Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Análise Relatório De Impacto Ambiental - RIMA, Notas de estudo de Engenharia Mecânica

Análise detalhada de um relatorio de impacto ambiental da fábrica da ambev

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 17/06/2010

andre-luiz-tameirao-castelo-branco-
andre-luiz-tameirao-castelo-branco- 🇧🇷

1 documento

1 / 47

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Análise Relatório De Impacto Ambiental - RIMA e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! Serviço Público Federal - Ministério da Educação CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE DISCIPLINAS GERAIS Engenharia Ambiental ESTUDO SOBRE O TRATAMENTO DE EFLUENTES DA 1 FÁBRICA DA AMBEV / JUATUBA – MG Belo Horizonte, novembro de 2009. 2 1 Introdução Devido às mudanças decorrentes da globalização e revolução tecnológica, novos conceitos surgiram, entre eles o do desenvolvimento sustentável, hoje incorporado pelas grandes empresas. O maior desafio, no final deste século, passou a ser para a indústria, conciliar competitividade e gestão ambiental, ou, em outras palavras, produzir com responsabilidade social e ecológica. O Sistema de Gestão Ambiental fornece um processo estruturado para a melhoria contínua, constituindo uma ferramenta que permite à organização alcançar, e sistematicamente controlar, o nível de desempenho ambiental que ela mesma estabelece. O ciclo de atuação da Gestão Ambiental, para que essa seja eficaz, deve cobrir, desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado, durante toda a sua vida útil. A AMBEV adotou um sistema de gestão ambiental próprio, vinculado às normas ambientais estaduais, federais e internacionais, apostando no melhor gerenciamento de dos resíduos de seu processo produtivo. Neste trabalho serão apresentados aspectos normativos relativos a ISO 14001, assim como as normas ambientais adotadas pela AMBEV. Também serão elucidados os processos de tratamento de resíduos da planta da AMBEV em Juatuba/MG. 2 EIA, RIMA e Norma ISO 14001 2.1 EIA e RIMA O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) são de extrema necessidade a empreendimentos ou atividades que efetivamente ou potencialmente cause degradação significativa ao ambiente. 2.1.1 Definições • EIA é um estudo quantitativo e técnico desenvolvido por diversos especialistas (geólogos, biólogos, engenheiros, arqueólogos, sociólogos, advogados, entre outros), neste contém informações mais completas abordando inclusive temas sigilosos avaliando todas as alterações que a instalação pode causar à região. • RIMA é uma versão reduzida e simplificada do EIA, voltada ao público em geral, respeitando a matéria que demonstra sigilo industrial, visando explicar as alterações e as medidas atenuadoras e servindo também de base para a Audiência Pública, neste deve conter mapas, quadros, gráficos e tantas outras técnicas quantas forem necessárias ao entendimento claro das conseqüências ambientais do projeto. 2.1.2 Construção 2.2.1 Definição A ISO 14000 é um conjunto de normas que definem parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental para as empresas em geral, estas normas foram definidas pela International Organization for Standardization - ISO (Organização Internacional para Padronização). A norma ISO 14000 foi criada para diminuir o impacto provocado pelas empresas no meio ambiente. Muitas empresas utilizam recursos naturais, geram poluição ou causam danos ambientais através de seus processos de produção, seguindo as normas do ISO 14000, estas empresas podem reduzir significativamente estes danos ao meio ambiente, protegendo o mesmo e reduzindo seus custos de operação, pode também eliminar riscos de violação da já extensa legislação ambiental e adquirirem vantagens no mercado. Desde o seu lançamento em setembro de 1996, a ISO 14000 tem ganhado cada vez mais importância, pois, está se tornando rapidamente reconhecida como um fundamento básico para um Sistema de Gerenciamento Ambiental. 