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Resumo - A Origem dos Hemisférios Cerebrais, Resumos de Biomedicina

Texto de Neurociência, resumido a partir de uma reportagem da revista Scientific American Brasil, edição de Agosto/2009.

Tipologia: Resumos

2010

Compartilhado em 04/07/2010

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thiago-nobre-gomes-8 🇧🇷

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Baixe Resumo - A Origem dos Hemisférios Cerebrais e outras Resumos em PDF para Biomedicina, somente na Docsity! Universidade Estadual do Piauí – UESPI Campus Prof. Alexandre Alves do Oliveira Curso: Licenciatura Plena em Ciências Biológicas Disciplina: Fisiologia Animal e Humana Prof. Dr. Filipe Augusto Gonçalves de Melo Bloco VI – 2010.1 Por: Roberta Almeida e Thiago Nobre A ORIGEM DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS  Considerações Gerais;  O Hemisfério Esquerdo;  A Origem da Destreza;  A Comunicação e o Lado Esquerdo;  A Evolução da Fala;  O Hemisfério Direito;  Processamento e Reconhecimento;  Especialização dos Hemisférios;  “Quebra de Simetria” Social;  Considerações Finais; Considerações Gerais A divisão de trabalho exercida pelos dois lados do cérebro, considerada exclusividade humana, na verdade nos antecede em meio bilhão de anos. A fala, a destreza (habilidade), o reconhecimento facial e o processamento de relações espaciais estão presentes em assimetrias do cérebro de vertebrados primitivos. O hemisfério esquerdo originalmente parece ser focado no controle geral de comportamentos rotineiros bem estabelecidos como a linguagem, a destreza da mão direita, e a habilidade de classificar. O direito é especializado na detecção e resposta a estímulos inesperados (reações em emergências), na organização espacial de itens, no reconhecimento facial e no processamento de emoções. Mas, nas últimas décadas, estudos em muitos outros animais mostraram que seus dois hemisférios cerebrais também possuem papéis distintos. Apesar de tais descobertas, a crença vigente mantém a idéia de que a especialização dos dois hemisférios do cérebro em não humanos não está relacionada à dos humanos. As mais recentes especializações dos hemisférios (incluindo as humanas) foram desenvolvidas por meio do processo darwiniano de descendência com modificação (onde as habilidades relevantes dos ancestrais são modificadas ou escolhidas para o desenvolvimento de novas características). Em vertebrados primitivos, essa divisão de trabalho provavelmente se iniciou quando um outro hemisfério desenvolveu a tendência de controle em determinadas circunstâncias. O hemisfério esquerdo se tornou o local dos comportamentos de automotivação (controle descendente – que não necessita ser inato; na verdade geralmente é aprendido). Já o hemisfério direito se tornou o local dos comportamentos motivados pelo ambiente (controle ascendente). Portanto, o processo que direciona comportamentos mais especializados se desenvolveu desses dois controles básicos. O Hemisfério Esquerdo Evidências mostram que o hemisfério esquerdo dos vertebrados é especialista no controle da rotina, que são comportamentos direcionados internamente. Um comportamento rotineiro com inclinação para a direita é a alimentação. Por exemplo, sapos, répteis, peixes e aves tendem a atacar no lado direito com orientação do olho direito e o hemisfério esquerdo. Essa preferência por um lado aparentemente resultou numa tendência à lateralização na anatomia externa do animal. Alguns pesquisadores mostraram claras evidências de que determinadas baleias favoreciam um lado da mandíbula na coleta de alimentos (dentre 75 baleias, 60 tinham apenas o lado direito da mandíbula desgastada). Assim, em todas as classes de vertebrados os animais tendem a reter o que foi, provavelmente uma tendência ancestral sobre o uso do lado direito nas atividades alimentares rotineiras. A Origem da Destreza A evidência de lateralização direita em aves e baleias é intrigante, mas dificilmente é um argumento convincente contra a antiga crença de que a destreza nos humanos não teve precursores evolucionários. Mais de 1 dúzia de estudos recentes mostraram que há uma tendência ao lado direito entre outros primatas, claramente sugerindo que a destreza humana descende daquela dos primeiros primatas. A preferência pelo lado direito pode ser vista em macacos (babuínos), assim como em símios (especialmente chimpanzés). Pesquisadores observaram preferências pela mão direita, principalmente em atividades que envolvem coordenação com ambas as mãos ou apanhar alimentos em locais muito altos para serem alcançados sem ficar de pé. Conforme eles desenvolviam formas mais difíceis e elaboradas de encontrar alimento, sua preferência por uma das mãos se tornava mais forte. Com a lateralidade cruzada dos nervos periféricos, a mão direita se tornou a preferida entre os primatas não humanos para realizar tarefas elaboradas, porém rotineiras. A Comunicação e o Lado Esquerdo A “linguagem do cérebro” surgiu de uma especialização intermediária (e de forma menos primitiva), do hemisfério esquerdo do cérebro – em outras palavras, a especialização da comunicação rotineira, tanto vocal A Origem dos Hemisférios Cerebrais 2 como não vocal. Essas habilidades também foram descendentes das especializações hemisféricas que apareceram primeiramente em animais que viveram muito tempo antes de surgir nossa espécie. Pesquisadores observaram que sagüis comuns abrem mais o lado direito da boca que o esquerdo quando estão chamando amigavelmente outros sagüis. As pessoas geralmente também abrem mais o lado direito da boca do que o esquerdo enquanto falam. Em humanos e macacos (e talvez na maioria dos outros animais), o lado direito do cérebro controla apenas as vocalizações altamente emocionais, enquanto o lado esquerdo cuida das vocalizações rotineiras. A comunicação não vocal em humanos também tem antecedentes evolucionários. Não apenas os chimpanzés tendem a ser destros, mas também favorecem o uso da mão direita para gestos de comunicação. Em babuínos, observou-se uma lateralização direita para comunicação manual (bater com a mão no chão). O comportamento de lateralização que compartilhamos com os babuínos sugere que as comunicações com a mão direita surgiram com a 1ª aparição do ancestral parecido com o macaco. Tal criatura surgiu há talvez 40 milhões de anos, muito antes dos hominídeos. A Evolução da Fala Segundo alguns estudos, a origem da fala humana pode ser rastreável na evolução da sílaba, a unidade básica organizacional que sustenta uma fala no tempo apropriado – tipicamente uma alternância rítmica entre consoantes e vogais. A sílaba pode ter sido desenvolvida primeiramente nos mamíferos há cerca de 200 milhões de anos, como um subproduto de um alternado levantar (consoante) e abaixar (vogal) do maxilar, um comportamento já bem estabelecido pela mastigação, sucção e ato de lamber. Os estalos de lábios podem ter começado a servir como sinais de comunicação entre os primeiros primatas, como fazem até hoje muitos outros primatas. Algum tempo depois, a habilidade de formar frases (linguagem) presumidamente foi desenvolvida quando os primeiros humanos combinaram os dois tipos de palavras que contém o principal significado das frases: substantivos e verbos. O Hemisfério Direito A outra metade das hipóteses sugere que no início da evolução dos vertebrados, o hemisfério direito se especializou na detecção e resposta de estímulos inesperados. Logo, passou-se a questionar a forma com que essa especialização foi desenvolvida e transformada, a partir de estudos de reações dos predadores de vários animais. De fato, peixes, anfíbios, pássaros e mamíferos todos reagem com muita precisão a predadores vistos pelo lado esquerdo de seu campo de visão (lado direito do cérebro) em comparação ao lado direito. Os humanos possuem um “sistema atencional” no hemisfério direito particularmente sensível ao inesperado, e “relevante estímulo comportamental”. Mesmo em circunstâncias não ameaçadoras, muitos vertebrados mantêm um atento olho esquerdo em qualquer predador visível. Nos humanos, os comportamentos relativamente primitivos de prevenção e cautela que manifestam a atenção do hemisfério direito em animais não humanos se mesclaram numa variedade de emoções negativas. Já existe alguma evidência para o controle de choros emocionais e gritos pelo hemisfério direito de cérebros humanos. Processo de Reconhecimento Juntamente com a aparição inesperada de um predador, a mudança ambiental mais importante a que os primeiros vertebrados tinham de reagir rapidamente era a do encontro com outros da mesma espécie. Nos peixes e aves, o hemisfério direito reconhece os companheiros sociais e monitora o comportamento social que pode necessitar de reação imediata. Portanto, o papel deste hemisfério na percepção facial deve ter descendido das habilidades dos primeiros vertebrados de reconhecer a aparência visual de outros indivíduos da mesma espécie. Nos humanos, os neurocientistas recentemente reconheceram que o hemisfério direito é especializado no reconhecimento facial. Tanto macacos quanto humanos interpretam as expressões faciais emocionais com maior exatidão com o hemisfério direito que com o esquerdo. Essa habilidade é parte de uma antiga capacidade evolutiva do hemisfério direito para determinada identidade ou familiaridade. Global e Local Pesquisadores também têm destacado dicotomias adicionais na função hemisférica. Nos humanos, o hemisfério direito “entende toda a cena”, atendendo a aspectos globais desse ambiente, em vez de focar em um número limitado de características. Essa capacidade oferece vantagens substanciais na análise de relações espaciais. As memórias armazenadas no hemisfério direito tendem a ser organizadas e relembradas como padrões generalizados em vez de uma série de itens isolados. Em contraste, o hemisfério esquerdo tende a focar nos aspectos locais de seu ambiente. Especialização dos Hemisférios Por que os vertebrados favoreceram a segregação de certas funções em uma ou outra metade do cérebro? Para avaliar o estímulo recebido, um organismo pode aplicar dois tipos de análises simultaneamente. O hemisfério direito deve estimar a novidade geral do estímulo e tomar ações emergenciais decisivas se necessário. A percepção espacial exige quase o mesmo tipo de “faro para a novidade”, pois qualquer ponto de vista que o animal adote resulta em uma nova configuração de estímulos. O hemisfério esquerdo deve determinar se o estímulo se encaixa em alguma categoria familiar, para então colocar em prática qualquer resposta já pré-estabelecida, no caso de haver alguma que seja necessária. Para categorizar uma experiência, o organismo reconhecer quais dessas características são recorrentes, enquanto ignora ou descarta aquelas que são únicas e exclusivas (atenção seletiva). Então, talvez essas especializações hemisféricas tenham desenvolvido primeiro, pois coletivamente processavam de forma mais eficiente e simultânea ambos os tipos de
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