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radiologia industrial , Trabalhos de Radiologia

Trabalho sobre Radiologia Industrial

Tipologia: Trabalhos

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Baixe radiologia industrial e outras Trabalhos em PDF para Radiologia, somente na Docsity! Iniciação à Radiologia Industrial Ed. Mar. / 2006 Prof. Ricardo Andreucci Curso de Extensão RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 1 ÍNDICE / CONTEÚDO Mar./ 2006 CAPÍTULOS 1- A importância da Radiologia industrial como ferramenta da qualidade 2 - A Radiografia Industrial • Capacitação dos técnicos em radiografia industrial • Equipamentos para Radiografia Industrial • Filmes radiográficos industriais e seu Processamento • Aspectos Geométricos da Exposição • Avaliação da Qualidade da Imagem • Técnicas Radiográficas • Interpretação radiográfica • A Radioscopia Industrial 3 - Irradiação Industrial de Grande Porte • A Radiologia no Controle e Preservação de Alimentos • O Processo de Esterilização por Irradiação 4 - Os Medidores Nucleares 5 - Aspectos de segurança e proteção radiológica industrial Tabelas üteis Bibliografia Notas do Autor Esta apostila foi preparada de forma a sevir como um guia básico de consulta e para que o aluno tenha os principais elementos necessários da radiologia industrial aplicada nos mais diversos segmentos da indústria moderna. O Curso de Iniciação à Radiologia Industrial, no ambito do Curso de Extensão Universitária, tem como objetivo instruir os alunos quanto às principais aplicações da radiologia industrial como ferramenta no controle da qualidade de produtos e componentes destinados às indústrias petroquímicas, de alimentos, automobilísticas, geração de energia e aeronáutica, técnicas analíticas e segurança, familiarizando-os com os procedimentos radiológicos mais aplicáveis nestas áreas tecnológicas, abrindo perspectivas profissionais ao técnico e tecnólogo em radiologia. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 4 QUESTÕES PARA ESTUDO: Questões sobre o Sistema da Qualidade - ISO-9001 aplicado à Radiologia Industrial 1. O que significa "processo" no sistema da qualidade ? Cite dois exemplos. 2. O que significa "condições controladas " na ISO-9001 ? De um exemplo. 3. Onde resultados de processos não podem ser plenamente verificados através de inspeção e ensaio subsequente do serviço e onde as deficiências de processamento podem se tornar aparentes somente depois que o serviço estiver pronto, estes processos são definidos como especiais. Que requisitos os técnicos de processos especiais devem atender ? 4. O que significa o termo "Qualidade" ? 5. O que você entendeu por ensaios não destrutivos ( END ) ? 6. A radiografia industrial é considerado um processo especial segundo a ISO-9001 ? Porque ? 7. Cite a principal vantagem da radiografia industrial quando comparada com outras técnicas ? 8. Em que circunstâncias um ensaio radiográfico de um componente industrial é requerido ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 5 CAPÍTULO 2 A RADIOGRAFIA INDUSTRIAL Qualificação dos Técnicos e Tecnólogos em Radiografia Industrial Atualmente no Brasil não contamos com escolas de radiologia de formação ou graduação de técnicos na área industrial. São empresas, associações, representantes de equipamentos que ministram treinamentos dos técnicos, geralmente com carga horária de 40 a 80 horas/aula. Em razão dessa lacuna, a ABENDE - Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos, vem implantando, desde 1981, o Sistema Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal em END - SNQC/END, o qual conta com o interesse e efetiva participação de diversas empresas representativas dos vários segmentos da indústria nacional. O SNQC/END foi oficialmente implantado em 1989, com a criação através de Assembléia Geral, do Conselho de Certificação, órgão que estabelece as diretrizes do Sistema. Além deste, foram também constituídos o Bureau de Certificação, órgão executivo do Sistema e os Comitês Setoriais de Certificação. É um sistema de abrangência nacional que estabelece critérios e define sistemáticas, em conformidade com requisitos nacionais e internacionais, para a Qualificação e Certificação de Pessoal . Foi estabelecido com o objetivo de harmonizar os diversos sistemas nacionais existentes, segundo as necessidades da realidade e da cultura brasileira, além de refletir conformidade com as principais normas nacionais e internacionais. BUREAU COMITÊS SETORIAIS C.E.Q nível 1 e 2 Empresa ou autônomo CONSELHO DE CERTIFICAÇÃO C.E.Q nível 1 e 2 C.E.Q nível 1 e 2 Nível 3 Fluxograma de Operação do SNQC O fluxograma acima descreve como um técnico deve fazer para ser qualificado e certificado na técnica não destrutiva. Em geral o técnico pode ser um autônomo ou pertencente a uma empresa que encaminha ao Bureau de certificação sua documentação básica que é: • Certificado de treinamento específico na área; • Certificado de escolaridade de ensino médio; • Evidência de experiência no método; • Certificado de exame de vista; • Certificação pelo CNEN em radioproteção , para a técnica de radiografia O Bureau examina os documentos e caso aprovado ele é encaminhado a um dos Centro de Exames de Qualificação - CEQ para ser examinado. Os exames compreendem uma parte escrita e uma parte prática. Caso ele seja aprovado receberá um certificado de qualificação da ABENDE Nível 1 , 2 ou 3, reconhecido pelo mercado nacional. Os CEQ's, são os órgãos que aplicam, sob supervisão direta do Bureau de Certificação, os exames de qualificação aos candidatos à certificação em END, sendo reconhecidos pelo Sistema Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal em Ensaio Não Destrutivos- SNQC/END, através do Conselho de Certificação. A Qualificação é a comprovação e verificações formais de características e habilidades, comprovadas segundo procedimentos escritos e com resultados documentados, que permitem a um indivíduo exercer determinadas tarefas como profissional. A Certificação é o testemunho formal de uma qualificação, através da emissão de um certificado, permitindo ao indivíduo exercer as funções e atribuições previamente estabelecidas, expedido por um organismo autorizado. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 6 Qualificação pela CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear Uma diferença clara sob o ponto de vista profissional, é que os técnicos de radiologia na indústria precisam ser qualificados em proteção radiológica, o que não é requerido na área médica. Essa qualificação consisti em um treinamento formal em radioproteção ministrado por uma entidade ou especialista com carga horária de 80 horas, para técnicos operadores de equipamentos de radiação ionizante usados na indústria. Após a fase de treinamento, o técnico se inscreve no exame nacional aplicado pelo CNEN em todo Brasil. Caso seja aprovado, receberá um certificado emitido pela Autoridade Competente - CNEN. A principal norma que descreve as atividades do técnico em radiografia industrial está no documento do CNEN NN-6.04 . As normas da CNEN poderão ser obtidas gratuitamente através do website www.cnen.gov.br RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 9 Corte transversal do ânodo, na ampola de Raios X Para obter-se imagens com nitidez máxima, as dimensões do foco óptico devem ser as menores possíveis. As especificações de aparelhos geralmente mencionam as dimensões do foco óptico, que podem variar de 3 a 4 mm. O calor que acompanha a formação de Raios X é considerável, e portanto é necessário especial atenção aos sistemas e métodos para refrigerar o ânodo. Esta refrigeração pode ser feita de diversas maneiras: a) Refrigeração por irradiação: Neste caso o bloco de tungstênio, que compõe o alvo, se aquece e o calor se irradia pelo ânodo. O calor em excesso é resfriado por circulação de óleo ou gás ao redor da ampola. Os aparelhos de baixa tensão no tubo podem ser resfriados por ventiladores. b) Refrigeração externa por circulação forçada de água: A refrigeração é limitada, principalmente se o aparelho for operado continuamente, exposto ao sol. Neste caso, a circulação de água por uma serpentina interna à unidade geradora, é eficaz, permitindo o uso do aparelho por longos períodos de uso. Unidade Geradora, Painel de Comando Os equipamentos de Raios X industriais se dividem geralmente em dois componentes: o painel de controle e o cabeçote, ou unidade geradora. O painel de controle consiste em uma caixa onde estão alojados todos os controles, indicadores, chaves e medidores, além de conter todo o equipamento do circuito gerador de alta voltagem. E através do painel de controle que se fazem os ajustes de voltagem e amperagem, além de comando de acionamento do aparelho. Na ulnidade geradora está alojada a ampola e os dispositivos de refrigeração. A conexão entre o painel de controle e o cabeçote se faz através de cabos especiais de alta tensão. As principais características de um equipamento de Raios X são: a - tensão e corrente elétrica máxima; b - tamanho do ponto focal e tipo de feixe de radiação (direcional ou panorâmico); c - peso e tamanho; Esses dados determinam a capacidade de operação do equipamento, pois estão diretamente ligados ao que o equipamento pode ou não fazer. Isso se deve ao fato dessas grandezas determinarem as características da radiação gerada no equipamento. A tensão se refere à diferença de potencial entre o ânodo e o cátodo e é expressa em quilovolts (kV). A corrente elétrica se refere à corrente elétrica no tubo e é expressa em miliamperes (mA). Outro dado importante se refere à forma geométrica do ânodo no tubo. Quando em forma plana, e angulada, propicia um feixe de radiação direcional, e quando em forma de cone, propicia um feixe de radiação panorâmico, isto é, irradiação a 360 graus, com abertura determinada. Os equipamentos considerados portáteis, com tensões até 400 kV, possuem peso em torno de 40 a 80 kg, dependendo do modelo. Os modelos de tubos refrigerados a gás são mais leves ao contrário dos refrigerados a óleo. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 10 Raios X industrial, de até 300 kV Inspeção radiográfica de soldas em tubos O conceito de intensidade de radiação se refere à “quantidade” de Raios X produzidos, ou, de uma forma mais correta ao número de “fótons” emitidos. Quando aumentamos a corrente do filamento fazemos com que ele se aqueça mais, liberando um número maior de elétrons. Isso fará com que ocorra um aumento na intensidade da radiação gerada, sem implicar em aumento na qualidade dessa mesma radiação. Em outras palavras, nós conseguimos aumentar a intensidade sem aumentar a energia do feixe de radiação. De uma forma prática podemos dizer que a qualidade da radiação (energia) se relaciona com a capacidade de penetração nos materiais, enquanto que a intensidade está intimamente ligada com o tempo de exposição. Equipamentos de Raios X panorâmico para radiografia de componentes circulares. Acessórios do Aparelho de Raios X Cabos de energia: O aparelho de Raios X composto pela mesa de comando e unidade geradora, são ligadas entre si através do cabo de energia. A distância entre a unidade geradora e a mesa de comando deve ser tal que o operador esteja protegido no momento da operação dos controles, segundo as normas básicas de segurança. Para tanto os fabricantes de aparelhos de Raios X fornecem cabos de ligação com comprimento de 20 a 30 metros dependendo da potência máxima do tubo gerador. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 11 Blindagem de Proteção : O início da operação do aparelho deve ser feita com aquecimento lento do tubo de Raios X, conforme as recomendações do fabricante. Neste processo o operador deve utilizar as cintas ou blindagens especiais que são colocadas na região de saída da radiação, sobre a carcaça da unidade geradora. Este acessório fornecido pelo fabricante permite maior segurança durante o procedimento de aquecimento do aparelho. Guia Básico de Aplicação dos Raios X em função da espessura de aço a ser radiografada Tensão Faixa de Espessura 150 kV de 5 até 15 mm 250 kV de 5 até 40 mm 400 kV de 5 até 65 mm 1 Mev de 5 até 90 mm 2 Mev de 5 até 250 mm 4 Mev de 5 até 300 mm Aceleradores Lineares O aceleradores lineares são aparelhos similares aos aparelhos de Raios X convencionais com a diferença que os elétrons são acelerados por meio de uma onda elétrica de alta freqüência, adquirindo altas velocidades ao longo de um tubo retilíneo. Os elétrons ao se chocarem com o alvo, transformam a energia cinética adquirida em calor e Raios X com altas energias cujo valor dependerá da aplicação. Para uso industrial em geral são usados aparelhos capazes de gerar Raios X com energia máxima de 4 Mev. Os aceleradores lineares são aparelhos destinados a inspeção de componentes com espessuras acima de 100 mm de aço. As vantagens do uso desses equipamentos de grande porte, são: • foco de dimensões reduzidas (menor que 2 mm) • tempo de exposição reduzido • maior rendimento na conversão em Raios X A foto ao lado representa uma unidade de comando de um aparelho de Raios X industrial moderno. O painel, digital, resume uma série de informações técnicas sobre a exposição, tais como distância fonte-filme, tensão no tubo, corrente elétrica, tempo de exposição. As informações no display poderá ser memorizada e recuperada quando necessário. Foto extraída do catálogo da Seifert Acelerador linear industrial, para radiografias de peças com espessuras acima de 100 mm de aço. Projetado para produzir um feixe de radiação de 4 Mev, com ponto focal bastante reduzido. Foto extraída do catálogo da Varian. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 14 Características Físicas dos Irradiadores Gama: Os irradiadores gama são equipamentos dotados de partes mecânicas que permitem expor com segurança a fonte radioativa. A principal parte do irradiador é a blindagem interna , que permite proteção ao operador a níveis aceitáveis para o trabalho, porém com risco de exposição radiológica se armazenado em locais não adequados ou protegidos. O que mais diferencia um tipo de irradiador de outro são os dispositivos usados para se expor a fonte. Esses dispositivos podem ser mecânicos, com acionamento manual ou elétrico, ou pneumático. A única característica que apresentam em comum é o fato de permitirem ao operador trabalhar sempre a uma distância segura da fonte, sem se expor ao feixe direto de radiação. Os irradiadores gama são construídos através de rígidos controles e testes estabelecidos por normas internacionais, pois o mesmo deve suportar choques mecânicos, incêndio e inundação sem que a sua estrutura e blindagem sofram rupturas capazes de deixar vazar radiação em qualquer ponto mais do que os máximos exigidos. Aparelho para gamagrafia industrial, projetado para operação com capacidade máxima de 100 Ci de Ir-192. O transito interno da fonte no interior da blindagem é feita no canal em forma de "S " Irradiador gama específico para fontes radiativas de Selênio-75 usadas em radiografia industrial. Caracteriza-se por ser muito leve, por outro lado as fontes de Se-75 são importadas, ao contráriom das de Ir-192 que são fornecidas pelo IPEN. Foto extraída do catálogo da Sauerwein RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 15 EXEMPLO DE UMA TABELA DE DECAIMENTO RADIOATIVO PARA UMA FONTE DE Ir-192 INDUSTRIAL PRODUZIDA NO IPEN/SP Aparelho de gamagrafia industrial projetado para operação com capacidade máxima de 130 Ci de Ir- 192. O canal interno de trânsito da fonte é do tipo de canal reto. Peso 30 kg RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 16 EXEMPLO DE UM CERTIFICADO DE FONTE SELADA PARA USO INDUSTRIAL A documentação mencionada nas tabelas anteriores são muito importantes para os técnicos que operam os equipamentos. A tabela de decaimento radioativo é importante do ponto de vista da radioproteção e para controle e cálculo do tempo de exposição do filme radiográfico. O certificado da fonte comprova o tamanho do ponto focal da fonte, assim como os testes realizados que garantem a segurança na operação. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 19 20.Uma fonte de Ir-192 com 17 discos com espessura individual de 0,25 mm e diâmetro de 2,7 mm , qual o tamanho efetivo desta fonte ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 20 Filmes radiográficos industriais, Processamento e Exposição Os filmes radiográficos são compostos de uma emulsão e uma base. A emulsão consiste em uma camada muito fina (espessura de 0,025 mm) de gelatina, que contém, dispersos em seu interior, um grande número de minúsculos cristais de brometo de prata. A emulsão é colocada sobre um suporte, denominado base, que é feito geralmente de um derivado de celulose, transparente e de cor levemente azulada. Uma característica dos filmes radiográficos é que, ao contrário dos filmes fotográficos, eles possuem a emulsão em ambos os lados da base. Os cristais de brometo de prata, presentes na emulsão, possuem a propriedade de, quando atingidos pela radiação ou luz, tornarem-se susceptíveis de reagir com produto químico denominado revelador. O revelador atua sobre esses cristais provocando uma reação de redução que resulta em prata metálica negra. Os locais do filme, atingidos por uma quantidade maior de radiação apresentarão, após a ação do revelador, um número maior de grãos negros que regiões atingidas por radiação de menor intensidade, dessa forma, quando vistos sob a ação de uma fonte de luz, os filmes apresentarão áreas mais escuras e mais claras que irão compor a imagem do objeto radiografado. Estrutura de um filme radiográfico Granulação A imagem nos filmes radiográficos é formada por uma série de partículas muito pequenas de sais de prata, os quais não visíveis a olho nu. Entretanto, essas partículas se unem em massas relativamente grandes que podem ser vistas pelo olho humano ou com auxílio de pequeno aumento. Esse agrupamento das partículas de sais de prata da emulsão cria uma impressão chamada de “Granulação”. Todos os filmes apresentam o fenômeno de granulação. Por possuírem grãos maiores, os filmes mais rápidos apresentam uma granulação mais acentuadas que os filmes lentos. A granulação, além de ser característica de cada filme, também sofre uma influência da qualidade da radiação que atinge o filme. Portanto, podemos afirmar que a granulação de um filme aumenta quando aumenta a qualidade da radiação. Por essa razão os filmes com grãos mais finos são recomendados quando se empregam fontes de alta energia (Raios X da ordem de milhões de volts). Quando usados com exposição longa, esses filmes também podem