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Religadores e seccionalizadores, Notas de estudo de Engenharia Elétrica

Apostila que retrata estes dispositivos no qual dá suas respectivas aplicações e especificações, sequencia, curvas de operação, critérios para ajustes I minima de disparo dentre outros

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010
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Baixe Religadores e seccionalizadores e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Elétrica, somente na Docsity! 4-1 Capítulo 4 RELIGADOR E SECCIONALIZADOR 4.1 Introdução Com o advento dos primeiros sistemas de distribuição de energia elétrica, surgiram os fusíveis para protegê-los contra sobrecorrentes indesejáveis. A maior vantagem dos fusíveis é o preço. No entanto, é um barato que pode se tornar caro, principalmente, quando são empregados na proteção de alimentadores radiais longos, pois, apresentam as seguintes desvantagens: • Ao fundirem, se faz necessário a ação de uma pessoa para substituí-los, demandando dinheiro e tempo, prejudicando assim a continuidade do serviço. • Com o envelhecimento, as suas características corrente x tempo podem ser alteradas, levando-os à fusão em valores de correntes inferiores aos admissíveis; • Não fazem a distinção entre defeitos permanentes e transitórios. Esta última desvantagem pesa muito, pois, segundo dados estatísticos, a maioria dos curtos-circuitos que ocorrem num sistema de distribuição aéreo de condutores nus, são de natureza transitória. As causas típicas são : • Galhos de árvores que tocam às fases; • Pequenos animais ao subirem às estruturas; • Pássaros maiores ao pousarem nas estruturas ou nos condutores; • Ventanias fortes que levam os condutores a se tocarem; • Materiais metálicos que são atirados contra a rede; • Descargas atmosféricas ou surtos de manobra que provocam disrupção nos isoladores; • Outras. É importante comentar que estas causas são inerentes às redes construídas com condutores nus e aéreos. Hoje, a tendência é a construção de redes de distribuição primárias e secundárias com condutores isolados. Com isso, elimina-se boa parte desses problemas, aumenta-se a segurança das pessoas e animais contra choques elétricos e melhora-se, consideravelmente, a continuidade do fornecimento de energia elétrica. A partir dos problemas das redes aéreas, constituídas por condutores nus, descritos acima, foi desenvolvido um equipamento que realiza, automaticamente, uma seqüência de desligamentos ou disparos e religamentos, a fim de testar se o defeito é permanente ou transitório. Este equipamento, denominado religador, interrompe o circuito quando ocorre um curto-circuito, e religa-o após um pequeno intervalo de tempo (da ordem de segundos ou menos), proporcionando, com isso, alta probabilidade de desaparecimento do defeito. Após o surgimento do religador, foi desenvolvido o seccionalizador. Este conta o número de disparos do religador. Após um certo número de contagem, previamente ajustado, o seccionalizador, abre seus contatos, isolando o trecho defeituoso. Neste capítulo serão estudados os princípios de operação de religadores e seccionalizadores, bem como a filosofia de coordenação envolvendo estes e outros equipamentos de proteção, que são empregados para protegerem, contra sobrecorrentes, os sistemas de distribuição. 4-2 4.2 Religador Basicamente, um religador é constituído por um mecanismo automático projetado para abrir e fechar circuitos em carga ou em curto-circuito, comandado por relés de sobrecorrente de ação indireta (alimentados por TCs, geralmente de bucha), que realizam as funções 50 e 51, e por um relé de religamento (função 79). Atualmente, os dispositivos sensores e de controle de um religador são microprocessadores dedicados que realizam as funções 50, 51 e 79 e muito mais. São os chamados religadores microprocessados ou numéricos de multifunção. Para extinguir os arcos elétricos inerentes às operações de chaveamento de circuitos em carga ou curto-circuito, os reliagadores usam mecanismos e meios de interrupção similares aos disjuntores. Os meios de interrupção mais comuns são: óleo isolante; câmara de vácuo; gás (SF6). Na atualidade, este último é o mais empregado. O religador ao sentir