2.2.2 Aplicação A Norma ISO 14000 pode ser aplicada como um sistema independente ou um sistema integrado a ISO 9000. A criação e desenvolvimento da ISO 14000 pode ser dada na forma de um sistema único para a integração dos Sistemas de Gestão Ambiental com outros sistemas que a empresa tenha implantado ou venha a implantar. Todo o processo de elaboração da ISO 14000 foi semelhante ao que aconteceu com a ISO 9000 – Normas para o Sistema de Garantia da Qualidade. A ISO 14000, que trata do Sistema de Gestão Ambiental, possui especificações com Guia para uso, estabelece requisitos para as empresas gerenciarem seus produtos e processos para que eles não agridam o meio ambiente, que a comunidade não sofra com os resíduos gerados e que a sociedade seja beneficiada num aspecto amplo. Então, para a empresa obter um certificado ISO 14000, ou melhor, certificado ISO 14001, é necessário que esta atenda as seguintes exigências: • Política Ambiental A direção da empresa deve desenvolver uma Política Ambiental, na qual represente seus produtos e serviços, esta deve ser divulgada entre os funcionários e comunidade. A empresa deve se mostrar comprometida com a política desenvolvida cumprindo legalmente a mesma e buscando sempre melhorar o desempenho ambiental da empresa. • Aspectos Ambientais É necessário que a empresa possua procedimentos que permitam identificar, conhecer, administrar e controlar os resíduos, que esta gera durante suas atividades: emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos sólidos. • Exigências Legais A empresa deve ter acesso a todas as exigências que são pertinentes a sua atividade. As exigências legais devem ser de conhecimento de todos os membros da empresa, para que estes saibam toda a documentação necessária a seu cumprimento. • Objetivos e Metas Os objetivos e metas desenvolvidos pela empresa devem ser coerentes com a política ambiental definida pela mesma, estes devem mostrar os aspectos ambientais, os resíduos gerados e seu impacto no meio ambiente. • Programa de Gestão Ambiental A entidade deve possuir um programa com responsáveis pela organização e implementação da política ambiental da empresa, para que sejam cumpridas as exigências legais, além dos objetivos e metas no que se refere aos produtos e processos desenvolvidos. • Estrutura Organizacional e Responsabilidade A direção da empresa deve definir um ou mais profissionais para que seja o representante dos assuntos específicos da Gestão Ambiental. A organização deve ter um organograma no qual deve constar que todas as inter-relações estão bem definidas e interligadas em toda e empresa. • Conscientização e Treinamento A política de gestão ambiental deve oferecer treinamento aos funcionários, para que estes entendam a importância do cumprimento da política e objetivos do meio ambiente, das exigências legais e outras definidas pela empresa. • Comunicação A organização deve possuir um meio de comunicação para que funcionários e mesmo a população estejam informados sobre as questões ambientais. Quando uma empresa segue as normas e implanta os processos indicados, ela pode obter o Certificado ISO 14000. Este certificado é importante, pois atesta que a organização possui responsabilidade ambiental, o que valoriza dessa forma seus produtos e marca. Para conseguir e manter o certificado ISO 14000, a empresa precisa seguir a legislação ambiental do país, treinar e qualificar os funcionários para seguirem as normas, diagnosticar os impactos ambientais que está causando e aplicar procedimentos que visem diminuir os danos ao meio ambiente. 3 Sistema de gestão adotado pela AMBEV Diferentemente da tendência atual, a AMBEV optou por um sistema de gestão ambiental autônomo, desenvolvido pela própria empresa, baseado em todos os parâmetros legais exigíveis pelos órgãos de defesa do meio ambiente, como CONAMA, COPAM, IGAM, IBAMA, Constituição Federal do Brasil, além de normativas internacionais. Para estabelecimento deste sistema, a empresa buscou identificar cada norma vinculada a meio ambiente, tanto na esfera local quanto mundial, procurando estabelecer padrões de rotinas de trabalho, níveis máximos de emissão de poluentes, forma de descarte de resíduos, entre outros temas relacionados ao impacto da atividade industrial no ecossistema. Abaixo estão elencadas as normas vinculadas ao escopo deste trabalho, que direcionem ou determinem