ser empregados com raios gama. Os filmes radiográficos industriais são fabricados nas dimensões padrões de 3.1/2” x 17” ou 4.1/2” x 17” ou 14” x 17” . Outras dimensões e formatos podem ser encontrados em outros países da Europa e EUA Ampliação dos grãos de um filme radiográfico ainda não processado. (foto extraída do Livro da Kodak) RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 21 Densidade Óptica A imagem formada no filme radiográfico possui áreas claras e escuras evidenciando um certo grau de enegrecimento que denominamos de Densidade. Matematicamente expressamos a densidade como sendo logaritmo da razão entre a intensidade de luz visível que incide no filme e a intensidade que é transmitida e visualmente observada. Io D = log ----- I onde Io = intensidade de luz incidente I = intensidade de luz transmitida Pela relação acima concluímos que quanto maior for densidade, mais escuro será o filme. Velocidade Antes de introduzirmos o conceito de velocidade é preciso definir o que entendemos por exposição. É uma medida da quantidade de radiação que atinge um filme. Ela é representada pelo produto da intensidade da radiação pelo tempo que o filme fica exposto. É evidente, portanto, quanto maior a exposição a que submetemos um filme, maior a densidade que esse filme atinge. Se submetemos dois filmes diferentes a uma mesma exposição, notaremos que as densidades obtidas nos dois filmes serão diferentes. Ou seja, com uma mesma exposição, um filme apresenta maior rapidez com que um filme atinge determinada densidade, quando comparado com um outro filme. Portanto, um filme rápido necessita de menor tempo de exposição para atingir uma determinada densidade, que num outro filme, mais lento. Ou ainda, se um filme rápido e um filme lento forem submetidos a uma exposição idêntica, o filme rápido atingirá uma densidade maior. A velocidade é uma característica própria de cada filme. Ela depende, principalmente, do tamanho dos cristais de prata presentes na emulsão. Quanto maior o tamanho dos cristais mais rápido é o filme. É claro que uma imagem formada por grãos de grandes dimensões é mais grosseira, ou seja, menos nítida, que uma imagem formada por grãos menores. Portanto, quanto mais rápido o filme, menos nítida será a imagem formada por ele. Os filmes de grande velocidade podem ser utilizados em radiografias de peças com grandes espessuras que exigiria um tempo de exposição incompatível com a produtividade, quando utilizado filmes mais lentos. Curva Característica dos Filmes Industriais A curva característica de um filme, também chamada de curva sensitométrica ou curva H e D (Hurter-Driffield) relaciona a exposição dada a um filme com a densidade resultante. Através das curvas características podemos comparar qualitativamente filmes diferentes, e ainda estabelecer critérios para corrigir densidades obtidas para uma dada exposição. As curvas são em geral fornecidas pelo fabricante do filme e são obtidas mediante a exposições sucessivas do filme, tendo suas densidades medidas em cada exposição. Os valores são plotados num gráfico de densidades em função do logaritmo da exposição relativa. A densidade óptica é avaliada através do densitômetro eletronico (ver foto ao lado) calibrado por uma fita densitométrica padrão, com certificado rastreável ao NIST - National Institute of Technologie, RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 24 5 - Revelação Quando imergimos um filme exposto no tanque contendo o revelador, esta solução age sobre os cristais de brometo de prata metálica, por ação do revelador. Esta seletividade está na capacidade de discriminar os grãos expostos dos não expostos. Devido a fatores eletroquímicos as moléculas dos agentes reveladores atingem os cristais, que ficam como que revestidos. Os cristais, que são constituídos de íons, ganham elétrons do agente revelador, que se combinam com o íon “Ag + ”, neutralizando-o, tornando “Ag metálica”. Essa reação química provoca uma degradação progressiva do revelador que é lentamente oxidado pelo uso e pelo meio ambiente. A visibilidade da imagem e consequentemente o contraste, a densidade de fundo e a definição, dependem do tipo de revelador usado, do tempo de revelação e da temperatura do revelador. Desta forma, o controle tempo- temperatura é de fundamental importância para se obter uma radiografia de boa qualidade. A revelação deve ser feita com agitação permanente do filme no revelador, afim de que se obtenha uma distribuição homogênea do líquido em ambos os lados da emulsão, evitando-se a sedimentação do brometo e outros sais que podem provocar manchas susceptíveis de mascarar possíveis descontinuidades. Em princípio, o revelador deveria somente reduzir os cristais de haletos de prata que sofrem exposição durante a formação da imagem latente. Na realidade, os outros cristais, embora lentamente, também sofrem redução. Chama-se “Véu de fundo” o enegrecimento geral resultante, que deve ser sempre mínimo para otimizar a qualidade da imagem radiográfica. 5 – Revelação 6 – Agitar os Filmes 7 – Deixar escorrer 8 – Banho de Parada 6- Os filmes devem ser agitados na solução reveladora para que não haja formação de bolhas grudadas no filme que possam causar falta de ação do revelador nestes pontos, formando assim um ponto claro. 7 – Deixar escorrer por alguns segundos o filmes. 8 - Banho Interruptor ou Banho de Parada. Quando o filme é removido da solução de revelação, uma parte revelador fica em contato com ambas as faces do filme, fazendo dessa forma que a reação de revelação continue. O banho interruptor tem então, a função de interromper esta reação a partir da remoção do revelador residual, evitando assim uma revelação desigual e prevenindo ainda a ocorrência de manchas no filme. Portanto, antes de se transferir o filme do tanque de revelação para o de fixação, deve-se usar o tanque do banho interruptor, agitando-o durante mais ou menos 40 segundos. O banho interruptor pode ser composto, na sua mistura, de água com ácido acético ou ácido glacial. Neste último caso, deve-se ter cuidado especial, prevendo-se uma ventilação adequada e evitando-se tocá-lo com as mãos. Quando se fizer a mistura com água e não ao contrário, pois poderá respingar sobre as mãos e face causando queimaduras. O banho interruptor perde o seu efeito com o uso e deve ser sempre substituído. Uma solução nova do banho interruptor é de cor amarela e quando vista sob a luz de segurança é quase incolor. Quando a cor se modifica para azul púrpura que aparece escuro sob a iluminação de segurança, a solução deve ser trocada. Geralmente 20 litros, de banho de parada são suficientes para se revelar 400 filmes de 3 ½ x 17 pol. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 25 9- Fixação Após o banho interruptor, o filme é colocado em um terceiro tanque, que contém uma solução chamada de “fixador”. A função da fixação é remover o brometo de prata das porções não expostas do filme, sem afetar os que foram expostos à radiação. O fixador tem também a função de endurecer a emulsão gelatinosa, permitindo a secagem ao ar aquecido. O intervalo do tempo entre o início da fixação até o desaparecimento da coloração amarelo-esbranquiçada que se forma sobre o filme, é chamada de tempo de ajuste ou tempo de definição (clearing time). Durante este tempo o fixador estará dissolvendo o haleto de prata não revelado. Este tempo, é em geral o dobro do tempo de clareamento. O tempo de fixação normalmente não deve exceder a 15 minutos. Os filmes devem ser agitados quando colocados no revelador durante pelo menos 2 minutos, a fim de que tenhamos uma ação uniforme dos químicos. O fixador deve ser mantido a uma temperatura igual ao do revelador, ou seja, cerca de 20 graus Celsius. Os fixadores são comercialmente fornecidos em forma de pó ou líquido e a solução é formada através da adição de água de acordo com as instruções dos fornecedores. 10 - Lavagem dos Filmes. Após a fixação, os filmes seguem para o processo de lavagem para remover o fixador da emulsão. O filme é imergido em água corrente de modo que toda superfície fique em contato constante com a água corrente. O tanque de lavagem deve ser suficientemente grande para conter os filmes que passam pelo processo de revelação e fixação, sendo que devemos prever uma vazão de água de de maneira que o volume do tanque seja de 4 a 8 vezes renovado a cada hora. Cada filme deve ser lavado por um período de aproximadamente 30 minutos. Quando se imergem as colgaduras carregadas no banho de lavagem, deve ser adotado um procedimento tal que se as mesmas sejam primeiramente colocadas próximas ao dreno de saída (água mais suja) e sua posição vá mudando o tempo de lavagem de maneira que se termine o banho o mais próximo possível da região de entrada da água, onde a mesma se encontra mais limpa. 9 – Fixação 10- Lavagem com água 11- Distensor 12 - Secagem A temperatura da água no tanque de lavagem é um fator muito importante. Os melhores resultados são obtidos com a temperatura por volta de 20 graus centígrados. Se tivermos altos valores para a mesma, poderemos causar efeitos danosos ao filme, assim como valores baixos poderão reduzir a eficiência. 