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Guias e Dicas
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livro : O HOSPITAL cap 45, 46, 47, Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

muito bom otimo para tirar duvidas rapidas

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 03/03/2010

tamara-perozin-agora-formada-12
tamara-perozin-agora-formada-12 🇧🇷

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Baixe livro : O HOSPITAL cap 45, 46, 47 e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! Proced i mentos Técn icos 45 s-Lavanderia o Hospitalar Lavanderia Hospitalar, 652 • Planejamento, 653 • Tecnologia dos Tecidos, 657 • Água, 661 • Equipamentos para Lavanderia, 665 • Classificação das Máquinas de Lavar, 668 • Equipamentos de Pré-secagem, 669 • Equipamentos de Secagem, 670 • Equipamentos para Calandragem, 672 • Equipamentos Acessórios de Lavanderia, 673 • Produtos e Processo de Lavagem, 674 Tereza Angélica Bartolomeu Lilían Regina Wille Lucchin Este capítulo descreve uma lavanderia hospitalar da forma exigida pelos órgãos governamentais, aplicáveis a grandes hospitais, porém com perfeita adaptação aos hospitais menores, sujeitos à mesma legislação. Extraído do Manual de Lavanderia Hospitalar do Ministério de Saúde. Procedimentos Técnicos I javanderi a Hospi tf il ar,45! > Lavanderia Hospitalar Lavanderia Hospitalar ou Serviço de Processamento de Roupas Hospitalares, pode ser descrita como "uma unidade funcional de apoio logístico destinada ao atendimento dos clientes internos e/ou externos do hospital, cujas finalidades são: coleta, separação, processamento, confecção, reparo, reforma, fornecimento e distribuição de roupa hospitalar em condições de uso, higiene, quantidade, qualidade e conservação" [LISBOA, 2.000]. Difere das lavanderias comerciais pela obrigatoriedade da barreira de contaminação que separa a área limpa da área contaminada ou suja. Insere-se, atualmente, na estrutura organizacional do Serviço de Hotelaria Hospitalar existente em algumas instituições. É mais comum ser considerada como integrante do Serviço de Apoio. Um bom sistema de processamento da roupa é fator de redução das infecções hospitalares. Estudos realizados na área de microbiologia revelaram que o processamento da roupa em ambiente único, utilizado nas lavanderias tradicionais, propicia a recontaminação constante da roupa limpa na lavanderia. Esses estudos mostraram, ainda, que grande número de bactérias jogadas no ar, durante o processo de separação da roupa suja, contaminava todo o ambiente circundante. Tais descobertas revolucionaram a planta física da lavanderia hospitalar, bem como instalações, equipamentos e os métodos utilizados no processamento da roupa. A principal medida introduzida para o controle das infecções, foi a instalação de barreira de contami- nação, que separa a lavanderia em duas áreas distintas: 1. área contaminada ou suja, utilizada para separação e lavagem; 2. área limpa, utilizada para acabamento (centrifugação, secagem/calandragem, dobragem] e seleção, acondicionamento e estocagem. Esta barreira de contaminação só é realmente eficiente se existirem as lavadoras de desinfecção, com duas portas de acesso, uma para cada área, na parede que separa a área suja/contaminada da área limpa, e se as pessoas da área contaminada não circularem nas áreas onde a roupa sai limpa (figura abaixo]. A barreira de separação deve ser dotada de visores para facilitar a comunicação e o controle. parede Área contaminada 1 i l 1 Área limpa parede Lavanderia tipo hospitalar ou de barreira. 652 P P P P P P P P P P P P P P P P P P P Planejamento O planejamento de uma lavanderia hospitalar depende de suas funções, complexidade de ações e aspecto económico das instalações. A lavanderia é de grande importância para o funcionamento das diver- sas unidades hospitalares e qualquer que seja sua dimensão e capacidade, deve ser planejada, instalada, organizada e controlada com o mesmo rigor dispensado às demais unidades do hospital. Certamente, a roupa limpa é indispensável ao funcionamento eficiente de um hospital [BRASIL, 1986]. No momento de construir ou reformar uma lavanderia, alguns dados básicos devem ser determinados, com a maior precisão possível, para a elaboração do projeto, e seguir algumas determinações como: • cumprimento das Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde; • determinação de fluxos correios e adequados a cada hospital, sem cruzamento de tráfego limpo/sujo; • instalação de equipamentos adequados e que atendam às necessidades; • estabelecimento de técnicas de processamento que combatam a infecção hospitalar, com a sua respectiva manutenção; • exaustão e ventilação adequadas às diferenças de pressão entre as áreas, com a garantia de troca mínima do ar; • iluminação de acordo com as normas; • respeito aos princípios ergonómicos. Para dimensionar a área deve-se determinar: • peso da roupa a ser processada; • tipo de tecido; • tipo de equipamento; • tipo de instalações; • tipo de hospital; • fluxo da roupa; Determinar a quantidade de roupa necessária requer conhecimento de: • número total de leitos; • taxa de ocupação; • tipo de hospital ou sua finalidade; • frequência de troca de roupa dos leitos; quantidade e tipo de roupa utilizada nas diversas unidades de atendimento. Normalmente encontramos um valor que varia entre 2 a 8 kg/leito/dia. Para determinar a capacidade de processamento por dia da lavanderia, podem ser usadas as fórmulas recomendadas no Manual de Lavanderia Hospitalar do Ministério da Saúde: técnica de processamento; jornada de trabalho; qualificação de pessoal; distribuição de equipamento; condições climáticas. Total de leitos x kg/leito/dia x 7 dias = kg/dia Jornada de trabalho por semana Para cálculo do peso de roupa por hora trabalhada usa-se a fórmula a seguir, considerando uma redu- ção de 20% devido a interrupções inevitáveis na atividade dos trabalhadores. Total de leitos x kg/leito/dia = kg/dia Jornada de trabalho por semana - 20% da jornada Alguns tipos de roupas como uniformes dos colaboradores, devem ter seu peso adicionado ao total da inii|>;i ;i s(!i piDcessada para ser determinada a icnl i:;i| Bridado da lavanderia. 653 Procedimentos Técnicos j \) Diferentes torções do fio. 10 reloraoo com Blmi O Fio Ê constituído por um conjunto de fibras dispostas pa- ralelamente e solidárias entre si, por meio da torção no fio. Fio simples Obtido pelo agrupamento uniforme de fibras, torcidos para dar consistência. Fio retorcido Compostos de fios simples, torcidos separadamente B num sentido e depois em conjunto, em sentido contrário. Pode ser torção simples se retorcido de dois fios; torção duplo se retorcidos de quatro fios. Fios mauline ou com alma Composto de fios semitorcidos, um dos quais pode enrolar em espiral sobre os outros. Fios compostos Obtido pela torção de três a doze ou mais fios. Fios cordonês Formados pelo conjunto de fios torcidos e retorcidos em sentido contrário. Tecelagem É o processo de entrelaçamento de fios para obtenção do tecido. Fios de urdume Urdume Fios paralelos no sentido do comprimento. Trama Fios paralelos no sentido da largura. Ourela Agrupamento de fios nas laterais do tecido para reforçar. A armação do tecido é o resultado do entrelaçamento dos fios de urdume com os da trama. Deste modo, se obtém tecidos de aspectos diferentes: tela, sarja, acetinado. A urdidura e a trama não são obrigatoria- mente constituídas por fios de mesma origem. Reconhecimento do Tecido Num centímetro quadrado de tecido, os fios urdidura são mais finos e em maior número. Há um aparelho especial, o contafios, munido de lentes de aumento que circunscreve em centímetro quadrado e permite a contagem dos fios. O valor comercial de certos tecidos, sobretudo brins, baseia-se nessa contagem. Classificação Natural Origem Animal - Lã, carneiro, cabra, lhama, camelo; Seda - bicho-da-seda. Origem Vegetal - Fibra - algodão; Folha - ráfia; Caule - linho, cânhamo, juta, sisal. Origem Mineral - Amianto, a partir de rochas: silicato de magnésio; vidro têxtil; lã de vidro. 658 Um solto Um preso - s?=i Trama de fio. -^ "1: !1 • 1 »|• M 1 • 1 m 1 m\ • • 1 » l• • 1• • 1• • 1• • 1 M 1 • 1 • 1̂i • 1̂ H m í • mm m í 1 p 1 p 1 P 1 P 1 P 1 P 1 P • P IP ^H .B^B' • P P' 1 •• 9* í m í PL• ^ 1 P 1: Lavanderia Hospitalar 4:0 S mÊ Química Artificiais: são fabricados a partir da celulose. Após múltiplas transformações, a matéria obtida é sem- pre a celulose ou celulose modificada, mas apta para ser fiada. Ex.: rayon, fibrana, acetato. Sintéticos: são fabricados a partir de produtos químicos, por reação de polimerização (combinação de várias moléculas que formam um composto mais complexo). Acrílicas - Crylor, Orion, Dralon, Leacryl, Courtelle, Tercryl. poliéster - Tergal, Dacron, Diolene, Terital, Terylene, Terlenka. clorofibras - Rhovyl, Clorene, Retractyl, Fibravyl, Thermovyl, Rhovyline. Poliamidas - Nyíon, Rilsan. Processos de reconhecimento dos principais tecidos É muito importante saber qual a origem da fibra para determinar qual o processo de lavagem adequa- do, evitando prejuízo, tendo em vista o alto custo das roupas hospitalares. Por meio de testes simples, visuais e olfativos, é possível determinar a origem da fibra, observando: aspecto e combustão. Pelo Aspecto Devido ao preparo e acabamento dos tecidos, o aspecto, muitas vezes, pode nos enganar. Detalhes a serem observados: • A tecelagem de uma peça de algodão é muito regular. • A tecelagem do linho caracteriza-se pela irregularidade. Em alguns pontos o fio de linho se alonga ou se avoluma, como formando um nó. • Um tecido de lã é suave e quente ao tato, o que realça a sua elasticidade, flexibilidade e maciez. • Um tecido de seda é de grande suavidade. • 0 rayon tem aspecto brilhante. E a fibra de acetato tem aspecto aproximado à seda. • As poliamidas são fibras brancas de brilho nacarado, ou seja, madrepérola. • Os poliésteres têm um aspecto sedoso, mas com brilho mais atenuado do que as poliamidas. • As clorofibras têm aspecto liso e brilhante. Pela Combustão Através da forma como o tecido queima podemos determinar sua origem. Tecidos de origem animal Os componentes químicos destas fibras são: queratina (lã ou qualquer substância pelífera) e fibrina (seda). A lã queima com dificuldade, exalando cheiro de chifre queimado e deixando um resíduo negro de carvão. A seda queima lentamente, exalando também um cheiro de chifre queimado, porém deixa cinzas negra e moles. Tecidos de origem vegetal Os componentes das fibras vegetais são a celulose, algodão e o linho, que inflamam facilmente, exa- lando um cheiro de papel queimado, assim como os outros tecidos de origem vegetal. Tecidos de origem mineral Amianto não queima e não funde, vidro não queima, mas funde, formando uma bola branca e dura. Tecidos artificiais Rayon e a fibrana tem uma combustão semelhante ao do algodão. A fibra de acetato queima rapida- mente, acompanhada de fusão, exalando um cheiro de vinagre e deixa uma massa carbonizada irregular. Tecidos sintéticos A poliamida 66 (A/y/on) funde-se formando uma bola castanha que se separa sob forma de gotas, exalando um cheiro de aipo. A poliamida 1 1 (Rilsan) queima da mesma forma, porém não exala cheiro. Acrí- licos (Crylor) têm combustão fácil e desprendem uma chama fuliginosa acompanhada de fusão que exala 659 Procedimentos Técnicos Lavanderia HoHpitalar 4O S Hl cheiro adocicado e resíduo preto e quebradiço. O poliéster funde-se, mas não queima ou escorre após o afastamento da chama. Clorofibra não queima e repele a chama, deixando um resíduo preto irregular. Reação dos diferentes tecidos aos produtos químicos Ácidos Diluídos: Acidulantes. Ácidos Concentrados: Oxálico, Fluorídrico. Bases [Álcalis] Diluídas: Produtos de Lavagem. Bases [Álcalis] Concentradas: Soda Cáustica. Compostos Clorados: Hipoclorito, Cloro em Pó. Solventes: Varsol, Peroloroetileno. Tipos Têxteis de Têxteis de Origem Origem Animal Vegetal Têxteis Artificiais Reações Aos ácidos diluídos Lã e Seda Ação insignificante Aos ácidos concentrados Destruição - Aigoclão e Linho Rayon Ação insignificante Destruição Destruição Mercerização Têxteis Sintéticos Poliésteres Poliamidas icos Ação insignificante Destruição das Poliamidas Aos solventes Podem ser utilizados [limpeza a seco] * Água quente Não suporta p temperatura Suportam calor Queimam com chPiio de papU Sem reação Suporta bem temperatura Combustão igual aos têxteis de origem vegeta! Destruição Evitar choque térmico Não suportam calor Em geral fundem, mas não inflamam Mercerização - Bases concentradas e frias (16a 30% de soda cáustica), aplicadas às fibras, as tomam mais brilhantes, resistentes e fêceis de serem tingidas. Poliéster versus Algodão Vantagens das fibras sintéticas misturadas com algodão O melhor resultado de uma mistura entre algodão natural e fibras de poliéster é para roupa de uso pessoal [uniformes], 67% poliéster e 33% algodão, e para hotelaria [fronhas, lençóis] 50% algodão e 50% poliéster. • Aparência: quase permanente, não desgasta com facilidade e não descora. • Conforto: são mais leves, permitem melhor ventilação e os 33% de algodão permitem boa ab- sorção do suor. 660 V P «l IP • Aspectos higiénicos: mais favorável para evitar a proliferação da contaminação, pois o poliéster é liso, dificultando o desenvolvimento de bactérias. Podem ser lavadas em temperaturas mais baixas, e secam mais rapidamente. A natureza e a estrutura da fibra sintética não favorecem a fixação da sujeira. Desta forma, podem ser lavadas com menor quantidade de detergentes, empregando menos tempo para lavagem, secagem e passagem. • Resistência: as fibras de poliéster são 100% mais resistentes que as do algodão puro. • Economia: durabilidade maior reduz número de compras necessárias. Dados técnicos do lençol tergalizado ideal • Composição: 50% de fibra poliéster, 50% de algodão penteado fibra longa. • Qualidade: garantida pelo fabricante por meio de controle laboratorial. • Leveza: um lençol pesa 500 g contra 600 g ou mais. • Estabilidade: encolhe, no máximo, 2% contra 8°/o. • Volume: ocupa volume menor que o de algodão. • Durabilidade: no mínimo 2 vezes mais. • Cor: firme indelével. • Conforto: toque de conforto permanente. • Lavagem: desinfecção igual ao de algodão, porém o processo é mais rápido. • Contextura: (fios por cm3) 34 x 31 contra 29 x 25. Peso/m2: 114 g contra 138 g. • Resistência: perda em 50 lavagens após uso real, 14,5% contra 20% no urdume, 12,9% contra 16,6% na trama, dando um índice de 91 contra 47 em relação ao de algodão. • Lavagem: ocupa 50% da capacidade da máquina. Recomendado usar temperatura entre 80 e 95°C e detergentes não-iônicos. • Enxágúe: maior volume de água. • Centrifugação: em 2 minutos a 600 rpm retém apenas 49% da umidade: com algodão seriam necessários 15 minutos. Secagem: normal, porém mais rápida. Calandragem: 150 a 170°C, em velocidade alta. • Retenção de água/m2: 109 g contra 122 g. Água Elemento essencial para a sobrevivência do homem e indispensável ao funcionamento de uma lavan- deria, devido ao seu poder solubilizante que auxilia na remoção da sujeira dos tecidos. Considerando o aspecto químico, a água é considerada como solvente universal por sua capacidade de dissolver grande variedade de substâncias, principalmente sais orgânicos ou também chamados sais minerais. As propriedades de uma determinada água têm grande influência nos resultados de lavagem da rou- pa, variando segundo a sua origem. Classificação Água de precipitação Água da chuva Ao atravessar a atmosfera, as gotas vão se carregando de gases e partículas, portanto, as impurezas • l < - | > ' i ii li m i In composição da atmosfera. Em uma locjiiioiujiícola, a água da chuva será mais pura que em uniu regiSo industrial. É do tipo "mole". Água natural muito pura. 661 , Procedimentos Técnicos ácido sulfínico; ácido sulforoso; poeiras; pólens; microrganismos. nitratos; nitritos; fosfates; sólidos em suspensão. As impurezas encontradas são basicamente: • ácido carbónico; • amónia; • ácido nítrico; • ácido nitroso; • ácido clorídrico; Água de superfície Em geral é fortemente poluída e pode conter: • celulose; • açúcar; • produtos em decomposição; • microrganismos; Água dos rios Determinar a "dureza" e a pureza desta água depende de: • estação do ano; • natureza dos terrenos por onde passa; • fábricas e cidades localizadas ao longo de seu curso. Água encanada [captada em rios e represas] Conforme a captação, encontraremos uma água mais ou menos salina ou mais ou menos dura. No Brasil, normalmente a água encanada é mole, sendo raras as regiões de água dura. Água de subsolo Geralmente mais dura que a de superfície, porém temos sólidos em suspensão e contém maior dure- za, com sais, cálcio e magnésio. Maior quantidade de sais dissolvidos. Maior possibilidade de conter íons de ferro. Água da fonte Sua composição está diretamente relacionada com a natureza dos terrenos que atravessa antes de brotar na superfície. Geralmente é bastante calcária e sua composição se mantém constante. A água da chuva encontra-se carregada de gás carbónico, o que favorece a dissolução do carbonato de cálcio e de magnésio, transformando-os nos bicarbonatos correspondentes. Portanto, água que atraves- sa a camada calcárea do solo vai ficando progressivamente carregada de tais sais. Água dos poços Geralmente tem a mesma composição que a água da fonte. Propriedades da "Água Pura" Aspecto: a água deve ser límpida e não conter materiais em suspensão que possam se depositar sobre o tecido durante o processo de lavagem. Dureza Expressa globalmente a concentração de sais de cálcio e magnésio dissolvidos, que se encontram numa água. Sendo considerada como água dura - a que contém em solução teor elevado de sais de cál- cio e magnésio e, como água mole - que contém pouco ou nenhum sal de cálcio e magnésio dissolvido. A dureza da água tem como consequência a formação de depósitos calcáreos. Existem dois tipos de durezas: 662 •1 :i • i• m í m 1NÍ • m í • H 1 1m í • 1lm í P i• P H1 • 1 1 m í1• •i •• ln i • 1 v 1 H 1 P I • • H 1 P 1 • Pi Bi ^Hh 1 1 l" 1 P • ^^ •1 ^B • ™ • 1 * •1 P • 1 C •• 1 P •1 F_ ^ H 1 *" 1 P"* 1 1 F • 1 P Hl ___ 1 F 1 p 1 1 F 1 w• ™ 1 F 1 M 1 ̂ 1 F 1 1 F Lavanderia Hospitalar 4 «3 S Hl •' • Dureza temporária M " , ; i ; Indica o teor em carbonatos e bicarbonatos de cálcio e magnésio. '"'" l! Na ausência de ácido carbónico e pela açâo do calor, os bicarbonatos de cálcio e magnésio precipi- tam-se (se transformam de substância solúvel em insolúvel], naturalmente, sob a forma de carbonato de cálcio e de magnésio. Estes são insolúveis na água, na ausência de gás carbónico. Este último ponto explica porque o calcário se deposita na roupa, nas máquinas, nas caldeiras, etc., quando as operações se efetuam a quente. De fato, quando a água é aquecida, o gás carbónico dissolvido nela, liberta-se e, como deixa de estar presente, os carbonatos precipitam-se, depositando-se sobre a roupa ou na máquina. A dureza temporária de uma água representa os minerais que precipitam-se quando a água é aquecida até a ebulição. Dureza permanente Deve-se a todos os outros compostos, exceto carbonatos, tais como: sulfatos, nitratos, cloretos, que se mantêm solúveis na água, na presença ou não de gás carbónico. Aquecendo esta água até a ebulição, estes compostos não se precipitam. Dureza total = dureza permanente + dureza temporária _ u ;: M Este valor indica o teor global de sais de cálcio e magnésio. i>V v-p > •r;';j Por comodidade, a dureza de uma água é expressa como equivalente ao carbonato de cálcio, ainda que a dureza se deva também a outros compostos, tais como: bicarbonatos, sulfatos, nitratos, cloretos, etc. de cálcio e magnésio. Normalmente, a dureza é expressa, no Brasil, em miligramas de carbonato de cálcio por litro de água, ou partes de carbonato de cálcio por um milhão de partes de água (ppm). É importante saber qual a dureza da água quando se lava roupa, porque os sais de cálcio e magnésio vão combinar-se com o sabão, formando sabões de cálcio e magnésio que são insolúveis e inativos. Quanto mais dura for a água, mais sabão se consome, o que representa grande perda. Os precipitados de sabão de cálcio e magnésio vão se depositar sobre a roupa, deixando-a acinzentada e áspera. A dureza da água varia de acordo com a região do país. Geralmente, as águas são moles em regiões graníticas e duras em regiões calcárias. Classificação E ' Gramas de Carbonato de Cálcio (Caco.,) I0Í̂ HHHI c'e ̂ HHHMIi Mole 0 - 4 0 0-100 - 1 0 0 0 - IDO l[ Ligeiramente Dura 4 0 - 9 0 100-200 1 00 - 1 SiT*"1" "" '̂f (JQ 7QÍRHHI g Dura 9 0 - 1 5 0 200-300 1 5 0 - 2 5 0 200 'i()0 J ™ Muito Dura >150 >300 > 250 40° ^ 60lflHHI ^ íonte JohnsonDiversey Colau JohnsonDiversey Pé. Mu/zomo ^ l , Observação .. '• — Consenso - Ideal abaixo de 1 00 ppm (alguns citam como melhor = 1 8 ppm). Para determinar a dureza da água em uso é absolutamente necessário realizar uma análise, verifi- cando: alcalinidade, presença de matéria orgânica, ferro e pH. Alcalinidade 111 Indica a presença de sais na forma de óxidos (genericamente é a combinação de oxigénio com outros elementos) de sódio e potássio dissolvidos na água. Esses sais dificultam os enxágues finais e, se a concentração desses sais for muito alta, podem causar um descoramento lento e progressivo da roupa. Outro problema causado pelo excesso de alcalinidade da água é que ela torna a roupa dura e áspera, ficando desconfortável ao uso e até mesmo provocando reações alérgicas como coceiras, assaduras, etc. De- 663 Procedimentos Técnicos Capacidade de produção O número de cargas a ser processado não depende apenas do processo de lavagem, mas também das instalações disponíveis, como: abastecimento de água, energia e vapor, e dos acessórios da própria máquina [válvula de entrada e descarga, sistema de reversão, etc.) Classificação das Máquinas de Lavar Quanto ao tipo de equipamento: Lavadora convencional Máquina simples, dotada de um cesto interno que recebe um movimento rotativo reversível, podendo ser do tipo horizontal com carregamento pela parte externa do cesto, ou do tipo frontal, com carregamento pela parte frontal do cesto. Neste caso, o eixo do cesto está na parte traseira da máquina. No tipo horizontal, os eixos de apoio encontram-se na parte lateral da máquina. Lavadora extratora Máquina que pode ser horizontal ou frontal [maioria dos casos), em que a operação de centrifugação é realizada no mesmo cesto de lavagem com óbvio ganho de tempo (não retirar a roupa molhada da máquina de lavar convencional e transportar para a centrífuga) e redução de desgaste da roupa. É a máquina usual nos E.U.A. e Europa. Túnel de lavagem Equipamento destinado a processar grandes quantidades de roupa por processo. Torna-se econo- micamente rentável a partir de 6 toneladas de roupa processada por dia. Tem operações automáticas e em série, o que reduz sensivelmente a quantidade de roupa transportada entre os processos, e obtém uma produção mais homogénea que a dos processos convencionais devido a uma maior precisão na conservação dos parâmetros envolvidos na lavagem. Entrada da roupa Umectação Pré lavagem Lavagem Enxágue Rolo de arrasto Motor Quanto à Proteção Anti-lnfecção Cruzada • Convencional - Normalmente utilizada em lavanderias comerciais. • Com Barreira - Preparada para separação de ambientes, normalmente dotada de dispositivos que mantêm fluxo de ar constante da parte limpa para a parte suja da lavanderia. Quanto às Divisões Internas do Cesto • Sem divisões internas [A). • Com l divisão interna [chamado tipo D ou Pullmann) (B). • Divisão tipo Y - 3 compartimentos (C). • Divisão tipo X - 4 compartimentos [D) (usada em lavadoras D © extratoras de grande capacidade, 315 kg de carga ou mais). Lavanderia Hospitalar 451 • l Quanto à Descarga de Água • Central- Usada normalmente nas lavadoras convencionais. • Lateral- Usada em lavadoras convencionais e nas extratoras. Quanto ao Aquecimento de Água • Vapor direto - Normalmente de baixo rendimento. • Resistências elétricas internas. • Serpentina de vapor interna. • Aquecedor de acumulação conjugado à máquina ou não. Quanto ao Sistema de Transmissão • Correias em V (polias com sulcos). • Correias planas. • Correntes. • Coroa/pinhão. • Sistema combinado. Quanto ao Revestimento Interno e Chapas Externas • Máquina de lavar comum. • Máquina para lavagens mais agressivas. Quanto aos Opcionais • Termómetros. • Temporizadores. • Termostatos para controle de temperatura da água. • Adição automática de produtos. • Controle de nível passivo (indicador). • Controle de nível ativo (com três posições ou a determinar). Equipamentos de Pré-Secagem A pré-secagem ocorre de 3 formas: • Em lavadoras extratoras, como parte integrante do processo de lavagem, sem necessidade de re- tirada da roupa da máquina, em operação segura e sem movimentação ou transporte agregado. • Em extratoras centrífugas, normalmente são os equipamentos mais perigosos da lavanderia. • Em prensas tipo membrana ou prato fixo. Neste caso, a roupa é colocada sobre uma plataforma, tendo à sua volta um aro de proteção. A roupa é submetida a pressões gradativas por uma membrana de borracha (menor desgaste da roupa) ou por um prato fixo de metal perfurado, por onde a água escoa. Pode-se também ter os 2 processos combinados em prensas duplas. Extração ou Centrifugação • Tem como finalidade eliminar a água contida na roupa lavada. • Cada quilo de roupa seca pode absorver de l ,5 a 3 vezes o seu peso em água. Quanto ao tipo de extração • Por torção. • Por centrifugação. • Por compressão por rolos. • Por compressão por prato fixo. Por compressão por membrana de borracha. 668 669 Procedimentos Técnicos Quanto ao Modelo Construtivo ,; ' Para pequenas e médias capacidades: : :X<i;' ' •••" • Extratores fixos • Extratores oscilantes •• • Extratores pendulares Para grandes capacidades: • Prensas de membrana flexível • Prensas de prato fixo • Extratores rotativos basculantes Parâmetros para análise de extratores centrífugos • Diâmetro máximo dos furos: 8 mm. • Área perfurada: no mínimo igual a 20% da área total. • Pressão exercida sobre a roupa: não deve ser superior a 5 kgf/cm2. Rotações recomendadas: 600 a 1000 rpm, dependendo da carga, tipo de tecido e configuração do cesto. RC - Relação de capacidade recomendada = 4,5 a 5,5 dm3 por kg de roupa seca. [peso da roupa centrifugada - peso da roupa seca] TR - Taxa de retenção = peso da mesma roupa seca Porcentagem de taxa de retenção TR x 100 = % TR. Os valores usuais de taxa de retenção estão entre 40 e 55%, dependendo do tipo de tecido. V = Volume de Cesto Interno = V = 0,785x Dx Dx H ' '• ' ' D = Diâmetro -' ' " - H = Altura do cesto em dm Adotadas estas unidades, teremos o volume em litros ou dm3. ' volume do cesto interno V V CN = Capacidade Nominal do Extrator = CN = relação de capacidade 5,5 FC = Força Centrífuga = FC = • m x V2 x n m = massa de roupa + massa da água [kg] V = velocidade periférica em m/s R = raio do cesto em metros TC = 3,1415 D = diâmetro do cesto em metros RPM = rotações por minuto do cesto. De acordo com a EB 1169/79 da ABNT, após 15 minutos de operação [no máximo], a roupa de algodão não deve apresentar mais do que 50% de umidade em relação ao seu peso seco. Equipamentos de Secagem São equipamentos, na grande maioria rotativos, que através da passagem de ar quente pelos furos do cesto e pela própria roupa retiram a umidade da mesma. Quanto ao Tipo de Aquecimento: • A gás [GLP: alta pressão natural; baixa pressão] • Eletricidade. • Vapor saturado seco. • Fluido térmico. • Rádio frequência / microoondas. ' < < «i; ;ll, Quanto ao Tipo de Carga e Descarga: • Convencional. • BascgÉ(|í3. • De passagem. 670 oMiX. i P m p P m P P m P P P p P P p P P P [javanderia Hospitalar 45 í Quanto ao Material do Cesto Interno: • Chapa galvanizada. • Chapa de aço inox. • Chapa com pintura epóxica eletrostática. Quani • Parte inferii • Parte superior do Quanto ao Sistema de Transmissão do Exaustor • Motores independentes • Motor único para cesto e exaustor Quanto ao Tipo de Passagem do Ar Quente ial em relação ao cesto, iol. Quanto ao Tipo de Filtragem Sistema de gavetas Sistema de telas Sistema automático de limpeza das telas. Parâmetros para análise de secadores Volume do cesto interno (V) V = 0 , 7 8 5 x D x D x L D = Diâmetro do cesto interno L = Profundidade do cesto Relação de Capacidade Re = 25 Dm3 por Kg de roupa seca V Capacidade nominal Cn = = Kg [Resultado Em Kg] Re Percentual de Eficiência = Peso da roupa completamente seca x 100 Peso da roupa seca ao sair do secador a Eficiência Desejada = 95% eficiência real Área de Filtragem = l dm3 por Kg de capacidade nominal Diâmetro Interno dos Furos = 8 mm no máximo Área Perfurada Mínima = 40% da área total do cesto Rotação Usual do Cesto = 25 a 35 rpm. Parâmetros de roupas a ser seca H' • Taxa de retenção de 40 a 50%. ,. , ,q, • Temperatura ideal 20 a 25°C. t"»! . • Umidade relativa do ar 50 a 80%. < > , f 1^11,1 Parâmetros dos secadores ' • A Vapor- Pressão entre 6,0 e 8,0 Kgf/cm2. oi; • A Gás - Pressão Estável. . • / • • „ - • . ••:£•• Secagem Completa da Carga Nominal: para roupas de algodão deve ser obtida no tempo máximo de 30 minutos com 50% de umidade residual. Pressão nominalíde 7,6 kgf/cm2. Equipamentos para Calandragem q Equipamentos pesados compostos de rolos e calhas, nos quais a obtenção do resultado final de acabamento ocorrerá pela conjugação de temperatura e pressão. Parte do sucesso de uma calandra está na eficiente e rápida i emoção de umidade do rolo ou da calha. 