Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Os sete desafios, Notas de estudo de Administração Empresarial

MATERIAL INTERESSANTE SOBRE COMUNICAÇÃO COOPERATIVA

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 15/06/2010

Kaka88
Kaka88 🇧🇷

4.5

(232)

171 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Os sete desafios e outras Notas de estudo em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity! Os sete desafios ~~~ Uma Apostila com exercícios para uma comunicação mais cooperativa _____________________________________________________ Uma exploração intensiva e estruturada de sete habilidades para uma vida comunicando melhor no trabalho, na família, com amigos e na comunidade ————————————————————————————————————— Dennis Rivers, M.A. Tradução para o Português: Irene E. Schardijn ————————————————————————————————————— HUMAN DEVELOPMENT BOOKS Santa Barbara, California, EUA www.ComunicarMelhor.org, www.newconversations.net e www.hudevbooks.com 4a edição – Dezembro 2005 Dedicado à S. Francisco de Assis E a todos como ele em qualquer religião. Onde haja um conflito de interesses que possamos trazer uma união de corações DIREITOS DE REPRODUÇÃO: Você pode fazer quantas cópias quiser desta Apostila, para usar em escolas, trabalho, órgãos públicos, Igrejas, Sinagogas, Mesquitas, templos e organizações comunitárias, levando em consideração que: . Os direitos autorais cabem `a Dennis Rivers, de acordo com o uso apropriado estipulado por lei, exceto onde estipulado ou em referências `a outro material acadêmico, de acordo com a doutrina do uso apropriado. É dada permissão para a reprodução e distribuição, simples ou múltipla, desta apostila, em parte ou em todo, para fins educacionais, por indivíduos ou organizasses, mas não para venda para o público em geral. Todas as cópias devem incluir esta página completa, a página de contribuições, os direitos de reprodução e o preço da Apostila imprimida não deve exceder US$ 0,10 para cada página copiada. Cada página individual deve conter a frase: “direitos autorais: Dennis Rivers 2005. Reproduzido com permissão do autor. Que todos os seus esforços para criar, famílias, ambientes de trabalho e comunidades mais cooperativas sejam abençoados com sucesso. (Essa apostila pode ser encontrada na sua versão original em Português no website: www.ComunicarMelhor.org (em Inglês e Espanhol: www.NewConversations.NET ) __________________________________________________________________________ AGRADECIMENTO PELAS CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Obrigado por todas as ofertas de sabedoria, trabalho, amor e dinheiro que fizeram esta Apostila possível. O autor desta apostila, Dennis Rivers, aceita encarecidamente qualquer oferta em dinheiro para ajudar no contínuo desenvolvimento e distribuição desta apostila e material relacionado. Qualquer oferta faz uma grande diferença. US$ 10 já fazem possível a distribuição gratuita de 1000 cópias desta Apostila para escolas e organizasses comunitárias. Você pode mandar sua contribuição em nome de Dennis Rivers, via ordem postal e enviar para o endereço abaixo. Você estará ajudando a tornar esta apostila para melhor comunicação inter-pessoal disponível no mundo todo. Obrigado. (Por favor, note que estas ofertas não podem ser descontadas do imposto de renda) Dennis Rivers Human Development Books 133 East De la Guerra St., #PMB 420 Santa Barbara, CA 93101 EUA Prefácio da tradutora Eu entrei em contacto com o trabalho do Dennis em 2001, por acaso, quando estava fazendo treinamento para trabalhar para o Lifeline, uma organização que dá assistência psicológica de graça por telefone, aqui na Austrália. Eu estava surfando na internet, procurando por informação sobre comunicação inter-pessoal, quando encontrei o website do Dennis. Eu adorei o website. Não só pelo trabalho dele, mas pelos muito artigos inspiradores que encontrei lá. Muito do que li ali, combina perfeitamente com minha própria visão de vida. Não haverá paz neste mundo enquanto não aprendermos a trazer mais compaixão para dentro das nossas interações diárias com as pessoas. Temos também várias fontes de inspiração em comum. S. Francisco de Assis e Thich Nhat Hanh, entre outros: pela fé e paixão que eles tiveram em trazer mais paz e união neste mundo tão louco em que vivemos. Essa apostila faz exatamente isso. Nos ensina a colocar em prática uma nova maneira de conversar e resolver diferenças que incorpora princípios de psicologia e amor ao próximo. Assim que soube que o Dennis estava procurando tradutores voluntários para a Apostila me candidatei. Eu sou Brasileira, por isso a tradução segue o Português do Brasil. Como o Dennis me disse que quer divulgar esta apostila em outros países de língua Portuguesa, eu tentei evitar ao máximo o uso de expressões tipicamente brasileiras, tornando o texto mais neutro. Acredito que não será necessário fazer muitas mudanças para que este texto possa ser assimilado por qualquer país que tenha o Português como sua língua mãe. Um problema comum com traduções, é que, às vezes, a fala ou a estrutura da língua original soa rígida em outra língua. Por isso, me parece muito importante que cada um encontre para si mesmo uma maneira de incorporar os princípios aqui explicados dentro da sua própria maneira de falar, de forma que seus diálogos se tornem mais produtivos e efetivos, sem no entanto, perder sua naturalidade. Ao invés de simplesmente repetir os exemplos usados na Apostila. No geral, acho que esta Apostila é um ótimo começo para aqueles que querem melhorar sua habilidade de se comunicar com as pessoas à sua volta. Desejo que esta Apostila seja para você a mesma fonte de crescimento e inspiração que é para mim. Que Deus abençoe a todos. Irene Escutando Meganne Forbes Intro-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Introdução Como esta aposti la originou; minha procura pelos sete desafios e como falar e escutar de forma mais cooperativa beneficia à todos Procurando pelo mais importante. Esta apostila propõe sete maneiras para nos ajudar a ter diálogos mais satisfatórias para nós a para aqueles com as quais conversamos. Eu selecionei estas sugestões do trabalho de vários professores, pesquisa- dores e terapeutas na área de comunicação. Embora estas sete habilidades não sejam tudo o que uma pessoa precisa saber à respeito de conversar, escutar e resolver conflitos, acho que eles formam uma boa parte. Vale a pena e é um bom começo. O campo da comunicação inter-pessoal é tão vasto; tem tanta coisa boa escrita por ai que é impossível seguir tudo. Para dar só um exemplo, no início dos anos 90, a instrutora de comunicação Kare Anderson escreveu um livro 1 maravilhoso sobre negociação que incluía 100 maneiras práticas para conseguirmos mais do que queremos. O problema é que ninguém consegue manter 100 regras na cabeça quando está conversando. Por isso precisamos estabelecer prioridades. O que é o mais importante? Que tipo de ações terão o efeito mais positivo nas vidas das pessoas? Essa apostila é fruto do meu esforço em tentar responder estas perguntas. Meu objetivo é de resumir o que muitos aceitam como os princípios mais importantes para uma boa comunicação e descrever estes princípios de tal forma que seja fácil de lembrar, adotar e usar em conjunto. A maioria das informações contidas aqui já é conhecida à décadas, mas isso não significa que o proveito alcançado tenha sido geral. Essa apostila é minha contribuição para mudar isso. 1 Kare Anderson, Getting What You Want. (Conseguindo o que você quer). New York: Dutton. 1993. Os benefícios no aprendizado de um estilo de comunicação mais cooperativo. Eu escolhi para esta apostila, os sete pontos mais potentes, mais difíceis e mais satisfatórios que eu descobri na minha luta pessoal para me conectar com as pessoas e curar as divisões dentro da minha própria família. Nada disso veio naturalmente para mim, pois venho de uma família onde alguns deixaram de se falar por mais de 10 anos. O esforço tem me trazido alguns dos bons resultados descritos a seguir (e eu ainda estou aprendendo). Estes são os resultados mágicos que podem ser alcançados com seu estudo e prática. Faça mais e se divirta mais, isto é, melhor coordenação das atividades que são importantes na nossa vida com as atividades na vida das pessoas à nossa volta. Vivendo e trabalhando com outros são atividades que requerem intensa comunicação. Quanto mais entendermos os sentimentos e necessidades dos outros, quanto mais os outros entenderem nossos objetivos e sentimentos, mais fácil será para que todos andem na mesma direção. Mais respeito. Devido à tendência de imitarmos uns aos outros em conversas diárias (eu grito, você grita, ...), quando adotamos uma atitude de maior compaixão e respeito com aqueles com os quais falamos, eles farão o mesmo conosco. Maior influência. Quando praticamos a honestidade responsável em combinação com o cuidado recomendado aqui, nossas chances de engajar os outros e chegarmos à acordos mais satisfatórios para todos aumentam assim como nossas chances de conseguirmos o que queremos e mais tarde não precisaremos sentir remorso pelas nossas intenções.2 2 Agradeço o professor de habilidades comunicativas Dr. Marshall Rosenberg por essa descrição concisa. Página Intro-4 -- OS SETE DESAFIOS -- Introdução A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org exemplos de como nos inter-relacionarmos são escassos. Esses são os motivos pelos quais vejo aprender novas maneiras de comunicar é um empreendimento difícil. Minha esperança é de que você veja seu aprendizado de habilidades comunicativas como uma longa jornada, como atravessar uma cadeia montanhosa, colocando seu esforço e atenção no processo, para desta maneira aproveitar mais. Viver como um ser humano completo parece muito com jogar basebol ou tocar violino. Quanto mais se pratica, melhor se fica. Provavelmente você já aceita isso como uma verdade para muitas atividades humanas. Espero que esta apostila lhe dê coragem e apoio para que você possa aplicar essa verdade ao falar, escutar e perguntar. Sete maneiras de ser a mudança que você quer ver. Diálogos são o resultado da contribuição de duas pessoas, por isso, ao fazer uma mudança positiva na sua maneira de falar e escutar, você pode sozinho mudar a qualidade dos seus diálogos. As ações descritas nesta apostila, são sete exemplos de como ser a mudança que queremos ver (descobri recentemente que a expressão vem de Mahatma Gandhi, o grande mestre da resistência pacífica.) Pode soar como sendo idealismo e auto- sacrifício, mas você pode também entender isso como um princípio prático: seja para os outros um modelo do que você gostaria de ver outros fazer. O sete desafios são também exemplos de outra expressão do Gandhi: “o meio é o fim.” Comunicar de uma maneira mais consciente e com compaixão é um fim satisfatório por si mesmo, emocionalmente e espiritualmente, mas eles também constroem famílias mais felizes e mais sucesso nos negócios. Os parágrafos a seguir dão uma breve descrição de cada desafio, juntamente com as questões de desenvolvimento pessoal ao longo da vida, que estão subentendidos em cada um deles. Dos capítulos 1 ao 7, você encontrará uma descrição mais detalhada de cada desafio, com discussões, exemplos e leituras para ajudá-lo a explorar as sugestões. Desafio 1. escute com mais atenção e mais receptividade. Escute primeiro e mostre que você entendeu o que foi dito, mesmo que você não concorde, antes de expressar sua própria opinião ou experiências. Para obter maior atenção da outra parte no diálogo em situações tensas, preste atenção primeiro: escute e repita o que você escutou, (principalmente emoções) antes de expressar suas necessidades e posições. Essa maneira de escutar recomendada aqui separa mostrar entendimento do que o outro diz de concordar ou aprovar o que o outro diz. Mostrar que entendemos o que se diz não precisa significar que concordamos com o que alguém faz ou percebe alguma coisa ou que aceitamos fazer o que nos pedem.  Num nível mais profundo, esse primeiro passo inclui aprender a ouvir nosso próprio coração e aprender a encontrar identidades bem diferentes da nossa, sem, no entanto, perder o nosso senso de nós mesmos. Desafio 2. Convide para a conversa e explique sua intenção. Para ajudar a outra parte no diálogo a cooperar com você e evitar desentendimentos em diálogos importantes convide-o/a para a conversa explicando o tipo de conversa que você pretende ter. Quanto mais importante for a conversa para você, maior o esforço que você deve fazer para que ele/a entenda o contexto. Muitos comunicadores de sucesso começam diálogos específicos com um prefácio do tipo: “Eu gostaria de falar com você a respeito de... (assunto). Quando seria uma hora boa para você?” O exercício para esse passo lhe dará motivação para expandir sua lista de possíveis diálogos e praticar diferentes prefácios para eles.  Níveis mais profundos nesse passo incluem ter mais consciência e mais honestidade a respeito das nossas intenções, desistindo gradativamente de intenções de prejudicar, derrotar ou punir e aprender a tratar outras pessoas como iguais, e ver sua livre aceitação do diálogo como uma dádiva e não uma obrigação. Desafio 3. Se expressando de forma mais clara e mais completa. Fale mais devagar e dê OS SETE DESAFIOS -- Introdução -- Página Intro-5 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org para a outra pessoa mais informação a respeito do que você está sentindo ou pensando usando frases diferentes que comecem com “eu”. Uma maneira que ajuda a outra pessoa a entender melhor é usando 5 dimensões diferentes das frases “eu...”. aqui vai um exemplo usando as 5 dimensões, identificados por vários pesquisadores durante o último século. As cinco frases “Eu … = cinco dimensões de experiência Exemplo prático 1. O que você está vendo, escutando, sentindo? "Quando eu vi a louça suja na pia… 2. Quais emoções você está sentindo? ...eu fiquei irritada/o e impaciente... 3. Que necessidade sua está por trás das emoções? ...porque eu quero fazer a janta agora… 4. Que ação, informação ou promessa você quer que a pessoa faça ou dê? ...Você pode me ajudar a lavar a louça agora?... 5. Qual o benefício que acorrerá se a pessoa fizer o que você pede? ...assim, a janta estará pronta quando os outros chegarem." Quando uma pessoa escuta outra com sinceridade, um processo bastante criativo ocorre, no qual a pessoa que escuta, reconstrói mentalmente o que a pessoa que fala está sentindo. Quanto mais frases “eu…” você usar, que sejam fáceis de entender e que expressem os diferentes aspectos do que se passa com você, mais fácil será para quem escuta entender o que você está falando e sentindo corretamente. Isso é vantajoso tanto para resolver um problema com alguém ou para elogiar. Se expressar dessa maneira leva mais tempo do que conversando de maneira habitual, mas levando em consideração o tempo que levamos para desfazer mal entendidos e a frustração de não sermos entendidos, essa nova maneira de nos expressarmos pode na vrdade, ser mais rápida no final.  Níveis mais profundos nesse terceiro passo incluem desenvolver a coragem para dizer a verdade ultrapassando o estágio de acusações na tentativa de entender experiências dolorosas e aprender a tratar nossas emoções e a dos outros como amigos, isto é, tratando nossas emoções e a dos outros com compaixão, gentileza e compreensão; sendo mais honestos, humildes e corajosos, dizendo o que estamos realmente sentindo ao invés de dizer “tudo bem”, quando na verdade não estamos nos sentindo nada bem. Desafio 4. Transaformando nossas críticas e reclamações (e a dos outros) para pedidos e saber explica-los. Para conseguirmos maior cooperação dos outros, sempre que possível pergunte o que você quer usando uma linguagem bem específica e positiva, que expresse uma ação específica, ao invés de fazer generalizações usando porquês, nãos e alguém poderia. Ajude os outros a fazerem o que você pede, explicando o porque do pedido, o benefício: “dessa maneira...”, “se você fizesse isso... me ajudaria muito a...”, “para que...”. Quando alguém te criticar ou reclamar, tente traduzir o que foi dito na forma de um pedido por uma ação positiva.  Níveis mais profundos nesse quarto passo incluem desenvolver um senso de auto-estima forte o suficiente para que você possa aceitar rejeição e aprender formas criativas de solucionar problemas, soluções onde todos ganham alguma coisa. Desafio 5. Faça perguntas de forma mais aberta e mais criativa. Mais abertura. Para podermos coordenar nossa vida e trabalho com as vidas e trabalho das pessoas à nossa volta, precisamos todos sabermos mais sobre o que os outros estão pensando e sentindo, querendo e planejando. Mas a maneira como normalmente perguntamos, requerendo como respostas apenas sim ou não, tende a fechar as pessoas e não a abri-las. Perguntas abertas encorajam os outros a revelarem mais de suas emoções e pensamentos. Perguntas abertas possibilitam uma maior variedade de respostas. “O que você achou do filme / comida / palestra / médico,... ?”, possibilita mais variedade nas respostas do que Página Intro-6 -- OS SETE DESAFIOS -- Introdução A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org “Você gostou do filme / comida / palestra / médico,... ?” (requer apenas como resposta um sim ou um não). Na primeira parte do quinto Desafio, exploraremos uma variedade de perguntas abertas. Mais criatividade. Perguntas são um meio poderoso para focar a atenção para um ponto na conversa e para guiar nossa interação com outros. Mas muitas das perguntas que aprendemos a fazer são totalmente inúteis e derrotistas. Por exemplo, quando os pais de uma adolescente que engravidou perguntam: Porque??? Porque você fez isso conosco?. Em geral, perguntas que começam com “como” direcionadas para o futuro são mais produtivas do que perguntas que começam com “porque”relacionadas com o passado. E há muitas outras possibilidades mais criativas. Das bilhões de perguntas que podemos fazer, nem todas são úteis ou esclarecedoras. Nem todas nos ajudam a resolvermos problemas juntos. Na segunda parte do quinto Desafio exploraremos perguntas poderosas em várias áreas da vida.  