeto é um reprodutor de informações que não foram criadas como fruto de um processo de pesquisa crítica e em busca do fazer o conhecimento. Esse tipo de comportamento é típico de estudantes do Ensino Fundamental e Médio da maioria das escolas, públicas ou privadas. Mas não é comum encontrarmos esse tipo de postura no Ensino Superior, também. O Leitor Objeto pode ser considerado como vítima do processo ao invés de ator do mesmo, já que, quando toma conhecimento da postura que adota e do quanto deixa de aprender por não ter olhos para outra coisa que não seja a mesmice da “decoreba”, passa a sentir-se na obrigação de comportar-se como Leitor Sujeito, passando a ter mais gosto, inclusive, pela leitura com qualidade. Isso pode ser representado da seguinte forma: FOME Fonte A Fonte B Fonte C A, B, C LEITOR OBJETO Como demonstrado na ilustração acima, o Leitor Objeto freqüenta as fontes previamente selecionadas (A+B+C); em seguida procura guardar o maior número de informações possíveis de cada uma delas no repositório mnemônico para depois, apresentá-las da mesma forma como cada autor a apresentou em sua obra (A+B+C). O Leitor Objeto é facilmente desarmado e desmascarado quando a ele perguntamos POR QUÊ às suas colocações. Como a única coisa que ele sabe concluir é a repetição das idéias apresentadas pelos autores das fontes visitadas, não tem argumentação e nem capacidade persuasiva para ir além do seu repertório copiado. Se no meio de uma argüição, por exemplo, for interrompido com algum questionamento acerca do que está falando, perde-se no seu raciocínio e falta-lhe conteúdo próprio para fazer qualquer tipo de observação. Na melhor das hipóteses, adota a linha de raciocínio de um certo autor e acaba A B C REPOSITÓRIO MNEMÔNICO Embora pareça um pouco confuso, este método trabalha de forma seqüencial e lógica, já que faz uso de estruturas previamente detectadas, desvendadas e internalizadas, que nos chamaram a atenção desde o primeiro contato visual. Trabalharemos, na verdade, com o consciente e o subconsciente. Se partirmos do princípio de que cada estrutura, frase ou palavra nova representa um universo de significado, e que esse significado nos remete a um novo todo contextual, poderemos utilizar esses fragmentos como mecanismos de compreensão através da interligação semântica e compreensão do texto. Como exemplo, analisemos o texto abaixo baseando-nos na seleção de palavras-chave carregadas de significado e na interligação semântica proporcionada a partir das mesmas (de tais palavras). TEXTO I A ILUSÃO DA NEUTRALIDADE DA CIÊNCIA Como a ciência se caracteriza pela separação e pela distinção entre o sujeito do conhecimento e o objeto; como a ciência se caracteriza por retirar dos objetos do conhecimento os elementos subjetivos; como os procedimentos científicos de observação, experimentação e interpretação procuram alcançar o objeto real ou o objeto construído como modelo aproximado do real; e, enfim, como os resultados obtidos por uma ciência não dependem da boa ou má vontade do cientista nem de suas paixões, estamos convencidos de que a ciência é neutra ou imparcial. Diz à razão o que as coisas são em si mesmas. Desinteressadamente. Essa imagem da neutralidade científica é ilusória. Quando o cientista escolhe uma certa definição de seu objeto, decide usar um determinado método e espera obter certos resultados, sua atividade não é neutra nem imparcial, mas feita por escolhas precisas. (...) O racismo (por exemplo) não é apenas uma ideologia social e política. É também uma teoria que se pretende científica, apoiada em observações, dados e leis conseguidos com a biologia, a psicologia, a sociologia. É uma certa maneira de construir tais dados, de sorte a transformar diferenças étnicas e culturais em diferenças biológicas naturais imutáveis e separar os seres humanos em superiores e inferiores, dando aos primeiros justificativas para explorar, dominar e mesmo exterminar os segundos. (Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Rio de Janeiro: Ática, 1995.) PROCEDIMENTOS DE LEITURA: A primeira coisa a ser observada, e devidamente selecionada, é o assunto que será abordado no texto. Em nosso caso, A ILUSÃO DA NEUTRALIDADE DA CIÊNCIA. É necessário que tenhamos um pouco de curiosidade e raciocínio lógico para iniciarmos nosso trabalho de leitura. No exemplo acima, percebemos tratar-se de um texto que se propõe a falar sobre o fato da ciência não ser tão neutra quanto aparenta. A partir dessa premissa, deveremos nos ater não só ao desvendamento das palavras de difícil compreensão, mas também às que têm estreita relação com o assunto proposto no caput do texto. Em um texto que fale sobre alimentos, por exemplo, palavras como sábado, João, futebol, entre outras diferentes do contexto, não têm o mesmo grau de importância que têm arroz, feijão e panelas. Desta forma, no texto em questão, teremos que sublinhar as palavras ou estruturas que dizem respeito a essa pseudo-neutralidade da ciência (apresentados no primeiro parágrafo) e aos dados que se contrapõem a essa tese (apresentados no terceiro e quarto parágrafos da produção textual). Assim sendo, percebemos que se trata de um texto dividido em duas linhas de raciocínio, separadas por uma afirmação contida em um parágrafo que diz nas entrelinhas: “A partir daqui, o texto muda de linha argumentativa”, que é o segundo. Quando elencamos palavras que têm relação com a proposta apresentada pela idéia central do texto, criamos uma idéia fragmentada, no primeiro momento, dos pontos relevantes a serem abordados durante sua apresentação e defesa, através de argumentos previamente escolhidos pelo autor. Em outras palavras, recortamos o texto macro em estruturas micro, não menos carregadas de informação e significado, que ficarão armazenadas em nosso subliminar como se fossem reservatórios de informações, prontos para serem explorados em um momento de leitura em que o leitor não dispõe de muito tempo, mas precisa do máximo de compreensão possível acerca do que leu. Voltando ao nosso texto-exemplo, encontraremos algumas palavras-chave que deverão ser previamente sublinhadas e que servirão como estruturas carregadas de significado. Quando relacionamos as estruturas destacadas entre si e atribuímos a elas valor semântico ligado ao todo textual, percebemos que, a partir de uma segunda leitura, as veremos como pontos de ligação dentro do parágrafo, dando sentido rápido e imediato ao significado macro, ou seja: não precisamos ler todo o parágrafo para sabermos do que ele fala, e, tampouco, temos que nos preocupar em decorar tudo para, em seguida, reproduzi-lo da mesma forma que está escrito, repetindo a idéia do autor, sem apresentar algo novo, baseado em nossa conclusão pessoal. A postura a ser adotada a partir de agora nos levará a um resgate subliminar dos conteúdos semânticos previamente eleitos, fazendo com que suas relações criem imagens e conceitos interpretativos do parágrafo e, progressivamente, do texto como um todo. A partir de agora, seremos capazes de, em um menor espaço de tempo, desvendarmos passo a passo, um texto antes tido como complexo, a partir de nossas conclusões pessoais, dando uma nova interpretação ao pensamento do autor. Em nosso texto de exemplo, embora pequeno, pudemos praticar essa forma de leitura a partir de fragmentos carregados de significado, que, após inter-relacionados, nos levaram a uma compreensão mais rápida e mais eficiente do todo textual. LINGUAGEM A linguagem é a base da comunicação humana, que representa o pensamento através de sinais. Através dela podemos nos relacionar em sociedade. A linguagem é o que diferencia o homem dos outros animais. Embora seja comum ouvirmos falar em comunicação através de algum tipo de linguagem entre os animais irracionais e insetos, como por exemplo a que existe entre as abelhas, cupins entre outros, percebemos que se trata tão somente de uma forma de comunicação instintiva, ou seja, que não tem uma referência convencionada para que os resultados sejam alcançados. Sabe-se que se uma abelha desgarrada for abatida por um chinelo de borracha ou outro qualquer material contundente, dela será emitida uma quantidade de feromônio suficiente para que as