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Guias e Dicas
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Regras de cotagem, Notas de estudo de Administração Empresarial

normas de cotagem

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 31/05/2009

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daniel-agnoletto-1 🇧🇷

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Baixe Regras de cotagem e outras Notas de estudo em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity! Universidade de Caxias do Sul Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Apostila Teórica de Desenho Técnico I Revisão 2 2009-02 Autor: Professor Deives Roberto Bareta Co-autor: Acadêmica Jaíne Webber Professores da disciplina DES0201: Alexandre Fassini Michels Deives Roberto Bareta Gilmar Tonietto José Luis Ferrarini Marco Aurélio Garcia Bandeira Tânia Bertholdo Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 81 Capítulo 4 Cotagem Nos capítulos anteriores, foram discutidos os métodos adequados à representação de um objeto por meio de suas projeções ortogonais. No entanto, nenhuma estrutura ou peça pode ser fabricada, a menos que o desenho indique todas as dimensões e dados auxiliares, tais como, tipo do ma- terial a ser utilizado, tratamento térmico ou acabamento superficial. Ao colocar no desenho as cotas5 relativas às dimensões da peça, o engenheiro deve ter sempre em mente que é impossível para o operário medir e reproduzir as dimensões com exatidão. Devem-se permitir certas variações de tamanho, conhecidas como tolerância, quando da confecção das peças mecânicas. No caso de peças que devem ser associadas a outras dentro de especificações muito rígidas, as tolerâncias são indicadas no próprio desenho. Tipologia dos elementos usados em cotagem Nesse capítulo, o aluno de engenharia terá uma noção, através de vários exemplos práticos, de como é a colocação de dimensões no desenho técnico mecânico. O que aqui será apresentado é baseado na norma NBR 10126. Essa norma apresenta em alguns tópicos interpretações dúbias, para não deixar o aluno confuso procurou-se aqui demonstrar situações comuns na indústria mecânica e suas soluções mais adequadas no que tange a cotagem do desenho técnico mecânico. A Figura 83 ilustra os componentes básicos da representação da cotagem em um desenho técnico mecânico. Ao longo desse Capítulo, várias normas e dicas serão passadas ao aluno de engenharia, por isso pede-se que uma leitura atenta seja realizada. 5 Cota: Valor numérico de uma dimensão. 84 esse estilo de cotagem, pois ele é mais trabalhoso de ser feito e, se for usado, tomar o cuidado de somente usar esse estilo, não misturando padrões. Figura 86 - Linha de cota interrompida. Linhas de chamada As linhas de chamada, também conhecidas pelo nome de demarcação, são as que se prolongam a partir do objeto, mostrando os limites de uma dimensão. As seguintes regras, relativas às linhas de chamada, são citadas a seguir. 1) Traçar as linhas de chamada com a mesma espessura que as linhas de cotas. 2) Traçar as linhas de chamada perpendicularmente à linha de cota que está sendo colocada na peça. 3) Deixar um pequeno intervalo de 1 a 2 mm entre a linha correspondente à aresta da peça e a linha de chamada, como mostrado no detalhe da Figura 87, a seguir. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 85 Figura 87 - Espaçamento entre aresta e linha de chamada. 4) Prolongar a linha de chamada de 1 a 2 mm além da linha de cota, conforme exemplo mostrado na Figura 88. Figura 88 - Comprimento da linha de chamada. 86 5) Não cruzar as linhas de chamada, a menos que seja estritamente indispensável. Caso seja preciso, o cruzamento deve ocorrer sem qualquer interrupção, como pode ser visualizado no exemplo da Figura 89, a seguir. Figura 89 - Cruzamento entre linhas de chamada. 6) Não interromper uma linha de chamada quando ela cruza com uma linha do objeto (Figura 90). Figura 90 - Cruzamento de linha de chamada com aresta. 7) Em casos especiais, tais como em curvas planas, onde não existe espaço suficiente para linhas de chamada perpendiculares, estas são ocasionalmente colocadas em ângulo (Figura 91). As linhas de cota são também paralelas à aresta que está sendo dimensionada. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 89 Figura 94 - Linhas de referência paralelas. 7) Construir as linhas de referência de forma a não fazerem um ângulo menor do que 30° com a aresta que indicam. 8) Quando uma linha de referência relaciona-se com um círculo ou um arco, traçá-la de modo que a seta toque o círculo, ou arco, e não o centro, e que o prolongamento, se fosse traçado, passasse pelo centro do círculo. 9) Quando existirem dois círculos concêntricos, como ocorre no caso do traçado de um furo roscado ou rebaixado e/ou cônico, a linha de referência indicará o primeiro círculo a ser encontrado (Figura 95). Figura 95 - Cotagem de dois círculos concêntricos. 10) Quando a mesma nota se aplicar a um grupo de elementos, a 90 linha de referência deverá indicar um só elemento do grupo (Figura 96). Figura 96 - Cotagem a um grupo de elementos 11) Os seguintes detalhes devem ser evitados: linhas de referência que se cruzam; linhas de referência longas; linhas de referência nas posições horizontal e vertical; linhas de referência paralelas às linhas de cota adjacentes. Setas Faz-se uma seta em cada extremidade de uma linha de cota e em uma das extremidades de uma linha de referência. Elas devem ser desenhadas de acordo com as seguintes regras. 1) A seta deve ser pelo menos três vezes mais longa do que larga (Figura 97). Figura 97 - Tamanho da seta. 2) Na maior parte dos desenhos, as setas devem ter perto de 3 mm de comprimento, porém este tamanho pode variar com o tamanho de folha usada. 3) A seta, para o desenho técnico mecânico, pode ser traçada Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 91 aberta ou compacta de acordo com a técnica corrente na indústria (Figura 98). Figura 98 - Estilos de seta. 4) Ambos os lados da seta devem possuir o mesmo comprimento e devem estar em harmonia com a linha de cota (Figura 99). Figura 99 - Linha de cota com extremidades iguais. 5) A extremidade da seta deve apenas tocar a linha de chamada ou então a que é apontada pela linha de referência, e não deve ultrapassar nem ficar afastada da linha de chamada ou de referência. Na Figura 100, a seguir pode ser visualizado o posicionamento errado da representação de setas. Figura 100 - Posicionamento da seta. Colocação das cotas no desenho É importante colocar as cotas de maneira tal que a leitura do desenho torne-se clara e fácil. Devido à longa prática, o operário acostumou-se a observar as cotas em determinados lugares. Este costume deverá ser seguido, a não ser que se tenha uma boa razão para mudá-lo. Entretanto, quase todas as regras podem ser quebradas quando está em jogo maior clareza. As regras mais importantes são dadas a seguir. As linhas de cota são espaçadas de modo que a primeira esteja pelo menos a 10 mm da linha correspondente ao contorno da peça. A 94 seções com mais ênfase. Figura 105 - Cotagem de linhas ocultas. Em qualquer caso as cifras que indicam uma cota não devem ser cortadas ou cobertas por qualquer linha do desenho. Quando o espaço é insuficiente, as cotas podem ser escritas no prolongamento da linha de cota, por fora da flecha e preferivelmente à direita, como no exemplo da Figura 106, a seguir. Figura 106 - Espaço insuficiente para cotas. Sempre por motivos de espaço, quando se tem uma série de cotas vizinhas, podem-se substituir as setas por pontos, como no exemplo da Figura 107. Usam-se as setas somente nos extremos da seqüência de cotas. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 95 Figura 107 - Cotagem por pontos. As dimensões devem ser colocadas tão externamente quanto possível, em relação às vistas. Para evitar linhas de chamada longas ou que se cruzem, às vezes é melhor colocar a linha de cota dentro da própria vista. Procura-se evitar posicionar cotas entre as vistas. É importante lembrar que o principal do desenho técnico é o entendimento das vistas ortogonais das peças. Por isso, o desenho deve se destacar em relação às cotas, e não estar escondido sobre elas. Caso haja necessidade de usar o espaço entre as vistas, as dimensões devem ser colocadas o mais proximamente possível da vista. Linhas de chamada ou linhas de centro não devem ser passadas de uma vista para outra. Quando é necessária a indicação de várias dimensões no mesmo lado de uma vista, coloca-se a menor o mais próximo possível da vista (Figura 108). Isto evitará o cruzamento das linhas de cota e de chamada. 96 Figura 108 - Várias dimensões no mesmo lado de uma vista. Evitar duplicação de cotas. Nenhuma característica deverá ser indicada em dois lugares ou de duas maneiras diferentes. Se, devido a correções, for necessário modificar uma cota, mantendo a mesma geometria, sublinha-se a cota modificada com o escopo de corrigir o desenho. A dimensão sublinhada mostra que a cota não está em escala, conforme indica a Figura 109. Vale lembrar que essa solução deverá ser somente aplicada em esboços ou rascunhos. No desenho final a geometria deverá ter o tamanho que a cota indica. Figura 109 - Cota que não está em escala. As dimensões devem ser colocadas na vista mais descritiva, ou seja, que melhor define a geometria da peça. O aluno de engenharia deverá tomar o cuidado de não sobrecarregar essa vista com cotas deixando as outras vistas sem nenhuma. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 99 reta, conforme visualizado na Figura 113(c). Figura 113 - Cotagem de arcos. Quando são desenhados elementos eqüidistantes como, por exemplo, os furos representados na Figura 114, são possíveis simplificar a cotagem como mostrado. Figura 114 - Cotagem de elementos eqüidistantes. Quando os elementos eqüidistantes se encontram numa circunferência, usa-se a indicação da Figura 115. a) b) c) 100 Figura 115 - Cotagem de elementos eqüidistantes em circunferência. Se, encontram-se elementos repetidos num mesmo desenho, dispostos regularmente, ao menos, é possível cotar como na Figura 116; ou seja, usando letras de chamada iguais para elementos iguais, especificando a parte à correspondência entre letras e cotas. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 101 Figura 116 - Cotagem de elementos iguais em um mesmo desenho. É possível simplificar a cotagem dos perfilados normalizados indicando a ordem: o símbolo respectivo, as dimensões características, o comprimento, como indica a Figura 117. Figura 117 - Cotagem de perfis. Deve-se sempre cotar círculos concêntricos pelos diâmetros. Não se cota a distância da borda da peça até o seu centro ou mesmo a distância gerada pela diferença dos diâmetros (Figura 118). 104 Figura 122 - Símbolos padrão. Figura 123 - Cotagem de furos utilizando símbolos. Figura 124 - Cotagem de furos eqüidistantes por símbolos. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 105 Sistemas de colocação de cotas A finalidade do desenho é a de fornecer à quem irá executar a peça um documento por meio do qual ele possa elaborar o objeto que se deseja produzir. O desenho de conjunto permitirá obter o desenho de peças ou de produto acabado, que mediante uma transformação relacionada à cotagem em função do tipo e do método de trabalho que se adotar, servirá para estabelecer o desenho de execução e o eventual desenho de controle. Para quaisquer dos desenhos referidos deve-se proceder uma cotagem que leve em conta as exigências particulares às quais o desenho se destina. O problema da cotagem pressupõe que o desenhista tenha o conhecimento dos assuntos ligados à função da peça, ao processo de fabricação e o controle dimensional e geométrico. Pode-se afirmar que uma peça: Não deve nunca ser considerada como isolada; ela faz parte de um conjunto no qual deve assumir uma determinada função; Deve ser executada segundo um determinado processo tecnológico de fabricação (estabelecido pelo ciclo de trabalho) de maneira mais econômica possível; Deve necessariamente ser controlada durante e no final da execução de modo a garantir a correspondência entre desenho e produto acabado; É intuitivo que a cotagem abrange um conjunto de problemas que devem ser estudados com muita atenção e que possam ser resumidos em problemas de funcionalidade, de fabricação e de controle. Nesse ponto do curso de Engenharia, o aluno ainda não possui conhecimentos suficientes sobre processos de fabricação e funcionalidade de peças ou mecanismos. Por isso, falar de qual a melhor maneira de se cotar determinada peça com determinada geometria nem sempre será de fácil entendimento por parte do aluno. Por isso, aconselha-se ao aluno que não possui esses conhecimentos comparar o raciocínio da cotagem seguindo um método puramente geométrico que 106 consiste na decomposição ideal das peças em suas formas elementares, externas e internas, levando em consideração a grandeza de cada elemento e a posição relativa. Esta decomposição ideal é mostrada no exemplo da Figura 125 mediante uma axonometria isométrica que indica precisamente os sólidos geométricos componentes (positivos e negativos). Figura 125 – Peça dividida em pequenos segmentos Observando o desenho da Figura 125 nota-se que a individualização dos sólidos elementares põe em evidência os dois aspectos fundamentais de uma cotagem deste tipo, ou seja: a forma e a grandeza relativa dos sólidos, e sua posição recíproca. A representação gráfica em projeção ortogonal (Figura 126) fornece todos os elementos para a compreensão seja da forma, seja da posição dos sólidos componentes. A cotagem deve fornecer todos os elementos dimensionais; ela tem, portanto dois aspectos: o do dimensionamento da grandeza de cada sólido componente e o da localização ou individualização de cada sólido em relação aos outros. Isto significa referir alguns elementos da peça a outros. Elementos de referência para a cotagem que são usados mais comumente: Eixos, centros e pontos de concorrência de eixos; Superfícies trabalhadas externas, ou de extremidade; Apoios ou superfícies não de extremidade; Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 109 Cotagem em paralelo e cotagem progressiva No sistema de cotagem em paralelo as cotas com a mesma direção têm uma única origem de referência. É claro que de tal modo se evita o acúmulo dos erros construtivos que se verifica no caso precedente. A cotagem em paralelo é particularmente útil nos casos em que, ou o trabalho, ou o controle dos custos sejam feitos com máquinas de coordenadas ou com máquinas ou instrumentos com afastamento progressivo a partir de uma dada referência. Nos dois exemplos da Figura 129 a referência é constituída por uma superfície plana. Na Figura 130 foram escolhidas para cada peça as duas superfícies planas ortogonais. Figura 129 - Cotagem em paralelo com referência em uma superfície. Figura 130 - Cotagem em paralelo com referência superfícies ortogonais. 110 Quando se usa somente uma linha de medida, como mostra a Figura 131, a cotagem paralela assume a denominação de cotagem progressiva. Esta deve ser considerada como uma simplificação, seja de execução, seja de leitura da cotagem em paralelo. Neste caso as cotas devem ser escritas acima das linhas de referência respectivas e perpendicularmente à única linha de cota. A cota origem “0” é marcada em correspondência à intersecção da linha de cota com a linha de referência do elemento da peça escolhida como base do sistema de cotagem. Para a cota origem “0” deve-se empregar exclusivamente um ponto. As flechas devem ser dispostas no lado que se afasta da origem. Se não houver espaço suficiente para desenhar as flechas, pode-se substituí-las por dois pontos (um em cada extremo). A Figura 132 ilustra outro exemplo de cotagem progressiva, já não mais em uma peça de geometria com poucos detalhes. Figura 131 - Cotagem progressiva com uma linha de medida. Figura 132 - Cotagem progressiva com duas linhas de medida. Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 111 Cotagem combinada Por exigências particulares de funcionalidade, de execução ou de controle pode-se ter com freqüência casos nos quais somente um elemento de referência possa ser insuficiente. No exemplo da Figura 133 mostra-se um caso típico de cotagem combinada no qual são usados simultaneamente os sistemas de cotagem em série e em paralelo. Para este último são empregadas como referência as saliências (superfícies planas “a” e “b”). O sistema de cotagem combinada satisfaz todas as exigências construtivas quando nenhum dos dois sistemas supra-referidos for suficiente. Figura 133 - Cotagem combinada. Cotagem em coordenada Por comodidade, e em alguns casos particulares (Figura 134), é possível substituir a cotagem por uma planta (tabela) que indica para cada furo convenientemente determinado por números progressivos, o valor das duas coordenadas “X” e “Y” e o diâmetro do furo. Figura 134 - Cotagem em coordenada. 114 Figura 136 - Colocação dos símbolos de acabamento superficial. Se por razões de espaço a colocação do símbolo não é possível sobre a aresta, pode-se colocá-lo sobre uma linha auxiliar no prolongamento da superfície ou numa linha de chamada da cota (Figura 137). Observe também, que o símbolo sempre é colocado no lado externo da superfície. Figura 137 – Símbolo de acabamento não vinculado à aresta. O símbolo convencional se refere a toda a superfície representada da linha de contorno na qual foi colocada. Se todas as partes (superfícies) de um objeto apresentam o mesmo acabamento superficial, desenha-se um símbolo único no canto superior direito da folha de desenho (Figura 138(a)). Caso nessa folha, vários desenhos de peças estão representados, coloca-se o símbolo junto ao número da peça, conforme ilustra o detalhe na Figura 138 (b). Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 115 Figura 138 – Representação do acabamento superficial na folha. Os símbolos de superfícies são colocados sempre no detalhamento das peças, usualmente não são colocados no desenho de conjuntos. Muitas vezes é preciso representar um objeto cujas superfícies são de natureza diversa entre si e, entre estas, predomina um certo tipo de acabamento. Neste caso, prefere-se colocar no canto direito superior da folha de desenho e somente uma vez, o símbolo relativo ao acabamento predominante, seguido dos símbolos relativos aos outros acabamentos entre parênteses, conforme o exemplo da Figura 139, a seguir. Figura 139 - Colocação do símbolo para o acabamento predominante. a) b) 116 Escalas Ficaria impossível desenhar um dispositivo, um mecanismo, um carro, ou até mesmo um navio em uma folha de papel de tamanho reduzido sem fazer o uso de reduções. O contrário também é valido, desenhar em tamanho natural uma engrenagem de um relógio mecânico, que possui vários detalhes geométricos e dimensões diminutas em uma folha, para isso usa-se o recurso da ampliação. Para evitar distorções e manter a proporcionalidade entre o desenho e o tamanho real do objeto representado, foi normalizado que as reduções ou ampliações devem ser feitas respeitando uma razão constante entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto representado. A razão existente entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto é chamada de escala do desenho. Essa razão não pode ser invertida, pois assim a escala não estará correta, gerando dificuldades na produção. desenhado ser a objeto do real Dimensão desenho do Dimensão n = Quando “n” for: <1, o desenho será reduzido, ou seja, será uma Escala de Redução. >1, o desenho será ampliado, ou seja, será uma Escala de Ampliação. =1, o desenho estará em tamanho natural, ou seja, será a Escala Natural. A escala, para facilitar a interpretação da razão entre a dimensão do desenho com o tamanho real do objeto a ser desenhado, sempre deverá apresentar um dos lados dessa razão com o valor unitário, sendo representado da seguinte maneira: 1:1 – Escala Natural 1:x – Escala de Redução x:1 – Escala de Ampliação A Tabela 5, a seguir, baseada na norma ABNT NBR 8196 recomenda, para o desenho técnico, a utilização das seguintes escalas: Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 119 Cotas completamente em série devem ser evitadas: é melhor omitir uma delas. Caso contrário, deve-se acrescentar uma referência a uma cota de detalhe ou à cota total, colocando-a entre parênteses. Uma linha de cota não deve jamais ser desenhada sobre o valor da cota. O valor da cota jamais deve ser sobreposto a qualquer linha do desenho. A linha pode ser interrompida se for necessário. As linhas de cota devem ser espaçadas uniformemente em todo desenho. Elas devem estar no mínimo a 10 mm do contorno do objeto e 7 mm entre si. Uma linha de cota jamais deve ligar-se de uma extremidade a outra com qualquer linha do desenho. Evita-se cruzar as linhas de cota. Não se deve cruzar linha de cota com linhas de extensão se for possível evitar (linhas de extensão podem se cruzar). Quando uma linha de chamada cruza com outra ou cruza com outra linha visível, não se devem interromper as linhas. Uma linha de centro pode ser estendida e usada como linha de chamada. Nesse caso, ela continua sendo desenhada como linha de centro. Linhas de centro não devem estender-se de uma vista à outra. As linhas de referência para notas devem ser linhas retas, sem curvatura e apontados para o centro da vista circular do furo sempre que possível. As linhas de referência devem ser inclinadas 45º, 30º ou 60º com a horizontal, mas podem ser feitos em um ângulo conveniente qualquer, exceto na vertical ou horizontal. As linhas de referência devem ser estendidas a partir do início ou do fim de uma nota, com um "braço" horizontal estendendo-se a partir da meia altura das letras. Os valores das cotas devem estar aproximadamente centrados entre 120 as setas, exceto no caso de cotas posicionadas em pilhas, quando eles devem ser escalonados. Os valores das cotas devem ter em torno de 3 mm de altura para números inteiros e 6 mm de altura para números fracionados . Os valores das cotas não devem jamais ser amontoados ou colocados de forma que dificulte a leitura. Os valores das cotas não devem ser sobrepostos às linhas ou às áreas seccionais, a não ser que seja estritamente necessário. Nesse caso, uma área em branco deve ser reservada para os valores das cotas. As barras de fração jamais devem ser inclinadas, exceto em áreas confinadas, como em tabelas. O numerador e o denominador de uma fração jamais devem tocar na barra da fração. As notas devem ser sempre escritas horizontalmente na folha. As notas devem ser breves e claras, e a redação deve ser padronizada na forma. Marcas de acabamento devem ser colocadas na vista em que a superfície acabada esteja em perfil, incluindo arestas e contornos escondidos e vistas circulares de superfícies cilíndricas. Marcas de acabamento podem ser omitidas em furos ou em outros elementos em que existem notas especificando a operação de usinagem. Se uma peça recebe um mesmo acabamento em todas as superfícies, todas as marcas de acabamento podem ser omitidas e deve-se utilizar uma nota genérica de ACABAMENTO EM TODAS AS SUPERFÍCIES. Um cilindro é cotado fornecendo-se o valor de diâmetro e comprimento na vista retangular, exceto quando são utilizadas anotações para furos. Nos casos em que melhora a clareza do Apostila Teórica de Desenho Técnico I Exclusivo para uso nas Disciplinas de Desenho Técnico I Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 121 desenho, pode-se cotar o diâmetro na vista circular do cilindro. De maneira geral, um círculo é cotado por seu diâmetro e um arco, por seu raio. Deve-se evitar o uso da linha diagonal para cotar cilindros, exceto para furos muito grandes e para círculos de centros. Ela pode ser usada em cilindros positivos quando é possível melhorar a clareza do desenho. O valor de uma cota do diâmetro deve ser sempre precedido pelo símbolo Ø. Quando um círculo é cotado com uma linha de referência, a seta deve apontar para o centro do círculo, e essa linha de referência não deve cruzar o círculo, somente tocá-lo. A cota de um raio deve ser sempre precedida pela letra “R”. As linhas de cotas radiais devem possuir somente uma seta, e ela deve sempre apontar para o centro do arco e tocá-lo. As posições de cilindros devem ser especificadas pela suas linhas de centro. As posições de cilindros devem ser especificadas na vista circular se possível. Além de serem especificadas pelas cotas lineares em vez de pelas cotas angulares, caso a precisão seja importante. Quando existem vários elementos não-críticos (arredondamentos, nervuras, etc.) cujas medidas são obviamente iguais, é necessário fornecer somente cotas típicas ou usar uma nota.
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