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Breve Reflexão Sobre a Produção do Conhecimento Histórico, Notas de estudo de História

A produção do conhecimento deve ter base teórica e fundamentos. Por isso, o historiador deve analisar as mais diversas fontes, sendo elas histórias do tempo presente e/ou histórias de um passado mais distante, cruzando-as e pluralizando-as.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 25/07/2010

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deva-vct-5 🇧🇷

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Baixe Breve Reflexão Sobre a Produção do Conhecimento Histórico e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity! Breve reflexão sobre a produção do conhecimento histórico por Devanir Vicentin A produção do conhecimento histórico é feita no presente, porém relata acontecimentos ocorridos no passado, sendo este próximo ou distante do historiador. Esta afirmativa descreve movimentos marcantes que, por sua vez, ainda podem ser constatados nos dias de hoje. Podem-se destacar, entre eles: o declínio do sistema feudal, o fortalecimento das monarquias absolutistas, o desenvolvimento do sistema capitalista, a elevação da burguesia, o liberalismo e, nos dias atuais, o neoliberalismo. Nessa perspectiva, o historiador deve relatar o ocorrido entre as relações sociais de cada época citada. Por isso, destaca-se que nesses movimentos sempre existiu a hierarquização, sendo ela a responsável por elaborar diversos tipos de valores, estes que acabavam por determinar a posição do homem e seu lugar na sociedade, sem que o mesmo questionasse tais valores, lugar e, até mesmo, sua classe social. Dessa forma, surgiram as metanarrativas para explicar como se davam essas relações, por exemplo: a teoria de Marx, na qual defendia uma sociedade sem opressão, ou seja, “uma sociedade sem exploradores ou explorados.” (FILIPAK; SANTOS; RIBEIRO: 2009, p. 05) Nesse sentido, a produção do conhecimento deve ter base teórica e fundamentos. Por isso, o historiador deve analisar as mais diversas fontes, sendo elas histórias do tempo presente e/ou histórias de um passado mais distante, cruzando-as e pluralizando-as. Assim, o historiador pode começar os seus afazeres, usando suas ferramentas de trabalho, desconstruindo e construindo novos conhecimentos. Além disso, é necessário que o historiador se torne imparcial, para problematizar os conceitos que já estão internalizados nas pessoas e não para julgá- los como se ele fosse capaz de explicar tudo. Por isso o historiador deve ter subsídios consistentes para não cometer injustiças ou acarretar erros em sua análise e produção. Para tanto, ele deve fazer um ajuntamento, com bases teóricas e crítica, de maneira a explicitar seus conhecimentos. (...) como não há uma única forma de enxergar e escrever a história, cada olhar possível valorizará aspectos explicativos diferentes, que considerarão importantes e válidos, para entender o passado de acordo com as teorias, as metodologias, as ideologias e os conceitos deles decorrentes construídos e aplicados nas pesquisas. (FILIPAK; SANTOS; RIBEIRO: 2009, p. 72) Em decorrência, o historiador deve se aprofundar em três dimensões da história, a saber: das epistemologias, para realizar um conhecimento científico, visando explicar os condicionamentos humanos e os da natureza, sejam eles técnicos, históricos, ou sociais; das metodologias, utilizando-se de técnicas apropriadas para conduzir sua investigação e atingir seu ideal, e das ideologias, sendo esta um conjunto de ideias que defendem uma posição social, política, religiosa, cultural, entre outras. Assim, por meio da investigação, o historiador percebe que em um discurso histórico não existe verdade absoluta, mas nem por isso o historiador deve obstaculizar em aproximar-se dela. Ou ainda como relata Richard Rorty: (...) no livro Verdade e Progresso (2005), defende a idéia de que a finalidade da ciência, da investigação ou de qualquer outra área da cultura não é atingir a verdade, mas sim solucionar problemas (...) (FILIPAK; SANTOS; RIBEIRO: 2009, p. 34) Por esse ângulo, o discurso dominante tenta impor uma “verdade” absoluta, tendo em vista seus próprios interesses e, com isso, angaria subsídios para si, ou para sua classe social, criando as inúmeras histórias existentes da pós- modernidade. Em outras palavras: Ela pode ser vista como a maneira pela qual grupos e/ou classes dão sentido a seu próprio passado, apossando-se dele. Por conseguinte, pode- se elaborar o passado de modo que tenha significado para diferentes posições políticas, ideológicas e teóricas. É claro que, em cada um dessas visões, haverá mecanismos de verificação para validar as interpretações dadas que, por vezes, podem se opor democraticamente. (FILIPAK; SANTOS; RIBEIRO: 2009, p. 69) Por isso, na contemporaneidade, os historiadores profissionais usam uma “metodologia reflexiva”, para não se deixar iludir com os diversos tipos de discurso dominantes, e procuram desconstruir velhas certezas para construírem novas possibilidades e, assim, aventuram-se entender o nosso mundo, já que a história é escrita para alguém e os seres humanos têm diversos tipos de entendimentos. Portanto, os historiadores, fazendo um movimento contínuo de reflexão, transportam seus pensamentos para o passado, permitindo que a produção do conhecimento histórico contenha um diálogo entre o “passado” e o “presente” por si, simultaneamente, possibilitando não apenas uma interpretação do contexto apresentado, mas proporcionando várias interpretações alternativas.
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