671 Procedimentos Técnicos Lavanderia Hospital.ar 45 í Classificação Quanto ao tipo de aquecimento Jetrícidade (resistências elétricas] 'apor saturado seco :luido térmico (óleo especial) Quanto à fonte de aquecimento Rolo aquecido lha aquecida Em relação à velocidade do rolo ontrole variável por motoredutor Mecânico ou sislema hidráulico pelo ralo Quanto ao sistema de elevação da calha Mecânico (manual) - rosca sem fim Hidráulico Pneumático Elétrico com redutor de velocidade 'Manto ao tipo de acabamento do rolo imples com cobertura poliéster Com molas de aço Inox Cobertura de Nomex Quanto ao tipo de calha Quanto ao sistema de exaustão Pelo rolo Pela calha - raros casos Coifa superior Quanto ao número de rolos 1 a 6 sem sequência Tipo Monoroll com roletes intermediários Quanto ao diâmetro do rolo Mínimo de 200 mm Máximo de 1200 mm Parâmetros para análise de calandras Consumo de energia por Kg de roupa calandrada. • Todos os fabricantes indicam o consumo de kg de vapor, gás ou KW por hora, o que permite fazer a análise devida. • Normalmente a produção é indicada em mVh ou kg/h; deve ser observado o tipo de tecido. A capacidade dependerá dos seguintes fatores • Ângulo de contato entre calha e rolo e pressão exercida entre calha e rolo. • Velocidade do rolo e número de rolos. • Eficiência na transmissão de calor. • Velocidade da bomba de fluido térmico, quando for o caso. • Pressão do vapor, quando for o caso. • Alimentação adequada de gás. '• ' >, , • Grau de umidade da roupa a ser calandrada. ' Cálculo de capacidade de produção < y Para calcular a capacidade em m2 por hora, deve-se conhecer a velocidade 'periférica do rolo. n x D x RPM ' í ' ' • i' •/< Velocidade periférica (rolo) = (resultado em m/s). 60 .•> TU = 3,1415; D = diâmetro do rolo em metros; RPM = rotações por minuto dofólo/LardJiira (L) do rolo: Capacidade Produção da Calandra = VP (rolo) x L (mV/s) ., i ,yyfi jp Multiplicando-se por 3.600 teremos a produção em mVhora •» i > >~ '"• Tecidos com maior percentual de poliéster retêm menos água e tenderão a secar mais ftocjç, e a produção da calandra calculada para algodão aumenta significativamente. ' ' Ocorre o mesmo com os secadores. Equipamentos Acessórios de Lavanderia Para complementar há uma série de máquinas e dispositivos que visam diminuir o transporte inter- no, as operações desnecessárias e dar melhor acabamento e maior rapidez. r, . 672 m m m m m • Alimentadores de calandra. • Dobradores de lençóis. • Dobradores de toalhas. • Sistemas monovia para alimentação de máquinas de lavar pela parte superior. • Sistemas de basculamento para máquinas de lavar ou secar. Prensa Destina-se a passar roupa pessoal. Consta de mesa de tela metálica, revestida de algodão, onde é estendida a roupa. A parte superior, que é uma chapa metálica, aquecida em alta temperatura, desce, exercendo pressão sobre a peça a ser passada. Balança É um instrumento utilizado para determinar o peso da roupa e dos produtos de lavagem. Normal- mente é do tipo plataforma para pesagem da roupa e tipo doméstica para pesar os produtos químicos de lavagem. Carro de transporte São carrinhos geralmente de aço inox ou fibra de vidro, usados para transportar as roupas nas unidades, de uma máquina para outra, de uma área para outra. Hampers Carrinhos feitos de estrutura metálica, nos quais são encaixados sacos de tecidos resistentes ou sacos plásticos. Onde as roupas sujas são colocadas, na troca de roupa dos leitos. Máquina de costura É um equipamento destinado ao reparo das peças danificadas ou confecção de novas. Diferenças entre os sistemas de lavadoras quanto ao trabalho de carregamento da roupa. Classif cação da roupa manual, carregamento, lavagem, extração, secagem, calandragem e descarga da roupa automática -Operação automática de lavagem. -Tratamento contínuo do processo. -Maior rentabilidade, devido ao menor consumo de água e uso máximo dos produtos. grande porte e de alto custo ação da roupa e carregamento para pesagen 500 kg Carregamento da maquin 500 kg Descarregamento da máquina de lavar 1 .500 kg l • • r :VA Transporto até a centrífuga Carregamento da centrífuga 1,500 kg Classificação da roupa e carregamento para pesagen 500 kg Carregamento da lavadora extratora 500 kg Descarregamento da lavad( estraEora 1.000 kg descarregamento da calandra 1.000 kg 673 Procedimentos Técnicos • frequência de troca. . . ; • . . . - . , ; . Distribuição Além do estoque existente no almoxarifado,1 para as reposições, essas mudas ficarti assim distri- buídas: ' . ' • • : • • " ' Unidade de Internação • uma no leito; uma a duas a caminho da lavanderia e em fase de processamento; • uma a duas prontas, "em descanso", na rouparia central; • meia a uma muda na rouparia da unidade. Berçário • Para os berçários de pediatria e maternidade os suprimentos de roupa devem incluir, aproxima- damente, 15 fraldas/berço/dia. ,, Centro Cirúrgico Para se determinar a quantidade de roupa necessária deve-se estabelecer com a chefia do centro cirúrgico: • qual o número de peças que compõem os pacotes usados nos diversos tipos de cirurgia; • qual a média diária de cada tipo de cirurgia. Prever seis pacotes de roupa para cada cirurgia realizada por dia, levando-se em conta os tipos e quantidades de cirurgias a serem realizadas. O transporte e a distribuição de roupas limpas devem garantir que estas cheguem às unidades de internação sem acréscimo algum de microrganismos ou sujidades. Distribuição de roupas limpas • devem ser embaladas individualmente ou em rol, protegidas com um invólucro plástico ou papel; devem ser transportadas em carros fechados exclusivos para este fim, com superfície lisa, lavá- vel e de fácil limpeza; • devem ser armazenadas em armários fechados; • o funcionário que transporta e distribui as roupas limpas não deve ser o mesmo que coleta e transporta as roupas sujas, salvo se ele o fizer em horários ou turnos diferenciados, e que o primeiro seja o da distribuição e que o segundo horário ou turno seja o de coleta; • qualquer roupa que caia ao chão, ou seja contaminada, deverá ser imediatamente colocada no saco de roupas sujas; • deve-se estabelecer uma rotina de limpeza dos carros de transporte de roupa limpa. A recontaminação da roupa limpa pode ocorrer através: ..-, • da manipulação incorreta; • do transporte inadequado; ,fiv • da agitação da roupa; • ..'. • da armazenagem incorreta. ' .. ''' * ' (''" Evasão da roupa hospitalar Acontece em resposta à dificuldade de estabelecer o mecanismo ideal de controle da adminis- tração do enxoval. Causas comuns de desvios: necrotério, remoção, furtos, danos provocados por funcionários e desgaste natural. Alternativas • Controle através de check-out ' Compromisso e colaboração da enfermagem. • Treinamento e Conscientização. ' t • Rouparia central com um responsável pelo controle da diSTOMJfJíp- Uso de código de barras nas roupas. ' h '* 678 -- l"•'•• •l* Lavanderia Hospitala, 45,l • l V • m Segurança no Trabalho Áreas de maior risco 1. Separação 2. Lavadoras 3. Centrífugas 4. Secadores Causas mais comuns de incêndio em lavanderia 1. Auto-Combustão 2. Acúmulo e Felpas 3. Instalação Elétrica Limpeza e desinfecção da área e trabalho Extremamente importante para garantir a desinfecção da roupa. Tanto o ambiente como os equipamentos devem ser limpos diariamente segundo rotina escrita. Medidas preventivas: conscientização 1. Uso de equipamento de proteção individual. 2. Obediência às normas. 3. Manuseio correio e atento dos equipamentos. 4. Treinamento contínuo. 5. Lavagem das mãos. 6. Programas de vacinação. 7. Controle de acidentes com material perfurocortante. Sugestão de Rotina para Uso de Alguns Equipamentos de Proteção Individual Quando? Uso ao manipular produtos químicos Como Quê? óculos de proteção Limpeza imediatamente após o uso Como? Pegar os óculos e colocar no rosto. Passar o cordão atrás do pescoço. Acomodar de forma que não atrapalhe a realização dos procedimentos. Retirar com cuidado do rosto. Lavar com limpador geral e enxaguar vai ias Secar com pano limpo. Guardar na caixa do óculos e colocar no armá| Nunca deixar as lentes para baixo, pois p auxiliar de higiene Troca quando necessário Trocar o óculos de proteção no departamento de egurança do trabalho quando apresentar muitos , . . j riscos, embaçar ou quebrar. É necessário levar os óculos usado para trocar pelo novo. seguranç Materiais de acabamento Devem favorecer a realização das atividades e a prevenção de acidentes e/ou doença ocupacional. Algumas sugestões: • Necessita de tratamento acústico, se possível, a fim de diminuir o ruído das máquinas. • Piso deve ser liso, resistente à água e isento de desenhos e ranhuras que dificultam a limpeza. • As portas internas devem ser revestidas de material ou tintas laváveis e dispor de visores. 679 Procedimentos Técnicos • As tintas devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes: base de epóxi, PVC, poliu- retano. Cargas de trabalho na lavanderia • Biológicas: expõem o indivíduo a doenças transmissíveis agudas e crónicas, parasitoses, reações tóxicas e alérgicas. • Físicas: correspondem às variações atmosféricas como calor, frio e pressão, ruído e vibrações, iluminação, umidade, vapores, choques, etc. • Químicas: compostos que causam prejuízo à saúde do trabalhador, como alvejantes, desinfetan- tes, inseticidas, limpadores especiais, medicamentos, solventes, detergentes, sabões desincros- tantes, gases, poeiras e vapores. • Fisiológicas: referem-se à manipulação de peso excessivo como saco de hamper, movimentação de carros de coleta e entrega. MT : 60 Kg = peso máximo. • Psíquicas: enquandram-se no estudo, em razão de tarefas cansativas, pesadas, repetitivas e monótonas. Recursos Humanos Na gestão das pessoas deve haver a preocupação em informar e divulgar questões relacionadas com aspectos que contribuem para o bom andamento das atividades dos funcionários, como: • Infecções Hospitalares: aspectos legais. • Recrutamento e Seleção, e Descrição de Cargos e Funções. • Treinamento e Desenvolvimento. • Condições Ambientais. • Elaborar e divulgar o Regimento Interno, Rotinas escritas. • Relatórios de produção, custo por quilo lavado, manutenção, vida útil do enxoval. Modelo Sugestivo de Descrição de Rotina Coleta de roupa suja Objetivo: coletar toda roupa suja das unidades do Hospital obedecendo técnica correta evitando a disseminação de microrganismos. E.P.I. necessário: luvas de borracha, máscara, avental de manga longa, sapato fechado. Procedimentos O coletorvai às unidades devidamente uniformizado, conduzindo cuidadosamente o carrinho de transporte. Carro fechad Colocar os sacos de hamper no carro de transporte. Fazer as anotações no impresso próprio de controie. Carregar o carro de transporte com as roupas para o S.P.R. Calçar as luvas apenas no momen retira os sacos corri roupa suja no carrin Organizar ao sacos de modo a colocar o máxin possível da capacidade de roupas no veículo. * li •:•• n In m m v 9 M P P P Lavanderia Hospitalarr 45! Separação da roupa suja Objetivo: separar a roupa por tipo de tecido, cor e sujidade para facilitar o processo de lavagem. E.P.I. necessário - máscara, gorro, avental manga longa, avental impermeável, botas e luvas de borracha. Procedimentos Observações Manusear os sacos com cuidado evitando seu Verificar se há peças de instrumental ou outro material estranho à roupa. Colocar cuidadosamente o material encontrado no recipiente destinado a este fim. ~S> B. Separar a roupa, agrupando-a por tipo de sujidíí , . , de tecido. Lavagem Objetivo: tornar a roupa hospitalar limpa e desinfetada, pronta para uso. E.P.I. necessário: gorro, máscara, luvas de borracha, botas, avental de manga longa, avental imper- meável e óculos de proteção. Procedimentos Observações Colocar na máquina a roupa em peso equivalente à sua, capacidade. a) Equipamento: Máquina convencional. b) Equipamento: Máquina automática (lavadora extratora) Determinar processo indicado para a carga Abrir o registro de água. !>. Voi iíicar o nível de água. 6. Fechar o registro de água. / Fechar a porta do cilindro interno e externo. 8. Ligar a máquina. S). Adicionar o produto. 10. Seguir a fórmula de lavagem. 1 1 . Terminado o ciclo de lavagem, escoa a água. 12. Desligara máquina. Avisar por meio de campainha ao lado limpo o término do processo. IA. Aguardar a retirada e iniciar novo ciclo, l !j. Desligar a chave elétrica. I1 l .impar o local de trabalho e equipamento no fim da'. jornada. 680 681 Procedimentos Técnicos Centrifugação Objetivo: retirar o excesso de água que está retida na roupa após a lavagem. E.P.L: avental plástico, botas e luvas de borracha. Observações Atender rapidamente ao sinal da máquina d do processo, agilizando a liberação da máqu para o próximo ciclo. i Procedimentos Ao ouvir o sinal, o centrifugador aproxima o carrinho de transporte da máquina de lavar. Retirar porções de roupas e acomodar no carrinho. Aproximar o carrinho de transporte da centrífuga e retirar porções de roupas em forma de tiras. Colocar as tiras de roupa dentro do cilindro, ocupando o espaço em forma circular. Ocupar o espaço do cilindro, de fora para dentro e de baixo para cima. Fechar a tampa e acionar o equipamento. Deixar a centrífuga girar até extrair quase toda a água. Desligar a máquina, acionar o freio até parar. Abrir a tampa e descarregar a roupa no carro-cesto que deverá estar próximo da centrífuga. Começar novo ciclo de centrifugagem. Fazer limpeza geral das máquinas no final do turno. Calandragem Objetivo: passar a roupa para dar acabamento alisando as roupas centrifugadas ou secas. E.P.I. necessário: sapato fechado, avental sem manga. Procedimentos Abrir o registro de vapor e ligar a calandra. Observações Apanhar as peças de roupa pela orla, no canto e estendê-las sobre a esteira da calandra, alinhando da melhor forma possível. Verificar visualmente as peças quanto a manchas e sujeiras. Aproveitar bem o espaço do roloPermanei ente. evitando Não deixar que as roupas encostem no chão,espaços vazios. ocorrer encaminhar como retorno. Dobrar as peças na saída fazendo pilhas de roupas do mesmo tipo de roupa, ex.: lençol com lençol, colcha com colcha. Separar as roupas para costura ou retorno. Colocar as roupas separadas pela classificação ou tipo Fechar o registro de vapor e baixar a calha. Limpar a máquina ao final do tui Secagem Objetivo: retirar o restante da umidade da roupa e soltar suas fibras tornando-a mais macia para o uso. E.P.L necessário: sapato fechado, avental sem manga. A maquina permanece rodando por mais l h paia ic.síriar e é desligada pelo segurança. 682 *m m • m m, * v ir ir r r r ir r i- + r r i- I- r r r r r r r r r r javamleria Hospitalar 4:0 f l Procedimentos O operador abastece o secador com a roupa úmida e Otaesrvaçòes O secador deve estar desligado. Estabelecer o tempo e temperatura para cada ttpu de _. . ^ . 