uma condição de sobrecorrente, interrompe o circuito, religando-o automaticamnete, após um tempo predeterminado. Se perceber, no momento do religamento, que o defeito ainda persiste, repete a seqüência “disparo x religamento” , até três vezes consecutivas. Após o quarto disparo, o mecanismo de religamento é travado, deixando aberto o circuito. A repetição da seqüência “disparo x religamento”, permite que o religador teste repetidamente se o defeito desapareceu, possibilitando diferenciar um defeito transitório de um permanente. Geralmente, um regador é projetado para realizar, no máximo, 3 religamentos seguidos por 4 disparos, entretanto, permite ajuste para trabalhar com 1, 2 ou 3, sendo que, após o último previamente ajustado, permanece aberto, até que seja fechado pela ação do operador. Os disparos podem ser rápidos (ou instantâneos) e lentos (ou temporizados). Para melhor entendimento da operação, considere-se um religador instalado na saída de num alimentador (Fig. 4.1) e ajustado para desenvolver quatro disparos, dois rápidos (ou instantâneos), seguidos por dois lentos (ou temporizados), conforme a seqüência representada na Fig. 4.2. R X F IF Fig. 4.1 – Religador instalado na saída do alimentador na S/E t (s) I (A) I CARGA IFALTA Fig. 4.2 – Seqüência de operação do religador Neste instante o religador trava, deixando o circuito aberto (bloqueio) 4-5 Resumindo, os religadores permitem os seguintes ajustes: corrente mínima de atuação; seqüência de operação; curvas características; intervalo de religamento; tempo de rearme. 4.2.3 Critérios para ajustes De modo geral, os religadores atuais possuem TCs nos seus interiores (geralmente TCs de bucha), no entanto, alguns tipos necessitam que seja feita o dimensionamento da relação destes transformadores (RTC), outros não. Quando necessário, deve-se empregar os critérios dados a seguir. A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a razão entre o curto-circuito máximo (no ponto da instalação) e o fator de sobrecorrente do TC (FS). Geralmente, FS=20 . FS I I MAX,CCP , N ≥ (4.1) A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a máxima corrente de carga a ser considerada: MAX , CARGAP , N IkI ×≥ (4.2) Na determinação das correntes mínimas de disparo de religador, usam-se, basicamente, os mesmos critérios empregados para as unidades 51 de fases. A diferença é que, as correntes mínimas de atuação destas unidades são ajustadas com base nas correntes indiretas (correntes secundárias de TCs); no caso dos religadores, geralmente, estas correntes são ajustadas com base nas correntes diretas das fases e neutro ou terra, apesar de seus sensores estarem recebendo correntes indiretas. 1 – Corrente mínima de disparo dos dispositivos sensores de faltas envolvendo as fases Com base na corrente mínima de atuação ou disparo, previamente ajustada, os sensores de faltas envolvendo as fases (em muitos casos, relés de fases), monitoram as correntes nas fases do sistema. Ao ocorrer uma sobrecorrente igual ou superior ao valor de referência (corrente ajustada), estes atuam e comandam a abertura ou disparo do religador. O ajuste da corrente mínima de disparo, depende da corrente de carga máxima, no ponto de instalação do religador, e da corrente de curto-circuito dupla fase no final da zona protegida ou monitorada pelos sensores de fases. Na medida do possível, usam-se os critérios apresentados a seguir: a) Quando o riligador for instalado ao longo da rede, a corrente de disparo por fase, deverá ser maior que a máxima corrente de carga medida ou convenientemente avaliada multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k). MAX CARGAFASE ,D IkI ×≥ (4.3) b) Quando o riligador for instalado numa subestação, a qual não possui equipamento de proteção para transferência, sua corrente de disparo por fase deverá ser maior que a somatória da máxima corrente de carga do circuito em estudo com a máxima corrente de carga do outro circuito que, eventualmente, venha a ser transferido, multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k). ∑×≥ CIRCUITOS DOS MAX CARGAFASE ,D IkI (4.4) 4-6 c) Quando o religador for instalado numa subestação, a qual possui equipamento de proteção para transferência, sua corrente de disparo por fase, do circuito