11 - Além das etapas acima relatadas, é aconselhável, após a lavagem passar os filmes durante mais ou menos 30 segundos, por um quinto banho que tem a finalidade de quebrar a tensão superficial da água, facilitando desta maneira, a secagem e evitando que pequenas gotas de água fiquem presas á emulsão, o que iria acarretar manchas nos filmes depois de secos. 12 - Antes do filme ser colocado no secador, deve-se dependurar as colgaduras em um escorredor por cerca de 2 a 3 minutos. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 26 Resumo dos Requistos para Processamento Manual Faese do Processamento Revelação Banho de Parada Fixação Lavagem Final Agente Umectante Secagem Composição ou tipo da solução G 127 (ver nota 2) 30 ml de ácido acético glacial por litro de água G 321 (ver nota 2) Água Corrente 0,25% em vol. de Agepon (ver nota 2) estufa Tempo do Banho Temp. (C ) Tempo(min.) 18 ............. 6 20 ............. 5 22 ............. 4 24 ............. 3,5 26 ............. 3 de 30 a 60 segundos No mínimo 2 vezes o tempo de clareamento (ver nota 1) A temperatura do fixador deve ser a mesma que a do revelador 20 minutos 2 minutos ar frio por 30 min. + ar quente por 15 min. Notas: 1. Durante o uso, cada dia, a solução fixadora deve ser verificada antes de iniciar a revelaçãoatravés do tempo de clareamento, que é o intervalo de tempo entre a colocação do filme na solução fixadora e o desaparecimento do amarelado original do filme. Se o tempo de clareamento exceder a 2,5 min. Então a solução fixadora deve ser trocada ou restaurada de acordo com as recomendações do fabricante. 2. As soluções químicas devem ser trocadas e/ou restauradas de acordo com as recomendações do fabricante. Processamento Automático Este sistema de processamento químico e mecânico é utilizado quando há grande volume de trabalho, pois só assim torna-se econômico. O processamento é inteiramente automático sendo que o manuseio só é utilizada para carregamento e descarregamento de filmes. O ciclo de processamento é inferior a 15 minutos. Quando adequadamente mantido e operado, este equipamento produz radiografia de alta qualidade. A alta velocidade de processamento torna-se possível pelo uso de soluções químicas especiais, contínua agitação dos filmes, manutenção da temperatura das soluções e secagem por jatos de ar aquecido. Processadora Automática típica para filmes radiográficos. (Foto extraída do catálogo da AGFA) RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 29 (1) (2) Fator de Exposição para Selênio-75 e Irídio-192, para aços carbono Existem outras formas de calcular o tempo de exposição para fontes radioativas, utilizando as curvas de exposição Curies-hora x Espessura de Aço, nessas curvas figuram várias retas representando diferentes densidades radiográficas e elas só podem ser realmente eficientes quando forem obedecidas as condições de revelação, de telas intensificadoras e tipo de filme. Quando for muito pequena ou muito grande a distância fonte-filme utilizada na construção da curva de exposição pode-se alterá-la levando em conta a lei do inverso do quadrado da distância. Para a determinação de um tempo de exposição é necessário, primeiramente a espessura da peça a ensaiar. A seguir, escolhe-se a fonte radioativa e o filme mais apropriado para esse isótopo. Determina-se a atividade da fonte radioativa na hora do ensaio e fixa-se a distância fonte-filme. A seguir, determina-se o tempo de exposição. Pode ocorrer, e na prática de fato ocorre muitas vezes, que o tempo de exposição calculado não é adequado porque o fabricante mudou as características de seus filmes, ou porque elas variam em função dos parâmetros e variáveis de processamento. Em qualquer desses casos, só a experiência prática ensinará introduzir modificações oportunas. Filme : Classe 1 Fonte: (1) Selelium -75 (2) Irídio-192 Densidade: 2,0 Ecrans: de Pb Revelação: 8 min. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 30 Fator de Exposição para Co-60 , para aços carbono Curvas de exposição para radiografia O primeiro fator a ser determinado em uma exposição com Raios X, é a voltagem (energia) a ser usada. Essa voltagem deverá ser suficiente para assegurar ao feixe de radiação energia suficiente para atravessar o material a ser inspecionado. Por outro lado, uma energia muito alta irá causar uma diminuição no contraste do objeto, diminuindo a sensibilidade da radiografia. De forma a tornar compatíveis esses dois fatores, foram elaborados gráficos que mostram a máxima voltagem a ser usada para cada espessura de um dado material. É muito importante lembrar que, como materiais diferentes absorvem quantidades diferentes de radiação, existem gráficos para cada tipo de material a ser radiografado. É importante notar que cada gráfico fixa uma série de fatores como segue: - material inspecionado - tipo e espessura das telas - densidade óptica do filme - distância do foco-filme - tipo de filme usado - tempo e temperatura de revelação do filme Se qualquer um desses fatores for alterado, o gráfico perderá a sua validade, fornecendo resultados imprecisos. Outro fator importante, é que esses gráficos somente são válidos, para um determinado aparelho e modelo. Normalmente, os aparelhos de Raios X, são fornecidos com uma série de gráficos que permitem a sua utilização em uma vasta gama de situações. A escolha da corrente elétricae ou do tempo de exposição, prende-se à capacidade do aparelho, usando-se o que for mais conveniente. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 31 Relação Tempo - Distância O tempo de exposição requerido para uma certa radiografia, é diretamente proporcional ao quadrado da distância. Matematicamente podemos descrever: T(1) [ D(1) ] 2 ------- = ---------- T(2) [ D(2) ] 2 Exemplo: Uma boa radiografia é obtida com uma distância foco-filme de 30 cm e tempo de exposição de 10 min.. Se alterarmos para 24 cm a distância foco-filme , qual a mudança necessária no tempo de exposição ? temos que: T(1) = 10 min D(1) = 30 cm T(2) = ? D(2) = 24 cm portanto: 10 [ 30 ] 2 ------- = -------- , T(2) = 6,4 minutos T(2) [ 24 ] 2 O cálculo do tempo de exposição de filmes para aparelhos de Raios-X pode ser calculado com auxílio do gráfico fornecido pelo fabricante do aparelho. Curva de Exposição para Raios X , direcional, para aços carbono RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 34 11. Cite 2 tipos de filmes comerciais de alta definição ? 12. No processamento manual dos filmes radiográficos, o tempo de revelação é dependente de quais fatores ? 13. Como é feita a monitoração das densidades dos filmes produzidos ? 14.Se um filme radiográfico Kodak AA-400 apresentou uma densidade de 1,5 sendo que o requerido é 2,5. Qual o fator que deve ser multiplicado ao tempo de exposição para corrigi-lo ? 15. Como é definido o contraste radiográfico ? 16. Como atuam as telas intensificadoras de imagem de chumbo (ecran) ? 17. Porque a imagem produzida pelas telas fluorescentes não possuem boa definição ? 18. O que é véu de fundo (fog level) ? 19. Qual dos filmes industriais abaixo que possui menor velocidade de exposição ? a) Kodak AA-400 b) Agfa Gevaert D7 c) Dupont NDT 65 d) Fuji 100 e) Dupont NDT 70 20.Como pode ser controlada a radiação retroespalhada na radiografia industrial ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 35 Aspectos Geométricos da Exposição Suponhamos uma fonte emissora de radiação com diâmetro F, muito pequeno, que pode, para efeitos didáticos, ser considerado um ponto. Neste caso, colocando-se um objeto entre o foco puntiforme e um filme radiográfico teríamos uma imagem muito nítida. Se aumentarmos o diâmetro do foco para o valor F e o aproximarmos do objeto, obteremos uma imagem no filme (depois de revelado) com uma zona de penumbra, perdendo essa imagem muito da sua nitidez (definição) . Na prática, deve-se levar em conta que a fonte radioativa possui dimensões compreendidas entre 1 mm e 7 mm de tamanho, dependendo da natureza e atividade do radioisótopo . Quando a distância fonte-filme for muito pequena, para efeito de cálculo de penumbra, é impossível considera-la como um ponto. A ampliação é problema de geometria ,e a nitidez ou definição é função da fonte emissora de radiação e da posição do material situado entre a fonte e o filme. Quando a fonte possui diâmetro considerável ou está muito próxima do material, a sombra ou imagem não é bem definida. A forma de imagem poderá ser diferente da que tem o material se o ângulo do plano do material variar em relação aos raios incidentes, produzindo neste caso uma distorção da imagem. Para obtenção de imagens bem definidas ou próximas ao tamanho do objeto, devemos ter: • o diâmetro da fonte emissora de radiação deve ser o menor possível; • a fonte emissora deve estar posicionada o mais afastado possível do material a ensaiar; • o filme radiográfico deve estar mais próximo do material; • o feixe de radiação deve se aproximar o mais possível, da perpendicularidade em relação ao filme; • o plano do material e o plano do filme devem ser paralelos. A distorção da imagem não pode ser totalmente eliminada em virtude dos formatos complicados das peças e dos ângulos de que se dispõem para a realização do ensaio radiográfico. Por isso, geralmente as normas de inspeção radiográfica recomenda somente inspecionar peças com geometria simples, como junta soldada de topo e peças com espessura uniforme, para tornar mais fácil o controle da penumbra geométrica. O valor máximo da penumbra geométrica é recomendado por norma ou código de fabricação da peça a ser inspecionada. No entanto quando a penumbra é excessiva, outros parâmetros da qualidade da imagem também serão prejudicados. fonte objeto penumbra Distância fonte-peça t= espessura F Dff=distância fonte filme (P) Disposição Geométrica entre fonte-filme-objeto. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 36 Cálculo da Penumbra e Distância Mínima Fonte-Filme (Dff) A distancia fonte-objeto ( D) pode ser calculada pela seguinte expressão: F x t D = ---------- Ug onde: Ug = penumbra geométrica F = dimensão do ponto focal t = espessura do objeto D = distância da fonte ao objeto. Assim : Dff = D + t Referência Código ASME Sec. V Artigo 2 Sobreposição A inspeção radiográfica de objetos planos, tal como juntas soldadas de topo a serem radiografadas totalmente, requerem cuidados especiais quanto a distância fonte-filme, pois nesses casos se essa distância for muito pequena seções da solda poderão não ser inspecionadas no seu volume total. A sobreposição deverá ser comprovada através do uso de marcadores de posição que são letras ou números de chumbo fixados na superfície da peça , do lado da fonte de radiação, sempre que possível, e que serão projetados no filme radiográfico quando da exposição. A imagem dos marcadores poderão serem vistos como imagem no filme, evidenciando a sobreposição requerida. Quando o objeto radiografado for plano ou quando a distância fonte-filme for menor que o raio de curvatura da peça, a sobreposição deverá ser calculada pela fórmula: C x e S = --------- + 6 mm Dff onde: S = Sobreposição (mm) C = Comprimento do filme (mm) e = Espessura da peça (mm) Dff =Distância fonte-filme (mm) Tabela de Penumbra Máxima Aceitável Espessura do material polegadas (mm) Valor máx. da penumbra polegadas (mm) abaixo de 2 (51 mm) 0,020 (0,508 mm) de 2 até 3 (76 mm) 0,030 (0,76 mm) acima de 3 até 4 (102mm) 0,040 (1,02 mm) maior que 4 (102 mm) 0,070 (1,78 mm) RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 39 A S T M 1 A 0 1 1 (0,0032”) 2 (0,004”) 3 (0,005”) 4 (0,0063”) 5 (0,008”) 6 (0,010”) A S T M 1 B 0 3 6 (0,010”) 7 (0,013”) 8 (0,016”) 9 (0,020”) 10 (0,025”) 11 (0,032”) A S T M 1 C 1 0 11 (0,032”) 12 (0,040”) 13 (0,050”) 14 (0,063”) 15 (0,080”) 16 (0,100”) Alguns tipos mais usados de IQI's ASME ou ASTM tipo fios, para aço carbono. Os números indicam os diâmetros dos fios em polegadas, as letras "A", "B" e "C" identificam o conjunto de fios ou o próprio IQI Seleção do IQI ASME / ASTM em função da Espessura do Material Espessura do material IQI – Tipo Furos e Tipo Fios Lado Fonte Lado Filme (mm) (pol.) Nº Furo essencial Arame essencial* Nº Furo essencial* Arame essencial 6,4 0.25 12 2T 5 10 2T 4 > 6,4 ≤ 9,5 >0.25 ≤ 0.375 15 2T 6 12 2T 5 >9,5 ≤ 12,7 >0.375 ≤ 0.50 17 2T 7 15 2T 6 >12,7 ≤ 19,0 >0.50 ≤ 0.75 20 2T 8 17 2T 7 >19,0 ≤ 25,4 >0.75 ≤ 1.00 25 2T 9 20 2T 8 >25,4 ≤ 38,1 >1.00 ≤ 1.50 30 2T 10 25 2T 9 >38,1 ≤ 50,8 >1.50 ≤ 2.00 35 2T 11 30 2T 10 >50,8 < 63,5 > 2,00 < 2,50 40 2T 12 35 2T 11 >63,5 < 101,6 >2,50 < 4,00 50 2T 13 40 2T 12 >101,6 < 152,4 >4,00 < 6,00 60 2T 14 50 2T 13 Fonte: Código ASME Sec. V , Artigo 2 , Tab. T-276 Uso do IQI ASTM tipo fios, numa junta soldada RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 40 Localização e Posicionamento dos IQI's Sempre que possível, o IQI deverá ser colocado no lado da peça, voltado para a fonte. Caso isso não seja possível, o IQI poderá ser colocado no lado voltado para o filme, sendo nesse caso acompanhado de uma letra “F”, de chumbo. Apenas um IQI é geralmente usado para cada radiografia se variações de espessura provocarem uma variação de - 15 % ou + 30% da densidade vista através do corpo do IQI tipo furos ou adjacente ao fio essencial, na área de interesse de uma radiografia, será necessária colocação de um IQI adicional para cada área excepcional , conforme recomenda o Código ASME Sec.V Artigo 2. Em radiografia de componentes cilíndricos (tubos, por exemplo) em que são expostos mais de um filme por sua vez, deverá ser colocado um IQI por radiografia. Apenas no caso de exposições panorâmicas, em que todo o comprimento de uma junta circunferencial é radiografado com uma única exposição, é permitida a colocação de três IQI igualmente espaçados. A disposição em círculo de uma série de peças iguais, radiografadas simultaneamente, não é considerada como panorâmica para efeito de colocação de IQI, sendo necessário que a imagem do mesmo apareça em cada uma das radiografias. Quando porções de solda longitudinal forem radiografadas simultaneamente com a solda circuferencial, IQI adicionais devem ser colocados nas soldas longitudinais, em suas extremidades mais afastadas da fonte. Para componentes esféricos, onde a fonte é posicionada no centro do componente e mais de um filme é exposto simultaneamente deverão ser usados, pelo menos 3 IQI’s, igualmente espaçados, para cada 360 graus de solda circunferencial mais um IQI adicional para cada outro cordão de solda inspecionado simultaneamente. Controle da Radiação Retroespalhada ou Retroespalhamento Quando abordamos a interação da radiação com a matéria vimos que o espalhamento é inerente ao processo de absorção da radiação. São radiações de pequena energia que emergem da peça em direção aleatória. Qualquer material, tal como, o objeto, o chão, as paredes ou outros materiais que recebem o feixe direto de radiação, são fontes de radiação espalhada ou dispersa. A radiação espalhada é também função da espessura do material radiografado, constituindo a maior porcentagem do total de radiação que atinge o filme, nas radiografias de materiais espessos. Como exemplo, podemos afirmar que ao se radiografar uma peça de aço de mm de espessura, a radiação espalhada que emana da peça é quase duas vezes mais intensa que a radiação primária que atinge o filme. A radiação espalhada, portanto, é um fator importante, que produz uma sensível diminuição no contraste do objeto. As telas intensificadoras de chumbo diminuem sensivelmente o efeito das radiações espalhadas, particularmente aquelas que atingem o filme e que possuem baixas energias. Esse efeito contribui para a máxima clareza de detalhes na radiografia. O uso de fonte de radiação com altas energias, propicia não somente o aparecimento das radiações dispersas na peça, como também as radiações retroespalhadas, que da mesma forma empobrecem com a imagem no filme. As radiações retroespalhadas podem ser atenuadas com o uso das telas traseiras, ou filtros que são lâminas de materiais absorvedores (cobre, alumínio, chumbo), dispostos de modo a proteger o filme. Para que exista um controle das radiações retroespalhadas pelo operador, este deve fixar na parte trazeira do chassis, uma letra “B” de chumbo. Caso as radiações retroespalhadas sejam muito intensa, a letra “B” será fortemente projetada na imagem do filme, aparecendo como uma imagem clara no filme, indicando que radiações atingiram o filme por detrás. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 41 Radiação Retro-espalhada A radiação retroespalhada reduz a nitidez da imagem radiográfica, pois elas enegrecem o filme sem contribuir para em nada para melhoria da qualidade. Se o filme foi atingido pela radiaçào retroespalhada ele deve ser repetido, tomando cuidado para aumentar as blindagens necessárias. QUESTÕES PARA ESTUDO: Assunto: Indicadores da Qualidade da Imagem - IQI 1. Para que é usado os Indicadores da Qualidade da Imagem IQI ? 2. Se numa radiografia, o técnico não conseguir visualizar o furo ou fio essencial do IQI, neste caso o que o técnico deve fazer ? 3. Qual o IQI tipo furos que deverá ser selecionado para radiografar uma junta soldada com espessura de 25,4 mm? Qual o furo essencial a ser visualizado na imagem radiográfica do IQI ? 4. Numa determinada técnica radiográfica de uma peça com espessura de 38 mm, o IQI foi posicionado junto ao filme. Qual deveria ser o IQI tipo furos a ser selecionado para esta radiografia ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 44 Técnica de Parede Dupla Vista Dupla (PDVD) Neste caso o feixe de radiação proveniente da fonte, também atravessa duas espessuras, entretanto projetará no filme a imagem de duas seções da peça, e serão objetos de interesse. Nesta técnica o cálculo do tempo de exposição deve ser levado em conta as duas espessuras das paredes que serão atravessadas pela radiação. A técnica de parede dupla e vista dupla (PDVD) é freqüentemente usada para inspeção de juntas soldadas em tubulações com diâmetros menores que 3.½ polegadas (89 mm). Arranjo radiográfico na técnica PD-VD A seleção do IQI nesta técnica segue o mesmo critério geral, ou seja, deve ser selecionado em função da espssura de uma única parede do tudo. O posicionamento deve ser feito sobre o tubo, voltado para a fonte. Radiografia de um tubo pela técnica PD-VD RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 45 QUESTÕES PARA ESTUDO: Assunto: Identificar as técnicas de exposição radiográfica para a indústria 1. Do que consiste a técnica de exposição de parede dupla - vista simples (PD-VS), e em que situação ela pode ser empregada ? 2. Do que consiste a técnica de exposição de parede dupla - vista dupla (PD-VD), e em que situação ela pode ser empregada ? 3. Na técnica PD-VD , como é posicionado o IQI ? 