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Geometria Descritiva Básica - Apostilas - Arquitetura Part1, Notas de estudo de Arquitetura

Apostilas de Arquitetura sobreo Estudo da Geometria Descritiva Básica, Fundamentos da Geometria Elementar, Sistemas Projetivos e Métodos de Representação Gráfica, Método da Dupla Projeção Ortogonal, Verdadeira Grandeza de Segmentos de reta.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 17/06/2013

Agua_de_coco
Agua_de_coco 🇧🇷

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Baixe Geometria Descritiva Básica - Apostilas - Arquitetura Part1 e outras Notas de estudo em PDF para Arquitetura, somente na Docsity! GEOMETRIA DESCRITIVA BÁSICA ] Paulo Sérgio Brunner Rabello Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Ex-Professor Efetivo da Universidade Federal Fluminense Ex-Professor da Universidade Santa Úrsula Livre-Docente em Construção Civil Especializado em Geometria e Representação Gráfica APRESENTAÇÃO Ao elaborar o presente trabalho nossa grande preocupação foi produzir um texto simples e abrangente o bastante para descrever com a maior clareza possível os princípios, os mecanismos e as aplicações da Geometria Descritiva. Este livro destina-se, principalmente, aos alunos de graduação em matemática, engenharia e arquitetura, podendo ser utilizado em qualquer curso superior onde seja necessário conhecer formas e figuras geométricas através de suas projeções ou por qualquer outra pessoa que se interesse pelo assunto. Aqui trataremos de assuntos que eram objeto de disciplina específica do antigo curso científico (posteriormente, segundo grau) que, por força da reforma do ensino de 1961, deixou de fazer parte do núcleo das disciplinas obrigatórias. Por esta razão, inicialmente são abordados os fundamentos da Geometria Euclideana sob um enfoque um pouco diferente do habitual, estabelecendo conceitos e proposições que, obedecendo rigorosamente os princípios euclideanos, tornam mais simples o seu entendimento. As analogias feitas entre os conceitos considerados primitivos e as observações e fatos do dia-a-dia, permitem compreender em que bases a Geometria se apóia. São introduzidos, também, os conceitos de elementos impróprios que permitem esclarecer, sob outra ótica, a noção de paralelismo. É interessante observar que tal fato não altera, em essência, qualquer princípio estabelecido por Euclides. Em seguida é explicado como se processa a projeção de uma figura numa superfície plana, procurando simplificar o entendimento do fenômeno geométrico através de comparações com projeções cinematográficas ou com as sombras produzidas pelo Sol. A posição do centro projetivo (próprio ou impróprio) e o número de planos de projeção (um ou mais), utilizados nas projeções de uma figura determinam o sistema projetivo utilizado, que é específico para o conjunto de operações projetivas que se fizerem necessárias. A mudança de um centro projetivo ou de um plano de projeção faz com que o sistema seja outro, embora a base de ambos seja a mesma. Métodos Projetivos, Descritivos ou de Representação Gráfica, são conjuntos de procedimentos que, utilizando um sistema projetivo específico, permite caracterizar e resolver problemas de uma figura através Capítulo I: FUNDAMENTOS DA GEOMETRIA ELEMENTAR 1 - PROPOSIÇÕES GEOMÉTRICAS A Geometria é o ramo da Matemática que se propõe a estudar as figuras existentes na natureza através das propriedades de seus elementos, definindo, caracterizando e padronizando suas formas e dimensões, facilitando assim seu próprio desenvolvimento e o de outras áreas do conhecimento científico e tecnológico. As figuras estudadas na Geometria são, de um modo geral, a associação de uma ou mais formas específicas, formas estas denominadas formas geométricas. A Geometria, como qualquer outra ciência, fundamenta-se em observações e experiências para estabelecer os conceitos e as propriedades que embasam todo seu acervo científico. Tais conceitos e propriedades constituem as proposições geométricas. Uma proposição geométrica pode ser aceita com ou sem comprovação. A proposição aceita sem comprovação pode ser entendida através de fatos e situações do cotidiano. As proposições geométricas podem ser classificadas como conceitos primitivos ou como postulados. Um conceito primitivo exprime a noção sobre algo que dispensa definição sob o ponto de vista geométrico. Assim sendo, são considerados primitivos os conceitos de forma e dimensão, como também o são os de ponto, reta, plano