1 K I i- Observai a espessura d o tecido tecido Não compieL?,; n carga após o funcionamento Descarregar e colocar a roupa no carrinho de transporte e levá-la ao setor específico. Verificar e limpar constantemente o reservatório de felpas. Desligar e limpar o equipamento e seu local de trabalho. Expedição Objetivo: embalar e enviar as roupas, por tipo e classificação, aos postos de destino. E.P.I. necessário: sapato fechado, avental sem manga. Aproximai o t ohin1 L da mesa de sepaiaç dfòCdiietjar Recolhei as roupas requisitando as a cada setor quando riu . _ K ! Observai a rlassificaçao necessário Verificar a qualiddde de limpe-a e aparência da roupa esLpaiai as peçd< siij^s ou manchadas toíocandu no Encaminhai paia lavur novamente recipiente próprio. Embalar e identificar ns pacotes Observai as quantidades e composição de Kit j conforme piedeteirnmado l Re<ili/ai ns contioles de en\tn t pioduc 10 clunci hiCdirunhar pata estocngem Roupa fica aguarddiido momento de envio patal w ̂ mto^a R°uPana localizada no Hospital | Manter limpo e organizado seu local de ttabdlho ^^^ l̂ Dobradura Objetivo: realizar a dobra técnica da roupa cirúrgica de uso específico. E.P.I. necessário: sapato fechado, avental sem manga. •i Procedimentos Observações Abrir ludií. ds pecdb removtndu roíiios estianhus _ 1 v ' Cabelos, titãs, etc enconli uios 'WPiocpdbt a dobra da roupa conforme ÍPÍ nica apropriada j| Montar n m it^rul PUI quantidcide e foi ma deteimmadd Li/s t Kil ( nnfoiine composiu-io [nedetei minada Fmbalai e identificai o destino Conteúdo e data ^«s, KÊi i\ ias „« ?sfa*ív ^H Redlizdi o coníiole de piodu^ão f envio didiio 683 Procedimentos Técnicos A2 A3 A4 ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e mate- riais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. ) Carcaças, peças anatómicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomo- patológico ou confirmação diagnostica. Peças anatómicas [membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médi- co-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, pro- venientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrga- nismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatómicas [órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgi- cos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnostica. Carcaças, peças anatómicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não subme- tidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. • Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais ma- teriais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. Grupo B - Risco Químico Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. • Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupresso- res; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. • Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; rea- gentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. • Efluentes de processadores de imagem [reveladores e fixadores). • Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. ' 688 A5 » * pi p p p W P !• P P Resíduos Hospitalares 46l m p p P p p P P P Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT [tóxi- cos, corrosivos, inflamáveis e reativos). Grupo C - Rejeitos Radioativos Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CN EN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05. Grupo D - Resíduo Comum Resíduos que não apresentem riscos biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambien- te, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. • Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiénicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóolises, equipo de soro e outros similares não classificados como Al. • Sobras de alimentos e do preparo de alimentos. • Resto alimentar de refeitório. • Resíduos provenientes das áreas administrativas. • Resíduos de varrição, flores, podas e jardins. • Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Grupo E - Perfurocortantes e Escarificantes Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como; • lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lanceias; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório [pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. No apêndice II da RDC n° 306/2004 da ANVISA encontramos a Classificação de Agentes Etiológi- cos Humanos e Animais, segundo a instrução Normativa CTNBio n° 7 - 06/06/1997 e as Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico do Ministério da Saúde/2004, descritas a seguir: Classe de Risco 4 IRIAS FUNGOS PARASITAS ViRUSEMICOPLASMAS Agentes da Feb.e Hemonaçuca tCnme.a Congo, Lassa Encefa||tes transmitldas pol calttipatos Unclui o viius da Junin, Machupo, Sabia Giidiianto e outms ainda nao- identtficadob) Kyasanur, Febre Hemorrágica de Omsk e vírus da FIK efalitp da Eumpa Central) Myeoplasma mycoides (plpuiopneumonia contagiosa bovina) l ' i ' h MI. ilncana Vdiiolii i li- camelo Fncetalite pnmavera-verão Russa) Iripesvinr simiae fMonkey BVIIHS) Mycoplasma agaiactiae [caprii IVstr i (|iiiiu afncnna Varíola rapnna Viius d i di imntiír nodulai contagiosa Vlius da doença de leschen Vnir, d,i dm IH ,i In 11 H magica de coelhos 689 Procedimentos Técnicos Vírus da enterite virai dos patos, gansos e cisnes Vírus da febre catarral maligna Vírus da febre infecciosa petequíai bovina Vírus da louping III Vírus da íumpy skin j Vírus da peste aviária õ Vírus da peste bovina | Viris da peste dos pequenos ruminantes Vírus da febre aftosa (todos os tipos) Vírus da febre efémera de bovinos Vírus da hepatite virai do pato Vírus de Marburg Vírus de Akabane Vírus do exantema vesicular Vírus Ebola Vírus da peste suína clássica (amostra selvagem) Observação _ _. Os microrganismos emergentes que venham a ser identificados deverão ser classificados neste nível até que os estudos estejam concluídos. Nota • Consultar também: apêndice III (Normas de biossegurança para o nível 4) e IV (Níveis de Inati- vação bacteriana] da RDC 306 - 07/12/2004 da Anvisa. *• Da Geração de Resíduos ao Transporte Externo É necessário conhecer os resíduos gerados em um estabelecimento de saúde, por meio de uma metodologia de caracterização que inclui a avaliação qualitativa (composição) e a quantitativa (atual e projetada) desses materiais, observando as seguintes etapas: • identificação de resíduos dos diferentes grupos; • segregação, coleta e armazenamento na fonte de geração, de acordo com a classificação estabelecida; • pesagem, durante sete dias consecutivos, para determinar a quantidade gerada. Soares e colaboradores, em 1997, estabeleceram o conceito de leito ocupado, por ser o leito a unidade de referência do hospital. Valores como 4,57 kg de resíduos/leito ocupado/dia foram descritos (3,35 kg de resíduo comum e 1,22 kg de resíduos hospitalar), valores que devem variar para mais ou menos, dependendo das características do hospital. Outro índice utilizado leva em conta a quantidade de resíduos gerados e sua relação com o número de funcionários do hospital ou estabelecimento de saúde. O quadro a seguir ilustra uma possível situação de identificação dos resíduos gerados de acordo com os locais ou modalidade de atendimento, porém recomenda-se que cada unidade faça sua própria avaliação (BRASIL, 2.001). p "W *p p p p p p p p p Fontes Geradoras de Resíd1 ; Geradora Nos Hospitais Ambuljlóho Autopsia Centio Ciiuiqiuo Isolamento Medicina Interna Radiologia Unidade Tciapia Intntbiva Urgência/Emeigèn cia Nos LaboMtoiios 'Bioquímica Colet.i Hematologia Mrdiciiu Nucltar Microbiologia Paíoloijia CliniL ,i Nos Serviços de Apoto '\dmmistracao Aimoxanfado Au>a de Ciiculac.io Banco de Sangue Central de [ ̂ tefili/H^ Cozinha K' m'K 1 1 : X 46l 690 Segregação e Acondicionamento Consiste em separar e selecionar os resíduos segundo a classificação adotada, na fonte de geração, sendo fundamental a capacitação do pessoal responsável. Objetivos • Minimizar a contaminação de resíduos considerados comuns. • Permitir a adoção de procedimentos específicos para o manejo e tratamento de cada grupo de - ' resíduos. ' ' '•" ' • Reduzir os riscos à saúde e prevenir acidentes ocasionados pela inadequada separação e acon- dicionamento dos perfurocortantes. • Diminuir os custos no manejo de resíduos. • Proporcionar a recuperação do lixo reciclável gerado nos serviços de saúde, contribuindo com a preservação do meio ambiente. 691 Procedimentos Técnicos Saco branco leitoso. Caixa para perfurocoitante. O acondicionamento dos RSS serve como barreira física, reduzindo os riscos de contaminação, facilitando a coleta, o armazenamento e o transpor- te. O acondicionamento deve observar regras e recomendações específicas a ser supervisionado de forma rigorosa. Para acondicionar corretamente os resíduos segregados, os sacos e/ou recipientes devem ser impermeáveis, resistentes à punctura, ruptura e vazamentos. Conforme a NBR 7.500, da ABNT, Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais, os resíduos com risco biológico, GRUPO A, devem ser segregados em saco plástico branco leitoso, resistente, impermeável, devidamente identificado com o rótulo de fundo branco, desenho e contorno preto, contendo o símbolo universal de substância infectante. Sugere-se a inscrição "Risco Biológico". Os objetos perfurocortantes com resíduos com risco biológico devem ser acondicionados em recipientes rígidos, preenchidos somente até 2/3 de seu volume ou capacidade. Os perfurocortantes, uma vez colocados em seus recipientes, não devem ser removidos por razão alguma. Nas situações emergenciais em que não se disponha de recipientes específicos para perfurocortantes, estes devem ser colocados em latas com tampa ou embalagens plásticas resistentes e, em seguida, colocados em sa- cos plásticos brancos e etiquetados com a inscrição de "Risco Biológico". Conforme a mesma norma da ABNT, os resíduos do GRUPO B devem ser identificados com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, contendo símbolo universal de substância tóxica. Sugere-se a inscrição "Risco Químico". Os objetos perfurocortantes contaminados com resíduos químicos devem ser acondicionados em recipientes rígidos, preenchidos somente até 2/3 de seu volume ou capacidade. Os recipientes devem ser colocados em sacos plásticos brancos e etiquetados com símbolo universal de substância tóxica e com as inscri- ções "Risco Químico" e "Perfurocortantes". Os resíduos químicos líquidos devem ser acondicionados com sua embalagem original, dentro de recipiente inquebrável, envolvido em saco branco leitoso, etiquetado com símbolo universal de substância tóxica e com as inscrições "Risco Químico". Caso não possua mais a sua embalagem original, aconselha-se acondicionar em garrafas plásticas rígidas, resistentes e estanques, com tampa rosqueada, etiquetado com as informações necessárias para identificação do produto e proceder como se estivesse na embalagem original. Os rejeitos radioativos, GRUPO C, devem ser manejados e ar- mazenados por pessoal capacitado, devido à sua alta periculosidade. Esses resíduos devem ser acondicionados de acordo com a norma CNEN NE 6.05. para eliminação da radioatividade. Os rejeitos radioa- tivos deverão ser coletados em recipientes blindados e identificados com rótulos contendo o símbolo universal de substância radioativa, e escrito "Rejeito Radioativo", contendo a inscrição em fundo branco, desenho e contornos pretos. Os resíduos comuns, GRUPO D, podem ser acondicionados em sacos plásticos comuns, de qualquer cor. Caso os resíduos sejam reciclados deverão ser acondicionados no local da geração, em reci- 692 P ~P~ P P P P P P P P P P P P P P 4l) H pientes específicos para cada tipo de material reciclável. Para facilitar a segregação, é conveniente instalar recipientes especiais de cores diferentes nos locais de geração dos resíduos. Esta prática facilita a reciclagem porque os materiais estarão mais limpos e, conseqúentemente, com maior potencial de reaproveitamento. Os resíduos comuns devem ser acon- dicionados em sacos plásticos impermeáveis na cor preta e serem manejados de acordo com as normas dos serviços de limpeza urbana local. VIDRO - Os resíduos de vidro reciclável devem ser depositados em recipiente adequado, na cor verde, exclusivo para este tipo de resíduo e não deve ser preen- chido com mais de % de seu volume. Recipientes de vidro que tenham sido usados para armazenar produtos químicos só podem ser descartados como vidro reciclável se tiverem passado por processo de descontaminação. ã VIDROS PLÁSTICO - Os resíduos de plástico reciclável devem ser depositados em recipientes adequados, na cor vermelha. i ^ • • - . . - . , ; • • • ' . • . - PLÁSTICOS A Z_ A 0 METAIS - Os metais recicláveis devem ser depositados em recipiente próprio, na AÇO • cor amarela. PAPÉIS - Os papéis recicláveis devem ser depositados em recipiente pró- prio, na cor azul. , , , JIit i( , ( , , ,_ ORGÂNICOS - Os resíduos orgânicos (sobras de alimentos, frutas, legumes, f'ores' podas de jardinagem, etc.) devem ser separados nas próprias fontes geradoras e acondicionados em recipiente próprio na cor marrom. Embalagens Especiais Resíduos sólidos do Grupo B (BI - quimioterápicos), devem ser acondicionados em recipientes de material rígido. Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em frasco de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resis- tentes, rígidas e estanques, com tampa rosqueada e vedante. Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados. Coleta Interna A coleta interna pode ser dividida em 2 níveis: Coleta Internai- consiste na remoção dos recipientes do local de geração dos resíduos para o local de armazenamento temporário (sala de resíduos). Coleta Interna II- neste nível os resíduos são transportados do local de armazenamento temporário para o local de armazenamento interno. 