4. Na técnica PD-VS qual a espessura que deve ser levada em conta para o cálculo do tempo de exposição ? 5. Na técnica de PD-VS qual a espessura que deve ser levada em conta para a seleção do IQI ? 6. Na técnica panorâmica , como devem ser posicionados os IQI's "? 7. Para que serve o cálculo da sobreposição ? 8. Uma peça plana com espessura de 35 mm deverá ser radiografada totalmente usando filmes com comprimento de 430 mm e distância fonte-filme de 400 mm. Qual a sobreposição (S) necessária para cada lado do filme ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 46 9. Para que serve os marcadores de posição ? 10. Como deve ser fixado os marcadores de posição ? 11. Numa solda longitudinal , de espessura 60 mm, com comprimento 2,5 m , quantos filmes de 430 mm de comprimento serão necessários para radiografar 100%, se a distância fonte-filme for 500 mm ? 12. Uma solda circunferencial , com diâmetro de 2300 mm , será radiografada 100% pela técnica panorâmica . Quantos filmes de 430 mm serão necessários, se a sobreposição escolhida foi de 20 mm para cada lado do filme ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 49 QUESTÕES PARA ESTUDO: Assunto: Nos desenhos abaixo, identifique os defeitos nas juntas soldadas e desenhe a imagem radiográfica provável do defeito apresentado. 1 Terminologia:........................... ................................................ 2 Terminologia:........................... ................................................ 3 Terminologia:........................... ................................................ 4 Terminologia:........................... ................................................ RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 50 5 Terminologia:........................... ................................................ 6 Terminologia:........................... ................................................ RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 51 A Radioscopia Industrial A radioscopia, é um meio usado para se detectar a radiação que emerge da peça, numa tela fluorescente. As telas fluorescentes se baseiam no princípio que determinados sais (tungstato de cálcio, por exemplo ), possuem a propriedade de emitir luz em intensidade mais ou menos proporcional à intensidade de radiação que incide sobre eles . A radiação é emitida de um tubo de raios X, colocado no interior de um gabinete blindado, atravessando a peça e indo atingir uma tela fluorescente. Este, por sua vez, transforma as intensidades de radiação que emergem da peça em luz de diferentes intensidades, formando na tela a imagem da peça. Essa imagem, refletida em um espelho , é examinada pelo inspetor, a procura de possíveis defeitos. A radioscopia é usada principalmente, no exame de pequenas peças, com espessura baixa. Sua grande vantagem reside na rapidez do ensaio e no seu baixo custo. Em contrapartida, apresenta duas limitações importantes: • Não é possível se inspecionar peças de grande espessura ou de alto número atômico, pois nesse caso a intensidade dos Raios X não seria suficientemente alta para produzir uma imagem clara sobre a tela fluorescente. • Devido às características próprias das telas fluorescentes e à baixa distância foco-tela, usada, a qualidade de imagem na fluoroscopia não é tão boa quanto a da radiografia. • A radioscopia, com imagem visualizada diretamente na tela fluorescente, não fornece um registro que documente o ensaio executado, tão pouco permite a localização precisa na peça das áreas que contém descontinuidades inaceitáveis. Como foi descrito acima, a observação da imagem pelo inspetor é feita diretamente na tela fluorescente, ou por reflexão num espelho. Entretanto tal procedimento pode muitas vezes ser perigoso para o operador, pois o mesmo leva muitas horas para a inspeção de componentes de fabricação seriada, principalmente, sendo obrigatório nesses casos a sua substituição após um período de trabalho. Sistema de radioscopia conven- cional, utilizando um aparelho de Raios X , o sistema de suporte da peça e a tela que forma a imagem radioscópica. (Foto extraída do filme “X Ray Technology- Seifert , cedido por RAIMECK) Tela radioscópica Raios X RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 54 A Técnica da Radiografia Digital O método radiográfico usando a técnica digital consisti hoje na indústria moderna um relevante avanço nessa área tecnológica. O método é realizado mediante o uso de um aparelho de raios X ou gama convencional, e ao invés do filme tradicional, uma placa de captura da imagem digital que registra a imagem diretamente no monitor de um computador, podendo ser guardada na forma de um arquivo eletronico para posterior análise. Isso significa que a necessidade da camara escura deixou de existir, assim como a presença do técnico responsável pelo laudo, junto ao serviço de radiografia. A interpretação da imagem poderá ser feito à distância, mediante o envio do arquivo eletronico por e-mail, para o laudo final. Técnica de radiografia digital em uma solda de tubulação. Na foto do meio, a placa digitalizadora da imagem, gira ao redor da solda, por um guia fixado no tubo. Esta técnica é a que tem mais se destacada na indústria em razão da segurança radiológica que ela proporciona, menores doses são requeridas para a produção da imagem. No entanto os custos elevados dos equipamentos fazem dessa tecnologia viável para poucas empresas. As radiografias mostradas abaixo são exemplos de como a técnica digital pode melhorar o nível de detalhamento das imagens, a partir dos programas de computador (sofware) específicos para essa atividade. A radiografia superior trata-se de uma imagem convencional e a radiografia abaixo é a mesma imagem tratada digitalmente. Observe a nitidez desta última. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 55 Tomografia Industrial A tomografia industrial também pode ser considerada como um método de inspeção não destrutiva que não utiliza o filme radiográfico para registro dos resultados, assim como na radioscopia convencional. Nesta técnica , a peça é exposta a um feixe estreito de Raios X giratório que atravessa a peça em vários planos , projetando sua imagem processada por computador, num monitor. Este processo é feito por um complexo sistema que permite visualizar a imagem de uma peça em 3D e permite separar por planos ou camadas a peça. FDD FOD attenuation image tube testing sample flat panel detector data acquisition and 3-dimensional volume reconstruction digital signal monitor image monitor reconstruction computer Esquema do Sistema de Inspeção por Tomografia Industrial ( figuras extraídas da publicação GE - The X-Ray Inspection - Vol. 7) Point shaped source rectangular volume elements x y z Cone beam Object Rotation- axis Flat detector Circular- scanning Princípio da formação da imagem Tomográfica. A tomografia industrial não é uma técnica comumente empregada na indústria. No Brasil, ainda é estudada na forma de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, mas os resultados são animadores e deverá estar disponível para aplicação em larga escala . RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 56 A seqüência abaixo mostra uma carcaça de bomba de alumínio, inspecionada por tomografia. A figura a seguir mostra a projeção no plano da imagem da peça e à direita o defeito interno. Sequencia a seguir é a imagem volumétrica tomográfica da mesma peça usando Raios X de 225 kV e 1,5 mA, de uma caixa de bomba de Alumínio, mostrando na imagem 1 a peça inteira e na imagem 2 o corte tomográfico indicando por um círculo a presença de um defeito interno. Imagem 1 – Visualização completa Imagem 2 – Visualização em corte. Observe o defeito ( Imagens extraídas do filme “3D Computed Tomography “ produzido pela Seifert ) RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 59 A análise das imagens produzidas pelo equipamento de radioscopia podem ser bastante sofisticadas, gerando imagens em 3 D, conforme mostrado abaixo. Para cada contaminante não aceitável, é destacado como um sinal identificável e nítido na imagem radioscópica. A possibilidade da inspeção dos produtos embalados, representa uma vantagem muito grande em comparação com outros processos. Observe a caixa de um alimento contendo 2 doces, 1 suco, 3 hot-dogs, 3 frituras, e as marcas retangulares mostrando as contaminações detectadas. 3 hot-dogs, um contaminado 3 frituras 2 doces (contendo contaminates) fio metálico 2 mm de metal no feijão 3mm de osso na carne 2mm de osso na carne 1mm de metal na batata 1mm de metal no môlho da carne suco com preenchimento mínimo de +10 %, aprovado RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 60 A Irradiação de Alimentos e sua Preservação O Conceito de Dose Absorvida: Quando a matéria é atravessada por qualquer forma de radiação ionizante, pares de íons são produzidos e átomos e moléculas são excitados, havendo absorção de parte dessa energia transferida. Estes pares de íons podem ter energia suficiente para produzir novas ionizações e excitações. Estas ionizações são as responsáveis pelos efeitos biológicos das radiações. A Dose devida à exposição à radiação eletromagnética, elétrons, alfa, nêutrons, é definida como sendo a energia absorvida ou transferida por unidade de massa do produto ou objeto irradiado. Assim, a unidade de medida é ergs / g ou Joule / kg. Na unidade usual a dose absorvida é o Gray (Gy) . 