aspectos vinculados ao tratamento de efluentes e resíduos industriais. a. Resolução CONAMA 358/05 Retificada em 21.06.05 • Tema: Resíduos/ Serviço de Saúde • Assunto: Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde/ Revoga a Resolução CONAMA 283/01 b. Lei 13.796/00 • Tema: Perigosos/Resíduos • Assunto: Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos perigosos c. Deliberação Normativa COPAM 97/06 • Tema: Resíduos • Assunto: Estabelece diretrizes para a disposição final adequada dos resíduos dos estabelecimentos dos serviços de saúde. d. Portaria IGAM 87/08 • Tema: Recursos Hídricos • Assunto: Dispõe sobre a possibilidade de obtenção de autorização prévia para intervenção em corpo hídrico, anteriormente à obtenção da outorga nas situações emergenciais que causem riscos à saúde, à segurança e ao bem- estar da população e. Portaria Conjunta MMA/IBAMA/ICMBio 205/08 • Tema: MEIO AMBIENTE • Assunto: Cria a Câmara Federal de Compensação Ambiental - CFCA, de caráter deliberativo, encarregada de decidir sobre critérios de gradação de impactos ambientais f. Lei 10.165/00 • Tema: Taxa de Controle Fiscalização Ambiental • Assunto: Altera a Lei 6.938/81, institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental- TCFA e o Relatório Anual das Atividades Desenvolvidas no Ano Anterior g. Decreto 24.643/34 • Tema: Águas • Tema: Unidades de Conservação • Assunto: Estabelece diretrizes para cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de compensação ambiental q. Resolução CONAMA 375/06, alterada pela Resolução CONAMA 380/06 • Tema: Efluentes Líquidos • Assunto: Define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados r. Instrução Normativa IBAMA 96/06 • Tema: Cadastro Técnico Federal • Assunto: Dispõe sobre o registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e no Cadastro Técnico Federal de Instrumentos de Defesa Ambiental s. Lei 7.772/80, alterada pela Lei 16.918/07 • Tema: Poluição / Licenciamento • Assunto: Dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do Meio Ambiente / proíbe a poluição e obriga o licenciamento t. Lei 13.199/99, alterada pela Lei 17.727/08 • Tema: Água / Recursos Hídricos • Assunto: Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos / Condiciona o uso dos recursos hídricos à autorização do órgão competente u. Lei 14.508/02 • Tema: Licenciamento Ambiental • Assunto: Dispõe sobre o licenciamento ambiental de estabelecimentos situados às margens de rodovia v. Lei 14.940/03, alterada pela Lei 17.608/08 • Tema: Cadastro Técnico Estadual/ • Assunto: Institui o Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado de Minas Gerais – TFAMG w. Lei 18.031/09 • Tema: Resíduos • Assunto: Dispõe sobre a Política de Resíduos Sólidos no Estado de Minas Gerais/MG x. Decreto 41.578/01, alterado pelo Decreto 44.945/08 • Tema: Águas/Recursos Hídricos • Assunto: Regulamenta a Lei 13.199/99, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos hídricos. Revoga o Decreto 41.512/00 y. Decreto 44.844/08 • Tema: Poluição-Licenciamento-Recursos Naturais • Assunto: Dispõe sobre o licenciamento ambiental, tipifica e classifica as infrações às normas de proteção ao Meio Ambiente e aos recursos hídricos, aprova o procedimento administrativo de fiscalização e aplicação das penalidades/ Revoga o Decreto 44.309/06. z. Deliberação Normativa COPAM 13/95 • Tema: Licenciamento • Assunto: Dispõe sobre a publicação do pedido, da concessão e da renovação de licenças ambientais aa. Deliberação Normativa COPAM 14/95 • Tema: Água • Assunto: Dispõe sobre o enquadramento das águas do rio Paraopeba bb. Deliberação Normativa COPAM 17/96, alterada pela DN 23/97 • Tema: Licenciamento • Assunto: Dispõe sobre o prazo de validade das Licenças Ambientais e sua Revalidação / Prazo de validade: 4, 6 ou 8 anos, de acordo com o porte e o potencial poluidor da atividade. cc. Deliberação Normativa COPAM 26/98, Alterada pela Deliberação Normativa COPAM 83/05 • Tema: Licenciamento / Punições • Assunto: Institui a Campanha de Regularização na Gestão dos Recursos Hídricos – Água mm. Resolução COPAM 01/92 • Tema: Licenciamento • Assunto: Dispõe sobre o Sistema Estadual de Licenciamento de Fontes Poluidoras – SELF