em estudo, deverá ser maior que a corrente de carga máxima multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k). MAX CARGAFASE ,D IkI ×≥ (4.5) O fator de crescimento de carga k , é dado pela expressão: n 100 a%1k       += Onde, a% é a taxa anual prevista para o crescimento e n o número de anos para o qual o estudo está sendo planejado. d) A corrente mínima de disparo, por fase do religador, deverá ser menor do que a corrente de curto-circuito bifásico dentro da sua zona de proteção, incluindo sempre que possível os trechos a serem adicionados quando em condição de manobras consideradas usuais. TRECHO) DO FINAL (NO 2,CCFASE ,D II Φ≤ (4.6) 2 – Corrente mínima de disparo do dispositivo sensor de falta envolvendo a terra ou neutro Este dispositivo (em muitas casos, relé de neutro) é responsável pela monitoração, com base na corrente mínima de atuação previamente ajustada, das correntes de faltas à terra. Quando esta corrente atingir valor igual ou maior do que a corrente de referência, o dispositivo atuará e comandará o disparo do religador. O ajuste dessa corrente, irá depender da corrente de desequilíbrio dos TCs e/ou do sistema, no ponto de instalação do religador, e da corrente de curto-circuito fase-terra mínima no final da zona protegida ou monitorada pelos sensores de neutro ou terra. Na medida do possível, ajusta-se essa corrente utilizado-se os critérios dados a seguir: a) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de um transformador de aterramento, e não possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro, a corrente de disparo de neutro deverá ser menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da zona de proteção do religador. E deverá ser maior do que 10% da corrente de carga do circuito devido erros admissíveis nos transformadores de corrente. TRECHO) DO FINAL (NO MIN T, ,CCNEUTRO ,DMAX ,CARGA III1,0 Φ≤≤× (4.7) b) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de um transformador de aterramento, e possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro, a corrente de disparo de neutro deverá ser menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da sua zona de proteção do religador. E deverá ser maior do que 10% a 30% da corrente de carga do circuito devido aos desequilíbrios admissíveis do sistema. TRECHO) DO FINAL (NO MIN T, ,CCNEUTRO ,DMAX ,CARGA III0,3) a 1,0( Φ≤≤× (4.8) O religador deve ser sensível, sempre que possível, ao menor curto-circuito fase-fase e fase-terra no final do alimentador. Geralmente, devido a carga do circuito, nem sempre é possível. Nestas condições, o religador, deverá, no mínimo, oferecer proteção de retaguarda para o primeiro elo-fusível instalado a montante. Caso não seja ainda possível, recomenda-se instalar outro religador ou seccionalizador ou chave-fusível para diminuir o trecho a ser protegido. Em virtude do curto-circuito fase-terra ser o mais freqüente, e o valor fase- 4-7 terra mínimo ser o mais provável de ocorrer, o religador deverá ser ajustado sempre para ser sensível a este valor. 3 – Outros ajustes As curvas de temporização de fase e neutro ou terra deverão ser escolhidas de modo a atender a coordenação com demais equipamentos de proteção a montante e a jusante, bem como os cabos de energia do alimentador. A seqüência de operação do religador deverá ser ajustada de acordo com as necessidades do circuito. As operações rápidas deverão eliminar os curto-circuitos fugitivos ou transitórios sem que haja queima do elo-fusível protetor. As operações temporizadas permitirão a fusão do elo-fusível quando ocorrer um curto-circuito permanente no trecho protegido. Os tempos de religamentos (intervalos de religamentos) deverão ser definidos em função da coordenação com as demais proteções instaladas a montante e a jusante. O tempo de rearme será: TREARME ≥ 1,1 x (tempo total de todas operações de abertura para a corrente de disparo) + 1,15 x (somatória dos tempos de intervalo de religamento). 4.3 Coordenação religador x elo-fusível do lado da carga O estudo de coordenação religador x elo-fusível do lado da carga (Fig. 4.6) é muito freqüente. A coordenação está assegurada quando: a) Para todos os valores de curto-circuito possíveis no trecho do circuito protegido pelo elo-fusivel, o tempo mínimo de fusão do elo-fusível deve ser maior do que o tempo de abertura do religador na curva rápida multiplicada por um fator k. t FUS. > k x t ABERT. OP. RÁPIDA (4.9) Onde, k é o fator que leva em conta a elevação da temperatura do elo-fusível durante os intervalos de tempos de abertura rápida do religador. É comum considerar: k=1,2 para 1 operação rápida; k=1,5 para 2 operações rápidas. b) Para todos os valores de defeitos possíveis no trecho do circuito protegido pelo elo-fusóvel, o tempo máximo de interrupção do elo-fusível deve ser menor que o tempo mínimo de abertura do religador na curva retardada. t INT. < t ABERT. OP. RET. (4.10) A faixa de coordenação religador x elo-fusível é determinada por essas duas regras. A (a) determina o limite máximo (corrente máxima), enquanto a (b) estabelece o limite mínimo (corrente mínima), conforme pode-se observar na Fig. 4.7, onde: “A” é curva rápida ; “k x A” é “A” deslocada; “B” é a retardada. R I Fig. 4.6 – Religador na saída do alimentador e elo-fusível do lado da carga S 1 S 2 ∆ Trecho protegido do elo-fusível S1 4-10 4.5 Coordenação relé x religador É comum a realização desse estudo em duas situações: relés como proteção geral de um barramento do qual derivam vários alimentadores protegidos por religadores (Fig. 4.10) ou , no caso de relés ligados à saída de alimentador e religador conectado a jusante (Fig. 4.11). Esta última situação, é menos provável. A coordenação relé x religador está assegurada quando as seguites critérios são satisfeitos: 1o ) A curva de tempo do relé estiver mais de 0,2 s acima da curva retardada do religador (Fig. 4.12), para todos os valores de corrente de curto-circuito na zona de proteção do religador. tATUAÇÃO, RELÉ > tDISP. RETARD. RELIG. + 0,2s (4.12) 2o ) A soma dos avanços do relé, em porcento, durante as operações de disparo do religador, menos os rearmes do relé, em porcento, durante os intervalos de religamento do religador, for inferior a 80% . É importante ressaltar que este critério só deve ser verificado quando o tempo de rearme ou restabelecimento do relé é considerável. RD R S 1 S 2 ∆ S 3 I Fig. 4.11 – Relés na saída do alimentador e religador a jusante Fig. 4.10 – Relés como proteção de retaguarda para os religadores R I S 1 S 2 ∆ R R R D 4-11 Para melhor entendimento, considere-se o caso da Fig. 4.10, em que os relés de fase do disjuntor e o sensores de fase do religador estão ajustados, por exemplo, nas curvas 5 , A e B, respectivamente, dadas na Fig. 4.12. 1a Critério : De acordo com as curvas está atendido. 2a Critério : A verificação deste, é feita como a seguir: Considerando os relés eletromecânicos e ajustados na curva 5, será arbitrado um tempo de rearme ou restabelecimento igual a 10 s : tREARME RELÉ = 10 s Para um curto-circuito trifásico de 1200 A , das curvas, têm-se: tATUAÇÃO RELÉ = 0,60 s ; tDISP. INST. RELIG. = 0,1 s ; tDIP. RETARD. RELIG.=0,3 s ∆t=0,30 s , no ponto mais crítico 0,30 0,60 1200 I (A) t(s) 0,10 Fig. 4.12 – Coordenograma : relé x religador • • • A B 5 t (s) I (A) ICARGA 1200 Fig. 4.13 – Seqüência de operação do religador: 2 rápidas + 1 retardada Bloqueio 0,10 0,10 0,30 0,5 3,0 4-12 • 1o Avanço do relé, em porcento, durante o 1o disparo rápido do religador : (0,10/ 0,60) x 100=16,7% ; • 1o Rearme do relé, em porcento, durante o 1o intervalo de religamento do religador : (0,5/10) x 100=5% ; • 2o Avanço do relé, em porcento, durante o 2o disparo rápido do religador : (0,10/0,60)x100=16,7%; • 2o Rearme do relé, em porcento, durante o 2o intervalo de religamento do religador : (3,0/10)x 100=30% ; • 3o Avanço do relé, em porcento, durante o 3o disparo retardado do religador : (0,30/0,60)x100=50% Antes de se efetuar a somatória, é importante observar : quando uma parcela (Avanço% -Rearme%), resultar igual ou menor que zero, deverá ser feita igual a zero, pois, o rearme do relé não pode ser superior ao avanço, ambos em porcentagem. A somatória, resulta: (1o Avanço % - 1o Rearme%) + (2o Avanço% - 2o Rearme% + 3o Avanço% ≤ 80% (16,7% -5%) + (16,7% -30%) + 50% ≤ 80% 11,7% + 0% + 50% ≤ 80% ⇒ 61,7% ≤ 80% , então, o segundo critério está também atendido , portanto, neste caso, há coordenação relé x religador. 