693 Procedimentos Técnicos • A forma de operação mais indicada é o transporte dos RSSS nos contêineres onde esti- verem acondicionados, reduzindo-se o risco de ruptura e esmagamento dos sacos. • Ao término de cada dia de trabalho deverá ser realizada a lavagem e desinfecção dos veículos e contêineres, mesmo que não tenha ocorrido nenhum derramamento. • A empresa que realiza a coleta e o transporte externo deve estar devidamente capacitada para realizar procedimentos adequados no manejo dos RSSS. • Os funcionários de coleta externa devem utilizar os mesmos EPI's - Equipamentos de Proteção Individual [uniforme, sapato fechado e meias, avental, luvas, máscara, óculos e gorro) indicados para a coleta interna l e II, e receber programa de treinamento, imuniza- ção, e estar sob supervisão do SESMT. O prestador de serviço de coleta externa deve oferecer aos seus funcionários condições de higiene e segurança de trabalho, tais como: • troca de roupas e higienização ao final da jorna- de trabalho; refeições durante o turno de trabalho; • lavagem diária dos uniformes e higienização dos EPI, preferencialmente em lavanderia tipo hospitalar. Ocorrências Em caso de vazamento ou derramamento de resíduos, providenciar o seu imediato recolhimento, sendo novamente acondicionados os resíduos e realizada limpeza e desinfec- ção da área atingida, utilizando-se para isso os equipamen- tos auxiliares necessários. Todas as ocorrências devem ser registradas e comuni- cadas à chefia da empresa de coleta e ao estabelecimento gerador. Entre as ocorrências que devem ser comunicadas, incluem-se vazamentos, perfurocortantes e outros resíduos inadequadamente acondicionados, presença de resíduos de outros grupos, acidentes com perfurocortantes, rompimento de embala- gens, falta de condições de limpeza no local de armazenamento externo. De preferência registrar essas ocorrências em impresso próprio para este fim. »• Tratamento e Disposição Final do RSSS Tratamento de resíduos de serviço de saúde é definido como o "conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem a minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente" [CONAMA n° 283/01] (BRASIL, 2001], As estratégias de tratamento devem levar em conta: • redução na fonte de resíduos gerados; • redução do desperdício de matérias-primas; 698 Resíduos Hospitalares 46l • modificação de processos existentes de forma a minimizar os riscos. Existem vários procedimentos de tratamento de RSSS, associados aos diferentes grupos de resíduos. Para efeito de tratamento, merecem destaque os resíduos do GRUPO A (risco biológico], do GRU- PO B (risco químico] e do GRUPO C (rejeitos radioativos]. Cada um desses grupos de resíduos tem características próprias, o que implica em tratamento específico. Resumo dos Métodos de Tratamento e Disposição Final e de Tratamento Gn f̂t Grupo B GiupoC Redução Eficiência Impacto Custo Capacidade Biológico Químico Radioativo Volume Desinfecção Ambiental Operação Tratamento Sem i Limites i Incineração Autnt IdVP X x \o Químico Microondas Alta Ei lixa Baixa Incompleta Baixa Alta Médio Baixo Alto Médio Médio Media Altaí f. D Fonte: Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, Ministério da Saúde (BRASIL 2002). Alto BBBB1 Muito Baixa No caso de resíduos que possuam característica que os enquadrem em mais de um grupo, o tratamento deve compatibilizar as exigências de cada grupo. Por exemplo, resíduos com risco biológico contaminados com rejeitos radioativos deverão ser tratados, inicialmente, como rejeitos radioativos e, poste- riormente (após o tempo de decaimento), como resíduos com risco biológico; resíduos com risco biológico contaminado com resíduos com risco químico devem ser tratados como resíduos com risco químico. Tratamento dos Resíduos do grupo A Geralmente, em estabelecimentos de saúde, o termo tratamento está associado aos resíduos de ris- co biológico (grupo A) e existem dificuldades para estabelecer critérios para definir o melhor tratamento, sendo que, a segregação (separação) pode ser encarada como parte integrante do tratamento. Busca-se nestes tratamentos a redução dos agentes biológicos, o que se consegue com a desin- fecção - eliminação da maioria dos microorganismos patogênicos, exceto os esporos bacterianos de superfícies inanimadas. Os tratamentos podem ser assim apresentados: • desinfecção que pode ser realizada pelos métodos de autoclave, microondas, tratamento quími- co, radiação ionizante; • destruição térmica que pode ser por meio de incineração, pirólise e plasma. Autoclave Consiste em submeter os resíduos biológicos a um tratamento térmico, sob determinadas condi- ções de pressão, em uma câmara selada, por tempo determinado e com prévia extração do ar presente. (Vide autoclaves em esterilização, Capítulo 10). 699 Procedimentos Técnicos Vantagens • • , > . -.-','• ••• , • ; • Facilitar a operação. • • - , • : , . • ' • ' , . . • .. - • Baixo custo operacional, manutenção simples e barata. Desvantagens , • . ' . . " • Geração d e odores desagradáveis e aerossóis. •• • : • ; , - • • • . , • • • Baixa ou nenhuma redução do volume dos resíduos tratados. • Necessidade de adquirir recipientes termorresistentes de alto custo. ; ' ' • Não adequado para resíduos anatómicos. Microondas Consiste em submeter os resíduos biológicos, previamente triturados e envolvidos com vapor, à vibração eletromagnética de alta frequência, até alcançar e manter a temperatura de 100° C. Baseiam-se na ação do calor produzido pelos geradores de radiação magnética de alta frequência. Vantagens • Operação contínua. • Descaracterização e redução de volume quando utilizada trituração. Desvantagens Custo operacional alto em relação aos demais métodos. • Capacidade de operação limitada. • Risco de emissão de aerossóis, vapores tóxicos e radiação. Tratamento Químico Por meio do uso de um desinfetante. Leva-se em consideração: tipo de microorganismo, grau de conta- minação e tipo; concentração e quantidade de desinfetante utilizado; além de temperatura, grau de mistura e duração do contato do desinfetante com os resíduos. Baseia-se na ação de produtos químicos, associados a outros fatores como temperatura, trituração, controle de pH. O objetivo de seu uso é a eliminação de microo- ganismos, porém estes produtos podem sofrer inativação por matérias orgânicas e/ou diluição. Ver Anti-sépticos Capítulo 7, Desinfetantes Capítulo 8 e Esterilizantes Capítulo 10. Vantagens • Custo operacional baixo. • Baixo investimento inicial para o caso de tratamento local. • Possibilidade de realização na geração (para tratamento local]. Desvantagens • Ineficaz contra patogênicos resistentes ao desinfetante utilizado. • Não há redução do volume (a não ser que exista trituração]. Necessidade de cuidados adicionais com os efluentes gerados. Ionização Neste processo, os resíduos são submetidos à ação de raios gama, utilizando-se uma fonte radioati- va que destrói os microorganismos. Mais comumente utilizada na esterilização de produtos farmacêuticos e alimentares, com pouca utilização no tratamento do RSSS. Vantagens ; ,; . . . . . . • Alta eficiência. 700 •1• 1 • , 1 ! 1 V I • w 1ml • 11 ™J. 1 • 1 • 1 1 • 1 * í1 * 1 • 11 • 1 * 11 • 1( • • H1 1 • 1 • 1 1 • 1 • • 1 • • P |P 1 P 1 1 ̂ " |P 1 « 1 p 1 « 1 p ^^ 1 1 p•i fn^^ |p • • P IP IP 1 H 1 IP Resíduos Hospitalares 40 f Hl • Grande poder de penetração da radiação. r-:i\< . _ ' • • ; . , - , ' .-...- : > •..,- ' Desvantagens ; • Complexidade de operação para manutenção das condições de segurança. • Alto custo de instalação. No fim da vida útil do equipamento, a fonte de irradiação se torna rejeito radiotivo de alta periculo- sidade, causando problema quanto à sua disposição final. Incineração Consiste em destruir os resíduos mediante um processo de combustão (800°C a 1200°C] no qual os resíduos são reduzidos a cinzas. Vários tipos de tratamento utilizam a combustão dos resíduos, sob condições específicas, como forma de desinfecção. Gera como problema a emissão de gases tóxicos que devem ser previamente tratados (lavagem, química, ciclones ou precipitadores eletrostáticos, filtros, etc.]. Vantagens ,;. • Alta eficiência na destruição. . t • Redução do volume (de 80 a 95°/o] dos resíduos tratados. • Especialmente vantajoso para o tratamento dos resíduos anatomopatológicos, devido ao alto nível de descaracterização dos resíduos. Desvantagens . . , .. : > ' • ' Custo operacional e de manutenção elevados, principalmente em função do sistema de*trata- mento de gases. .. . • ' • • • • • ' •-, • Necessidade de manutenção constante. .. . • Risco de contaminação do ar por dioxinas e outros compostos perigosos presentes nos efluen- tes gasosos. • Custo elevado no monitoramento das emissões gasosas. " " • ' • • • • . • - , • • ; • • Contra-indicado caso não exista volume de resíduos suficientes para utilização do incinerador de forma contínua. • Não se aplicam aos rejeitos radioativos, recipientes pressurizados e a vidros. • As cinzas resultantes da queima são classificadas como resíduo perigoso, classe l devido aos altos níveis de metais pesados. (j Nota 0 tratamento por incineração não deve ser confundido com queima de resíduos. A simples queima de resíduos, a céu aberto, ou em equipamentos precários, não apresenta condições adequadas para degradação térmica e desinfecção: temperatura, tempo, tratamento dos gases gerados, etc. Seleção do Tratamento para Resíduos do Grupo A Conforme o Ministério da Saúde (Projeto REFORSUS, BRASIL 2.002], para selecionar o tipo de tratamento mais adequado dos RSSS deve-se avaliar os seguintes fatores: 1. impacto ambiental; 2. custos de instalação e manutenção; 3. capacidade do equipamento; 4. fatores de segurança. • • 701 Procedimentos Técnicos Tratamento dos Resíduos do Grupo B Um estabelecimento de saúde utiliza diariamente um grande número de produtos químicos como solventes, detergentes, medicamentos, metais, etc. Produto Químico por Local de Geração Cozinha Detergentes Graxas Lavanderia Limpeza Lab Detergentes Detergentes Metais Óleos Desinfetantes Soluções Químicas Graxas Oxidantes eagentes Químicos Desinfetantes Detergentes Medicamentos "Os resíduos químicos deverão ser submetidos a tratamento e disposição finais específicos" [CONAMA N° 5/93], pois seu lançamento junto eom os efluentes líquidos gera poluição, provoca efeitos graves nos organismos vivos que compõem o ecossistema e prejudica a saúde das pessoas expostas a essa substâncias". Algumas ações propostas para redução dos riscos associados aos resíduos do Grupo B • Substituição de produtos químicos perigosos. • Substituição de equipamentos clássicos por eletrônicos. • Substituição de métodos químicos por físicos. • Considerar se o vendedor/fabricante é preocupado com o meio ambiente e se aceita a devolu- ção dos produtos não utilizados ou recicláveis. • Informar o usuário sobre características e manuseio dos produtos. • Observar validade na compra e no decorrer da estocagem. • Compra centralizada com controle de fluxo e destino do produto. • Comprar pequenas quantidades de produtos instáveis. • Uso em quantidades exalas (limpeza). • Reciclar a prata do material radiológico. • Compostar resíduos da cozinha não-contaminados. • Reutilizar material de vidro e plástico após desinfecção apropriada. • Devolver tubos de aerossóis ao fabricante para recarga do conteúdo. Tratamento dos Resíduos do Grupo C O único tratamento capaz de eliminar as características de periculosidade é o armazenamento para decaimento de sua radioatividade, que varia de acordo com a meia-vida de cada elemento radioativo. Meia-Vida - é o tempo necessário para que o elemento radioativo perca metade de seus radioisóto- pos. Quanto menor a meia-vida, mais rapidamente o elemento tem sua periculosidade reduzida. Depois do decaimento, qualquer referência à radioatividade (símbolo e inscrição} deve ser desca- racterizada, e os resíduos podem ser encaminhados para disposição final, ou tratamento, conforme seu novo enquadramento (grupo A, B ou D]. Para ilustração da complexidade do tratamento, a seguir alguns tempos de decaimento, meia vida e tempo de segurança: 702 Iteíduos Hospitalares 46Í Meia-Vida Média e Decaimento de Radiatividade de Alguns Elementos Radiativos Isótopos Meia VictB i lias pnns Tempo de Segii Jia'3 altos Tc = Tecnécio, Ga = Gálio, l = lodo, Cr = Cromo, Fe = Ferro, Si = Silício, Ce = Césio, Am = Amerício Tratamento dos Resíduos do Grupo D Como os resíduos de serviços de saúde do grupo D (comuns) têm características similares as dos resíduos domiciliares, não são considerados resíduos perigosos, nem são exigidos sistemas de tratamen- to específicos. No entanto, é recomendável alguma forma de valorização destes resíduos, prolongando o tempo de vida útil dos materiais que os compõem. Para que se viabilize a valorização dos resíduos, é fundamental que se realize a separação dos dife- rentes tipos de resíduos comuns, o que deve ser feito no momento da geração. A valorização apresenta diversos benefícios, como redução da poluição, economia de matérias- primas e redução de custos, além de possibilitar rendimentos extras com a comercialização de materiais. Entre estes processos acham-se a reciclagem dos diversos resíduos, inclusive a compostagem de matéria orgânica. Reciclagem A reciclagem proporcionada pela segregação e coleta seletiva dos resíduos é muito importante no processo de gerenciamento dos RSSS. Os quadros a seguir mostram as principais fontes de cada tipo de material reciclável - papel, metal, plástico, vidro, outros. Reciclável Papel branco: computador, caderno, sulfite, fotocópias (não-brilhante), escritório [sem etiquetas, janelas de plástico, selos, clipes, grampos e fitas colantes), etc. Papel de jornal. Papel colorido: revistas, etc. Papelão. Papel misturado: não-sujo. Não-Reciclável Papel brilhante/espelhado: parafinado, aluminizado, laminado, betumado (carbono), vegetal, papel de fax (brilhante), papel de fotocópia (brilhante), papel de fotografia, papel de bala. Papel sujo: papel higiénico, guardanapo: fraldas descartáveis, toco de cigarro; papel sujo e/ou contaminado em geral. 