Níveis mais profundos neste quinto passo incluem desenvolver nossa coragem para escutar as respostas para nossas perguntas e encarar a verdade a respeito dos sentimentos dos outros. Aprender a ver uma situação sob diferentes perspectivas e aprender a aceitar que pessoas tem necessidades, pontos de vista e gostos diferentes dos nossos. (não há nada de errado comigo se você adora berinjela e eu odeio) Desafio 6. Mostrando mais consideração. Para construir relacionamentos mais satisfatórios com às pessoas à sua volta expresse maior apreço, gratidão, prazer, positivismo e encorajamento. A vida requer que estejamos sempre lidando com problemas e dificuldades, é fácil vermos na vida apenas os lados que precisam de conserto e correção. No entanto, para que nossos relacionamentos sejam mais satisfatórios (e para uma vida mais feliz) precisamos prestar atenção e mostrar apreço pleas coisas que nos agradam, que achamos de bom e correto. Uma boa comida, uma tarefa bem feita, etc.… É a consideração que fortalece um relacionamento o suficiente para superar diferenças e desentendimentos. Pensadores e pesquisadores de diferentes áreas chegaram `a conclusões semelhantes: relacionamentos saudáveis precisam ser sustentados por consideração mútua.  Um nível mais profundo neste sexto passo é a possibilidade de extrapolarmos nosso reconhecimento e gratidão pelas pessoas, para a natureza, a vida ou uma “Força Maior” Desafio 7. Focando num aprendizado contínuo: Aceitando os seis primeiros desafios como parte integrante da nossa vida diária. Para nos comunicarmos bem em muitas situações diferentes, precisamos treinar essas habilidades em várias situações diferentes, tanto, que um dia elas se tornarão parte dos nossos hábitos, como dirigir ou andar de bicicleta. O sétimo desafio consiste em praticar suas habilidades comunicativas em desenvolvimento no seu dia `a dia, resolvendo problemas juntos, dando apoio moral para as pessoas importantes na sua vida, e sentindo prazer ao perceber como você está influenciando o mundo de uma maneira positiva. Este desafio inclui aprender a ver em cada diálogo, uma oportunidade para desenvolver nossa habilidade e consciência, cada encontro como uma oportunidade para expressar maior reconhecimento, cada discussão, uma oportunidade para traduzir reclamações em pedidos e assim por diante.  Um nível mais profundo este sétimo passo consiste em aprendermos a nos separarmos da presente cultura de violência, insultos e vantagem, e aprendermos a criar pequenas ilhas de cooperação e reciprocidade. Conclusão. Eu espero que a informação e os exercícios nesta apostila lhe ajudem a descobrir que escutar e falar de forma mais consciente e cooperativa pode ser divertido e gratificante. Assim como aprender a jogar basquete ou tocar violão, comunicar de forma mais habilidosa requer um grande esforço, mas também traz muita satisfação. Dennis Rivers 4a edição – Dezembro 2005 Página 1-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Desafio um ESCUTANDO COM MAIS ATENÇÃO E RECEPTIVIDADE RESUMO (repetido da Introdução) Escute com mais atenção e mais receptividade. Escute primeiro e mostre que você entendeu o que foi dito, mesmo que você não concorde, antes de expressar sua própria opinião ou experiências. Para obter maior atenção do seu parceiro no diálogo em situações tensas, preste atenção primeiro: escute e repita o que você escutou, (principalmente emoções) antes de expressar suas necessidades e posições. O tipo de escutar recomendado aqui separa mostrar entendimento do que o outro diz de concordar ou aprovar o que o outro diz. Mostrar que entendemos o que se diz não precisa significar que concordamos com o que alguém faz ou percebe alguma coisa ou que aceitamos fazer o que nos pedem. Desafio um -- Escutar Escutar primeiro e depois repetir nas nossas próprias palavras o que entendemos do que foi dito, proporciona à pessoa que está falando um sentimento de satisfação. Todos nós temos uma grande necessidade de sermos entendidos. Escutar de uma maneira receptiva sempre vale a pena, pois deixa as pessoas perceberem que você se importa com elas. Para quem está falando, saber se realmente entendemos o que foi dito, não é uma coisa automática e as pessoas nem sempre sabem como confirmar se entendemos ou não. Quando a conversa é difícil ou tensa, escutar e mostrar que entendemos se torna ainda mais importante. Se não fizermos isso, nossa chance de sermos escutados pela outra parte se torna pequena. Escutar os outros, os ajuda a escutar. Quando aprendemos a coordenar melhor nossas atividades com as atividades da vida de outros precisamos resistir dois modelos bastante populares ( e terríveis) de comunicação: as disputas legais em Tribunais e o debate6. Em Tribunais e debates as partes apenas ouvem um aos outros para atacar o que ouvem. Como as partes geralmente não precisam fazer nada juntos, ninguém se importa com o danos causados com essa maneira de diálogo. Mas a maioria de nós se encontra em uma situação bastante diferente. Provavelmente, passamos a maior parte das nossas vidas tentando chegar à um acordo ou pedindo maior cooperação, por isso precisamos conquistar as pessoas, não derrotá-las. Nos negócios e na família, as pessoas que derrotamos hoje, são as mesmas das quais precisaremos pedir cooperação amanhã!7 Quando as pessoas estão com algum problema, e querem falar a respeito dele, a capacidade delas de escutar fica bastante diminuída. Se você tentar colocar seu ponto de vista para uma pessoa que está tentando expressar alguma coisa que ela está sentindo muito forte, fará apenas com que a pessoa tente se expressar de uma forma inda mais forte, até que seus sentimentos sejam reconhecidos. Por outro lado, assim que as pessoas percebem que alguém escutou seus sentimentos e mensagem, eles 6 Para um livro esclarecedor e inspirador neste assunto, veja Deborah Tannen, The Argument Culture: Moving From Debate to Dialogue. (A cultura da discussão: Mudando do debate para o Diálogo.) New York: Random House. 1998. 7 A obra sobre negociação cooperativa, hoje clássica, que inclui uma forte ênfase na empatia ao escutar, é Getting to Yes: Negotiating Agreement Without Giving In (Chegando ao Acôrdo: negociando sem se entregar). 2nd ed. Por Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton. New York: Penguin Books. 1991. Página 1-2 -- OS SETE DESAFIOS - Desafio Um: Escutando com mais atenção e receptividade A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org acalmam e conseguem prestar mais atenção no que foi dito. No seu livro, Nonviolent Communication (Comunicação sem violência), Marshall Rosenberg relata: “estudos em negociações de trabalho demonstram que o tempo necessário para chegar à uma resolução é cortado pela metade, quando cada negociador concorda repetir o que a pessoa anterior falou, antes de responder.”8 Por exemplo, uma enfermeira poderia dizer, depois de escutar um paciente: “Eu entendo que você está sentindo um grande desconforto agora, Suzana, você quer sair da cama e dar uma andada. Mas o médico disse que se você não ficar na cama mais uma semana, seus ossos não vão sarar.” A paciente do exemplo, provavelmente dará mais ouvidos à enfermeira desta maneira do que se ela tivesse respondido: “Sinto muito Suzana, mas você vai ter que ficar na cama. O médico disse que seus ossos não vão sarar se você não ficar na cama mais uma semana.” Aqui, o que falta é mostrar que se entende o que a paciente está sentindo no momento. O poder do simples reconhecimento. A prática da abertura ao escutar separa reconhecer os pensamentos e sentimentos que uma pessoa expressa de aprovar, concordar, aconselhar ou persuadir. Reconhecer os pensamentos e sentimentos de outros… • Não lhe tira a possibilidade de concordar ou discordar do ponto de vista, ações ou maneira de sentir da outra pessoa. • Não lhe tira a possibilidade de dizer sim ou não para um pedido. • Não lhe tira a possibilidade de dizer o que você pensa a respeito do que está sendo dito. 8 Marshall B. Rosenberg, Nonviolent Communication: A Language of Compassion. (Comunicação sem violencia: A linguagem da Compaixão) Del Mar, CA: PuddleDancer Press. 1999. Um problema que sempre se repete em situações de conflito é que as pessoas não separam reconhecer de concordar. Nas mentes das pessoas as duas coisas parecem vir juntas como uma promoção do supermercado, onde você leva dois e paga um. Se o José acha que reconhecer o que o João está sentindo significa concordar ou aprovar, então ele não reconhecerá nada do que o João está sentindo. O João fará mais esforço para ser escutado e José fará mais esforço para não escutar. Essa atitude não levará a lugar nenhum ou poderá terminar em desastre. As pessoas querem as duas coisas: serem entendidas e receber aprovação e aceitação. Com prática, você pode aprender a responder primeiro com um simples reconhecimento. Você pode dá- las metade do que elas querem. Em situações de conflito esse é um passo enorme. As pessoas com as quais você conversa também tenderão a reconhecer a sua posição e sentimentos, mesmo que eles não simpatizem com você. Esse reconhecimento recíproco cria um ambiente emocional que favorece a resolução e acomoda desentendimentos melhor. Aqui seguem três exemplos que não implicam concordar: Psicólogo para o viciado em drogas: “Eu entendo que você está se sentindo horrível agora e que você realmente quer suas drogas. Eu quero que você entenda que eu ainda acho que isso que você está tomando vai te matar.” Mãe para o filho de sete anos: “Eu sei que você quer mais sorvete e bolo, Pedrinho. É tão gostoso... mas você já comeu 3 pedaços e eu tenho certeza que você vai ficar com dor de barriga, se comer mais um. É por isso que eu não quero que você coma mais.” Representante de Sindicato para representante de Companhia:“Eu entendi da sua apresentação que a Companhia não tem dinheiro, que a competição internacional está pondo a Companhia em risco e por isso a Companhia não está em posição de dar um aumento de salário. Eu gostaria agora que OS SETE DESAFIOS - Desafio Um: Escutando com mais atenção e receptividade -- Página 1-3 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org explorássemos mudanças no contrato que possibilitam que os membros do Sindicato recebam um aumento sem prejudicar os objetivos da organização.” Quando escutamos e reconhecemos, a chance de que os outros farão o mesmo aumenta. Os exemplos acima são um pouco longos e incluem a posição e decisão do ouvinte. Em muitas conversas pode ser suficiente dizer apenas algumas palavras para certificar a outra pessoa que você ouviu e entendeu o que ele/a está sentindo. Por exemplo: “Você parece muito feliz (triste) com isso”, etc. Quando você escuta as pessoas que são importantes na sua vida, faça recapitulações breves do que eles estão falando e cite a necessidade ou o sentimento que parece ser o X da questão. Por exemplo: “Você ficou super feliz com aquilo, não é?…” “ Você gastou tanto tempo para ir até lá, e eles não tinham a peça que eles disseram no telefone que tinham, que chato, não é? … “Parece que você queria uma mudança radical naquela situação...” “O quê? Seu cão foi atropelado? Você deve estar super triste...” A questão aqui é empatia, não aconselhar. Se no último exemplo, você tivesse adicionado: “Aquele idiota!!! Você deveria processar aquele motorista que atropelou seu cão. As pessoas devem pagar pelos erros que cometem, etc., etc.”, você estaria dominando a conversa e impedindo a pessoa de expressar totalmente suas emoções e direcionando a conversa para sua própria opinião. Mais sugestões para escutar com mais receptividade: Em geral, não repita as palavras da outra pessoa exatamente como ela falou. Use suas próprias palavras para fazer resumos. Em casos onde as pessoas gritam ou falam alto, repita as palavras exatamente, mas num tom de voz mais calmo e mais baixo, para certificá-los de que você entendeu exatamente o que eles disseram. Se a emoção é confusa, tente ajudar a pessoa a esclarece-la: “Então… parece que você ficou um pouco chateado com aquilo…” A pessoa irá lhe corrigir, se você estiver errado. Escutar é uma arte, e há muito poucas regras fixas. Preste atenção para ver se a pessoa concorda com seus resumos. Se ela diz coisas como: É. Isso. Isso mesmo. Disse tudo, etc.… Se você consegue se identificar com as experiências da outra pessoa, expresse também a mesma emoção que a pessoa está sentindo no seu tom de voz (quando você faz seus resumos. Um resumo seco, sem emoção soa estranho e distante) . Escutar dessa maneira, com compaixão é um recurso poderoso na nossa trajetória pela vida, mas também requer muito de quem escuta. Nós poderemos ter que aprender a nos mantermos firmes nos nossos próprios pés, enquanto reiteramos a posição de outra pessoa. Isso requer prática. Nós também temos que aprender a escutar criticismo e reclamações sem nos sentirmos perdidos ou desvalorizados. Precisamos cultivar um maior senso do nosso valor, o que não é pouco. Apesar de todas as dificuldades, os resultados do escutar com mais compaixão e receptividade tem sido tão gratificantes que eu acho que todas as dificuldades valem a pena. Exemplos da vida real. Aqui estão dois exemplos em escutar. Um mostra um final feliz e o outro mostra o alto custo que às vezes, pagamos quando não ouvimos de forma empática. Página 1-6 -- OS SETE DESAFIOS - Desafio Um: Escutando com mais atenção e receptividade A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Primeiro exercício para o Desafio 1: Escutar ativamente. Procure um parceiro para praticar. Revezem contar eventos de suas vidas um para o outro/a. Enquanto você escuta seu parceiro, vá fazendo comentários breves que expressem de forma geral o que a pessoa passou e suas emoções: OS SETE DESAFIOS - Desafio Um: Escutando com mais atenção e receptividade -- Página 1-7 Página 1-8 -- OS SETE DESAFIOS - Desafio Um: Escutando com mais atenção e receptividade A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Segundo exercício para o Desafio 1: Aprendendo do passado com as ferramentas do presente. Pense em alguma conversa na sua vida que não terminou bem. Imagine como poderia ter sido melhor se você tivesse escutado com mais receptividade. Escreva uma alternativa para a/s conversa/s.. Desafio Dois: Expressando nossa Intenção & Convidando para conversar -- Page 2-3 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Embora poucas conversas sejam exatamente iguais, para fins de exploração, podemos agrupar a maioria das conversas em Inglês, em aproximadamente quarenta tipos de intenções. Trinta destas intenções, eu classifico como gratificantes e doze como frustrantes. A intenção aqui, não é desenvolver categorias lógicas rígidas, mas sugerir as diferentes colorações em intenções para conversas, que podem ser percebidas quando falamos e escutamos no dia a dia. ((Incluindo os sinais que as pessoas nos dão de que querem terminar a conversa ou dar um tempo) O objetivo da lista de intenções gratificantes é de encorajá-lo a começar muitas novas conversas diferentes, com resultados mais satisfatórios. Conforme você vai explorando a lista, vá adicionando suas próprias intenções. Intenções que devem ser evitadas. Para ficarmos realistas, com relação à maneira como as pessoas realmente agem, eu inclui uma segunda lista, no final do capítulo, que eu chamo de intenções para conversas que causam problemas. Aqui eu inclui motivos como coagir, enganar, punir, diminuir, fazer pouco caso, etc.… Hoje em dia, a TV, cinema, musica popular e livros nos bombardeiam constantemente com exemplos pré-fabricados de sarcasmo, crueldade e violência extremos. Por isso, no processo de desenvolver um estilo de interação pessoal mais positivo, nós poderemos ter que lutar contra o que é quase uma lavagem cerebral cultural contra a cooperação, respeito e gentileza. Existem muitos argumentos morais à respeito dessas questões e eu vou deixar à você decidir sobre questões morais. Eu, gostaria, entretanto, de salientar três desvantagens práticas sérias, nessas intenções coercivas. Elas vão se voltar contra você. O que fazemos para os outros, nós ensinamos os outros a fazerem conosco, em conversas e na vida em geral. Pude me certificar disso com horror, observando durante anos uma amiga e mãe solteira estressada usar sarcasmo como meio de disciplinar seu filho de 10 anos, cheio de vida. Quando adolescente ele passou a usar o mesmo sarcasmo arrogante ao falar com ela, que ela usou com ele. Eles irão embora. As intenções frustrantes da segunda lista podem dar satisfação `a curto prazo, pois permitem a expressão de sentimentos de frustração e raiva. Mas a pessoa não vai ficar disponível para ser coagida ou ser um alvo, uma segunda vez. E se eles não podem ir embora, ninguém sairá feliz. Coisas muito ruins podem acontecer. Muitas tragédias recentes ilustram como catástrofes podem ser criadas com conversas intimidantes. Um engenheiro avisou os gerentes da base de lançamento da nave Challenger de que o clima frio poderia causar a falha de certas partes. Os gerentes fizeram pouco caso do engenheiro e o foguete foi lançado. Quatro astronautas morreram quando a nave explodiu. Um avião da Air Florida caiu ao decolar, matando quase todos os passageiros à bordo, porque o piloto forçou o co- piloto a decolar, quando ele inicialmente recusou, dizendo que havia muito gelo nas asas. E tem se tornado uma triste repetição, o fato de que estudantes americanos que são constantemente humilhados na escola, voltam para matar colegas e professores. Considerações como essas sugerem que é para nosso próprio bem explorarmos intenções para conversas mais sustentáveis. Se você sente necessidade de usar estas táticas negativas em suas conversas com outros ou se você se vê constantemente envolvido neste tipo de conversas, eu sugiro que procure um psicólogo. Página 2-4 -- Desafio Dois: Expressando nossa Intenção & Convidando para conversar A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Primeiro exercício para o Desafio 2: Explicando o tipo de conversa que queremos ter. Com seu parceiro de práticas, tente começar as conversas da lista. Perceba quais você acha mais fáceis e quais mais difíceis. Comece com: “neste momento, eu gostaria de…” ou “eu gostaria de usar 1/5/30 minutos do seu tempo e...” UMA LISTA EXPLORATÓRIA DE INTENÇÕES PARA CONVERSAS SATISFATÓRIAS “Neste momento, eu gostaria de tomar 5 minutos do seu tempo e...” 1. ...lhe contar a respeito das minhas emoções e o que passei... ...não é nenhum pedido, nem reclamação contra você OU ...para que você entenda o pedido, oferta, reclamação que eu gostaria de fazer. 