4.6 Coordenação religador x religador Para a coordenação entre dois ou mais religadores, instalados a montante e a jusante (Fig. 4.14), deve-se atender aos critérios dados a seguir. a) O religador de retaguarda não deve atuar na sua curva retardada, antes do religador à sua frente, para qualquer valor de curto-circuito dentro da zona de proteção mútua; b) A diferença entre os tempos de operação das curvas retardadas dos religadores deverá ser maior que 0,2s (Fig. 4.15); tDISP. RETARD. RELIG. NA RETAG. > tDISP. RETARD. RELIG. NA FRENTE + 0,2s (4.13) É muito difícil se obter coordenação entre as curvas rápidas dos religadores devido o intervalo de tempo entre elas ser muito pequeno, quando existe. Portanto, nesta condição, é admissível operações simultâneas entre os religadores. Para se conseguir a coordenação entre religadores poderão ser usadas as seguintes recomendações: • Caso a corrente de disparo dos religadores sejam iguais, utilizar curvas retardadas diferentes com seqüência de operação iguais, ou curvas de operações retardadas iguais com seqüências de operação diferentes; R1 R2 S 1 S 2 ∆ S 3 I Fig. 4.14 – Religadores na saída do alimentador, na subestação, e no tronco, em um ponto remoto 4-15 A abertura dos contatos pode ser feita de duas maneiras: automaticamente, quando o seccionalizador realiza a função de proteção ou pela a ação do operador, no local ou remotamente. Uma vez abertos, só poderão ser fechados através de comando dado pelo operador. 4.7.2 Aplicação São instalados em postes do circuito principal do alimentador ou de derivações longas e carregadas que justifiquem o investimento. É cada vez mais comum a substituição de chave-fusível instalada no alimentador, que está apresentando problema de coordenação com o religador, e de chaves de manobra, a óleo, convencionais, por seccionalizador. As vantagens são muitas: • Realiza a função de proteção; • Efetua medições; • Faz registro de eventos; • Permite a operação automática do sistema e; • Outras Estas informações disponíveis são muito relevantes para planejamento, operação, continuidade e qualidade do serviço (melhoramento dos índices DEC e FEC), diminuição das perdas econômicas (quando há interrupção a empresa deixa de vender energia), etc. 4.7.3 Características funcionais As principais características funcionais são : Tensão nominal : É especificada de acordo com a tensão máxima de operação do circuito ao qual vai ser ligado; NBI : Depende da classe de tensão do circuito ao qual vai ser ligado; Corrente Nominal : É especificada de acordo com corrente de carga máxima, passante, no local da instalação, levando-se em conta possíveis fatores de crescimento e de transferência de carga (corrente de operação do sistema); Faixa de ajuste de corrente dos sensores de faltas envolvendo as fases: Geralmente possui uma faixa ampla de corrente (por exemplo : 20 a 800A); Faixa de ajuste de corrente dos sensores de faltas envolvendo a terra (ground trip) : Geralmente possui uma faixa ampla de corrente (por exemplo : 10 a 600A); Contador do número de interrupções : Conta o número de vezes que o circuito é interrompido pelo religador de retaguarda. Geralmente, é ajustado em um, dois ou três, dependendo da seqüência de operação do religador; Tempo de ressete (reset time) ou tempo de rearme : Tempo necessário para o circuito de controle rearmar. Isto é, apagar as contagens efetuadas e voltar a condição inicial (geralmente é ajustável dentro de uma faixa que varia entre 5 e 180s). Os valores das correntes de ajustes dos sensores de fase e terra, são definidos de acordo com as correntes de curtos-circuitos mínimas de fase e terra, na zona de proteção do seccionalizador, com a corrente mínima de atuação do religador e com a corrente de operação do sistema. Quando ocorrer uma falta, na zona de proteção do seccionalizador, cujo valor for igual ou maior do que a corrente ajustada (de fase ou terra), esta irá “setar” o circuito de contagem, preparando-o para realizar a contagem. Se o religador de retaguarda atuar, cortando a tensão e, consequentemente, a corrente, o circuito de contagem dispara, efetuando a primeira contagem; e assim por diante, até atingir o número máximo de contagens previamente ajustado. Quando isto ocorrer, conforme já foi dito, o seccionalizador abrirá os seus contatos, isolando o trecho defeituoso. 