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Guias e Dicas
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Otite média, Trabalhos de Bioquímica

Trabalho sobre otite

Tipologia: Trabalhos

Antes de 2010

Compartilhado em 08/11/2009

talita-calegario-3
talita-calegario-3 🇧🇷

4.8

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Baixe Otite média e outras Trabalhos em PDF para Bioquímica, somente na Docsity! UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JULIANE ARAUJO MATOS TALITA APARECIDA CALEGARIO OTITE MÉDIA TUBARÃO 2008 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JULIANE ARAUJO MATOS TALITA APARECIDA CALEGARIO OTITE MÉDIA Relatório apresentado à disciplina de Práticas farmacêuticas II: sistema respiratório e sensorial do curso de Farmácia e Bioquímica Profª: Graziela Modolon Alano Tubarão 2008 INTRODUÇÃO A infecção causada por patógenos das vias aéreas superiores é favorecida pela obstrução da drenagem através das tubas auditivas edemaciadas e congestionadas. Ou seja, vírus e bactérias, normalmente infectando o nariz e faringe, ascendem pela tuba auditiva e causam acúmulo de pus dentro do ouvido médio. Perfuração de membrana timpânica e secreção purulenta podem ocorrer. (ANDREOLI et al., 2005). A otite média é uma infecção da orelha média observada primariamente entre crianças na faze pré-escolar, ocasionalmente em adultos. Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrbalis são os patógenos mais comuns, e infecção viral com otite serosa pode predispor à otite média aguda (ANDREOLI et al., 2005). Sinais e sintomas básicos da otite média são: dor e secreção no ouvido, perda de audição, febre, letargia, vertigens, tinido. E o diagnóstico pode ser feito por: otoscopia (que mostra perda de nitidez ou distorção das marcas ósseas na membrana do tímpano), pneumatoscopia (pode mostrar a diminuição da mobilidade da menbrana do tímpano) e também cultura da secreção para identificação de agente causador (BIRNEY et al., 2007). Em crianças, entretanto, sintomas localizados podem não estar presentes. A membrana timpânica pode parecer inflamada, porém para diagnosticas a otite média, devemos observar líquidos atrás da membrana (ANDREOLI et al., 2005). As complicações da otite média são raras, mas incluem infecções nas células aéreas da mastóide, meningite bacteriana, abscesso cerebral e empiema subdural (ANDREOLI et al., 2005). 1. Otite média aguda (OMA) Otites médias agudas traduzem processos inflamatórios do ouvido médio. São desencadeadas, na sua totalidade, em virtude de infecções das fossas nasais, cavidades sinusais paranasais e rinofaringe, propagadas ao ouvido médio através da tuba auditiva (HUNGRIA, 2000). Influenciada também por fatores hereditários, o que explica porque certas pessoas e famílias são mais expostas que outras a da otite média aguda (MINITI et al., 2000). Presença de fenda palatina, deficiências nutricionais e imunológicas são fatores também de prediposição (HUNGRIA, 2000). Do ponto de vista anatomoclínico, as otites médias agudas podem ser divididas em: simples, necrosante, latentes e secretoras (HUNGRIA, 2000). 1.1.. Otite média aguda simples (OMA) A obstrução da tuba auditiva decorrentes de hipertrofia das vegetações adenóides e de reações alérgicas e os processos inflamatórios infecciosos agudos da fossas nasais e rinofaringe constituem os fatores etiológicos básicos das otites médias aguda simples. Assim, se caracterizam por otalgia súbita, de maior ou menos intensidade, geralmente no decurso de rinite catarral aguda do resfriado (HUNGRIA, 2000). Ao lado as dor, que se exacerba nos movimentos de deglutição e no ato de assoar o nariz, observam-se também hipoacusia, sensação de plenitude auricular, ruídos. Uma características fundamental de otite média aguda simples é a sua tendência à cura espontânea, ou seja,a não havendo passagem do processo inflamatório ao processo crônico (HUNGRIA, 2000). Pode repercutir no estado geral e o paciente, muitas vezes criança, fica abatido, tem febre e, sobretudo se for lactente, sofrerá de perturbações digestivas (vômitos, diarréia). A pessoa, por vezes, se queixará de pequena diminuição da acuidade auditiva (MINITI et al., 2001). A otoscopia mostrará o tímpano vermelho e congestionado no estágio catarral, tendendo a um estado purulento, a menos que uma perfuração já tenha permitido o começo de esvaziamento do pus (MINITI et al., 2001). O tratamento para a OMA consiste em utilização de analgésicos. E como medidas não farmacológicas auxiliar o paciente a fazer aplicações de calor úmido e brando sobre o ouvido e não assoar o nariz com força, de modo a evitar agravação da otite (HUNGRIA, 2000). 1.2.. Otite média aguda necrosante (OMN) A otite média aguda necrosante, instala-se no decurso de febres eruptivas, notadamente sarampo e escalatina. Esta se caracteriza por acarretar ampla perfuração da membrana timpânica. Pode ser sem dor devido à necrose fulminante das partes moles da membrana do tímpano, incluindo terminações nervosas sensitivas. A perfuração é acompanhada de otorréia purulenta e lesões nas mucosas irreversíveis da caixa do tímpano (HUNGRIA, 2000). O microorganismo mais encontrado causando a OMN é o Streptococcus beta-hemolítico, cujas toxinas destroem a parte tensa da membrana do tímpano acarretando na perfuração (HUNGRIA, 2000). Após a fase aguda, essa otite apresente tendência a se transformar em otite média crônica simples ou colesteatomatosa. Quando se observa cura espontânea esta se processa por meio de reparação fibrosa cicatricial (MINITI et al., 2001). O tratamento é tentar evitar a passagem do processo necrosante à cronicidade ou facilitar a cura por fibrose cicatricial. Para isto, é necessário instituir precocemente medicações antibióticas (CHAVES, 1999). 1.3.. Otite média latente (OML) Pode apresentar-se como um quadro sintomatológico geral polimórfico, mas, na maioria dos casos, traduz-se por temperatura elevada, diarréia aquosa e rebelde a todo tratamento, vômitos e perda rápida de peso (HUNGRIA, 2000). A dificuldade diagnóstica para a OML reside precisamente na ausência de sintomatologia subjetiva e objetiva para o lado do aparelho auditivo. Para o tratamento é realizado paracentese do tímpano com objetivo de estabelecer o máximo possível de drenagem (HUNGRIA, 2000). 1.4.. Otite média secretora (OMS) É caracterizada pela presença de secreção no ouvido médio, e essa secreção pode ser do tipo seroso ou mucoso, sem perfuração da membrana timpânica (MINITI et al; 2001). Disfunções tubárias que causem hipoventilação, distúrbio de drenagem e as inflamações pós-infecciosas da mucosa do ouvido médio são fatores na qual a OMS pode aparecer (MINITI et al; 2001). deixando como sequela uma perfuração da parte tensa da membrana timpânica. O processo infeccioso crônico se restringe ao forro mucoso da orelha média, em maior ou menor grau de intensidade (HUNGRIA, 2000). Deve-se realizar na OMC cuidados locais por meio de curativos, cauterizações de tecido granuloso, instilações de preparados à base de antibióticos cujo uso não deve ser prolongado, de modo a evitar resistência bacteriana (HUNGRIA, 2000). 2.2.. Otite média crônica supurativa (OMCS) A otite média crônica supurativa (OMCS) é uma entidade em que existem fatores envolvidos no quadro da otite crônica que predispõe a um quadro de infecção constante, onde a otorréia é permanente, sendo acalmada somente durante um tratamento antimicrobiano (MINITI et al; 2001). Esse exudato mucucatarral, mucupurulento ou totalmente purulento, oriundo do ouvido médio e drenado através do meato acústico externo (HUNGRIA, 2000). 2.2.3 Colesteatoma O colesteatoma é uma lesão de tecido epidérmico e conectivo, e é constituído de epitélio escamoso estratificado, com formação abundante de queratina (MINITI et al; 2001). Segundo a teoria de invaginação epitelial do colesteatoma, o epitélio do meato acústico externo cresce para o interior da cavidade timpânica através dessa perfuração marginal, recobre e cicatriza áreas ósseas, resultantes da otite média aguda necrotizante. Em virtude da descamação permanente de sua camada externa, a Matriz dá origem à formação de lâminas epiteliais contínuas, que se vão extratificando umas sobre as outras, provocando, assim, o crescimento ininterrupto do cisto colesteatomatoso nas cavidades do ouvido médio (HUNGRIA, 2000). 2.3 Otite média tuberculosa (OMT) A otite média tuberculosa instala-se secundária a um foco pulmonar apresentando tendência nítida a cronificar. O mecanismo patogênico se processa por via hematogênica ou por via canalicular, através da tuba auditiva (HUNGRIA, 2000). As lesões podem graduar-se desde infiltração da mucosa do ouvido médio até o processo de ulceração e necrose. Existindo corrimento purulento e fétido, tímpano com várias perfurações ou totalmente destruído. Podendo aprsentar como complicação paralisia fácil, decorrente da destruição do canal de Falópio e também surdez do tipo misto (HUNGRIA, 2000). O diagnóstico da OMT é feito por exame bacterioscópico e cultura do exsudato purulento. O tratamento na cura da lesão primária e nos curativos anti-sépticos locais e cirurgia (KATZ, 1989). 3. Tratamento e prevenção da Otite Média De maneira geral, o tratamento pode ser feito por antibióticos em alguns casos, que tenha presença do estágio catarral. No estágio purulento, fará a perfuração (miringotomia) do tímpano com uma agulha apropriada, a fim de permitir a saída do pus (ANDREOLI et al., 2005). Antibióticos normalmente efetivo usado no tratamento de otite média podem ser amoxacilina-ácido clavulânico, trimetropim-sulfametoxazol ou cefaclor. Fármacos como os antiinflamatórios ou os anti-histamínicos podem complementar as opções terapêuticas (ANDREOLI et al., 2005). O médico atentará cuidadosamente para a evolução da infecção, porque sabe que uma otite mal tratada pode degenerar em mastoidite, eventualmente grave que faz correr o risco de uma meningite (ANDREOLI et al., 2005). Para prevenir a otite é recomendado cuidar ao alimentar o lactente, para evitar a drenagem do alimento para a trompa auditiva. Observar a freqüência na qual ocorre a infecção, e tomar cuida com o uso de cotonetes evitando sempre mexer no ouvido, se proteger ao mergulhar, entre outros (KATZ, 1989). CONCLUSÃO A otite média é um acúmulo de fluído no espaço da orelha média, que resulta em diversas mudanças patológicas ou destruição de algumas estruturas da orelha. Por ser uma doença bastante comum em crianças, e o principal sintoma da otite em geral é a diminuição da audição, esta pode acabar causando um mau aproveitamento escolar e comprometendo também a aquisição e o desenvolvimento das linguagens no período pré - escolar e escolar (BALBANI; MONTOVANI, 2003). Assim, pelo fato de ser considerada como a doença mais comum na infância, deve ser encarada como um problema básico de saúde. Dessa forma, procedimentos em direção à sua identificação e seu tratamento devem ser adotados o mais cedo possível. Melhor do que isso, condutas tomadas no sentido de evitar ocorrências, promovem uma condição de saúde bem mais satisfatória para a população infantil, prevenindo os períodos de privação sensorial e suas graves conseqüências. Como farmacêutico é de extrema importância conhecer os sintomas da otite média, além disso, ter consciência da gravidade que a mesma pode causar ao paciente, orientando assim sempre consultar o médico para evitar complicações. Em um estudo realizado, apenas 32% das farmácias orientam que se procure um médico na hora de prescrever medicamentos para a otite média. Foram pesquisadas 25 farmácias procuradas para tratamento da otite média aguda em crianças. Os resultados mostraram que em apenas oito farmácias (32%) foi dada orientação para procurar um médico, embora em sete desses casos, apesar do conselho, o balconista tenha se proposto a vender alguma medicação. Das 24 farmácias onde houve indicação de medicamentos, três balconistas prescreveram antibióticos, sem nenhum exame que comprovasse necessidade (GIACOMINI, 2000). Portanto, a otite média é de grande prevalência, acometendo principalmente crianças. E pelo fato de ter inúmeras conseqüências como já mostrado, deve ser diagnosticada e tratada precocemente. Para isto devemos contar com o bom senso de farmacêuticos e médicos na hora de escolher o tratamento ideal para estes pacientes. Ou seja, realizar exames confirmando diagnósticos antes de prescrever qualquer medicação, uma vez que um GOLZ, A; ANGEL, Y.B; PARUSH S. Evaluation of balance disturbances in children with middle ear effusion. Int J Pediatr Otorhinolaryngol, v.43, n. 6. 1998. HUNGRIA, H. Otorrinolaringologia. 8º edição, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pg 369-399, 2000. KATZ, J.. Tratado de Audiologia Clínica. 3ª edição, Editora. Manole Ltda, Rio de Janeiro, 1989. MINITI, A.; BENTO, R. F.; BUTUGAN, O. Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 487 p, 2001. SCHEIBE, A.B; SMITH, M. M; SCHMIDT, L. P; SCHMIDT, V.B; DORNELLES, C; CARVALHA, L. H.S.K; KRUSE, L; COSTA, S.S. Estudo da orelha contralateral na otite média crônica: "Efeito Orloff ®" Rev. Bras. Otorrinolaringol. São Paulo, v. 68, n.2, 2002.
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