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Guias e Dicas
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Avaliação de espermograma e PSA em fisiculturistas - Artigo Científico, Manuais, Projetos, Pesquisas de Educação Física

Therbia Maria com sua equipe fez junto com sua equipe uma pesquisa da qual foi colhido esperma de fisiculturista usuarios de anabolizantes e feito exames para saber se a fertilidade deles era compraometida durante o treinamento de um macrociclo.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

Antes de 2010

Compartilhado em 05/10/2009

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Baixe Avaliação de espermograma e PSA em fisiculturistas - Artigo Científico e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Educação Física, somente na Docsity! erformançé doi:10.3900/4pj.4.4.220.p fberionmam FITNESS EISSN 1676-5133 P Avaliação de espermograma e PSA em praticantes de musculação atlética (fisiculturistas) Artigo Original Thérbia Maria de Medeiros Guerra - CRN 1172-6º região Maria das Graças Almeida - CRF 0489-RN Doutoranda do Programa de Pés-graduação em Ciêncios da Saúde Professora do Departamento de Análises Clínicos e Toxicológicas - Universidade Federal Departamento de Nutrição - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. RN do Rio Grande do Norte. RN tmmgQufme.br mgolmeida(Qdigi.com.br Francisca Martins Bion - CRN 016-6º região Professora do Programa de Pós-graduação em Nutrição Universidade Federal de Pernambuco/PE franciscabion(Oyahoo.com.br GUERRA, TM.M.; BION, FM., ALMEIDA, M.G. Avaliação de espermograma e PSA em praticantes de musculação atlética (Fisicul- turistas). Fitness & Performance Journal, v. 4, n. 4. p. 220 - 226, 2005. RESUMO: A procura por um corpo esbelto e musculoso tem estimulado atletas e/ou proticantes de diferentes atividades físicas a fazerem uso de esteróides anabolizantes - androgênicos (EA), na esperança de, em um pequeno espaço de tempo, melhorar o desempenho e aumentar a massa muscular. Objetivou-se, neste estudo, analisar a função prostática e a produção de espermato- zóides, em diferentes fases do treinamento, em 9 (nove) praticantes de musculação oflética (fsiculturistas) da Federação de Mus- culação do Rio Grande do Norte, ou da Federação Norteriograndense de Musculação — NABBA (National Amateur Bodybuilders Association) - RN. Os indivíduos foram selecionados de forma não probabilística intencional, todos do sexo masculino, com idades entre 25 e 45 anos, os quais faziam uso de anabolizantes por mais de três anos como forma de agentes ergogênicos. Para ava- liação do PSA (Prostate Specific Antigen) livre e total, foi realizado um exame bioquímico, enquanto que para verificar a formação de espermatozóides, realizou-se o espermograma. Também foi aplicada uma entrevista estruturada para se conhecer as dosagens, princípios ativos, modo de administração e/ou consumo de diferentes compostos ergogênicos, incluindo substâncias anabolizantes. Os resultados revelam um quadro compatível com a infertilidade nas diferentes foses estudadas, servindo como alerta aos riscos à saúde decorrentes de tal conduta adotada pelos atletas. Palavras-chave: musculação atlética (fisiculturista), anabolizantes, espermograma, PSA. Endereço para correspondência: Rua Dr. Luiz Antonio, 483 — Bairro Alecrim — Natal/RN — CEP: 59030-070 Data de Recebimento: março / 2005 Data de Aprovação: maio / 2005 CopyrighO 2008 por Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte. 220 [ Fit Pert J Rio de Joneiro | 4 | 4 | 220:226 | jul/ago 2005 ABSTRACT Spermogram evaluation and PSA in apprentices of alhletic muscular activity (Bodybuilders) Athletes and those who practice different types of workout programs sometimes moke use of anabolic-androgenic steroids (AAS their figures, get muscles and improve their performance and mass gain. The purpose of this study