nn. Resolução SEMAD 412/05 • Tema: Licenciamento • Assunto: Disciplina os processos de licenciamento ambiental oo. NR-09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais • Tema: Riscos Ambientais • Assunto: Dispõe sobre a elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais pp. NR-25 - Resíduos Industriais • Tema: Resíduos • Assunto: Dispõe sobre a eliminação de resíduos nos locais de trabalho qq. Portaria MS 518/04 • Tema: Água • Assunto: Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade rr. Padrão Coorporativo de "Diretrizes de Meio Ambiente" • Tema: Diretrizes gerais de gerenciamento ambiental • Assunto: Tratamento de efluentes, utilização adequada de recursos ambientais, influência em comportamento de parceiros,reciclagem ss. Termo de Ajustamento de Conduta (Ministério Público) • Tema: Dano Ambiental • Assunto: Melhorias ambientais diversas tt. LO 556/02. Processo COPAM 016/1982/010/2002 • Tema: Licenciamento • Assunto: Autoriza a operação da fábrica de Juatuba uu. Normas Técnicas • Tema: Diversos • Assunto: Normas Técnicas mencionadas em legislação considerada na Planilha CAL como aplicável com requisitos ("S" no campo dos Requisitos) vv. Resolução CONAMA 382/06 • Tema: Ar • Assunto: Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas 4.4.2 Tratamento Secundário É a etapa responsável pela eliminação da matéria orgânica do efluente através de agentes biológicos. • Degradação da matéria orgânica Há grande variedade de microorganismos que interagem com o material para sintetizar novas células. A utilização do material orgânico pelos microorganismos se chama METABOLISMO, sendo que o consumo do material orgânico para obtenção de energia é denominado CATABOLISMO, enquanto a síntese de material celular a partir do material orgânico é conhecida como ANABOLISMO. Para que se descrevam os processos metabólicos é preciso que se caracterize qualitativamente a concentração do material orgânico, assim se houver uma nova variedade de compostos orgânicos no efluente, a determinação de todos esses compostos se torna praticamente impossível. • Metabolismo microbiano O mecanismo mais importante para remoção de material orgânico em um sistema biológico é o metabolismo. Essa denominação se refere à utilização do material orgânico pelas bactérias, seja como fonte de energia ou fonte de matéria para síntese de material celular. Quando o material orgânico é utilizado como fonte de energia, ele é transformado em produtos estáveis num processo chamado CATABOLISMO, no qual o material orgânico se transforma e é incorporado à massa celular. Só é possível se estiver presente uma grande quantidade de bactérias vivas. O ANABOLISMO é um processo que consome energia e somente é viável se o CATABOLISMO está ocorrendo simultaneamente e fornecendo energia necessária para a síntese do material celular. O CATABOLISMO E ANABOLISMO sempre ocorrem simultaneamente. O Metabolismo Bacteriano se divide em dois processos: ■ CATABOLISMO OXIDATIVO: é uma reação onde esse oxidante normalmente não está presente, precisa ser introduzido artificialmente. ■ CATABOLISMO FERMENTATIVO: se caracteriza pelo fato de não haver presença de um oxidante, o processo se resulta num rearranjo dos elétrons nas moléculas fermentáveis de tal modo que se formam, no mínimo, dois produtos: Álcool e CO2. A fermentação mais conhecida provavelmente é a formação de álcool. Nesse processo os carboidratos se transformam em álcool etílico e dióxido de carbono. A digestão anaeróbia é um processo fermentativo. O processo se caracteriza pela produção de metano, que é o composto orgânico mais reduzido e dióxido de carbono. 