1 J / kg = 1 Gray (Gy) A título de exemplo, para uma massa de 1 g de água , exposta a 2,58 x 10-4 C/kg (1 R) de radiação X ou Gama, a dose absorvida será de aproximadamente 9,3 mGy ( 0,93 rads ). Como curiosidade, podemos citar que uma dose absorvida de 10 kGy por 1 g de água equivale à energia calorífera requerida para aumentar a temperatura de 2,4 0C, por outro lado para elevarmos a temperatura de 1 g de gelo de zero até 20 0C serão necessários 42 kGy. A unidade de dose de radiação “Gray” é muito importante para o controle da exposição dos alimentos, assim como os efeitos que isso pode causar. Os Tipos de Contaminantes, Bactérias e Patogenias mais Comuns nos Alimentos A Salmonela As Salmonelas são bactérias Gram-negativas e constituem um gênero extremamente heterogêneo, composto por duas espécies, Salmonella bongori e S. enterica, essa última possuindo quase 2000 sorotipos. Dentre os de maior importância para a saúde humana destacam-se Salmonella enterica sorotipo Typhi (S. typhi), que causa infecções sistêmicas e febre tifóide – doença endêmica em muitos países em desenvolvimento – e Salmonella enterica sorotipo Typhimurium (S. typhimurium), um dos agentes causadores das gastroenterites. A Salmonela é transmitida ao homem através da ingestão de alimentos contaminados com fezes animais. Os alimentos contaminados apresentam aparência e cheiro normais e a maioria deles é de origem animal, como carne de gado, galinha, ovos e leite. Entretanto, todos os alimentos, inclusive vegetais,, podem tornar-se contaminados. É muito freqüente a contaminação de alimentos crus de origem animal. Nas unidades antigas a dose era medida em rads , que valia: 1 rad = 100 ergs/g ou seja 1 Gy = 100 rads RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 61 Por ser um patógeno intracelular, S. enterica tem sido um dos organismos preferidos pelos microbiologistas moleculares para identificar e elucidar fatores de virulência bacterianos. Nos últimos anos, acumulam-se informações sobre os mecanismos de interação e patogenia da Salmonella com as células hospedeiras. Esse conhecimento se deve principalmente à grande similaridade dessa bactéria com a Escherichia coli, permitindo a utilização de instrumentos e técnicas em genética já desenvolvidos e conhecidos. Muitos trabalhos já comprovaram a habilidade de linhagens vivas atenuadas de Salmonella em induzir potente resposta imunológica, celular e humoral, após vacinação. Além disso, já foram estabelecidos alguns sistemas eficientes para a produção heteróloga de proteínas em Salmonella. Isto torna particularmente atrativo o uso dessas bactérias como sistemas de administração de antígenos de diversos patógenos como vírus, bactérias e parasitos, proporcionando uma base para o desenvolvimento de novas vacinas. Bactéria do gênero Salmonella vista por microscopia eletrônica. (www.uea.ac.uk/.../images/ large/salmonella.jpg) Clostrídios A bactéria responsável por esse tipo de intoxicação alimentar, o Clostridium prefringes, pode se permanecer ativa durante o cozimento dos alimentos. Os pratos à base de carne, como os ensopados e as tortas, por exemplo, são particularmente suscetíveis ao ataque desses germes. Essas bactérias, que estão presentes no ar, na poeira e no chão, disseminadas pelas moscas, são indestrutíveis e sobrevivem à fervura durante horas seguidas. Em temperatura abaixo de 20ºC, ou acima de 60ºC, elas se mantém inativas. Porém, entre esses dois limites, elas se multiplicam rapidamente, contaminando o alimento é mantido aquecido durante várias horas após o cozimento, quando, quando ele é esfriado lentamente e em seguida não obtém uma refrigeração adequada ou quando ele é requentado durante vários dias seguidos. Os sintomas desse tipo de intoxicação surgem em geral entre 12 e 24 horas após a ingestão do alimento contaminado. Na maioria dos casos, o paciente tem fortes e persistentes does abdominais seguidas de diarréia,. Entretanto, a temperatura permanece normal e é rara a ocorrência de vômitos. Embora a pessoa se sinta bastante indisposta durante todo o tempo em que os sintomas persistirem, eles desaparecem depois de um ou dois dias. Se os sintomas continuarem presentes por mais tempo, é possível que o problema tenha uma causa completamente diferente. Estafilococos O Staphylococus aureus, um microorganismo que causa uma outra forma muito comum de intoxicação alimentar, geralmente está presente na superfície da pele, principalmente em torno do nariz, e também em certas infecções cutâneas, tais como cortes sépticos, espinhas e furúnculos. Um corte infeccionado na mão ou no braço de uma dona de casa que prepara uma refeição para sua família, por exemplo, pode contaminar os alimentos se eles não forem cozidos a uma temperatura de 60ºC ou mais durante no mínimo meia hora. Se os alimentos contaminados por esta bactéria forem ingeridos crus ou parcialmente cozidos, eles podem provocar uma intoxicação alimentar que, na verdade, não é causada pela própria bactéria, mas sim pela toxina que ela produz. Os alimentos comumente relacionados com esse tipo de intoxicação são presunto, língua, carnes defumadas (os conservantes usados nesses alimentos, infelizmente não eliminam as bactérias), pasta de carne, maionese, sorvetes, confeitos e doces industrializados. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 64 A irradiação pode impedir a multiplicação de microrganismos que causam a deterioração do alimento, tais como bactérias e fungos, pela alteração de sua estrutura molecular, como também inibir a maturação de algumas frutas (veja a foto abaixo à direita) e legumes, através de alterações no processo fisiológico dos tecidos da planta. Cebolas irradiadas há seis meses (direita) Banana Irradiada Banana não irradiada e cebolas não i rradiadas (esquerda) (fotos extraídas do website do CENA) Princípios da Irradiação O tratamento de alimentos através da radiação gama para redução de contagem microbiana e preservação, já é um método conhecido e aprovado pela legislação brasileira desde 1985. A irradiação de alimentos é um método efetivo para destruir bactérias tais como: E.Coli, Sallmonella, Listeria e outras. Tal método só é possível com o uso de fontes de radiação com alta intensidade, tais como o Cobalto-60 com atividades de milhares de Curies que porporciona altas doses de radiação em poucos minutos de exposição, necessária para a redução dos organismos microbiológicos. O processo de irradiação é influenciado pela temperatura, umidade e tensão de oxigênio do meio, assim como pelo estado físico do material a ser irradiado. Por este motivo, para cada produto a ser irradiado são estabelecidos procedimentos específicos, inclusive diferentes doses de radiação. Métodos de Irradiação Os principais alimentos irradiados são: Especiarias, Condimentos, Ervas, Carnes, Frangos, Frutas secas, Peixes, Vegetais. Os alimentos são irradiados embalados, sem o contato manual. Desenho esquemático do sistema de irradiação – extraída do website CTMSP RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 65 Podemos reunir em três grupos os principais processos de irradiação de alimentos: Radurização, Radicidação e Radapertização., conforme segue: Radurização Neste método se usa dose baixas (em média de 50 a 1 kGy ) com a finalidade de inibir brotamentos (batata, cebola, alho,etc), retardar o período de maturação (frutas) e de deterioração fúngica de frutas e hortaliças (morango, tomate, etc) e controle de infestação por insetos e ácaros (cereais, farinhas, frutas, etc). Radicidação ou radiopasteurização Neste método se usa doses intermediárias (de 1 a 10 kGy) com o fim de pasteurizar sucos, retardar a deterioração de carnes frescas, controle de Salmonella em produtos avícolas, etc. Radapertização ou esterilização comercial Neste método se usa doses elevadas (10 a 70 kGy) na esterilização de carnes, dietas e outros produtos processados. Filé e peito de peru embalados foram irradiados pela Símbolo internacional dos Produtos Irradiados NASA (EUA) para alimentação de astronautas denominado “Radura” Níveis de Doses e Tratamentos de Principais Alimentos Tipo de Alimento Dose Absorvida ( kGy) Resultado e Efeitos da Irradiação Carne, Frango, Peixe, Marisco, Alguns vegetais 20 a 70 Esterilização. Os produtos tratados podem ser armazenados à temperatura ambiente Especiarias 8 a 30 Reduz a contagem de microorganismos e destroi insetos, substituindo produtos químicos Carne , Frango e Peixe 1 a 10 Retarda a deterioração, mata alguns tipos de bactérias patogênicas (salmonella) Morangos e outras frutas 1 a 4 Aumenta o tempo de prateleira, retarda o aparecimento de mofo Grãos, frutas e vegetais 0,1 a 1 Mata insetos e evita sua reprodução, podendo substituir parcialmente os fumigantes Banana, abacate, manga, mamão, e outras frutas não cítricas 0,25 a 0,35 Retarda a maturação Carne de porco 0,08 a 0,15 Inativa a bacteria Trichinella Batata, cebola e alho 0,05 a 0,15 Inibe o brotamento RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 66 Efeitos da Exposição dos Alimentos à Radiação com Alta Dose As radiações quebram as ligações químicas para formar moléculas de vida curta e instáveis, denominadas radicais livres. Algumas dessas moléculas do alimento, combinam uma com a outra formando moléculas denominadas “produtos radiolíticos” . A irradiação de carne pode produzir benzeno, por exemplo , a irradiação de alimentos ricos em carbohidrato pode formar formaldeídos. Esse efeito não é limitado ao processo de irradiação, mas também ocorre nos processos de cozinhamento, pasteurização e outros, formando os produtos radiolíticos. Tais efeitos são dependentes do nível de dose, e na maioria dos casos são tão pequenos que se confundem com os que se formam naturalmente nos alimentos. A quantidade de produtos radiolíticos podem ser os únicos que podem afetar a saúde, mas tais efeitos existem sómente na teoria, pois ainda não foram identificados. QUESTÕES PARA ESTUDO: Assunto: Controle Radiológico de Alimentos 1. Qual a diferença entre irradiação e contaminação ? 