2. ...saber o que está acontecendo com você. (Mais específico: ...saber como você vai indo com [tópico]...) 3. ...contar uma estória. 4. ...explorar algumas possibilidades com relação à... (requerer sua compreensão mas não seu conselho ou permissão) 5. ...planejar um plano de ação para mim (com sua ajuda, ou eu queria que você só ouvisse, ou seja uma testemunha) 6. ...coordenássemos / planejássemos nossas ações juntos à respeito de... 7. ...expressar meu carinho / agradecimento por você pelo motivo...) 8. ...expressar meu apoio neste momento difícil para você. 9. ...reclamar / pedir alguma coisa com relação ao que você fez (ou disse) (para melhor resolução de conflitos, transforme reclamações em pedidos) 10. ...confirmar se entendi o que você passou ou a posição que você acabou de colocar. (isso geralmente continua com “Eu entendi que você...,” “Parece que você...,” “Então, você está se sentindo meio...,” ou “Deixa eu ver se eu entendi...”) Desafio Dois: Expressando nossa Intenção & Convidando para conversar -- Page 2-5 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org 11. ...resolver esse problema que eu tenho contigo sobre... 12. ...negociar ou pechinchar contigo à respeito de... 13. ...trabalharmos juntos na decisão à respeito de... 14. ...lhe dar permissão ou consentir com... / ...pedir sua permissão ou consentimento para... 15. ...lhe dar informações à respeito de... / ...receber algumas informações de você à respeito de... 16. ...lhe aconselhar à respeito de... / ...pedir um conselho à respeito de... 17. ...lhe dar diretivas, ordens ou tarefas de trabalho... / …receber diretivas ou ordens de você 18. ...fazer-lhe um pedido (para que ocorra uma ação, para seu tempo, informação, algum objeto, dinheiro, promessa, etc.) 19. ...concordar ou recusar um pedido que você me fez. 20. ...oferecer para você (alguma ação, informação, objeto, promessa, etc.) 21. ...aceitar ou recusar uma proposta que você me fez. 22. ...convencê-lo/a ou incentivá-lo/a a adotar um certo ponto de vista. 23. ... ...convencê-lo/a ou incentivá-lo/a a tomar uma certa medida. 24. ...perdoá-lo/a... / pedir seu perdão com relação à... 25. ...apresentar minhas desculpas com relação à... / pedir que você se desculpe com relação à... 26. ...apresentar minha interpretação do/a... (o significado para mim) / pedir sua interpretação do/a... 27. ...apresentar minha avaliação do/da... (quão bom ou ruim eu acho que é) / pedir pela sua avaliação do/a... 28. ...mudar o assunto da conversa e falar sobre... 29. ...pedir mais tempo para pensar no assunto. 30. ...terminar esta conversa, para que eu possa... Suas anotações para este exercício: Página 2-8 -- Desafio Dois: Expressando nossa Intenção & Convidando para conversar A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Suas anotações para este exercício: Página 3-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Desafio três SE EXPRESSANDO COM MAIS CLAREZA E DE FORMA MAIS COMPLETA RESUMO (repetido da Introdução) Desafio 3. Fale mais devagar e dê para a outra pessoa mais informação a respeito do que você está sentindo ou pensando usando frases diferentes que comecem com “eu”. Você deverá receber mais empatia, se você explicar melhor o que você está vendo, escutando, sentindo, interpretando, querendo e imaginando. Nas páginas seguintes vamos explorar cada um destes aspectos e como expressá-los de forma mais clara. Quando uma pessoa escuta outra com sinceridade, um processo bastante criativo ocorre, no qual a pessoa que escuta, reconstrói mentalmente o que a pessoa que fala está sentindo e pensando. Quanto mais “frases-eu” você usar, que sejam fáceis de entender e que expressem os diferentes aspectos do que se passa com você, mais fácil será para quem escuta entender o que você está falando e sentindo corretamente. Isso é vantajoso tanto para resolver um problema com alguém ou para elogiar. Se expressar dessa maneira leva mais tempo do que conversando de maneira habitual, mas levando em consideração o tempo que levamos para desfazer mal entendidos e a frustração de não sermos entendidos, essa nova maneira de nos expressarmos pode na verdade, ser mais rápida no final. Preenchendo a informação que está faltando. Se você observar pessoas conversando atentamente, você vai notar que a comunicação humana deixa muitas coisas sem dizer, cabendo ao ouvinte preencher os espaços vazios. Por exemplo, uma recepcionista, pode dizer no telefone para o psicólogo: “O das 2 horas chegou”. A sentença em si, não faz sentido algum. O que ela quer dizer é: “O paciente com a consulta marcada para as 2 horas chegou na recepção.” O psicólogo sabe disso. É incrível o número de vezes que essa maneira abreviada e subentendida de falar funciona sem problemas. No entanto, em situações incomuns, ambíguas, conflituosas ou fortemente emocionais, essa forma estenografada de falar pode não dar certo, devido, no mínimo, à três motivos. Primeiro, o ouvinte pode preencher os espaços vazios com informação totalmente diferentes do que estamos pensando. Segundo, o ouvinte pode não entender o que estamos falando (captando apenas detalhes e ignorando a idéia principal). E, finalmente, sem querer enganar ninguém conscientemente, nós podemos deixar de expressar partes importantes do que se passa conosco, por nos deixarem sem graça ou causarem reações hostis. Quanto mais sérias forem as conseqüências, se o que falamos não é entendido corretamente, tanto mais se torna necessário que entendamos o que se passa conosco e que passemos isso de forma clara para o ouvinte sem que ele se sinta atacado. Segundo vários pesquisadores, existem cinco dimensões que podem ser usadas pelo ouvinte para ajudá-lo/a a recriar em suas mentes o que se passa com você. Quanto mais elementos você oferecer, maior a probabilidade de que ele/a recriará a sua situação corretamente. Nesta apostila, eu chamarei essas dimensões ou elementos da nossa situação, de “as cinco mensagens”. Página 3-2 – Desafio tres: Se expressando de forma mais clara e mais completa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Exemplos em forma de Tabela. O exemplo na tabela abaixo mostra como podemos dizer o que sentimos em 5 partes. A forma mais comum e estenografada da frase abaixo seria: “Pare de correr desse jeito!” Na forma abreviada, as 5 mensagens dadas abaixo, ficam sem serem ditas. (Peço que leia de cima para baixo, seguindo as colunas) As cinco mensagens expressam: Exemplo (num hospital, enfermeira para um jovem paciente): vendo, ouvindo... 1. O que você está vendo, ouvindo ou percebendo? (use somente fatos) “Joãozinho, quando eu vejo você correndo na sua cadeira de rodas pelo corredor... E sentindo... 2. Que emoções você está sentindo? ...eu fico muito chateada... Porque eu... 3. Suas emoções se baseiam em que raciocínios, necessidades, vontades, lembranças, esperanças suas? ...porque eu acho que você vai acabar machucando outros e a si mesmo... Por isso, eu quero que você… agora. 4. Que ação, informação ou promessa você quer agora? ...Por isso, quero que você me prometa que você vai parar de correr agora... assim... 5. Quais resultados positivos no futuro serão o resultado da ação, informação ou promessa acima? (sem ameaças) ...assim, você pode voltar para casa inteiro e eu posso parar de me preocupar.” Nota: Meu profundo agradecimento vai para o trabalho de Marshall Rosenberg12 por me ajudar a entender as mensagens 1 até 4, o trabalho de Sharon e Gordon Bower13 por me ajudar a entender a mensagem 5, e o trabalho de John Grinder e Richard Bandler por me ajudar a entender como as pessoas “apagam” vários aspectos de sua experiência nas suas comunicações.14 Para variações interessantes no tema de mensagens completas, veja os livros deles, anotados no rodapé. Na tabela das páginas seguintes você encontrará oito exemplos de sentenças que darão ao ouvinte a informação completa do que você está sentindo e pensando. Repare como as emoções mudam de acordo com as necessidades e raciocínios usados. ((Peço que leia da esquerda para a direita, seguindo as linhas) 1. Quando eu vi / ouvi... 2. eu senti... 3. porque eu (preciso, quero, entendo, acho, imagino, etc.) 4. e eu quero agora / queira... 5. para que... Quando eu vi o urso na floresta com seus três filhotes... ...eu fiquei tão contente... ...porque eu precisava de uma fotografia de ursos para minha aula... ...e eu queria que o urso ficasse bem quieto... Para que eu pudesse focar a câmera. Quando eu vi o urso na floresta com seus três filhotes... ...eu quase morri de medo... ...porque eu me lembrei que ursos com cria são muito agressivos... ...e eu queria sair dali logo... Para que o urso não sentisse meu cheiro. 12 Marshall B. Rosenberg, Nonviolent Communication: A Language of Compassion (Comunicação sem violência: A linguagem da Compaixão). Del Mar, CA: PuddleDancer Press. 1999. 13 Sharon Anthony Bower e Gordon H. Bower, Asserting Yourself: A Practical Guide for Positive Change (Seja Assertivo: um Guia Prático para uma Mudança Positiva) Reading, MA: Addison-Wesley. 1976. 14 Richard Bandler e John Grinder, The Structure of Magic (A Estrutura da Magia), Vol. 1. Palo Alto: Science e Behavior Books. 1975. Desafio tres: Se expressando de forma mais clara e mais completa -- Página 3-5 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Exercício para Desafio 3 (continuação): As 5 mensagens: Sugestões para uma expressão mais clara: 3 Suas emoções se baseiam em que raciocínios, necessidades, vontades, lembranças, esperanças suas? A. Explique as interpretações, vontades, necessidades, esperanças, raciocínios e associações nas quais seus sentimentos se baseiam: ... porque eu imagino que... ... porque eu vejo isso como... ...porque eu me lembro como... ...porque para mim isso significa que... ao invés de... porque VOCÊ... (fez, disse, não fez, etc.) B. Por trás dos nossos raciocínios existem desejos, necessidades e esperanças que não foram satisfeitos. Explore e expresse essas necessidades nas quais seus sentimentos se baseiam: ...porque eu queria... ...porque eu preferiria... ...porque eu tinha esperança que... ...porque eu precisava... ao invés de... …porque VOCÊ...(fez, disse, não fez, etc.) 4 Que ação, informação ou promessa você quer agora? A. Peça por uma ação, informação agora ou a promessa de uma ação futura. As pessoas não podem dar emoções quando requeridas, por isso é anti- produtivo requerer emoções. (“Eu quero que você se alegre”, “Você não fica bravo à respeito disso?” Etc.) B. Se sua necessidade é de caráter geral, peça uma etapa específica nesse sentido. Transforme pedidos gerais e abertos, tipo: “consideração, respeito, ajuda, compreensão, apoio” etc., em verbos de ação específicos, como: por favor, escute, sente-se, carregue, me diga, me abrace,” etc. C. Seja específico ao expressar o que você quer, use frases positivas: “Por favor, chegue às oito...” ao invés de… “Não chegue tarde...” D. Inclua quando, onde e como. Estes detalhes podem evitar grandes desentendimentos. 5 Quais resultados positivos no futuro serão o resultado da ação, informação ou promessa acima? (sem ameaças) Ao descrevermos as coisas positivas que resultarão da satisfação do nosso pedido, nós motivamos o ouvinte, fazendo-o/a se sentir capaz de fazer algo que vale a pena. Isso prepara o terreno para expressões de gratidão posteriores, para um relacionamento mais gratificante para ambos e para a prática da competência (uma experiência mais prazerosa), ao invés de sentimentos de culpa, dever, obediência ou mágoa (uma experiência bem menos prazerosa). Página 3-6 – Desafio tres: Se expressando de forma mais clara e mais completa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Exercício para o Desafio 3 (continuação): Conte a estória de alguns de seus conflitos, frustrações e satisfações, usando o modelo das 5 mensagens. Elementos da sua experiência: ...expresso na forma de 5 mensagens “eu”: 1. O que você está vendo, ouvindo ou percebendo? (fatos, sem avaliações) (Eu vi, escutei, etc., ...) 2. Que emoções você está sentindo? (Eu senti...) 3. Que interpretações ou desejos apóiam os sentimentos? (porque eu...) 4. Que ação, informação ou promessa você quer agora. (e agora eu queria...) 5. Que resultados positivos virão se a ação, promessa ou informação for dada / feita? (assim...) Elementos da sua experiência: ...expresso na forma de 5 mensagens “eu”: 1. O que você está vendo, ouvindo ou percebendo? (fatos, sem avaliações) (Eu vi, escutei, etc., ...) 2. Que emoções você está sentindo? (Eu senti...) 3. Que interpretações ou desejos apóiam os sentimentos? (porque eu...) 4. Que ação, informação ou promessa você quer agora. (e agora eu queria...) 5. Que resultados positivos virão se a ação, promessa ou informação for dada / feita? (assim...) Desafio tres: Se expressando de forma mais clara e mais completa -- Página 3-7 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Exercício para o Desafio 3 (continuação): Conte a estória de alguns de seus conflitos, frustrações e satisfações, usando o modelo das 5 mensagens. Elementos da sua experiência: ...expresso na forma de 5 mensagens “eu”: 1. O que você está vendo, ouvindo ou percebendo? (fatos, sem avaliações) (Eu vi, escutei, etc., ...) 2. Que emoções você está sentindo? (Eu senti...) 3. Que interpretações ou desejos apóiam os sentimentos? (porque eu...) 4. Que ação, informação ou promessa você quer agora. (e agora eu queria...) 5. Que resultados positivos virão se a ação, promessa ou informação for dada / feita? (assim...) Elementos da sua experiência: ...expresso na forma de 5 mensagens “eu”: 1. O que você está vendo, ouvindo ou percebendo? (fatos, sem avaliações) (Eu vi, escutei, etc., ...) 2. Que emoções você está sentindo? (Eu senti...) 3. Que interpretações ou desejos apóiam os sentimentos? (porque eu...) 4. Que ação, informação ou promessa você quer agora. (e agora eu queria...) 