is analyzing nine bodybuilding athletes” prostate function and spermatozoid production during various training periods at Federação de Musculação do Rio Grande do Norte or at Federação Norteriograndense de Musculação - NABBA (National Amateur Bodybuilders Association) - RN. Indi- viduals were selected according to a non-intentional probabilistic way, all males, ) to improve in a short while with ages varying between 25 and 45 years old, who had taken anabolic steroids for more than three years as ergogenic agents. À biochemical exam was made in order to evaluate free and total PSA, a spermogram to examine spermatozoid formation, and a structured interview to learn different dosages, active principles, administration and/or use of different ergogenic compounds, including anabolic substances. Results showed infertility in the various analyzed stages, indicating health risks to athletes. Keywords: bodybuilding, anabolic steroids, spermogram, PSA. INTRODUÇÃO Evaluación de espermograma y PSA en Fisiculturistas Spermogram evaluation and PSA in apprentices of athletic muscular activity (Bodybuilders) La búsqueda por un cuerpo esbelto y musculoso ha estimulado atletas y/o de- portistas que practican diferentes actividades físicas a hacer uso de esteróides anabolizantes androgénicos (EAA), con el fin de, en un pequeÃo espacio de tiempo, mejorar el desempehio y aumentar la masa muscular. Este estudio tuvo como obje- tivo analizar la función prostática y la producción de espermatozoides en diferentes fases Del entrenamiento de nueve fisiculturistas de la Federación de Musculación de Rio Grande do Norte, o de la Federación Norteriograndense de Musculación - NABBA (National Amateur Bodybuilders Association) RN, seleccionados en forma no probabilística intencional, haciendo uso de anabolizantes por más de tres aos como agentes ergogénicos, del sexo masculino y situados en la faja etaria de veinticinco a cuarenta y cinco afios, Para la evaluación del PSA (“prostate specific antigen' libre y total, fue efectuado un examen bioquímico, mientras que para la formación de espermatozoides se realizó el espermiogramo. También fue llevado a cabo una entrevista estructurada para conocer lãs dosis, los principios activos, la forma de administración y/o el consumo de diferentes compuestos ergogénicos, incluyendo substancias anabolizantes. Los resultados revelan un cuadro compatible con la infertibilidad en las diferentes fases estudiadas, sirviendo como alerta a los riesgos de la salud decurrentes de tal conducta adoptada por los atletas. Palabras clave: Fisiculturismo, Anabolizantes, Espermiogramo, PSA. O uso de substâncias para melhorar o desempenho atlético é descrito desde a Antigúidade, quando já se evidenciava entre os competidores olímpicos o consumo de testículos de touro, para melhorar a performance física. Em 1972, durante a competição de “Mister América”, 99% dos atletas estreantes faziam uso ou já tinham utilizado esteróides (SILVA, DANIELSKI,CZEPIELEWSKI, 2009). Atualmente, os esteróides anabólicos androgênicos (EAA) pare- cem ser os ergogênicos mais utilizados pelos atletas, independen- temente do nível técnico. Os EAA vêm sendo usados por mais de 20 anos por atletas, na esperança de melhorar o desempenho e aumentar a massa muscular. Assim, observa-se que o seu uso está disseminado em diferentes tipos de esportes, invadindo as academias, passando a ser usado por jovens adultos de ambos os sexos, na procura de um corpo perfeito em um pequeno espaço de tempo. Os esteróides anabólicos mais utilizados no esporte são os cha- mados EAA sintéticos ou semi sintéticos, incluindo a Testosterona (T) e seus derivados quimicamente alterados (LAMB, 1996; LISE et al., 1999), os quais são usados, sobretudo, por pessoas entre 18 e 34 anos (PELUSO etal 2000; FONSECA, THIESEN 2000). Segundo Pagnani, Oliveira, Santonja (2002), na década