2.Quail a diferença entre controle da qualidade e preservação dos alimentos? 3.Qual a finalidade da radurização de alimentos ? 4.Qual a dose de radiação necessária para a radiopasteurização de alimentos ? 5.Que efeitos conseguimos ao irradiar frutas com doses até 0,35 kGy ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 69 CAPÍTULO 4 OS MEDIDORES NUCLEARES Esses equipamentos são projetados de forma mais simples , pois sua função é unicamente abrigar a fonte radioativa selada em seu interior. A fonte fica presa internamente à blindagem , de modo a proporcionar um feixe de radiação dirigido sob ângulo definido no projeto , em direção a um detetor do tipo G.M , que ligado a circuitos especiais , oferecerá uma leitura ou registro da intensidade de radiação no display do aparelho. . . . . . unidade de radiação detetor display Sistema comum para medidores de níve l. O desenho à esquerda mostra um tanque contendo algum produto , com seu volume ainda não completo.O desenho da direita mostra o mesmo tanque com o volume completado. Em geral os medidores de nível , e de espessuras, são dotados de fontes radioativas com meia-vida muito longa , como Cs-137 ou Co-60 , com atividades da ordem de milicuries, sendo sua operação bastante segura,uma vez que a fonte radioativa não opera fora da blindagem. Entretanto , operações de manutenção dos equipamentos, estocagem e controle de fontes com baixa atividade podem ser responsáveis por acidentes causados por pessoas sem treinamento ou conhecimento básico das regras de segurança radiológica para estes tipos de aparelhos. Características do Césio - 137 ( 137Cs , Z=55) O Césio-137 é um dos produtos da fissão do Urânio-235. Este é extraído através de processos químicos que o separam do Urânio combustível e dos outros produtos de fissão. Suas principais características são: • Meia - Vida = 33 anos • Energia de Radiação = 0,66 MeV • Fator Gama ( Γ ) = 0,081 mSv/h .GBq a 1m Outras aplicações radioativas são largamente empregadas para controlar espessuras de materiais como papel, chapas de aço , ou ainda para controlar densidades de produtos industriais. Todas essas aplicações utilizam fontes com meia-vida longa e de baixa atividade o que otimiza os sistemas de radioproteção. . . . . . unidade de radiação detetor display RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 70 Controlador de Espessura de papel usando fonte de Promécio-147 (vide seta) ( Foto cedida por VOITH PAPER) A foto acima apresenta a seção de controle da espessura de papel produzida numa máquina de fabricação de papel. A unidade de controle, mostrada pela seta, desliza por toda a largura do papel produzido, para controle total. O controle da espessura é feita através da radiação beta produzida pela fonte de Promécio-147. Controles específicos do papel produzido assim como aperfeiçoamento da tecnologia pode ser realizada com um medidor de gramatura de papel , de bancada como mostrado na foto abaixo. Ele incorpora uma fonte de Promécio- 147, com 5 mCi de atividade e é operado por um computador que fornece relatórios detalhados sobre o papel sob análise. RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 71 CAPÍTULO 5 ASPECTOS DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA INDUSTRIAL A Empresa contratada para prestação de serviços radiográficos, deverá estar em conformidade com a legislação oficial específica sobre radiações ionizantes e normas editadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e Secretaria da Saúde, devendo ser apresentado, antes do início dos trabalhos de inspeção, a Autorização Específica para Operação, emitida pela Autoridade Regulatória (CNEN). A principal norma que regula as operações de radiologia industrial é a CNEN NN-6.04 onde é estabelecido que a empresa deve ter um programa de Radioproteção para se assegurar que as doses recebidas pelos indivíduos estejam dentro dos limites aceitáveis. Para tanto, é necessário classificar as áreas quanto ao risco, sendo necessário que seja feito um planejamento do ponto de vista da radioproteção. Este planejamento é elaborado pelo responsável da instalação radioativa e aprovado pela direção da instalação , e recebe o nome de Plano de Radioproteção , devendo conter todos os itens relativos à segurança radiológica , e que aborde no mínimo aspectos de: • responsabilidades do pessoal de operação ; • controle das áreas ; • situações de emergência ; • treinamento do pessoal diretamente e indiretamente ligado a área radiativa ; • controle médico do pessoal envolvido ; • transporte de fontes radioativas Algumas vezes o planejamento da radioproteção deve ser feito de modo a atender a uma situação específica transitória , como por exemplo trabalhos com fontes radioativas em obras de campo ou em zonas urbanas. Neste caso o conteúdo do Plano deve ser aquele determinado pela autoridade regulatória competente. Equipe mínima de Técnicos A equipe de técnicos para radiografia deve ser composta dos seguintes: • Dois ou mais supervisores de radioproteção qualificados ; • No mínimo 3 técnicos para áreas abertas e 2 técnicos para áreas fechadas, todos qualificados. Cálculo da Taxa de Dose a partir de uma Fonte Radioativa Para fontes radioativas ideais , ou seja , aquelas cujas dimensões possam ser consideradas desprezíveis em relação à distância entre ela e o ponto considerado para a medida da dose , a equação , fruto da observação , que se constitui fundamental é enunciada como: "o dose-rate" de uma fonte gama puntiforme num dado ponto ,é diretamente proporcional à atividade da fonte e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre a fonte e o ponto considerado" ,e matematicamente escreve-se: A P = Γ . -------- d2 onde: " Γ " é uma constante característica de cada fonte radioativa, e seu valor pode ser encontrado em tabelas. .Seu nome é "Fator característico da emissão gama da fonte" ou simplesmente "Fator Gama". A = atividade da fonte d = distância da fonte ao ponto considerado Exemplos de Aplicação: 1. Qual será a taxa de dose equivalente a 5 m de distância de uma fonte de Ir-192 com atividade de 400 GBq ? RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 74 TABELAS ÚTEIS UNIDADES ESPECIAIS Fonte: Guia Prático em Segurança Radiológica para contratação de Serviços de Radiografia Industrial TABELA DE CONVERSÃO ENTRE POLEGADAS E MILÍMETROS Pol. mm Pol. mm Pol. mm 1/64 0,39 12 304,8 28 711,2 1/32 0,79 12.1/2 317,5 28.1/2 723,9 1/16 1,58 13 330,2 29 736,6 1/8 3,17 13.1/2 342,9 29.1/2 749,3 1/4 6,35 14 355,6 30 762,0 5/16 7,93 14.1/2 368,3 30.1/2 774,7 3/8 9,52 15 381,0 31 787,4 1/2 12,7 15.1/2 393,7 31.1/2 800,1 5/8 15,87 16 406,4 32 812,8 3/4 19,05 16.1/2 419,1 32.1/2 825,5 1 25,4 17 431,8 33 838,2 1.1/2 38,1 17.1/2 444,5 33.1/2 850,9 2 50,8 18 457,2 34 863,6 2.1/2 63,5 18.1/2 469,9 34.1/2 876,3 3 76,2 19 482,6 35 889,0 3.1/2 88,9 19.1/2 495,3 35.1/2 901,7 4 101,6 20 508,0 36 914,4 4.1/2 114,3 20.1/2 520,7 36.1/2 927,1 5 127,0 21 533,4 37 939,8 5.1/2 139,7 21.1/2 546,1 37.1/2 952,5 6 152,4 22 558,8 38 965,2 6.1/2 165,1 22.1/2 571,5 38.1/2 977,9 7 177,8 23 584,2 39 990,6 7.1/2 190,5 23.1/2 596,9 39.1/2 1003,3 8 203,2 24 609,6 40 1016,0 8.1/2 215,9 24.1/2 622,3 40.1/2 1028,7 9 228,6 25 635,0 41 1041,4 9.1/2 241,3 25.1/2 647,7 41.1/2 1054,1 10 254,0 26 660,4 42 1066,8 10.1/2 266,7 26.1/2 673,1 42.1/2 1079,5 11 279,4 27 685,8 43 1092,2 11.1/2 292,1 27.1/2 698,5 43.1/2 1104,9 RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 75 TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS RICARDO ANDREUCCI INICIAÇÃO À RADIOLOGIA INDUSTRIAL 76 BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA Andreucci, Ricardo , "Radiologia Industrial" , São Paulo/SP , ABENDE , Jun./2003 Andreucci, Ricardo, "Proteção Radiológica da Industria - Aspectos Básicos", São Paulo, ABENDE, Jul./2003 Código ASME Sec. V e VIII Div.1 "American Society of Mechanical Engineer, New York, Ed.2004 Leite, P. GP, "Curso de Ensaios Não Destrutivos", São Paulo, 8a ed. USA, EASTMAN KODAK COMPANY, "Radiography in Modern Industry" , 4a Ed. New York, 1974 Sanchez,W. ; "Ensaios Não Destrutivos pela Técnica de Raios X e Gama", Informação Nr.29 IEA, Instituto de Energia Atômica, São Paulo , 1974 Bélgica , Agfa Gevaert, "Radiografia Industrial" BRYANT,L., Nondestructive Testing Handbook - Radiography and Radiation Testing , 2a Edição, Ohio/USA , ASNT , vol. 3 FMI-Food Marketing Institute , “Backgrounder”, Washington DC , Fev./ 2000 Matthias Purschke, "The X Ray Inspection", GE-Inspection Technologies, Alemanha, 2004
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