5. Que resultados positivos virão se a ação, promessa ou informação for dada / feita? (assim...) Página 3-10 – Desafio tres: Se expressando de forma mais clara e mais completa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org habilidade de se abrir e falar sobre suas dificuldades, elas podem também sentirem mais vontade de assumir e enfrentar seus conflitos e problemas. Quando entendemos que o analista nos aceita, com todos os nossos defeitos e falta de habilidades, nós começamos a nos aceitar melhor. Não somos anjos, nem demônios. Somos pessoas comuns, tentando entender como navegar pela vida. Há muitos erros e tentativas pelo caminho e não precisamos nos envergonhar disso. Ninguém, absolutamente ninguém pode aprender a ser humano sem fazer erros. Mas, quando me encontro sozinho/a com meus erros, é fácil imaginar que sou a pessoa mais burra e desajeitada do mundo. Um bom analista (amigo, padre, pai ou mãe, grupo de apoio) é alguém que nos ajuda a formar uma imagem mais realista e termos mais compaixão com nós mesmos. Estes relacionamentos baseados em uma profunda aceitação, nos livra da fantasia de sermos super bons ou super ruins, nos ajuda a nos livrarmos da necessidade de manter uma imagem. Desta maneira, podemos começar a reconhecer e aprender do que se passa dentro de nós. Livres da necessidade de nos defendermos dos nossos erros, nós podemos realmente olhar para eles e vencer a necessidade de repeti-los. Mas estas são coisas difíceis de se aprender sozinho. Ajuda muito termos alguém que nos acompanhe nessa estrada. Algumas vezes, você será o receptor, outras o doador dessa aceitação. Seja lá que papel você assumir num determinado momento, ajuda entender que diálogos sinceros, cuidadosos e empáticos (as três grandes palavras de Carl Rogers), por si só, põem em movimento um tipo de conhecimento profundo conhecido como “Cura”. “Cura” é uma palavra bonita e uma metáfora poderosa para uma mudança positiva. Mas a palavra “Cura” pode também enganar, pois tira a ênfase do aprendizado e da capacidade que temos de aprender novas maneiras de nos relacionarmos com as pessoas e navegar pela vida. Aqui estão as cinco grandes lições que eu vejo presentes em quase todas as conversas empáticas e de apoio. • Ao prestar atenção quando alguém fala, de uma maneira calma e compreensiva, você o ensina a fazer o mesmo para si mesmo/a. • Ao ter cuidado com outros, você os ensina e terem mais cuidado consigo mesmos e com outros. • Quanto mais você aceitar suas próprias emoções, mais apoio poderá dar para aqueles que tem dificuldade em aceitar as emoções deles/as. • Ao perdoar as pessoas por serem humanas, errarem e serem limitadas, você os ensina a perdoarem a si mesmos e a começarem de novo, e a terem uma atitude mais compreensiva com relação à outros. • Ao manter diálogos que incluem a expressão recíproca e honesta de sentimentos e a exploração de alternativas, você ajuda as pessoas a verem que, de forma gradativa, elas podem começar a ter diálogos mais honestos e mais produtivos com as pessoas importantes em suas vidas. Estas experiências pertencem a todos, uma vez que fazem parte do ser humano. Elas são nossas, para aprendermos e através da profundidade do nosso cuidado, honestidade e empatia, são nossas para serem doadas. Acredito que elas formam o coração da análise. Desafio três: Se expressando de forma mais clara e mais completa -- Página 3-11 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Leitura 3-2: Analise feita por colegas com as Cinco Mensagens Uma analise em três pontos, usando as Cinco Mensagens Para ajudar as pessoas a encarar seus problemas de forma mais satisfatória. por Dennis Rivers. MA Ponto 1. A vida inclui conflito e situações difíceis. Pessoas que precisam de apoio emocional e que aparecem na sala do analista, geralmente estão sentindo uma mistura de medo, confusão, frustração, perda e uma sensação de estarem “enroladas / atoladas / presas”. Estas são geralmente dificuldades saudáveis, sinais que vem da mente-corpo e da vida da pessoa dizendo que algo precisa de atenção. (O professor de psicologia Lawrence Brammer, salienta em seu livro, The Helping Relationship (O Relacionamento de Auxílio), a maioria das pessoas que precisam de analise e apoio emocional, não são “doentes mentais”) de um ponto de vista humanista, existencial ou Rogeriano, a questão da analise não é simplesmente fazer esses sentimentos desaparecerem, mas para encorajar a pessoa a encontrar sua própria maneira de mudar o que tem que ser mudado, aprender o que precisa ser aprendido e aceitar o que precisa ser aceito. Aqui vai uma lista de dificuldades que fazem as pessoas procurar apoio emocional e direção. Medo: (exemplos) de encarar o que sinto, (não saber como “diminuir a pressão” de forma segura e aceitável) de dizer para as pessoas que eu não gosto do que elas estão fazendo de encarar meus erros por vergonha, (portanto eu continuo fazendo os mesmos erros) de encarar as pessoas quando elas fazem / estão fazendo algo errado de assumir que minhas necessidades estão em conflito com as necessidades das pessoas importantes na minha vida de perder o amor, respeito ou aceitação das pessoas se eu disser o que eu realmente sinto ou quero Confusão devido a mudanças na vida e necessidade de desenvolver uma nova habilidade e força interior: (exemplos) Crianças crescem e deixam a casa – dificuldade de manter a conexão com eles Novo patrão/superior no trabalho – perda de emprego – mudança de emprego – falta de emprego Entrar na faculdade ou mudar de bairro – falta de apoio emocional Começo e fim de relacionamentos – reorganizar a vida – quem eu sou agora? Gravidez – fazer grandes decisões e reorganizar a vida – quem eu sou agora? Pais ficam velhos e precisam de cuidados, me sinto como pais deles agora Mudanças no meu corpo sem minha permissão, não sei o que vai acontecer agora (mais relacionado com adolescentes e idosos) Atolado (enrolado / preso) / frustrado: (exemplos) Em uma família que eu amo e odeio ao mesmo tempo, sempre em atrito com outros Em um emprego que eu não gosto, ou na prisão – não sei para onde ir daqui Em um relacionamento sem sal – não sei como restabelecer as boas emoções do início Sentimentos de perda: (exemplos) Meu melhor amigo mudou para outra cidade Meu filho/a / pai / mãe morreu Para ter meu próprio lugar, preciso sair de casa Meu pai/mãe se tornou um alcoólatra e eu não gosto de ficar perto dele/a Página 3-12 – Desafio tres: Se expressando de forma mais clara e mais completa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Ponto 2. As pessoas, muitas vezes, não sabem como negociar ou enfrentar situações difíceis como as acima mencionadas, por isso elas usam mecanismos de fuga ou reagem de maneiras que ferem outros e a si mesmos. As reações abaixo são problemáticas pois não funcionam passado o primeiro momento. • Apagar – eu simplesmente não digo que peguei o dinheiro da sua carteira. • Distorcer -- eu digo “quebrou” quando na verdade “eu” quebrei. • Generalizar – eu fico muito bravo e digo “você nunca” ou “você sempre” para evitar ter que dizer “eu me sinto tão frustrado” ou “eu preciso da sua ajuda/amor/tempo…”18 • Distrair – eu começo uma briga, bebo, assisto horas de TV, começo um novo romance, mudo de cidade – tudo isso pode ser feito com a intenção inconsciente de fugir das nossas emoções • Fingir – eu finjo emoções que eu não tenho para evitar as que eu tenho (raiva é geralmente substituído por tristeza) • Negar – eu não sinto nada e não sei o que você falando – geralmente associado com uso de álcool • Desligar – não estou aqui – estou em outro lugar -- geralmente associado com uso de álcool e drogas. Formas extremas incluem enlouquecer, para se livrar de uma situação aparentemente sem solução. • “fazer cenas” – expressar minha raiva, quebrando coisas, batendo em outros, fugindo, fazendo algo para acabar na cadeia (e fora do problema original). O que as pessoas precisam é expressar seus sentimentos e o significado da sua situação de forma mais consciente, geralmente através de palavras e diálogos (mas também através de desenho ou cerâmica, etc.) para que possam pensar sobre o que está acontecendo em suas vidas e sentir o seu caminho para o próximo passo. Sentimentos de vergonha (“eu não sou bom se eu tenho um problema”) e incompetência fazem com que encarar um problema se torne mais difícil. Ao adotar uma atitude de profunda aceitação, o analista reafirma o valor fundamental de uma pessoa, tornando mais fácil a aceitação de suas emoções e a decisão de fazer algo para mudar o que tem que ser mudado, aprender o que precisa ser aprendido e aceitar o que precisa ser aceito. Ponto 3. Encorajar as pessoas à escutarem e se expressarem através das Cinco Mensagens é uma maneira de ajudá-los a tomar medidas mais diretas nos desafios de suas vidas. Estes processos de mudança, aprendizado e aceitação, mencionados no ponto 2, requerem um envolvimento intenso. Trabalhando com as Cinco Mensagens é uma maneira de vencer mecanismos de fuga – através da exploração sistemática das questões, “O que se passa comigo?” e “O que se passa contigo?” Do ponto de vista das Cinco mensagens, existem cinco atividades diferentes acontecendo dentro de uma pessoa, você ou eu. Ajudaria nosso auto-entendimento se prestássemos atenção à todos os cinco. E ajudaria nossa comunicação em situações de conflito, se expressássemos e prestássemos atenção para todos os cinco: 1. observação – o que eu vejo, escuto, toco… (“somente fatos”, descritos de forma simples) 18 Segundo John Ginder e Richard Bandler, em seu livro inovador sobre linguagem e psicoterapia, apagar, distorcer e generalizar são as principais maneiras como as pessoas se “enrolam”. Veja Richard Bandler e John Grinder, The Structure of Magic ( A estrutura da Magia), Vol. 1. Palo Alto: Science e Behavior Books. 1975. Página 4-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Desafio quatro TRANSFORMANDO RECLAMAÇÕES E CRITICISMO EM PEDIDOS RESUMO (repetido da Introdução): Desafio 4. Traduzir nossas críticas e reclamações (e a dos outros) para pedidos e saber explicá-los. Para conseguirmos maior cooperação dos outros, sempre que possível pergunte o que você quer usando uma linguagem bem específica e positiva, que expresse uma ação específica, ao invés de fazer generalizações usando "porquês", "nãos" e "alguém poderia". Ajude os outros a fazerem o que você pede, explicando o porque do pedido, o benefício: “dessa maneira...”, “se você fizesse isso... me ajudaria muito a...”, “para que...”. Quando alguém te criticar ou reclamar, tente traduzir o que foi dito na forma de um pedido por uma ação positiva. (Eu introduzi estes dois tópicos, fazendo pedidos e expressando desejos, no Desafio 3, mas eles são tão importantes que merecem um Capítulo à parte.) Porque é tão difícil pedir? É mais fácil dizer “Você está errado” do que “Preciso que você me ajude”. Quando pedimos, nós nos tornamos muito mais vulneráveis frente às pessoas com as quais interagimos do que quando criticamos ou reclamamos. Por isso reclamar é mais fácil do que pedir. Quando fazemos um pedido à alguém, essa pessoa pode nos esnobar, fazer pouco caso ou até rir de nós. O risco da decepção e humilhação é difícil de aceitar. Quando reclamamos nós estamos na posição segura de ataque, enquanto o ouvinte fica na defensiva. Mas se, por outro lado, o que queremos é a cooperação da outra pessoa, nós temos que pedir o que precisamos e aceitar o risco de ouvir um “não”. Com a prática, podemos aprender a aceitar esses riscos e os “nãos” melhor e mais graciosamente. Porque criticismo geralmente não nos traz os resultados positivos que queremos? Quando colocamos as pessoas numa posição de defesa, sua capacidade de escutar diminui. A energia e a atenção são usados na manutenção da postura de defesa, defesa de uma imagem e contra-ataques. Para poder escutar e decidir se eles querem nos ajudar ou não ou como, eles tem que se sentir seguros. Se a reclamação é fundamentada ou não, não vem ao caso. Existe uma tendência natural de imitarmos os outros quando falamos com ele/as. Criticismo de um, independentemente de quão justo seja, irá fazer com que o/a outro/a também critique, e o/as dois/duas ficarão preso/as numa espiral de acusações mútuas. Para evitar essa armadilha, pense no/a outro/a como parte do mesmo time tentando solucionar um problema, ao invés de um/a adversário/a. Pedir por uma ação específica do/a ouvinte, o/a ajuda a focar a atenção no presente. Mantenha o foco nas ações (suas e de outros) que você acredita que irão melhorar a situação, agora e no futuro. Use verbos e advérbios, como por exemplo: “ficaremos em dia com o planejamento”. Evite propor mudanças no temperamento de uma pessoa, como no caso do uso de substantivos e adjetivos, como, “trabalhador vagaroso” ou “colega de time ruim”. Procurar alternativas: “Como poderemos resolver este problema?”, trará resultados muito mais positivos do que “porque você tem que ser sempre essa lesma?” Se a pessoa é devagar por natureza, eu, na verdade estou pedindo que mude sua personalidade, o que é impossível. O resultado será que eu não vou conseguir resolver o meu problema ou satisfazer minha necessidade. Página 4-2 – Desafio Quatro: Transformando Reclamações e Criticismo em Pedidos A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Ao sermos específicos nós evitamos que a presente conversa se torne mais uma batalha perdida na história de conflitos mal resolvidos que está por trás das nossas conversas. As pessoas em um diálogo trazem consigo uma estória de mágoa, humilhação, falta de confiança, ressentimento, que não tem nada haver com p presente momento. Quanto mais vago e aberto o criticismo, mais fácil será para o/a ouvinte associá-lo com outros conflitos do passado. Ao invés de dizer “Porque você sempre demora tanto para fazer as coisas?” tente dizer “Você acha que poderia consertar a torneira do apartamento 4 antes das 5 da tarde? Os inquilinos estarão de volta à noite e seria muito bom se a torneira estivesse consertada quando eles chegassem.” Entonação de voz é muito importante. Certifique- se de que você não está trazendo para a conversa sentimentos que vem do passado. A vida é vivida melhor, um dia de cada vez. “Nós criticamos os outros por não nos darem o que temos medo de pedir.” Marshall Rosenberg Explicar faz com que as pessoa queiram cooperar. Pesquisa em psicologia social demonstrou que as pessoas respondem melhor à pedidos que são feitos acompanhados de uma explicação, mesmo quando o pedido parece bastante óbvio, ou a explicação na verdade não explica muito. Veja a diferença nos exemplos abaixo: “Você poderia abrir a janela?” “Eu queria um pouco d’água…” E... “Está tão abafado aqui. Será que você poderia abrir a janela para refrescar o ar um pouco?” “Estou com muita sede. Você poderia me arrumar um copo d'água para beber?.” Para quem escuta, muitas vezes, a segunda maneira de perguntar é mais inspiradora. Não sabemos exatamente porquê. Mas eu acho que é porque a pessoa se sente mais valorizada por eu ter achado importante lhe explicar o porque do pedido. Eu o/a coloco no mesmo nível que eu, eu lhe dou a chance de decidir se ele/a acha que vale a pena aceitar o pedido ou não, ao invés de se sentir obrigado a fazer o que eu peço. Outra possibilidade é que dando uma razão, o pedido fica justificado. De qualquer maneira, o que importa é que quando explicamos, o ouvinte se sente mais aberto para cooperar. Explicar possibilita o ouvinte a encontrar novas alternativas. Embora qualquer explicação ajuda, uma explicação dos seus objetivos reais, permite que o/a ouvinte entenda o contexto e o objetivo do seu pedido. Se ele/a, por algum motivo, não puder satisfazer o seu pedido ele/a poderá oferecer alternativas que você nem imaginou. (Para uma discussão inspirada desse assunto, veja Getting to Yes (Chegando ao sim), de Fisher, Ury e Patton. Eles sugerem que quando você explica seus objetivos ao invés de se prender à uma posição específica, seus adversários nas negociações podem aparecer com alternativas que são mutuamente benéficas e solucionam problemas para ambas as partes. A idéia geral do livro é a de transformar adversários em sócios para a solução de problemas em comum.) Challenge Four: Translating Complaints & Criticisms into Requests -- Page 4-3 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Exercício 4-1: Trabalhando com situações da vida. Pense em algumas das reclamações que você ouve no trabalho, em casa ou na comunidade e transforme-os em pedidos de ações específicas junto com uma explicação. (Eu inclui alguns exemplos, para aquecimento”.) “Não seja tão insensível!”, pode ser dito assim: “Paulinho, você pode fechar a porta com mais cuidado? Batendo a porta dessa maneira você acorda a tia Ivete.” “Alguém tem que comprar mais papel.” Pode ser dito assim: “O papel vai acabar hoje. Você tem alguns minutos agora para comprar duas resmas?” “Abaixa essa música!” Pode ser dito assim: “Oi. Eu moro no apartamento de cima e a sua música está tão alta que eu não consigo ouvir minha televisão. Você poderia baixar o volume?” Página 4-6 – Desafio Quatro: Transformando Reclamações e Criticismo em Pedidos A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Eu deixo de lado o medo de perder. Perder dinheiro, a imagem que faço de mim mesmo, liberdade, amigos, parentes, respeito, status, emprego, medo de perder uma vantagem. Eu deixo de lado o medo da tristeza. Eu deixo de lado sempre e continuo andando. Eu deixo de lado minha paranóia. Eu desisto dos meus rituais fóbicos. Eu deixo de lado o medo da minha atuação. Eu deixo de lado medos sexuais. Eu deixo de lado o medo da minha capacidade de ser pai, mãe, criança, trabalhador, esposo/a, amigo. Eu deixo de lado minha necessidade de controlar. Eu reconheço controle como um disfarce para o medo. Eu deixo de lado minha necessidade de estar certo, de ser o primeiro, de ser perfeito. Eu deixo de lado minha crença de que alguém tem que cuidar de mim. Eu deixo de lado o medo das condições da existência: eu aceito que às vezes vou perder; eu aceito que coisas mudam e acabam; eu aceito que dor faz parte do crescimento humano; eu aceito que as coisas nem sempre são justas; eu aceito que as pessoas podem mentir para mim, me trair ou ser desleais. Eu tenho flexibilidade suficiente para aceitar a vida como ela é e tolerante o suficiente para aceitar o que já passou. Eu desisto da necessidade de ser uma exceção nas condições da existência. Eu reconheço minhas dificuldades do momento como sendo um caminho. Eu acredito que tudo tem um motivo. Eu deixo de lado mais do que destino pode tirar. Eu agradeço todas as maneiras pelas quais as coisas acontecem para mim. Eu agradeço as graças que em todos os lugares me cercam e enriquecem minha vida. Eu sempre acho as alternativas que estão escondidas atrás do beco sem saída do medo. Eu me abro para a o curso da vida, pessoas e eventos. Eu agradeço o amor que espera por mim em todos os lugares. Eu me sinto profundamente amado por muitas pessoas, perto e longe, vivas e mortas. Eu me sinto amado e cuidado por uma força superior (Deus, o Universo, etc.). Eu acredito que eu tenho um destino importante, que eu vivo de acordo com ele e que eu vou viver para cumpri-lo. Eu me permito ter a completa medida da alegria que me cabe, a alegria de viver sem medo. Eu deixo o medo sair e a alegria entrar. Eu deixo o medo sair e o amor entrar. Eu deixo de lado o medo e alargo minha compreensão. Eu me torno cada vez mais ciente do medo em outras pessoas, cada vez mais sensível para com elas, cada vez mais cheio de compaixão. Eu aceito qualquer tipo de pessoa cada vez mais. Eu alargo meu círculo de amor para incluir qualquer ser vivo: eu mostro meu amor. Eu me torno cada vez mais corajoso ao longo do meu plano para me livrar do medo: eu deixo de controlar; eu aceito as derrotas da vida, eu admito meu medo; eu sinto meu medo dentro de mim; eu ajo Desafio Quatro: Transformando Reclamações e Criticismo em Pedidos -- Página 4-7 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org como se não tivesse medo, eu me divirto com meu medo, eu expando minha compaixão por mim mesmo e cada um. Eu tenho coragem e presença de espírito. Eu deixo de lado ficar na defensiva. Eu me protejo. Eu não sou violento. Eu sou intrépido quando debaixo de fogo. Eu sou um herói: eu sobrevivo a dor que me transforma. Eu não me deixo abater por pessoas e situações que me ameaçam. Eu faço com que as ameaças caiam inócuas pelo chão. Eu desisto de fugir de ameaças. Eu desisto correr de uma briga. Eu demonstro graça sob pressão. Eu paro de correr. Eu paro de me esconder. Cada vez mais meu medo se torna uma excitação saudável. Eu encaro o medo face à face. Eu me levanto para brigar. Eu pego o boi pelo chifre. Eu aceito o desafio. Eu ponho a cabeça na boca do leão. Eu mantenho meu pé firme no chão. Coragem cresce em mim automaticamente quando percebo uma ameaça. Eu tenho coragem de me mostrar como sou: com medo e com coragem. Eu agora libero a coragem que sempre esteve escondida em mim. Eu sou agradecido pelo dom da força. Eu deixo de lado a hesitação e a falta de confiança. Eu sou forte frente ao medo. Eu tenho determinação, perseverança e resistência. Eu arrisco e sempre ajo com responsabilidade e graça. Eu deixo de lado o medo de ser diferente. Eu deixo de lado a necessidade de fazer o que os outros querem que eu faça. Eu deixo de ser intimidado pela ira de outros. Eu deixo de lado o medo de que as pessoa não gostem de mim. Eu deixo de lado o medo de falsas acusações. Eu deixo de fazer as coisas do jeito dele/a/s. Eu reconheço que por trás do meu senso de responsabilidade exagerado existe o medo da minha própria liberdade. Eu deixo de lado o meu terror de ser rejeitado, reprovado ou ridicularizado. Eu paro de fingir para receber aprovação de outros. Eu tenho a coragem de desistir da minha encenação. Página 4-8 – Desafio Quatro: Transformando Reclamações e Criticismo em Pedidos A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Eu desisto de todas as minhas poses e pretensões. Eu tenho coragem de ser eu mesmo. Eu reconheço que por trás do meu medo de me mostrar está o medo da minha liberdade. Eu tenho coragem de mostrar minha mão, minhas inclinações, meus entusiasmos. Eu deixo cada palavra, sentimento e ação minha revelar o que sou realmente. Eu adoro ser descoberto/a, pego/a no ato de ser meu autentico eu. Eu exploro os confins da minha identidade. Eu tenho coragem de viver a vida que realmente reflete minhas necessidades e desejos mais profundos. Eu desisto da necessidade de corrigir as pessoas com relação à imagem que fazem de mim. Eu desisto de ter medo do meu próprio poder. Ninguém pode me segurar. Eu posso usufruir da fonte inesgotável de energia vital dentro de mim. Eu tenho um coração enorme e um espírito intrépido. Eu tenho coragem de me dar incondicionalmente e eu tenho coragem de assumir a responsabilidade pela manutenção dos meus limites. Eu estou aberto para a graça que me ensina a diferença. Eu abro o portal da minha alma. Eu liberto meu amor, até agora preso pelo medo. Eu liberto minha alegria, até agora preso pelo medo. Eu honro e evoco meus poderes animais, meus poderes humanos, meus poderes divinos. Eu deixo o amor verdadeiro jogar for a meu medo. Quando deixo de lado meu medo eu liberto o mundo do medo. Que eu e todas as criaturas sejam livres do medo e cheios de amor. Por tudo que foi: obrigado/a! Por tudo que será: Sim! --Dag Hammarskjold Do livro: When Love Meets Fear (quando o Amor encontra o Medo) de David Richo, PhD. Visite www.davericho.com para informações sobre fitas e livros do Dr. David Richo. Desafio Quatro: Transformando Reclamações e Criticismo em Pedidos -- Página 4-11 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Leitura + Exercício 4-3: (continuação) Como você usaria essas sugestões numa situação de conflito recente? Imagine como o conflito poderia ter sido resolvido de uma maneira diferente. Página 4-12 – Desafio Quatro: Transformando Reclamações e Criticismo em Pedidos A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Página 5-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Desafio cinco FAZENDO PERGUNTAS DE FORMA MAIS ABERTA E MAIS CRIATIVA. RESUMO (repetido da Introdução) 1a Parte: Fazendo perguntas de forma mais aberta. Para podermos coordenar nossa vida e trabalho com as vidas e trabalho das pessoas à nossa volta, precisamos todos saber mais sobre o que os outros estão pensando e sentindo, querendo e planejando. Mas a maneira como normalmente perguntamos, requerendo como respostas apenas sim ou não, tende a fechar as pessoas e não a abri-las. Perguntas abertas encorajam os outros a revelarem mais as suas emoções e pensamentos. Perguntas abertas possibilitam uma maior variedade de respostas. “O que você achou do filme / comida / palestra / médico,... ?”, possibilita mais variedade nas respostas do que “Você gostou do filme / comida / palestra / médico,... ?” (requer apenas como resposta um sim ou um não). Na primeira parte do quinto Desafio, exploraremos uma variedade de perguntas abertas. Note a diferença entre as perguntas que poderiam ocorrer em qualquer diálogo entre dois parceiros: “Então querida, você quer alugar o apartamento que vimos ontem?” Ou... “Então querida, o que você acha de alugarmos o apartamento que vimos ontem?” A 1ª pergunta requer apenas uma resposta “sim-não” e não convida à uma maior discussão do assunto. O/A ouvinte pode se sentir forçado/a a tomar uma decisão imediata e sua resposta pode não refletir sua necessidade verdadeira. Ambas as perguntas sugerem alugar o apartamento mas a 2ª oferece a possibilidade de um número maior de respostas. Mesmo que você queira persuadir a outra pessoa, a melhor maneira de fazer isso é levar em consideração as preocupações da outra pessoa. E se não fizermos perguntas abertas, nunca saberemos que preocupações são estas. Quando uma decisão tem que ser feita logo, é fácil cair na tentação de forçar as pessoas a tomarem decisões “sim-não”. Mas pressionar as pessoas sem deixar que elas se expliquem tem causado muitos acidentes de trabalho e catástrofes (como a explosão da nave espacial Challenger). Na página seguinte estão alguns exemplos de perguntas abertas que podem ser úteis para: • Resolver problemas, satisfazendo a necessidade de todos, • Conhecer e entender as pessoas à sua volta melhor, e • Simplesmente criar diálogos mais ricos e mais satisfatórios. Página 5-4 -- Desafio Cinco: Fazendo Perguntas de forma mais Aberta e Criativa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org RESUMO (repetido da Introdução) 2ª Parte: Fazendo perguntas de forma mais criativa. Que perguntas realmente valem a pena serem feitas? Perguntas são um meio poderoso para focar a atenção para um ponto na conversa e para guiar nossa interação com outros. Mas muitas das perguntas que aprendemos a fazer são totalmente inúteis e derrotistas. Por exemplo, quando os pais de uma adolescente que engravidou perguntam: Porque??? Porque você fez isso conosco?. Em geral, perguntas que começam com “como” direcionadas para o futuro são mais produtivas do que perguntas que começam com “porque” relacionadas com o passado. E há muitas outras possibilidades mais criativas. Das bilhões de perguntas que podemos fazer, nem todas são úteis ou esclarecedoras. Nem todas nos ajudam a resolvermos problemas juntos. Nesta parte do quinto Desafio exploraremos perguntas poderosas em várias áreas da vida, ajudados por pesquisas de várias áreas diferentes. Note que algumas das perguntas abaixo, se usadas à queima-roupa, podem soar autoritárias ou o/a ouvinte poderá se sentir invadido. Comece perguntando estas perguntas a si mesmo e pratique a “introdução para diálogos”, descrito no Desafio 2. Fazendo perguntas no dia-a-dia. Em cada novo desafio na vida, nós fazemos muitas perguntas à nós mesmos e a outros. Perguntar é uma das principais maneiras pelas quais tentamos entender o que acontece em nossa volta, mas geralmente não temos consciência da qualidade das perguntas que fazemos. “Você sempre age dessa maneira estúpida? ou... “Como podemos trabalhar juntos e resolver esse problema?” Conclusão: nem todas as perguntas tem o mesmo valor. Muitas são um esforço inútil, mas algumas podem ser realmente úteis. Aprender a fazer perguntas conscientes e produtivas à nós mesmos e outros, sobre a situação ou tarefa à nossa frente, é uma parte importante no treinamento de muitos profissionais: psico- terapeutas19, engenheiros, arquitetos20, matemáticos21, médicos e outros. Todos eles tem que fazer perguntas profundas. Eles fazem isso para aplicar o conhecimento que eles tem na resolução de um problema, levando em consideração todos os elementos que fazem parte da situação: a pessoa, o terreno, a perna quebrada, a ponte sobre o vale, etc. (Eu observei várias reuniões de Quakers (um grupo religioso nos Estados Unidos. Nota da tradutora) e eles fazem perguntas bem estruturadas para seu auto- conhecimento. Um amigo jesuíta, me disse que os jesuítas fazem o mesmo.) “Como pude ser tão burro?” ou... “O que posso aprender dessa situação?” 19 Isso se aplica muito na terapia narrativa. Para dezenas de exemplos inspiradores leia Narrative Therapy: The Social Construction of Preferred Realities (Terapia narrativa: a construção social das realidades prediletas), escrito por Jill Freedman e Gene Combs, New York: Norton, 1996. Capítulo 5. 20 Donald A. Schön descreve isso como um processo de investigação e reflexão em ação, no livro The Reflective Practitioner: How Professionals Think in Action (O profissional Refletivo: como pensar em ação). New York: Basic Books, 1983. 21 Para uma lista de questões que formam um método para resolver problemas matemáticos, leia How to Solve It: A New Aspect of Mathematical Method (Como resolver: um novo aspecto do método matemático) de George Polya, Garden City, New York: Doubleday Anchor Books, 1957, xvi. Desafio Cinco: Fazendo Perguntas de forma mais Aberta e Criativa -- Página 5-5 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Uma ferramenta para qualquer um. Fazer perguntas de uma maneira consciente, criativa e exploratória, não cabe somente à profissionais; cabe a todos nós. Estamos todos ocupados tentando construir uma vida melhor, uma família melhor, um ambiente de trabalho melhor, um mundo melhor, como se estivéssemos tentando construir o prédio mais alto do mundo. Podemos usar em nossas próprias vidas, o mesmo estilo criativo de perguntar que os engenheiros usam para construir pontes melhores, que os psico-terapeutas usam para ajudar seus clientes e mediadores usam para chegar à acordos. “Como posso dar um jeito naquele inútil?” ou... “O que é melhor eu fazer neste momento?” Os muitos exemplos de perguntas exploratórias dados por Donald Schön no Profissional Refletivo sugerem que façamos um “espaço livre” nas nossa mentes para as coisas que ainda não entendemos. Ou ainda não decidimos. “Ok,” um arquiteto poderia pensar, “como poderemos construir esse prédio de forma que siga o contorno do terreno?” A resposta envolverá uma mistura complexa de descoberta, inventividade, entendimento, e decisão, postos lado à lado pela força criativa da pergunta. Esse processo racional fica mais fácil de imaginar, usando exemplos visuais, como desenhar uma casa em harmonia com o angulo de um morro (sem causar um deslizamento!) Estes mesmos elementos estão presentes em todas as nossas atividades relacionadas com a solução de problemas de forma cooperativa. Ao fazermos perguntas, nós começamos a pensar no desconhecido, porque perguntas focam nossa atenção, e nos dão um tema para uma maior exploração. Perguntas são como o gancho do escalador de montanhas, nós jogamos o gancho no desconhecido e nos apoiamos nele para irmos em direção ao futuro. Mas precisamos saber como e onde jogar para irmos para um futuro melhor. “Como posso fazer isso sem que ninguém descubra?” ou... “Se eu fizer isso, que tipo de pessoa me tornarei?” Pelo que eu saiba, não existem regras claras a respeito de como fazer perguntas que sejam mais úteis numa determinada situação. Você pode desenvolver uma intuição através do estudo de muitas perguntas criativas. O próximo exercício lhe dará uma oportunidade de experimentar com algumas das melhores perguntas feitas até hoje. Questões de Poder. Em muitas situações você pode não ter o poder emocional, político ou social para fazer perguntas criativas. Poder político, com freqüência, restringe o espectro de perguntas que podem ser feitas e quem pode faze- las. Por exemplo, é difícil achar alguém no governo americano que responda a pergunta: “Agora que a guerra fria acabou, porque vocês estão gastando mais do que nunca com armas nucleares?” Governos e pais totalitários e agencias de publicidade, querem que obedeçamos em silêncio ao invés de fazermos perguntas e explorarmos outras possibilidades. Aprender a fazer perguntas criativas de forma conciliatória e com compaixão, pode ser um grande passo na reconquista do seu poder perdido enquanto pessoa, como membro de uma família, como cidadão, ou solucionador de problemas. Exercício 5-3: Expandindo sua caixa de ferramentas de perguntas criativas. Página 5-6 -- Desafio Cinco: Fazendo Perguntas de forma mais Aberta e Criativa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org A lista de perguntas apresentada abaixo contém as perguntas mais intensas e criativas que eu consegui achar, retiradas dos trabalhos de vários perguntadores profundos. Ao lado de cada pergunta eu coloquei de que área eu retirei a pergunta. Para cada pergunta, imagine onde, em sua vida, você poderia usar a pergunta. Esse exercício requer esforço. É melhor dividi-lo em várias sessões. (Como discutido no Desafio 2, se você vai usar perguntas difíceis ou íntimas, o resultado será melhor se você explicar de antemão o tipo de conversa que você quer ter.) Pergunta Fonte (Área) Quando e onde você poderia usar esta pergunta na sua vida? 1. Como me sinto com isso? 2. O que está se passando comigo / com você neste momento? Terapia Gestalt e Psicoterapia geral. 3. Como eu poderia ter feito isso de outra maneira? 4. O que posso / você pode aprender dessa situação / erro / experiência dolorosa / etc.… Psicoterapia geral. 5. Que explicações eu dou a mim mesmo quando as coisas não dão certo? 6. Quão fácil é, para mim, encarar este momento difícil como algo passageiro, local e parcialmente aleatório? Pesquisa de Martin Seligman’s em fraqueza adquirida, otimismo e estilo explicativo.22 Nota: Seligman descobriu que generalizações exageradas tem um papel chave em depressão. Quando algo ruim acontece, pessimistas tendem a dizer à si mesmos:”É sempre assim, em qualquer lugar, não vai mudar nunca” ou “É tudo minha culpa” 22Martin E. P. Seligman, Learned Optimism(Otimismo aprendido). New York: Knopf, 1991. Desafio Cinco: Fazendo Perguntas de forma mais Aberta e Criativa -- Página 5-9 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Leitura 5-1: Perguntas Radicais para Tempos Críticos por Sam Keen, PhD Diz a lenda que ao deixarem o Paraíso, Adão disse para a Eva: “Querida, nós estamos vivendo numa era de transição”. Normalmente, a vida transcorre normalmente. Nós vivemos seguros dentro do nosso jardim protegido pelos mitos, valores e paradigmas da sociedade em que vivemos. As perguntas que fazemos se referem a ganhar a vida, adquirir as coisas que nos ensinaram a desejar, criar nossos filhos e manter a paz com os vizinhos. Mas em tempos de crise, nossas certezas confortáveis a respeito de quem somos nos forçam a fazer perguntas mais radicais. Carl Jung chegou neste ponto, em sua meia-idade, quando descobriu que não sabia que mito ele estava vivendo. Uma vez que mudanças permanentes chegaram para ficar e crises e transições são uma parte inevitável da condição humana, uma pessoa sábia irá tentar adquirir as técnicas necessárias para sobreviver em tempos difíceis. As crises que todos os Adões e Evas tem que manejar se compõem de 3 círculos interconectados: crises de identidade, crises de amor, crises sociais. As perguntas radicais que precisamos nos perguntar em tempos de transição (quando nosso mundo está em chamas) são àquelas direcionadas ao nosso Eu solitário, aos nossos relacionamentos íntimos, eu e você, e o mundo à nossa volta, onde vivemos e onde nossas vidas acontecem. Aqui vai uma seleção para te dar um começo. (Se você souber de outras perguntas que ache difíceis, ou que te desafiem ou dêem inspiração, por favor, mande para: Sam Keen, 16331 Norrbom Rd. Sonoma, California 95476) Examinando o Eu O que está acontecendo comigo? O que virá depois disso, para mim? De onde vem e o que significa minha inquietação, insatisfação, desejos, ansiedade? O que eu quero realmente? O que em mim eu ainda não desenvolvi? Qual foi minha contribuição para a vida? Quais são os meus dons? Minha vocação? O que devo fazer? Quem disse? O que o meu Eu verdadeiro sabe que eu não sei? Que estórias, mitos, valores, autoridades, instituições, etc.… me informam? Qual minha maior preocupação? Quão fiel eu sou à melhor imagem que posso fazer de mim mesmo? Minha saúde, segurança e felicidade foram adquiridos à custa de quem? Perguntas para eu e você Quem eu amo? Quem me ama? Amo mais do que sou amado? Quão íntimos somos? O quanto é perto o suficiente? O que estamos fazendo juntos? Nós nos ajudamos a alargar e aprofundar nosso cuidado e compaixão um pelo outro? Que emoções clandestinas nos impedem de sermos autênticos um com o outro? (medo, raiva, mágoa, culpa, vergonha, tristeza, vingança, …) Quando nossos votos e promessas se tornaram uma prisão da qual precisamos fugir para preservarmos a integridade das nossas vidas individuais? Como podemos renovar nossa paixão e compromisso um com o outro? Quando é hora de dizer adeus? Questionando o mundo à nossa volta Quem está incluído no “nós”, a comunidade, as pessoas que incluem eu e meu ser? Quem é meu próximo? Fora da minha família, com quem eu me importo? Quem são meus inimigos? Até que extremo irei para defender meu país? Página 5-10 -- Desafio Cinco: Fazendo Perguntas de forma mais Aberta e Criativa A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Posso ser justo e caridoso e ao mesmo tempo leal à minha profissão, corporação ou país? Se sucesso fosse medido por Felicidade Nacional Bruta (a medida nacional do Butão), como mudariam nossas instituições econômicas, educacionais, políticas e religiosas? O que é necessário para convencer nações soberanas que a paz é mais importante do que gastar suas riquezas e criatividade produzindo armas mortais e genocidas? Se você duvida que fazer perguntas é o caminho real da revolução, transformação, e renovação, pense no que aconteceu quando Descartes perguntou: “Do que posso ter certeza?”, ou Newton: “O que a maçã que cai tem haver com a lua que sobe no horizonte?”, ou Marx: “Porque todos os homens nascem livres, mas estão todos acorrentados?”, ou Freud: “O que significam os sonhos?”