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Guias e Dicas
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Técnicas para falar em Público, Notas de estudo de Eletromecânica

Para todos aqueles que sentem um frio na barriga quando diante de duas ou mais pessoas :)

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 01/06/2010

will-bill-12
will-bill-12 🇧🇷

4.6

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Baixe Técnicas para falar em Público e outras Notas de estudo em PDF para Eletromecânica, somente na Docsity! TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 2 ÍNDICE Índice...................................................................................................................2 Teste: Como Está o Seu Potencial Comunicativo? ........................................3 Comunicação e Marketing Pessoal ..................................................................5 Buscando Motivos para Comunicar-se Bem...................................................8 Quem tem Medo de Falar em Público? ..........................................................10 A Arte de Falar em Público: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes........15 Voz: Essa Forma Mágica de Comunicação ...................................................24 Apresente bem suas idéias.............................................................................28 Leia com Segurança e Expressividade..........................................................30 Gestos: Identidade Corporal...........................................................................35 Vestindo-se para o Sucesso ...........................................................................42 O Marketing Pessoal Eficaz ............................................................................45 Comunicação, Motivação e Sucesso: Pequenos Segredos.........................46 Roteiro das Transparências............................................................................49 Exercícios Teatrais..........................................................................................53 Exercícios de Leitura Expressiva...................................................................58 Fábulas............................................................................................................ 67 Exercícios de Criatividade............................................................................................73 Bibliografia .................................................................................................... ...80 TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 5 COMUNICAÇÃO E MARKETING PESSOAL Há um fato que é incontestável: a comunicação eficaz é símbolo de poder e autoridade. Cada vez mais em nosso mundo globalizado, a busca da excelência nas comunicações é um desafio para quem pretende atingir um alto nível de profissionalismo. Em um mundo competitivo, onde um bom marketing pessoal pode ser a senha para o sucesso, há necessidade da competência técnica, aliada à competência comportamental e emocional, que incluem relações interpessoais mais enriquecedoras. E afinal de contas: Quem de nós não quer ser ouvido com interesse e respeito ? Quem de nós não quer ser aceito ? Quem de nós não quer persuadir o interlocutor com idéias claras, coerentes e objetivas ? Quem de nós não quer participar do meio em que vive e influenciar nas decisões do grupo ? Quem de nós não quer transmitir segurança e fluência durante a explanação de um assunto ? Quem de nós não quer receber feedback positivo quanto às atuações como comunicadores e facilitadores da aprendizagem ? Quanto ao aspecto individual, comunicar-se bem é uma forma de libertação. Quando falamos, temos a oportunidade de arrancar as máscaras e deixarmos transparecer quem realmente somos, liberando outras formas de expressão que permaneciam em estado latente. Esse processo ajuda a dar vazão ao lado criativo, deixando emergir um “eu” mais autêntico e profundo. Nós nos comunicamos para sermos reconhecidos e aceitos, para sabermos quem somos, por meio do espelho que o outro nos mostra. Somos eternos investigadores de nós mesmos, mas quem nos possibilita a revelação instigadora de quem aparentamos ser, no meio em que atuamos, é o outro. É ele que nos apresenta pistas, que desvendam a parte de nós que, muitas vezes é cega e surda. Ter a sabedoria para mergulhar com coragem nessa autodescoberta é tarefa complexa. A comunicação é a ponte que propicia o desnudamento desse território tão íntimo. Nós somos do tamanho da comunicação que conseguimos estabelecer no meio em que atuamos. Ter a coragem para se comunicar é estar disponível ao contato social. Se quisermos, cada ato comunicativo pode nos fazer despertar do sono, do limbo, da inércia, incitando-nos às ações mais produtivas. O processo comunicativo é uma necessidade essencial à natureza humana. Gestos, atos e palavras povoam permanentemente a existência. Por meio da comunicação imprimimos nossa marca, nossa raiz, nosso chão e deixamos patente o nosso lugar no mundo. Ela projeta a personalidade e o caráter de cada um de nós e está presente, todo o tempo, mesmo através do silêncio! Respiramos comunicação! Essa lei é imutável. Ignorá-la é selar um pacto com a inanição afetiva, mental e intelectual. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 6 Ela é o nosso instrumento de exploração do mundo e também é, ao mesmo tempo, o instrumento com o qual o mundo nos explora. É através desse jogo que formamos, gradualmente, as opiniões, conceitos e juízos que nortearão nossas vidas, sem os quais seria impossível a convivência. Fincamos nossa estrutura pessoal por meio das comunicações que praticamos. Se os meus pensamentos têm qualidade e consigo transmiti-los com inteligência, empatia e sensibilidade, isso pode me assegurar maior excelência nas relações interpessoais, gerando maior sucesso nas ações cotidianas. Quando nos comunicamos bem, realizamos uma viagem em direção à essência secreta do coração e da mente do outro, e nos tornamos companheiros/cúmplices nessa travessia! Para isso, não basta falar bem, utilizando corretamente as regras gramaticais. Há necessidade de muito mais! É preciso mobilizar nossos recursos internos e externos para facilitar a arte do diálogo, que não é um simples despejar de palavras, é ir ao encontro, é abster-se de julgamentos precipitados, dando chances para a troca democrática de idéias, propiciando um clima de confiança e bem estar, utilizando a empatia na busca do processo de sinergia. Além disso, é necessário buscar feedback quanto a nossa atuação. Só conseguimos construir relações verdadeiras a partir do momento em que enxergamos com maior propriedade quem somos nós e qual o impacto que causamos nos vários grupos sociais. Ter consciência dessa imagem social faz parte da ação corajosa de quem busca uma comunicação plena. O Ser Humano é produto da comunicação que viveu Tendo consciência que contamos a nossa história por meio de cada ato comunicativo, tendo consciência da importância dessas inter-relações, tornando comuns os pensamentos, as sensações e os desejos, cabe-nos as seguintes reflexões: Até que ponto estou comprometido com a busca de uma comunicação livre, sem distorções e obstáculos ? Até que ponto estou ampliando minhas potencialidades verbais e não- verbais? Até que ponto tenho me permitido ser quem eu realmente quero ser ? Até que ponto há coerência entre o que digo, penso e faço ? Até que ponto minha imagem externa condiz com o que percebo a meu respeito ? Até que ponto valorizo o meu “estar” no mundo ? Até que ponto deixo que os medos e inseguranças sejam mais fortes que a minha coragem para administrá-los ? Até que ponto saboto com pequenas armadilhas as minhas chances de sucesso? Até que ponto meu magnetismo pessoal está sendo lapidado, com inteligência e determinação, com o objetivo de me tornar melhor ? TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 7 Dar-nos o direito à expressão é conquistar a liberdade de ser, é tomar posse de novos territórios, é afirmar-se perante a vida, é transformar-se no encontro com o “outro”. É preciso aprender a buscar a própria palavra, como quem busca a própria identidade. Compreender a dimensão do processo comunicativo é um caminho para compreender a própria vida. O mundo ecoa de acordo com as comunicações que estabelecemos com os nossos semelhantes. Somos o meio e o produto dessas relações. Investigar a forma como revestimos e expressamos os pensamentos nos possibilita a análise das várias facetas de nossa personalidade, o que nos mostrará como atuamos nos vários grupos sociais. Esse é um mapa necessário, que fornece oxigênio para um mergulho interior e para uma aprendizagem desafiadora, tão necessária para nos tornarmos melhores como seres humanos! TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 10 Quem tem Medo de Falar em Público? CRIAR ESTRATÉGIAS PARA SER UM SUCESSO COMO APRESENTADOR É A MELHOR DEFESA CONTRA OS NOSSOS MEDOS. Imagine-se em um teatro lotado. Acendem-se as luzes. A cortina se abre. Um cheiro de estréia no ar. A trilha sonora derrama Pavarotti, preenchendo todos os espaços. Os olhos da platéia se acendem. O FOCO É VOCÊ! Quais as sensações? Tensão, nervosismo, timidez, olhar perdido, boca seca, tremedeira, mãos suadas, vontade de desistir, adrenalina apostando corridas nas veias, tudo parece uma bolha gigante e ameaçadora? Não se preocupe: você é absolutamente normal! Falar em público inclui-se entre as situações que mais geram ansiedade, preocupação e sentimentos de impotência para gerenciar os próprios atos. O medo aumenta desproporcionalmente a sensação de perigo; é a forma que o corpo e a mente encontram para se protegerem das ameaças. Trata-se de uma desnutrição emocional que pode ser tratada e curada. As pessoas mais tímidas tendem a supervalorizar os possíveis riscos; assim, o novo e a possibilidade de mudança tornam-se assustadores. Os hábitos cotidianos formam cadeados protetores, aliados convenientes para o comodismo e endurecimento de velhos padrões de comportamento. Dessa maneira, quando nos cabe a tarefa de nos apresentarmos em público, o pavor de enfrentar uma platéia pode castrar a possibilidade de sucesso. Os motivos desse temor são: • perfeccionismo; • nervosismo; • auto-imagem negativa; • excesso de autocrítica; • barreiras verbais e não-verbais; • sensação de ridículo; • instabilidade emocional; • desmotivação para superar desafios; • cobranças internas e externas; • inexperiência na função; • apresentações anteriores frustrantes; • medo da responsabilidade proveniente do sucesso; • falta de treino, bem como de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à comunicação eficaz. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 11 Ocorre, então, o seguinte monólogo interno negativo: Será que sou capaz? Sou um desastre lá na frente. Vou ficar igual a um pimentão. E se rirem de mim? Detesto falar; só gosto de ouvir. Ficar quietinho é melhor; assim, não incomodo ninguém. Não gosto de minha imagem. Não tenho talento para isso. Mas eu vou falar o quê? Não quero parecer exibido; se eu aparecer muito, meu chefe vai me sabotar! Sempre fui tímido; não gosto dos refletores e não vou mudar. Não adianta falar; eles não vão mudar mesmo... Nasci para ser coadjuvante; prefiro ficar nos bastidores. Nunca falei em público; vou me atrapalhar, com certeza, e eles não vão prestar atenção em mim. Não tenho instrução suficiente. Para que falar? O salário vai ser o mesmo... Minha voz é horrível! Ainda se eu tivesse a voz do Cid Moreira ou o talento da Fernanda Montenegro... Falar em público é para artista. Discurso é bom para os políticos. Sou bom para falar com duas ou três pessoas, no máximo; muita gente me dá pavor. Quero fazer meu serviço e ir para casa, ver televisão. Só gosto de lidar com máquinas, pois as pessoas dão muito trabalho. Espera-se, de um líder, competência técnica e comportamental; esta última implica em habilidade de comunicação. Aquele que expressa suas idéias de maneira lógica, fluente, persuasiva e segura é visto como porta-voz de seus colaboradores e legitima sua liderança. O poder das palavras é incontestável. Tocar a mente dos ouvintes exige perspicácia, disciplina, sensibilidade. Transformar, valorizar idéias, expressar-se corretamente e com criatividade fortalecem o marketing profissional. A excelência do processo comunicativo é condição imprescindível para um gerenciamento da qualidade. Portanto, nada mais inteligente e sensato do que planejar estratégias para sua atuação, que tornem o ato de falar para grupos um privilégio e não um castigo. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 12 Plano de ação comportamental para administrar medos e inibições Quando decidimos romper barreiras, temos sempre um processo complexo pela frente. Vamos então, traçar um plano de ação para rever os nosso comportamentos atuais que vão auxiliar nessa mudança: - Fortaleça a auto-estima: se a comunicação é a essência do comportamento humano e projeção da personalidade; se o quanto e como o indivíduo gosta de si mesmo regem esse comportamento, a auto-estima definirá a estrutura do "eu comunicador". O ideal é partir da premissa de que se merece respeito e crédito do público. Assim, quanto maior a auto-aceitação, mais condições haverá de ser ativo perante as barreiras. A forma como o orador atua é produto da auto-estima. - O que a pessoa pensa de si própria centraliza as chances de equilíbrio, ou não, perante as tensões. Falar em público significa expor-se a julgamentos. O tímido necessita de aplausos incondicionais; o desinibido deseja a aprovação, mas não transforma o olhar do outro em flagelo. Colocar nas mãos do outro o poder de julgar a inadequação, ou a pertinência, distancia-nos do eixo. Em conseqüência, é necessário um trabalho constante de valorização dos próprios pontos fortes. Respeitar-se, valorizar-se possibilita a fusão do "eu produtivo" e do "eu guerreiro" na busca da realização profissional. - Tome a decisão de vencer as dificuldades típicas de quem se apresenta em público. Você aceitou o convite, mas ainda enfrenta as barreiras erguidas por seus medos e inseguranças. Fique tranqüilo, mesmo as pessoas que já fazem isso há muito tempo sentem isso. Cada apresentação é sempre uma noite de estréia. - Reconheça e identifique suas barreiras e bloqueios. Por exemplo, “quando preciso apresentar-me em público, sinto-me ameaçado, ansioso e inibido, mesmo sabendo que tenho condições para uma comunicação de qualidade”. - Procure enfrentar seus sentimentos corajosamente. Quem quer crescer precisa promover mudanças internas e externas que visem ampliar o círculo de atuação comunicativa e sair da zona de conforto, em busca de comunicações mais produtivas. Para facilitar esse processo, escreva: como você se vê e se sente, hoje, como comunicador? Que cenas você mais teme quando vai se apresentar? Quais os seus pontos fortes e fracos no contexto da apresentação? Que oportunidades você já desperdiçou por conta da ansiedade, das inibições ou de uma preparação inadequada? - Deixe a mente solta e registre todos os sentimentos que o ato de falar em público desperta em você: dor, excitação, constrangimento, inibição, sentimento de inferioridade, instabilidade emocional, desejo de fugir, vontade de transferir a responsabilidade. - Quando receber um convite, encare-o como um desafio. Esqueça-se do medo e ouse. É a sua chance de crescer. Planeje, organize e treine. Só assim você vai melhorar a sua atuação como comunicador. Sentirá o prazer de conquistar e quebrar os próprios tabus internos. Sentirá que está aperfeiçoando suas habilidades e crescendo pessoal e profissionalmente. Aí começa mais uma vitória em sua vida. E com ela, a alegria de ser novamente convidado e saber de antemão como se preparar. É uma questão de escolha. - Análise: como pretende se enxergar daqui a um ano? Que progressos quer fazer? Que empecilhos suprimir? Quanto tempo está disposto a investir, que TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 15 A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO: CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES O Recurso do “CHA” Além do plano de ação comportamental há necessidade de utilizar uma técnica que sedimente as apresentações em público, possibilitando maior garantia quanto a excelência das comunicações formais e informais. O que é o “CHA” O CHA é composto por três princípios fundamentais C – os Conhecimentos H – as Habilidades A – as Atitudes Funciona como um roteiro para uma comunicação de qualidade. Desenvolver e ampliar os aspectos do “CHA” é criar as condições necessárias para o sucesso de qualquer tipo de apresentação. Conhecimento s: o que você precisa saber para apresentar-se bem — o domínio cognitivo. Habilidades: o que você precisa treinar e desenvolver para tornar-se um comunicador eficaz — o domínio executivo. Atitudes: o que você deve fazer para buscar os conhecimentos e aprimorar as habilidades comunicativas — o domínio da ação. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 16 DESENVOLVENDO OS ASPECTOS MAIS RELEVANTES DO CHA TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO PAPÉIS CONHECIMENTOS (SABER) HABILIDADES (SABER FAZER) ATITUDES (QUERER FAZER) ANTES/ PLANEJAMENTO Comunicador/ Planejar - conhecimento da realidade; - público-alvo; - conteúdo a ser exposto; - técnicas de apresentação - recursos audiovisuais; - planejamento da apresentação. - aplicação dos conhecimentos; - auto-análise. - querer planejar DURANTE/ APRESENTAÇÃO Comunicador/ Apresentador - comunicação verbal e não-verbal; - tipos característicos de participantes; - técnicas de controle da emoção. - liderança; - relacionamento com o grupo - querer se comunicar DEPOIS/ AVALIAÇÃO Comunicador/ Avaliador - avaliação: reação do grupo; resultados. - percepção das reações do grupo - querer avaliar Os três papéis primordiais para aplicação do “CHA” na conquista da excelência nas comunicações ⇒ O desenvolvimento do eu comunicador/planejador que atuará na etapa do planejamentos/organização — É anterior à apresentação, quando você deve pensar, analisar, planejar e organizar idéias. ⇒ O desenvolvimento do eu comunicador/apresentador que atuará na etapa da execução/apresentação da palestra, aula, etc. — É durante a apresentação, quando você transmite e executa as idéias. ⇒ O desenvolvimento do eu comunicador/avaliador que atuará na etapa avaliação/feedback de todo o processo de trabalho — É depois da apresentação, quando você vai avaliar e revisar as idéias apresentadas e as metas atingidas. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 17 Ferramentas do comunicador/planejador Um comunicador/planejador precisa ter respostas claras sobre: a) Finalidade da apresentação: Para quê? . Informar? . Vender? . Persuadir? . Instruir? . Divergir? . Distrair? . Ensinar? b) Tema: O quê? c) Motivação: Por quê? d) Participantes: Tamanho da platéia e) Público: A quem? f) Realidade: Contexto • interesses • expectativas g) Forma: Como? h) Duração: Tempo? i) Local: Onde? j) Data: Quando? k) Objetivos: Onde quer chegar? l) Técnicas: Como conquistar melhores resultados? TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 20 Procure ser breve em suas conclusões. O assunto já foi dissecado em partes, esclarecido em minúcias e exposto em detalhes. Use o máximo possível dos recursos e das técnicas que a comunicação oferece para deixar a conclusão marcante. Seja enérgico, breve e ritmado. Procure demonstrar ao seu público que os dados e os raciocínios apresentados são coerentes e sensatos. Quanto à linguagem, abuse das palavras e expressões que resumem, definem e concluem, com em suma, em definitivo, logo, portanto, por fim, concluindo, para encerrar, etc. Use uma frase sugestiva para deixar a sua marca de forma positiva. O encerramento é o instante em que os ouvintes solidificam as imagem que você transmitiu. E lembre-se, quando disser à platéia que está finalizando a apresentação, conclua mesmo. Resumindo: quando você apresenta idéias, o objetivo é oferecer algo a alguém, é dar um presente. Na introdução, você começa a entregar o presente e a despertar na audiência e a curiosidade sobre o que trouxe. Durante o desenvolvimento, você expõe as idéias. E a conclusão é o acabamento final, quando os participantes pegam o presente que receberam, envolvem-no na última idéia e o levam consigo para utilizá-lo da melhor maneira, no momento da ação. ESQUEMA LÓGICO DA APRESENTAÇÃO FRASE SUGESTIVA INTRODUÇÃO ! Capta o interesse ! Define objetivos ! Registra a importância da idéia principal DESENVOLVIMENTO ! Apresenta os argumentos CONCLUSÃO ! Sintetiza temas propostos TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 21 O check list da apresentação A produção e o planejamento do check list constituem no mínimo 40% do sucesso de uma apresentação. Tire uma cópia desta página para não se esquecer de nenhum detalhe. Público-alvo: profissão faixa etária escolaridade nível econômico e social sexo expectativas tipo de realidade em que vive áreas de interesse grau de conhecimento do tema a ser abordado grau de motivação quanto ao assunto Características do evento: horário local objetivos número de participantes tempo total do evento divisão de tempo para sua apresentação profissionais adequados à função mestre-de-cerimônia técnico de som, coordenadores Local do evento – condições técnicas e ambientais: tamanho da sala desenho da sala número de participantes temperatura ventilação iluminação decoração tipo de piso sistema acústico tipos de poltrona distância entre palco e platéia limpeza e conservação da sala ar-condicionado número de ventiladores voltagem elétrica sistema de áudio e vídeo sistema de alarme setas indicativas para o evento banheiros Equipamentos eletrônicos: computador filmadora tripé aparelhagem de som TV, telão retroprojetor microfones carrossel de slides telefones Recursos didáticos: retroprojetor microfone computador/telão TV, videocassete e fitas aparelhagem de som (toca-fitas e CD player transparências flip charts mesas de apoio livros apostilas textos de apoios bloco de anotações testes crachás pessoais e de mesa avaliações certificados lista de presença Materiais de escritório: canetas lápis pincéis atômicos fita adesiva giz papel sulfite tesoura grampeador fita crepe alfinetes rolo de barbante forte apontador de lápis régua TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 22 Criando um esquema seguro para facilitar a apresentação Um guia que favoreça a ação do comunicador deve representar um caminho lógico, claro e objetivo. O esquema pode ser usado de duas maneiras: ou você o segura nas mãos ou deixa sobre a mesa. Mas lembre-se de que ele é um mero complemento e como tal deve ser utilizado. O guia não vai salvá-lo do que você não sabe. É apenas um reforço, por isso consulte-o moderadamente e não perca a interação visual com a platéia. Sugestões: • Crie o esquema-guia somente depois de ter escrito todas as idéias que pretende desenvolver. • Escolha os temas mais importantes e as idéias secundárias que serão abordados. • Cuidado para não detalhar demais. Só use o que for realmente relevante. • Use fichas, que são mais fáceis de manusear. • Use fichas brancas de 23 x 15 cm. • Use as fichas só de um lado. • Evite escrever à mão. Cole o que você digitou sobre as fichas e enumere-as. • Digite com letras grandes e destaque o que deve ser reforçado. • Tenha uma cópia extra no bolso, para evitar esquecimentos do original (tenha também uma cópia de toda a apresentação em papel e outra em disquete). • Não deixe que outra pessoa prepare essas fichas. • Leia e ensaie várias vezes como apresentar o conteúdo das fichas, para verificar o seu grau de segurança e fluência do texto. • “Fotografe” o conteúdo para que durante a apresentação as frases escritas apareçam como lembranças visuais. • Evite ler as anotações, principalmente na abertura e no fechamento da apresentação. É imprescindível manter contato visual com a platéia. • Familiarize-se com o texto do esquema-guia e também com o manuseio das fichas. Isso também deve sugerir profissionalismo. • Não “polua” as fichas com muitas idéias em poucos espaços. É melhor usar mais fichas e distribuir o conteúdo entre elas. O comunicador deve bater o olho e reconhecer o assunto, sem ter de procurar a idéia perdida. • Na última ficha registre três frases-chave que sintetizem tudo o que você deseja dizer. (Essas frases podem ajudar se ocorrer um branco mental, como veremos as seguir.) • O guia não deve funcionar como “cola”, mas como um mapa, para dar mais segurança, conforto e tranqüilidade nas várias etapas da viagem. Treinando bastante diante do espelho ou de um grupo de amigos e filmando o ensaio, chegará o momento em que esse esquema é memorizado e o ato de olhar as anotações e para a platéia, alternadamente, será muito mais espontâneo. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 25 A voz é tão importante quanto a mensagem porque é ela que dá, ou não, credibilidade ao conteúdo. Por isso a harmonia e coerência devem estar sempre presentes entre aquilo que dizemos e como transmitimos a informação, através da voz. Qualquer desencontro entre o conteúdo e a forma será notado. A maneira como se diz as coisas terá um peso maior na avaliação do receptor. Há uma relação dialética entre a voz e a auto-imagem. Qualquer mudança em uma delas implicará uma alteração da outra. Muda o homem, muda a sua voz! Não temos uma voz, nós somos uma voz! A nossa imagem social está em conexão direta com a expressão vocal. Resgatar a voz verdadeira é fazer um inventário íntimo da construção de uma imagem vencedora. A voz: um instrumento musical Imagine a voz como um instrumento musical. Já perceberam o que nos acontece quando ouvimos uma boa música? A harmonia do conjunto nos sensibiliza e altera tanto o nosso estado emocional que é capaz de mudar até as características do ambiente que nos rodeia. Assim como a música, a fala é uma obra a ser construída. Não se pode dizer tudo da mesma maneira. No seu discurso, sempre identifique os momentos que pedem maior ou menor intensidade. Eles quebram a monotonia e destacam o que interessa. Assim como na música, você também interpreta o que diz. Dois artistas jamais executam a mesma melodia. Com a voz se dá o mesmo. Encontre a sua e se destaque da multidão. Use também o silêncio. Fale com ritmo, faça pausas nos momentos estratégicos. Aproveite para recuperar o domínio da voz. a pausa permite controlar ações e a reflexão constante do que foi dito. Como na música a fala deve refletir a harmonia entre as partes que a compõem. Por que cuidar da voz? Pessoas que falam em público devem ter certos cuidados para preservar a saúde vocal. Muita gente não sabe como a voz é produzida no nosso corpo e o que pode fazer para torná-la melhor. Cuidar da voz significa conhecê-la e usá-la bem; é respeitar o equilíbrio entre o ar que sai do corpo e a força muscular exercida pelas pregas vocais; é tirar dela o melhor rendimento com o mínimo de esforço. Para isso é preciso conhecer também as emoções, que interferem diretamente na sua produção. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 26 É pela voz que chamamos a atenção das pessoas e por isso é um elemento que pode facilitar ou dificultar a interação. Juntamente com a linguagem corporal, a voz é fundamental para a boa assimilação da mensagem. Uma voz clara e bem-definida é o caminho para a compreensão do conteúdo. No ambiente profissional, a voz conta pontos em inúmeras situações. Por ela você transmite confiança, liderança, credibilidade e assertividade. Não são raros os bons profissionais que não conseguem transmitir essas qualidades por dificuldades associadas à voz. Fazer-se entender através dos sons que você articula fortalece a auto-imagem positiva. Quem fala bem atraí a atenção das pessoas e, conseqüentemente, pode aliviar melhor o conteúdo do que diz. A platéia reflete o que você está dizendo. Se a sua voz transmite entusiasmo, vivacidade e convicção, a confiança na sua apresentação será total. Vá em frente! Não se iniba! Use sua voz com coragem e ousadia, para superar os próprios limites! Cuide da sua voz como um instrumento precioso, porque o aprimoramento vocal é um requisito do sucesso! Voz: um instrumento delicado Evite: Fumar. O cigarro não combina com boa voz. A fumaça agride as pregas vocais, provoca irritação, pigarro e tosse. Beber. O álcool prejudica a saúde vocal porque anestesia as cordas vocais. O ar condicionado. A umidade do ar diminui, resseca a garganta e laringe e danifica as pregas vocais. A exposição prolongada vai exigir um esforço maior em detrimento da qualidade vocal. Beba muita água em temperatura ambiente. Líquidos e alimentos muito frios ou quentes. As temperaturas extremas causam choque térmico e agridem as pregas vocais. Roupas apertadas. Causam desconforto e dificultam a respiração. Deixe o pescoço o mais livre possível de acessórios, bem como a região do diafragma. Evite usar cintos ou faixas que dificultem a respiração. Falar ao telefone prendendo-o ao ombro. Os músculos ficam tensos e impedem a livre passagem do ar. Falar em locais barulhentos. O segredo da boa voz está na capacidade de determinar, de acordo com as circunstâncias, o seu melhor volume. . Forçar a voz. Se estiver rouco, faça repouso de voz e, se isso não resolver, procure um especialista. Se a voz é o seu instrumento básico do trabalho, conte com a orientação do fonoaudiólogo. Ele poderá indicar exercícios e orientá-lo a produzir uma voz melhor. O trabalho preventivo evitará problemas futuros. Ansiedade e tensões, que bloqueiam a passagem de ar e atrapalham os movimentos circulares. Quanto mais relaxado o corpo estiver, mais harmoniosa será a fala. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 27 Locais poluídos. Caminhe ao ar livre e procure respirar profundamente para alcançar harmonia física e mental. Falar muito. É um hábito prejudicial às pregas vocais. Durante todo o dia, faça exercícios ao seu tipo de voz. não faça três horas num dia e depois fique semanas sem praticar. O segredo do aprimoramento da voz é a circunstância e a perseverança. É muito comum perder total ou parcialmente a voz depois de falar por longo tempo. Isso é um sinal para procurar ajuda profissional. Sempre que possível, faça repouso vocal – descanse sua voz. Gritar constantemente. Gritar é um hábito extremamente prejudicial à saúde vocal e pode causar sérios danos às pregas vocais. Tente evitar isso o máximo possível. Excessos noturnos. Nada como uma boa noite de sono para descansar a voz. Não seja o único a falar em uma festa. Não entre em competições vocais. Para pessoas com dificuldades vocais, o remédio, às vezes, é simplesmente ficar quieto ou falar devagar. Procure: Comer salsão, cenoura, maçã, pêra e outros alimentos ricos em fibras. Isso exercita os músculos da face e ajuda a articulação. Pela manhã — e durante todo o dia — espreguiçar-se soltando o som, com movimentos lentos e amplos, para despertar a energia vocal. . Tomar cuidado com o início da fonação, que deve ser suave. Grave suas falas e verifique como você inicia os períodos. Relaxe e deixe que o som saia com naturalidade. Respirar ampla e profundamente, durante todo o dia. Hidratar-se. Aumente o consumo de líquidos, principalmente se estiver tomando medicamentos ou sentir que a salivação diminuiu. E lembre-se sempre: para quem usa a voz como instrumento de trabalho, o hábito de beber água não é só um prazer, mas uma obrigação. Habitue-se a fazê-lo. Tome, no mínimo, oito copos de água por dia. Cuidar da saúde física e mental porque a voz é o resultado do estado geral de seu organismo. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 30 LEIA COM SEGURANÇA E EXPRESSIVIDADE Há uma diferença significativa entre a leitura em voz alta individual e em público. Estamos acostumados a ler para nós mesmos num ritmo adaptado às nossas necessidades. Mas quando se lê para uma platéia, é preciso levar em conta fatores que facilitam a ação comunicativa, que pode ser constrangedora se o comunicador não estiver muito bem preparado. O melhor é não ler o tema/texto para o público. Leve um roteiro contendo as frases- chave que imprimem um modelo à palestra. Existem, porém situações formais como formaturas, cerimônias de posse, etc. que pedem a leitura do discurso/mensagem. Nesses casos, o comunicador lerá um texto, que já deve estar na ponta da língua. E não se esqueça do contato visual com a platéia; se não for constante, os ouvintes perderão o interesse. Planejamento 1ª ETAPA: Quando você for ler um texto em público, seu ou de qualquer outro autor, é fundamental fazer um trabalho de mesa em leitura silenciosa, um exercício intelectual de análise e dissecação do texto, para localizar: as idéias principais as idéias secundárias as palavras-chave os sentimentos expressos no texto as palavras desconhecidas os termos estrangeiros (e a tradução dos mesmos) as frases principais da introdução, do desenvolvimento e da conclusão a imagem que você gostaria de passar a platéia, antes, durante e depois da sua apresentação a frase que gostaria de imprimir na mente dos espectadores no final da sua apresentação as técnicas de apresentação que pretende aplicar a leitura o que a platéia ganhará com o texto o que as idéias nele transmitidas têm a ver com o público-alvo. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 31 2ª ETAPA: Observe a sua articulação, a dicção, o grau de dificuldade para pronunciar certas palavras, a fluência, o ritmo e a velocidade das frases. Nos ensaios feitos numa altura de voz mediana, marque o tempo das pausas, da respiração, e se a quantidade de ar para uma emissão tranqüila esteve presente durante a leitura. É nessa fase que se consolida a qualidade dos aspectos mais técnicos da leitura, quando os fundamentos da boa fala, sem vícios e cacoetes, vão sendo observados e, aos poucos, assimilados em suas comunicações. 3ª ETAPA: Nesta etapa inclui-se a interpretação do texto, como vivenciar o que se lê. É o momento de verificar se estamos correspondendo às intenções do texto e conseguindo equilibrar razão e emoção. É hora de checar se as idéias estão sendo bem coordenadas, os parágrafos, bem distribuídos, se o comunicador tem familiaridade com o texto, se ele é agradável e a interpretação que você faz das idéias chega até o público. 4ª ETAPA: Entra aqui a lapidação dos recursos técnicos, intelectuais e expressivos. É hora de aliar técnica à emoção, à razão e naturalidade, e agregar também a coerência gestual. São os acabamentos que imprimirão qualidade à apresentação. A leitura deve transmitir credibilidade, inteligência, persuasão e, ao mesmo tempo, simplicidade e simpatia. 5ª ETAPA: Nesta fase, grave o que você lê ou filme o ensaio. Depois ouça/veja o resultado do trabalho, observando-se: a voz transmite credibilidade, se é bem audível, se dicção está boa. as frases enfáticas do texto são realmente destacadas a leitura é expressiva transmite naturalidade as idéias convencem você ficou interessado em ouvir a si mesmo até o fim a voz tinha personalidade, se falava sobre quem você é algumas partes precisam ser melhoradas e quais são elas o ritmo estava bom a platéia acompanhou com interesse a sua explanação você demonstrou segurança e fluência tropeçou em alguma frase e se é preciso mudar alguma coisa Se você estivesse na platéia, como avaliaria a sua leitura? A linguagem corporal? A sintonia entre ela e a fala? TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 32 6ª ETAPA: Mostre agora esses ensaios às pessoas em quem você confia. Se no final da leitura ninguém conseguir sintetizar as idéias principais do texto, ainda há tempo de fazer alguns ajustes. Pergunte a essas pessoas: qual foi o grau de motivação e interesse? deu para ouvir bem? peça a elas para citar três pontos favoráveis da fala e três que devem ser melhorados. Não veja o feedback negativo como a destruição de seu trabalho, mas como colaboração de seus amigos para melhorar a sua apresentação. Outras sugestões de planejamento: Digite o texto com tipos bem legíveis e deixe espaço duplo entre as linhas e os parágrafos. Destaque com negrito as frases e as palavras-chave que reforçarão a síntese das idéias apresentadas. Durante a leitura, deve estar muito claro para o público quais são as idéias principais e as secundárias. Para facilitar a visão e a memorização, divida a folha de papel ao meio, escreva à direita e deixe o lado esquerdo do para fazer anotações sobre a interpretação das idéias. Se houver termos estrangeiros, aprenda a pronúncia ou tire-os do texto. Se começar a engasgar com algum termo ou palavra, substitua por outro. Fixe as folhas sobre um papel mais grosso para não fiquem se dobrando ou utilize fichas de cartolina. Procure escrever o texto você mesmo porque o público respeita muito mais o comunicador que transmite familiaridade com o que está sendo apresentado. E use sempre os verbos na voz ativa. Quando for apresentar uma leitura de outros autores, procure interpretá-los bem. Verifique se as idéias estão bem encadeadas para facilitar a memorização. Treine, treine, treine muito em voz alta. Pelo menos a introdução e a conclusão de cada parágrafo devem estar bem gravados em sua mente. Não decore mecanicamente, porque uma única palavra esquecida pode causar um efeito dominó. Evite palavras proparoxítonas e períodos muitos longos. Ensaie a leitura em três velocidades: baixa, média e alta. Observe qual delas oferece mais dificuldade e treine bastante. O objetivo é alcançar excelência nas três. Faça sempre relaxamento antes de ler em público. Não faça pausas em locais que comprometam a compreensão da mensagem, por exemplo, separando o sujeito da ação da ação. Marque as pausas com sinal de barra. Depois de ler tantas vezes o texto a ponto de já tê-lo memorizado, faça um resumo das idéias de, no máximo, cinco minutos, aproveitando para improvisar. Um bom ouvido é fundamental para quem quer ler bem. Quanto mais você se dedicar e mais exercícios fizer, melhores serão os resultados da sua leitura em TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 35 GESTOS: IDENTIDADE CORPORAL O Poder Revelador da Linguagem Corporal Nós não temos um corpo, nós somos um corpo! Um corpo vibrante que respira, sente e se enternece, um corpo vivo que reflete o que somos. Toda nossa vida está gravada na memória do corpo. É ele que conta toda a verdade de nossa história, dos nossos sentimentos mais imperceptíveis. É um pergaminho no qual estão gravadas as marcas do tempo, importantes senhas da individualidade humana, e a assinatura