703 Procedimentos Técnicos Odontologia/l Elitistas 471 H >• Prevenção e Controle de Infecção em Odontologia Introdução Apesar da escassez de estudos epidemiológicos sobre infecções pós-procedimentos odontológi- cos, que incluem números significativos de pacientes, é possível afirmar que as incidências documenta- das destas infecções permanecem baixas. As infecções que envolvem a região maxilofacial e cavidade oral podem ser categorizadas em infec- ções localizadas (cáries, pulpites, abcessos, gengivites, alveolites, periodontites, amigdalites, parotidites, adenites, entre outras), infecções por extensão díreta (osteomielites, sinusites, mediastinites, entre ou- tras) e infecções distantes, secundárias a uma infecção oral primária, que, apesar de mais raras, podem atingir regiões intracranianas e pulmonares. Infecções por via hematogênica em próteses artificiais cirur- gicamente implantadas, originárias de uma infecção oral prévia, também têm sido descritas. Alguns relatos de bacteremias transitórias secundárias a drenagens de abcessos dentoalveolares e septicemias secundárias a infecções orais em pacientes imunocomprometidos também têm sido en- contrados. Patógenos Orais Uma grande variedade de microrganismos podem ser encontrados como agentes causais destas infecções. Eles estão presentes nas secreções orais, respiratórias ou sangue. Muitos deles fazem parte da microbiota normal encontrada na cavidade oral dos humanos. Estes microrganismos podem incluir grupos de bactérias, vírus, protozoários e fungos. Na saliva comumente são encontrados Staphylococ- cus spp., Streptococcus spp., Veillonellae spp., Neisseria spp., Branhamella spp.. Cândida spp., Herpes simples vírus (HSV), Endamoeba gingivalis, Trichomonas tenax. Na placa dentária e gengiva podem ser encontrados Streptococcus spp., Peptostreptococcus spp., Veillonellae spp., Neisseria spp., Branhamella spp., Actinomyces spp., Bacterionema matruchotii, Bacteroides spp., Porphyromonas spp., Prevotella spp., Capnocytophagia spp., Eikenella corrodens, Fusobacterium nudeatum, Actinobacillus actínomycetemco- mitans, Treponema spp. Além destes, ainda podem ser isolados da cavidade oral outros microrganismos patogênicos, tais como Mycobacteríum tuberculosis, Citomegalovírus (CMV), vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV), vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). A prática da odontologia abrange uma grande variedade de procedimentos, que podem incluir desde um simples exame até uma cirurgia mais complexa. Estes procedimentos geralmente envolvem contato com secreções da cavidade oral, algumas vezes representados simplesmente pelo contato com saliva, outras vezes pelo contato com sangue, secreções orais, respiratórias e aerossóis. Isto acaba resultando na possibilidade de transmissão de infecções, tanto de paciente para paciente, como dos profissionais para pacientes ou dos pacientes para os profissionais. Transmissão de Infecção Pacientes submetidos a procedimentos odontológicos e profissionais envolvidos nesta atividade estão expostos a uma grande variedade de microrganismos presentes em secreções orais, respiratórias ou sangue, conforme já discriminados. Estes microrganismos podem ser transmitidos por várias rotas, incluindo contato direto com secreções e/ou sangue, contato indireto com instrumentos, equipamentos ou superfícies contaminadas, e contato com ar, partículas e/ou aerossóis contaminados. Para que as infecções ocorram, três condições devem estar envolvidas: um hospedeiro suscetível, um patógeno ca- paz de causar infecção, e uma porta de entrada, caracterizando a chamada 'cadeia de infecção'. Efetivas medidas de controle de infecção visam quebrar ou minimizar este risco de transmissão de infecções na prática da odontologia. Em virtude de que nem todos os pacientes portadores de hepatites, HIV ou outros patógenos im- portantes possam ser identificados previamente à realização de um procedimento invasivo, é recomenda- do que todos os pacientes sejam considerados potencialmente contaminados e que, conseqúentemente, precauções padronizadas sejam utilizadas em todos os procedimentos, com todos os pacientes. 708 l Apesar da recomendação de precauções padronizadas com todos os pacientes, é fundamental o conhecimento do paciente que vai ser atendido. Para tanto, é necessária a realização da anamnese do paciente, incluindo um histórico das doenças pregressas e atuais, e investigação de pacientes portadores de vírus HIV e hepatites. A norma de biossegurança do estado do Rio Grande do Sul estabelece itens mínimos obrigatórios que devem constar em todas as anamneses. A crescente aderência às precauções e recomendações tem provavelmente contribuído para a diminuição dos riscos de transmissão de infecções na prática odontológica. Em um estudo de Gruninger e colaboradores, no qual foram investigados 6.451 dentistas da Associação de Dentistas Americanos CADA), foi demonstrado que a vacinação contra hepatite B aumentou de 57.8% em l .987 para 71,6% em 1990, a aderência ao uso de luvas aumentou de 61,6% em 1987 para 93,2% em 1990, enquanto a média de acidentes com instrumentos e agulhas diminuiu de 83,7% para 74,9% nestes mesmos anos. Neste mesmo estudo, a soropositividade para HIV entre dentistas apareceu em 0.0% Cl.987), 0.09% Cl.988), 0,0% Cl .989) e 0,0% Cl.990). A preocupação com os custos gerados para a manutenção de medidas de controle de infecção tem sido, muitas vezes, o motivo da falta de adesão a essas medidas em muitas unidades odontológicas. Entretanto, já foi demonstrado que esses custos não são tão elevados quanto parecem. A Clinicai Rese- arch Associates, dos Estados Unidos, em 1.999. publicou um estudo demonstrando que os gastos com a implantação das medidas de controle de infecção não chegavam a mais do que 10 dólares para cada atendimento de paciente. Risco de Transmissão de HIV e Hepatites em Odontologia Uma grande preocupação com o risco de transmissão de HIV e hepatites tem sido encontrada na prática odontológica. O risco médio de aquisição de HIV entre profissionais de saúde é de, aproximadamente, 0,3% após exposição percutânea e de 0,09% após exposição mucocutânea a sangue contaminado. O risco de aqui- sição de hepatites é mais alto, podendo atingir 40% para hepatite B (dependendo do tipo de exposição e da carga virai do paciente) e até 10% para hepatite C. Alguns relatos de transmissão de HIV e HBV em odontologia têm sido publicados sem, entretanto, identificar claramente as vias de contágio. Em 1.990 e 1.991, uma série de publicações do Center for Disease Control CCDC), dos Estados Unidos, descreveu a transmissão de HIV de um dentista contaminado para 5 pacientes. As investigações não evidenciaram transmissão entre os pacientes, mas sim do dentista para os pacientes e nenhuma quebra grosseira das medidas de controle de infecção foi encontrada. Esses acontecimentos permane- cem inexplicados. Outro estudo investigou a possível transmissão de hepatite B de um dentista para seus pacientes, demonstrando o mesmo subtipo de vírus em 9 de 11 pacientes que adquiriram a hepatite. Nessa inves- tigação ficou evidenciado que o dentista sofria acidentes durante a prática odontológica, o que poderia estar implicado na transmissão. Acidentes punctórios Os acidentes punctórios permanecem como sendo os de maiores riscos de transmissão de HIV e he- patites para os profissionais de saúde em geral e profissionais da odontologia em particular, por intermédio do contato com sangue. Alguns estudos que demonstram a ocorrência de acidentes punctórios dentre os profissionais da odontologia evidenciam que a maioria dos acidentes ocorrem nas mãos dos profissionais, fora da boca do paciente, durante a manipulação de agulhas, brocas e outros instrumentos perfurocortantes e, principalmente, entre profissionais da odontologia geral e laboratórios de próteses. 709 Procedimentos Técnicos Odontologia/Dentistas 47! Dentre as recomendações internacionais para prevenção de acidentes punctórios incluem-se o não-recape de agulhas, o descarte da agulha juntamente com a seringa (sem a tentativa de desconexão das mesmas) e a seleção e destino adequado das agulhas e instrumentos perfurocortantes. Entretanto, sabe-se que na prática odontológica, devido ao fato das seringas carpule metálicas serem reproces- sáveis, torna-se necessária a desconexão das agulhas e, para evitar acidentes durante esse ato, o seu recape. Recomenda-se a utilização de pinças ou outros instrumentos durante a desconexão para evitar a manipulação direta das mãos com os materiais contaminados. Além disso, alguns equipamentos espe- ciais têm sido criados e estudados no sentido de diminuir o risco de acidentes na atividade odontológica. Um estudo inglês demonstrou a diminuição dos acidentes com agulhas entre estudantes de odontologia, por meio da utilização de seringas especiais com mecanismo de segurança. As medidas de prevenção e condutas pós-acidentes com material biológico, dentre os profissio- nais de saúde, têm sido bastante enfatizadas em nível nacional e internacional. As medidas preventivas incluem vacinação contra hepatite B, cuidados gerais no manuseio de perfurocortantes e proteção de mucosas por meio do uso de máscaras e óculos, dentre outras. As condutas pós-acidentes incluem o acompanhamento do profissional acidentado durante 6 meses, por meio de pesquisa sorológica de H l V e hepatites, vacinação e uso de imunoglobulinas específicas (no caso de risco de aquisição de hepatite B) e esquema de quimioprofilaxia com anti-retrovirais (no caso de HIV). As intervenções devem ser iniciadas logo após o acidente, para sua maior eficácia. Risco de Transmissão de Tuberculose em Odontologia A preocupação com a transmissão de infecções em odontologia parece estar além do risco de aquisição de HIV e hepatites. Alguns relatos têm demonstrado a importância da tuberculose e os riscos de contato com seus agentes causais no atendimento odontológico, apesar de também demostrarem, infelizmente, a pouca preocupação e dificuldade de aplicação de medidas preventivas específicas pelos profissionais desta área. Um estudo realizado em cidades americanas vizinhas ao México demonstrou uma taxa de teste tuberculínico positivo de 4,6% em 284 profissionais da odontologia. Na realização de um novo teste após 12 meses, a taxa de soroconversão foi de 1,7%. Outro estudo encontrou uma taxa de soroconversão de 10,7% entre estudantes de odontologia americanos, apesar de não ter sido identificado o atendimento de nenhum paciente portador de tuberculose no período estudado. Isso pode evidenciar que poucos pacientes sofrem atendimento odontológico na fase aguda da doença ou, por outro lado, que os dentistas pouco percebem quando estão atendendo pacientes com tu- berculose. A falta de conhecimento aprofundado sobre a doença, a despreocupação ou falhas na anamnese dos pacientes podem aumentar cada vez mais o risco de exposição à tuberculose dentre esses profissionais. *• Medidas Preventivas de Transmissão de Infecções em Odontologia Com o objetivo de auxiliar, normalizar e regulamentar as ações de controle e prevenção de infec- ções em odontologia, muitos manuais, portarias e regulamentações têm sido divulgados e publicados nessa área, tais como as recomendações americanas, canadenses e algumas nacionais, como as normas do estado do Rio Grande do Sul, de São Paulo e do Paraná. Algumas outras publicações também têm sido encontradas demonstrando o aumento da preocupação dos profissionais da odontologia com os aspectos de biossegurança e conlrole de infecção. A partir daqui serão abordados os diversos aspectos envolvidos no controle de infecção em odonto- logia, incluindo medidas preventivas como vacinação dos profissionais, lavagem e anti-sepsia das mãos, uso de luvas, óculos e vestimentas especiais, incluindo o tratamento de materiais, instrumentos, equipa- mentos e ambiente, uso de desinfetantes e, por fim, o descarte dos resíduos sólidos e líquidos gerados durante a assistência aos pacientes. 710 iM Vacinação A vacinação é considerada uma das mais importantes medidas de prevenção de aquisição de in- fecções. A vacinação contra hepatite B tem sido recomendada tanto para dentistas, como para auxiliares, técnicos de higiene dental e protesistas. Essa vacina deve ser aplicada em três doses (com intervalo de zero, um e seis meses), na forma de injeção intramuscular, de preferência no músculo deltóide. Profissio- nais de saúde que tenham interrompido o esquema vacinai após a la dose, deverão realizar a 2a logo que possível e a 3a dose num intervalo de 2 meses. Profissionais que interromperam o esquema na 2a dose, deverão realizar a 3a dose tão logo possível. Para profissionais com esquema vacinai incompleto, está recomendada a realização de teste sorológico (antiHBs) após a vacinação (l a 6 meses após a última dose) para confirmação da presença de anticorpos protetores, segundo orientações do Ministério da Saúde. Se, após um primeiro esquema vacinai as contagens de anticorpos forem <10, é recomendado repetir todo esquema. Se as contagens forem >10, a vacina não precisa ser repetida e apresenta validade para toda vida. Muitos estudos têm enfatizado a importância da vacinação contra hepatite B dentre os profissionais da odontologia, mas ainda demonstrando que a taxa de vacinação varia muito, como, por exemplo, 91 a 94% dentre profissionais do Canadá, 84% dentre profissionais americanos, e somente 22% no México. Além da vacina contra Hepatite B, outras também são consideradas importantes, como as vacinas contra sarampo, rubéola, caxumba, tétano e influenza. Lavagem e Anti-sepsia das Mãos As mãos representam um dos maiores veículos de transmissão de infecções. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares. As mãos devem ser lavadas sempre que estiverem visivelmente sujas, antes de colocar luvas e após retirá-las, antes e após procedimentos com todos os pacientes, após contato com qualquer material, equipamento ou superfície potencialmente contaminados. Vide capítulo Anti-sepsia - lavagem das mãos, Capítulo 7. É importante que algumas diferenciações sejam feitas a respeito da colonização das mãos, cuja flora pode ser transitória ou residente. • A flora transitória das mãos é representada por microrganismos que podem ser encontrados na . i pele, mas que não estão presentes em todas as situações. Estes microrganismos são rapida- mente removidos e/ou eliminados pela lavagem e/ou anti-sepsia das mãos. Exemplos: alguns '. gram-negativos, tais como Escherichia coli. •h, • A flora residente das mãos é representada por microrganismos persistentemente encontrados TM.- na pele da maioria das pessoas. Estes microrganismos não são removidos apenas por meio da fricção mecânica durante a lavagem das mãos. Exemplos: Staphylococcus coagulase-negatívos, •• Corynebacterium spp., Adnetobacter spp., Prop/onibacteríum spp. e alguns membros da família Enterobacteriaceae. As mãos dos profissionais da saúde podem não diferir das de outras pessoas em termos de coloni- zação com flora microbiana residente. Um estudo caso-controle demonstrou que 21% dos profissionais de saúde pesquisados apresentavam colonização das mãos com bactérias gram-negativas, quando com- parados com 80% do grupo de controle, que eram pessoas que não trabalhavam em hospitais. Dentre as 22 espécies de bactérias gram-negativas encontradas, 45% eram do género Adnetobacter e 39% eram do grupo Klebsiel/a-Enterobacter. Pessoas que lavavam as mãos mais de 8 vezes por dia eram menos colonizadas do que as que lavavam menos de 8 vezes. As mãos podem ser lavadas, na maioria das vezes, com a utilização de sabão neutro, enquanto que o uso de sabão com anti-séptico deve ficar priorizado para o preparo das mãos antes de procedimentos invasivos em geral e procedimentos cirúrgicos, e para aquelas situações de extrema contaminação das 711 Procedimentos Técnicos Odontologia/l ípiitistíi.s 47Í mãos, ou seja, em que se deseja a remoção e eliminação de uma maior quantidade de microrganismos presentes na flora das mãos. As mãos devem sempre ser secas após o procedimento de lavagem, utilizando-se, preferentemente, papel-toalha descartável. As torneiras recomendadas para lavagem das mãos são aquelas por acionamento não-manual, incluindo acionamento por pedal, cotovelo, célula foto-elétrica, entre outras. Nas situações em que a torneira a ser utilizada para lavagem de mãos é do tipo manual, a técnica de lavagem a ser seguida deve evitar a recontaminação da mão durante o ato de fechamento do registro da torneira, utilizando-se o papel-toalha para este fim. A lavagem básica das mãos é o simples ato de lavar as mãos com água e sabão, visando a remoção de bactérias transitórias e algumas residentes, como também células descamativas, pêlos, suor, sujidades e oleosidade da pele. Podem ser utilizados sabão líquido ou em barra. No caso da utilização de sabão líquido, 3 a 5 ml seriam suficientes. Idealmente, o sabão em barra deve estar depositado em saboneteiras laváveis e o sabão líquido em frascos descartáveis com dispensadores de pedal ou cotovelo. As mãos devem ser ensaboadas e friccionadas durante, aproximadamente, 15 segundos, em todas as suas faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos. Posteriormente devem ser enxagua- das, removendo totalmente a espuma e resíduos de sabão e enxugadas com papel-toalha descartável. A anti-sepsia das mãos diferencia-se da técnica anterior pela substituição do sabão neutro por um sabão contendo anti-séptico. Para uma adequada penetração do anti-séptico nas camadas mais profun- das da pele, recomenda-se rigorosa fricção das mãos durante 5 minutos. As etapas devem ser processa- das sempre obedecendo a direção mãos-cotovelo. Após a lavagem, as mãos devem ser mantidas numa altura relativamente superior aos cotovelos. A técnica de secagem correta deve ser feita com movimentos compressivos e não de esfregação. A utilização de escovas para a lavagem das mãos tornou-se polémica nos últimos anos, devido à possibilidade de ocorrerem pequenas lesões e colonização da pele, causadas pelo uso sistemático da escovação, além do risco de utilização de escovas com cerdas endurecidas e que não tenham sofrido uma adequada desinfecção e/ou esterilização. Quando utilizadas, as escovas deveriam ser estéreis, descartáveis e com cerdas macias. Entretanto, estudos já demonstraram que se deve dar preferência à anti-sepsia sem escovação, apenas com fricção das mãos. É recomendada a escovação somente das unhas, pois ficam acumuladas maiores quantidades de sujidade e microrganismos na região subungueal. De preferência, as unhas devem ser mantidas curtas e sem pintura. Apesar da lavagem de mãos estar consagrada como uma das mais importantes medidas de pre- venção e controle de infecções, a sua prática ainda não é adequadamente seguida pelos profissionais da saúde. Num estudo de Pittet e colaboradores a média de adesão à higiene das mãos foi de 48% entre profissionais de um hospital universitário. Num estudo canadense foi encontrada uma adesão de 76% à lavagem de mãos antes de procedimentos odontológicos e 56% após remoção das luvas, dados pareci- dos com aqueles encontrados em um estudo americano. Um estudo brasileiro realizado por Gonçalves e Pordens demonstrou que apenas 36,7% dos periodontistas questionados lavavam as mãos antes e após cada consulta. Estratégias visando o aumento da frequência e qualidade na lavagem das mãos têm sido cada vez mais implementadas. São queixas frequentes dos profissionais que lavam as mãos muitas vezes por dia as irritações, descamação, ardência, ressecamento e até processos alérgicos. As alergias secundárias ao uso de determinados tipos de anti-sépticos devem ser resolvidas com a descontinuidade do uso e avaliações individualizadas em relação ao anti-séptico adequado e tolerável. O uso de loções ou cremes para as mãos após sua lavagem pode representar uma alternativa para minimizar as queixas e estimular o ato de higienização das mãos. Entretanto, deve ser observado e controlado o risco de contaminação dessas loções ou cremes, que podem ocasionar recontaminação das mãos e transmissão de microrganismos. 712 m m m m m m A contaminação do sabão, tanto em barra quanto líquido, também pode ocorrer se os mesmos não forem dispensados de maneira correia. O sabão em barra deve estar depositado em saboneteiras laváveis, em pedaços pequenos, evitando ficar depositado em um recipiente que acumule água e derreta o sabão, for- mando um 'caldo', que pode se tornar um meio de crescimento de microrganismos. O sabão líquido deve ficar depositado em dispensadores com refis descartáveis ou frascos passíveis de limpeza e desinfecção. Os tipos mais comuns de anti-sépticos tópicos utilizados para anti-sepsia das mãos são: álcool, clo- rexidina, triclosan, compostos de iodo, como, por exemplo, polivinil—pirrolidona-iodo [PVP—I) e outros iodóforos. Apesar das vantagens e desvantagens de cada tipo de anti-séptico, alguns estudos tentam demonstrar aqueles que apresentam maior eficácia. A escolha do anti-séptico adequado para cada tipo de procedimento e cada instituição ou clínica deve respeitar as particularidades locais. Questões relacio- nadas a custos, tipo de dispensadores que acompanham os anti-sépticos, tolerabilidade e adaptação aos procedimentos predominantes em cada clínica, interferem na escolha do anti-séptico. A tabela a seguir apresenta diferentes tipos de anti-sépticos tópicos, suas concentrações, formu- lações e alguns nomes comerciais. Para maior aprofundamento a respeito dos anti-sépticos, formas de ação, vantagens e desvantagens, sugiro a leitura do capítulo de anti-sépticos desse livro, que se encontra na página 101. Anti-sépticos tópicos mais utilizados em estabelecimentos de saúde Anti-séptico Álcoois: - etílico - propílico - isopropílico Gluconato de clorexidina Concentração - concentrações mais efetivas: de 60 a 90°/o - concentração ideal: 70% 10% de PVPI, contendo l °/o de iodo ativo Formulações - alcoólicas - alcoólicas - aquosas - degermaníes - alcoólicas - aquosas - degermantes Não são recomendadas pelo Ministério da Saúde, para a finalidade de anti-sepsia da pele, as formulações contendo mercuriais orgânicos, acetona, quaternário de amónio, líquido de Dakin, éter e clorofórmio. O uso do álcool em substituição à lavagem das mãos tem sido cada vez mais enfatizado, não só pela sua eficácia na anti-sepsia, mas pela maior adesão dos profissionais a essa prática. Álcool causa menos irritabilidade da pele, menor tempo gasto para realização da anti-sepsia, maior acessibilidade e facilidade do método. Para uma adequada eficácia, o álcool deve ser fricionado em todas as superfícies das mãos durante 30 segundos. Anti-sépticos alcoólicos em forma de gel e adicionados de emolientes apresentam melhor tolerância e aderência ao uso. Uso de luvas As luvas devem ser usadas em todos os procedimentos com todos os pacientes em odontologia. Também devem ser utilizadas para contato com materiais, instrumentos e equipamentos contaminados e durante o processo de limpeza desses materiais e ambiente. As luvas recomendadas para o processo de limpeza de materiais e ambiente são de borracha gros- sa, com cano longo. Estas luvas podem ser reutilizadas, desde que lavadas e secas após cada uso. As luvas recomendadas para os procedimentos gerais em odontologia são aquelas denominadas 'luvas de procedimentos', que são de látex, finas, geralmente com punho pequeno e não-esterilizadas. 713 Procedimentos Técnicos como um método seguro e confiável devido às interferências pertinentes ao uso de desinfetantes e suas dificuldades durante o processo, referentes à possibilidade de inadequada desinfecção ou recontamina- cão do material. Os agentes químicos desinfetantes comumente utilizados em nosso meio são os álcoois, compostos clorados, glutaraldeído, formaldeído, iodóforos, ácido peracético, compostos fenólicos e quaternário de amónia. Os desinfetantes mais utilizados em odontologia são o álcool, o hipoclorito de sódio, os compostos iodados e o glutaraldeído. Na tabela 3. 47 estão, resumidamente, demonstradas as concentrações ideais, propriedades e indicações de uso desses desinfetantes. Para maiores informações sobre o uso de desinfe- tantes, é recomendável a leitura do capítulo específico sobre esse assunto no Capítulo 8, página 105. Desinfetantes mais utilizados em estabelecimentos de saúde - concentrações mais efetivas: entre 60 a 90%; -concentração ideal: 70%. Desinfetante iBBBr TOK Álcoois: - etílico - isopropííico Compostos clorados: hipoclorito de sódio Glutaraldeído - concentração ideal: iodado Formaldeído - solução aquosa: concentrações de 1 a 4%. enólicos - concentrações variáveis em solução aquosa. ^ ™ ^ ™ Propriedades - baixa toxicidade; - ação rápida; - baixa ação residual; - ressecamento de materiais de borracha e plástico; - volátil e inflamável. - baixo custo; ação rápida; - corrosivo para metais; - inatividade na presença de matéria orgânica, luz, altas temperaturas e pH; - instável e volátil. - necessita ser ativado antes do uso. Validade variável, após ativado; - a concentração deve ser verificada (fita-teste); - pouco corrosivo; - toxicidade cutânea e inalatória. - oxidante e corrosivo; - irritante e alérgico (pele); - ocasiona manchas; - pode contaminar em baixas concentrações; - inatívo na presença de matéria orgânica. Indicações de uso - mais recomendado para superfícies; - não-recomendado para materiais de acrílico, borracha, plástico e lentes; - não-recomendado para esterilização. - recomendado para su| artigos não-metáíicos, trai de água; - desinfecção por imersão - concentrações de 0,02% indicados para artigos de e plástico (não-iriv. concentração não necess enxágúe. - recomendado para artigos metálicos, plásticos, borrachas e lentes; - não-recomendado para superfícies; - desinfecção por imersão em 20 min; - esterilização por imersão em 8 hs; - o enxágúe deve ser exaustivo. - mais recomendados como anti- sépticos para pele; - recomendado para artigos que não tolerem outros tipos de desinfecção ou esterilização; - não-recomendado para superfícies. efetivo na presença de matéria orgânica; acúmulo de resíduos em materiais porosos causa toxicidade: irritação e despigmentação da 718 Odontologia/Dentistas 471 O álcool e o hipoclorito de sódio são os desinfetantes mais recomendados para superfícies, en- quanto que o desinfetante mais usado para instrumentais e outros materiais é o glutaraldeído. Em virtude da larga utilização do glutaraldeído em consultórios e clínicas odontológicas, estão descritas a seguir algumas recomendações específicas para este tipo de desinfetante. Recomendações para adequada utilização do glutaraldeído a 2%: • a solução de glutaraldeído, após ativada, deve ser colocada dentro de caixas plásticas fechadas. Não devem ser utilizadas caixas metálicas, nem devem ser misturados instrumentos de diferen- tes tipos de metais dentro da solução, pelo risco de causar ferrugem; • a validade da solução após sua ativação será de H ou 28 dias, dependendo da marca e tipo escolhido. A solução após ativada deve ser identificada quanto ao seu prazo de va- lidade. Preferentemente utililizar marcas de glutaraldeído que venham acompanhadas de fita para verificação da sua concentração. A concentração deve ser verificada diariamente e o glutaraldeído deve ser desprezado se sua concentração estiver abaixo de l a 1,5%, mesmo antes dos 14 ou 28 dias; • este agente químico é bastante tóxico, por isso deve ser utilizado máscara com filtro de carvão ativado e luvas para proteção do profissional que estiver manuseando a solução. A máscara deve ser de uso individual e trocada quando danificada ou com o filtro gasto; • a caixa deve ser mantida sempre fechada, para evitar a evaporação do desinfetante e toxicidade; • os materiais devem ser limpos antes de colocados em solução de glutaraldeído, pois esse de- sinfetante não tem capacidade de penetração na matéria orgânica [sangue, saliva, pus, gordura, etc.}, além de cristalizar estes resíduos orgânicos, tornando mais difícil sua remoção; • os materiais devem ser colocados em solução previamente secos, para evitar a diluição do desinfetante [o que poderia diminuir o seu tempo de ação]; • os materiais devem ficar completamente mergulhados dentro da solução, para uma ação efetiva; • o glutaraldeído tem ação desinfetante em 20 minutos e ação esterilizante em 10 horas. Portanto, os materiais devem permanecer mergulhados na solução durante o tempo exato para se atingir o objetivo final do processo. Não deixar o material dentro da solução por tempo demasiado, pelo risco de danificar o material, sem necessidade; • devido a sua toxicidade, os materiais devem ser bastante enxaguados após o tempo de de- sinfecção ou esterilização. Os materiais devem, preferencialmente, ser enxaguados com água destilada estéril e secos com compressa estéril; • o armazenamento dos materiais tratados em glutaraldeído deve ser em recipientes fechados e estéreis, como, por exemplo, cubetas metálicas esterilizadas, ou em campos esterilizados; o tempo de validade dos materiais que sofreram este processo não é muito garantido, portanto o ideal seria utilizar o material logo após a desinfecção ou esterilização. Esterilização de Materiais A esterilização de artigos odontológicos pode ser realizada por meio de métodos químicos ou físicos. A esterilização química compreende na utilização de agentes esterilizantes líquidos, que são os mesmos utilizados no processo de desinfecção, porém com maior tempo de exposição. A esterilização química apresenta alguns aspectos negativos, especialmente referentes ao risco de recontaminação do material após o processo, dificuldade de armazenamento e de controle de qualidade ou monitoramento do processo, conforme já discutido anteriormente. A esterilização física pode ser conseguida por métodos ou equipamentos que empregam calor seco (por exemplo, estufa) e por meio de vapor saturado [por exemplo, autoclavesj. 719 Procedimentos Técnicos Outros métodos de esterilização, tais como gás óxido de etileno e plasma de peróxido de hidro- génio, são difíceis de serem implementados dentro de clínicas odontológicas, devido ao seu elevado custo e exigências normativas de biossegurança. Entretanto, são os métodos ideais para esterilização de materiais termossensíveis. Havendo necessidade, esse tipo de esterilização pode ser terceirizada, ou seja, os materiais são enviados para serviços especializados. Esterilização por meio de estufa A estufa, na prática, ainda é o método mais utilizado para esterilização de instrumentais metálicos utilizados em odontologia. Por intermédio deste método não é possível esterilizar materiais plásticos ou outros materiais termossensíveis, assim como não é recomendável esterilizar roupas, papel, nem instru- mentos metálicos cortantes. Para uma efetiva esterilização dos materiais, a estufa deve ser mantida fechada ininterruptamente durante 60 minutos com a temperatura a 170°C, ou 120 minutos com a temperatura a 160°C, ou seja, a porta não deve ser aberta neste período. Para monitoramento da temperatura é necessária a utilização de um termómetro de bulbo, que deve ser introduzido no orifício que se encontra na parte superior da estufa. Todos os materiais devem ser esterilizados dentro de recipientes metálicos fechados. É importante colocar um pedaço de fita adesiva marcadora para estufa na tampa das cubetas e fita comum, constando identificação do material e data da esterilização . Os materiais esterilizados em estufa poderão ser armazenados para posteriores utilizações, desde que as cubetas não sejam abertas e recontaminadas. Esterilização por meio de autoclave a vapor A esterilização por autoclave a vapor tem se apresentado como o método que reúne mais vanta- gens para o tratamento de instrumentais odontológicos nos últimos anos. As vantagens deste método baseiam-se na sua maior segurança, menor dano aos materiais e menor tempo dispendido. A desvanta- gem encontra-se na impossibilidade de esterilização de materiais termossensíveis ou não-resistentes ao calor, como, por exemplo, materiais plásticos delicados. A esterilização por meio de vapor sob pressão pode ser realizada em diferentes ciclos, com diversi- dades de tempo e temperatura, dependendo do tipo, tamanho e marca da autoclave e dependendo dos tipos de instrumentais e materiais, invólucros e tamanho dos pacotes. Os ciclos mais utilizados são: 132 a 134°C durante 3 a 4 minutos [esterilização 'flash'], 132 a 134°C durante 15 minutos e 121°C durante 30 minutos. Apesar de existirem algumas controvérsias sobre a esterilização em ciclos rápidos ou 'flash', esta ainda permanece sendo bastante adotada para instrumentais odontológicos. Deve ser levado em con- sideração o uso em pequeno espaço de tempo da grande maioria dos instrumentais odontológicos, o que não acontece com outros materiais hospitalares. Esta rapidez no uso do material recém esterilizado contribui para a não-recontaminação do material. Todavia, a esterilização 'flash' é recomendada apenas para instrumentos e materiais não-porosos e não-tubulares. Todos os materiais devem ser esterilizados dentro de pacotes pequenos, utilizando embalagens de papel-grau cirúrgico, papel crepado, nylon, embalagens "não-tecido" (TNTJ ou tecido de algodão. O papel Kraft não tem sido mais recomendado, devido a possibilidade de recontaminação e também por não apresentar, muitas vezes, os requisitos mínimos necessários para embalagens de esterilização. Os pacotes devem ser fechados com fita adesiva comum ou com seladora automática, contendo identifica- ção do material e data da esterilização. Os pacotes devem ser colocados dentro da autoclave deixando espaços entre eles, permitindo a circulação do vapor. 720 Odontologia/Dentistas 47Í As embalagens de papel-grau cirúrgico, crepado, TNT e nylon não devem ser utilizadas mais de uma vez. Elas são descartáveis. Os campos de pano devem ser lavados após cada esterilização, permi- tindo a abertura das fibras do tecido. A esterilização deve ser repetida se o pacote estiver danificado [rasgado, furado, aberto), se apre- sentar umidade ou gotículas aparentes de água, ou se o marcador físico não estiver com a cor alterada. A água utilizada no reservatório da autoclave deve ser filtrada, deionizada ou destilada. A qualidade da água e do vapor interferem na conservação e durabilidade dos instrumentais, podendo ocasionar manchas e corrosão. Controle de Qualidade de Esterilização Monitoramento e validação dos processos de esterilização Para o controle de qualidade ou monitoramento do processo de esterilização, tanto por meio da estufa quanto da autoclave a vapor, podem ser utilizados marcadores físicos, químicos e testes biológicos. Marcadores físicos São aqueles que medem a temperatura e pressão, por meio de termómetros e manómetros, manuais ou digitais. Os termómetros utilizados em estufas devem ser colocados dentro da mesma, para permitir um controle mais apurado e fidedigno da temperatura. Os termostatos e relógios que se encontram na parte externa da estufa nem sempre representam uma real avaliação do processo. Marcadores químicos São de vários tipos ou gerações. Os mais simples são aqueles encontrados em fitas adesivas es- pecíficas para esterilização a vapor ou calor seco [que ficam listradas após a esterilização), ou papéis de embalagem com marcadores específicos [que mudam de cor após a esterilização). Seu uso é reco- mendado em todos os pacotes ou caixas, uma vez que indicam, pelo menos, se o material passou pelo processo. As fitas adesivas marcadoras são distintas para estufa e para autoclave a vapor. Marcadores Químicos de Segunda e Terceira Geração São pequenas tiras de papel, que contêm um produto químico, que se espalha pela tira ou muda de cor após o processo. É recomendado que sejam colocados dentro dos pacotes, em cada ciclo de esterili- zação, diariamente ou semanalmente. Representam maior segurança em relação ao método anterior. Testes biológicos São, sem sombra de dúvida, aqueles que fornecem maior segurança em relação à qualidade de este- rilização. Consistem na colocação de microrganismos vivos dentro da autoclave e seu posterior cultivo, para controle de sua destruição. Os bacilos utilizados para esterilização a vapor são Badllus stearothermoph/llus e para esterilização por calor seco são Badllus subtilis. Alguns testes comerciais de fácil verificação [cuja cor do meio de cultura se altera na presença do bacilo vivo) já podem ser utilizados por profissionais não- especialistas em microbiologia. Estes testes fornecem resultados em 48 horas, pelo método tradicional e, em apenas 6 horas, pelo de método rápido. Infelizmente, esses métodos comerciais para monitoramento biológico não se aplicam para as estufas, já que se apresentam em embalagens plásticas, que não tole- ram a temperatura elevada das estufas. As recomendações quanto à periodicidade de realização dos testes biológicos variam de acordo com a legislação de cada estado ou país. As recomendações odontológicas americanas, por exemplo, recomen- dam periodicidade semanal. As recomendações canadenses são de periodicidade mensal, enquanto as recomendações nos diferentes Estados brasileiros nem sempre estabelecem essa periodicidade. As autoclaves a vapor também devem sofrer um processo de validação, por meio de testes biológi- cos em todos os pontos internos da máquina, antes de sua primeira utilização e após cada manutenção. 721 Procedimentos Técnicos Tratamento de Ambiente e Equipamentos Fixos O ambiente e equipamentos fixos que cercam o paciente durante o atendimento odontológico (dentro de um diâmetro de mais ou menos l metro] se tornam contaminados em função da possibilidade de espirramento de secreções e/ou sangue e, principalmente, pelo aerossol liberado no ambiente. Todas as superfícies ao redor da área de atendimento do paciente e equipamentos fixos devem ser limpas e desinfetadas após cada procedimento. Pode ser utilizado álcool a 70% para essa finalidade. A limpeza do chão, paredes, teto, janelas e demais superfícies (mais distantes do diâmetro de l metro do paciente) deve ser realizada diariamente e, nesse caso, pode ser utilizado simplesmente água e sabão. A utilização de desinfetantes nessas superfícies não se faz necessária, já que não contribui para a diminuição da incidência de infecções. A desinfecção nessas superfícies só é recomendada em situações de contaminação extrema com matéria orgânica e, nesses casos, a desinfecção localizada é suficiente. Para o procedimento de limpeza e desinfecção do ambiente e equipamentos fixos ao redor do paciente deve ser seguida uma ordem, começando pela área mais limpa até a mais suja. Devem ser limpos a mesa do equipo, balcão, refletor e cadeira (nesta ordem). A cuspideira deve ser limpa posterior e separadamente. Se sujidade demasiada, retirar a cestinha para uma limpeza mais efetiva. Os sugadores e suas tubulações são extremamente contaminados. Barbeau e colaboradores fi- zeram análises microbiológicas das tubulações de sugadores de 35 unidades dentárias e encontraram uma grande diversidade de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Nesse estudo eles também de- monstraram que existe um risco potencial de refluxo a partir desses sugadores, especialmente quando o tubo sugador é dobrado ou quando a ponteira encosta em mucosas, formando um contra-fluxo devido à pressão que se forma no sistema. Isso enfatiza a importância da limpeza e desinfecção dos sistemas de aspiração em unidades odontológicas. A limpeza deve ser realizada diariamente, pela sucção de água, contendo produtos enzimáticos preferencialmente, e a posterior desinfecção deve ser realizada pela sucção de desinfetantes para dentro das tubulações do sistema. A seringa tríplice e todas as mangueiras devem ser limpas e desinfetadas com álcool. Colocar um canudo de proteção na ponteira da seringa tríplice, ou utilizar ponteiras descartáveis e/ou autoclaváveis. Para evitar a contaminação das mãos, todos os equipamentos que necessitam ser manipulados durante o procedimento, tais como peças de mão (seringa tríplice, canetas de baixa e alta rotação), pontas dos aparelhos de profilaxia e fotopolimerizáveis, alça do refletor, teclas de acionamento da cadeira, alça do aparelho de radiografias e outros aparelhos, devem ser protegidos com plástico aderente, sacos plásticos ou papel-alumínio. A falta de um profissional para auxiliar o dentista durante o procedimento pode levar a contaminação de muitos outros equipamentos, incluindo gavetas, armários, telefone. Nestas situações poderia ser utilizada uma segunda luva, exercendo uma barreira de proteção para evitar contaminação do ambiente. Tratamento de Equipamentos e Materiais Especiais Peculiaridades de algumas especialidades odontológicas É prática comum entre os dentistas a manutenção permanente de brocas e limas dentro de reci- pientes mergulhados em soluções desinfetantes. Já que a técnica de desinfecção preconizada é manter os materiais imersos durante 20 minutos, enxaguar, secar e manter em recipientes limpos e secos, não fica compreensível o porquê dessa prática ser diferente no meio odontológico. Além disso, representa prejuízo aos materiais, também oferece prejuízo à saúde dos profissionais, pelo contato contínuo com o desinfetante. Ainda mais com a introdução do uso de autoclaves em clínicas odontológicas, esses mate- riais (brocas, limas, taças de borracha) podem ser autoclavados em pacotes agrupados ou individuais, de forma simples e eficiente. As peças de mão (seringa tríplice, canetas de baixa e alta rotação), pontas dos aparelhos de 722 (Mói itolo$ a/I )piitistíw 47Í profilaxia e fotopolimerizáveis deveriam sofrer tratamento de limpeza, desinfecção e, preferencialmente, esterilização entre o uso em diferentes pacientes. As canetas de baixa e alta rotação devem ser autocla- vadas entre o uso em diferentes pacientes. Já que não é possível a autoclavação nas ponteiras dos outros equipamentos descritos, estes deveriam ser limpos e desinfetados com álcool a 70% e protegidos com papel alumínio ou plástico aderente após cada uso. Alguns estudos já demonstraram a contaminação de canetas após seu uso, tanto na superfície externa quanto na interna, inclusive com microrganismos mais patogênicos, como HIV. Outros estudos também demonstraram a contaminação da água utilizada nos procedimentos com estas peças de mão e das tubulações de ar desses sistemas. Fica recomendada, então, a partir destas evidências, a esterili- zação das canetas de baixa e alta rotação, o uso de sistemas de vácuo nas turbinas de ar e de sistemas internos de limpeza de fluxo de ar dentro das canetas. Esses e outros estudos também sugerem que os reservatórios de água sejam periodicamente limpos, desinfetados ou esterilizados, que a água utilizada seja confiável (potável, destilada ou esterilizada) e que, no início de cada dia, seja desprezado o primeiro jato de água acumulado nas tubulações. Algumas instituições americanas estabelecem que a água utili- zada em odontologia seja potável, ou seja, com limites de contaminação de até 500 unidades formadoras de colónias por ml (ufc/ml) e já se discute que esses níveis de contaminação não deveriam ultrapassar 200 ufc/ml. As indústrias fabricantes de equipamentos odontológicos devem, então, começar a colaborar no sentido de se adaptarem a essas recomendações, instalando filtros e válvulas anti-refluxo em todas as tubulações de águas dos equipos, oferendo os sistemas de ar com vácuo e canetas com fluxo interno de limpeza e passíveis de autoclavação. Películas para radiografias devem ser posicionadas no paciente com técnica asséptica e, após o contato com o paciente, devem ser manipuladas com luvas. Para realização de radiografias, devem ser utilizadas barreiras protetoras no aparelho e seus botões de acionamento. As colgaduras e posiciona- dores devem ser desinfetados e guardados em caixas limpas e secas ou embalados individualmente em sacos plásticos. Em endodontia, materiais como cones de papel devem ser mantidos em caixas fechadas, limpas e secas, e manipuladas de forma a evitar sua contaminação. Os cones de gutta-percha, utilizados em tratamento de canais, devem ser desinfetados imediatamente antes do uso no paciente, por meio dos seguintes métodos: hipoclorito de sódio a 5,25% durante 1 minuto, glutaraldeído a 2% durante 10 mi- nutos, clorexidina aquosa a 2% durante 10 minutos ou polivinilpirrolodona-iodo (PVP-I) aquoso a 10% durante 6 minutos. O controle de infecção em ortodontia é, muitas vezes, esquecido em função dos procedimentos não serem invasivos e, portanto, existir uma crença de que essa especialidade apresenta baixo risco de contaminação. Entretanto, deve ser lembrado que os materiais que entram em contato com a boca do paciente devem ser considerados contaminados, mesmo que não ocorram sangramentos ou cortes previstos. Os brackets e anéis devem ser desinfetados sempre que contaminarem (cair no chão, entrar em contato com boca do paciente). As pinças e alicates, apesar de não serem instrumentos invasivos, entram em contato com a boca do paciente e, portanto, se tornam contaminados. Por isso, devem ser desinfetados ou esterilizados e, posteriormente, guardados em locais limpos e secos ou empacotados em sacos plásticos. Durante realização de cirurgias odontológicas os mesmos princípios utilizados para qualquer tipo de cirurgia devem ser seguidos. É importante lembrar que, apesar de cirurgias realizadas na boca serem consideradas potencialmente contaminadas, o risco de infecção pós-operatória está presente, já que incisões, suturas e até colocação de próteses são realizadas. As recomendações principais de prevenção de infecções cirúrgicas incluem aspectos referentes ao preparo do paciente antes da cirurgia (antibioti- coprofilaxia, ausência de infecções adjacentes, anti-sepsia bucal, etc), preparo da equipe cirúrgica (pa- ramentação, anti-sepsia das mãos, afastamento de profissionais infectados, etc.), cuidados referentes ao ambiente, equipamentos e instrumentais (utilização de instrumentais estéreis, proteção e/ou desinfecção 723
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