. Sua pergunta é a sua jornada. Sem perguntas, não há jornada. Perguntas tímidas, jornadas tímidas. Perguntas radicais, uma expedição às raízes da sua existência. Bon voyage. Sam Keen, filosofo, professor e autor, escreveu muitos livros sobre ser humano, entre outros, Apology for Wonder (Desculpando o maravilhoso), Fire in the Belly (Fogo na barriga), To Love and Be Loved (amar e ser amado), and Faces of the Enemy: Reflections of the Hostile Imagination (Faces do inimigo :a imaginação hostil). O artigo acima, foi impresso com a autorização do autor. (A Comunidade por trás da Cooperativa de habilidades Comunicativas, agradece o Dr. Keen pela contribuição deste exercício para a Apostila e a livraria virtual do www.NewConversations.NET. Para informações sobre os Workshops do Sam Keen, livros e projetos visite www.samkeen.com) Seus pensamentos acerca deste artigo e as perguntas criativas na sua vida: _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ Página 6-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Desafio seis EXPRESSANDO MAIOR APREÇO RESUMO (repetido da Introdução): Para construir relacionamentos mais satisfatórios com às pessoas à sua volta expresse maior consideração, gratidão, prazer, positivismo e encorajamento. A vida requer que estejamos sempre lidando com problemas e dificuldades, é fácil vermos na vida apenas os lados que precisam de conserto e correção. No entanto, para que nossos relacionamentos sejam mais satisfatórios (e para uma vida mais feliz) precisamos prestar atenção e mostrar apreço pelas coisas que nos agradam, que achamos bom e correto. Uma boa comida, uma tarefa bem feita, etc.… É a consideração que fortalece um relacionamento o suficiente para superar diferenças e desentendimentos. Pensadores e pesquisadores de diferentes áreas chegaram `a conclusões semelhantes: relacionamentos saudáveis precisam ser sustentados por consideração mútua. Dos passos descritos nesta Apostila, expressar nosso apreço é, provavelmente, o passo mais poderoso e gratificante, e também um dos mais difíceis. Alguns dos escritores sobre o assunto, vão ao ponto de propor que agradecimento é a chave para uma vida melhor e paz com Deus! (Gostaria que o como chegar lá, fosse assim tão claro!) Expressar apreço é com certeza, um passo muito mais pessoal do que fazer perguntas mais abertas. Para expressar gratidão de uma forma efetiva, precisamos nos sentir agradecidos. Isso, às vezes, requer que olhemos para a pessoa ou situação de um novo ângulo. Expressar apreço envolve o ato de agradecer em si e também uma atitude interna. Este Capítulo inclui exercícios para expressar consideração e uma base de informação, que o ajudará a explorar suas atitudes com relação à gratidão. Eu espero que este Capítulo o ajude a colocar “explorar e expressar mais apreço” na sua agenda para sempre. Infelizmente não existe nenhum botão no nosso cérebro que podemos apertar para instantaneamente nos tornarmos mais agradecidos e satisfeitos. Mas existem muitas oportunidades, todos os dias, para caminharmos nesta direção. PESQUISA SOBRE O PODER DA CONSIDERAÇÃO E GRATIDÃO Casais. Se você, como eu, nunca prestou muita atenção no tópico “agradecimento”, você vai ficar tão surpreso/a como eu, quando li sobre resultados recentes na pesquisa relacionada com agradecimento. O que os pesquisadores chamam de “interações positivas” é a essência de bons casamentos, do desenvolvimento saudável de crianças e negócios de sucesso! Pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que casais felizes tendem a ter cinco vezes mais interações positivas do que negativas.26 Casais que permanecem juntos, tem com freqüência desentendimentos reais, mas o hábito de reconhecer e apoiar um ao outro, lhes dá a força necessária para superar seus problemas. 26 Veja Lifeskills (Habilidades para a Vida), de Virginia e Redford Williams. New York: Random House, 1977. Pg. 100, e Why Marriages Succeed or Fail (Porquê casamentos funcionam ou não), de John Gottman e Nan Silver. New York: Simon & Shuster, 1994. Página 6-4 – Desafio Seis: Expressando mais Apreço A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org felizes. Nós poderemos descobrir acontecimentos que sempre ignoramos. O nascer do sol, pode começar a parecer uma dádiva, ou mesmo um milagre! Isso não quer dizer que devemos ignorar ou recalcar as dificuldades atuais na nossa vida. Mas se conseguirmos achar um jeito de dar aos nossos corações e mentes, muitos pequenos momentos de descanso dos nossos problemas, acredito que poderemos trabalhar na solução de forma mais criativa e mais efetiva. (O texto continua depois do exercício abaixo.) Exercício 6-1: Acontecimentos que posso agradecer. Dedique pelo menos 15 minutos todos os dias para fazer e aumentar sua lista de acontecimentos felizes (o máximo que você puder lembrar). Estas podem ser coisas específicas, como ganhar um prêmio, mas também pessoas que foram ou são uma benção na sua vida. Anote também como você se sente ao escrever estes acontecimentos. Desafio Seis: Expressando mais Apreço -- Página 6-5 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Agradecer é dizer sim à vida. Uma outra maneira de cultivar um coração agradecido é procurar pequenas maneiras de agradecer estranhos. Se, num restaurante, você gostou da comida, diga isso ao garçom / garçonete. Quando eu vou ao dentista, eu o/a agradeço por dedicar aquele tempo da sua vida, tentando, com grande esforço e disciplina, fazer com que meus dentes permaneçam dentro da minha boca. Eu passei muitas tardes em frente de alguma feira, coletando assinaturas para uma ou outra causa que eu apoio, por isso, quando vejo alguém fazendo o mesmo eu digo para ele/a: “Obrigado por estar aqui”. As possibilidades são infinitas. Por trás desta prática, está minha longa estória de apoio à causa anti-nuclear. Isso fez com que eu tivesse que dizer “não” muitas vezes. Dizer “não” de uma maneira bem consciente e consistente ano após ano. Um “não” profundo vindo do coração à tanques de lixo atômico que vazam, à água contaminada, à cânceres causados por radiação, etc. Eu percebi à alguns anos atrás, que parecia que eu estava perdendo minha capacidade de dizer “sim”. Agradecer as pessoas, toda vez que tenho a chance é minha maneira de dizer “sim” à vida em pequenas prestações. Expressar gratidão no meio de uma vida difícil. Considerando num nível mais amplo, parte do problema do sofrimento e opressão é que pessoas oprimidas tendem a ficar obcecadas com a fonte do seu sofrimento. Qualquer que seja a fonte de opressão, armas nucleares, pais alcoólatras, doenças crônicas, um patrão injusto, o opressor tende a se tornar o foco central na vida do oprimido. Neste contexto, a prática do agradecimento, pode ser visto como uma forma de resistência profunda contra deixar que outros tomem posse da nossa vida. Um amiga querida, de cama à anos, com uma doença séria, aprendeu a tirar consolo das estrelas que ela pode ver no céu através da janela do seu quarto. Ela se tornou agradecida pelas galáxias, e cheia de admiração por este Universo que a criou, mesmo com todas suas limitações. Esse tipo de experiência sugere que expressar mais agradecimento uns para os outros não significa que estamos dizendo que tudo está bem. Muito pelo contrário, quando nos abrimos para experimentar os mais pequenos prazeres e nos sentimos gratificados, podemos estar juntando forças para mudar o que precisa ser mudado em nossas vidas e para enfrentar as dificuldades que se apresentam. Em última instância, podemos até agradecer nossos problemas. As dificuldades nas nossas vidas, no final das contas, nos desafiam a nos tornarmos pessoas mais profundas, mais conscientes e mais caridosas. Nós não crescemos sem eles, explica Judith Viorst, com grande gentileza, em seu livro Necessary Losses (Perdas necessárias).31 Mas esta é uma forma de gratidão bastante avançada e provavelmente não é a maneira ideal de começar a agradecer. Você não iria escalar o Everest, na sua primeira tentativa em montanhismo. Eu também não acho que seja muito produtivo pregar para as pessoas que elas tem que ser mais agradecidas pelas suas experiências dolorosas. Esta lição é melhor ensinada pelo nosso exemplo. Através da prática da gratidão de muitas pequenas maneiras, nós podemos aprender da nossa própria experiência de vida a ir mais fundo. Na secção seguinte, vamos explorar esse reconhecimento de forma mais clara e mais consciente. 31 Necessary Losses (Perdas necessárias), de Judith Viorst. New York: Ballantine Books, 1987. Página 6-6 – Desafio Seis: Expressando mais Apreço A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org EXPLORANDO APREÇO EM TRÊS PARTES A estrutura interna do apreço. No capítulo 3 desta Apostila, eu introduzi o modelo das “cinco mensagens”, como uma maneira de entendermos o que precisamos dizer para as pessoas para que elas possam nos entender. Escutar bem envolve reconstruir o que se passa com a pessoa que fala. Isto pode ser feito mais facilmente quando todos os envolvidos expressam as cinco dimensões básicas do estão passando. Aqui vai um exemplo de um apreço completo usando o modelo completo das cinco mensagens. COMEÇANDO COM AS CINCO MENSAGENS EM AÇÃO As cinco mensagens expressam: Exemplo: Vendo, escutando... 1. O que você está vendo, escutando ou sentindo? (somente fatos) “Quando recebi meu cheque de pagamento hoje,... E sentindo... 2. Que emoções você está sentindo? ...senti um grande alívio... Porque eu... 3. Em que interpretações, necessidades, desejos, lembranças ou esperanças suas, se baseiam estas emoções? ...porque eu tenho que pagar o aluguel, amanhã de manhã... E agora eu gostaria que... 4. Quais ações, informações ou promessas você quer ver acontecer agora? ...eu quero ir correndo para o banco depositá-lo, agora... assim... 5. Que resultados positivos resultarão das ações, informações ou promessas acima? (sem ameaças) ...assim minha conta terá fundos quando o dono da casa depositar meu cheque amanhã.” Nota: Meu grande agradecimento para o trabalho de Marshall Rosenberg32 por me ajudar a entender as mensagens 1 até 4, e para o trabalho de Sharon e Gordon Bower33 por me ajudar a entender a mensagem 5 Embora o modelo das Cinco Mensagens inclua tudo, na expressão do nosso reconhecimento não precisamos usar as mensagens 4 e 5. Muitas expressões de gratidão, não precisam necessariamente estar conectadas com algum acontecimento ou resultado positivo no futuro. Se a situação for muito complexa, talvez seja necessário incluir estas mensagens, mas, como você pode notar nos exemplos abaixo, usando somente 3 mensagens é o suficiente na maioria dos casos. 32 Marshall Rosenberg, A Model for Nonviolent Communication (Um modelo de comunicação sem violência). Philadelphia: New Society Publishers. 1983 33 Sharon Anthony Bower e Gordon H. Bower, Asserting Yourself: A Practical Guide for Positive Change (Seja Assertivo: um guia prático para uma mudança positiva). Reading, MA: Addison-Wesley. 1976 Desafio Seis: Expressando mais Apreço -- Página 6-9 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Exercício 6-2: Usando a tabela abaixo para ajudá-lo a começar, componha algumas frases tendo em mente membros da sua família, amigos, colegas de trabalho, etc. Continue praticando e escrevendo duas frases todos os dias num diário ou caderno e aos poucos comece a dize-los para as pessoas. (Para chamar a atenção das pessoas, use os exemplos para começar conversas dados no Desafio 2.) EXERCÍCIO 6-2: AGRADECENDO EM TRÊS PARTES 1. Quando eu vi / escutei... 2. Eu senti... 3. porque eu... (preciso, queria, penso, associo, etc.) Página 6-10 – Desafio Seis: Expressando mais Apreço A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Suas anotações para este exercício: Página 7-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Desafio sete FOCANDO NO APRENDIZADO: ACEITANDO OS SEIS PRIMEIROS DESAFIOS COMO PARTE INTEGRANTE DA NOSSA VIDA DIÁRIA Vivendo e Aprendendo: vendo cada dia da sua vida como uma oportunidade de crescer como um comunicador de sucesso. Neste capítulo eu espero te deixar entusiasmado com a possibilidade de fazer de cada conversa uma prática dos 6 desafios descritos nos capítulos precedentes. Isso talvez soe tão excitante quanto lavar louça, mas até onde eu tive a oportunidade de descobrir, escutar e se expressar melhor é bastante semelhante à jogar basquete ou tocar violão ou qualquer outra coisa. Todas as habilidades humanas importantes se desenvolvem através da atenção, prática, e fé na sua capacidade de crescer. Para que possamos investir o tempo e o esforço necessário para brilharmos como comunicadores de sucesso, é vital que aprendamos a ter fé na nossa capacidade de crescer (e da nossa família e de todos os grupos dos quais fazemos parte). Em todos os lugares, as pessoas plantam verduras em suas hortas, na esperança de que haverá uma colheita. Músicos praticam todos os dias na esperança de que eles irão melhorar suas habilidades. Na melhor das hipóteses, pais e treinadores acreditam em nós e nos encorajam e assim nós praticamos o suficiente para termos os sucessos que vão fazer com que acreditemos em nós mesmos. Como seu treinador via a palavra impressa, eu espero que a informação contida neste capítulo, lhe dê o apoio necessário para acreditar em si mesmo mais profundamente para que possa praticar o suficiente e descobrir sua capacidade de desenvolver muitas habilidades e brilhar. Prática é mais importante que talento! Uma análise estatística dos ganhadores de medalhas de ouro em olimpíadas produziu um resultado que é ao mesmo tempo surpreendente e encorajador. O fator mais importante para ganhar uma medalha de ouro é um tempo de prática mais longo que os outros competidores. A análise mostrou que os vencedores nos campeonatos começaram a treinar mais cedo na vida que qualquer outro. A evidência fortemente sugere que os vencedores não são necessariamente os mais talentosos. Eles simplesmente se esforçam mais e por mais tempo que qualquer um para serem bons atletas,. Para mim, o que isso significa é que a maioria das habilidades estão ao alcance da maioria das pessoas.34 Estudando demais. Existe um princípio psicológico importante funcionando no desenvolvimento de qualquer habilidade: o do estudar demais. Se aprendemos algo o suficiente para fazê-lo apenas uma vez, nós não vamos nos lembrar como fazê-lo por muito tempo. Para sermos mestres em uma habilidade, temos que praticá-la mais do que parece necessário. Para nos lembrarmos das habilidades de comunicação 34 De um artigo do the New York Times, 11 de Outubro de 1994. Página 7-4 – Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org DIÁLOGOS: CRIANDO A VIDA QUE VIVE ENTRE NÓS (e dentro de nós também) Dizendo meus pensamentos, sentimentos, experiências e necessidades para as pessoas da minha vida... direções para possível desenvolvimento  …de uma maneira que expresse mais do que se passa dentro de mim, de forma que as pessoas à minha volta me entendam e empatizem comigo melhor. Escutando o que as pessoas compartilham comigo, suas experiências, pensamentos, sentimentos... direções para possível desenvolvimento  …com mais atenção, mais receptividade e respondendo de maneira que elas percebam que eu entendi o que elas falaram Mostrando meu apreço para as pessoas... direções para possível desenvolvimento  …falando de uma forma mais completa, com um vocabulário mais rico, para que as pessoas entendam melhor minha satisfação e prazer com elas e com o que elas fizeram. Conversando para resolver problemas com as pessoas... direções para possível desenvolvimento  …falar de uma maneira que eu diga mais do que eu preciso para resolver o problema, ao invés de atacar a/s outra/s parte/s. Ouvir de forma que eles/as expressem mais do que precisam sem me atacarem. Aprendendo a perdoar e pedir perdão. Conversando para coordenar minhas ações com as ações das pessoas importantes na minha vida (em casa, no trabalho, em projetos comunitários, etc.)... direções para possível desenvolvimento  …me expressando de forma mais clara e escutando com mais cuidado para aumentar entendimento mútuo. Aprender a discutir tópicos difíceis sem criticar os outros; transformar meu criticismo e o de outros em pedidos de ação e aprender a pedir de forma mais criativa. Comunicando comigo mesmo através de um diário e “conversas internas”... direções para possível desenvolvimento  …para que eu adquira uma melhor idéia do que acontece na minha vida, para me sentir mais presente, me aceitar e perdoar mais, para imaginar e planejar o próximo passo na minha vida de forma mais criativa e para ser mais corajoso para encarar meus erros e aprender deles. Escutando e esclarecendo as coisas como um/a mediador/a num conflito entre pessoas... direções para possível desenvolvimento  …como uma extensão de tudo acima citado, escutar de forma mais receptiva, que confirma para todas as partes envolvidas que você realmente entendeu o que se passa com eles/as; encorajando e direcionando cada parte a escutar e expressar desejos e necessidades na forma de ações ao invés de atacar uns aos outros. Atuar como um mediador requer treino e prática (as habilidades descritas nesta Apostila são elementos chave no processo de mediação). Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo -- Página 7-5 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Aprendendo a revelar o melhor de mim e de outros através do diálogo. Diálogos são uma das principais atividades mais importantes através das quais nos tornamos pessoas mais profundas a mais completamente realizadas. (Veja artigo pg. 7-9.) Diálogos expressam nosso caráter, mas caráter também é criado enquanto falamos e escutamos... (direções para possível desenvolvimento) ... mais conscientemente (de mim mesmo, de outros e do contexto) ... mais habilidosamente, competentemente e sabiamente ... mais honestamente, sinceramente, autenticamente, congruentemente (o exterior reflete o interior) ... mais atenciosamente, caridosamente, receptivamente, respeitadamente, calorosamente, compreensivamente ... mais criativamente, explorando mais (mais abertamente e mais criativamente novas experiências) ... mais corajosamente, esperançosamente e confiantemente ... mais generosamente e cuidadosamente, sentindo prazer com a felicidade de outros ... mais significativamente e expressamente, organizando nossas experiências em modelos coerentes de palavras, músicas, movimento ou imagem ... mais agradecidamente e reconhecidamente, aberto/a para o prazer de cada momento ... mais conectadamente, energeticamente e receptivamente ... mais graciosamente e mais belamente (no sentido que os índios Navajo dão à beleza como harmonia cósmica) Para cima e para frente! Como você pode ver da lista acima, as qualidades de uma boa conversa se misturam com as qualidades do ser humano. As qualidades aplicadas às conversas (honestidade, coragem) se tornam as qualidades do caráter de alguém. Eu estou profundamente convencido de que nos tornamos pessoas, em grande parte, dentro e através da nossa comunicação com outras pessoas. Para uma exploração interessante do poder da comunicação, por favor, veja bibliografia no final deste capítulo. Nas Sugestões para estudo, no final desta Apostila está uma lista com os livros de onde tirei a maioria das idéias desta Apostila. Entre os diferentes métodos expressos nestes livros, você com certeza encontrará alguns que o ajudarão a continuar sua jornada para melhorar suas habilidades para se comunicar e resolver conflitos. Eu aconselho que estude estes livros com amigos e colegas e eu espero que eles alarguem sua vida tanto quando alargaram a minha. Página 7-6 – Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Perspectivas no Poder da Comunicação – Leitura 7-1: Não pare de cantar, Michael Publicado na internet por Joan Levy, MSW, ACSW, LCSW The Body Mind & Breath Center of Kauai, (Centro para Corpo, Mente e Respiração de Kauai) PO Box 160, Kapaa, Kauai, HI 96746 Como qualquer boa mãe, quando a Karen descobriu que estava grávida de novo, ela fez de tudo para ajudar Michael, o seu filho de 3 anos, a se preparar para a chegada do novo nenê. Eles descobriram que o nenê era uma menina, e dia após dia, noite após noite, o Michael canta para sua irmã na barriga da mamãe. A gravidez transcorre normalmente para Karen, um membro ativo da Igreja Metodista Unida de Panther Creek, Morrison, Tenessee. Ai chega o dia das dores. Cada cinco minutos… cada minuto. Mas durante o nascimento surgem complicações. Horas se passam. Será necessário uma cesariana? Finalmente, a irmãzinha do Michael nasce. Mas sua condição é crítica. Com a sirene uivando pela noite, a ambulância acelera para a Unidade de Tratamento Intensiva neonatal do hospital St. Mary em Knoxville, Tennessee. Os dias passam. A menina piora. O pediatra diz para os pais: “As esperanças são poucas, se preparem para o pior.” Karen e seu marido entram em contacto com o cemitério local para arranjar o enterro. Eles tinham preparado um quanto especial para o nenê e agora eles tem que preparar seu funeral. Michael continua implorando para ver sua irmã, “Eu quero cantar para ela,” ele diz. Segunda semana na UTI: parece que o funeral ocorrerá antes do final da semana. Michael continua a aborrecer a todos com sua insistência em cantar para sua irmã, mas crianças jamais são permitidas em UTI’s. Mas um dia, a Karen muda de idéia. Ela vai levar o Michael queiram ou não. Se ele não a ver agora, ele talvez nunca mais a verá. Ele o veste com um uniforme hospitalar enorme e marcha em direção à UTI. Ele parece um cesto de roupa suja, mas a enfermeira chefe o reconhece e ordena: “Tire essa criança daqui agora! Crianças não são permitidas na UTI.” Os instintos maternais de Karen explodem e ela, geralmente bem calma, olha para a enfermeira chefe com olhos de aço e a boca rígida. “Ele não sairá daqui antes de cantar para a irmã!”. A Karen coloca o Michael ao lado da cama da irmã. Ele olha para aquela criancinha, perdendo a batalha pela vida. Ele começa a cantar. Com a vozinha pura de uma criança de 3 anos, vinda direto do coração, Michael canta: “You are my sunshine, my only sunshine, you make me happy when skies are grey...” (Você é meu raio de sol, meu único raio de sol. Você me faz feliz quando o dia está cinza...) O nenê responde imediatamente. O pulso do coração se torna calmo e regular. Não pare. de cantar, Michael. “You never know, dear, how much I love you, Please don’t take my sunshine away...” (Você nunca saberá, querida, como eu te amo. Por favor, não tire o raio de sol de mim...) O respirar tenso e caótico, se torna suave, como um gato a ronronar. Não pare de cantar, Michael. “The other night, dear, as I lay sleeping, I dreamed I held you in my arms...” (Outra noite, quando dormia, eu sonhei que te segurava nos meus braços...) A irmãzinha do Michael relaxa e uma calma curadora a cobre. Não pare de cantar, Michael. Lágrimas enchem os olhos da enfermeira autoritária. A Karen se ilumina. “You are my sunshine, my only sunshine. Please don’t, take my sunshine away.” Os planos para o funeral são interrompidos. No dia seguinte, um dia apenas, a menininha está boa o suficiente para ir para casa! A revista “Woman’s Day” chamou o evento “o milagre do canto de um irmão”. A Karen o chamou, o milagre do amor de Deus. [Nota do editor: Dennis Rivers o chama, o poder da expressão do apreço!] Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo -- Página 7-9 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Perspectivas no Poder da Comunicação – Leitura 7-3: Que tipo de pessoa estou me tornando? Que tipo de pessoas estamos nos tornando juntos? Por Dennis Rivers, MA (Revisto Maio 2001) A jornada para uma habilidade caridosa Nos últimos dez anos, eu tenho ensinado habilidades comunicativas para grupos de estudantes universitários prestes a começar trabalho social voluntário em prisões, e detenções juvenis. Nós temos nos focado em tópicos como o poder do apoio dado ao escutar e como acabamos nos conhecendo melhor quando compartilhamos nossas experiências com alguém. Como colegas guiando uns aos outros eles vão usar suas habilidades comunicativas e também encorajar seus companheiros a desenvolverem maneiras melhores de lidar com os conflitos do dia-a-dia. O foco do meu curso é pragmático ao invés de psicológico ou filosófico: como ouvir de maneira mais receptiva e se expressar de forma mais competente. Existem, no entanto, questões maiores envolvidas com a comunicação inter-pessoal e interações sutis, mas importantes entre treinador e alunos, entre o doador e o receptor de apoio. Eu gostaria de dizer `a todos os meus alunos que, em breve, estarão frente à encontros difíceis, que transações são essas, mas, pôr tudo isso para o papel, demorou mais tempo do que eu pensei. Neste artigo, vou explorar como a maneira como falamos e escutamos está relacionada com a maneira como vivemos, por isso, ensinar alguém a comunicar de uma maneira diferente é ao mesmo tempo convidar alguém a viver de uma maneira diferente. Para dar apenas um exemplo preliminar do que estou falando, uma das maiores questões da nossa comunicação inter-pessoal de um momento o para o outro, é que muitas pessoas não expressam seus pensamentos, sentimentos e necessidades de forma muito clara, talvez, por medo de rejeição. Essa forma vaga de falar faz com que as pessoas não consigam satisfazer suas necessidades. Mas esse problema específico, que aparece em treinamento comunicativo, também é, de um ponto de vista mais amplo, a questão principal levantada pela psicoterapia Rogeriana: na esperança de ganhar a aprovação de outros, nós apresentamos uma fachada para o mundo que pode estar completamente desconectada dos nossos sentimentos mais profundos (em termos Rogerianos: nossa “Experiência Organismica”); contacto com estes sentimentos, pode ter se perdido completamente. Nessa luz, você pode ver que dizer algo como “comunicar suas necessidades mais claramente” pode ter vários significados na vida de uma pessoa. Ao ensinar habilidades comunicativas, eu sempre tentei fazer a matéria fácil de entender através do foco em objetivos à curto- prazo. Existem muitos livros úteis que fazem o mesmo. Mas um encontro em treinamento em comunicação é também um encontro entre pessoas explorando maneiras de serem pessoas juntas. O desafio para mim, como treinador, é fazer com que as pessoas se conectem e se motivem em ambos os níveis. Neste artigo, eu me concentro no nosso desejo de nos desenvolvermos como indivíduos e no nosso desejo de sermos mais completamente humanos. Motivações para aprender habilidades comunicativas Minha experiência é de que as pessoas que vem para um curso de comunicação, geralmente, tem uma necessidade imediata de melhorar sua comunicação com uma determinada pessoa ou situação. Essas razões são perfeitamente boas em si mesmas, mas elas, geralmente, não são muito profundas ou à longo-prazo. O problema aqui é que para desenvolver o falar, o escutar, questionar, refletir e negociar requer uma boa quantia de esforço. Acredito que as motivações à curto- Página 7-10 – Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org prazo que as pessoas trazem para o processo não são suficientes para envolve-los no processo por tempo suficiente para alcançar seus objetivos. Ninguém pode se tornar um atleta ou um violinista num fim de semana, mas muitas pessoas esperam alcançar grandes melhoras na qualidade da sua comunicação com um mínimo de investimento e esforço e depois se decepcionam com o fraco resultado. O que é preciso em treinamento comunicativo é uma motivação que seja mais profunda e que leve em consideração vários períodos da vida de uma pessoa ou a vida inteira. Onde quer que encontremos exemplos de grande competência e excelência na vida humana, também encontraremos lá exemplos de motivações profundas e de longo-prazo. Eu encorajo os objetivos pragmáticos de quase todos os meus alunos completamente, mas para inspirá-los com a motivação necessária para alcançar seus objetivos de competência, eu comecei a fazer perguntas à longo-prazo, como: • “Que tipo de pessoa quero me tornar?” (ou “Quem me inspira?”) • “Que tipo de pessoa eu gosto de ser?” • “Como posso aprofundar os relacionamentos com as pessoas importantes na minha vida, como podemos cultivar a vida que vive entre nós?” • “Que tipo de mundo quero criar com minhas conversas e ações” Estas perguntas são difíceis, mas também poderosas. Elas desafiam alguém a desenvolver objetivos que vem de dentro e focam nos relacionamentos, ao invés de serem direcionados apenas para o exterior pelas necessidades imediatas do momento, na família ou trabalho. Mais uma vez, não estou dizendo que há algo de errado com estes objetivos imediatos e farei o que puder para que as pessoas os alcancem. Minha única preocupação é de que estes objetivos não proporcionem a energia necessária para que eles se realizem. O que eu proponho para você, leitor, e para meus alunos é que desenvolver mais habilidade comunicativa pode ser a chave para ser o indivíduo que você quer ser, criando o mundo que queremos criar. Para explicar essa idéia, eu vou explorar algumas das coisas que queremos dizer quando dizemos que alguém é um “indivíduo”. Depois apresentarei uma síntese do que muitos pensadores profundos concordam que sejam as qualidades que caracterizam o ser o “indivíduo” que nós todos tentamos ser (uns com mais boa vontade que outros). Daqui apresentarei cinco argumentos sugerindo que a nossa “pessoa” emerge em grande parte dentro e através das nossas conversas, o que significa que nós temos certa influência sobre como nos desenvolvemos como pessoas. Finalmente, discutirei alguns dos desafios enormes que encontraremos quando tentarmos direcionar ambas, nossas conversas e nossas vidas na direção das qualidades-em-ação que nos tornam completamente humanos. Três significados para “indivíduo” Embora legalmente um indivíduo seja algo que nos tornamos pelo simples fato de termos nascido em algum pais; indivíduo, do ponto de vista psicológico ou familiar, parece ser mais um conjunto de músculos. O indivíduo psicológico cresce exercitando-se nos relacionamentos humanos clássicos: pai, mãe, irmãos, amigos, inimigos, colegas, supervisores, professores e estudantes. O exercício consiste principalmente de uma seqüência de encontros inter-pessoais que incluem falar, escutar, brigar, cooperar, fazer e manter promessas, transformar nossas experiências em estórias coerentes, etc. Assim como um bebê luta para ficar de pé, nós todos lutamos para desenvolver a consciência e habilidade que nos permitirá funcionar plenamente como pessoa entre pessoas. Embora a Declaração de Independência Americana e a Declaração Universal dos Direitos Humanos asseguram que todos nascemos com certos direitos inalienáveis, infelizmente nós não Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo -- Página 7-11 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org nascemos com as habilidades que precisamos para exercer esses direitos sabiamente ou as habilidades que precisamos para criar uma vida melhor com outros. Nós começamos a vida com uma grande disparidade entre direitos e capacidades. Discussões sobre ser um indivíduo podem ser confusas, pois misturam vários significados, principalmente: • O indivíduo inacabado e em evolução da família, psicologia e literatura, • O indivíduo completo da lei (cidadão) e • O indivíduo completo da Religião (“Deus o/a criou com uma alma imortal.”). Com cada um destes significados nós respeitamos e queremos ser respeitados. Minha experiência me diz que os três significados oferecem algo especial que vale a pena pensar, mas nenhum sozinho, consegue substituir os outros dois. Por exemplo, alguém pode satisfazer todos requerimentos para ser um cidadão (por exemplo, não roubar, pagar os impostos, votar, etc.) sem ser uma pessoa totalmente desenvolvida (por exemplo, ser um amigo para os amigos num momento difícil, sendo uma influência reconciliadora quando conflitos emergem, etc.). Separar estes significados é necessário para que façamos um espaço mental que aceite o conceito da pessoa perpetuamente inacabada e para separar o “já dado” do “sendo continuamente criado”. Dizer que estamos continuamente aprendendo, crescendo e evoluindo como pessoas não significa que não sejamos cidadãos completos (ou que sejamos menos filhos de Deus, para aqueles que pensam de forma religiosa). Dizer que uma pessoa não é um cidadão completo é um insulto `a dignidade dele/a, mas ser um indivíduo não completamente desenvolvida, é ser simplesmente humano, como qualquer um. Cada estação da vida nos oferece um grupo de lições e habilidades que precisamos aprender (eu pensei muito sobre isso quando, há alguns anos atrás eu me tornei como um pai para meu pai, fraco e idoso.) o fato de que ser indivíduo é um processo contínuo, possibilita que tenhamos esperança na vida: não importa se tivemos sucesso ou fracasso no passado, cada dia nos proporciona começar de novo, com um novo grupo de desafios. As possibilidades do indivíduo Você deve estar dizendo para si mesmo neste momento: “Chega de tanta abstração!” se a vida é um processo para nos tornarmos pessoa, O que é que estamos tentando nos tornar?” Para lhe dar uma resposta que seja de alguma valia eu ofereço uma lista de qualidades de alguém que poderia ser considerado completamente desenvolvido. A lista foi derivada de várias fontes, antigas e modernas e que possuem muito em comum. Você notará a influência de Jesus, São Paulo e São Francisco, juntamente com Carl Rogers, Abraham Maslow, Martin Buber, Erik Erikson, Rom Harré, e Gautama Buddha. Compilar a lista, me ajudou muito a pensar em termos de estilos de ação conectada (como, honestamente e caridosamente) ao invés de qualidades de caráter (como honesto/a ou caridoso/a). Portanto, traduzido para advérbios (e agrupados segundo a relação entre si), podemos dizer que em cada estágio no trajeto da vida, nós somos desafiados a agir (e conversar uns com os outros) … ... mais conscientemente (de mim mesmo, dos outros e do contexto) ... mais habilidosamente, competentemente e sabiamente ... mais honestamente, sinceramente, autenticamente, congruentemente (o exterior reflete o interior) ... mais atenciosamente, caridosamente, receptivamente, respeitadamente, calorosamente, compreensivamente Página 7-14 – Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org atenção em alguma coisa até que tenhamos uma palavra que a defina e que possa ser transmitida em uma conversa. Com relação `a criatividade como virtude, juntar palavras em uma seqüência específica é uma das formas primárias de criatividade, e uma forma que cultiva muitas outras formas de criatividade não lingüística. Meus exemplos, devem mostrar como todas as qualidades-em-ação que listei encontram sua maior forma de expressão em conversas. Terceiro, nós usamos conversas para nos afirmarmos e para nos conectarmos com outros, tarefas essenciais do desenvolvimento humano. Segundo o psicólogo do desenvolvimento Robert Kegan,35 duas tarefas interligadas, conexão e afirmação, também formam o núcleo de uma vida humana completa. Conectar significa entender, empatizar e cultivar as pessoas ao nosso redor. Afirmar inclui nossa habilidade de garantir a satisfação de nossas necessidades e nossa habilidade crescente de conceber e guiar nossas próprias vidas. Embora Kegan não enfatize conversas como uma parte central no processo de desenvolvimento, elas são a maneira principal pela qual as pessoas se afirmam e conectam com outras. Minha conclusão do trabalho de Kegan é que a maneira como conversamos, claramente ou confusamente, criativamente ou monotonamente, caridosamente ou humilhante- mente, determinará grandemente se comple- tamos o processo bem ou mal. Quarto, conversas são unidades de comportamento pequenas o suficiente para guiá- las, com esforço, em direção às qualidades que queremos incorporar. É muito difícil mudar o caráter de alguém ou atitudes em geral, mas conversas nos proporcionam oportunidades infinitas para ir na direção certa. As qualidades adverbiais das nossas conversas (sabiamente, honestamente, receptivamente, consciente- mente, etc.