4.2.2.1 Digestão Anaeróbia 4.2.2.1.1 Reator de Acidificação Nesta etapa a matéria orgânica, composta principalmente de lipídios, proteínas e carboidratos se apresenta na forma de grandes cadeias carbônicas devendo inicialmente ser quebradas para adquirirem tamanho suficiente para conseguir ultrapassar a membrana das bactérias (menor peso molecular). Este processo requer interferência das chamadas exo-enzimas que são excretadas pelas bactérias fermentativas, as proteínas se degradam através de (poli)peptídicas para transformar em aminoácidos; os carboidratos se transformam em açúcares solúveis e os lipídios são convertidos em ácidos graxos. Existem dois tipos principais de bactérias: • ACIDOGÊNESES, que são responsáveis pela produção dos ácidos, principalmente ácido acético, que é a matéria prima para o metano. • ACETOGÊNESES, que são responsáveis pela conversão dos produtos acidogêneses em compostos que formam os substratos para produção de metano: acetato, hidrogênio, CO2 (catalisar essas substâncias). Nessa etapa, essas cadeias quebradas entram para o metabolismo das bactérias. Os compostos dissolvidos, gerados no processo de hidrólise são absorvidos nas células das bactérias fermentativas e após a acidogênese excretadas como substâncias orgânicas simples como ácidos graxos voláteis, álcoois, ácidos láctico, compostos gasosos como CO2 , H2 , NH3 , etc. A fermentação acidogênica é realizada por um grupo diversificado de bactérias das quais a maioria é anaeróbia obrigatória. 4.2.2.1.2 Reator de Metanização (Reator Anaeróbio) As bactérias responsáveis por essa biodegradação conjuntamente com outros tipos de microorganismos e pela matéria orgânica em suspensão formam flocos, que facilitam a depuração deste material e por alcançarem maiores dimensões acabam por adquirir maior velocidade de sedimentação. Nesta etapa a matéria orgânica é eliminada através de sua transformação em gás carbônico (30%), que é transferido para a atmosfera e sua transformação em novas bactérias (70%), gerando assim uma grande quantidade de lodo residual. Vantagens do Sistema Aeróbio: • Maior eficiência, • Menos sensível, • Baixo consumo de produtos químicos. Desvantagens do Sistema Aeróbio: • Alta geração de resíduos (lodo), • Alto consumo de energia, • Grande área construída. 4.2.2.3 Decantador Secundário A massa líquida (sólidos em suspensão na forma de flocos de microorganismos e água) tratada biologicamente no tanque de aeração é conduzida por gravidade ao decantador secundário (que possui forma de cone), onde ocorre a clarificação do líquido com a separação dos sólidos. O efluente isento de sólidos é o efluente tratado que verte para o corpo receptor (rio), passando antes por uma rápida desinfecção para garantir os índices relativos a coliformes totais e fecais. Os sólidos sedimentados no fundo do decantador (lodo biológico), são removidos continuamente por um mecanismo de raspagem e conduzidos para um poço central de onde são removidos do tanque e encaminhados ao sistema de retorno de lodo. Parte dos sólidos é bombeado de volta para o reator aeróbio para garantir uma quantidade suficiente de microorganismos que possam realizar o processo eficientemente. Quando é caracterizado o excesso de lodo, o material é transferido para o adensador de lodo. 4.2.2.4 Adensador de Lodo No adensador, o lodo decanta novamente ocorrendo nova separação do líquido com conseqüente aumento na concentração de sólidos, que chega a atingir um valor de 2,5%, sendo encaminhado para o sistema de prensagem. O líquido clarificado do adensador é drenado para o tanque de equalização para ser reprocessado. 4.2.2.5 Desidratação do Lodo A desidratação do lodo é realizada com a prensa desaguadora, onde o lodo após receber uma dosagem de polieletrólito para adquirir melhor floculação, é prensado sendo retirada a quantidade máxima possível de água, que é retornada para o tanque de equalização para também ser reprocessada. O lodo desidratado é utilizado como adubo orgânico. 4.4.3.Principais parâmetros a serem controlados O monitoramento da estação seguindo a faixa de valores dos parâmetros descritos a seguir acarretará num processo com um alto nível de eficiência, mas também o funcionamento da mesma fora da faixa ocasionará danos até mesmo irreversíveis para o processo. 