e espaço. Forma e dimensão são conceitos que podem ser compreendidos melhor quando se fazem analogias a coisas conhecidas. Quando se diz, por exemplo, que determinado objeto parece uma laranja, na verdade estamos dizendo que o objeto tem a "forma" de uma laranja. Quando se diz, por outro lado, que uma árvore é mais alta que outra, na verdade estamos dizendo que a altura (dimensão) de uma é maior que a (dimensão) da outra. As noções de ponto, reta, plano e espaço são puramente intuitivas e, ao contrário do que ocorre com os conceitos de forma e dimensão, "emprestam" sua concepção para descrever determinadas situações. Por exemplo: - Aqueles postes estão em linha reta. - O tampo dessa mesa é plano. - A mesa está ocupando o espaço do sofá. Chama-se postulado a uma afirmação aceita consensualmente, sem restrições, e que dispensa demonstração. Os postulados fundamentam toda a Geometria e a simples contestação de um deles invalida qualquer proposição decorrente. Se "três pontos não colineares determinam um plano", então pode-se afirmar que "duas retas coplanares determinam um ponto comum". A primeira proposição é um postulado e a segunda, uma proposição decorrente. Se a primeira não for verdadeira, a segunda fica prejudicada. Teorema é uma proposição que exige comprovação, ou seja, tem que ser demonstrado. Chama-se corolário a um teorema proposto como conseqüência. Problema é uma proposição que exige solução, solução esta decorrente da aplicação de proposições específicas - postulados, teoremas e corolários - conforme as exigências de cada caso. 2 - ELEMENTOS GEOMÉTRICOS FUNDAMENTAIS São considerados elementos geométricos fundamentais: o ponto, a reta e o plano. O ponto - o mais simples dos elementos - como se pode intuir, não tem forma e nem dimensão. Entretanto, qualquer forma geométrica pode ser obtida a partir do ponto. A linha, por exemplo, pode ser definida como uma sucessão contínua de pontos. Se a distância entre dois pontos não sucessivos quaisquer dessa linha for a menor possível, então essa linha é uma reta. A forma da reta leva a outra idéia puramente intuitiva que é a noção de direção. Dois pontos distintos - não coincidentes, portanto - determinam a direção da reta a qual pertencem. Por outro lado, a extensão de uma reta é ilimitada e o trecho situado entre dois pontos que podem determiná-la é um segmento dessa reta. Um cordão flexível esticado entre as mãos dá uma idéia perfeita do que seja um segmento de reta (ou segmento retilíneo) e da direção da reta a qual este segmento pertence. Três ou mais pontos são ditos colineares quando pertencem a uma mesma reta. Três pontos não colineares determinam um plano (ou uma superfície plana). De fato, se imaginarmos três pontos distintos, não colineares sobre o tampo de uma mesa, podemos admitir que existem três retas determinadas pelos três pontos, tomados dois a dois. Fazemos então deslizar sobre essas "retas" uma régua lisa, sem empenos, que, de certa maneira, pode ser aceita como a materialização de um segmento retilíneo. Verificamos que, durante o movimento, a régua não se afasta da mesa. Esse fato nos transmite a sensação de que o tampo da mesa é, de fato, plano. Por está simples observação podemos comprovar que um plano pode conter uma quantidade infinita de retas e que cada par de retas desse plano é suficiente para determiná-lo. Duas ou mais retas são ditas coplanares quando pertencem a um mesmo plano. 3 - LINHA E SUPERFÍCIE Podem, também, ser considerados primitivos os conceitos de linha e de superfície. Ainda assim, a linha pode ser definida, também, como a figura descrita por um ponto que se desloca aleatoriamente no espaço ou segundo uma determinada lei. Se, ao longo do movimento, o ponto muda de direção a cada instante, a figura descrita é definida como curva, isto é, a linha é uma curva. Se não houver mudança de direção, a linha é uma reta. Se, por outro lado, durante um movimento retilíneo, o ponto muda abruptamente de direção em espaços de tempo fixos ou intermitentes, a linha descrita é uma poligonal. Ao distender um cordão flexível retesado entre as mãos tem-se uma boa noção do que seja uma curva. Se esta "curva" for deixada sobre o tampo plano de uma mesa e ficar inteiramente apoiada sobre ele, pode-se imaginar o que vem a ser uma curva plana. Quando uma curva não é plana, é chamada curva reversa. Superfície, por outro lado, também pode ser definida como sendo a figura descrita por uma linha que se desloca aleatoriamente no espaço. Quando a linha é uma curva reversa, qualquer que seja o movimento de que a linha esteja dotada a superfície gerada será sempre uma superfície curva. Se a linha é reta e o seu deslocamento se faz segundo uma mesma direção (movimento retilíneo), a superfície gerada será uma superfície plana. 