…) se tornarão os adjetivos do nosso caráter (sábio, consciente, receptivo, etc.). os 35 Robert Kegan. The Evolving Self: Problem e Process in Human Development (O Eu em evolução: problema e processo no desenvolvimento humano). Cambridge: Harvard University Press. 1982 advérbios, as qualidades-em-ação, são um tipo de rampa suave para o caráter pessoal: diálogos são um ponto de partida acessível para cultivarmos o tipo de pessoa que queremos ser, um ponto que nos permite começar de novo sempre. O mesmo pode ser dito do conectar e do afirmar. Nós aprendemos a balançar esses impulsos opostos, um diálogo de cada vez. Quinto, em nossas conversas, contamos estórias que nos ajudam a reconhecer a nós mesmos e a outros como pessoas para serem amadas e protegidas ou como objetos para serem usados e quebrados. Isto é válido durante toda a vida, desde o senso de “eu e os outros” que se desenvolve gradativamente através do diálogo mãe-bebê, até os temas míticos que povos e nações usam para se definir com relação à outros povos e nações. Nos disseram várias vezes que palavras não são objetos ou pessoas, apenas palavras. Isso é verdade até certo ponto, mas eu acho que essa percepção não vai longe o suficiente. Muitos pensadores atuais e pesquisas sugerem que nossa capacidade de reconhecer outros como pessoas depende das nossas lembranças de conversas carinhosas e encorajadoras, da riqueza ou pobreza do vocabulário que usamos para expressar nossas experiências, dos rótulos que nos ensinaram a usar e de como usamos vocabulário e rótulos para tecer nossas experiências e as expectativas dos outros na forma de estórias coerentes que compartilhamos e reforçamos em outras conversas. A guerra que acompanhou a fragmentação da antiga Iugoslávia, nos dá um exemplo trágico de como estórias são feitas. Sérvios e Croatas, ambos usaram atrocidades cometidas na Segunda guerra para justificar seu ódio mútuo. Isto criou um contexto coerente onde novas atrocidades poderiam ser cometidas em nome de vingança. Esses processos de envilecimento e endemoninhamento estão fortemente enraizados nas conversas e nas estórias que contamos, assim como os processos que honram e mostram apreço. Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo -- Página 7-15 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Nós criamos estórias e as compartilhamos para organizar nossas experiências e para definir nosso relacionamento com outros, por isso, somos bastante vulneráveis à estórias manipuladoras, sejam elas de marketing, de gurus de cultos ou de políticos demagogos. A estória que eu conto para expressar e justificar como eu vejo outros é uma parte importante do meu “eu”, como indivíduo. Isso é fácil de perceber quando encontramos alguém na rua que acredita que metade da população da uma cidade é formada por seres malignos extra-terrestres. Como isso é diferente do tema elaborado pelo Rev. Martin Luther King Jr.: “somos todos filhos do mesmo Deus cheio de amor”, quão diferente o senso do “eu” que este tema evoca. A qualidade destes tipos de conversas, reflete e cria a qualidade da nossa vida. Sexto, conversar é o meio principal pelo qual saramos as feridas emocionais causadas pela vida. Judith Viorst, diz, muito eloqüentemente no seu livro Necessary Losses (Perdas Necessárias),36 mesmo quando a vida é cheia de vantagens e boa saúde, cada passo do desenvolvimento humano é acompanhado e catalisado por experiências de perda. Nós saímos do útero para ganhar o mundo. Nós criamos nossos filhos para vê-los partir no momento em que eles começam a se tornar nossos amigos. À meia idade, quando finalmente compreendemos nossos pais completamente, eles morrem, nós deixando sós com o peso da tristeza pela perda e gratidão pela vida, frágil e limitada como ela é. Além destes sofrimentos que fazem parte da vida, muitas vidas, talvez a maioria, são também marcadas por um certo grau de trauma e privação. Muitos dos meus amigos íntimos tiveram pais alcoólatras e violentos ou com alguma doença mental. Outros participaram da guerra do Vietnã, e carregam um remorso eterno. Para outros que protestaram contra a guerra, ela foi tão confusa que eles perderam a 36 Judith Viorst. Necessary Losses (Perdas necessárias). New York: Fawcett. 1986. confiança na sua capacidade de se realizar na vida, família e trabalho. Quero salientar dois pontos aqui que não são muito populares numa cultura otimista: um é que a vida inclui sofrimento e dois é que muito deste sofrimento e perda não tem nada haver com alguma coisa que fizemos (embora seja verdade que podemos causar um sofrimento enorme para nós mesmos). Isto quer dizer que sendo ferido pela vida e aprender a sarar são centrais para nos tornarmos pessoas maduras. É através de conversas sinceras que nós entramos neste processo de cura, colocando essas experiências dolorosas em foco e criando uma estória de vida que faça sentido dentro dessa seqüência, aparentemente ao acaso, de tristezas e decepções. Às vezes, estas conversas são chamadas psicoterapia, mas com mais freqüência, nós as chamamos “amizade profunda” ou “boa criação”. Em todos estes contextos, segundo Carl Rogers, conversas curativas tem as mesmas qualidades.37 As partes nestes diálogos se comunicam honestamente, carinhosamente, respeitadamente, compreensivamente, expressa- mente e abertos para novas experiências. Essas conversas nos dão apoio para nos reconciliarmos com as perdas e tristezas da vida, e força para começarmos de novo, encarar a vida novamente. (embora seja possível, com certeza, sarar das feridas da vida através da arte e dança, para a maioria das pessoas, o foco da cura emocional é o diálogo. Mesmo as terapias que se baseiam em arte, movimento ou música, incluem os tipos de conversas que mencionei.) Finalmente, o sétimo argumento é que existe evidência de que pensar é uma conversa interna. É nos estilos, temas e desafios cognitivos que ajudamos nossas crianças a aprender a pensar. (O pesquisador que acho mais inspirador nesse assunto é Jerome Bruner.) Percepção espacial e habilidades motoras são essenciais no desenvolvimento humano. O 37 Carl R. Rogers, On Becoming a Person: A Therapist’s View of Psychotherapy (Se tornando pessoa: a Psicoterapia visto pelo terapeuta). Boston: Houghton Mifflin. 1995. Página 7-16 – Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org mesmo pode ser dito das habilidades para conversar (geralmente denominada abstração intangível, “linguagem”). Conversas diárias desafiam a criança a usar sua memória, lógica, criatividade e entendimento do que se passa com os outros cada vez mais e de forma cada vez mais complexa. A sentença é a semente da estória e a estória é a semente da autobiografia: minha estória e a de outros, que me permite imaginar minha própria vida e me ver como uma pessoa entre outras pessoas. A mente se abre em conversas. Quando contamos nossas estórias, fazemos uma forma de exercício mental que pode durar toda a vida. Não apenas, aprendemos a pensar e imaginar em conversas, nós também aprendemos a pensar e imaginar num estilo único e pessoal que nos foi ensinado por aqueles que tomaram conta de nós nos primeiros anos da vida: com gratidão ou amargura, com esperança ou com cinismo, com honestidade ou falsidade, com criatividade ou por hábito. Nossos estilos para fazer contacto uns com os outros e fazer sentido da vida são os dons ou maldições que deixamos para nossos filhos. É principalmente, através de conversas que eles manterão vivo e aprofundarão o estilo de pensar que passamos para eles. Recapitulando, aqui vão os sete argumentos em favor da proposição de que nos tornamos pessoas, grandemente, através das nossas conversas com outros (e com nós mesmos, depois que absorvemos uma grande quantidade de interação em conversas): 1) Em conversas nós criamos e exercitamos ações importantes na nossa vida, incluindo cooperação com outros. 2) Em conversas podemos incorporar todas as virtudes humanas fundamentais (e defeitos). 3) Usamos conversas para nos afirmarmos e conectarmos com outros, duas tarefas fundamentais do desenvolvimento humano. 4) Conversas nos aproximam destas virtudes e tarefas e nos permitem exercitá-las em pequenos passos. 5) Em conversas aprendemos a colocar em ação nosso entendimento de nós mesmos e de outros como pessoas para serem amadas e protegidas ou pessoas para serem usadas e quebradas. 6) Conversas são o meio principal pelo qual nos curamos das feridas emocionais causadas pela vida. 7) Em conversas aprendemos a renovar nossos estilos fundamentais de pensar. À luz destes argumentos, é um erro pensar que a vida “real” acontece além das palavras e que simplesmente conversamos sobre a vida, como se estes fossem dois círculos separados. Uma imagem mais verdadeira seria colocar o círculo das conversas dentro do circulo da vida. Nossa conversas são situações da vida real, tão reais quanto correr, nadar ou plantar alimento. Para mim, os sete argumentos são muito importantes porque eles implicam que ao melhorarmos a maneira como falamos e escutamos, nós podemos criar ondas suaves de mudanças nos relacionamentos com outros e com nós mesmos. Do mesmo modo como uma pequena parte de uma samambaia, tem a mesma forma da folha inteira, conversas tem a mesma forma que a vida. Embora olhando para a “vida como um todo”, possamos pensar nela como a combinação de muitos momentos para formar uma estória de vida, onde o todo dá sentido a cada uma das partes, esse modo de pensar tende a desvalorizar cada momento. Da perspectiva do “momento eterno”, nossas vidas acontecem um momento de cada vez e a qualidade que damos ao momento presente é a qualidade da nossa vida. A vida que nos é dada, nos é dada um momento de cada vez. Nós viveríamos vidas mais plenas se cultivássemos cada momento ( e cada conversa) como uma oportunidade enorme de viver mais conscientemente, mais caridosamente, mais corajosamente, mais agradecidamente, etc. (Eu aconselho usar os Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo -- Página 7-19 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org dia a dia, a produção de armas para destruição em massa que são nada mais que mecanismos de suicídio coletivo e governos estaduais que economizam dinheiro para sua população através de loterias que roubam o dinheiro dessa mesma população. Para citar apenas algumas das coisas que me vem à mente. Para viver de forma mais honesta, com mais consciência e desenvolver mais as qualidades-em-ação que discuti aqui, temos que admitir que os exemplos ruins à nossa volta não ajudam. Quando nos anestesiamos o suficiente para apagar tudo isso da nossa consciência, nós nos anestesiamos o suficiente para perdermos a direção de nossas vidas, as vidas que queríamos proteger e cultivar. Se admitirmos que alguns aspectos do mundo à nossa volta são hostis ao nosso desenvolvimento como pessoas plenas, nós poderemos encontrar maneiras saudáveis de nos protegermos. (assistindo menos televisão, dedicando mais tempo na natureza, com amigos e família, por exemplo). Nos tornarmos pessoas já seria um desafio mesmo sem as grandes companhias nos oferecendo todos os tipos de estímulos 24 horas por dia e álcool para nos acalmar. Grandes telas com notícias ruins para nos deprimir e Prozac para nos alegrar. Entre a fé cega de que tudo está bem e a paranóia de que o mundo está pronto a nos destruir e machucar, existe a percepção de que, provavelmente, não vamos encontrar muita ajuda das instituições da nossa cultura para nos tornarmos pessoas. Essa decepção realista pode trazer bons frutos. Nós podemos nos tornar mais ativos na criação das vidas e das pessoas que queremos ser e do mundo dentro do qual queremos viver. Conclusão Embora os sete argumentos apresentados acima me convencem de que nos tornamos pessoas em grande parte através da qualidade das nossas conversas com outros, as cinco dificuldades que acabei de apresentar me convencem igualmente de que direcionar nossas conversas e nossa vida na direção da verdade, criatividade, caridade, etc. não será nunca simples. Essa luta é o que fará com que nos sintamos vivos e mais humanos. A boa nova é que podemos caminhar em direção à todas as virtudes em cada conversa. Uma de cada vez. Nossas vidas são, entre outras coisas, uma série de conversas e dentro delas está uma das portas principais para o nosso desenvolvimento pessoal. Em cada conversa votamos no tipo de pessoa que queremos nos tornar, e (emprestando de uma frase de Ram Dass) no tipo de mundo dentro do qual queremos viver. cortesia de Meganne Forbes Página 7-20 – Desafio sete: Foco num aprendizado contínuo A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Suas anotações para as leituras do Desafio Sete: Página A1-1 A apostila "Os sete desafios" pode ser reproduzida para uso pessoal, em escolas e organisações. Para versões eletrônicas e para cópias impressas visite o website www.ComunicarMelhor.org Apêndice um SUGESTÕES PARA ESTUDO ÓTIMOS LIVROS SOBRE COMUNICAÇÃO INTER-PESSOAL Aqui estão alguns livros excelentes sobre comunicação inter-pessoal e formação de relacionamentos. Estes livros são a fonte da maioria do material desta Apostila. Eu o convido a procurá-los estes livros na sua biblioteca local ou encomendá-los na sua livraria predileta. Eles também podem ser encomendados usando o link do website www.NewConversations.NET (a versão original em Inglês) How to Talk So Kids Will Listen & Listen So Kids Will Talk (Como conversar com crianças para que elas escutem & escutá-las para que falem) de Adele Faber e Elaine Mazlish. New York: Avon Books. 1980. Um livro para pais e todos que querem melhorar sua comunicação com crianças. Cheio de seqüências de quadrinhos maravilhosamente informativos, ilustrando os pontos principais. (Preço nos EUA: aprox. US$ 12.50. ISBN: 0380570009. Encomende na sua livraria predileta ou no www.NewConversations.NET) The Talk Book: The Intimate Science of Communicating in Close Relationships (O livro da conversa: a ciência íntima da comunicação em relacionamentos íntimos), de Gerald Goodman e Glen Esterly. Emmaus, PA: Rodale Press. 1988. O livro introduz a noção de Goodman das seis ferramentas mais importantes para conversar. Os capítulos contém transcrições vivas de conversas pelo telefone, mostrando exatamente como as ferramentas podem ajudar. Os princípios apresentados se aplicam no contexto do trabalho e família. Possui uma lista de referências que representa o trabalho mais interessante e promissor na área da comunicação inter-pessoal. (Preço nos EUA: aprox. US$ 20.50, inclui custos postais. Encomende na sua livraria predileta ou na UCLA Academic Publishing Service, no telefone (310) 825-2831, nos EUA) Getting to Yes: Negotiating Agreement Without Giving In (Chegando a um acordo: negociar sem sair perdendo) (2ª ed.), de Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton. New York: Penguin Books. 1991. Se essa gente não inventou a idéia de ganhar 100%, eles merecem o crédito de faze-la popular no mundo todo. Eles propõem que entender nossas necessidades à longo-prazo e a dos nossos oponentes nos permite criar acordos onde todos ganham mais do que querem e precisam. Estes acordos levam mais tempo para serem criados, mas durarão mais do que o mero compromisso do “dividir as perdas”. Uma grande introdução à negociações, com exemplos do mundo dos negócios e política. John Kenneth Galbraith disse: “esta é e melhor coisa que eu li sobre negociações até hoje. É relevante para indivíduos que querem manter seus amigos, propriedade e salário e também para diplomatas que querem manter a paz.” (Preço nos EUA: aprox. US$ 13.00. ISBN: 0140157352. Encomende na sua livraria predileta ou no www.NewConversations.NET) MESSAGES: The Communication Skills Book (Mensagens: o livro de habilidades comunicativas) de Matthew McKay, Martha Davis e Patrick Fanning. Oakland: New Harbinger. 1983. este livro é uma introdução detalhada fácil de ler dos muitos aspectos do processo da comunicação inter-pessoal em casa e no trabalho. Entre os muitos tópicos abordados, estão a auto-expressão, lutando de forma justa, assertividade e negociação. (Preço nos EUA: aprox. US$ 14.00. ISBN: 1572240229. Encomende na sua livraria predileta ou no www.NewConversations.NET)
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved