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Guias e Dicas
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Português, Provas de Língua Portuguesa

Português para concurso

Tipologia: Provas

Antes de 2010

Compartilhado em 06/08/2009

fernanda-lima-19
fernanda-lima-19 🇧🇷

3 documentos

1 / 13

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Pré-visualização parcial do texto

Baixe Português e outras Provas em PDF para Língua Portuguesa, somente na Docsity! NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO. NARRAÇÃO: Desenvolvimento de ações. Tempo em andamento. DESCRIÇÃO: Retrato através de palavras. Tempo estático. DISSERTAÇÃO: Desenvolvimento de idéias. Temporais/Atemporais. Texto Em um cinema, um fugitivo corre desabaladamente por uma floresta fechada, fazendo zigue-zagues. Aqui tropeça em uma raiz e cai, ali se desvia de um espinheiro, lá transpõe um paredão de pedras ciclópicas, em seguida atravessa uma correnteza a fortes braçadas, mais adiante pula um regato e agora passa, em carreira vertiginosa, por pequena aldeia, onde pessoas se encontram em atividades rotineiras. Neste momento, o operador pára as máquinas e tem-se na tela o seguinte quadro: um homem (o fugitivo), com ambos os pés no ar, as pernas abertas em larguíssima passada como quem corre, um menino com um cachorro nos braços estendidos, o rosto contorcido pelo pranto, como quem oferece o animalzinho a uma senhora de olhar severo que aponta uma flecha para algum ponto fora do enquadramento da tela; um rapaz troncudo puxa, por uma corda, uma égua que se faz acompanhar de um potrinho tão inseguro quanto desajeitado; um pajé velho, acocorado perto de uma choça, tira baforadas de um longo e primitivo cachimbo; uma velha gorda e suja dorme em uma já bastante desfiada rede de embira fina, pendurada entre uma árvore seca, de galhos grossos e retorcidos e uma cabana recém-construída, limpa, alta, de palhas de buriti muito bem amarradas... Antes de exercitar com o texto, pense no seguinte: Narrar é contar uma história. A Narração é uma seqüência de ações que se desenrolam na linha do tempo, umas após outras. Toda ação pressupõe a existência de um personagem ou actante que a prática em determinado momento e em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de que um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço e tempo em desenvolvimento. Os outros dois componentes da narrativa são: narrador e enredo ou trama. Descrever é pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente, por não se preocupar com a seqüência das ações, com a sucessão dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrição encara um ou vários objetos, um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma mesma fração da linha cronológica. É a foto de um instante.     TIPOLOGIA TEXTUAL LÍNGUA PORTUGUESA Página 1 de 13. A descrição pode ser estática ou dinâmica. · A descrição estática não envolve ação. Exemplos: "Uma velha gorda e suja." "Árvore seca de galhos grossos e retorcidos." · A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como em uma fotografia. No texto, a partir do momento em que o operador pára as máquinas projetoras, todas as ações que se vêem na tela estão ocorrendo simultaneamente, ou seja, estão compondo uma descrição dinâmica. Descrição porque todas as ações acontecem ao mesmo tempo, dinâmica porque inclui ações. Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de idéias, de juízos, de pensamentos. Exemplos: "As circunstâncias externas determinam rigidamente a natureza dos seres vivos, inclusive o homem..." "Nem a vontade, nem a razão podem agir independentemente de seu condicionamento passado." Nesses exemplos, tomados do historiador norte-americano Carlton Hayes, nota-se bem que o emissor não está tentando fazer um retrato (descrição); também não procura contar uma história (narração); sua preocupação se firma em desenvolver um raciocínio, elaborar um pensamento, dissertar. Quase sempre os textos, quer literários, quer científicos, não se limitam a ser puramente descritivos, narrativos ou dissertativos. Normalmente um texto é um complexo, uma composição, uma redação, onde se misturam aspectos descritivos com momentos narrativos e dissertativos e, para classificá-lo como narração, descrição ou dissertação, procure observar qual o componente predominante. Exercícios de fixação Classifique os exercícios a seguir como predominantemente narrativos, descritivos ou dissertativos. I. Macunaíma em São Paulo Quando chegaram em São Paulo, ensacou um pouco do tesouro para comerem e barganhando o resto na bolsa apurou perto de oitenta contos de réis. Maanape era feiticeiro. Oitenta contos não valia muito mas o herói refletiu bem e falou pros manos: - Paciência. A gente se arruma com isso mesmo, quem quer cavalo sem tacha anda de a-pé... Com esses cobres é que Macunaíma viveu. Página 2 de 13. GABARITO I - Narrativo II - Descritivo III - Dissertativo-Argumentativo IV - Dissertativo V - Narrativo VI - Descritivo VII - Narrativo VIII - Descritivo IX - Dissertativo X - Dissertativo XI - Dissertativo-Informativo PARÁFRASE, PERÍFRASE, SÍNTESE E RESUMO. PARÁFRASE Paráfrase é o comentário amplificativo de um texto ou a explicação desenvolvida de um texto. O maior perigo que enfrenta quem explica um texto é a paráfrase. Vamos tomar como exemplo: "Um gosto que hoje se alcança, Amanhã já não o vejo; Assim nos traz a mudança De esperança em esperança E de desejo em desejo. Mas em vida tão escassa Que esperança será forte? Fraqueza da humana sorte, Que, quanto na vida passa, Está receitando a morte." (Camões) Eis aqui um tipo de paráfrase: "Luís Vaz de Camões, o grande poeta luso, nos fala, nestes versos, da fugacidade dos bens, que hoje alcançamos e amanhã perdemos; mesmo a esperança e os desejos são frágeis e a própria vida se esvai rapidamente, caminhando para a morte. Tinha o poeta muita razão, pois, realmente, na vida, todos os gostos terrenos se extinguem como um sopro: o homem, que sempre vive esperando e desejando alguma coisa, tem constantemente a alma preocupada com o seu destino. Ora, mesmo que chegue a realizar seus sonhos, estes não perduram ..." Poderíamos, assim, continuar indefinidamente, dando voltas ao redor do texto, sem penetrar em seu interior, sem saber o que é que realmente existe nele. Ou então, tendo em mente a forma em que o poema é construído, poderíamos acrescentar umas observações vulgares: Página 5 de 13. " ... estes versos são muito bonitos; soam muito bem e elevam o espírito. Constituem uma décima." Um exercício realizado assim não é uma explicação, é palavreado inútil. A paráfrase pode ser bela quando realizada por um grande escritor ou por um bom orador. Não devemos usar o texto como pretexto, ou seja, o comentário de um texto não deve servir de meio para expormos certos conhecimentos que não iluminam ou esclarecem diretamente a passagem que comentamos. Para tornar isto claro, voltemos ao exemplo anterior. Se alguém tomasse a estrofe de Camões como pretexto para mostrar seus conhecimentos histórico-literários poderia escrever, por exemplo, o seguinte: "Estes versos são de Luís Vaz de Camões. Este poeta nasceu em Lisboa, em 1524. Supõe-se que estudou em Coimbra, onde teria iniciado suas criações poéticas. Escreveu poesias líricas, peças de teatro e `Os Lusíadas', o imortal poema épico da raça lusitana..." Quem assim procede perde-se num emaranhado de idéias secundárias, desprezando o essencial. Utiliza o texto como pretexto, mas não o explica. Para comentar ou explicar um texto não devemos deter-nos em dados acidentais, perdendo de vista o que é mais importante. Em resumo: 1°) explicar um texto não consiste em uma paráfrase do conteúdo, ou em elogios banais da estrutura. 2°) não consiste, também, num alarde de conhecimentos a propósito de uma passagem literária. EXPLICAR E NÃO PARAFRASEAR Embora não se trate de uma tarefa demasiado difícil, comentar um texto consiste em ir raciocinando, passo a passo, sobre o porquê daquilo que o autor escreveu. Isto pode ser feito com maior ou menor profundidade. Podemos concluir que explicar um texto é ir dando conta, ao mesmo tempo, daquilo que um autor diz e de como o diz. Podemos acrescentar, ainda, que uma determinada passagem (ou texto) poderá ter explicações (interpretações) diferentes, conforme a cultura, a sensibilidade e até mesmo a habilidade de quem as realizar. Página 6 de 13. A interpretação de textos exige uma ordem, afim de que as observações não se misturem. As fases que constituem o comentário obedecem, pois, à seguinte ordem: 1) LEITURA ATENTA DO TEXTO A explicação inicia-se, logicamente, com a leitura atenta do texto, que nos levará à sua compreensão. Para isto é preciso ler devagar e compreender todas as palavras. Logo, esta fase requer o uso constante do dicionário, o que nos proporciona conhecimentos que serão úteis em certas ocasiões, tais como provas e exames, quando já não será possível recorrer a nenhuma fonte de consulta. Ao consultar o dicionário, temos que ficar atentos aos vários sinônimos de uma palavra e verificar somente a acepção que se adapta ao texto. Observe: "Cordeirinha linda / Como folga o povo Porque vossa vinda /Lhe dá lume novo." (Anchieta) Folgar = tornar largo; descansar; divertir-se; regozijar-se. Qual destas acepções interessa ao texto, para que o entendamos? A resposta é regozijar-se. 2) LOCALIZAÇÃO DO TEXTO Em primeiro lugar, devemos procurar saber se um determinado texto é independente ou fragmento. Geralmente percebemos isto no primeiro contato com o texto. Quando se tratar de um texto completo, devemos localizá-lo dentro da obra total do autor. Quando se tratar de um fragmento, devemos localizá-lo dentro da obra total do autor e a que obra pertence. Se não nos for dito se o texto está completo ou fragmentário, iremos considerá-lo como completo se tiver sentido total. 3) DETERMINAÇÃO DO TEMA O êxito da interpretação depende, em grande parte, do nosso acerto neste momento do exercício. Procuremos fixar o conceito de tema. Isto exige atenção e reflexão. É a fase de importância capital, pois dela depende o sucesso do trabalho, que é interpretar. Consideremos, por exemplo, a seguinte passagem do romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos: Página 7 de 13. ! Visitei a Cidade Maravilhosa. (= Rio de Janeiro) ! O astro rei brilha para todos. (= Sol) ! O Rei do Futebol será homenageado em Paris. (= Pelé) SÍNTESE E RESUMO 1) O QUE É UM TEXTO LITERÁRIO Um texto literário pode ser uma obra completa (um romance, um drama, um conto, um poema ... ), ou um trecho de uma obra. De modo geral, os textos dados para comentário e interpretação devem ser breves; por isso, salvo quando se trata de uma poesia curta, costumam ser fragmentos de obras literárias mais extensas. Atualmente, crônicas e artigos de jornais e revistas costumam ser tomados para estudo e explicação. 2) COMENTANDO UM TEXTO Embora não se trate de uma tarefa demasiado difícil, comentar um texto consiste em ir raciocinando, passo a passo, sobre o porquê daquilo que o autor escreveu. Isto pode ser feito com maior ou menor profundidade. Temos que ir dando conta, ao mesmo tempo, daquilo que um autor diz e de como o diz. O comentário de textos exige uma ordem, a fim de que as observações não se misturem; são fases que obedecem à seguinte ordem: a) LEITURA ATENTA DO TEXTO A leitura atenta do texto, que nos levará à sua compreensão. Para isto é preciso ler devagar e compreender todas as palavras; requer, portanto, o uso constante do dicionário, o que nos proporciona conhecimentos que serão úteis em certas ocasiões, tais como provas e exames, quando já não será possível recorrer a nenhuma fonte de consulta. Ao consultar o dicionário, temos que ficar atentos aos vários sinônimos de uma palavra e verificar somente a acepção que se adapta ao texto. b) DETERMINAÇÃO DO TEMA O êxito da interpretação depende, em grande parte, do nosso acerto neste momento do estudo. Procuremos fixar o conceito de tema. Isto exige atenção e reflexão. É a fase de importância capital, pois dela depende o sucesso do trabalho, que é interpretar. O tema deve ter duas características importantes: clareza e brevidade. Se tivermos que usar muitas palavras para definir o tema, é quase certo que estamos enganados e que não chegamos, ainda, a penetrar no âmago do texto. Página 10 de 13. O núcleo fundamental do tema poderá, geralmente, ser expresso por meio de uma palavra abstrata, acompanhada de complementos. 3) TEMA E ASSUNTO Acreditamos que a noção de assunto é clara, pois seu uso é comum quando se faz referência ao "assunto" de um filme ou de um romance. Consideremos, por exemplo, a seguinte passagem do romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos: "Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham fugido. Fabiano procurou em vão perceber um toque de chocalho. Avizinhou-se da casa, bateu, tentou forçara porta. Encontrando resistência, penetrou num cercadinho cheio de plantas mortas, rodeou a tapera, alcançou o terreiro do fundo, viu um barreiro vazio, um bosque de catingueiras murchas, um pé de turco e o prolongamento da cerca do curral. Trepou-se no mourão do canto, examinou a caatinga, onde avultavam as ossadas e o negrume dos urubus. Desceu, empurrou a porta da cozinha. Voltou desanimado, ficou um instante no copiar, fazendo tenção de hospedar ali a família. Mas chegando aos juazeiros, encontrou os meninos adormecidos e não quis acorda-los. Foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio roída pelo cupim, arrancou touceiras de macambira, arrumou tudo para a fogueira." Um texto pequeno como o fragmento acima tem um assunto, que pode ser contado da seguinte maneira: "Fabiano estava no pátio de uma fazenda. Ao seu redor, só havia ruínas. Não havia ninguém, nem mesmo dentro da casa. As plantas e os animais estavam mortos. Ele procurava um lugar para alojar a família. Como a casa estava fechada, pensou em ficar ali mesmo e acendeu uma fogueira." Trata-se de uma simples redução do citado trecho, de uma síntese, um resumo daquilo que o texto narra de maneira mais extensa. Mas, os detalhes mais importantes da narração permanecem. Portanto, para chegarmos ao tema de um texto, devemos tirar do assunto todos os detalhes e procurar a intenção do autor ao escrever. No segmento apresentado, a célula germinal (o tema) é a inutilidade da ação do homem, subjugado pelo flagelo implacável da seca. É uma definição clara, breve e precisa do tema, sem sobra ou falta de elementos. Quando resumimos um texto, seja ele fragmentário ou completo, retiramos dele tudo o que é essencial ao seu entendimento, "desprezando" aquilo que é supérfluo, para não ficarmos girando ao redor do texto e incidir em paráfrase, que é um comentário amplificativo, ao contrário do resumo. Veja: Página 11 de 13. A SANTA INÊS Cordeirinha linda Como folga o povo Porque vossa vinda Lhe dá lume novo! Cordeirinha santa, De lesu querida, Vossa santa vinda O diabo espanta. Por isso vos canta, Com prazer o povo, Porque vossa vinda Lhe dá lume novo. Nossa culpa escura Fugirá depressa, Pois vossa cabeça Vem com luz tão pura. Vossa formosura Honra é do povo, Porque vossa vinda Lhe dá lume novo. Virginal cabeça Pola fé cortada, Com vossa chegada, Já ninguém pereça. Vinde mui depressa Ajudar o povo, Pois com vossa vinda Lhe dais lume novo. (Anchieta) Se, numa prova, nos pedissem para explicar resumidamente o sentido destes versos, responderíamos: "O poeta comunica-nos a alegria que todos sentem por causa da vinda da mártir Santa Inês, ou porque necessitam do auxílio divino para manter a fé, segundo o ponto de vista do poeta catequista, ou porque é uma ocasião festiva." Como isto pudesse parecer insuficiente, acrescentaríamos alguns detalhes que justificassem as afirmações: "Mesmo falando da culpa do homem, do martírio de Santa Inês ou suplicando os benefícios da santa, o sentimento preponderante é a alegria, pois a fé profunda traz a certeza de que os bens almejados serão obtidos. O martírio é encarado como a causa da glorificação da Santa, cuja cabeça resplandecente simboliza as graças que iluminam as almas". Página 12 de 13.
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