4.4.3.1 Temperatura As atividades metabólicas das bactérias são determinadas, ou seja, são aceleradas ou retardadas de acordo com o valor da temperatura em que estão ocorrendo. No caso específico dos reatores anaeróbios a temperatura ideal fica em torno de 36°C enquanto no aeróbio ela não deve passar dos 40°C. 4.4.3.2 pH O potencial hidrogeniônico, ou seja, o pH, nos dá informações sobre a quantidade de íons de hidrogênio H+ existentes no efluente ou seja se o mesmo está apresentando características básica (pH> 7), ácida ( pH <7) ou neutra 4.4.3.8 Oxigênio A concentração de oxigênio é de fundamental importância para o funcionamento da estação, por possuímos um sistema misto, num primeiro momento devemos ter condições anaeróbias restritas para o reator de acidificação e metanização, já que estas bactérias não trabalham na presença de oxigênio, posteriormente na segunda etapa do tratamento, uma concentração de OD entre 0,5 a 2,0 mg/l, garantida através de um sistema de aeração implantado no reator, é necessária para garantir a oxidação da matéria orgânica e também o desenvolvimento dos microorganismos mais importantes para o desenvolvimento deste processo. 4.4.3.9 Ácidos Voláteis Indica se a formação de ácidos no reator de acidificação está dentro do esperado e se a sua concentração está sendo diminuída dentro do reator de metanização através da transformação para o metano. É de fundamental importância o acompanhamento deste parâmetro pois ele é o melhor indicador do andamento do processo, se a formação e remoção de ácidos estiverem boa, o sistema está trabalhando bem, mas se o inverso estiver acontecendo, deve-se investigar para verificar o que estar prejudicando o processo. 4.4.3.10 Alcalinidade: Indica a capacidade que o efluente tem para evitar a queda do pH, sem que seja adicionado produtos químicos, isto é, a capacidade tampão do efluente. A alcalinidade é muito importante pois como num primeiro momento o efluente deve ser acidificado devido a formação dos ácidos, ela garante um pH não muito baixo, diminuindo assim a quantidade de produto químico que deve ser dosado para que efluente atinja a faixa necessária para a metanização. 4.4.3.11 Relação F/M Indica se a quantidade de alimento, “food”, está satisfatória para a quantidade de microorganismos. Esta faixa de valor deve variar entre 0,08 a 0,15, o que garantirá matéria orgânica suficiente para a alimentação das bactérias. 4.4.3.12 Índice Volumétrico de Lodo Indica a saúde do lodo do reator aeróbio ao sedimentar, isto é se o mesmo se encontra volumoso caracterizando assim uma grande quantidade de filamentosas, que acabam por dificultar a sedimentabilidade do mesmo acarretando assim em transbordos de lodo no decantador. O valor de IVL ideal deve estar entre 80 e 125 mg/l, o que nos dará uma densidade próxima de 1 que garantirá que o lodo decantará sem nenhuma dificuldade. 4.4.3.13 Fósforo e Nitrogênio A adição destas substâncias inorgânicas se faz necessário em alguns estágios de operação da planta e servem para melhorar o metabolismo das bactérias, caso encontrem-se com baixa concentração no efluente bruto. de fermento e é vendido como levedura de cerveja. Uma parte menor é misturada, ainda úmida, ao bagaço de malte para ser vendido como ração animal. O que não pode ser reaproveitado tem o destino adequado como incineração ou aterros industriais, em acordo as normas ambientais vigentes. 6 Conclusão Pode-se notar que a AMBEV possui um forte sistema de gestão ambiental, bem fundamentado nas normas ambientais dos diversos órgãos de meio ambiente do estado e do país. O tratamento de resíduos foi minuciosamente planejado e é rigidamente controlado, tendo-se em vista, também, a responsabilidade social e ambiental de uma empresa do porte da AMBEV, sem contar os aspectos legais que poderiam ser imputados no caso de não atendimento aos parâmetros legais de emissão de efluentes e resíduos industriais. Assim como o sistema de gestão segundo a ISO 14001, o sistema adotado pela AMBEV visa gerenciar todo o processo produtivo, reduzindo e tratando os resíduos industriais para adequação a necessidade global de desenvolvimento sustentável. A diferença entre os dois sistemas pode ser vinculada apenas ao título do certificado, uma vez que a AMBEV possui certificação própria que atende as exigências internacionais no quesito ambiental. 7 Bibliografia Norma ABNT NBR ISO 14001 Souza, Mônica Regina de & Silva, Rogério José da. A geração de resíduos industriais e sua destinação final. Escola Federal de Engenharia de Itajubá/MG. Dados do Sistema de Tratamento de Resíduos da AMBEV
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved