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Estudo de tempos, Notas de estudo de Ciências da Educação

Uma apostila complementar tratanto das concessões e das interferências em estudos de tempos produtivos de processos de manufatura.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 28/03/2010

jairo-brasil-vieira-7
jairo-brasil-vieira-7 🇧🇷

4.6

(22)

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Baixe Estudo de tempos e outras Notas de estudo em PDF para Ciências da Educação, somente na Docsity! Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 1 ”Há 15 anos mobilizando recursos para a competência” ESTUDO DE TEMPOS MATERIAL COMPLEMENTAR Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 2 ESTUDO DE TEMPOS (MATERIAL COMPLEMENTAR) 1 HISTÓRICO No passado não era necessária grande precisão no controle do tempo, e os métodos para medi-lo eram bem diferente dos que conhecemos hoje em dia. Podemos afirmar que as primeiras noções de tempo que a humanidade teve consciência foram à noite e o dia. Esta consciência é a origem do primeiro relógio de que temos notícia, o Relógio Biológico, através dele é que temos controle sobre o sono, a fome e outras necessidades que nos mantém vivos. Com a evolução do mundo e da humanidade as necessidades foram transformando-se e os métodos de obter o tempo foram aprimorando-se, passando pelo relógio solar, a ampulheta, o relógio mecânico, o relógio digital e o relógio nuclear além de muitos outros que existem no mundo da atualidade. A partir de determinado ponto o homem notou que o tempo não tinha utilidade apenas para marcar compromissos, mas a partir de estudos era possível prever o tempo de execução de tarefas, determinar recordes nos esportes e muitas outras aplicações. A partir de então nasceu o cronômetro, um relógio desenvolvido para estas finalidades. 1.1 O Estudo de Tempos O “Estudos de Tempos” teve sua origem na Oficina Mecânica de Midvale Steel Company em 1881 em que Frederick Winslow Taylor foi seu criador. Aos dezoito anos de idade Taylor obteve, em uma indústria mecânica, o lugar de aprendiz de Torneiro e de Ferramenteiro. Em 1878, com 22 anos, em conseqüência da crise econômica daquela época, foi trabalhar na Midvale Steel como simples operário. Sua capacidade de trabalho rapidamente o levou à posições de horista, mensalista, oficial-torneiro, contra-mestre, mestre de seção de usinagem. Com 31 anos ele era engenheiro-chefe de produção. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 5 De fato a descoberta da eficiência no início do século através do cronômetro e prancheta registrando e analisando os tempos e movimentos - baseada nas técnicas tayloristas – foi um dos pilares do poderio americano no século XX. Atualmente podemos também estender esta idéia para o sucesso japonês que tem muito mais a ver com Taylor do que com as filosofias modernas da administração participativa, conforme reportagem Taylor Superstar da revista Exame de 24 de setembro de 1997”. 1.3 Estudo de Tempos no Brasil No Brasil o estudo de Tempos e Movimentos foi trazido por multinacionais na década de 1950, e implantada principalmente no ABC paulista em empresas metalúrgicas e montadoras de automóveis. De forma pioneira, a indústria da confecção e do calçado foi das primeiras a implementar em seu processo esse estudo. Temos exemplos como a São Paulo Alpargatas e as companhias Hering, Sul Fabril e Teka no vale do Itajaí. Indústrias de calçados instaladas no pólo de Franca também se utilizaram dessa ferramenta. Atualmente, a indústria metal-mecânica tem buscado racionalizar seus processos e entender seus custos pelo emprego da cronometragem e cronoanálise. Apesar de pouco divulgado o estudo de Tempos e Movimentos é uma técnica administrativa muito utilizada principalmente por grandes empresas da região. Com o advento da terceirização, conhecer a capacidade produtiva de maneira sistemática torna-se um grande diferencial competitivo. Durante a segunda fase do século XX, com o advento das células de produção no Volvismo e Toyotismo, onde as metas atribuídas a uma equipe buscam a performance da empresa, os estudos de tempo foram relegados a segundo plano. Todavia, nos primeiros anos do século XXI, as empresas resolveram resgatar essa ferramenta para entender novamente seus tempos produtivos e, por conseqüência, obter maior credibilidade em seus custos e programações de produção. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 6 Poucas empresas no Brasil utilizam Tempos & Métodos e a falta de compreensão sobre esta atividade é tão grande que chegam a transformar o setor em segmento de outras atividades. Não existem faculdades no Brasil que formam tais técnicos, mas sim raras empresas que investem vários anos para treinar e formar um bom técnico. Existe uma forte tendência por parte das empresas, de contratarem profissionais de nível superior para o exercício de Tempos & Métodos, em vez de concentrarem esforços para possuir um “setor de Tempos & Métodos” de alto nível, ou até terceirizar esta atividade de maneira que a atividade seja tratada de maneira profissional e eficaz. Justamente a grande necessidade de determinar correta e rapidamente a capacidade produtiva ideal ironicamente acabada desviando o profissional contratado para este fim que são direcionados para outras atividades prioritárias, e o Estudo do Trabalho acaba não acontecendo no Brasil. O Estudo do Trabalho exige muita análise, muitas cronometragens de micro- movimentos de todas as operações do processo estudado, além da demora nos cálculos e deduções que este emaranhado de números e tabelas proporcionam. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 7 2 A FADIGA COMO FONTE DE ESTUDO Um dos principais objetivos do estudo de tempos e movimentos é reduzir a fadiga e tornar o trabalho tão fácil e satisfatório quanto possível. Outrora, esse fator foi pouco considerado nos estudos de tempos e tornou os sindicatos de trabalhadores adversos na aceitação dos tempos estipulados pelos estudiosos da ciência de mensuração de tempos de produção. Por isso, cabe agora retomar esse estudo e considerá-lo essencial na definição dos Tempos Padrões. O termo Fadiga tem vários significados, dependendo do ponto de vista adotado quando se discute o assunto. Na indústria a Fadiga se refere a três fenômenos relacionados: 1) Sensação de Cansaço – Normalmente associada a longos períodos de trabalho, é um conceito subjetivo, portanto não pode ser determinada por um observador. Uma pessoa pode se sentir cansada e, mesmo assim estar trabalhando como de costume, ou então pode sentir-se normal e em realidade, estar trabalhando com uma baixa produtividade. 2) Mudanças fisiológicas no corpo – O corpo humano pode ser considerado uma máquina que consome combustível e produz energia útil, os mecanismos envolvidos nas mudanças fisiológicas são: O aparelho Circulatório, Digestivo, Respiratório, o Sistema Nervoso e os Músculos. 3) Diminuição da capacidade de executar tarefas – Apesar do colaborador estar devidamente treinado para realizar determinada tarefa, torna-se incapaz de executá-la devido á vários fatores como: Mudanças fisiológicas provocadas pelo trabalho, Efeito do ambiente no colaborador, Condições desfavoráveis para executar o trabalho, Horas excessivas de trabalho, Excesso de ruído e vibração, temperatura, ventilação e iluminação deficientes e outros. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 10 desnecessários à operação e parece estar sempre interessado na execução de seu serviço. Tempo Normal É o tempo elementar médio ou selecionado, ajustado por avaliação de ritmo ou outro método de ajustagem. Representa o tempo que um operador normal leva para executar o elemento. Avaliação de Ritmo É o método que compara a rapidez e precisão com que o operador realiza os movimentos necessários para executar uma operação, com o conceito que o observador tem de ritmo normal. Tolerâncias ou Concessões São os acréscimos de tempo incluído no tempo normal de um operador, a fim de compensar a operadora pela produção perdida, por causa da fadiga, necessidades pessoais e interrupções normalmente previstas, tais como as paradas mecânicas. As porcentagens para Tolerâncias ou Concessões são extraídas de tabelas previamente confeccionadas e utilizadas a nível mundial para estudos de tempos. Tempo Base Nos elementos de máquina (tempo de máquina) é o tempo normal acrescido das tolerâncias de máquina. Nos elementos de manuseio (trabalho manual) é o próprio tempo normal. Tempo Padrão É o tempo concedido para um operador qualificado, trabalhando num ritmo normal e sujeito a demoras e a fadigas normais, para executar uma quantidade definida de trabalho de uma qualidade específica, segundo um método pré- estabelecido. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 11 4 ESTUDO DE INTERFERÊNCIAS Consiste em observar o processo com o cronômetro em movimento, coletar as ocorrências, avaliar o ritmo, à medida que ocorrem. 4.1 Classificação das Ocorrências Operando – Operador ou equipamento em movimento, o único momento de um acompanhamento que efetivamente está se produzindo. Ex.: Máquina em movimento. Elementos Regulares – Paradas no processo que não podem ser evitadas e que possuem uma freqüência definida. Ex.: Retirar lote da máquina. Causas Inevitáveis – Paradas no processo que não podem ser evitadas e que não possuem freqüência definida. Ex.: Peça trancada na máquina. Causas Evitáveis – Paradas no processo que ocorrem e que podem ser evitadas pelo operador ou pela supervisão. Ex.: Máquina parada e operador conversando sobre jogo de futebol. Causas Extras – Pardas no processo que a empresa assume como perda para ter retorno a curto ou em longo prazo. Quando ocorre o operador é instruído a justificar a perda de produção com anotação de período parado. Ex.: Treinamento de Bombeiro. Necessidades Pessoais – Paradas no processo para que o operador satisfaça suas necessidades pessoais. Ex.:Ir ao banheiro. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 12 4.2 Tabela das Ocorrências Para facilitar e padronizar o acompanhamento das interferências é necessário que o cronometrista descreva um histórico das ocorrências à medida que forem sendo coletadas a fim de determinar o tempo e a freqüência com que ocorrem no processo estudado. Ex.: Op = Máquina Trabalhando – Operando Qf = Quebra da ferramenta – Inevitável Re = Reunião com supervisor – Causa Extra... Sempre que possível, o cronometristra deverá utilizar símbolos ou abreviaturas para facilitar a cronometragem. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 15 A tabela utilizada é a seguinte: Peso acima de (kg) Até (kg) % 00 01 0 01 02 1 02 04 2 04 07 4 07 10 6 10 15 8 15 20 10 20 25 12 25 14 ESFORÇO MENTAL Fator aplicado ao tempo coletado para compensar a perda de produção com esforço mental. É a concentração, esforço visual, raciocínio e poder de decisão necessária para a execução de um trabalho. Conforme os conceitos descritos abaixo. Conceito % Muito Leve 1 Leve 2 Médio 3 Pesado 4 Muito pesado 5 DEFINIÇÕES MUITO LEVE É o serviço repetitivo e invariável, com pequena responsabilidade de segurança e qualidade, trabalho que não requer decisões. Exemplo: Auxiliar de Montagem, Auxiliar de Linha. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 16 LEVE É o trabalho repetitivo com poucas variações, pequena responsabilidade de segurança e qualidade. Exemplo: Revisor, Operador que opera máquinas diferentes simultaneamente. MÉDIO Trabalho com poucas repetições, acionamento de painéis, controle e válvulas, com responsabilidade sobre qualidade e segurança. Exemplo: Operador de máquina de corte, Operador de empilhadeira. PESADO Trabalho que exige cálculos, manuseio de aparelhos de medição, responsabilidade sobre segurança e qualidade. Requer tomada de decisões para a execução do trabalho. Exemplo: Operador de caldeira, Inspetor de qualidade. MUITO PESADO Trabalho altamente qualificado, manuseio de instrumentos de precisão, exige raciocínio rápido para tomar decisões. Responsabilidade sobre qualidade e segurança de pessoal e equipamentos. Exemplo: Engenheiro, Gerente de Materiais, Encarregado de Produção. MONOTONIA Fator aplicado sobre o tempo coletado para compensar a perda de produção causada pela repetitividade da atividade. É a compensação da perda de produtividade provocada pela repetição contínua de determinada tarefa. De acordo com o tempo do ciclo, determinar a percentagem correspondente de abono de monotonia conforme tabela. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 17 Repetições por 8 horas Até % 00 32 0 32 60 0,5 60 120 1,0 120 480 1,5 480 960 2,0 960 1920 4,0 1920 9600 6,0 9600 8,0 NECESSIDADES PESSOAIS É o abono incluído num padrão para permitir ao trabalhador atender às suas necessidades pessoais, tais como tomar água, ir ao banheiro, a fim de que o mesmo possa manter o seu bem estar. A duração desta concessão pode ser determinada através de levantamento contínuo ou então por meio de amostragem de observação instantânea de diversas classes de trabalho. Para trabalhos onde o operador trabalha 8 horas por dia sem períodos de descanso preestabelecidos, em posição mais fixaem seu posto de trabalho, se utiliza cerca de 5%, embora a necessidade de tempo pessoal varie mais com o individuo do que com o tipo de trabalho. No caso de tarefas onde haja uma certa movimentação do operador, sem que o mesmo fique maior parcela do tempo em seu posto de trabalho, utiliza-se uma porcentagem de 3%. POSIÇÃO Fator aplicado ao tempo coletado para compensar a perda de produção causada pela posição do corpo do operador para realizar a atividade. É a perda de produtividade provocada pela permanência do operador em determinada posição durante a execução da atividade. Aplicar esta Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 20 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste material é esclarecer sobre a importância do estudo de tempos, bem como, elucidar alguns aspectos referentes aos abonos adicionais que são fornecidos nesses estudos, o que muitas vezes é um pouco difícil de entendimento inicial por quem possui pouca experiência na área. Seu conteúdo é apenas uma descrição sucinta do ferramental utilizado para análise do processo de produção e suas operações. As concessões, principalmente, são fatores que nos levam, essencialmente o pessoal técnico, a questionar a necessidade de aumentar o tempo padrão através desses abonos. Devemos ter claro que todos estes fatores variam de pessoa para pessoa, mas de um modo geral podemos afirmar que as variações são previsíveis, portanto é possível determiná-las, considerando um operador normal. Quando observamos uma pessoa realizando uma atividade por um curto período, é impossível determinar o quanto esta atividade exige de esforço ou concentração. Somente através da aplicação de uma metodologia e conhecendo os fatores de concessões é que se torna possível determinar a contribuição da perda de produção gerada pela execução de determinada tarefa por um longo período de tempo. Para aplicar as concessões a qualquer atividade é indispensável que o analista de tempos e métodos tenha conhecimento das particularidades da atividade, pois esta é a única maneira de evitar o equívoco na aplicação das concessões. Rua Padre Anchieta, 34 / 303 – Canoas – RS Fone: (51)30594019 bravact@bol.com.br 21 7 BIBLIOGRAFIA Apostila do Curso de Cronometragem Industrial – Brava Consultoria e Treinamento, Canoas – RS, 2007. BARNES, Ralhp M., Estudo de Tempos e Movimentos. São Paulo, 1999. Editora Edgard Blucher FIDES, Itys, Cronoanálise. São Paulo, 2004. Editora Produtividade Industrial. MUNDEL, Marvin E., Estudo de Movimentos e de Tempos: Princípios e Prática. São Paulo, 1966. Editora Mestre Jou. TAYLOR, Frederich, Princípios da Administração Científica. São Paulo, 8.a edição, 1985. Editora Atlas.
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