4 - FIGURA GEOMÉTRICA Face ao exposto até aqui, pode-se concluir que uma figura geométrica é um conjunto de formas caracterizadas por pontos, linhas e superfícies que se inter- relacionam segundo uma ou mais leis de geração. 5 - ELEMENTOS IMPRÓPRIOS Como foi visto anteriormente, a forma geométrica da reta conduz à exata noção de direção, isto é, uma reta, ou mesmo um segmento de reta, define uma direção. Era de uso corrente admitir-se que duas retas paralelas jamais se encontrariam e, portanto, não existiria ponto comum a ambas. Se observarmos um longo trecho reto de uma estrada de ferro, teremos a nítida impressão de que, ao longe, os trilhos - que são paralelos - se encontram num ponto distante. Um ponto no infinito. A idéia de elementos geométricos situados no infinito introduziu na geometria os chamados elementos impróprios. O conceito hoje adotado estabelece que duas retas paralelas são concorrentes num ponto impróprio, definido apenas pela direção dessas retas. Por extensão, pode-se aceitar que a reta comum a dois planos paralelos é uma reta imprópria. Quando, numa proposição, pelo menos um de seus elementos é impróprio, a forma gerada poderá ser, conforme o caso, própria ou imprópria. No caso da 5ª proposição básica, por exemplo, se um dos pontos é impróprio, a reta, ainda assim, será própria. Já no caso da 8ª proposição básica, se um dos planos é impróprio, o ponto também será impróprio. Tais esclarecimentos permitem-nos observar na 9ª proposição básica que, se o ponto determinado por um plano e uma reta que não lhe pertence for um ponto impróprio, a reta e o plano serão paralelos. Desta forma uma outra proposição decorrente pode ser enunciada: 5º) Para que uma reta seja paralela a um plano, basta que seja paralela a uma reta desse plano. 7 - ÁREAS DE ESTUDO O estudo da Geometria se divide em duas grandes áreas de conhecimento: as geometrias métricas e as geometrias de posição. As geometrias ditas métricas têm por objetivo determinar as dimensões das figuras geométricas estabelecendo os teoremas que irão inter-relacionar as grandezas de seus elementos. Entre as chamadas geometrias métricas destacam-se a Geometria Analítica e a Geometria Diferencial. As geometrias de posição tratam fundamentalmente das formas propriamente ditas das figuras geométricas, sendo por isso também conhecidas como geometrias gráficas. Nesta área destaca-se a Geometria Descritiva (ou Estereografia) - e suas diversas ramificações - que estuda a forma das figuras geométricas através de suas projeções. Se os elementos de uma figura geométrica pertencem a um mesmo plano diz-se que a figura é plana. O estudo de suas propriedades e, conseqüentemente, a resolução de seus problemas se fará, portanto, no plano da figura e, por isso, o estudo geométrico, seja métrico ou gráfico, é típico de uma Geometria Plana. Quando a figura em estudo não é plana, trata-se de uma figura tridimensional, cujas propriedades serão objeto de uma Geometria Espacial. Capítulo II SISTEMAS PROJETIVOS E MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS A idéia de projeção é quase que intuitiva, uma vez que sua ocorrência se dá em diversos segmentos do nosso cotidiano. Trata-se de um fenômeno físico que acontece normalmente na natureza ou que pode ser produzido artificialmente pelo homem. Vejamos os seguintes exemplos: 1º) Ao incidirem sobre uma placa opaca, os raios solares produzem sobre a superfície de um piso claro, uma figura escura que chamamos comumente de sombra. O contorno da sombra nada mais é que a projeção do contorno da placa na superfície do piso. 2º) As imagens que vemos numa tela de cinema são as projeções dos fotogramas contidos na fita de celulóide quando sobre eles incidem os raios luminosos emitidos pela lâmpada do projetor. O Sol, no primeiro exemplo, e a lâmpada do projetor, no segundo, são o que chamamos centros projetivos enquanto que os raios solares e os raios luminosos são chamados raios projetantes. A placa opaca e os fotogramas da fita são as figuras objetivas. O contorno da sombra assim como as imagens produzidas na tela de cinema são figuras projetadas em superfícies de projeção identificadas nos exemplos, respectivamente, na superfície do piso