que estiverem a um raio de pelo menos, um quilômetro, voem em direção àquele[a] sinal/mensagem emitido[a] pelo inseto. Isso, em momento algum, caracteriza algum tipo de linguagem convencionada, mas sim, um instinto inerente aos animais e insetos. Da mesma forma, diferente dos humanos, um cão identifica em períodos determinados, quando uma fêmea de sua espécie está receptiva para o acasalamento, já que ocorre nesse caso a emissão de odores característicos daquela situação. Em momento algum poderíamos associar essas ocorrências como algum tipo de comunicação baseada em linguagem, já que em nenhum momento houve vontade voluntária através do pensamento consciente, por parte da abelha e da cadela, para que os resultados ocorressem, de fato. Segundo Ernani Terra, dá-se o nome de linguagem a todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Com base nessa afirmação, lembramos das inúmeras formas de linguagem, como por exemplo, a dos sinais de trânsito, dos profissionais da comunicação, a dos médicos, entre outras. Um orador, ao proferir seu discurso, centra-se em alguns aspectos essenciais para o entendimento do que será tratado, como por exemplo, a compreensão do que pretende que seja assimilado pelo seu público. Para tanto, deverá se preocupar com aspectos relacionados com a comunicação, ou seja, que a mensagem enviada chegue ao receptor sem distorções e com a integralidade e fidelidade com que ele a enviou. Nesse caso, não haverá necessidade de que seu discurso seja formal, considerando principalmente o fato de que a informalidade é marca registrada na comunicação oral e que, o objetivo maior nesse caso, é manter a comunicação. Quando redigimos uma carta, devemos ter a preocupação de que a mensagem contida naquele documento chegue ao seu destinatário de uma forma compreensível e bem clara. Para tanto, devemos nos ater a algumas observações, como por exemplo, escrever de forma objetiva e obedecendo, preferencialmente, as regras gramaticais. Trata-se de codificar a mensagem que pretendemos transmitir através daquele veículo, em um nível de compreensão comum a quem emite e a quem recebe a mensagem. No caso em questão, a quem envia e a quem recebe a correspondência. Linguagem não-verbal É a que utiliza quaisquer outros meios, diferentes das palavras, objetivando a comunicação. Como linguagem não-verbal, podemos citar a linguagem dos surdos-mudos, a utilizada no trânsito, a dos árbitros de futebol, entre inúmeras outras que se prevalecem de recursos diferentes das palavras para promoverem a comunicação. A linguagem não-verbal é rica de significados, já que dispõe de recursos diversos cuja finalidade é gerar um significado para o receptor, com a finalidade de efetivar o ato da comunicação. Em qualquer lugar do mundo, os signos/ícones que representam banheiro masculino e feminino são os mesmos. Da mesma forma, podemos identificar com muita facilidade a existência de um restaurante nas proximidades se encontrarmos uma placa contendo um talher. Uma cadeira de rodas representa portador de necessidades especiais; uma placa com a inscrição de 80 km/h, em uma estrada, nos diz qual a velocidade máxima permitida naquele trecho. No Brasil, a Libras (Linguagem brasileira de sinais) é usada pelos surdos-mudos para que os mesmos possam manter comunicação e viver socialmente, pelo menos em seu grupo. Língua Partindo do pensamento de Ferdinand Saussure, quando nos referimos à parte social da linguagem, que é exterior ao indivíduo e que não pode ser criada e nem modificada por ele, estamos falando da língua. É uma concepção abstrata, que só se realiza quando é empregada de forma concreta em um momento de comunicação, através da fala. É linguagem que utiliza a palavra como sinal de comunicação. Quando nascemos, já nos deparamos com a língua formada e em funcionamento, o que demonstra seu caráter social. Ela independe de nós para existir, pois, mesmo depois de morrermos ela ainda continuará. A língua funciona como um código, um grupo de elementos e de regras que possibilita a permuta de informações. Ela é conhecida e, consequentemente, utilizada, por um grupo social. Mesmo constituindo um sistema fechado, permite a transmissão de mensagens. Seu emprego é limitado. Deve-se evitar qualquer confusão entre língua e escrita, já que tratam-se de sistemas distintos. Antes de aprendermos a escrever, aprendemos a utilizar a língua. Os analfabetos, por exemplo, utilizam a língua sem saber representar seu pensamento através da escrita. Existem aproximadamente 3 mil línguas no mundo, das quais somente 110 têm sua representação feita por alguma forma de escrita. Quando uma língua não tem representação escrita, dá-se a ela o nome de ágrafa. Embora saibamos que a linguagem falada é infinitamente mais utilizada que a escrita, as teorias gramaticais tradicionais baseiam seus estudos nesta, dado seu aspecto mais permanente que aquela. Fala Quando ocorre a realização concreta de uma língua, feita por um indivíduo de uma comunidade em um determinado ato de comunicação, temos a fala. É a forma pessoal que cada indivíduo faz da língua, de forma exclusiva. Ela se modifica de acordo com a vontade pessoal residente em cada falante, que cria um estilo próprio de se expressar. Níveis da fala: Existem vários falares dentro de uma língua, já que, por exemplo, no Brasil, percebemos variações lingüísticas das mais diversas, que tornam-se únicas de acordo com a região, a comunidade, a classe social, entre outras particularidades. De acordo com o meio sociocultural em que vive o indivíduo e os modos variados com que utiliza a língua, podemos perceber os níveis da fala. Os falantes utilizam uma mesma língua de formas variadas. Isso ocorre em função de alguns fatores, entre os quais, destacam-se: a) fatores regionais: quando observamos uma pessoa que nasceu e reside no Rio de Janeiro conversar com outra que nasceu e reside em São Paulo, por exemplo, percebemos o quão diferente são as expressões usadas por cada um, bem como a forma como algumas palavras são pronunciadas. O carioca tende a uvular o fonema /r/ da palavra PORTA, com mais intensidade que qualquer outro falante do português falado no Brasil. De forma diferente, o paulista pronunciando a mesma palavra, tende a usar o fonema /r/ de modo vibrante. Outras variações podem ser percebidas também, quando ouvimos o falar de uma pessoa que vive na capital e o de outra que vive na área rural. b) fatores culturais: outro fator que também influencia as variações na forma de falar diz respeito ao grau de escolarização e a formação cultural do falante. Existe muita diferença entre o modo de falar existente entre uma pessoa culta e escolarizada e outra inculta, com baixo grau de escolarização. c) fatores contextuais: dependendo da situação em que se encontra, um falante poderá alterar sua fala. Não é comum encontrarmos em uma mesa de bar, por exemplo, falantes utilizarem a língua com a mesma formalidade com que a usariam em uma situação formal. d) fatores naturais: o falante também sofre influência de fatores naturais relacionados a idade e sexo. A linguagem infantil não pode ser comparada a de um adulto, por isso a chamamos de linguagem infantil, diferente da linguagem adulta. Há diferenças também entre o falar das mulheres e o dos homens, já que, por tabus morais, o falar das mulheres inclui menos palavrões que o dos homens. Existe também a diferença entre a forma como se fala e a forma como se escreve, pois não escrevemos da mesmo jeito como falamos. A linguagem oral conta com elementos que contribuem para reforçar o pensamento e os objetivos dentro do processo da comunicação, como por exemplo, expressão facial, gestos de reforço, inflexão de voz, entre outros. Os mesmos não estão presentes na linguagem escrita. Por conta desses fatores observamos diversos níveis da fala, conhecidos também como níveis de linguagem: a) nível coloquial-popular: usado no dia-a-dia pela maioria das pessoas, em situações informais, é bastante espontâneo. Não são observados os preceitos da Gramática Normativa, do certo e do errado, já que o pretendido é que seja estabelecida a comunicação entre os falantes que compõem um diálogo. O nível coloquial-popular é normalmente usado por