4-16 4.8 Coordenação religador x seccionalizador Os seccionalizadores não possuem curva característica de atuação do tipo tempo x corrente. Portanto, não há necesidade de se preocupar com o estudo de coordenação de curvas. A coordenação com o religador fica assegurada desde que as condições a seguir sejam satisfeitas. 1) O número de contagens do seccionalizador deve ser ajustado para uma unidade a menos do que o número de disparos do religador : 2) O tempo de ressete do seccionalizador deverá ser maior do que o intervalo de tempo de operação do religador, compreendido entre a primeira e a última contagem do seccionalizador: Para melhor entendimento, considere-se o religador com a seqüência de operação dada na Fig.4.18. Assim sendo, tem-se: • No de cont. do SECC. = 4 – 1= 3 ; • Tempo ressete SECC. > tR1 + t1I + tR2 + t2T 3) As correntes ajustadas para os sensores de fase e terra do seccionalizador, de preferência, devem ser iguais as correntes ajustadas para os sensores de disparos de fase e terra do religador de retaguarda, respectivamente. no de cont. do SECC. = no de disparos do RELIG. - 1 Tempo de ressete do SECC. > ∆t de op. do RELIG. entre a 1a e a última cont. do SECC. t (s) I (A) I CARGA IFALTA Fig. 4.18 – Seqüência de operação do religador: 2 rápidas + 2 retardadas Bloqueio tI1 tI1 t2T tR1 tR2 t2T tR3 Abertura do seccionalizador 1a cont 2a cont. 3a cont. I SENSOR DE FASE DO SECC. = I DISP. DE FASE DO RELIG. I SENSOR DE TERRA DO SECC. = I DISP. DE TERRA DO RELIG. 4-17 4.9 Coordenação seccionalizador x seccionalizador Quando houver mais de um seccionalizador ligado ao mesmo circuito, é necessário se fazer o estudo de coordenação entre eles. Isto é possível ajustando-se, cada seccionalizador, instalado a jusante, com uma contagem a menos. Isto é, caso se tenha três seccionalizadores em cascata, o primeiro, mais a montante deverá ser ajustado para três contagens, o do meio para duas contagens, e o último (mais na ponta do sistema), para uma contagem. Tudo isso, considerando que o religador está ajustado para quatro operações de disparos. Então, a instalação de seccionalizadores em um mesmo circuito radial, fica limitada a, no máximo, três unidades. 4.10 Coordenação religador x seccionalizador x elo-fusível Estes são os equipamentos básicos da proteção de alimentadores primários radiais e aéreos. Portanto, é bastante comum a necessidade do estudo de coordenação entre eles. O que se faz na prática é, primeiramente, o estudo de coordenação entre os elos-fusíveis e o religador. Em seguida, trabalha-se a coordenação entre o religador e o seccionalizador. Separadamente, quando se obtém a coordenação religador x elo-fusível e religador x seccionalizador, automaticamente, consegue-se a coordenação e/ou seletividade religador x seccionalizador x elo-fusível. 4.11 Coordenação e seletividade Até aqui muito se falou em seletividade e coordenação, entretanto, ainda não está clara a diferença entre estes dois conceitos ou filosofias. Então está na hora de se esclarecer as diferenças entre elas. A proteção seletiva é projetada e ajustada de tal forma que para qualquer tipo de falta, permanente ou transitória, o dispositivo mais próximo desta deverá atuar e isolar o defeito antes do dispositivo de retaguarda. A Proteção coordenada, é projetada e ajustada de forma a permitir o restabelecimento automático para faltas transitórias e seletividade para faltas permanentes. Características de sistema seletivo: • As interrupções geralmente são de longa duração; • É freqüente as reclamações de consumidores do tempo de restabelecimento; • Necessita de maior número de pessoas para operar o sistema. Características de um sistema coordenado: • As interrupções geralmente são de curta duração; • Os consumidores de um modo geral reclamam da quantidade de interrupções; • Requer menor quantidade de pessoas para operar o sistema. É comum nos sistemas de distribuição se ter o sistema combinado, que aplica as filosofias do coordenado e do seletivo, pois, na prática raramente se consegue um sistema totalmente coordenado. Por último, pode-se dizer que todo sistema coordenado é também seletivo, no entanto, a recíproca não é verdadeira.
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