e na tela de cinema. Quando a superfície de projeção é plana dizemos que é um plano de projeção. Em linguagem matemática podemos formalizar a seguinte definição: Projeção é o conjunto de operações geométricas que permite obter a figura formada pelos pontos de interseção dos raios projetantes que partem de um centro projetivo e incidem sobre uma figura do espaço, com uma superfície. Um ponto da figura objetiva e outro da figura projetada são ditos correspondentes quando pertencem a um mesmo raio projetivo. Por conseguinte, podemos concluir que duas figuras são correspondentes quando todos os pontos de ambas as figuras são, respectivamente, correspondentes. Nos exemplos dados, a placa opaca é correspondente a sua sombra, assim como a figura contida num fotograma é correspondente a sua imagem na tela de cinema. 2 - ELEMENTOS DE PROJEÇÃO Seja (O) o ponto do espaço que identifica um centro projetivo e um plano de projeção. Seja (f) a figura objetiva que se quer projetar sobre (π). Os raios projetantes que partem de (O) incidem sobre pontos de (f) formando um feixe de raios que, na realidade, é uma figura geométrica. Tal figura é designada figura projetante e identificada por (f1). Como se pode observar na figura 1, a forma de (f1) depende basicamente da forma de (f) e, assim sendo, podemos estabelecer as seguintes condições: 1º) Se (f) é um ponto, (f1) será uma reta (fig.2a); 2º) Se (f) é uma reta que não contém (O), (f1) será um feixe de retas, portanto uma figura plana (fig.2b); 3º) Se (f) for uma figura plana, dois casos podem ocorrer: a) Se o plano que contém (f) contiver (O), (f1) será também um feixe de retas (fig.2c); b) Se o plano que contém (f) não contiver (O), (f1) será uma figura tridimensional(fig.2d); 4º) Se (f) for uma figura tridimensional, (f1) também o será (fig.2e). 3 - OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS Como complemento do que até aqui foi exposto podemos concluir que o fenômeno projetivo é o resultado de duas operações geométricas consecutivas e independentes: 1º) Projetar (f) de um ponto (O), obtendo (f1); 2º) Cortar (f1) por um plano , obtendo f. A essas operações - “projetar de um ponto" e "cortar por um plano” - chamamos operações fundamentais. 4 - SISTEMAS PROJETIVOS Estudar descritivamente uma figura qualquer do espaço (figura objetiva), é conhecer suas propriedades e resolver seus problemas através de uma ou mais projeções de seus elementos sobre um ou mais planos de projeção. Por razões essencialmente práticas, os centros projetivos serão reduzidos a um ponto e as superfícies de projeção serão sempre planas. O centro projetivo, se próprio ou impróprio, bem como a posição do plano de projeção deverão ser escolhidos em função de (f) que possibilite o estudo completo da figura através das projeções de seus elementos. Nas aplicações práticas, um centro projetivo estará relacionado a somente um plano de projeção, o que não constitui regra. Não é comum projetar uma figura de um mesmo centro projetivo em mais de um plano de projeção, como também não é usual projetar uma figura num plano de projeção utilizando mais de um centro projetivo. Há casos em que a utilização de apenas um conjunto centro projetivo - plano de projeção é suficiente para se resolver qualquer problema relativo à figura objetiva. Outros há, todavia, em que é imperativa a utilização de, pelo menos, dois desses conjuntos. A definição do número de planos de projeção, da posição relativa entre eles, bem como a determinação de cada centro projetivo em função dos planos de projeção, caracterizam um sistema projetivo. 5 - CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS PROJETIVOS Os sistemas projetivos são caracterizados sob os seguintes aspectos: a) Posição do centro projetivo em relação ao plano de projeção; b) Quantidade de planos de projeção. Quanto à posição do centro projetivo, o sistema projetivo pode ser caracterizado por utilizar projeções cônicas ou por projeções cilíndricas. A projeção é cônica quando o centro projetivo é um ponto próprio (fig. 4a) A projeção é cilíndrica quando o centro projetivo é um ponto impróprio (fig. 4b). Num sistema de projeções cilíndricas, ou simplesmente, nas projeções cilíndricas, os raios projetantes são paralelos e, por essa razão, usamos com freqüência a expressão projeções paralelas. As projeções cilíndricas (ou paralelas) podem ser ainda ortogonais ou oblíquas, conforme sejam os raios projetantes, perpendiculares ou oblíquos aos planos de projeção. Usualmente tais projeções são denominadas simplesmente projeções ortogonais e projeções oblíquas, respectivamente. Quanto ao número de planos de projeção utilizados, os sistemas projetivos podem admitir um, dois, três ou mais planos de projeção, conforme sejam necessários. A Geometria Descritiva clássica, idealizada por Gaspar Monge, utiliza dois planos de projeção perpendiculares entre si. Já o Desenho Técnico pode lançar mão de até seis planos de projeção, como se a figura objetiva se situasse no interior de um cubo. Em ambos os sistemas são adotadas projeções ortogonais. 