passada, os EAA tinham o seu uso restrito a um pequeno número de atletas halterofilistas de alto nível. No entanto, o doping com anabo!i- zantes vem crescendo muito nos últimos dez anos (EHRNBORG, BENGTSSON, ROSEN, 2000; DE PALO et al, 2001; VITAL, DE fit Perf , Rio de Janeiro, 4, 4, 221, jul/ago 2005 ROSE, 2004), passando a fazer parte integral do ambiente da alta tecnologia dos esportes competitivos (VITAL, DE ROSE, 2004) e sendo utilizado, indiscriminadamente, por atletas recreacionais, frequentadores de academia, adolescentes, adultos, jovens em idade escolar, universitários (VITAL, DE ROSE, 2004), pessoas de baixa estatura, todos em busca de melhoria na aparência, na performance sexual ou de pura diversão (LISE et al., 1999). O consumo destas substâncias vem apresentando uma frequência ascendente em vários países e diversos estudos têm documen- tado os efeitos adversos à saúde decorrentes do seu uso (PERES, LUCIANO 1995; MOURA 1984; FONSECA , THIESEN 2000; ARAÚJO; ANDREOLO , SILVA 2002; LISE et al 1999; IRIARTE, ANDRADE 2002; PAGNANI, OLIVEIRA, SANTONJA, 2002; VITAL, DE ROSE, 2004 ). Além disso, 95% da produção de ampolas de esteróides anabólicos ou hormônios masculinos é usada por jovens, homens e mulheres, constituindo um problema de saúde pública ou, mesmo, de criminalidade (PAGNANI, OLIVEIRA , SANTONIA, 2002). Mesmo sabendo da existência de implicações médicas, éticas e legais (EHRNBORG, BENGTSSON, ROSEN, 2000), muitos atletas ou esportistas amadores fazem uso dos EAA derivados da Testosterona para fins de hipertrofia muscular, conscientes ou não da possibilidade de efeitos colaterais, tais como: acromegalia, alterações no metabolismo dos carboidratos, alterações cardíacas provocadas pela hipertrofia do miocárdio e dos ventrículos, além de áreas de necrose, ginecomastia, câncer hepático e de próstata, 221 Tabela 2 - Avaliação do volume, concentração e motilidade, de espermatozóides em praticantes de musculação atlética (Fisiculturistas), após 1e 3 horas. Natal/RN,2003 Fases/Caracts.Gerais Hipertrofia Definição Descanso X=2,38+1,42 Volume (2-5 ml) Mn=060 Max=5,20 X= 1,94+0,96 Mn=1,00 Max=3,50 X= 1,63+0,72 Min=0,50 Max=2,60 Exame Microscópico X=29,67 + 63,83 Min =*Max= 197,00 Número de esp. (conc.) VR220 milhões/mm3 X=21,36 + 40,94 Min=*Max= 126,00 X=24,69+ 36,47 Min=*Max= 100,00 Contagem diferencial morfológica X=32,78 + 38,92 Min=*Mox=78% X=11,22*13,46 Min=*Mox=29% Espermátides X=0,44+0,53 (VR até 3%) Min=*Max= 1% Normais (VR > 70%) Anormais (VR < 30%) X=48,00 + 36,21 Min=*Max=77% X=18,00+14,06 Min=*Max=34% Min=*Max=32% X=0,67+0,50 X-0,78+0,44 Min+*Max=1% Min=*Max=1 % X=55,3 + 31,57 Min=*Mox=78% X=21,67412,79 Motilidade após a coleta (1 hora) X=27,22+35,48 Mot.Prog.Rápid (1h) (3%) Mini Mo = Mot.Prog.Lenta X=1,89+3,02 VR=Mot.prog. in=*Mox= Rap. + Lenta = 80% Min="Mox=8% n . . X=211+3,14 Motilidade. Não progressiva Min=*Ma=-9% X=13,22+20,67 móveis (66) Min="Max=61% X=26,11+28,81 Min=*Max=70% X=35,11+28,64 Min=*Max=66% X=6,67+6,61 Min=*Max=20% X=5,11+4,68 Min=*Max=10% X=2,11+4,86 Min=*Max=10% X=27,78+29,17 Min=*Max=80% X=6,11+6,19 Min=*Max=20% X=31,44+28,12 Min=*Max=92% Motilidade após a coleta (3 horas) Mot.Prog.Rápid. (3h) (3%) X-23,334:31,92 Min=*Max=70% Mot.Prog.Lenta X=1,11*1,45 (VR = prog.Rap. + Lenta =80% Min=*Max=3% . . X=089*1,17 Mot. Não progressiva Min" Mox 3% vei X=19,11+27,48 Imóveis (%) Minc EMO 80% Vitalidade (1h) X=32,00:46,64 (VR = 80%) Min=*Max=93% AcCítrico X=315,2246,64 (VR = 350 a 450 mg/1000 ml) Min=270,0Max=396,0 X=20,00+24,87 Min=*Max=60% X=25,56+23,38 Min=*Max=55% 67+2,35 X=3,78+3,15 Min=*Max=5% Min=*Max=10% X=40,00+35,71 X=45,56+31,47 Min=*Max=90% Min=*Max=95% X=43,67+38,04 X=51,44+35,18 Min=*Max=92% Min=*Max=89% X=300,4+43,79 =321,44+54,63 Min=208,0Max=370,0 in=270,0Max=410,0 (*) Ausência de espermatozóide, mesmo após centrifugação (**) Os resultados são expressos em médias desvio