adolescentes e por pessoas que, naturalmente, expressam seus pensamentos de forma despreocupada e informal. O uso do Executivos brasileiros são os mais bem pagos da América Latina, indica pesquisa. Da Redação Em São Paulo Os executivos brasileiros são os mais bem-pagos dentre os latino-americanos, segundo mostra pesquisa envolvendo cerca de 600 empresas nacionais e estrangeiras, presentes em 18 países da região. De acordo com o levantamento, feito pela consultoria Watson Wyatt, as disparidades dos vencimentos recebidos pelos executivos da região são marcantes. Por exemplo, levando-se em consideração o salário fixo, a parte variável e os benefícios pagos a estes profissionais, as empresas do Brasil chegam a desembolsar, em média, o dobro do que ocorre na Argentina, 64% a mais do que na Venezuela e 24% além dos vencimentos do México -país que até o ano passado era tido como o melhor pagador da América Latina. Dois países da América Central se destacam logo a seguir do Brasil: as empresas da Costa Rica são as que ocupam o segundo lugar no ranking das que melhor pagam seus executivos; seguidas pelas companhias de Honduras, no terceiro posto. A consultoria alerta, no entanto, que a diferença de vencimentos não significa, necessariamente, que os executivos brasileiros tenham um maior poder de compra em relação aos demais, já que os valores estão atrelados ao custo de vida local. Site: http://www.uol.com.br/economia ci) gíria: Quando a língua padrão varia de modo proposital, em função da utilização de certos grupos sociais, em contextos especiais, temos a gíria. Cada grupo que pretende se distinguir dos demais tende a se fechar social e culturalmente através da forma de expressar seus pensamento, criando sua própria gíria. Isso explica sua variedade: a dos presidiários, a dos jovens, a dos esqueitistas, a dos pichadores, entre outras diversas tribos. A gíria pode se expandir para outros grupos ou para a linguagem coloquial de todas as camadas sociais através do processo de transferência*. *Transferência= ocorre quando se transfere uma variante social para outra. Ex: a palavra avião, que, usada por muitos jovens, designa uma mulher bonita e de formas avantajadas, originalmente é uma gíria usada por delinqüentes para designar as pessoas que levam e comercializam drogas em determinados locais, sem serem, porém, os verdadeiros traficantes. Percebe-se nesse caso, que ocorreu a transferência da gíria dos delinqüentes para a linguagem dos jovens. A gíria nada mais é do que uma variante da língua, portanto, sofre evolução de acordo com o contexto e a necessidade em que é usada. Novas gírias surgem diariamente, da mesma forma com que outras somem, deixando de ter sua razão de existir. Outrora, para dizermos que uma jovem mulher era muito bonita, usávamos a expressão “esse broto é demais”. Atualmente, se usássemos essa mesma expressão, fatalmente estaríamos pagando um grande mico. Reflexão: A constante evolução dos processos de linguagem, língua e fala torna a intrigante arte da comunicação algo envolvente e passível de estudos muito mais aprofundados dos que são atualmente desenvolvidos. Os jovens de hoje, se pudessem voltar no tempo não mais que vinte anos, com a mesma idade que têm, certamente teriam a impressão de estarem em um outro país, ou quem sabe em outro planeta, dadas as diferenças entre os processos lingüísticos que integram a comunicação. Achariam, no mínimo, muito engraçadas as variações na expressão de um mesmo pensamento, que não mudou a sua essência denotativa, mas que adquiriu, a partir de novos contextos e necessidades, significados tão diferentes, que nem parecem representar o mesmo pensamento. Enquanto a língua continuar evoluindo - e observemos que só as línguas mortas não evoluem -, continuaremos a fazer parte desse grande laboratório lingüístico que é a procura constante por um melhor expressar e comunicar nossos pensamentos, sentimentos e emoções. Nossa juventude estranhará o linguajar dos jovens de aqui a dois anos, embora a proximidade temporal seja muito pequena.
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