intransferível da nossa imagem corporal. Para entender a importância desse mapa e promover as mudanças necessárias, é preciso ter coragem para ir se despindo gradativamente das couraças do passado e abrir canais que favoreçam os movimentos mais livres e expressivos. O nosso corpo fala! E como fala! Ela capta tudo, de todas as maneiras. Aponta a mentira da palavra, desnuda as falsas convicções, arranca máscaras e expõe as verdades inconscientes através da linguagem expressiva. A postura, as expressões faciais, os movimentos dos olhos, do rosto, das pernas, das mãos, enfim, qualquer gesto, por mínimo que seja, traduz o que as palavras muitas vezes não conseguem expressar. Os movimentos do corpo têm a mesma importância que a palavra no que se refere à comunicação humana. Esses recursos expressivos riquíssimos favorecem a ligação entre as pessoas e fortalecem a magia da interação social. A Importância da Linguagem Corporal nas Comunicações Enquanto estiver planejando a sua apresentação, nunca perca de vista a intenção dos gestos e a movimentação que acompanharão a mensagem oral. O domínio corporal facilita a transmissão da mensagem para a platéia e propicia a comunicação. Os gestos e as expressões faciais, a postura e a movimentação corporal servem para: descrever, complementar e reforçar as idéias embelezar a fala substituir palavras dar mais dinamismo à comunicação contradizer a fala expressar sentimentos favorecer o entendimento promover a interação com a platéia facilitar a transmissão das mensagens Para que se cumpram estes objetivos, a linguagem corporal deve ser natural, clara, expressiva, pertinente e harmoniosa. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 36 Auto-análise Corporal A análise da própria linguagem corporal permite identificar os pontos fortes e fracos da nossa comunicação. Daí a importância de se responder às questões: ⇒ Como eu me vejo fisicamente? Aceito, aprecio e valorizo este corpo que sou eu? O que acho mais bonito nele? O que rejeito em mim mesmo? ⇒ Quais as qualidades que mais aprecio mais em mim? ⇒ O que quero mudar em mim, física e psicologicamente? ⇒ Os sinais que emito em meus gestos, na mímica facial, no olhar, na postura, na respiração e na maneira como uso o espaço revelam o ser humano que penso ser? ⇒ Qual a primeira impressão que as pessoas têm de mim? ⇒ Quando as relações interpessoais se aprofundam, o que muda daquela primeira impressão? ⇒ Eu gosto de olhar-me no espelho? Gosto da imagem refletida e do que ela transmite? ⇒ Busco o feedback da imagem que transmito? ⇒ Quando vou começar o meu processo de mudança? ⇒ O que farei para mudar? Essa auto-análise ajuda a avaliar o atual estágio do comunicador e fornece os pré- requisitos para estimular desenvolvimento da linguagem corporal. Aprimorando a Linguagem Corporal Habilidades técnicas Para minimizar as barreiras não-verbais nas apresentações em público: ⇒ Deixe o cenário da apresentação livre para não correr o risco de tropeçar e poder ser mais natural. Estude o espaço com antecedência. ⇒ Estabeleça uma zona de conforto na sua área de atuação para se movimentar com tranqüilidade. ⇒ Não enfie as mãos nos bolsos nem as cruze na frente ou nas costas. ⇒ Mentalmente, divida a platéia em A, B, C e D. Primeiro, olhe para o público como um todo, depois para cada setor; todos, indistintamente, deverão receber sua atenção visual. ⇒ Fique atento para que os seus estejam alicerçados numa idéia que os fortaleçam e ganhem significado na transmissão da mensagem. O gesto precisa ter um objetivo, um motivo, para dar forma ao conteúdo. Faça gestos que convidem a uma receptividade da platéia. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 37 ⇒ Evite ficar de costas para a platéia. Mantenha a cabeça erguida e olhe sempre para ela. Não fique olhando para o teto e muito menos para o chão. ⇒ Evite sentar-se durante a exposição. Em pé, a energia está mais concentrada e a linguagem corporal é mais evidente. Apóie-se sobre as duas pernas, que devem estar paralelas. Os peso da estrutura corporal ficará igualmente distribuído sobre os dois pés. ⇒ Imagine o seu corpo sendo puxado por dentro, por um fio que vai do chão ao teto. É um fio flexível e elástico que alonga o corpo numa postura elegante e natural. Mantenha as pernas levemente flexionadas. ⇒ Ande naturalmente pela sua área de atuação, mas sempre ligado à platéia, que acompanha todos os seus movimentos. Por isso faça movimentos harmoniosos e delicados, mas energéticos. ⇒ Deixe o gesto fluir naturalmente. É a mensagem que requisita o movimento gestual. ⇒ Sintonize o gesto com a palavra, buscando um equilíbrio. O movimento deve complementar e reforçar a palavra. ⇒ Os gestos jamais substituirão a falta de conhecimento sobre o assunto. A movimentação gestual pode acentuar, dar mais vida à mensagem, mas não substituir o discurso propriamente dito. ⇒ Evite erguer os braços acima da cabeça e movimentar as mãos além da altura do peito, a não ser que esteja num espaço muito amplo. ⇒ Atenção para os gestos repetitivos. O excesso deles pode transformar-se numa barreira visual. ⇒ Lembre-se de que as expressões faciais e as mãos são grandes facilitadores da sua comunicação. Habilidades Comportamentais ⇒ O movimento corporal do comunicador incita os movimentos da platéia. Paixão gera paixão, vitalidade gera vitalidade, apatia gera apatia, entusiasmo gera entusiasmo. ⇒ Cuidado com os gestos contraditórios! Se o objetivo é reforçar o espírito de união, a linguagem gestual deve dar forma, cor, textura e consistência a essa idéia. ⇒ Procure seguir os elementos reguladores da gesticulação: ⇒ os espaços pequenos e descontraídos pedem gestos menores; ⇒ os espaços abertos, grandes e formais pedem gestos amplos; ⇒ os gestos vigorosos traduzem sentimentos mais intensos; ⇒ existe um gesto para cada emoção. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 40 Habilidades comportamentais ⇒ Suas mãos devem refletir a beleza de suas idéias. O desenho por elas traçado promove a ligação harmoniosa entre o que você diz e os seus gestos. ⇒ As mãos revelam o grau de excitação, nervosismo ou tranqüilidade do comunicador. É, portanto, importante fonte de informações para o público. O Poder Persuasivo do Olhar O ser humano gosta de ser olhado, valorizado e aceito. Estabelecer um diálogo visual com os espectadores, demonstrando que se está aberto à aproximação, é criar empatia e estabelecer um canal de atitudes receptivas. Olhar e ser olhado revela aproximação, e isso assusta. Administrar esse medo é um sinal de maturidade psicológica. Quando olhamos com interesse e amizade para a platéia, é como se disséssemos: eu aceito as suas diferenças e quero interagir da forma mais produtiva e prazerosa que puder. Eu os convido a aproximar-se. Um contato visual eficaz é direto, empático, busca o diálogo. Esse diálogo silencioso, quando acontece realizado, abre espaço para um clima de confiança entre comunicador e público. Habilidades técnicas ⇒ Não olhe só para um lado da platéia, mas para onde houver pessoas. Faça-as sentir-se vistas e lembradas. Elas gostam disto. Não permita que o seu olhar se afaste do público por um mais de 15 segundos, sob pena de a platéia perder interesse pela sua mensagem. ⇒ Olhe, mas não encare o público. Isso pode parecer um desafio. Olhe de um jeito natural e tranqüilo. Antes de começar a falar, sinta a platéia através do olhar, e durante a introdução e a conclusão não tire os olhos dela. Mas não fixe uma só pessoa para não deixá-la inibida. Sorria através do olhar. Descubra em si mesmo razões para que seus olhos se tornem pontes de afetividade e simpatia. ⇒ Fique atento à linguagem corporal dos participantes para saber o que estão querendo dizer. Olhe com tranqüilidade para cada um (se a platéia for pequena) e não afaste o olhar do espectador enquanto não concluir a frase. ⇒ Olhe para a platéia, e não por cima das cabeças. Os olhos existem para promover o diálogo silencioso da interação visual. ⇒ Se você perceber um olhar hostil entre os ouvintes, evite entregar-se a essa energia nociva. Imediatamente desvie o olhar para participantes mais receptivos. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 41 Habilidades comportamentais ⇒ Olhar para a platéia implica despojar-se dos próprios medos e baixar as armas e defesas para uma comunicação receptiva. Se você estiver muito tenso e agitado, eleja alguém da platéia que tenha um comportamento receptivo e volte seu olhar para ela durante os primeiros minutos da apresentação. Receba a mensagem positiva que ela lhe enviar e internalize essa mensagem como uma referência à qual você possa recorrer quando precisar. ⇒ Não fique olhando de rosto em rosto. Fixe-se um pouco em cada um. Não fique olhando de um lado para o outro ou a platéia ficará perdida. ⇒ Não transforme o seu olhar numa ameaça pública e nem ataque para se defender. As pessoas são cordiais por natureza e a platéia costuma torcer ao seu favor. Não use o seu corpo como uma arma contra os espectadores. ⇒ Não se esquive do olhar da platéia para que os espectadores não entendam como insegurança, timidez, inibição. Se você transmitir essa imagem, vai enfraquecer o seu trabalho. ⇒ A conexão visual dá a possibilidade de você ler o que está sendo dito pelo público de uma forma não verbal. Por isso, os espectadores não podem sentir-se abandonados por seu olhar; eles gostam de sentir-se vistos. ⇒ Permita que seu olhar se abra para a platéia num leque democrático. ⇒ Procure conhecer o impacto que seu olhar provoca nas pessoas. Inspira medo, respeito, alegria, bondade, raiva? Saber o que o contato visual promove pode ajudar no processo comunicativo. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 42 VESTINDO-SE PARA O SUCESSO As roupas e os acessórios que você escolhe para usar e como os usa fazem parte dos elementos de sua revelação ao mundo. Antes de a platéia ouvi-lo, ela o vê e o sente. A aparência física não pode ficar em segundo plano na composição da imagem do ser humano e do profissional de sucesso que você pretende ser. O comunicador é um ponto de referência para a platéia por ser um formador de opinião. Assim sendo, a aparência é um dos itens que contam na avaliação do grau de profissionalismo nas suas relações interpessoais. Pesquise muito o tipo de roupa que lhe caia melhor e se está de acordo com a imagem que você pretende passar ao público. Lembre-se que as roupas devem vestir naturalmente, incorporar-se ao seu jeito de ser. Conhecer as regras do grupo social em que você atua ajuda a escolher o melhor traje para o momento. Discrição e simplicidade costumam ser bons parceiros. A elegância não grita! Cuidar bem da aparência pessoal, compatível com a posição de comunicador, é uma questão de sensibilidade e de inteligência. Se você concorda com a frase: “quero que gostem de mim pelo que sou, e não pelas roupas que visto”, procure repensar essa posição. A não ser que já seja um orador consagrado, de prestígio reconhecido, lembre-se sempre de que se a primeira imagem for favorável, a platéia prestará mais atenção em você. Vestir-se adequadamente, com critérios bem definidos, fará você sentir-se mais seguro e confiante quanto ao seu desempenho. O cuidado consigo mesmo é sinônimo de auto- estima elevada e respeito por si mesmo. A roupa que você escolhe para vestir deve ser usada a seu favor, como outro recurso de comunicação. Seja uma pessoa reconhecidamente elegante! Sugestões para Uma Boa Aparência Pessoal Existem regras para se compor uma imagem visual e que observam os seguintes aspectos: • tipo de evento e seu objetivo • o público-alvo • características do trabalho • horário • temperatura • duração TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 45 O MARKETING PESSOAL EFICAZ Tudo isso que acabamos de ver faz parte do chamado marketing pessoal. Nós nos comunicamos e projetamos a nossa imagem pelos vários canais sensoriais e também pelos canais invisíveis da energia. Como vimos, são muitos os fatores que contribuem para fortalecer ou enfraquecer nossa imagem. Para haver harmonia entre quem somos e a imagem que queremos transmitir ao mundo devemos fazer um check- up da comunicação, para ter subsídios para as mudanças que precisam ser feitas na direção de uma imagem positiva e sem barreiras. Tudo em nós fala e se comunica todo o tempo, fornece informações e pistas daquilo que somo internamente. Os sinais que emitimos através das palavras, do tom de voz, dos gestos e atos, das expressões faciais, do contato visual e da postura, da respiração, das roupas e acessórios que usamos e até da nossa movimentação são flashes que vão alicerçando a nossa imagem pessoal e profissional, e ajudando a contar a historia de como nos relacionamos com a vida. Se eu tiver coragem de receber feedback, se estiver determinado a criar um plano de ação para atingir as minhas metas, valorizar minhas qualidades e minimizar os fracos, evitarei o auto-engano e darei a mim e ao mundo o presente de tornar-me um ser humano mais vigoroso em minhas ações, mais consistente em minhas palavras, mais poderoso em minhas comunicações verbais e não-verbais e mais realizado em minha vida! Plano de ação para uma imagem de sucesso A construção de uma imagem positiva e voltada para o sucesso nas comunicações interpessoais pode começar respondendo às questões abaixo: ⇒ Qual é a visão que tenho de mim e a visão que as pessoas têm de mim? ⇒ O que eu gostaria de mudar? ⇒ Que estratégias devo usar para superar minhas expectativas? ⇒ Quanto tempo levarei para atingir meus objetivos? ⇒ Quais serão as evidências de sucesso que me permitirão avaliar se estou sedimentando a imagem pretendida? Esse plano de metas pode fortalecer a busca da superação de limites. A imagem não é tudo, mas é extremamente importante no universo dos que buscam um desenvolvimento humano integral e uma comunicação eficaz. Portanto, construa sua verdadeira imagem. Sem limites! TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 46 COMUNICAÇÃO, MOTIVAÇÃO E SUCESSO: PEQUENOS SEGREDOS Reveja o mito de que a arte de falar em público é um dom divino Não se pode negar que algumas pessoas nasceram com o atributo da eloqüência eficaz. Em geral são pessoas carismáticas, persuasivas e envolventes. Mas são casos raros. Se a maioria quiser comunicar-se bem, deverá buscar subsídios nos treinamentos e dedicar muito esforço pessoal para administrar os medos, traçar objetivos e estratégias, buscar conhecimentos e treinamentos que desenvolvem e aprimoram essa arte. Não se engane pensando que só os seres privilegiados terão uma atuação inteligente com seus interlocutores. É uma desculpa fácil para quem não quer enxergar que somos responsáveis pelas nossas crenças e mitos, e cabe a nós decidir se queremos ou não realizar nossos sonhos. Muda-se a crença, muda o caminho e muda o resultado. Muda o homem! Trabalhe o medo conscientemente É um engano imaginar que se pode eliminar totalmente o medo. Ele é fundamental para a sobrevivência, ao evitar a displicência e o relaxamento em demasia. Mas se ele conseguir impedir as suas ações durante uma apresentação, preocupe-se. Lembre-se de que não existe medo de falar em público, mas vários medos interagindo, como o de errar, de ser o centro das atenções, de ser questionado e outros tantos específicos de cada comunicador. Identificar as causas e criar um plano de ação facilita a administração racional do medo, tornando mais eficaz a comunicação. Administre as tensões e os medos antes de uma apresentação Prepare-se mental e fisicamente Ensaie Pratique, pratique e pratique, porque só a prática conduz à perfeição. Não tenha medo do silêncio Antes de planejar e organizar uma palestra, aula ou reunião há um estágio que muitas vezes queremos ignorar. É aquele espaço tão rico, de reflexão e silêncio que nos possibilita pensamentos mais consistentes e resultados mais equilibrados. Como vivemos envolvidos por palavras, sons e movimentos, o silêncio parece insuportável. Falando ou em silêncio, a comunicação está sempre presente. silêncio funciona como um sensível toque de recolher, quando o ser humano tem a chance de se conhecer realmente. É em silêncio que o homem tem a dimensão de seu valor e revela sua verdadeira imagem. Aprender a linguagem do silêncio nos dá as ferramentas para lidar melhor com nossas emoções e efetivar uma interação mais profunda com a platéia. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 47 Não comece uma apresentação sem aquecimento O que é o aquecimento para quem vai apresentar-se em público? É fazer pelo menos vinte minutos de exercícios de dicção e articulação, e de relaxamento para os músculos da face e da região do pescoço. É repassar mentalmente o roteiro, reforçando a introdução e o encerramento. É concentrar-se para começar bem o trabalho. O aquecimento do comunicador deve ser tanto físico quanto mental. Faça um acordo com a platéia Quando essa técnica for pertinente, pergunte aos espectadores o que esperam da apresentação. No flip chart, anote o que eles querem e não querem receber. Apresente o seu programa original e diga que, sempre que possível, vai inserir os pontos levantados. Assim se criará uma cumplicidade com a platéia, que passará a contribuir para a melhor interação durante a apresentação. No final, pergunte novamente aos presentes se eles estão satisfeitos com o que receberam. Assim você demonstra o seu interesse de democratizar a apresentação, inserindo-os no processo. Mantenha contato visual com a platéia Essa é uma maneira de prender o interesse da platéia, além de transmitir confiança e segurança. É o elo entre apresentador e participante, através do qual muitos dados e intenções são transmitidos. O contato visual é um importante canal de identificação da personalidade do profissional. Crie um clima propício para aprendizagem Para os profissionais que falam em público, trabalhar o ambiente de atuação é fundamental para a boa comunicação. Algumas orientações para melhorar o desempenho: As teorias modernas destacam a importância da integração no processo de aprendizagem. As contribuições dos participantes são fundamentais para que novos conceitos sejam apreendidos. Deixe claro, logo de início, que você está aberto ao diálogo. Transmita a idéia de que vão trabalhar juntos numa mesma proposta. Não seja apenas simpático, crie empatia, ponha-se no lugar da platéia, respeite suas crenças e seus valores. Aprender a lidar com as diferenças fará de você uma pessoa mais flexível. Demonstre que, para você, ensinar é uma paixão, uma missão prazerosa. Se os participantes perceberem isso, o interesse aumentará e as pessoas se sentirão à vontade para questioná-lo, porque querem conhecer a sua resposta. Não se desvie do assunto. Tudo o que for apresentado deve fazer parte do universo de seu público. Não prossiga a apresentação se notar que algo não ficou claro. Isso pode comprometer a qualidade. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 50 O processo de liderança é a própria essência da comunicação humana Comunicação Humana Comunicação Eficaz: Interação e Arte do Encontro Etapas do Processo Lógico Pensar Transmitir Planejar Processo de Comunicação QUEM DIZ O QUÊ EM QUE CANAL A QUEM COM QUE EFEITOS Para maior objetividade e clareza nas comunicações é necessário saber: Quando O que Por que Como A quem Quanto Onde Falar / Ouvir ? receptor momento, local e meio Egocentrismo Timidez Dificuldade de expressão Barreiras nas comunicações Status Preconceitos Excesso de intermediários Escolha inadequada: receptormomento, local e meio Preconceitos Status Barreiras nas comunicações TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 51 Barreiras nas comunicações Suposições Monólogo coletivo Distrações Diálogo dos surdos Seis mensagens de uma conversação 1 – O que a pessoa quer dizer 2 – O que realmente diz 3 – O que o receptor ouve 4 – O que o receptor pensa que ouviu 5 – O que o receptor responde 6 – O que o emissor pensa que o receptor respondeu Para otimizar as comunicações é necessário: Praticar uma comunicação voltada para resultados Acompanhar o processo comunicativo Saber distinguir o momento oportuno para enviar a mensagem Desenvolver a percepção Para otimizar as comunicações é necessário: Reforçar as palavras com a ação Administrar o conflito interpessoal Desenvolver a auto-análise Criar um clima de receptividade e confiança Para otimizar as comunicações é necessário: Ter habilidade para ouvir Atualizar-se Ter habilidade para dar e receber feedback Aprender a filtrar as informações JANELA DE JOHARI Conhecida pelos outros Desconhecida pelos outros Conhecida pela pessoa Desconhecida pela pessoa Área Aberta Área Cega Área Oculta Área Desconhecida TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 52 Fontes de Informações Trajes Tom de Voz Vocabulário Gestos Expressões Faciais imagem Sua imagem sem limites! Construa sua verdadeira Plano de Ação Avaliar os resultados conquistados Criar objetivos para superação dos obstáculos Reconhecer e identificar as necessidades Planejar estratégias facilitadoras Determinar o tempo para conquistar os objetivos propostos Excelência nas Comunicações Habilidades (O Saber Fazer) conhecimento da realidade público-alvo conteúdo técnicas de apresentação recursos audiovisuais planejamento da apresentação aplicação dos conhecimentos auto-análise Apresentador Planejador Papel (Antes) Conhecimentos (O Saber) querer planejar Atitudes (O Querer Fazer) comunicação verbal e não- verbal tipos característicos de participantes técnicas de controle da emoção liderança relacionamento com o grupo querer se comunicar Habilidades (O Saber Fazer) Apresentador Comunicador Papel (Durante) Conhecimentos (O Saber) Atitudes (O Querer Fazer) Excelência nas Comunicações Habilidades (O Saber Fazer) Apresentador Avaliador Papel (Depois) Conhecimentos (O Saber) Atitudes (O Querer Fazer) avaliação: reação do grupo resultados percepção das reações do grupo querer avaliar Excelência nas Comunicações TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO Visite Nosso Site www.institutomvc.com.br 55 EXERCÍCIOS TEATRAIS – II 1 – O bispo de Constantinopla é bom constantinopolizador. Quem o desconstantinopolizar, bom constantinopolizador será. 2- Num ninho de mafagafos tem cinco mafagafinhos. Tem também magafaços, maçagafas, maçagafinhos, mafafagos, magaçafas, maçafagas, magafinhos, magafafos e magafagafinhos. 3- Uma rua paralelepipezada por um paralelepipezador, Quem quiser desparalelepipezá-la, bom desparalelepipezador será. 4- Padre Pedro partiu a pedra no prato de prata. A pedra partiu o prato de prata do padre Pedro. 5- A aranha arranha a rã. A rã arranha a aranha Nem a aranha arranha a rã, nem a rã arranha a aranha. 6- Iara amarra a arara rara. A rara arara de Araraquara. 7- Um tigre, dois tigres, três tigres comem trigo de um trago. 8- A frota de frágeis fragatas, fretada por um franco frustrado, enfreado de frio, naufragou na refrega, por frêmitos flecheiros africanos. 14− O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades, que deveriam ser desinquivincavacadas. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO Visite Nosso Site www.institutomvc.com.br 56 EXERCÍCIOS TEATRAIS – III 1- Cinco bicas, cinco pipas, cinco bombas. Tira da boca da bica Bota na boca da bomba. 2- È um dedo, é um dado, é um dia. É um dia, é um dado, é um dedo. É um dedo, é um dia, é um dado. É um dado, é um dedo, é um dia . È um dia, é um dedo, é um dado. É um dado, é um dia, é um dedo. 3- O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo pra dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem. 4- Meio milhão, dez limões, dois milhões; nove limões, três milhões, oito limões; quatro milhões, sete limões, cinco milhões; seis limões, seis milhões, cinco limões; sete milhões, quatro limões, oito milhões; três limões, nove milhões, dois limões; dez milhões, meio limão. 5- Não tem truque troque o trinco traga o troco e tire o trapo do prato. Tire o trinco, não tem truque, troque o troco e traga o trapo do prato. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO Visite Nosso Site www.institutomvc.com.br 57 EXERCÍCIOS TEATRAIS – IV 1- Amanda, anda catibirianda serramatutanda firifirianda. 8-Marcela, ela catibiriela serramatutela firifiriela. 2-Angélica, élica catibiriélica serramatutélica firifiriélica. 9-Natália, ália catibiriália serramatutália firifiriália. 3-Clara, ara catibiriara serramatutara firifiriara. 10-Pedro Augusto, usto catibiriusto serramatutusto firifiriusto. 4-Eva, eva catibirieva serramatuteva firifirieva . 11-Raquel, el catibiriel serramatutel firifiriel. 5-Ian, an catiriban serramatutan fifirian. 12-Tomaz, az catibiribaz serramatutaz firifiriaz . 6-Zé Paulo, aulo catibiriaulo serramatutaulo firifiriaulo. 13-Tainara, ara catibiriara serramatutara firifiriara. 7-Laura, aura catibiriaura serramatutaura firifiriaura. 14-Margarida, ida catibiriida serramamtutida firifiriida. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 60 CACIQUE SEATLE ( ? -1865) Em 1854, o governo dos Estados Unidos quis comprar as terras do chefe indígena Seatle. Sua resposta, transmitida ao presidente por carta, é a fala de um mundo ancestral e anímico. Sua importância cresceu com o tempo, a partir da expansão da consciência ecológica. É hoje uma peça famosíssima, distribuída pelo Programa do Meio Ambiente da ONU. 1. O presidente declarou em Washington que deseja comprar a nossa terra. Mas como se há de comprar ou vender o céu, a terra? Tal idéia é estranha para nós. Se não possuímos a presença do ar, e o brilho da água, como se há de comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada agulha reluzente de pinheiro. Cada praia arenosa. Cada campina. Cada inseto que zumbe. Tudo isso é sagrado na memória e na experiência do meu povo. 2. Conhecemos a seiva que corre pelas árvores tal como conhecemos o sangue que corre pelas nossas veias. Somos parte da terra, e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, as essências do prado, o calor do corpo do pônei e o homem, todos pertencem à mesma família. A água brilhante que se escoa nos ribeiros e nos rios não é somente água, mas o sangue dos nossos ancestrais. 3. Se lhe vendermos a nossa terra, você terá de lembrar-se de que ela é sagrada. Cada reflexo que, como fantasma, aparece na límpida água dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos. Eles aplacam nossa sede, transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Por isso você deve ter para com os rios a benevolência que teria com qualquer irmão. 4. Se lhe vendermos a nossa terra, lembre-se de que o ar é precioso. Lembre-se de que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso avô seu primeiro alento recebe também seu último suspiro. O vento dá aos nossos filhos o espírito da vida. Por isso, se lhe vendermos a nossa terra, você precisa mantê-la à parte, como algo sagrado, como um lugar aonde um homem pode ir expor-se ao vento que é perfumado pelas flores do prado. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 61 5. Ensinará você aos seus filhos o que nós ensinamos aos nossos filhos, que a terra é nossa mãe? O que acontece à terra acontece aos filhos da terra. Isso nós sabemos. A terra não pertence ao homem. O homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas, como o sangue, que nos une a todos. 6. O homem não tece a teia da vida; nela, ele é apenas um fio. O que ele faz para a teia, ele faz para si mesmo. Uma coisa nós sabemos: nosso Deus é também o seu Deus. A terra lhe é preciosa. E danificar a terra é desprezar o seu criador. 7. O destino de vocês é um mistério para nós. Que acontecerá quando os búfalos tiverem sido mortos? Os cavalos selvagens domados? Que acontecerá quando todos os cantos secretos da floresta estiverem impregnados do cheiro de muitos homens, e a vista das sazonadas colinas estiver escondida pelos fios que falam? 8. Onde estará a brenha? Desapareceu. Onde estará a águia? Desapareceu. E o que é dizer adeus ao pônei veloz e à caça, o fim do viver e o começo do sobreviver? Quando o último pele-vermelha tiver desaparecido com sua selva, e sua lembrança for apenas sombra de uma nuvem movendo-se por sobre a pradaria, ainda estarão aqui estas praias e estas florestas. Restará ainda algo do espírito do meu povo? 9. Nós amamos esta terra tal como o recém-nascido ama as batidas do coração de sua mãe. Por isso, se lhe vendermos a nossa terra, ame-a como nós a temos amado. Preocupe-se com ela como nós nos temos preocupado. Tenha em mente a lembrança da terra tal como ela for quando você a receber. Preserve a terra para todas as crianças e ame-a como Deus ama a todos nós. 10. Assim como nós somos parte da terra, também você é parte da terra. Esta terra é preciosa para nós e também para você. Uma coisa nós sabemos: só há um Deus. Nenhum homem, seja pele-vermelha ou branco, pode viver isolado. Afinal, somos todos irmãos. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 62 CHAPLIN ( 1189 - 1977 ) Charles Spencer Chaplin, cineasta e comediante inglês, criou de uma das personagens de maior sucesso do cinema mundial, o Carlitos. O discurso é da personagem no filme O Grande Ditador. 1. Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar a todos, se possível: judeus, o gentio... negros... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo, não para o seu infortúnio. Por que temos que odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. 2. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém desviamo- nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. 3. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido. 4. A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessa aproximação é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante, a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora... Milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que oprime seres humanos e encarcera inocentes. 5. Aos que me podem ouvir, eu digo: “Não desespereis!” A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, mesmo que morram homens, a liberdade nunca perecerá. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 65 PADRE VIEIRA (1608-1697) Padre Antônio Vieira, o maior orador sacro português, foi uma das figuras mais lúcidas de seu tempo. Já se disse que Vieira vale por toda uma literatura. Sua importância como orador, homem de idéias e de ação é tal que achamos por bem publicar não apenas um de seus famosos sermões, mas excertos de alguns deles. SERMÃO DA SEXAGÉSIMA (Pregado na Capela Real, em Lisboa, no ano de 1655) (TRECHOS:) 1. ENTRE O SEMEADOR E O QUE SEMEIA HÁ MUITA DIFERENÇA. UMA COISA É O SOLDADO, E OUTRA COISA É O QUE PELEJA; UMA COISA É O GOVERNADOR, E OUTRA COISA O QUE GOVERNA. DA MESMA MANEIRA, UMA COISA É O SEMEADOR, E OUTRA COISA É O QUE SEMEIA; UMA COISA É O PREGADOR, E OUTRA É O QUE PREGA. 2. O SEMEADOR E O PREGADOR, É NOME; O QUE SEMEIA E O QUE PREGA, É AÇÃO; E AS AÇÕES SÃO AS QUE DÃO O SER AO PREGADOR. TER NOME DE PREGADOR, OU SER PREGADOR DE NOME, NÃO IMPORTA NADA; AS AÇÕES, A VIDA, O EXEMPLO, AS OBRAS, SÃO AS QUE CONVERTEM O MUNDO. 3. O MELHOR CONCEITO QUE O PREGADOR LEVA AO PÚLPITO, QUAL CUIDAIS QUE É? É O CONCEITO QUE DE SUA VIDA TÊM OS OUVINTES. ANTIGAMENTE CONVERTIA-SE O MUNDO: HOJE, POR QUE NÃO SE CONVERTE NINGUÉM? PORQUE HOJE PREGAM-SE PALAVRAS E PENSAMENTOS; ANTIGAMENTE PREGAVAM-SE PALAVRAS E OBRAS. PALAVRAS SEM OBRAS SÃO TIROS SEM BALAS; ATROAM, MAS NÃO FEREM. 4. A FUNDA DE DAVID DERRUBOU AO GIGANTE; MAS NÃO O DERRUBOU COM O ESTALO, SENÃO COM A PEDRA. AS VOZES DE SUA HARPA LANÇARAM FORA OS DEMÔNIOS DO CORPO DE SAUL; MAS NÃO ERAM VOZES PRONUNCIADAS COM A BOCA, ERAM VOZES FORMADAS COM A MÃO. PARA FALAR AO VENTO BASTAM PALAVRAS; PARA FALAR AO CORAÇÃO SÃO NECESSÁRIAS OBRAS. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 66 [...] 5. Para o sermão vir nascendo há de ter três modos de cair; há de cair com queda, há de cair com cadência, há de cair com caso. A queda é para as coisas; porque hão de vir bem trazidas e em seu lugar: hão de ter queda. A cadência é para as palavras; porque não hão de ser escabrosas, nem dissonantes: hão de ter cadência. O caso é para a disposição; porque há de ser tão natural e tão desafetada que pareça caso e não estudo. [...] 6. Por isso Isaías chamou aos pregadores nuvens. A nuvem tem relâmpago, tem trovão e tem raio: relâmpago para os olhos, trovão para os ouvidos, raio para o coração: com o relâmpago ilumina, com o trovão assombra, com o raio mata. Mas o raio fere a um, o relâmpago a muitos, o trovão a todos. Assim há de ser a voz do pregador: um trovão do céu que assombra e faça tremer o mundo. [...] 7. Eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões; não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam descontentes de si; não que lhes pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, o seu passatempo, as suas ambições, e enfim todos os seus pecados. Contanto que se descontentem de si, descontentem-se embora de nós. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 67 FÁBULAS TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 70 Há muito, muito tempo existiu um boi imponente. Um dia o boi estava dando o seu passeio da tarde quando um pobre sapo todo mal vestido olhou para ele e ficou maravilhado. Cheio de inveja daquele boi que parecia o dono do mundo, o sapo chamou os amigos. - Olhem só o tamanho do sujeito! Até que ele é elegante, mas grande coisa: se eu quisesse também era. Dizendo isso o sapo começou a estufar a barriga e em pouco tempo já estava com o dobro do seu tamanho normal. - Já estou grande que nem ele? – perguntou aos outros sapos. - Não, ainda está longe! – respondeu os amigos. O sapo se estufou mais um pouco e repetiu a pergunta. - Não – disseram de novo os outros sapos -, e é melhor parar com isso porque senão vai acabar se machucando. Mas era tanta a vontade do sapo de imitar o boi que ele continuou se estufando, estufando – até estourar. Moral: Seja sempre você mesmo. A REUNIÃO GERAL DOS RATOS Uma vez os ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma reunião para encontrar um jeito de acabar com aquele eterno transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim um rato jovem levantou-se e deu a idéia de pendurar uma sineta no pescoço do gato: assim sempre que o gato chegasse perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. Todo mundo bateu palmas: o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um rato velho que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto. O rato falou que o plano era muito inteligente, que com toda a certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim. Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a sineta no pescoço do gato? Moral: Inventar é uma coisa, fazer é outra. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 71 A QUEIXA DO PAVÃO Chateado porque tinha uma voz muito feia, o pavão foi se queixar com a deusa juno. - é verdade que você não sabe cantar – disse a deusa – Mas você é tão lindo, para que se preocupar com isso? Só que o pavão não queria saber do consolo. - De que adianta a beleza com uma voz destas? Ouvindo aquilo, Juno se irritou. - Cada um nasce com uma coisa boa. Você tem beleza, a águia tem força, o rouxinol canta. Você é o único que não está satisfeito. Pare de se queixar. Se recebesse o que está querendo, com certeza ia achar outro motivo para reclamar. Moral: Em vez de invejar os talentos dos outros, aproveite o seu ao máximo. O URSO E AS ABELHAS Um urso topou com uma árvore caída que servia de depósito de mel para um enxame de abelhas. Começou a fareja o tronco quando uma das abelhas do enxame voltou do campo de trevos. Adivinhando o que ela queria, deu uma picada daquelas no urso e depois desapareceu no buraco do tronco. O urso ficou de raiva e se pôs a arranhar o tronco com as garras na esperança de destruir o ninho. A única coisa que conseguiu foi fazer o enxame inteiro sair atrás dele. O urso fugiu a toda velocidade e só se salvou porque mergulhou no lago. Moral: Mais vale suportar um só ferimento em silêncio que perder o controle e acabar todo machucado. O GALO E A RAPOSA TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 72 No meio dos galhos de uma árvore bem alta um galo estava empoleirado e cantava a todo volume. Sua voz esganiçada ecoava na floresta. Ouvindo aquele som tão conhecido, uma raposa que estava caçando se aproximou da árvore. Ao ver o galo lá no alto, a raposa começou a imaginar algum jeito de fazer o outro descer. Com a voz mais boazinha do mundo, cumprimentou a galo dizendo: - Ò meu querido primo, por acaso você ficou sabendo da proclamação de paz e harmonia universal entre todos os tipos de bichos da terra, da água e do ar? Acabou essa história de ficar tentando agarrar os outros par comê-los. Agora vai ser tudo na base do amor e da amizade. Desça para a gente conversar com calma sobre as grandes novidades! O galo, que sabia que não dava para acreditar em nada que a raposa dizia, fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. Curiosa, a raposa quis saber o que ele estava olhando com ar tão preocupado. - Bem – disse o galo – acho que estou vendo uma matilha de cães ali adiante. - Nesse caso acho melhor eu ir embora – disse a raposa. - O que é isso prima? – disse o galo. – Por favor, não vá ainda! Já estou descendo! Não vá me dizer que está com medo dos cachorros nesses tempo de paz ?! - Não, não é medo – disse a raposa -, mas... e se eles ainda não estiverem sabendo da proclamação? Moral: Cuidados com as amizades muito repentinas. O VENTO E O SOL O vento e o sol começaram a discutir para qual dos dois era mais forte. Nisso viram um viajante andando pela estrada e casaco seria considerado o mais forte dos dois. O vento começou: deu um sopro tão forte que quase arrebentou as costuras do casaco. Mas o viajante agarrou o casaco com as duas mãos e segurou tão firme que não adiantou nada o vento continuar soprando até se cansar. Chegou a vez do sol. Primeiro ele afastou as nuvens das redondezas, depois apontou seus raios mais ardentes para a cabeça do viajante. Em pouco tempo, frouxo de calor, o homem arrancou o casaco e correu para o primeira sombra que avistou. Moral: Mais pode a persuasão que a força. TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 75 Confiança 7 Coragem 8 Credibilidade 9 Criatividade 10 Educação 11 Energia 12 TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 76 Entrega 13 Entusiasmo 14 Equilíbrio 15 Espontaneidade 16 Fé 17 Flexibilidade 18 TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO 77 Força 19 Gratidão 20 Harmonia 21 Honestidade 22 Inteligência 23 Liberdade 24
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