6 - CONVENÇÕES ADOTADAS Objetivando identificar com clareza os elementos que formam as figuras (f)), (f1) e f, serão adotadas as seguintes convenções para representá-las: Ponto: letra latina maiúscula ou algarismo arábico; Reta e Linha: letra latina minúscula; Plano e Superfície: letra grega minúscula. Os elementos objetivos terão sua representação característica envolvida por parênteses. Exemplos: (P): ponto objetivo (r): reta objetiva (α): plano objetivo (AB): segmento retilíneo que liga os pontos (A) e (B) ou reta que passa pelos pontos (A) e (B) r: projeção da reta (r) num plano (π) AB: projeção do segmento (AB) num plano (π) ou projeção da reta que passa pelos pontos (A) e (B) no plano (π) genericamente chamados plano vertical superior (PVS) e plano vertical inferior (PVI), respectivamente. O plano vertical de projeção (π‘) também divide o espaço em dois semi- espaços: um à frente e outro atrás da sua superfície. O plano horizontal de projeção (π), por isso, também fica dividido em dois semi-planos, genericamente chamados plano horizontal anterior (PHA) e plano horizontal posterior (PHP), respectivamente (fig.6). Na realidade, os planos de projeção utilizados neste método, ou seja, (π) e (π‘), em conjunto, dividem o espaço em quatro regiões distintas e limitadas pelos quatro diedros que são formados (fig.7). 1º diedro: região limitada pelo plano vertical superior (PVS) e pelo plano horizontal anterior (PVA). 2º diedro: região limitada pelo plano vertical superior (PVS) e pelo plano horizontal posterior (PHP). 3º diedro: região limitada pelo plano vertical inferior (PVI) e pelo plano horizontal posterior (PHP). 4º diedro: região limitada pelo plano vertical inferior (PVI) e pelo plano horizontal anterior (PHA). 3 – NOTAÇÃO CONVENCIONADA ESPECIFICAMENTE PARA O MÉTODO Objetivando obedecer aos critérios convencionados para as projeções em geral, no método da dupla projeção ortogonal estabeleceram-se as seguintes notações: ELEMENTO CONVENÇÃO ADOTADA EXEMPLOS projeções objetivo horizontal vertical Ponto letra latina maiúscula (1) (P) P P’ Linha(reta ou curva) letra latina minúscula (r) r r’ PHP letra grega π minúscula (π) π - PVP letra grega π minúscula, com tarja (π‘) - π‘ Linha de terra duas letras π, uma com tarja (ππ’) (2) (2) Planos/superfícies letra grega minúscula (α) α (3) α’ (3) Interseções: Entre planos/superfícies letra latina minúscula (i) i i’ Com planos de projeção letras que identificam cada um (απ),(απ’) απ απ’ Notas: (1) Pontos de interseção costumam ser representados, também, por algarismos arábicos; (2) A linha de terra costuma ser representada, na épura, por ππ’, numa de suas extremidades, ou por dois pequenos traços, um em cada extremidade; planos e superfícies, na épura, são normalmente representados pelas projeções de suas interseções com os planos de projeção. 4 – OPERAÇÕES PROJETIVAS NO ESPAÇO Considerando que qualquer figura geométrica, plana ou tridimensional, é, em princípio, um conjunto de pontos, podemos depreender que as operações que se fizerem necessárias para obter as projeções de uma figura são, na verdade, o conjunto das operações necessárias para obter as projeções de cada um dos pontos que definem essa figura. Cabe esclarecer também que, independente da localização da figura num sistema projetivo (1º, 2º, 3º ou 4º diedro), os centros projetivos e o observador mantêm sempre a mesma posição em relação ao conjunto, ou seja: 1º) O centro projetivo (O) ∞ está no semi-espaço acima do plano horizontal de projeção (π); 2º) O centro projetivo (O’) ∞ está localizado no semi-espaço anterior ao plano vertical de projeção (π‘); 3º) O observador está situado no semi-espaço anterior ao plano vertical de projeção, na altura da linha de terra. Assim sendo, para que as projeções sejam vistas pelo observador, os planos de projeção são supostos transparentes. Para entender como funciona o método, vamos imaginar um ponto (P), genérico do espaço, situado, por exemplo, no 1º diedro (fig.8a). Na épura são representados exclusivamente as projeções que definem uma determinada figura, excluindo-se qualquer referência aos elementos desta figura no espaço (elementos objetivos). 2) O segmento que liga P' a P é denominado linha de chamada e é, como pode ser percebido, perpendicular à linha de terra. 3) A linha de terra, em épura, pode ser indicada por ππ' ou LT em uma de suas extremidades, pelas letras x e y, uma em cada extremidade, ou - como é mais comum - por dois pequenos traços, conforme mostrado na figura 10b. 4) O ponto P0 será indicado somente quando necessário. Na épura, a cota do ponto (P) é medida diretamente pela distância de P' à LT. De forma análoga, o afastamento de (P) é medido pela distância de P à LT. 1.5 - CONVENÇÃO DE SINAIS Um ponto pode estar localizado em qualquer dos quatro diedros. Para sabermos exatamente em qual, foram estabelecidas convenções de sinais para cotas e afastamentos que permitem resolver esse problema. Assim sendo, foi estabelecido que: • São positivas as cotas dos pontos localizados acima do plano vertical de projeção e negativas as cotas dos pontos localizados abaixo; • São positivos os afastamentos dos pontos anteriores ao plano vertical de projeção e negativos os afastamentos dos pontos posteriores. Resumindo, teremos: 1º diedro 2º diedro 3ºdiedro 4º diedro cota + + - - afastamento + - - + 7 – COORDENADAS DESCRITIVAS DO PONTO O conhecimento da cota e do afastamento de um ponto determinam com precisão as distâncias do ponto aos planos de projeção (π) e (π‘). Se, numa mesma épura, for necessário representar as projeções de vários pontos ou de pontos distintos que tenham afastamentos e/ou cotas iguais e de mesmo sinal, torna-se importante conhecer a posição relativa entre eles no espaço. A posição de cada ponto fica facilmente determinada pela distância da linha de chamada de cada um dos pontos a um ponto fixo da linha de terra. Tal distância é chamada abcissa do ponto e pode ser positiva ou negativa conforme a linha de chamada esteja à direita ou à esquerda desse ponto fixo da linha de terra que é definido como origem das abcissas, designada por O o . Normalmente são usadas apenas abcissas positivas. Na figura 11, são mostradas as épuras dos pontos (M), (N), (P) e (Q), utilizando uma mesma linha de terra. Teremos, então: d(O o ,M o ): abcissa de (M) d(O o ,N o ): abcissa de (N) d(O o ,P o ): abcissa de (P) d(O o ,Q o ): abcissa de (Q) Como a abcissa, o afastamento e a cota medem distâncias, são dimensões representadas por números reis e designadas, nessa ordem, as coordenadas descritivas do ponto. Assim sendo, um ponto genérico (P), do espaço, fica perfeitamente caracterizado quando se conhecem suas coordenadas descritivas (figs. 12-a e b). A representação é feita da seguinte forma: (P): (x; y; z), onde: (P): ponto objetivo x : abcissa de (P), d (O o , P o ) y : afastamento de (P), d (P,P o ) 2.3 - PONTOS NO 4º DIEDRO Quando um ponto (P) está situado no 4º diedro, sua projeção horizontal P está sobre o plano horizontal anterior (PHA) e a projeção vertical, P', sobre o plano vertical inferior (PVI). Quando o plano (π) gira em torno da linha de terra no sentido horário, até coincidir com (π‘), percebe-se que, tanto a projeção horizontal P, quanto a projeção vertical P', situam-se abaixo da linha de terra (figs.15-a e b). Tal como foi observado no estudo do 2º diedro, as projeções dos pontos localizados neste diedro situar-se-ão, em épura, abaixo da linha de terra, o que pode misturar as projeções dos elementos de uma figura mais complexa, tornando extremamente complicado o seu entendimento. Por isso, projeções no 4º diedro devem, também, ser evitadas. 3 – PONTOS EM POSIÇÕES ESPECIAIS 3.1 - PONTOS NO PLANO (π) Quando um ponto pertence ao plano (π), em qualquer circunstância, sua cota é nula, uma vez que a distância de (P) ao plano (π), que mede a sua cota, é nula. Se o ponto está no semi-espaço anterior a (π‘), seu afastamento é positivo (fig.16-a). No semi-espaço posterior a (π‘), o afastamento do ponto é negativo (fig.16-b). 1.6 - PONTOS NO PLANO (π‘) Quando um ponto pertence ao plano (π‘), em qualquer circunstância, seu afastamento é nulo, uma vez que a distância de (P) ao plano (π‘), que mede o seu afastamento, é nula. Se o ponto está no semi-espaço superior a (π), sua cota é positiva (fig. 17a). No semi-espaço inferior a (π), a cota do ponto é negativa (fig.17b). 1.7 - PONTOS NA LINHA DE TERRA Quando um ponto pertence à linha de terra, tanto sua cota quanto seu afastamento são nulos, uma vez que são nulas suas distâncias aos planos de projeção, (π) e (π‘). Em épura, suas projeções são coincidentes e situam-se sobre a própria linha de terra (fig.18). Capítulo V ESTUDO DESCRITIVO DA RETA 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS Os princípios básicos da Geometria estabelecem que: 1) Uma reta é constituída de infinitos pontos 2) Dois pontos são suficientes para determinar uma reta A primeira das proposições acima permite-nos concluir que a projeção de uma reta nada mais é do que a projeção dos seus infinitos pontos. Pelo que estabelece a segunda proposição, se dois pontos são suficientes para determinar uma reta, suas projeções determinam as projeções desta reta (figs 19 a, b, c e d). 3.2 - RETAS PARALELAS Quando duas - ou mais - retas são ditas paralelas, o ponto de concurso entre ambas é necessariamente impróprio. Isto significa dizer que tais retas têm a mesma direção. Podemos concluir então que, quando duas - ou mais - retas são paralelas, suas projeções de mesmo nome são, também, paralelas. Nas figuras 23a,b e c, as retas representadas pelos pares, (l) e (m), (r) e (s) e (t) e (u), são paralelas. Por outro lado, podemos constatar, na fig.23d, que as retas (u) e (v) não são paralelas, porque as projeções de mesmo nome das retas não são paralelas. 4 – TRAÇOS DA RETA Quando uma reta intercepta uma outra reta, ou mesmo um plano, chama-se traço da reta ao ponto de interseção dessa reta com outra, ou ainda, dessa reta com o plano. Quando uma reta intercepta o plano horizontal de projeção, o traço horizontal da reta é o seu ponto que tem cota nula. Quando a reta intercepta o plano vertical de projeção, o traço vertical da reta é o seu ponto que tem afastamento nulo. Em épura, o traço horizontal de uma reta - designado por (H) - tem sua projeção vertical H' sobre a linha de terra. O traço vertical - designado por (V) - tem sua projeção horizontal V sobre a linha de terra (fig.24). FIG24 Na figura 26 são mostrados alguns exemplos de projeções de segmentos divididos por pontos em razões conhecidas. 4 – PROJEÇÕES DE RETAS NUM ÚNICO PLANO Em relação a um único plano de projeção, um segmento pode estar: I - paralelo II - perpendicular III - oblíquo Seja (AB) um segmento retilíneo de extremidades (A) e (B), pertencente a uma reta (r), e (π), o plano de projeção considerado. O comportamento das projeções do segmento (AB) em cada um destes casos é o que será visto a seguir. 4.1 – SEGMENTO DE RETA PARALELA AO PLANO DE PROJEÇÃO Projetando ortogonalmente os pontos (A) e (B) no plano (π), são determinados os pontos A e B, respectivamente. O segmento AB será, portanto, a projeção ortogonal de (AB) no plano (π) (fig. 27). Como (AB) é paralelo a (π), a distância de A’ a (π) é igual à distância de (B) a (π). Logo, teremos: [5] (A)A = (B)B O quadrilátero de vértices (A), (B), B e A é um retângulo o que permite afirmar que: [6] AB = (AB) Podemos concluir, então, que: Quando um segmento de uma reta (reta objetiva) é paralelo a um plano, sua projeção ortogonal neste plano é outro segmento, de comprimento igual ao do segmento real, ou seja, esta projeção está em verdadeira grandeza. 4.2 – SEGMENTO DE RETA PERPENDICULAR AO PLANO DE PROJEÇÃO Projetando ortogonalmente os pontos (A) e (B) no plano (π), as projeções de ambos reduzir-se-ão a um único ponto, uma vez que o raio projetante que passa por (A) é o mesmo raio que passa por (B) fig 28). Logo, teremos: [7] A ≡ B Podemos concluir, então, que: Quando um segmento de uma reta (reta objetiva) é perpendicular a um plano, sua projeção ortogonal neste plano reduz-se a um ponto, ou seja, as projeções de todos os seus pontos são coincidentes. 4.3 – SEGMENTO DE RETA OBLÍQUA AO PLANO DE PROJEÇÃO Projetando ortogonalmente os pontos (A) e (B) no plano (π), são determinados os pontos (A) e (B). O segmento AB será, portanto, a projeção ortogonal de (AB) no plano (π) (fig. 29). Nestas condições a reta pode estar: I - perpendicular ao plano horizontal (π) e paralelo ao plano vertical (π’) II - perpendicular ao plano vertical (π’) e paralelo ao plano horizontal (π) Em ambos os casos têm-se: [12] x (A) = x (B) 5.2.1 RETA PERPENDICULAR AO PLANO HORIZONTAL DE PROJEÇÃO (π) Seja (AB) um segmento pertencente a uma reta (v) Observa-se nas figuras 31-a e b que: a) sua projeção horizontal reduz-se a um ponto [13] A ≡ B ≡ v b) todos os seus pontos possuem o mesmo afastamento [14] y(A) = y(B) c) sua projeção vertical está em verdadeira grandeza [15] A’B’ = (AB) Podemos concluir, então que: Quando uma reta é perpendicular ao plano horizontal de projeção (π) é, necessariamente, paralelo ao plano vertical (π’) e ainda: a) sua projeção horizontal fica reduzida a um ponto; b) a projeção vertical de qualquer de seus segmentos é também um segmento, perpendicular à linha de terra cujo comprimento está em verdadeira grandeza. Uma reta com estas características é chamada reta vertical 5.2.2 – RETA PERPENDICULAR AO PLANO VERTICAL DE PROJEÇÃO (π’) Seja (AB) um segmento pertencente a uma reta (t). Observa-se, agora, nas figuras 32-a e b que: a) sua projeção vertical fica reduzida a um ponto: [15] A’ ≡ B’ b) todos os seus pontos possuem a mesma cota: [16] z (A) = z (B) c) sua projeção horizontal está em verdadeira grandeza: [17] AB = (AB) Neste caso podemos concluir, então, que: Quando uma reta é perpendicular ao plano vertical de projeção (π’) é, necessariamente, paralelo ao plano horizontal (π) e ainda: a) sua projeção vertical fica reduzida a um ponto; b) a projeção horizontal de qualquer de seus segmentos é, também um segmento, perpendicular à linha de terra cujo comprimento está em verdadeira grandeza. Uma reta com estas características é chamada reta de topo. 5.3 – RETA PARALELA A UM DOS PLANOS DE PROJEÇÃO Sabe-se que, quando um segmento é paralelo a um plano, sua projeção ortogonal neste plano representa a verdadeira grandeza do segmento. Num sistema de dupla projeção ortogonal, se uma reta for paralela a um dos planos de projeção, em relação ao outro plano, esta mesma reta pode estar: I - paralela II - perpendicular III - oblíqua As posições referentes aos incisos I e II já foram vistas, respectivamente, em 5.1 e 5.2. Na terceira hipótese, a reta pode estar: I) paralela ao plano horizontal (π) e oblíqua ao plano vertical (π’) ou II) paralela ao plano vertical (π’) e oblíqua ao plano horizontal (π). 5.3.1 – RETA PARALELA AO PLANO HORIZONTAL DE PROJEÇÃO (π) Seja (AB) um segmento pertencente a uma reta (h). Observa-se nas figuras 33a e b que: a) todos os seus pontos possuem a mesma cota: Nas figuras 35a e b, observamos que, em ambos os casos, tem-se obrigatoriamente: [27] y(A) ≠ y(B) [28] z(A) ≠ z(B) Como foi visto anteriormente [8], quando um segmento é oblíquo a um plano, sua projeção ortogonal neste plano é outro segmento, menor que o segmento que lhe deu origem. Num sistema de dupla projeção ortogonal podemos também concluir que: [29] AB ≠ (AB) [30] A’B’ ≠ (AB) Em casos particulares podemos ter: [31] AB = A’B’ 6.1 – RETA ORTOGONAL À LINHA DE TERRA Seja (AB) um segmento pertencente a uma reta (p). Nas figuras 36a e b, observamos que: [32] x(A) = x(B) Em casos particularíssimos, a reta pode ser perpendicular à linha de terra e, nesta condição, tem-se: [33] (H) ≡ (V), ou ainda: [34] H ≡ H’ ≡ V ≡ V’ Uma reta com estas características é chamada reta de perfil. 6.2 – RETA OBLÍQUA À LINHA DE TERRA As figuras 37 a e b mostram épuras de retas oblíquas à linha de terra. Uma reta com estas características é chamada simplesmente reta qualquer ou reta genérica. CAPÍTULO VII VERDADEIRA GRANDEZA DE SEGMENTOS DE RETA 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS Foi visto anteriormente que segmentos de retas oblíquas a um plano projetam-se ortogonalmente neste plano segundo outro segmento, menor que lhe deu origem, não representando, portanto, o seu comprimento real. Em outras palavras, esta projeção não está em verdadeira grandeza [8]. Tratando-se de um segmento de reta oblíquo simultaneamente aos dois planos de um sistema de dupla projeção ortogonal, em ambos os planos a projeção do segmento está em sua verdadeira grandeza [29] e [30]. Por outro lado, foi visto também que, segmentos de retas paralelas a um plano projetam-se neste plano em verdadeira grandeza [6]. Logo, para determinar a verdadeira grandeza de um segmento de reta oblíqua aos dois planos de um sistema de dupla projeção ortogonal bastará que, por métodos descritivos de transformação, o segmento fique paralelo – ou até coincidente – com um dos planos do sistema ou de outro que possa ser criado a partir do sistema original. Assim, podemos adotar os seguintes métodos alternativos: I - planos auxiliares de projeção II - rotações em torno de eixos retilíneos pré-determinados Seja, então, um segmento (AB), do qual se conhecem suas projeções e que seja necessário conhecer sua verdadeira grandeza (fig. 38).
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