padrão que, das 19 amostras coletadas nos jogos Pan-americanos de Caracas para o controle de dopagem, 15 foram positivas para EM. No Brasil, não há estudos sobre a incidência e a prevalência do uso ilícito de anabolizantes (SCIVOLETTO, MELEIROS, 1994), sobretudo em atletas, não existindo, portanto, dados epidemio- lógicos que indiquem a extensão do consumo destas substâncias. No entanto, observa-se que o uso de anabolizantes parece estar crescendo entre jovens de diferentes classes sociais, podendo representar, num pequeno espaço de tempo, um problema de saúde pública (IRIARTE, ANDRADE, 2002). Assim, os efeitos destas drogas vêm despertando preocupações, divulgadas tan- to pelos meios de comunicação, como também por entidades ligadas do esporte (PAGNANI, OLIVEIRA, SANTONJA, 2002; VITAL, DE ROSE, 2004). 224 Com o objetivo de identificar uma relação entre o uso de ana- bolizantes e a formação de espermatozóides, analisou-se o espermograma quanto às características gerais e, no tocante ao aspecto, observou-se que a maioria dos atletas (92,59%), nas diferentes fases, apresentou aspecto homogêneo/opalacente, compatível com os padrões de normalidade. Em relação à cor (branco/opaco), apenas 3 (três) atletas, na fase de descanso, fugiram aos padrões de normalidade, apresentando coloração branco/transparente, fato inesperado durante esta fase, embora as colorações de relevância sejam, para esta avaliação, as cores amarelo forte, marrom escuro, ou vermelho vivo, indicativas de pus, sangramento antigo ou atual, respectivamente. No tocante do odor, viscosidade, liquefação e pH, todos os atletas apresentaram normalidade. Quanto ao volume ejacula- do, os dados encontram-se na tabela 3, onde se observa que, apenas na fase de hipertrofia, o volume ejaculado (X = 2,38 + fit Perf ), Rio de Janeiro, 4, 4, 224, jul/ago 2005 1,42ml) foi compatível com a normalidade, embora 3 afletas não tenham atingido o mínimo admitido como normal. Nas demais fases, 4 atletas, em cada uma delas, ficaram muito abaixo da normalidade. Na avaliação microscópica, a presença de hemácias e leucócitos ficou dentro da normalidade em todas as fases estudadas. Ainda em relação à avaliação microscópica, observa-se, na tabela 5, que os valores referentes à concentração de espermatozóides (quantidade de espermatozóides/mL) apresentaram, em todas as fases, uma média compatível com o mínimo recomendado (> 20 milhões/mm3). No entanto, na fase de hipertrofia, apesar de os atletas apresentarem uma média de 29,67 + 63,83 milhões/ mm3), evidenciou-se que 5 atletas apresentaram azoospermia (ausência de espermatozóides) e 1, oligospermia leve (baixa presença de espermatozóides). Na fase de definição (X= 21,36 + 40,94 milhões/mm3), 3 atletas apresentaram azoospermia; 3 apresentaram oligospermia acentuada; e 1, oligospermia leve. Na fase de descanso, apesar da média revelar valores de normalidade (X= 24,69 + 32,47 milhões/mm3), o quadro de azoospermia ficou evidente em 2 atletas, enquanto 2 atletas apresentaram azoospermia leve e 2, acentuada. Ainda na mesma tabela, na contagem diferenciada morfológica, que se refere à forma dos espermatozóides, foi observada tera- tospermia de grau acentuado (x =32,8 + 38,92) na hipertrofia e de grau moderado na definição (X = 48,0 + 36,21), quando tomados como referência os valores de VR > 70%. No descanso, os dados foram compatíveis com teratospermia leve, ressaltando- se que 2 atletas apresentaram azoospermia e 3, teratospermia leve, o que revela que, mesmo na fase de descanso, alguns atletas não voltaram a apresentar concentrações normais de esperma- tozóides ejaculados. Nas fases de hipertrofia e definição, 5 e 3 atletas, respectivamente, apresentaram azoospermia. Atabela 2 revela, oinda, que a concentração de espermatozóides classificados como anormais e espermátides encontra-se dentro da normalidade. Na análise da motilidade, resultante da associação da motilidade progressiva rápida e lenta após 1h de ejaculação, tomando-se como padrão os valores de normalidade (80%), a fase de des- canso apresentou o melhor comportamento (40,22%), seguida dos valores registrados na fase de definição (32,78%) e de hipertrofia (29,11%). Após 3 horas, o comportamento foi semelhante, registrando-se uma queda nos valores de todas as fases. No entanto, o des- canso foi a fase que apresentou o maior percentual de queda (28,45%), enquanto os valores encontrados na fase de definição aproximaram-se da hipertrofia, com 24,00% e 24,44%, respec- tivamente (Tabela 2). Na mesma tabela observa-se também que, ao final das 3 horas, o número de espermatozóides imóveis (%) apresentou comporta- mento semelhante à leitura feita após uma hora. No entanto, a fase de descanso apresentou o maior percentual de espermatozói- des imóveis, fato não esperado por tratar-se de uma fase na qual fit Perf , Rio de Janeiro, 4, 4, 225, jul/ago 2005 estes deveriam apresentar um melhor comportamento. Assim, acredita-se que a conduta utilizada pelos atletas nesta fase não esta contribuindo para a recuperação da espermatogênese. Quanto à vitalidade, compreendida pelo tempo em que os es- permatozóides permanecem vivos, todas as fases apresentaram necrospermia, revelando valores muito inferiores à normalidade (80%), variando de 32,0 + 40,40 na hipertrofia, 43,7 + 38,04 na definição e 51,4 + 38,18 no descanso, fato que permite clas- sificar os atletas com grau de necrospermia acentuada, mediana e leve, respectivamente. A quantidade de ácido cítrico presente no líquido seminal (pro- veniente da próstata e da vesícula seminal), onde estão imersos os espermatozóides, apresentou-se abaixo da normalidade; esse fato pode significar mais uma contribuição para as condições ad- versos, alterando a bioquímica do plasma seminal, o que poderá comprometer a performance dos espermatozóides. Na avaliação do PSA, foi observado que os atletas não apresen- taram anormalidade, foto que poderá estar associado à baixa incidência de alterações nesta faixa etária, pois segundo Rogol, Yesalis (1992), os efeitos androgênicos e tóxicos dos EAA de- pendem de idade, sexo, duração, total de doses administradas, além do tipo utilizado. No entanto, os autores advertem que essas substâncias aumentam o volume prostático. No presente estudo, os atletas fizeram uso de diferentes tipos e doses de anabolizantes e, muitas vezes, associaram mais de um produto na mesma semana. As substâncias foram utilizadas na forma oral e/ou injetável, com dosagens variando entre 1 e 5mlL/ semana, na maioria dos casos, dependendo, sobretudo, da fase de competição. Também se verificou que vários atletas utilizaram anabolizantes de uso exclusivo para animais, ou uma associação deste com os de uso humano, ou apenas os de uso humano. A associação entre mais de um EAA é pratica comum no mundo da musculação, sobretudo, na musculação atlética; este proce- dimento é conhecido como stacking (WILSON, 1988; ROGOL, VESALIS, 1999). CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A conduta adotada pelos atletas, especialmente na fase de definição, é a que mais compromete a formação de esperma- tozóides. A fase de descanso parece não contribuir de forma adequada para a volta do espermograma aos padrões de normalidade, portanto esses atletas apresentam parâmetros compatíveis com grau de infertilidade, durante todas os fases do treinamento, no período estudado (12 meses), o que nos leva a alertar para os perigos desta conduta em longo prazo. Os dados obtidos no PSA parecem não revelar uma relação direta entre o uso de anabolizantes e o aparecimento de câncer prostático. No entanto, sugerem-se estudos longitudinais, para 225 um melhor acompanhamento dos efeitos dessas substâncias sobre a saúde dos atletas. 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